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CARTILHA

4
COMPRAS PÚBLICAS
Versão 2.0 27/10/2017
© 2017. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná – SEBRAE
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
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Presidente do Conselho Deliberativo


Ágide Meneguete
Diretoria Executiva
Vitor Roberto Tioqueta
Júlio Cesar Agostini
José Gava Neto
Unidade de Ambiente de Negócios
Cesar Reinaldo Rissete
Luiz Marcelo Padilha
Unidade de Atendimento Empresarial
Joailson Antonio Agostinho
Carla Selva Rodrigues dos Santos
Unidade de Gestão e Inovação de Produtos
Joana D’Arc Julia de Melo
Coordenação Técnica do Desenvolvimento
Christiane Cardoso Moreira
Elaboração
Joseli Stival - Consultora credenciada
Contribuições
Robson Crestani
Editoração
Ceolin e Lima Serviços Ltda
SUMÁRIO

Palavra da Diretoria...............................................5

Introdução................................................................6

DESCOBRINDO QUAL É O SEU NEGÓCIO...........8


Se tornando um fornecedor dos órgãos públicos................................... 9
Para sua empresa participar das licitações é fácil.............................. 10
Participar de licitações pode ser um processo
viável para sua empresa........................................................................... 11
Como minimizar os riscos de ser um fornecedor público?.................. 12
Como participante de uma licitação você possui algumas
responsabilidades...................................................................................... 15
Você sabia que os pequenos negócios possuem tratamento
diferenciado?............................................................................................... 17

ESTEJA ATENTO AOS PASSOS DE UM


FORNECEDOR DO GOVERNO..............................20
Descubra onde estão as oportunidades para o seu negócio............. 21
O que o empresário deve fazer para participar das licitações e
contratações públicas?............................................................................. 23
Como um pequeno empreendimento, você possui diferenciais......... 24
Confira quais são as modalidades de contratações públicas e
governamentais.......................................................................................... 26
? COMO PARTICIPAR DE LICITAÇÕES EM MEU
MUNICÍPIO?..........................................................44
Local para informações............................................................................. 44
Orientações para participação................................................................ 44
Quais são as oportunidades para as atividades que atuo?................. 45
Histórico de compras................................................................................. 46

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Palavra da Diretoria
Um mercado de oportunidades
As compras governamentais são mercado aberto para micro e pequenas empresas.
Com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa os empreendedores conquistaram um
tratamento diferenciado, que os torna mais competitivos na hora de participar de uma licitação
em órgãos de governos municipal, estadual e federal. Contudo, é preciso estar preparado
para entender os processos legais, normas e as peculiaridades que este tipo de negociação
com o poder público exigem.
Para levar mais informações, conhecer sobre as licitações e preparar
microempreendedores individuais e empresários de micro e pequenas empresas para as
compras governamentais, o Sebrae/PR criou essa cartilha, que trata do tema de forma prática.
O Sebrae/PR atua em todo Estado para o fortalecimento de um ambiente que
facilita e estimula novos negócios,beneficiando não apenas as micro e pequenas empresas
e os microempreendedores individuais, mas a economia e a sociedade. Os pequenos
negócios,quando vendem para os órgãos públicos de suas cidades e regiões, fortalecem
a cadeia econômica local. Assim, aproveitar as compras governamentais para fomentar
negócios e estar preparado para atender esse mercado significa gerar mais oportunidades de
emprego e renda no seu município.
A missão do Sebrae/PR é promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável
dos pequenos negócios e estimular o empreendedorismo. No Paraná, há mais de 40 anos
auxiliamos empreendedores a constituir e dar continuidade a negócios que são a base da
economia nos 399 municípios do Estado.
Disponibilizar soluções, auxiliar e preparar empresas para o mercado
das compras governamentais é, acima de tudo, uma estratégia de
atuação para o desenvolvimento da economia paranaense.
Contem sempre com o Sebrae, parceiro dos pequenos
negócios no Paraná.
Vitor Roberto Tioqueta
Diretor-superintendente
Julio Cezar Agostini
Diretor de Operações
José Gava Neto
Diretor de Administração e Finanças

Diretoria Executiva do Sebrae/PR

5
Introdução

As Compras Públicas e Governamentais podem ser um ótimo


negócio para os pequenos empreendimentos do Paraná. Desde 1988,
com a promulgação da Constituição Federal, os pequenos negócios
passaram a ter tratamento diferenciado, favorecido e simplificado nas
suas obrigações. No ano de 2006 a Lei Complementar nº 123, mais
conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de
Pequeno Porte, concede às Micro e Pequena Empresas (MPE) um
espaço maior no quesito acesso à mercados e licitações. A atualização
ocorrida em 2014 pela Lei Complementar (LC) nº 147, ampliou o leque de
benefícios nas licitações, aumentando ainda mais a competitividade dos
pequenos empreendimentos diante das médias e grandes empresas. As
leis complementares 123 e 147 não possuem em seus objetivos apenas
o favorecimento dos pequenos negócios, mas também a simplificação
de suas obrigações e o acesso às licitações de modo a incentivá-
las. Este ambiente legal foi responsável no ano de 2015, por uma
representatividade da MPE nas compras públicas de 16,9%
do total gasto pelo Governo Federal, o equivalente
a R$ 7 bilhões. As MPE são responsáveis por
27% do Produto Interno Bruto do Brasil
(PIB) e por 52% dos empregos formais,
de acordo com o último levantamento

