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Resumo
Este trabalho tem como enfoque a análise da importância que a inclusão do ambiente natural e
seus aspectos têm como vantagem competitiva na metodologia do planejamento estratégico.
Propõe demonstrar que é possível à empresa reduzir custos implementando a gestão
ecológica. Identificando no ambiente natural uma fonte de vantagem competitiva. Discute os
conceitos de sustentabilidade e gestão ecológica e seu impacto nas pessoas e na sociedade
como um todo. Foi desenvolvido em etapas: seleção de autores e material bibliográfico;
modelo contemplando um conjunto teórico embasado em produção científica de autores, cujo
pioneirismo e rigor técnico são reconhecidos pela comunidade acadêmica científica. Tem o
objetivo de descrever um método de introduzir a questão ecológica nos modelos de gestão
praticados nas instituições contemporâneas.
Summary: The focus of this study is to analyse the importance of the inclusion of the natural
environment and its aspects have as competitive advantage on the methodology of strategic
planning. Proposes to demonstrate that it is possible the company reduce costs by
implementing the ecological management. Identifying the natural environment a source of
competitive advantage. Discusses the concepts of sustainability and ecological management
and their impact on people and society as a whole. Was developed in stages: selection of
authors and bibliographic material; contemplating a set theoretical model grounded in
scientific literature of authors, whose pioneering and technical rigor recognized by the
academic scientific community. Aims to describe a method of introducing the ecological
issue management models practiced in contemporary institutions.
1 INTRODUÇÃO
forma contributiva para o entendimento de pontos chaves sobre os principais modelos que
rege o universo da sustentabilidade.
Voltando para a narrativa do tema, observou-se que os empreendimentos
empresariais precisam enquadrar cada vez mais suas estratégias de investimentos ao contexto
ecológico da sustentabilidade, focando os esforços para a obtenção de práticas bem avaliadas
que protejam o meio ambiente, pois além do aspecto legal, se não houver racionalidade na
exploração, conversão e uso de recursos e talentos nas instituições as consequências futuras
das decisões presentes serão desastrosas.
Percebe-se que todo empreendimento, desde o mais simples até o mais complexo tem
uma função a cumprir, um desempenho a alcançar e, segundo Drucker, “Precisa visar, em
primeiro lugar, a obtenção de qualidade e não a qualidade mínima, mais ótima ou máxima”
(DRUCKER, 1999, p. 118). Existe um aumento cada vez maior quanto ao reconhecimento e a
importância da participação total integrada das pessoas nas organizações e principalmente na
sociedade.
Uma forma de analisar o foco do estudo é através da premissa de que ao otimizar
processos, produtos e sistemas, a gestão está contribuindo, não apenas com o
desenvolvimento e sustentabilidade do empreendimento em questão, mais com toda a cadeia
de valor intrínseca a sua atividade; com o desenvolvimento dos stakeholders envolvidos e o
ambiente onde opera, desde que não haja comprometimento ou debilidade em sua capacidade
de desempenho.
Partindo do pressuposto que, com foco em qualidade, melhoria contínua de produtos,
processos e sistemas pode-se reduzir custos, agregar valor e mitigar danos ao ambiente
natural.
Resulta que os modelos de gestão que consideram a sustentabilidade e as práticas
ecológicas em seu planejamento estratégico dentro da área de responsabilidade e autoridade
da instituição alcançam um desempenho aceitável com baixo impacto ambiental.
A questão a ser colocada consiste em buscar o entendimento de como os aspectos
que causam impacto ambiental: energia, água, emissões, resíduos, contaminantes tóxicos,
sejam registrados, analisados e medidos, mitigando assim seus efeitos.
Objetivamente, trata-se de relatar a importância da sustentabilidade sob dois focos:
práticas ecológicas alinhadas ao uso do planejamento estratégico como meio de alcançar o
desempenho aceitável, e se os resultados são realmente de baixo impacto ambiental, quanto ao
processo de produção de produtos e serviços, havendo assim redução dos custos para as
organizações.
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2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Este modo de pensar, nas palavras do ecologista Paul Shepard, “idealiza a vida com
apenas a cabeça fora d’água, poucas polegadas dos limites acima da tolerância da
corrupção do seu próprio ambiente” [...] Por qual razão deveríamos nós tolerar uma
dieta de venenos fracos, um lar em meio a arredores insípidos, um círculo de
conhecidos que não sejam propriamente nossos inimigos, o barulho de motores com
o alivio apenas o suficiente para evitar a insanidade? Quem desejaria viver num
mundo que apenas não chega a ser fatal? (CARSON, 1962, p. 22).
