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Argumento do texto.
Quais são as ideias centrais do texto? O texto nos trás uma construção sobre o conceito do trabalho
ao longo de toda a sua história para então abordar a contemporaneidade do biopoder e das sociedades
pós-industriais, tecendo uma crítica a apropriação do sujeito e de seus conhecimentos por parte do
capital.
Destacar os objetivos. O principal objetivo do texto é nos trazer uma análise sobre as mudanças
sociais vividas no presente tendo em mente as mudanças vividas no passado, problematizando a perda
de direitos trabalhistas e a desconstrução sindical como problemas modernos de uma sociedade pós-
industrializada.
O que o autor problematiza? O conceito de subjetividade perpasse todo o texto, e o autor busca
problematizar ao longo de toda a discussão os diferentes aspectos da subjetividade ao longo de toda a
trajetória do trabalho, de sua origem até a contemporaneidade.
Referenciais teóricos:
Que considerações finais o autor aponta. Em sua conclusão o autor visa traçar uma crítica ao
avançado do capital sobre o bem-estar, apontando na massificação dos sujeitos a nova forma de
resistência aos modos modelos se sujeição, que precisam fazer frente a um movimento neoliberalista
que busca sujeitar o operário em corpo e mente.
Síntese Pessoal:
Ao longo de todo o texto, o autor nos trás a construção do trabalho e as suas subjetividades, trazendo
desde a concepção do conceito do que é a trabalho até o biopoder e as racionalidades neoliberais
vividas nos dias de hoje.
Aqui, antes de dar continuidade a síntese. trago uma observação e uma crítica muito pessoal a forma
de escrita do autor, em sua construção Sanson optou por utilizar um grande numero de referências,
sendo que muitas vezes suas falas se tornam uma costura dessas. Algumas vezes o autor inicia o
discurso, parte para um citação, inicia a construção de um pensando mas não o concluí, ele trás um a
citação que emendada a sua fala, o que torna sua conclusão redundante mais a frente, um reafirmativa
do autor referenciado. Essa reafirmação argumentativa presente no texto também gerou-me
desconforto, o autor tece um argumento, então o reafirma duas a três vezes, ao ponto de em alguns
momentos do texto surgiu-me o sentimento de “por que ele esta falando isso de novo?”. Visto isso
passo a acreditar que seria possível construir a mesma ideia, com a mesma profundidade teórica em
um texto muito mais enxuto e objetivo, se o autor falasse mais através de suas próprias palavras,
conservando as devidas referenciações e se reafirmasse menos. Minhas crítica no entanto refere-se
apenas forma de escrita do texto, sendo seu conteúdo bem construído e claro.
O texto inicia sua abordagem com a construção do conceito de trabalho em sua origem, quando este
ainda era o fruto colhido pelo suor de escravos e inferiorizado frente a construção do pensamento, indo
para o fruto do indigno do pecado original ao longo da idade média, para iniciar a escalada de sua
relevância social durante o surgimento do protestantismo e do iluminismo, até o ponto de
descentralizar a religião e tornar-se, ele o trabalho, centro do núcleo familiar. Assim a família que
todos trabalham dignamente passe ser mais valorosa que aquela onde todos oram fervorosamente. E
conforme avança em sua esclada de importância, o trabalho mistura-se por fim com o próprio conceito
de vida nas esferas do biopoder e da biopolítica.
Com o principio da industrialização, ocorre a serialização do trabalho, onde uma oficina passa a não
mas fazer o produto inteiro, mas apenas partes individuais deste. O ofício torna-se mais especializado
e o trabalhador perde a visão do todo, fazendo parte da importante da construção de algo, mas ainda
assim incapaz de produzi-lo individualmente. Incia-se aqui o processo de enjaulamento do operário,
onde este começa a perder gradativamente a liberdade de se apoderar de seu ofício, tendo que oferecê-
lo a uma fábrica, pois não tem mais a capacidade de competir com a mesma.
