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ARTIGO

Embalagens para alimentos:


INTRODUÇÃO

N
a indústria de alimentos,
grande parte das inova-

tendências e inovações.
ções tecnológicas é ge-
rada pelas “indústrias de
apoio”, na qual estão inseridas as
indústrias de embalagens (CÉSAR et
al., 2009). São registradas inovações
em nível de produção, aplicação dos
Lara Barbosa de Souza * materiais, tecnologia de conservação
Andrezza Assis Cruz Moura dos produtos e sistemas de distribui-
ção, coexistindo as formas tradicio-
Jean Berg Alves da Silva nais de embalagem devido a carac-
Universidade Federal Rural do Semiárido. Departamento de Ciências Animais. terísticas específicas e funcionais,
Mossoró, RN. bem como sua capacidade de adap-
* larabiotec@gmail.com tação como resposta às necessidades
e exigências dos mercados (JORGE,
2013).
São funções da embalagem, con-
RESUMO ter, proteger, comunicar e conferir
conveniência, nas etapas de arma-
A embalagem do alimento têm por funções conter, proteger, comuni- zenamento e distribuição, um meio
car e conferir conveniência, nas etapas de armazenamento e distribuição. de assegurar o envio de produtos ao
É também veículo de informação, apresentando instruções de manuseio, consumidor final, em condições óti-
composição nutricional e rotulagem. Com o desenvolvimento da tecno- mas e de baixo custo (YAM et al.,
logia, surgem novas forma de apresentação e embalagem de alimentos, 2005; JORGE, 2013). Deve proteger
visando aumento na vida de prateleira e maior praticidade. Nesse con- o produto contra choques, vibrações,
texto o trabalho trata de uma pesquisa documental indireta por meio de compressões, adulterações e perda
fontes bibliográficas e documentos, para delinear as principais tendências de integridade, manter a segurança e
e inovações em embalagens de alimentos. Há interesse e investimentos a qualidade do alimento, prolongan-
em embalagens “ativas” e “inteligentes” as quais interagem diretamente do sua vida útil e minimizar perdas
com o produto, e também os revestimentos comestíveis, com enfoque na por deterioração, consistindo em
biodegradabilidade. uma barreira aos micro-organismos
Palavras-chave: Alimento. Embalagem ativa. Embalagem inteligente. presentes na atmosfera que envolve
Revestimento comestível. o alimento. É ainda veículo de in-
formação sobre o alimento, apresen-
ABSTRACT tando instruções de armazenamento,
manuseio, informação nutricional e
rotulagem (JORGE, 2013).
Food packaging has the functions of containing, protecting, commu-
Produtos alimentícios podem ser
nicating and conferring convenience, in the steps of storage and distri-
armazenados em embalagens ela-
bution. It is also an information vehicle with instructions on handling,
boradas com diferentes materiais,
nutritional composition and labeling. With the development of technol-
como metal, plástico, vidro, papel,
ogy, new forms of presentation and packaging of foodstuffs arise, aiming
madeira, têxtil e cortiça, sendo a
for an increase in shelf life and greater practicality. In this context the
espessura do material indicativa da
paper deals with an indirect documentary research through bibliographi-
classificação da embalagem como
cal sources and documents, to outline the main trends and innovations in
rígida, semirrígida (nova ortografia)
food packaging. There is interest and investments in "active" and "intel-
ou flexível. O sistema de embalagem
ligent" packaging which interact directly with the product, as well as ed-
varia com o tipo de produto, requisi-
ible coatings, with a focus on biodegradability.
tos de proteção, vida útil requerida,
Keywords: Food. Active packaging. Intelligent packaging. Edible coatings. mercado a que se destina e o circuito