Devido ao fato de que vivemos um contexto onde a mesmice das coisas parece ser
inevitável e induz a aceitação do que é inferior em detrimento do que traz qualidade desde a
concepção até a conversão em produtos e serviços. Para compreender claramente a situação
de que “Os novos problemas ambientais de saúde são múltiplos: foram criados pelas
radiações, em todas as suas variadas formas; decorreram da interminável torrente de
substancias químicas, de que os pesticidas fazem parte.”, (CARSON, 1962, p. 195). Carson
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explica como a agua, o solo, a atmosfera e as formas de vida estão sendo destruídas em
função do lucro fácil, alertando para o fato que há um entrelaçamento entre as diferentes
formas de vida e as condições ambientais que possibilitou o surgimento e a manutenção da
vida. Como um tubo de ensaio em que os resultados se alteram quando as condições
existentes são alteradas, por isso a autora afirma que “A vegetação da terra faz parte de uma
teia de vida em que existem relações intimas e essenciais entre as plantas e o solo, entre umas
plantas e outras plantas, e entre as plantas e os animais.”, (CARSON, 1962, p. 74).
Claro que o tema é anterior a obra de Carson, pois trata-se de uma construção social,
contudo os avanços e retrocessos a partir desta obra, passaram a ter outra relevância.
Em 1968, em Paris, ocorreu a Conferência intergovernamental de especialistas sobre
as bases científicas para uso e conservação racionais dos recursos da biosfera -Conferência da
Biosfera- organizada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO), direcionada somente para os aspectos científicos da conservação da biosfera e
pesquisas em Ecologia. Este mesmo ano foi marcado pela criação de uma importante
instituição denominada Clube de Roma, tendo entre seus associados um grupo representativo
de cientistas, industriais e políticos que levantam questões objetivando discutir e analisar os
limites do crescimento econômico, focando neste debate, o número crescente da população
mundial e o impacto do uso descontrolado dos recursos naturais. O Clube de Roma
encomendou um dos documentos mais importantes em termos de repercussão, o Relatório
Meadows (1972), uma referência até os dias atuais, cuja proposição é de crescimento
econômico zero. Este documento identificou como principais problemas:
A industrialização acelerada;
O crescimento demográfico;
A exploração descontrolada dos recursos não renováveis;
A escassez dos alimentos
E a deterioração do meio ambiente.
A partir de uma visão ecocêntrica (Sistema de valores centrado na natureza.),
concluiu que o maior destes problemas estava na pressão que o crescimento da população
infringia ao meio ambiente. Este relatório tem repercussão até os dias atuais e suas
conclusões, publicadas no livro intitulado Os Limites do crescimento, com projeções que
apontam para a necessidade de estabilizar o crescimento industrial e da população global para
respeitar a finitude dos recursos naturais.
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GRÁFICO. 02: ANÁLISE DE DADOS REAIS ENTRE 1970 A 2000, COM A PROJEÇÃO DE
1972, SOBRE A LIMITAÇÃO QUE IMPEDEM O CRESCIMENTO DO PLANETA TERRA SOBRE A
PERSPECTIVA DA POPULAÇÃO.
Fonte: estudo "Looking back on the limits of growth", via Smithsonian Magazine
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Limites do Crescimento", que previu em seu estudo que se os seres humanos continuassem a
consumir mais do que o planeta é capaz de fornecer, um colapso econômico global com
acentuado declínio populacional poderia ocorrer por volta de 2030.
Segundo o informe, Turner (2012) comparou os dados reais entre 1970 e 2000 com
as estimativas do estudo.
Ele observou que as previsões até agora são praticamente idênticas aos fatos - no
gráfico acima, as bolinhas são as estimativas e os traços, os índices reais da
progressão da população e poluição globais, das reservas dos recursos naturais não-
renováveis e da produção industrial, serviços e alimentos per capita. "Há um alerta
bem claro aqui", diz o físico. "Nós não estamos em uma trajetória sustentável.
(Smithsonian Magazine- 22 de março de 2012 às 19:34 hs.)
incrementais sobre sua base de recursos.” Afirma ainda que os recursos devem ser explorados
de forma eficiente de maneira a se obter diferencial competitivo diante do mercado explorado.
Para concluir este capitulo faz-se necessário destacar a atuação de um dos maiores
militantes da questão ecológica que é o físico Fritjof Capra, autor de vários livros sobre o
tema. Dentre eles o livro Ecomanagement:
Propõe uma cultura organizacional que abarca diferentes percepções, ideias, valores
e comportamentos.
Uma instituição empresarial, qualquer que seja sua natureza, é um sistema auto
organizado com certo grau de autonomia, cujo “padrão de organização é a totalidade de
relações que definem as características essenciais do sistema. ” (CAPRA, 1999, P. 123).