6
do SEBRAE, o que consequentemente gera mais oportunidades de
negócios e um desenvolvimento social e econômico em suas regiões,
municípios e estados.
Entrar no mercado das compras públicas no Brasil pode ser
utilizado como uma estratégia para as MPE e para o microempreendedor
individual (MEI), visando crescimento e desenvolvimento sustentável
dos seus negócios em um mercado cada vez mais competitivo. Essa
cartilha foi elaborada para que você empreendedor, tenha acesso a
todas as informações que norteiam esse mercado de oportunidades.
O SEBRAE/PR e a salas do empreendedor de sua região se colocam à
disposição para esclarecer eventuais dúvidas.
Boa leitura.

7
S C OBRIND
D E O QUA CI O
L É O SEU NEGÓ

Antes de entrar em um processo licitatório e concorrer para ser um


possível fornecedor dos órgãos governamentais e públicos, é preciso conhecer
claramente “qual o tipo do seu negócio”, ou seja, qual o porte da sua empresa,
qual a sua atividade econômica (bens ou serviços), e se os produtos ou serviços
se encaixam nas oportunidades oferecidas pela Administração Pública.
Para que você descubra qual o porte da sua empresa deverá se
basear em duas informações primordiais estipuladas pela Lei Complementar
123/06 como condições de enquadramento. A primeira informação refere-
se ao registro das empresas, a LC estabelece que microempreendedores
individuais são as pessoas que trabalham por conta própria e possuem
registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, microempresas
ou empresas de pequeno porte como sociedade empresária, sociedade
simples e empresários devidamente registrados na Junta Comercial
estadual ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (cartório).
Mas afinal, qual o enquadramento da minha
empresa, ME, EPP ou MEI? Além dos requisitos
acima citados, a LC estabelece que a segunda
condição para o enquadramento está
relacionada à receita bruta anual das
empresas. Abaixo detalhamos a
principal diferença entre elas:
• Microempreendedor
individual (MEI):
Empresa a qual sua

8
receita bruta anual seja igual ou inferior a R$ 60 mil (sessenta
mil reais), podendo se ajustar ao Simples Nacional. O MEI em
particularidade, não poderá ter participação em outra empresa
como sócio ou titular;

O • Microempresa (ME): Empresa a qual sua receita bruta anual seja


igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais),
podendo se ajustar ao Simples Nacional;
• Empresa de Pequeno Porte (EPP): Empresa a qual sua receita bruta
anual seja superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)
e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil
reais), podendo se ajustar ao Simples Nacional.

1 Se tornando um fornecedor dos


órgãos públicos
Empreendedores estão sempre em busca de novas oportunidades,
e ser um fornecedor do governo municipal, estadual ou federal, por meio
de licitações públicas é uma delas. Para ser competitivo não basta apenas
conhecer essas oportunidades, é necessário estar preparado e saber as
regras na hora de vender para a Administração Pública.
Segundo o Manual do Tribunal de Contas da União – TCU,
“Licitação é procedimento administrativo formal em
que a Administração Pública convoca, por meio
de condições estabelecidas em ato próprio
(edital ou convite), empresas interessadas
na apresentação de propostas para o
oferecimento de bens e serviços.” A
participação em compras públicas e
governamentais é aberta ao mercado,
ou seja, livre concorrência, e desde a
promulgação da Constituição Federal
de 1988, esse mercado passou a ser
competitivo também para as MPE

9
e posteriormente, em 2014 com a promulgação da LC 147, também aos MEI
que ao estarem preparados, podem utilizar essa oportunidade como estratégia
de atuação e uma alternativa de crescimento e permanência sustentável no
mercado, garantindo o desenvolvimento e expansão do seu negócio.
Com base nessas informações e todo o seu conhecimento sobre
os processos e limitações de sua empresa, você precisa ficar atento às
oportunidades e entender um pouco mais sobre esse novo mercado de
atuação, o qual poderá fazer parte.

2 Para sua empresa participar das


licitações é fácil
Independentemente de a esfera ser municipal, estadual ou federal, as
oportunidades são diversas para que sua empresa possa fornecer seus produtos e/
ou serviços. Os interessados em participar das compras públicas e governamentais
precisam estar atentos e conhecer as regras necessárias para que essa
relação de negócios possa se concretizar.
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993
institui normas de licitação e contratos
para a Administração Pública, as Leis
Complementares 123/06 e 147/14
estabelecem normas relativas ao
tratamento diferenciado e favorecido
a ser dispensado às microempresas
(ME), empresas de pequeno porte
(EPP) e microempreendedores
individuais (MEI). Mas lembre-
se de que fornecer para o

10
governo também requer o cumprimento de trâmites e regras
específicas que também devem ser levadas em consideração.
As MPE e MEI que tenham interesse em atuar nesse mercado,
devem preparar-se para participar de uma licitação. Para isso, é necessário
que estejam com sua documentação em dia, atentas ao calendário de
licitações, verificando constantemente os avisos publicados em jornais de
grande circulação, diários oficiais e nos diversos sites de órgãos e entidades
compradoras, sejam federais, estaduais ou municipais.
Empreendedor cadastre-se nos principais portais de compras e solicite
que seja notificado sobre licitações na sua linha de fornecimento, dentro da
sua região ou área de interesse, utilize essa ferramenta como uma estratégia
de atuação e competitividade para sua empresa.