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de distribuição e venda (JORGE, Embalagem ativa no interior da embalagem para níveis
2013). Uma tendência no merca- A embalagem ativa é uma tecnolo- inferiores a 0,01% (100 ppm) e man-
do de embalagens é o interesse por gia na qual o material da embalagem tém esses níveis durante a estocagem,
embalagens “ativas” e “inteligen- interage com o alimento embalado conservando a qualidade original do
tes” as quais interagem diretamente de uma forma desejável, ultrapassan- produto embalado e prolongando sua
com o produto. Quando compara- do o papel passivo de proteção e pu- vida de prateleira (VERMEIREN et
das às embalagens convencionais, blicidade das tradicionais (SOARES; al., 1999). O absorvedor de oxigê-
essas podem prolongar a vida-de- PIRES et al., 2009). É uma embala- nio pode ser encontrado nas formas
-prateleira dos alimentos, assegu- gem capaz de modificar as condições de sachês, etiquetas ou rótulos (la-
rar sua qualidade e proporcionar do ambiente que cerca o alimento bels), filmes, cartão e vedantes para
maiores informações aos consumi- para prolongar a sua vida útil, man- tampas (liners) (AHVENAINEN,
dores sobre o estado final do pro- ter as propriedades sensoriais e de 2003; BRODY, 2001). A tecnologia
duto (BRAGA; PERES, 2010). No segurança, enquanto conserva a qua- de absorção envolve um dos seguin-
campo das inovações vem crescen- lidade do alimento (VERMEIREN et tes mecanismos: oxidação do ácido
do a utilização de fontes renováveis​​ al., 1999). Além de conter o produto, ascórbico, do ferro em pó, oxidação
para os materiais de embalagem, apresenta funções adicionais, como: enzimática de ácidos graxos insatu-
como os hidrocoloides de origem absorção de compostos que favo- rados (ácido oléico e linoléico, por
biológica, e a incorporação de in- recem a deterioração, liberação de exemplo) e combinações desses pro-
gredientes funcionais, como antio- compostos que aumentam a vida de cessos (KRUIJF et al., 2002).
xidantes e agentes antimicrobia- prateleira, controle de temperatura Para redução dos níveis de umida-
nos (CERQUEIRA et al., 2010). A e embalagens antimicrobianas (HO- de no interior de um sistema de em-
aparência visual é o fator de maior TCHKISS, 1995). balagem, podem ser utilizados umec-
impacto para o consumidor, no mo- Sistemas absorvedores removem tantes (ex: poliálcoois, carboidratos)
mento da compra. É essencial que a compostos indesejáveis que acele- por meio da incorporação entre duas
aparência do produto seja a melhor ram a degradação do produto ali- camadas de um filme plástico de alta
possível. Não é apenas a boa emba- mentício, como: oxigênio, excesso permeabilidade à umidade, ou ainda
lagem que vai garantir o aumento de água, etileno, dióxido de carbono a utilização de sachês contendo com-
da vida de prateleira do produto, e outros compostos específicos. Em postos dissecantes (ROONEY, 1995;
mas também o controle da higie- contrapartida, sistemas emissores SHIRAZI; CAMERON, 1992). No
ne e da temperatura, assim como a adicionam ativamente compostos caso de embalagens antimicrobianas,
seleção e a aplicação de materiais ao produto embalado ou ao espaço estas podem interagir com o alimen-
apropriados para as embalagens e a livre da embalagem, como: dióxido to ou o espaço livre do pacote, a fim
atmosfera em que o alimento será de carbono, etanol, antioxidantes ou de reduzir, retardar ou inibir o cresci-
armazenado, razões pelas quais as conservantes, entre outros (VER- mento microbiano no alimento (SO-
tecnologias que prolongam a dura- MEIREN et al., 1999; KRUIJF et al., ARES et al., 2009). Compostos an-
bilidade do alimento vêm ganhan- 2002). timicrobianos podem estar presentes
do cada vez mais importância (LU- Já são bastante utilizados siste- de várias formas nas embalagens ati-
CHIARI FILHO, 2005). mas com atmosfera modifica, por vas, quer seja na incorporação direta
Mudanças nos hábitos alimenta- meio dos quais geralmente se reduz do composto ativo na matriz polimé-
res e no estilo de vida têm aumen- os níveis de O2 e aumenta os de CO2. rica, revestindo a embalagem, quanto
tado de forma expressiva a oferta Essa modificação reduz as taxas de imobilizadas em sachês (APPENDI-
de alimentos conservados e mini- respiração e de produção de etileno NI; HOTCHKISS, 2002).
mamente processados, bem como em vegetais, resultando em um retar- Diversos estudos relatam aspec-
a preocupação com o impacto ge- damento na deterioração desses pro- tos positivos e agregação de valor
rado ao meio ambiente oriundo da dutos (YAM; LEE, 1995). A ausência aos produtos com o uso de embala-
quantidade de resíduos sólidos ur- de oxigênio previne o crescimento de gens ativas. Pode-se destacar o uso
banos. Nesse contexto, realizou-se espécies aeróbias, a tecnologia que de embalagem ativa por empresas
uma pesquisa documental indireta substitui ou complementa os méto- de torrefação de café (CÉSAR et
por meio de fontes bibliográficas e dos físicos de eliminação de O2 é o al., 2009) onde foi observado que a
documentos, para delinear as prin- uso de absorvedor de oxigênio (do in- implementação de válvula de des-
cipais tendências e inovações em glês, “oxygen scavenger”), que reduz gaseificação unidirecional foi uma
embalagens de alimentos. significativamente o teor de oxigênio inovação incremental que permitiu