É neste momento, conforme aponta o autor, com a introdução da maquinaria e com o início da
revolução industrial que temos uma série de inversão de valores sociais. A religião passa não mais ser
o centro familiar, espaço este passa a ser ocupado pelo trabalho, assim a família bem vista na
sociedade passa a ser aquela aonde todos os membros que a constituem trabalham. Já no chão de
fábrica a introdução da maquinaria inicia a um processo de desumanização do labore, se antes eram as
mãos habilidosas que devam vida a ferramenta, agora esta dotada de vida própria passa dirigir a mãos
do operário, quanto mais especializada a máquina se tornava menos especializada era a demanda
humana.
Conforme aponta o autor, incia-se o processo enjaulamento do operário, quanto menos habilidade era
exigida deste, menos autonomia ele desenvolvia e mais dependente se tornava da indústria.
Posicionado ao lado da esteira de uma linha de montagem, o funcionários humano era manipulado
pela máquina ao longo de toda a jornada de trabalho em um esforço repetitivo e contínuo. A este não
era dada voz, e a duração de sua jornada de trabalho determinaria essencialmente na quantidade de
valor produzido, que não retornava a ele na mesma proporção.
Este processo de desumanização coletiva, fez emergir então um sentimento de reciprocidade entre
aqueles que juntos trabalhavam, pois estes passaram a compartilhar as mesmas dores, angustias,
objetivos e sucessos. Se o operário era agora generalizado a um número, uma peça, o conjunto de
peças passava-se a ver-se como um coletivo. E fora justamente nesse coletivismo que surgiram os
sindicados, e sua luta coletiva para revindicar diretos e melhores condições de trabalho, iniciando
assim a luta de classes, onde o burguês dono da fábrica media forças com o coletivo operário.
Diferente do Taylorismo, que via na padronização e no esforço continuo repetitivo o cerne para
produção continua de valor, o fordismo via que no bem estar e no equilíbrio entre labore, lazer e
estabilidade residia a produtividade. Se um funcionário padronizado era produtivo, um funcionário
padronizado e satisfeito era muito mais, começa então a surgir o processo que fez emergir a sociedade
do bem-estar. As revindicações sindicais foram lentamente chegando a um ponto de equilíbrio com as
demandas capitalistas, garantido ao operário segurança para gastar o fruto de seu esforço, o salário, em
bens de consumo que por sua vez seriam produzidos pela máquina que o sustentava, fazendo surgir
um momento de equilíbrio, dito pelo autor, como o ponto mais próximo de um capitalismo social.
Embora o autor não consiga precisar exatamente qual foi o ponto onde a biopolítica emerge, onde o
produto imaterial e cognitivo passa a superar o valor do bem físico, é possível perceber exatamente
onde esse tencionamento ocorre quando observamos o início da computação pessoal e diretamente
ligada ao surgimento e consolidação do quase monopólio tecnológico exercido pela Microsoft. No
auge da sociedade do bem-estar, grandes empresas de tecnologia como IBM e Apple ganhavam
espaço em meio a computação empresarial e pessoal respectivamente. E o talvez ponto decisivo da
revaloração do produto material e imaterial possa ser determinado entre o contrato firmado entre Bill
Gates e IBM, onde a Microsoft passaria e fornecer o sistema operacional para todos os computadores
IBM mas, detendo para si o direito sobre esse sistema e a liberdade de revendê-los a quem fosse. Aqui,
nesta contrato, temos a origem do trabalho cognitivo, da produção imaterial. Para os empresários
nascidos do fordismo, o valor, o bem produzido estava no material, naquilo produzido no chão de
fábrica, que pudesse ser tocado, manipulado e vendido. Para Gates, o valor estava no fruto no
imaterial, no complexo conjunto de sistemas imateriais lógicos que permitiria as máquinas física
serem operacionalizadas por humanos, o Sistema Operacional, este que não poderia ser produzido por
um operário se este não estivesse cognitivamente e emocionalmente envolvido. Apesar de
aparentemente pesada afirmação de que este contrato seria o início de uma área pós-industrial,
estamos a falar do contrato deu origem a uma empresa, que através desta filosofia conquistou o
domínio absoluto do mercado (em dados momentos com mais de 90% de presença de mercado) por 37
anos, e ainda mantém presença massiva de mercado no seu devido nicho.
