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O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha.

Hoje há
muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio.

As primeiras referências históricas temos no ano 2700 A. C. Onde o


imperador Shen-Nung , num livro de farmacopea escrito, Confirma:
"tomando em excesso tende a mostrar monstros, se usa durante muito
tempo pode comunicar com os espíritos e aliviar o corpo". Prescreve a
resina para a "debilidade feminina", gota, reumastimo, prisão de ventre,
malária, gripe e desmaios. Os mais antigos restos de fibra de cânhamo
(4000 a. C.) encontraram-se na China.

Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis,


eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há
medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto,
alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem
maravilhosamente à maconha.

Maconha dá fome. Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso


de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a
vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um
soropositivo não desenvolva a doença.

Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e


fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas
bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada
por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de
defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia isso.

Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários


baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um
pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção.
As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a
maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais
irreparáveis e destrói a memória.

Em uma avaliação publicada em 2007 no periódico médico britânico The


Lancet, os riscos de 20 drogas foram hierarquizados considerando-se: 1)
dano físico; 2) potencial de vício; 3) impacto na sociedade. A maconha ficou
em 11º lugar, o tabaco em 9º, o álcool em 5º e a heroína em 1º. Não há
registros de nenhuma morte por uso de maconha. Também tornou-se
obsoleta a idéia de que a erva poderia destruir neurônios, isso não passa de
mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói
tecido cerebral - às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante
em ratinhos -, mas nada foi encontrado.

Em vez de políticos ou artistas com ideais liberais, quem levantou a


bandeira da legalização foram quatro dos cientistas mais respeitados do
Brasil: Stevens Rehen é diretor adjunto de pesquisa do Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); João Menezes,
neurocientista com Ph.D. no Massachusetts General Hospital e na Harvard
Medical School, nos Estados Unidos, além de professor da UFRJ; Cecília
Hedin, neurocientista e doutora em biofísica, divide com Menezes a direção
do Laboratório de Neuroanatomia Celular do Instituto de Ciências
Biomédicas da UFRJ; e Sidarta Ribeiro, Ph.D. em neurociências pela
Universidade Duke, nos Estados Unidos, é chefe do laboratório do Instituto
Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e professor da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A questão levantada pelos cientistas se resume em três pontos. No
primeiro, argumentam que o que é proibido não pode ser regulamentado. A
maconha vendida no mercado ilegal é mais nociva para a saúde de quem
consome, uma vez que a erva pode ser misturada com outras substâncias
mais pesadas, como o crack. O segundo ponto é o de que a Cannabis sativa
pode ser usada como remédio no tratamento de diversas doenças. O
terceiro, e principal ponto da argumentação, diz que a droga faz mal ao
corpo - mas não tanto quanto já se pensou - e que esse problema é bem
menor quando comparado aos males que seu comércio ilegal causa à
sociedade. "Precisamos discutir o que é 'menos prejudicial': os efeitos da
maconha no indivíduo ou a violência associada ao tráfico", diz Rehen.

Os quatro neurocientistas que se manifestaram sobre a política de


repressão à maconha no Brasil. "O que precisamos discutir são quais os
tipos de malefícios "menos prejudiciais" à sociedade: os efeitos da maconha
no indivíduo ou a violência associada ao tráfico?"

As caravelas usadas na descoberta da América tinham suas velas feitas a


partir da cannabis (mais tarde, Napoleão tentaria liquidar a Marinha
britânica barrando a chegada da cannabis russa). Estima-se que, no final do
século passado, até 90% do papel usado no mundo provinha da cannabis,
da qual foi feita a primeira Constituição dos Estados Unidos. Os primeiros
jeans também foram feitos da fibra da planta.

Da cannabis pode-se extrair 25 mil produtos de uso essencial para a


sociedade moderna. Roupas, calçados, produtos de beleza, óleo de cozinha,
chocolate, sabão em pó, papel, tintas, isolantes, combustível, material de
construção, carrocerias de carro e muitos outros produtos fazem da
cannabis uma matéria-prima valiosa para a indústria mundial.

O uso industrial da cannabis sativa foi em grande parte sufocado por uma
campanha agressiva de um concorrente direto: a indústria do petróleo. Em
1940, Henry Ford chegou a produzir um carro com a fibra da cannabis e
movido por óleo da semente da planta. Nos anos seguintes os
conservadores norte-americanos procuraram estigmatizar a planta,
atacando seu uso como droga e apelidando-a de Marijuana - um apelo ao
racismo contra os mexicanos. A campanha resultou na proibição da
cannabis sativa nos EUA.

A cannabis é uma matéria-prima estratégica para a sociedade sustentável.


Ao contrário do petróleo, ela é um recurso renovável e limpo. Seu cultivo
não necessita de agrotóxicos e tem alta performance produtiva, pois cresce
em no máximo 110 dias (podendo ser associado a outras culturas) e cresce
até mesmo em solos inférteis. A cannabis favorece o princípio ecológico do
desenvolvimento de regiões auto-sustentáveis, com plantações e fábricas
lado a lado.