3 Participar de licitações pode


ser um processo viável para sua
empresa
Participar de compras públicas e governamentais pode ser muito
vantajoso para a sua empresa, por isso, é indispensável uma avaliação
criteriosa dos riscos e procura contínua por boas oportunidades, baseadas
nas características do seu negócio.
O SEBRAE e o Ministério do Planejamento trabalham em
parceria, para que às MPE tenham sempre um tratamento
diferenciado em suas participações nas licitações,
priorizando a institucionalização do uso do poder
de compra nos órgãos do Governo Federal,
pela mobilização dos estados e municípios
para regulamentação e implementação
da Lei Complementar 123/06, que
rege e estabelece os procedimentos
para tratamento diferenciado e os
benefícios para as MPE e MEI,
garantindo uma participação
mais competitiva aos pequenos

11
negócios nos certames licitatórios. Tal tratamento diferenciado favorece com
que os pequenos negócios sejam mais sustentáveis, em virtude do aumento
da demanda de serviços ou produtos, o que gera resultados diretos ao
desenvolvimento socioeconômico local e também para a região.

4 Como minimizar os riscos de ser


um fornecedor público?
Fornecer para o setor público é uma excelente oportunidade de negócios
para as MPE e aos MEI, mas os órgãos da Administração Pública devem ser
avaliados como empresas normais do mercado, portanto, os empreendedores
devem se cercar de informações e das regras de participação nos certames,
para minimizar os riscos e para garantir o sucesso do processo.
O acesso às informações minimiza os riscos envolvidos em sua
participação, pois, de posse delas é possível que o empreendedor faça uma
avaliação criteriosa sobre seus pontos fortes e pontos fracos para
ingressar no processo licitatório oferecido pelo governo.
Algumas perguntas são fundamentais para que a
decisão de participação em uma licitação seja
tomada.Por isso, uma análise do momento atual
em que está sua empresa é fundamental
para a decisão seja baseada em verdades
as quais diminuam consideravelmente
os riscos envolvidos em um processo
licitatório. Você pode utilizar a
tabela “avaliação de riscos” como
ferramenta para sua análise, ela
foi elaborada pelo SEBRAE
justamente para orientá-lo
nesse momento de decisão:
12
AVALIAÇÃO DE RISCO
Data: / /
Edital nº Marque “X”na resposta mais
apropriada para este processo de
Valor: Licitação
Equipe:
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO Sim Não Não sei

1) Conseguiremos fornecer o Material/Serviço no Prazo?      


2) Ao analisarmos algumas variáveis que não dependem de
nós, como sazonalidade, safra, disponibilidade de matéria-
prima etc. perguntamos: teremos condições de suprir essas      
restrições com nosso próprio recurso para atendermos ao
pedido caso sejamos declarados vencedores?
3) Os custos de transporte, mão de obra, impostos,
embalagem e outros indiretos, de qualquer natureza, estão      
inclusos no preço que pretendemos praticar?
4) Será que nós entendemos exatamente o que teremos de
entregar, em que prazo, em qual local e com qual nível de
     
qualidade? Teremos condições de substituir algum produto,
ou todos, se eles não forem aceitos pelo comprador?
5) Qual o nosso preço mínimo para essa oferta? O preço
mínimo cobre todos os custos? (Nunca reduza o valor da      
oferta abaixo do preço mínimo decidido em conjunto).
6) Conseguiremos sobreviver se ocorrer atraso no
     
pagamento? E se esse atraso for maior do que seis meses?
7) Conseguiremos nos comprometer com essa entrega sem
     
prejudicar o dia a dia da organização/empresa/produção?
8) Podemos fazer a entrega sem comprometer a matéria-
     
prima dos outros pedidos?
9) Conhecemos claramente quais são os passos para receber
o dinheiro? (O Órgão para o qual pretendemos fornecer
     
está pagando em dia? Se não está, atrasa quanto tempo?
Alguns dias? Meses?)
10) Conseguiremos tocar o nosso dia a dia e manter
todos os impostos pagos (em dia) durante todo o
     
contrato? (Sabendo que isso é condição para receber os
pagamentos dos compradores públicos?)
TOTAL      

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Preencha um formulário para cada Edital de Licitação em que planeja
participar. Reúna-se com seus sócios, sua família ou com as pessoas responsáveis pela produção e entre-
ga dos produtos/serviços e preencha o formulário com a opinião de consenso do grupo.