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o reposicionamento de um produ- dados, identificação automática de temperatura (KRUIJF et al., 2002).


to existente, por meio da adoção produtos e rastreabilidade (JEDER- Sistemas ITT também foram utili-
de embalagem diferenciada. Outro MANN et al., 2008; USTUNDAG; zados por Tsironi et al. (2008) para
exemplo é a utilização de atmosfera TANYAS, 2009). O sistema é com- controlar a qualidade de filés de atum
modificada pela introdução de CO2 posto basicamente de um microchip congelados e embalados a vácuo.
que permitiu o aumento da vida de conectado a uma antena fina, a par- Para os indicadores de frescor, o
prateleira das carnes bovinas e suínas tir do qual um leitor emite ondas de sinal está relacionado diretamente à
embaladas por até quatro semanas rádio que capturam os dados arma- qualidade do produto, tendo como
(LUCHIARI FILHO, 2005). zenados na etiqueta e os transferem função detectar a presença de meta-
para um computador analisar (SOA- bólitos microbianos como dióxido de
Embalagem inteligente RES et al.,2009). enxofre, amônia, amina, ácidos or-
A embalagem inteligente deve Os indicadores podem ser defini- gânicos, etanol, toxinas ou enzimas,
proteger o produto, interagir com o dos como a substância que indica a indicando que ocorreu alteração no
mesmo e responder a mudanças es- presença ou ausência de um determi- produto. Geralmente são etiquetas,
pecíficas do alimento ou do ambien- nado composto (por exemplo: oxigê- que ficam em contato com o espaço
te que o cerca, tendo como compo- nio), ou o grau de reação entre duas livre da embalagem, rótulos, detec-
nentes os sensores e indicadores que ou mais substâncias por meio de mu- tores eletrônicos e detectores ópti-
sinalizam o resultado dessa medição danças das suas características, espe- cos. Como exemplo de indicador de
(ROONEY, 1995; BRAGA; PERES, cialmente a cor. Em contraste com os frescor, existe a etiqueta comercial
2010). A embalagem se encontra em sensores, não incluem componentes FreshTag® (Cox Recorders, EUA),
contato direto com o alimento, sendo como receptores e transdutores, as que reage com aminas voláteis de
a ferramenta mais simples e viável informações ocorrem mediante mu- peixes e muda a cor da etiqueta in-
de fornecer informações sobre a qua- dança visual direta (KERRY et al., dicando a falta de frescor do peixe
lidade do alimento nela contido du- 2006). (KRUIJF et al., 2002; BRAGA; PE-
rante toda a cadeia de transporte, dis- Indicadores de tempo-temperatura RES, 2010). Quanto aos indicadores
tribuição e acondicionamento. Esse (ITT) fornecem o histórico do produ- da presença de gases, os indicadores
tipo de monitoramento permite que o to, por meio da indicação visual da de oxigênio são os mais comuns para
consumidor final tenha acesso às re- vida de prateleira (ex: mudança de aplicação em alimentos, uma vez que
ais condições do alimento imediata- cor) ou se o tempo-temperatura to- esse gás é o principal responsável
mente antes do consumo (SOARES tal excedeu o valor pré-determinado. por reações oxidativas, mudanças de
et al., 2009). Os sensores são dispo- Devem ser de fácil uso e ativação, cor e deterioração microbiana (YAM
sitivos capazes de fornecer continua- responder à temperatura ou ao efeito et al., 2005).
mente informação química ou física acumulado do tempo e da tempera- Os biossensores também são al-
do sistema, convertendo-a em sinal tura de forma precisa, rápida e irre- vos de pesquisas eminentes, espe-
elétrico de saída contínua, capaz de versível. São fixados na parte exter- cialmente relacionadas à detecção de
transformar essa energia da amostra na da embalagem individual ou em patógenos e toxinas em alimentos,
em sinal analítico útil (TREVISAN; grandes recipientes ou bandejas (DE uma vez que a constatação ocorre em
POPPI, 2006). JONG et al., 2005; LABUZA, 1996). tempo real (LAZCKA et al., 2007). A
Este tipo de embalagem pode ser São exemplos desses indicadores sinergia de embalagens inteligentes
dividido em dois grandes grupos: disponíveis comercialmente: Vitsab com biossensores é interessante, vis-
embalagens carreadoras de dados, TTI indicator (Vitsab Sweden AB, to que permite que os próprios con-
onde estão inseridos o código de bar- Suécia), que se baseia na reação en- sumidores monitorem a qualidade
ras e as etiquetas de identificação por zimática que causa mudança de pH dos alimentos (PIRES et al., 2009).
frequência de rádio (RFID), e em- na mistura reacional; Tag Monitor- Inovações nessa temática vêm sendo
balagens indicadoras, com destaque Mark (3M Packaging Systems Divi- desenvolvidas, ao exemplo do Toxin
aos indicadores do binômio tempo- sion, EUA) fundamentado no ponto Guard (Ontário, Califórnia, EUA),
-temperatura, indicadores de gases, de fusão de compostos e na modifi- que incorpora anticorpos em filmes
como oxigênio e etileno, e os indica- cação de sua coloração; Fresh-Check plásticos para detectar patógenos, e
dores de micro-organismos patogê- e Fresh-ScanTM (LifeLines Techno- o SIRA Technologies (Pasadena, Ca-
nicos e toxinas (YAM et al., 2005). logy, EUA) caracterizados pela rea- lifórnia, EUA), que consiste em um
Etiquetas RFID são uma tecnologia ção de polimerização e mudança de biossensor acoplado a um código de
emergente para armazenamento de coloração do indicador, ativadas pela barras incorporado em embalagens