Assim o trabalho novamente muda de forma e diferentemente do pressuposto determinado pelo autor,
de que a empresa “toma posse do conhecimento produzido fora do âmbito empresarial”, a leitura
pessoal que tomo desta afirmação é de que na verdade, voltamos em parte a manufatura, mas desta vez
a uma manufatura digital.
A figura do mestre artesão é substituída pela figura do líder técnico, e as hierarquias de aprendiz,
artesão e mestre são renomeadas por júnior, pleno e sênior. Assim como na manufatura, todos tem seu
devido papel, aqueles que programam, aqueles que usam, aqueles que vendem, aqueles que ouvem
quem usa, aqueles que mantém funcionando e aqueles que anunciam, ou devidamente nomeados como
desenvolvimento, usuário, negócio, suporte, suporte e marketing. Peças distintas de um mesmo
produto, que como na manufatura não pode ser completado por apenas um tipo de ofício, mas pelo
conjunto de todos. O produto visto dessa maneira transborda o software e passa a ser algo maior, que
vai desde sua produção até sua utilização e tudo aquilo que é ofertado ao usuário. Desta maneira surge
uma revaloração das capacidade comunicativas, o grande artesão de nada vale se não sabe se
comunicar com o aprendiz, o grande programador de nada vale se não sabe compreender o que o
negócio demanda. Assim quando o autor nos trás o pensamento de que:
Ele está justamente afirmando que a demanda operária da nova sociedade pós-industrial, é a demanda
por um profissional pensante, capaz de dialogar, questionar e interagir, ironicamente falando, deu um
profissional pré-industrial. Desta forma penso que uma a sociedade pós-industrial não é tão diferente a
sociedade pré-industrial, com diferença de que agora entendemos que todos tem voz, que todos tem
uma construção, uma ontogenia a ser ouvida. Assim começo a questionar o autor, estaria a indústria
tirando proveito dos conhecimento humanos produzidos fora de seu espaço de labore, ou estará a
indústria dando voz ao seu operário e compreendendo-o como um humano pensante a ser valorador?
Questiono a ideia de que o autor constrói de que a indústria se apodera do conhecimento desenvolvido
fora de seu espaço, quando na verdade ela o estimula. Muitas vezes ofertando treinamentos e buscando
contratar profissionais por vezes menos capacitados mas mais motivados e dispostos. Vivemos uma
época de inversão de valores, muitas vezes, especialmente no setor de TI, não esperamos por
resoluções sindicais para resolver nosso problemas, se estamos descontentes com nosso trabalho,
mudamos de trabalho, simples assim.
Para compreendermos esse movimento precisamos trazer o olha para a realidade do trabalho na
indústria da tecnologia, o que temos na verdade é a dissociação dos conceitos de carreira e empresa.
Minha empresa não determinar mais minha carreira e minha carreira existe dentro e fora da empresa a
qual eu estou a prestar serviços, um programador dito sênior, conserva sua titularidade onde quer que
trabalhe, sendo remunerado de acordo indiferentemente do seu “tempo de casa”. Diferente dos
trabalhadores do passado, que necessitavam a permanência no cargo para atingirem uma determinada
condição salarial e que caso trocassem de empresa perdiam parte de tudo aquilo que tinham construído
até o momento (o que estimulava a luta por melhores condições de trabalho e salário), o profissional
moderno sabe que seu tempo de ofício é válido indiferentemente de onde esteja, assim este não espera
mais pelas resoluções sindicais para buscar o que precisa, podendo alcançar por si tal objetivo.
O profissional em tecnologia é sim detentor seu conhecimento, embora que usado pela empresa, é
igualmente remunerado por isso, o “custo” de um programador pleno é ao menos quatro vezes maior
que o “custo” de um júnior, e a mesma métrica se aplica quando comparamos o sênior ao ao pleno. A
imagem de uma empresa dominadora, que suga de um conhecimento pré-estabelecido ao qual ela não
pagou, perde o sentido quando aplicado a ótima de funcionamento da indústria de desenvolvimento
digital, onde o tempo de permanência máximo de um funcionário no seu posto de trabalho na média
geral é de 2 anos, sem que isso impacte negativamente sua carreira ou remuneração salarial. Embora
ainda seja válida quando olhamos para o extremo imposto pela uberização e pela terceirização.
