FATO SOCIAL
RESUMO
Os objetivos do presente tipo são: distinguir como serão os deveres sociais pelo
homem, a maneira como ele age dentro de uma sociedade e como os deveres são aplicadas
por eles.Divulgar as idéias sobre um estudo dos fatos sociais como “coisas”, dentro de um
projeto geral sobre a sociologia em duas formas de estudo, quais sejam nas formas morais e
formas jurídicas.
INTRODUÇÃO
caracterizar o seu método e analisar cientificamente a nossa realidade social, sua legitimidade.
primeira obra de Durkheim foi, A divisão do trabalho social (1893), onde cria dois princípios
autonomia, a realidade. Envolve a mentalidade e a moral do individuo, de modo que ele age
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Acadêmica do Período 2° da Turma Alfa Noturno do Curso de Direito da Faculdade Atenas – Paracatu-MG.
Disciplina: Sociologia Jurídica. Professor: Marcos Spangnuolo. maralarissajp@yahoo.com.br
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sendo original nas semelhanças entre os membros individuais. Deve haver este ato de coerção,
de igualdade para o grupo permanecer coeso, disposto a não tolerar qualquer particularismo
dos indivíduos nos grupos. Já a solidariedade orgânica visa a individualidade. Vêem ter uma
autonomia individual e livre. Aqui a divisão de trabalho contribui para formar uma
sociológico (1985), analisando os fenômenos sociais, onde ele observa os fatos sociais, a
sociedade como uma consciência coletiva. É através desta consciência que, de fato, o social é
Uma das diferenças é que o fato social se torna coercitivo, ou seja, vem imprimir suas
características aos indivíduos. O conhecimento dos fatos sociais deve esclarecer os efeitos
Esses fatos sociais são vistos como coisas tem que ter noções de presumir
significados, ou seja, imaginar que tudo sairá conforme planejamos, ou, ter caráter para ser
Esta objetividade em buscar a legitimidade dentro dos fatos sociais foi criado em
sua obra, O Suicídio (1897), a qual, no grupo social o individua que faz parte cria suas
próprias exceções.
Os fatos sociais possuem características, pois distinguem dos fatos que ocorrem
dentro da sociedade. A primeira característica é de exterioridade, que são fatos sociais fora
não ser de uma determinada maneira, não executando o ato em si. Estas regras de conduta que
existe pode ser chamadas de atos religiosos, políticos, conjugais, etc., em diversas maneiras
na consciência coletiva.
A segunda característica é a coerção. Para ser social, o fato tem que estar fora de
nós, cumprindo um poder autoritário. Exemplo disso é o caso dos pais, onde a consciência
coletiva estebele que os pais devem cuidar dos filhos ate a maior idade e estes filhos devem
respeitar os pais, não respeitando eles irão sofrer as conseqüências estabelecidas pela moral
social.
ser social, além de ser fora dos indivíduos tem q ser autoritário. Quanto mais geral for o fato,
maior é o poder de imposição sobre o individuo, sendo aceito só por uma parte da população.
O comportamento a esta regra social não é um fato social, pois este comportamento não afeta
a coletividade. Durkheim em uma definição parcial diz: “fato social é toda maneira de agir, de
pensar e sentir”, está fora das consciências individuais, possuindo um poder de coerção sobre
os indivíduos.
individualidade. A educação é “um esforço contínuo para impor às crianças maneiras de agir,
de pensar e de sentir” que tem na coletividade. É em qualquer educação, seja ela familiar,
Segundo Durkheim, “é a própria pressão do meio social tentando moldá-la à sua imagem,
pressão de que tanto os pais quanto os mestres não são senão representantes e intermediários.