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para a detecção de patógenos (SOA- ambiente, no caso de alimentos fres- REFERÊNCIAS
RES et al., 2009). cos; controle da entrada de O2, no
caso de alimentos oxidáveis; con- AHVENAINEN, R. Active and intelligent
Revestimentos comestíveis trole de transferência de umidade, packaging. In: AHVENAINEN, R. No-
Uma fonte alternativa no desen- em casos de alto gradiente de umi- vel food packaging technique. Boca
volvimento de embalagens tem sido dade relativa entre o alimento e o Raton, FL: CRC PRESS, 2003. p.
o uso de biopolímeros devido à sua ambiente; retenção de aditivos, pro- 5-21.
biodegradabilidade. Para alimentos, movendo uma resposta funcional
APPENDINI, P; HOTCHKISS, JH. Review
podem ser utilizados os termos re- mais significativa na superfície do
of antimicrobial food packaging. In-
vestimento ou filme comestível, con- produto; controle da incorporação
novative Food Science & Emerging
tudo são distintos. O filme é uma ca- de óleos e solutos para os alimen-
Technologies, v.3, p.113-126, 2002.
mada fina formada pelo biopolímero, tos durante o processamento. Além
preparada separadamente e aplicada disso, essas embalagens têm a van- AZEREDO, HMC; FARIA, JAF; AZEREDO,
em uma etapa seguinte no alimento, tagem da biodegradabilidade (AZE- AMC. Embalagens ativas para alimen-
enquanto que o revestimento pode REDO et al., 2000). tos.  Ciênc Tecnol Aliment, v.20, n.3,
ser uma suspensão ou emulsão apli- Ácidos ascórbico, cítrico, caféi- 2000.
cada diretamente na superfície do co e N-acetilcisteína são exemplos BRAGA, LR; PERES, L. Novas tendências
alimento, com a subsequente for- de agentes antioxidantes e têm sido em embalagens para alimentos: re-
mação do filme (CERQUEIRA et incorporados em revestimentos visão B. CEPPA, Curitiba, v.28, n.1,
al., 2010). A funcionalidade e o ativos. Os filmes e revestimentos p.69-84, 2010.
desempenho dos revestimentos e comestíveis podem ser utilizados BRODY, AL. What’s the hottest food pa-
filmes comestíveis dependem prin- como protetores de alimentos, como ckaging technology today? Food Te-
cipalmente de suas propriedades ingrediente ativo ou como material chnol, v.55, n.1, p.82-84, 2001.
mecânicas de barreira, que por sua de embalagem (CERQUEIRA et al., CERQUEIRA, MA; SOUZA, BWS; MAR-
vez dependem da composição do 2010). A utilização desta tecnologia TINS, JT; VICENTE, A. In: Polysac-
filme, seu processo de formação e tem demonstrado eficiência na pre- charides: Development, Properties
o método de aplicação no produto. servação de frutas e hortaliças para and Applications. Editor: Ashutosh
Pesquisas com revestimentos à base manter a aparência fresca, a firmeza Tiwari, 2010 Nova Science Publi-
de biopolímeros como polissacarí- e o brilho, aumentando assim, o va- shers, Inc.