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Após preenchimento da tabela “avaliação de riscos”, atente para a
quantidade de “não” que você e sua equipe preencheram, cada uma das
perguntas indica a existência de um risco em participar da licitação. Estima-se
que a decisão poderá ser tomada pela seguinte equação:
• Se a opção “não” ou “não sei” forem marcadas quatro vezes ou
mais, considera-se uma participação de risco alto para a empresa;
• Se a opção “não” ou “não sei” forem marcadas até três vezes,
considera-se uma participação de risco médio para a empresa;
• Se a opção “não” ou “não sei” forem marcadas apenas uma vez,
considera-se uma participação de risco baixo para a empresa.
Ressaltamos que o risco não é um motivo automático que impeça
sua participação no processo licitatório, mas é razão suficiente para refletir
e planejar alternativas, caso algo não saia de acordo com o programado.
A análise de riscos permitirá a você empreendedor antecipar problemas e
prever correções de estratégias de participação em um processo licitatório,
prevenindo os riscos de sair no prejuízo e garantindo a melhor experiência
possível.
São perguntas como essas que poderão reduzir ao
mínimo os riscos de participação de sua empresa em
um processo licitatório.

14
5 Como participante de uma
licitação você possui algumas
responsabilidades
O processo licitatório foi desenvolvido para garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a Administração Pública e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável, cabendo seu processo e julgamento ser realizado em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos (Artigo 3º da Lei 8.666/1993).
Por isonomia podemos compreender, segundo o Tribunal de Contas
da União, tratamento igualitário a todos os interessados, empresas grandes,
médias, pequenas, microempresas e microempreendedores individuais. Com
isso, é evidente a busca pelo cumprimento dos benefícios destinados às
MPE, na aplicação das margens de preferência de contratação de produtos e
serviços, garantindo novas formas de atuação nos processos de contratação
para que seja definida qual é a opção mais vantajosa para a Administração
Pública. Por proposta mais vantajosa compreende-se a aplicação de
critérios objetivos atrelados à cada modalidade de licitação, que
busca de uma melhor efetividade nos resultados para a
sociedade.
O desenvolvimento nacional sustentável
corresponde à obtenção conjunta
do desenvolvimento econômico +
desenvolvimento social + desenvolvimento
ambiental.
Também é indicado que como
vencedor de uma licitação, durante

15
a execução de um contrato como fornecedor, você esteja atento as seguintes
situações:
• Conhecer o fiscal do contrato e marcar uma conversa, acompanhado
do sócio ou empregado de sua empresa para verificar como o
órgão costuma proceder com reuniões (saber se lavram ata) e com
reajustes e reequilíbrios (formalizam os pedidos?);
• Cumprir os prazos do contrato;
• Formalizar por escrito todos os pedidos e ficar com prova da entrega
do pedido (protocolo). Fazer isso para pedir reajuste, reequilíbrio ou
informar necessidades de alteração do objeto;
• Não aceitar a ideia de “fazer antes e formalizar depois”;
• Logo após a conclusão pedir “atestado de boa execução”, é direito
de sua empresa.
A adoção desses cuidados é fundamental para sua empresa, na
medida em que evita problemas e preocupações, além de garantir uma maior
eficiência no processo como um todo. Estar atento as regras do
jogo é fundamental para um bom relacionamento entre as
instituições, fornecedor e comprador.

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6 Você sabia que os pequenos
negócios possuem tratamento
diferenciado?
A Constituição Federal de 1988 prevê que sim, em seus artigos 170
e 179, onde é estabelecido tratamento jurídico diferenciado, favorecido
e simplificado para as MPE. Este mandamento constitucional embasou as
Leis Complementares 123/2006 e 147/2014, essas responsáveis por criar
e estabelecer procedimentos essenciais para o favorecimento e regras
diferenciadas para participação das MPE e MEI em licitações públicas,
possibilitando acesso mais competitivo e um crescimento da participação
dos pequenos negócios no mercado das compras públicas e governamentais,
impactando positivamente na economia regional e local.
Também conhecida como Lei Geral das Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte (Lei Complementar Federal 123/2006) foi instituída para
regulamentar o disposto na Constituição. Além disso, destaca-se o decreto
Federal nº 8538/2015 que regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado para as MPE nas contratações públicas. Esses procedimentos
legais visam contribuir para o desenvolvimento e a competitividade dos
pequenos negócios, como estratégia de geração de emprego, distribuição
de renda, inclusão social, redução da informalidade e fortalecimento
das economias local e regional, e também consequentemente,
nacional. Dessa forma, os pequenos negócios passam a
receber tratamento simplificado e diferenciado nas
licitações realizadas pelos órgãos públicos, gerando
maiores oportunidades as MPE.
A Lei Complementar nº 147/14, foi
apoiada por órgãos como o SEBRAE, por
instituir mudanças não somente na Lei
Complementar 123/06 (Lei Geral das

17
Micro e Pequenas Empresas), mas também por gerar mudanças significativas
em outras legislações, conforme vemos a seguir:

Lei 11.101/2005 (Lei das Falências)

Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais)

Lei 10.406/2002 (Código Civil Brasileiro)

Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações)

Lei 5.889/1973 (Lei do Trabalho Rural)

Lei 11.598/2007 (Lei da Redesim)

Lei 8.934/1994 (Lei de Registro de Empresas)

É importante que você saiba que essas alterações


contribuíram para um alinhamento entre as diferentes
legislações, o que permitiu que o tratamento
diferenciado, favorecido e simplificado para as
MPE e MEI fosse mais abrangente, efetivo
e evolutivo.
Para ser um fornecedor dos
órgãos da Administração Pública,
você precisa seguir um passo a
passo, dedicando uma boa parte
de sua atenção para os detalhes
e regras de participação em
licitações.

