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O Lugar

Meu lugar é o meu paraíso se ali tenho o que

preciso e o que tenho, por simples que seja,

me faça viver, sonhar, sorrir, e pra mim seja

algo de profundo prazer e porvir.

Falo do gosto - na vida -  de ter forças pra lutar,

pra abraçar o rosto do amanhecer, da tarde, do

anoitecer e de todos os  (inumeráveis)

próximos - amigos,

alguns dos quais até apresento:

minha árvore, meus pássaros, meu riacho,

ou mesmo o singelo banco em que me sento,

onde por vezes até, refletindo, me acho...

É, o meu lugar é onde tenho os melhores laços.

É ele o melhor amigo,

o  nosso mais fausto e prazeroso abrigo (...)

O nosso melhor lugar

é o que dá forças pra gente não parar,

mas, sim, com fé agarrar a lida,

e fazer o que a gente sente no peito,

fazer do nosso jeito, o que gosta

mesmo que não dê conta

de decifrar as luzes
e os incontáveis embustes e embates da vida

ou entender suas esdrúxulas e inesperadas

propostas, corridas, feridas, saídas...

Falas da cidade

             As pedras da cidade falam,                  

             os prédios da cidade falam.                   

             As pontes e fontes, limites e desafios. 

             cada um tem suas mensagens,         

             no silêncio falam sim!

            As bocas da cidade falam,

            os becos da cidade falam.

            As praças e preços, os morros e rios,   

            cada um tem suas mensagens,    

            no silêncio falam sim!           

               

            As frentes da cidade falam,

            as frestas da cidade falam,

            as festas funerais, os muros e quintais,  

            cada um tem suas mensagens,

            no silêncio falam sim!

           Tem que ouvir a cidade,  

           ler suas falas  escondidas nas paisagens, 

           pensamentos e sentidos da cidade.


           (Poema extraído do livro "Geografia em

                   tempos, espaços, pensamentos...)

Desvendar é preciso

 Toda história  é convite pra navegar

em águas profundas, em vagas fecundas,

    em faces desnudas, em chaves do mundo

que contam seus vultos, que somam seus  fluxos,

seus  luxos, lutos, insultos. 

Ela guarda  as verdades mais secretas, discretas  

que encantam  as mentes mais inquietas 

por desvendar  toda a terra,

desvelando os permeios

das (des) humanas guerras   

que (re) fundam a  própria  história.   

Ela permite  espreitar, 

dos homens, os corações,     

suas  razões, seus caminhos e comunhões,   

encruzilhadas e  divisões,

           seus atalhos e encalhes ou pontos

(de)fendidos em seus sentidos

mais  escondidos. 
Navegar é preciso pelo mar do desvendar. 

Desvendar  o homem,  a terra,

seus sentidos e luzes enterrados

   nos escombros da  história

que está sempre  a ser

reconstruída,

redescoberta,

reinventada,

reesculpida.

               (Poema extraído do livro "Geografia em Poesias:                           tempos, espaços,
pensamentos...)

Disponível em: https://sites.google.com/site/geopoemusica/

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