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A Internet ganha espaço da TV

como principal fonte de notícias para o público

Pessoas jovens citam mais a Internet do que a TV

Principais resultados e comentários sobre a pesquisa


pública feita pelo Pew Research Center
A pesquisa foi feita pelo PEW Research Center for The People & The Press, em dezembro
de 2010, nos Estados unidos da América, considerando uma amostra nacional composta
de 1.500 pessoas com 18 anos ou mais e que possuem telefone fixo e/ou celular. As en-
trevistas foram feitas por telefone.

A probabilidade de erro é de 3,0 pontos percentuais para mais ou para menos e detalhes
da metodologia empregada poderão ser obtidas no website da PEW: www.peoplepress.org

Antes de ler os resultados da pesquisa, é importante considerar alguns fatos relativos à


diferenças entre o público e a penetração da Internet no Brasil, quando comparado aos
Estados Unidos. O simples transporte dos dados da pesquisa para o Brasil não será váli -
do. No entanto, pode-se considerar que estes resultados obtidos lá são o retrato de uma
tendência que certamente acontece aqui e que, à medida que se amplia a possibilidade de
acesso à Internet para a população em geral, torna-se uma imagem de um futuro próximo.

Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM) no


início de 2010 mostra:

Quase metade dos internautas (47,7%) costuma ler jornais, blogs ou notícias pela internet.

O índice de pessoas que dizem ler jornais impressos é de 46,1% - as revistas são lidas por
34,9% da população.

Esta pesquisa, "Hábitos de Informação e Formação de Opinião da População Brasileira” foi


aplicada em uma amostra de 12 mil domicílios em 539 municípios em todos os Estados.

Sul, Sudeste e Centro-Oeste são as regiões com os percentuais mais elevados de acesso
a internet – sempre superiores a 45%, sendo que no Sul chega a 48,3%, a maior do País.
Já a região Nordeste tem a menor proporção (37,5%), enquanto, no Norte, o número é de
39,1%.

Pela mesma fonte, apenas 46,1% da população tem acesso à Internet no Brasil (acessível
em http://www.midiarj.org.br/sites/default/files/Pesquisa%20SECOM%202010.pdf ), então
o percentual da população que costuma obter notícias pela Internet fica em torno de 22%.

As duas pesquisas em questão amostraram universos ligeiramente diferentes en termos de


faixa etária. Enquanto a pesquisa da PEW considera pessoas acima de 18 anos, a pesquisa
da SECOM considera a partir dos 16 anos.

Fazendo algumas abstrações, tais como:

1) Jovens de idade entre 16 e 18 anos procuram mais lazer (jogos, vídeos, outros) na Inter-
net do que os demais.
2) Quase metade ( 46,3% ) dos internautas brasileiros procuram lazer na Internet

Uma estimativa então é que o número de 22% da população brasileira que obtém notí-
cias pela Internet hoje, é ligeiramente maior.

Veja no gráfico a seguir a relação entre os percentuais da população que tem acesso à
Internet na América latina e nos Estados Unidos ( considere o número 46,1% mais preci-
so pois foi obtido em pesquisa exclusivamente no território brasileiro enquanto que o nú-
mero do gráfico a seguir considera América Latina e Caribe).

Também, pela tabela da próxima página, vemos que embora o percentual da população
que tem acesso á Internet (América Latina e Caribe) seja a metade dos Estados Unidos,
a taxa de crescimento é quase 10 (dez) vezes maior.
Existem ainda alguns fatores que influirão não só na proporção da população com
acesso à Internet mas também na parcela de usuários que obtém notícias através
dela:

1) As condições de crescimento da economia de cada país

2) O aumento da oferta de banda larga urbana e rural

3) A oferta the áreas de utilização da Internet Wireless fora das residências e locais
de trabalho

4) As TVs conectadas
Os resultados da pesquisa
Nos últimos dois anos mudou pouco o perfil das pessoas que recebem as notícias
nacionais e internacionais pela Internet nos Estados Unidos. Porém, comparado com
dados de 2007, aumentou 17 pontos percentuais.

No entanto, o percentual de pessoas que usam a TV como fonte de notícias (embora


ainda seja alto) vem diminuindo progressivamente. De 82% em 2002, caiu para 74%
em 2007 e agora para 66%.

As pessoas que em 2007 recebiam as notícias por jornal eram 34% e agora são 31%.

Para o rádio, as pessoas que se utilizam deste meio principalmente como fonte de no-
tícias representam 16%, número que vem se mantando estável.