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19
A ATENTO AO O
TE J SP ERN
ES ASS OV
OS D R D OG
E UM FORNECEDO

Esse é o caminho para sua participação em licitações públicas. Ambas as


leis complementares, 123/06 e 147/14, possuem disposições autoaplicáveis
nas licitações públicas, porém, permitem que os governos façam seus
regulamentos próprios, com o intuito de facilitar e adequar às regras gerais às
particularidades de cada órgão público. Mas, atenção, nenhuma Lei estadual,
decreto ou regulamento pode ferir o que ditam a Constituição Federal de 1988
e as Leis 8666 de 1993 e 10.520 de 2002. Eles devem ser lidos e relidos,
compreendidos com profundidade, porque conhecer as regras pode ser um
grande diferencial competitivo.

1 2 3 4 5 6
Efetue seu Busque Conheça as
Leia Elabore uma
cadastramento por boas Reuna todos
modalidades proposta
nos órgãos oportunidades atentamente e os tipos de os documentos
as Leis que vantajosa para
compradores licitações solicitados no o Governo
beneficiam as
edital e para sua
MPE/MEI
empresa

20
O
1 Descubra onde estão as
oportunidades para o seu negócio
As oportunidades sempre são divulgadas por meio de avisos em jornais
de grande circulação, diários oficiais e nos diversos sites de órgãos e entidades
públicas federais, estaduais e municipais. A grande maioria das entidades
públicas que realizam licitações possui portais de internet para divulgação
dos avisos de licitação e do andamento do processo. Por isso, para estar
por dentro de todas as oportunidades, o cadastro nesses portais é essencial,
ainda mais que em quase todos os casos o cadastro é gratuito.
A seguir a relação com os principais portais de compras dos entes
públicos e governamentais:

21
Compras
http://www.comprasgovernamentais.gov.br/
Governamentais
Federais Banco do Brasil http://www.licitacoes-e.com.br
CNM http://www.cidadecompras.com.br
Caixa http://www5.caixa.gov.br/fornecedores/pregao_internet/
Acre http://www.acrecompra.ac.gov.br/
Alagoas http://www.compras.al.gov.br/
Amapá http://www.compras.ap.gov.br/
Amazonas http://www.e-compras.am.gov.br/publico/
Bahia http://www.comprasnet.ba.gov.br/
Ceará http://www.portalcompras.ce.gov.br/
Distrito Federal www.compras.df.gov.br
Espírito Santo http://www.compras.es.gov.br/
Goiás http://www.comprasnet.go.gov.br/
Maranhão http://www.ma.gov.br/
Mato Grosso http://www.mt.gov.br/
Mato Grosso do Sul http://www.centraldecompras.ms.gov.br/
Minas Gerais http://www.compras.mg.gov.br/
Pará http://www.compraspara.pa.gov.br/site/
Estaduais Paraíba http://www.centraldecompras.pb.gov.br/
Paraná http://www.comprasparana.pr.gov.br/
Pernambuco http://www.compras.pe.gov.br/
Piauí http://licitacao.administracao.pi.gov.br/index.php
Rio de Janeiro https://www.compras.rj.gov.br
Rio Grande do
http://www.compras.rn.gov.br/
Norte
Rio Grande do Sul http://www.compras.rs.gov.br/coe/Principal.do
Rondônia http://www.supel.ro.gov.br/
Roraima http://www.cpl.rr.gov.br/
Santa Catarina http://www.portaldecompras.sc.gov.br/
http://www.bec.sp.gov.br/Publico/Aspx/Home.aspx
São Paulo
http://www.pregao.sp.gov.br
Sergipe http://www.comprasnet.se.gov.br/
Tocantins http://www.compras.to.gov.br

22
2 O que o empresário deve fazer
para participar das licitações e
contratações públicas?
Em termos práticos, para sua empresa começar a vender para o
governo, é necessário se preparar internamente, ou seja, obter os documentos
exigidos durante o registro cadastral na entidade que pretender participar das
licitações. Nesta etapa é necessário apresentar documentos que comprovem
a habilitação jurídica; qualificação técnica; qualificação econômico-financeira e
regularidade fiscal.
De uma maneira geral, esses são os primeiros passos no início do
processo de vendas para o governo:
• Preparar a sua empresa para as exigências da entidade quanto à
documentação / qualificação técnica / produtos e serviços.
• Obter o Certificado de Registro Cadastral (CRC) da entidade com a
qual pretende negociar.
• Obter o edital de licitação (ler e entender o edital, na dúvida
procurar as explicações diretamente com a Comissão Permanente
de Licitação (CPL) ou unidade responsável pelas licitações).
Sempre consta no edital a referência sobre dúvidas, caso
existam.
• Verificar no edital se existe algum
impedimento à sua participação no processo
de licitação, quanto a documentos
solicitados, certificações de produtos /
serviços, etc.

