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AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

_________________ - ___

Autos n. xxxxx
Auto de Prisão em Flagrante de Origem n. xxxx
Ofício n. xxxx

RÉU PRESO

(NOME), (nacionalidade), (estado civil), (profissão_, inscrito no CPF sob o

n. XXXX e no RG n. XXXX, Órgão Emissor, filho de (nome dos pais), residente e

domiciliado na Rua XXXX, n. XXX, Bairro XXX, CEP n. XXXXX-XX, em (cidade)-

(estado), sem endereço eletrônico, vem, respeitosamente, perante V. Exa., por

intermédio de seu advogado subscritor, requerer

LIBERDADE PROVISÓRIA

Com fulcro nos artigos 310 c/c 350 do CPP, nos termos a seguir expostos:

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1. DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente é pobre na acepção jurídica, não possuindo condições

financeiras de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sem

prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.

Assim, a concessão dos benefícios da gratuidade da justiça é medida que

se impõe, nos termos do artigo 98 e seguintes da Lei 13.105/2015.

2. BREVE SÍNTESE PROCEDIMENTAL

O presente feito é oriundo do auto de prisão em flagrante n. XXX, que em

(dia) de (mês) de (ano), por volta das (horas), o requerente foi preso em flagrante por

_________________, após denúncia de suposta ___________________________, nos

seguintes moldes:

(CÓPIA TRECHO FLAGRANTE)

O Requerente, atualmente, encontra-se recolhido em uma das celas da

Penitenciária ____________________.

A prisão do requerente foi devidamente comunicada ao juiz de plantão,

realizando-se a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, sob os seguintes

argumentos:

(ARGUMENTOS DO JUÍZO)

É o relatório do necessário.

3. DOS REQUISITOS PARA MANUTENÇÃO DA PRISÃO

CAUTELAR

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O enclausuramento provisório, através de qualquer das hipóteses de

prisão cautelar de natureza processual, é medida extremamente drástica, devendo ser

reservada para casos excepcionais.

Sobre o tema preleciona o prof. TOURINHO FILHO, em sua

conhecida obra PROCESSO PENAL, Saraiva, 12ª ed.,1990, vol.3, pag. 406:

“Já vimos que a prisão que antecede àquela resultante de um decreto


condenatório do Órgão Jurisdicional é sempre e sempre uma medida
excepcional, uma medida extrema, ditada exclusivamente por um estado de
necessidade em prol da Administração da Justiça...”

Mas adiante, assevera o citado autor, ao comentar acerca da

concessão da liberdade provisória nos casos de prisão em flagrante (obra citada, pag.

406):

“Como se percebe, em nenhuma fase da história do Brasil o respeito à


liberdade individual foi tão profundo...” “ ...Nunca, mesmo nos governos mais
liberais, compreendeu o legislador que a prisão provisória é profundamente
comprometedora do direito de liberdade e, por isso mesmo, deveria ser
reservada, como o é agora, as hipóteses estritamente necessárias – garantia da
ordem pública, conveniência da instrução criminal e perigo de uma insatisfação
da pena”.

Assim, através da Lei nº 6.416/77, inseriu no art. 310 do CPP, um parágrafo

único, autorizando ao Magistrado a concessão de liberdade provisória nos casos de

prisão em flagrante, “quando verificado pelo juiz a inocorrência de qualquer das

hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312)”.

Dessa forma, a manutenção da prisão em flagrante, em nosso sistema

jurídico-penal, restou condicionada à existência da necessidade de garantia da ordem

pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei

penal, sempre quando induvidosa a materialidade do delito e indiciada a sua autoria.

Deve ser salientado que, nos termos do art. 5º, inciso LVII, da

Constituição da República, “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em


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julgado da sentença penal condenatória. No mesmo diapasão estabelece o inciso LXVI

do supracitado dispositivo constitucional: “Ninguém será levado à prisão ou nela

mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.

Assim, A PRISÃO DO REQUERENTE NÃO SE ENQUADRA EM

NENHUM DOS PRESSUPOSTOS ACIMA ELENCADOS, como bem se pode notar

nos autos de prisão em flagrante.

Insta salientar que o requerente é RÉU PRIMÁRIO e não possui maus

antecedentes, todavia, não representa risco a aplicação da lei penal que venha por um

acaso ser imposta.

Ademais, conforme os documentos ora anexados à esta peça, o requerente

sempre foi pessoa honesta, trabalhadora, trabalhando como ________________ –

TRABALHO LÍCITO – desde XX/XX/XXXX, além de possuir RESIDÊNCIA FIXA.

Com efeito, não há qualquer fato que demonstre a insegurança para a

ordem pública ou econômica, para a conveniência da instrução criminal ou para a da

aplicação da lei penal, já que não se denota qualquer comprometimento da paz social

em virtude da prática do suposto crime imputado ao ora requerente, bem como não há

demonstração de aliciamento de testemunhas ou auxiliares do Juízo ou impossibilidade

do cumprimento de eventual decreto condenatório.

Registre-se que “o princípio constitucional de inocência impede a prisão

cautelar quando não se encontrarem presentes os seus requisitos, fundados em

fatores concretos” (HC 124123 / TO, SEXTA TURMA, STJ).

Assim, os efeitos de manter o requerente preso só poderiam ser

prorrogados se presentes os motivos ensejadores da prisão cautelar. Afirma-o o

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parágrafo único do art. 310, do Código de Processo Penal, com a nova redação dada

pela Lei n. 6.416/77, secundada pela jurisprudência, in verbis:

“Na sistemática legal vigente, inocorrendo qualquer das hipóteses que


legitimam a prisão preventiva, a prisão em flagrante do agente pode ser
relaxada, operando se a conversão em Liberdade Provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação do
benefício legal. É que constitui preo¬cupação hodierna evitar se o antecipado
cumprimento da pena e os malefícios do contato do criminoso primário com
empedernidos marginais, nos estabelecimentos penais do País” (RT-521/357).

Logo, o requerente preenche os requisitos para, em liberdade, se defender

da imputação que lhe é feita, porquanto, em liberdade, não atentará contra a ordem

pública, não perturbará a instrução criminal e não prejudicará a aplicação da lei penal.

Vale dizer, inexistem as hipóteses autorizadoras da prisão preventiva.

Por fim, não se fazendo presentes os requisitos da prisão preventiva, bem

como pelo fato do requerente ser hipossuficiente, a concessão da liberdade provisória

sem fiança, é medida necessária.

4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e

seguintes do Código de Processo Civil;

b) A intimação do Douto representante do Ministério Público para sua

oitiva;

c) A concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, visto

ausentes as hipóteses ensejadoras do art. 312 do Código de Processo

Penal, expedindo se lhe, por conseguinte, o imediato alvará de soltura.

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Termos em que,

Pede deferimento.

(Cidade-Estado), (dia) de (mês) de (ano).

ADVOGADO
OAB

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