Veja o gráfico:

Onde você obtém a maioria das notícias


nacionais e internacionais
Televisão

Jornal

OBS: A soma das proporções pode ultrapassar 100% porque


os pesquisados podem escolher mais de uma opção
Analisando os dados relativos a diferentes idades, vemos que a tendência de mu -
danças é susceptível de continuar.
Nesta pesquisa de 2010, pela primeira vez a Internet ultrapassou a Telvisão como
fonte principal de notícias para pessoas de 30 anos.

Desde 2007, quase dobrou o número de pessoas entre 18 e 29 anos que afirmam ser
a Internet sua principal fonte de notícias. Passou de 34% para 65%. Neste mesmo
período a proporção de jovens destas idades que citam ser a Televisão sua fonte
principal caiu de 68% para 52%.

Para a faixa dos 30 aos 49 anos a Internet como principal fonte de notícias está ca -
minhando para se igualar à Televisão. Em 2010 já são 48%, 16 pontos percentuais aci-
ma de 2007. Os que citam a Televisão são 63%, 8 pontos percentuais abaixo de 2007.

A Internet também cresceu como fonte principal de notícias para as pessoas entre 50 e
64 anos, que hoje é de 34%, quase igualando aos que dizem ser os jornais sua fonte
principal, que são 38%. No entanto, para esta faixa de idade a Televisão ainda supere,
mantendo 71%.

Para as pessoas acima de 65 anos houve pouca mudança. Comparando com 2007, os
que afirmam ser a Internet sua fonte principal cresceu apenas de 5% para 14%, valor
ainda muito abaixo dos jornais (47%) e da Televisão (79%).

Resumindo, a proporção de pessoas que afirmam ser a Televisão sua fonte principal de
notícias vem caindo em todas as faixas de idade. Dos 18 aos 29 anos caiu 16 pontos,
dos 30 aos 49 anos caiu 8 pontos e acima dos 50 anos caiu 6 pontos percentuais.

Onde você obtém a maioria das notícias nacionais e internacionais


Por idade
De 18 a 29 anos De 30 a 49 anos

Televisão Televisão

Jornal
Jornal

OBS: A soma das proporções pode ultrapassar 100% porque os pesquisados podem escolher mais de
uma opção
De 50 a 64 anos Acima de 65 anos

Televisão
Televisão

Jornal
Jornal

OBS: A soma das proporções pode ultrapassar 100% porque os pesquisados podem escolher mais de
uma opção

O nível de escolaridade também influencia. As pessoas com nível superior estão divi-
didas, ficando 515 com a Internet e 54% com a Televisão.

À medida que diminui o nível de escolaridade, a proporção se altera. Para o grupo


com nível médio a Internet representa 51% enquanto que a Televisão sobe para 63%.
Para níveis de escolaridade menores, a Televisão passa a representar 75% e a Internet
apenas 29%.

Dentro do grupo que recebe as notícias principalmente pela Televisão, também ocor-
rem variações significativas. 36% utilizam os canais de cabo, 22% utilizam as redes
de TV Aberta e apenas 16% utilizam as emissoras locais abertas.

Comparando com informações de 5 anos atrás, os canais de cabo caíram 7 pontos


percentuais (de 43% para 36%), as redes abertas caíram 8 pontos (de 30% para 22%)
e os canais locais abertos se mantiveram estáveis.

Redes a cabo

Redes abertas

Emissoras locais
Sobre o Pew Research Center for the People & the Press

O Pew Research Center for the People & the Press é um grupo independente de pesquisa
de opinião que realiza estudos de atitudes em relação à imprensa, política e questões de
política pública. É patrocinado pela Pew Charitable Trusts e é um dos sete projetos que
compõem o Pew Research Center, uma entidade apartidário que fornece informações
sobre questões, atitudes e tendências que moldam a América e o mundo.

O objetivo do Centro é servir como um fórum de idéias sobre os meios de comunicação


e políticas públicas por meio de pesquisas de opinião junto á população. Nesta função,
ele serve como uma fonte de informação importante. Todos os resultados das pesquisas
são disponibilizados gratuitamente.

Todas as pesquisas do Centro e os relatórios são produtos de colaboração e análise de


toda a equipe do Centro composta por:

Andrew Kohut, Diretor


Scott Keeter, Diretor de pesquisa de opinião
Carroll Doherty e Michael Dimock, Diretores Associados
Michael Remez, Escritor sênior
Leah Christian e Kiley Jocelyn, Pesquisadores seniores
Suls Robert, Neidorf Shawn, e Tyson Alec, Pesquisadores associados
Jacob Poushter, Analista de Pesquisa
Danielle Gewurz, Assistente de Pesquisa

Tradução, adaptação e comentários realizados por Elipse Engenharia e Consultoria

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