23
• Obter os documentos e certidões solicitados pelo edital.
• Preparar a proposta financeira / preços, observando todas as
declarações que o edital exige e observações.

3 Como um pequeno
empreendimento, você possui
diferenciais
As Leis complementares 123/06 e 147/14 estabelecem disposições
autoaplicáveis nas licitações públicas que devem ser seguidas por estados
e municípios, porém, os demais benefícios necessitam de regulamentação
pelos estados e municípios.
As disposições autoaplicáveis são:
• Regularidade fiscal tardia – Possibilita que
os pequenos negócios participem de
licitações mesmo que a documentação
de regularidade fiscal apresente
alguma restrição, concedendo
prazo para sanar as restrições
porventura existentes.
O prazo concedido é
de cinco dias úteis,
prorrogáveis por igual
período.

24
• Licitações exclusivas para MPE - Para o fornecimento de bens e
serviços, cujo valor não ultrapasse R$ 80 mil por item, as MPE tem
participação exclusiva no processo, aumentando as chances de
acesso ao mercado.
• Cota de participação reservada – Obrigatoriedade do órgão público
em estabelecer cota de até 25% do objeto que tenha natureza
divisível para contratação de MPE. A medida busca viabilizar a
ocupação de espaços no mercado ocupado majoritariamente por
empresas de grande porte.
• Subcontratação de 30% - Nos processos licitatórios destinados à
aquisição de obras e serviços a Administração poderá estabelecer a
obrigatoriedade de subcontratação de ME e EPP, sem limitação do
percentual máximo do objeto a ser subcontratado, cujo pagamento
poderá ser feito diretamente ao subcontratado. Essa medida visa
possibilitar a participação desse segmento nas contratações de
grande vulto firmadas junto a grandes empresas.
Ao ler o edital da licitação verifique a existência dos benefícios
preferenciais destinados aos pequenos negócios. Caso não esteja previsto,
reivindique junto órgão competente em sua cidade. É seu direito!

25
4 Confira quais são as modalidades
de contratações públicas e
governamentais
O empreendedor precisa estar atento as oportunidades no seu
segmento ou ramo de atuação, por isso, é muito importante conhecer as
modalidades de licitação existentes e suas características. Instituídas
por duas leis, Lei nº 8.666/1993 e Lei nº 10520/2002, que estabelecem as
modalidades de licitação por Concorrência, Tomada de Preço, Carta-Convite,
Leilão e Concurso, e regulamenta a modalidade de licitação denominada de
Pregão, presencial ou eletrônico, respectivamente.

CONCORRÊNCIA
Está destinada à contratação de obras, serviços e compras. Além
disso, é a modalidade exigida, em regra, para a compra de
imóveis e para a alienação de imóveis públicos, para a
concessão de direito real de uso, para as licitações
internacionais, para a celebração de contratos
de concessão de serviços públicos e para os
contratos de parceria público-privada.

Quem pode participar?


Realizada entre interessados
do ramo de que trata o objeto
da licitação que na fase
de habilitação preliminar
comprovem possuir os

26
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital. Quaisquer interessados
no seu objeto, independentemente de ser inscrito no registro cadastral ou
serem convidados.

Qual o prazo de apresentação da proposta?


30 dias para o tipo menor preço e 45 dias para o tipo melhor técnica ou
técnica e preço, contados da publicação em Diário Oficial e Jornal de grande
circulação.

Quais os valores limites de participação?


Acima de R$ 650.000,00 para compras e contratações;
Acima de R$ 1.500.000,00 para obras e serviços de engenharia.

CARTA CONVITE
Modalidade pela qual algum órgão de administração pública convida, no
mínimo, três empresas para participação.

Quem pode participar?


Podem participar empresas cadastradas ou não, convidadas ou não em
número mínimo de três. Os convidados e os interessados devem demonstrar
interesse em participar do processo até 24h, antes da data de apresentação
da proposta.

Qual o prazo de apresentação da proposta?


05 (cinco) dias úteis, contados a partir da expedição
do convite ou ainda da efetiva disponibilidade do
edital.

27
Quais os valores limites de participação?
Até R$ 80.000,00 para compras e contratações;
Até R$ 150.000,00 para obras e serviços de engenharia.

TOMADA DE PREÇO
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados
ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.

Quem pode participar?


Modalidade realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.

Qual o prazo de apresentação da proposta?


15 dias para o tipo menor preço e 30 (trinta) dias para o tipo melhor
técnica ou técnica e preço, contados da publicação em
Diário Oficial e Jornal de grande circulação.

Quais os valores limites de


participação?
Até R$ 650.000,00 para compras e
contratações
Até R$ 1.500.000,00 para obras e
serviços de engenharia.

28
PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO
O pregão presencial é a modalidade de licitação em que a disputa pelo
fornecimento de bens ou serviços comuns das entidades governamentais e
públicas é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas
e lances verbais. O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação
do tipo menor preço, tem se transformado na modalidade mais utilizada para
realizar as compras e contratações públicas em razão da transparência e
agilidade do processo. Essa modalidade é realizada quando a disputa pelo
fornecimento de bens ou serviços comuns for feita a distância em sessão
pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet.
Cabe aos estados e municípios a regulamentação por meio de suas
legislações locais. Como principais características da modalidade pregão
podemos citar a redução da burocracia e a economia que é gerada aos cofres
públicos.