O conhecimento não é roubado como diz o autor, ele é construído pelo trabalhador e pode até ser
usado pela empresa, mas ele não pertence a ela e sim aquele quem exerce o ofício e se dali ele for
embora, ele o leva consigo. Se a minha carreira agora a mim pertence, é natural que de mim seja
cobrado saber o sei, se estou a assumir um salário inicial de 5000 R$ por exemplo, que é a segunda
faixa salarial de um programador pleno (o ponto médio de sua carreira), é esperado que eu saiba o
suficiente para receber tal remuneração.
Para mim, é incoerente pensar que o autor fala em um capitalismo social no mesmo mento em que fala
em um enjaulamento do operário em sua condição e classe social. Como pode pensar em uma
sociedade onde o operário seria para sempre um operário, sem esperar que este algum dia, almejando
ou não, possuísse a possibilidade de ascender a um cargo superior ou mesmo assumir o controle de seu
próprio negocio como o auge do capitalismo social?! Talvez o sentimento de conformidade e a
diminuição dos conflitos sindicais, posicionados ao lado de uma sociedade de volta ao bem estar faça
emergir essa ideia de momento ideal, mas se assim fosse não haveria espaço para um movimento
liberal.
O autor nos diz que o patrimônio do conhecimento pertence ao operário e não a empresa, é importante
compreender que este conhecimento não é roubado do operário mas sim comprado dele. Se eu com 3
meses de empresa, recebemos mais que outro com 10 anos, talvez seja por que eu tenha acumulado
mais conhecimento conhecimento e tenha mais a ofertar. Tempo de serviço a uma determinada
empresa não mais determina valoração, e estabilidade não é mais meta.
Quando o autor trás a realidade do desenvolvimento tecnológico para o “chão de fábrica” e passa
considerar a presunção de um profissional mais tecnologicamente capaz frente aos demais, ele passa a
comparar diferentes esferas da ótica operária, um comparativo sem sentido. Comprar um profissional
de TI capaz de reprogramar um computador, de desenhar uma estrutura CAD a um profissional
meramente operacionalizado que apenas utiliza o sistema é o mesmo que comparar um Doutor ou
Mestre em educação ao um Tutor sem formação didática, que usa do conhecimento produzido por
outro para uma determinada finalidade.
Questiono a ingenuidade do autor em trazer a fala de que a terceirização seria a vingança do capital
por um tipo de sociedade que nem mais existe, se eu detentor de meu conhecimento sou livre para
exercer minha carreira indiferente de onde trabalhe. Se o conhecimento carregado comigo e
desenvolvido ao longo de toda minha ontogenia é o responsável pela estado de minha carreira, seria a
terceirização na verdade a reação do capital as minhas atitudes?
O capital não tem ressentimentos, ele é tão puramente produtivista, materialista, reativo e imediatista,
o simples pensamento de vingança não condiz com sua natureza, o que vemos na terceirização e a
resposta do capital a emancipação do indivíduo, que agora necessita ser um indivíduo pensante e a
dissociação da carreira da empresa. Eu sou aquilo que sou indiferente de onde esteja. Assim afirmo
que o neoliberalisto extremado pela Uberização, que transcende a ótica terceirização, é de certa forma
um tão ruim quando o enjaulamento operário descrito como capitalismo social pelo autor como “o
momento mais próximo do capitalismo social”.
Quando falamos sobre as NTICs, quem realmente está vingar não é o capital do trabalhador, mas o
artesão da fábrica. Se no passado a oficina da manufatura foi extinta por não conseguir competir com a
fábrica, hoje os artesão digital está a vingar da fábrica, pois em um mundo de imaterialidades pode ele
mestre artesão posso enfrentar a indústria em todo o seu poder e vencer.
A critica tecida pelo autor ao trabalho cognitivo e a participação ativa do operário junto ao processo
produtivo realmente me faz questionar quais valores ele está defendendo? Seria a sociedade ideal
aquela que precismo de me organizar em grupo para expressar uma opinião? A ideia não é questionar
a importância do sindicalismo ou a perda dos direitos adquiridos, mas sim o conceito de que uma
sociedade produtivista, onde o funcionário é “preso em uma jaula de aço” não deve ser tida como o
“capitalismo mais próximo do social”.