deos, proteínas e materiais lipídicos lor comercial (VILLADIEGO et al.,
CÉSAR, AS; MORI, C; BATALHA, MO. Ino-
têm aumentado, devido à habilidade 2005).
vações tecnológicas de embalagens
em estender a vida útil do alimento
nas indústrias de alimentos: estudo
(SOARES et al., 2009). CONCLUSÃO de caso da adoção de embalagem
Os revestimentos são aplicados
ativa em empresas de torrefação de
sobre a superfície do alimento ou Com a crescente preocupação dos café. Rev Bras Inovação, Rio de Ja-
entre os componentes, visando a consumidores por alimentos cada neiro, v.9, n.2, p.355-378, 2010.
redução na perda de vapor de água, vez mais seguros e nutritivos, e o dis-
oxigênio, migração de lipídios e aro- DE JONG, AR; BOUMANS, H; SLAGHEK,
tanciamento entre as zonas de produ-
ma ou para estabilizar os gradientes T; VAN VEEN, J; RIJK, R; VAN ZAND-
ção e consumo, surge a necessidade
de atividade de água e assim manter VOORT, M. Active and intelligent
de incrementar e desenvolver novas
as diferentes propriedades de textu- packaging for food: is it the future?
embalagens que permitam o aumen-
ra (GIANCONE et al., 2008). E po- Food Additives and Contaminants,
to da vida de prateleira do alimento
dem, ainda, atuar no alimento como v.22, n.10, p.975-979, 2005.
e que sejam cada vez mais atrativas
carreadores de agentes com função ao consumidor. Destacam-se a subs- GIANCONE, T; TORRIERI, E; DI PIER-
específica como antioxidante, anti- tituição dos aditivos químicos e re- RO, P; MARINIELLO, L; MORESI, M;
microbiana, corante, aromática, en- dução dos conservantes, pelo uso de PORTA, R; MASI, P. Role of consti-
tre outras (PENA; TORRES, 1991). substâncias naturais e biodegradá- tuents on the network formation of
Revestimentos e filmes comestí- veis. O avanço da tecnologia e polí- hydrocolloid edible films. J Food En-
veis apresentam aplicações diver- ticas de inovação dentro do setor faz gineering, v.89, p.195-203, 2008.
sas, a depender de suas proprieda- com que as empresas invistam ainda HOTCHKISS, JH. Safety considerations
des (principalmente de barreira): mais em pesquisa com foco em no- in active packaging. In: ROONEY,
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PRODUÇÃO DE QUEIJOS E MANTEIGA ARTESANAIS NO RN É


RECONHECIDA EM LEI.

A lei Nivardo Mello substitui o projeto de lei 159/2016 e estabelece que os


queijos de  manteiga e de coalho devem ser produzidos apenas com leite inte-
gral fresco e cru, respeitando “os métodos tradicionais, culturais e regionais”.
A manteiga da terra (ou de garrafa ou do sertão) é a que é produzida apenas
com nata e sal. Por serem feitos com leite cru (não pasteurizado), os queijos
carregam o modo de fazer tradicional, ressaltando seus sabores específicos.
(SlowFoodBrasil, jul/2017)

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