Quem pode participar?


Livre concorrência

Qual o prazo de apresentação da proposta?


No mínimo 8 dias úteis. Observar edital.

Quais os valores limites de participação?


De acordo com o edital.

DISPENSA DE
LICITAÇÃO
Para a aquisição de bens e a
execução de serviços e obras, há a
dispensa de licitação conforme prevê
o (art. 24, inciso I e II, Lei Federal
8.666/93 e suas alterações). Em
ambos os casos devem ser

29
realizadas três cotações, no mínimo, para aquisição do bem ou serviço no
mercado. Normalmente se usa esta modalidade de licitação quando há
necessidade de determinado produto, ou serviço, com urgência.

Quem pode participar?


Livre concorrência

Quais os valores limites de participação?


Até R$ 8.000,00 para compras e contratações;
Até R$ 15.000,00 para obras e serviços de engenharia.

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Esta modalidade de licitação pública é usada sempre que a Administração
precisa comprar algo que apenas um fornecedor fabrica, confecciona e/ou
vende. Este fornecedor é exclusivo. (Art.25 da Lei Federal 8.666/93).

Quem pode participar?


Qualquer empresa que se caracterize um fornecedor é
exclusivo.

Confira os “tipos” de licitação e suas


regras
Não confunda tipo de licitação com
a modalidade da licitação, pois o tipo
de licitação é como a administração
pública define o critério de
julgamento da proposta. São
quatro os tipos de licitação e sua
escolha deve ser adequada ao

30
objeto a ser licitado. Esses tipos de licitações são aplicáveis a quase todas as
modalidades de licitação, exceto na modalidade concurso.
Consideram-se como os principais tipos de licitação para o julgamento
e análise das propostas os itens a seguir:

• Menor preço: Utilizada quando o critério de seleção da proposta


mais vantajosa para a Administração determinar que seja vencedor o
licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações
do edital e ofertar o menor preço.

• Melhor Técnica: Utilizada exclusivamente para contratação de


serviços de natureza predominantemente intelectual e o edital
determina o preço máximo que a Administração se propõe a pagar.

• Técnica e Preço: Tipo de licitação onde a proposta mais


vantajosa para a administração tem como critério de julgamento
a maior média ponderada, considerando-se as notas obtidas nas
propostas de preço e de técnica. Obrigatoriamente utilizada para a
contratação de bens e serviços de informática.

• Maior Lance ou Oferta: O vencedor será o licitante que


apresentar a proposta ou o lance com maior preço dentre os licitantes
qualificados. A classificação se dará pela ordem decrescente dos
preços propostos. Tipo de licitação utilizado nos casos de alienação
de bens e concessão de direito real de uso.

Confira os limites de participação


financeira nas licitações
De acordo com o art. 23 da Lei Federal
8.666/93 e a Lei nº 11.107/05 dos Consórcios
Públicos, assim são definidos os valores
limites para cada modalidade de
licitação:

31
Obras e Serviços de Engenharia (valores)

Lei nº 8.666/93 da
Lei nº 11.107/05 dos Consórcios Públicos
Licitação
MODALIDADES Até 03 entes Mais de 03 entes
DE LICITAÇÃO federativos federativos
01 ente federativo
(o dobro) (o triplo)

Convite Até R$ 150.000,00 Até R$ 300.000,00 Até R$ 450.000,00

Tomada de
Até R$ 1.500.000,00 Até R$ 3.000.000,00 Até R$ 4.500.000,00
Preços

Acima de Acima de
Concorrência Acima de 4.500.000,00
1.500.000,00 R$ 3.000.000,00

Bens e Serviços comuns (valores)

Lei nº 8.666/93 da
Lei nº 11.107/05 dos Consórcios Públicos
Licitação
MODALIDADES Até 03 entes Mais de 03 entes
DE LICITAÇÃO federativos federativos
01 ente federativo
 (o dobro) (o triplo)

Convite Até R$ 80.000,00 Até R$ 160.000,00 Até R$ 240.000,00

Tomada de
Até R$ 650.000,00 Até R$ 1.300.000,00 Até R$ 1.950.000,00
Preços

Acima de Acima de
Concorrência Acima de R$ 1.950.000,00
R$ 650.000,00 R$ 1.300.000,00

Fique atento.

3232
Documentação necessária para um processo licitatório
Estar regulamentado com o governo é um dos pré-requisitos para que
sua empresa possa participar das compras públicas e governamentais. Atente
para as especificações a seguir.