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Os fenômenos sociais por ele definido, pode também ser correntes sociais. São
futebol, quem nunca falou palavrões acabam falando, pois é motivado pela multidão que sente
Outra importante diferença que Durkheim faz entre fatos sociais é: “maneiras de
sua casa, nem suas roupas, pois cada comunidade tem um padrão de habitar e de vestir
das idéias para os fatos e não dos fatos para as idéias, sendo de maneira incorreta de observar
os fatos sociais, pois não traz um resultado objetivo e sim de subjetividade, noções que não
correspondem à realidade.
generalidades filosóficas e cria a ciência social, tomando as idéias como objeto dos próprios
fatos. Para Comte a humanidade tem uma idéia de que cada vez mais a natureza humana se
da moral partiria das idéias para a análise dos preceitos, devendo partir dos fatos, isto é,
espetáculo de regras que funcionam sob os nossos olhos. A economia política tem em que os
homens agem sobre “aquisição de riqueza”, ou seja, a lei da oferta e da procura partindo dos
fatos.
Os fenômenos sociais são coisas e deve ser tratado como coisas, o que impõe a
observação. Os fenômenos sociais não são coisas materiais, pois constituem coisas materiais
Tratar fatos de uma certa ordem como coisas, não é, pois, classificá-
los nesta ou naquela categoria do real: é ter, em relação a eles, uma certa atitude
mental. Seu estudo deve ser abordado a partir do principio de que se ignora
completamente o que são, e de que suas propriedades características, assim como as
causas desconhecidas de que estas dependem, não podem ser descobertas nem
mesmo pela mais atenta das introspecções. (SILVA, 2006, p. 107).
como fatos. A primeira regra é que todos os sociólogos devem afastar os fatos fora da ciência,
experiências da vida humana. A segunda regra é que o cientista deve definir o fato social que
ele deseja explicar. Definir de uma forma objetiva nos próprios dados sensíveis. Entende que
a sensação de apreender os caracteres fora dos fatos sociais. A terceira regra é que todo
sociólogo explore os fenômenos sociais, esforçando que eles sejam isolados das
manifestações individuais.
3 O NORMAL E O PATOLÓGICO
No mundo há uma polêmica muito grande dentro da ciência, até onde a ciência
nos vai revelar o que é bom ou ruim, o que devemos ou não desejar. Durkheim não encontra
dificuldade para resolver esta polêmica, pois revela com objetivo à distinção entre o normal e
As analogias que faz entre doença e saúde, que faz entre os organismos humano e
social. Sofrimentos e dor não é sintoma de doença; pois no organismo há casos graves sem
dor e sofrimento, dores saudáveis, até prazeres que ao contrário, são sintomas de doença e
médio é considerado tipo normal, pois é freqüente em formas habituais, o tipo padrão de
saúde. Pode ser considerado tipo médio se tal ou qual fenômeno social é normal ou anormal,
Essa definição do que é normal traz vantagens, pois a objetividade é exigida pela ciência. Por
isso que Durkheim averigua onde se funda as natureza das coisas, porque além de mostrar o
que é fato social em geral, manifesta a generalidade e normalidade das condições sociais do
fato social.
regras para descobrir esta distinção: 1)”O fato social é normal pelo tipo de sociedade em
generalidade dos fenômenos que prende as gerais condições da vida coletiva no social” e, 3)
“Verificar a necessidade do fato que liga ao aspecto social que não cumpriu sua evolução”.
Nestas regras podemos colocar o exemplo do “crime”, pois é fenômeno social e normal, pois
fundamentais e toda a vida social e, por isso mesmo, tem sua utilidade.
Esta criação de regras, não só por ele é defendida, porque na sua avaliação, elas
de agir, pensarem diretamente ligados entre si e á sociedade, que não existe fator para que eles
Esta solidariedade manifesta nas sociedades onde a divisão do trabalho desenvolve, onde os
organismo social como todo. É neste entender que nós tomemos consciências que qualquer
que seja a profissão, funções que viemos desempenhar uns dos outros para sobreviver, e para
órgão.
ausência desta que os indivíduos criam vínculos existentes entre eles para indicar semelhança
parentesco da sanguinidade, onde não há divisão de trabalho entre seus membros. O clã é a
iniciou o processo de divisão de trabalho, não alterando a natureza da solidariedade social que
existe nas sociedades segmentares. Tudo isso quer dizer que a autoridade que dispõe a
sociedade aos indivíduos foi transferida para o novo órgão, o que nasce: o chefe
Pode dizer, que quanto mais na divisão do trabalho, menos a força da consciência
historias. As idéias comunistas surgem das sociedades primitivas, não existindo divisão do
São decepcionantes estas idéias, pois os interesses são dos indivíduos sobrepondo
regras de organização que se encontram as sociedades para regular os diversos órgãos que
compõem a sociedade.
diversos órgãos que compõem o organismo social, cumprirem regras que regulam as relações
entre os setores da sociedade, sendo assim, as associações profissionais criando estas regras.