Pensar em um trabalho mais cognitivo e aproximá-lo de nossas vidas a ponto de tornar-se tênue a
divisão entre trabalhar e viver, embora possa ser ruim em diversos cenários, não é necessariamente
ruim em todos. Sinto que os valores de minha geração são diferentes, não buscamos segurança no que
fazemos, mas buscamos satisfação ao longo do percurso. Por que o trabalho deve advir do conceito
físico de atrito e tensionamento? Sempre tendemos a buscar o sentido do trabalho do labore nas nossas
leituras Marxistas eurocêntricas, constituídas sobre uma ótica de penitência, quando na verdade a frase
que mais estampa o pensamento do proletariado moderno vem da cultura oriental, dita por Confúcio
séculos antes do pensamento marxista: “Trabalhe com o que você ama e você nunca mais precisará na
vida”.
Vivemos em uma sociedade que optou por não aceitar a escolhe feita por nossos pais. Assim entre o
trabalho no chão de fábrica e sua servidão contratual ou o trabalho funcionalismo público e
estabilidade estagnadora, escolhemos o não trabalhar. Abrimos mão muitas vezes da segurança e nos
sujeitamos a certas racionalidade neoliberais não talvez por influência externa de uma “força nefasta”,
mas por uma nova valorização, uma valoração de o que tempo vale mais que dinheiro. Pois assim
como Sanson afirma, a industrialização nos sequestrou do nosso âmbito familiar e constitui no chão da
fábrica uma nova família, vivemos a vida mais através do nosso ofício do que fora dele, e passamos a
recursar a ideia do encaixotamento em horas e de labore e horas de prazer a qual nos recusamos a
aceitar e a normalizar. Desta forma através da leitura do pensamento de Confúcio podemos perceber
que não foi o trabalho que buscou tornar a vida em lucro, mas a nós que buscamos tornar o viver em
remuneração. Não fora o trabalho que se permeou ante a vida, mas a vida que se permeou ante ao
trabalho. E isto responde ao tão enigmático sorriso do entregador de ifood e suas inúmeras horas em
cima de uma moto, que mencionadas no texto sobre uberização.
O que não podemos em momento algum normalizar ou entender como consequência natural de nossas
escolha é a imposição vivida dos demais pensamentos que compõe o raciocínio neoliberal. Não
podemos tolerar que o fim do trabalho seja o fim do sindicalismo, que embora tenhamos prazer em
exercer nosso ofício não devemos nos deixar escravizar por ele. Este talvez seja justamente o último
resquício do pensamento fordista e o principal argumento da uberização, de que se o trabalho nos traz
prazer então ele não é trabalho, logo o profissional não é mais profissional mas um mero prestador de
serviço que esta a fazer algo.
Em minha conclusão, defendo o argumento de que hoje sim, é que estamos mais próximos do
capitalismo social, pois não vemos mais no labore o momento de sequestro de afastamento, de
desprazer ou penitência. O que não podemos tolerar é que a racionalidade neoliberal tire proveito deste
momento para introduzir como “consequência natural” a perda da segurança, da estabilidade sob a
responsabilização do indivíduo. Não podemos permitir a edificação de uma falsa meritocracia que não
dá a todos as mesmas condições de disputa, precisamos compreender que não precisamos silenciar as
vozes do coletivo sindical para que tenhamos voz em nossas individualidades. O que precisamos aqui
é justamente gerar o afrontamento para que as conquistas do passado não seja perdidas, para que todos
tenham a liberdade de escolha e não sejam levados por condições sociais desiguais de formação a
escolhas desumanas de trabalho enquanto a outros é ofertado o céu.
Encerro minha conclusão e crítica, afirmando que precisamos compreender que o operário moderno
não reside mais em Marx mas sim em Confúcio, que seus valores são voltados ao prazer em trabalhar,
pois é no ato do ofício que vivemos a construímos nosso pensamento sobre o mundo, que ao
buscarmos por um melhor trabalhar, estamos na verdade buscando pela sociedade do bem viver sem
trabalhar, onde a recompensa não reside em uma aposentadoria entre ao fim da vida e onde não há
jaulas de aço em nem pecado em se viver daquilo que se ama.
Referências.