A luta pela plantação da cannabis sativa com uso industrial, já adotada por
grifes internacionais como Adidas, Guess e Calvin Klein, é uma janela de
otimismo para o futuro sustentável do planeta, após o fim do petróleo e
seus derivados.

A aspirina, um medicamento comumente utilizado, causa 110 000 mortes


a cada ano.

Lotus Eco Elise tem o painel feito com material reciclado feito a partir de
fibras do cânhamo.

Um carro batizado de Kestrel, utiliza motor elétrico e traz a carroceria


composta por cânhamo. De acordo com a fabricante, a fibra da planta é
mais viável por não enferrujar, absorver melhor os impactos e ser mais leve.

Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos,


descobriram que a fibra do cânhamo, tem propriedades que a tornam uma
matéria-prima viável e atraente para a produção de biodiesel, um
combustível sustentável feito de plantas renováveis.

O combustível feito de maconha apresentou uma alta eficiência de


conversão – 97% do óleo foi convertida em biodiesel – passou em todos os
testes do laboratório e até apresentou propriedades que sugerem que pode
ser usado em temperaturas mais baixas do que qualquer biocombustível do
mercado.

Parnas diz que são as sementes que podem ser usadas para virar
combustível. O cientista explica que "alguém que planta cânhamo consegue
produzir combustível suficiente para fornecer energia para toda a fazenda a
partir das sementes".

Com a ajuda de seus alunos, Parnas usou óleo de semente de maconha


virgem para criar biodiesel por meio da transesterificação, o processo mais
usado atualmente para a produção de biodiesel. O grupo testou as
características do combustível no laboratório de testes do Centro de
Ciências Ambientais e Engenharia da universidade.

Décadas de exploração irracional do petróleo o tornou recurso facilmente


esgotável nos próximos trinta anos. A sangria de nossas florestas destrói 20
campos de futebol por hora. E a certo tempo, não restarão florestas nem
“ouro negro” sob nossos pés. Um colapso energético é latente e previsível,
aumentam as temperaturas, respira-se mal, o planeta seca, e quem é
culpado? Nós mesmos, que permitimos leis ignorantes e mercadológicas
que impedem uma solução ecológica e socialmente responsável: o
cânhamo. Além de matéria prima para tecidos, papel, fibras e cordames, a
tecnologia atual já permite a fabricação de quase tudo que é feito de
petróleo a partir do cânhamo.

Já é possível até a fabricação de plástico a partir do óleo de cânhamo, sem


contar seus inúmeros usos medicinais. Atualmente, cerca de 100
medicamentos são testados no mundo, a partir do cânhamo. Remédios para
males como AIDS, câncer, glaucoma, esclerose múltipla, entre outros. É
certo que pessoas continuem sofrendo se o alívio está aqui tão perto,
testado e validado?

Hoje, o cânhamo é fonte de receita de diversos países. Experiências bem


sucedidas de plantio ocorrem nos EUA, França, Holanda, Portugal, Grã-
Bretanha e em diversos países europeus. O grande sucesso chinês se deve
em parte ao cânhamo, visto que a China domina 80% deste mercado, com
rendimentos anuais de 38 bilhões de dólares.
Em tempos de escassez de recursos não renováveis uma mentalidade muito
medíocre não nota que a grande saída é uma fonte renovável de energia, e
de colheitas anuais. Enquanto dinossauros apodrecem para fazer um pouco
de petróleo, almejamos uma colheita de cânhamo a cada 3 meses, recurso
inesgotável que depende apenas de duas coisas: consciência e trabalho.

Casa de maconha.

A invenção está deixando em êxtase os ambientalistas. Em vez de tijolos e


cimento, as casas estão sendo erguidas com um composto chamado
maconha-cal. Para tocar o projeto da Universidade de Bath (Inglaterra), os
cientistas usaram uma fibra proveniente da cannabis. O material é
superleve e livre de carbono.

O líder do projeto, Pete Walker, do Centro de Materiais Inovadores para a


Construção, disse esperar que a maconha seja amplamente utilizada em
breve pela engenharia civil, resolvendo ecologicamente um problema do
Reino Unido e de outros países, principalmente no Terceiro Mundo.

Descobriram a cura do crack?

Um grupo de 50 viciados em crack se submeteu a um experimento


comandado por psiquiatras da Universidade Federal de São Paulo: altas
doses de maconha combinadas com terapia. Resultado: 68% deixaram o
crack. Desse total, 100% deixaram a maconha.

Diante dos indícios positivos, os psiquiatras queriam dar mais consistência à


pesquisa, ampliando o atendimento e controlando a qualidade da maconha.

O mais incrível dessa história é que, como no Brasil é proibido o uso


medicinal da maconha, a experiência foi suspensa. Os psiquiatras poderiam
ser enquadrados como traficantes.

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