Teríamos regras de convivência inadequada para o bom convivo social, e regras não
duradoura que podem facilmente castigar pelos próprios indivíduos que a criam.
Está claro que as associações profissionais como preocupadas como todo social e
não sindicatos, que se preocupam com os conflitos sociais, os castigam mais ainda.
Durkheim em seu entendimento, o suicídio pode ser considerado fato social, pois
o próprio suicida sabe muito bem das quais as conseqüências que irá trazer. Para ele,
“suicídio”:
O suicídio são conjuntos que ocorrem na sociedade, que tem sua unidade e
suicídio é cometido pela falta de “razões de existência”, onde a pessoa fica orientada por
tem menos tendência que o homem, a sociedade é menos necessária, já o homem não, é um
ser social complexo, ele só se mantém em equilíbrio se tiver um apoio, perturba com mais
facilidade. O suicídio altruísta ocorre pelo apego à vida ou valores sociais, a sociedade mesmo
o destrói. Os indivíduos se matam quando “existe qualquer coisa que eles amam mais que a si
próprio”. (Durkheim: 1993, p.116). O suicídio anômico ocorre pela ausência de regras de
convívio social, coloca os indivíduos inferiores, uma desorganização social que não deixa se
A divisão do trabalho é uma fonte de alienação do homem, com isso ele se perde a
visão social e a atividade se torna repetitiva. Mas para Durkheim pode ser fonte de
integração social são observadas entre divisão das ciências e destas ciências orgânicas.
Durkheim (1984), diz que os fatos sócios penetram em todas as partes, “existem
comum”.
As ciências morais e sociais não estão organizadas, pois foram as ultimas a serem
criadas na ciência positiva e não tiveram contato com as outras para se organizarem. Para que
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elas se organizem é necessário que todos os cientistas estudem os mesmos objetos. Cada
O fenômeno da economia divide-se em órgãos para terem funções para cada um.
À medida que o mercado expande ele não representa seus limites, e é por aí que surge as
A vida do mercado não é mais como antigamente, onde não havia ameaça de
porque não foi criadas regras para regular os órgãos que surgiram na sociedade, divida a
perdendo interesse por sua atividade, não compreendeu a importância de sua função para o
organismo social.
indivíduos de “substrato social”, como e qual as maneiras eles se associem para sobreviver.
Durkheim (1984), diz que a consciência coletiva nasce do substrato social, das
consciências particulares, ganhando vida própria existindo fora das consciências particulares e
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CONCLUSÃO
um novo tipo.
distintas, não podendo ser em uma série única. A medida que ela se expande, as pessoas da
função deve manter relação recíproca, apesar de ser individuais, mas manter solidários.
criando as concepções de vida e do mundo, evidente que não está na ciência, mas é o caso da
sociologia.
A ciência para ser tal deve se afastar o valor, o ideal, e é com materiais científicos
que faz sua moral. Onde o fato de algo que seja assim não determina que deva ser assim.
Contribui para a solidariedade social, noções de idéias e interesse dos indivíduos dentro do
interior da sociedade.
fraternidade no direito, pois os indivíduos consideram titulares de direito e não como coisas
SOCIAL FACT
ABSTRACT
To distinguish as they will be the social duties for the man, the way as it inside
To divulge the ideas on a study of the social facts as “things”, inside of one
treated scientific one, to determine the object of proper sociological and methodological
study. A general project on sociology in the two forms of study, being in the moral forms and
legal forms.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. 7. ed. São Paulo:
Editora Atlas, 1999.
NETO, A. L. Machado. Sociologia Jurídica. 6. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1987.
SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica: introdução a uma leitura externa
do direito. 3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.
SILVA, José Otacílio da. Elementos da Sociologia Geral: Marx, Durkheim, Weber,
Bourdieu. 2. ed. Cascavel: Edunioeste, 2006.