Fazendo um paralelo entre o sistema empresa e um sistema vivo onde deixa clara a
necessidade de mudar a forma como é vista e estruturada as relações com as instituições e o
meio ambiente, a “percepção, dos objetos para as relações, das estruturas para os processos,
dos elementos de construção para os princípios de organização.” (CAPRA, 1999, p. 122).
Capra (1999) sugere a implantação de auditorias (Eco auditorias) como pratica de gestão e
forma de identificar e controlar as manifestações físicas do padrão da instituição empresarial.
A ideia é tratar das consequências que os fluxos de pessoas, materiais e energia como
uma realidade física das empresas, inclusive, das “suas ligações com fornecedores, a
comunidade, o ambiente natural e assim por diante.” (CAPRA, 1999, p. 124).
Capra (1999) sugere o uso de listas de verificação, com o objetivo de assegurar que
aspectos ecológicos significativos das operações da empresa não sejam ignorados, devem ser
usados em conjunto com o fluxograma metabólico.
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Vê-se ao longo deste trabalho, que uma empresa converte valores, materiais,
informações e talentos; em produtos, informações e resultados, em um fluxo contínuo, onde o
ambiente fornece elementos que após um processo de conversão, são devolvidos ao ambiente.
As consequências dos fluxos dessas atividades são de interesse estratégico e devem ser
arranjados de modo a criar vantagem competitiva, de difícil imitação, e com um nível de
qualidade que contemple as questões ecológicas, não apenas o mínimo necessário, mas o
máximo. Deve-se isto ao fato de que a empresa não existe sem o ambiente, não só o
econômico, não só o social, mas fundamentalmente, o natural. É irresponsabilidade não
auditar os efeitos dos fluxos de entrada, dos fluxos das atividades de conversão e saída dos
processos empresariais. Assim como a toxidade e o impacto de materiais, resíduos e emissões
e as consequências para a biosfera e o ambiente natural em sua totalidade.
Por isso o conceito de ciclo de vida e a modelagem de entrada, conversão e saída,
“podem ser usadas para realizar avaliações de suficiência de recursos de forma aplicável
universalmente.” (IVANOVA, 2014, p. 84). Segundo Almeida (2002)
A análise do ciclo de vida (ACV) é uma técnica para avaliação dos impactos
ambientais de um produto, do berço ao túmulo. Isto é, desde o projeto (design) do
produto até a disposição final do que restou do produto consumido – passando pela
obtenção das matérias-primas e insumos na natureza, a fabricação, a embalagem, o
transporte, a utilização, a reutilização e a reciclagem/recuperação. (ALMEIDA,
2002, P. 63)
REUSO
REMANUFATURAMENTO
RECICLAR
(1999, p. 70) estima que “uma taxa anual de aperfeiçoamento de 3% é realista e atingível.”
Por isso é importante, durante o processo de decisão, que as questões ecológicas sejam
consideradas. “De acordo com a visão sistêmica, as propriedades essenciais de um organismo,
ou sistema vivo, são propriedades do todo, que nenhuma das partes possui. Elas surgem das
interações e das relações entre as partes.” (CAPRA, 2004, p. 43). Capra (1995) destaca que o
mundo material não como uma máquina, constituída de uma multidão de objetos distintos;
mas a um todo indivisível, uma rede de relações onde o homem além de observador constitui
um desses objetos.
3 METODOLOGIA
O método dedutivo, de acordo com a acepção clássica, é o método que parte do geral
e, a seguir, desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e
indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é,
em virtude unicamente de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas
(Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao
conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes\ e
irrecusáveis. O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que consiste numa
construção lógica que, a partir de duas preposições chamadas premissas, retira uma
terceira, nelas logicamente implicadas, denominada conclusão (GIL, 2008, p.9).
5 CONCLUSÃO
6 REFERENCIAS
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Editora Cultrix, 1999. http://www.pensamento-
cultrix.com.br
CAPRA, Fritjof. As conexões Ocultas: Ciência para uma vida sustentável. São Paulo:
Editora Cultrix, 2002. http://www.pensamento-cultrix.com.br
CAPRA, Fritjof. Sabedoria Incomum: Conversas com Pessoas Notáveis. São Paulo:
Editora Cultrix, 1995. <http://www.pensamento-cultrix.com.br>
DRUCKER, Peter Ferdinand. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Editora
Pioneira, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Ed. Atlas, 2008.
MEADOWS, Donella et all. The Limits to Growth. NEW YORK: Universe Books, 2007.
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WRIGHT, Peter et all. Administração estratégica: conceitos. São Paulo: Editora Atlas,
2009.