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Stengers e Sztuzman são deleuzianos. A primeira com Prigogine utilizou o filósofo francês como
fonte de explicação do universo como um sistema aberto. Ambos parecem referenciar a ideia
de uma ciência nômade de Deleuze, que leu Castres – , que com Guattari escrevem em Mil Platôs
um capítulo sobre a “máquina de guerra”, um contra-Estado do pensamento, trazendo a
pol´tiica para fora do campo da coerção, da representação e da unificação. Cosmopolítica é um
temro de Stengers – fazer o cosmos, o que não é reconhecidamente político, o mundo dos não
humanos e das indeterminações insistir sobre política ; fazer com que a construção do mundo e
do que chamamos de natureza – isto é o trabalho mesmo das ciência –sejam incluídos numa
pauta de luta política.
Aliás, muitos dizem que o pensamento nômade de Deleuze seria uma referência ao pensamento
indígena – porque ele leu Clastres.
Reflexões do Leo:
lembrando que feitiçaria e hechizaría, vem de feito e hecho – literalmente é o ato de se
fazer alguma coisa, sendo o feiticeiro quem o faz
não à toa, em português e nas religiões de matriz africana, utilizamos o termo “trabalho
feito” (contra ou a favor de algo ou alguém).
O capitalismo é um trabalho feito contra nós – para nos seduzir. E que nos obriga a fazer
algo, trabalhar, não para nosso próprio bem-estar, mas para o bem-estar de outros.
O trabalho e o negócio (que vem a ser a negação do ócio, aliás), são o ato de fazer
alguma coisa nesse contexto da produção capitalista (e na física, trabalho, tau, é o
desprendimento de força para o deslocamento da matéria). Algo que é feito, mas que
se faz, encobrindo-se
Na arquitetura tal trabalho que ao ser feito, encobre-se, tem representação literal no
ato do pedreiro que ao fazer algo na obra, está ao mesmo tempo escondendo todas as
marcas do que ele mesmo fez (tijolos, canos, vergalhões e conduítes por trás de
acabamentos), como já nos dizia Sérgio Ferro.
Seria o cornonavírus o feitiço da floresta para nos desencantar do feitiço do capitalismo?