Quais são os documentos exigidos no nível de


credenciamento?
Para que sua empresa possa participar das compras públicas e
governamentais, é preciso estar previamente cadastrado ou apresentar
os documentos para realização do cadastro, conforme prevê a Lei Federal
8.666/93.
Os órgãos da administração pública que promovam licitações com
frequência devem manter registros cadastrais para efeito de habilitação de
licitantes interessados que desejarem fazer seu credenciamento.
O registro cadastral de cada órgão deverá ter ampla divulgação e estar
permanentemente aberto aos interessados. A unidade responsável pelo
cadastro está obrigada a proceder a chamamento público para a atualização dos
registros existentes e para o ingresso de novos interessados. O chamamento
deve ser feito anualmente na imprensa oficial e em jornal diário, no mínimo.
Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização, o interessado
deve fornecer os elementos necessários à satisfação das
exigências de habilitação previstas normalmente nos
artigos 27 a 31 da Lei Federal 8.666/93. Será fornecido
certificado aos inscritos, renovável sempre
que atualizarem o registro. O Certificado de
Registro Cadastral-CRC pode substituir
os documentos de habilitação quanto
às informações disponibilizadas em
sistema informatizado.
Além do CRC, existem
outros tipos de cadastros, como
por exemplo o SICAF (Sistema

33
Integrado de Cadastro de Fornecedores), imprescindível para órgãos da esfera
Federal.
O SICAF é obrigatório para muitas licitações, não podendo o fornecedor
participar dos certames se não estiver com seu cadastro em dia pelo SICAF.
Portanto, é da maior importância o cadastramento de sua empresa no SICAF,
basta identificar a unidade de cadastramento mais próxima e cadastrar-se.
Para mais informações acesse www.comprasgovernamentais.gov.br.

Quais são os documentos exigidos no nível de


habilitação?
Como você já leu anteriormente, para poder participar das compras públicas
e governamentais, é preciso estar previamente cadastrado ou apresentar os
documentos para realização do cadastro, conforme prevê a Lei Federal 8.666/93.
O fornecedor da administração pública deverá atender diversas
exigências relativas ao seu cadastramento básico, previstos em Lei, como:
• Habilitação Jurídica - são documentos como registro
comercial ou contrato social da empresa.
• Cédula de identidade;
• Registro comercial, no caso de
empresa individual;
• Ato constitutivo, estatuto ou
contrato social em vigor,
devidamente registrado,
em se tratando
de sociedades
comerciais, e, no
caso de sociedades

34
por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus
administradores;
• Inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,
acompanhada de prova de diretoria em exercício;
• Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade
estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente,
quando a atividade assim o exigir.
A lista dos documentos solicitados encontra-se descriminada na Lei nº
8.666/1993, art. 28.

Quais são os documentos exigidos no nível de


Regularidade Fiscal municipal, estadual e federal?
A regularidade fiscal visa orientar e acompanhar a empresa com suas
obrigações com a legislação tributária federal, estadual, municipal, seguridade
social e o fundo de garantia por tempo de serviço. Por regularidade podemos
compreender a comprovação de que a empresa atende todas as exigências
do fisco. Cabe ao pequeno empreendimento apresentar toda a documentação
exigida para comprovar sua regularidade fiscal. Se por uma eventual falta de
atualização a documentação possuir alguma restrição, como exemplo uma
certidão do INSS (CND) ou FGTS com prazo de validade expirado,
a Lei complementar 123/06 rege que você terá o prazo de
dois dias úteis (prorrogáveis por mais dois - a critério da
Administração) para que possa se regularizar.
• Regularidade Fiscal: Para as MPE são
solicitados os seguintes documentos
exigidos por lei:
• Prova de Inscrição no Cadastro de
Pessoas Física e Jurídica: Cadastro
de Pessoa Física – CPF e Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídicas –
CNPJ. Ambos são expedidos pela
Secretaria da Receita Federal

35
• Prova de Inscrição no cadastro de contribuintes, ICMS/ISS:
Inscrição Estadual ou Municipal, relativo ao domicilio ou sede
do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível
com o objeto da licitação. A Inscrição Estadual é emitida pela
Secretaria de Estado da Fazenda e Planejamento.
• Prova de Regularidade com a Fazenda Federal: Apresentação
da Certidão Negativa de Débitos de Tributos e Contribuições
Federais emitida pela Receita Federal. Poderá ser solicitada
na Agência da Receita Federal, em qualquer localidade do
respectivo Estado, cuja validade é de 180 (cento e oitenta) dias.
Também poderá ser emitida pelo site www.receita.fazenda.gov.
br com validade de 30 (trinta) dias a contar da sua emissão.
• Prova de Regularidade com a Fazenda Estadual: Certidão
emitida pela Secretaria da Fazenda Estadual, podendo ser
solicitada em qualquer posto de atendimento da Secretaria de
Fazenda Estadual. Esta certidão tem validade de 90 (noventa)
dias a contar de sua emissão.
• Prova de Regularidade com a Fazenda
Municipal: Esta certidão deverá ser solicitada
na Secretaria de Estado Municipal de
sua cidade.
• Prova de Regularidade com
a Procuradoria da Fazenda
Nacional: Apresentação
da Certidão Quanto
a Dívida Ativa da
União, emitida pela
Procuradoria da
Fazenda Nacional
e tem seu

36
prazo de validade de 180 (cento e oitenta) dias. Também pode
ser solicitada por meio eletrônico através do site www.pgfn.
fazenda.gov.br, porém seu prazo de validade é de 30 (trinta) dias.
• Prova de Regularidade com a Seguridade Social: Apresentação
da Certidão Negativa de Débitos – CND emitida pela Previdência
Social. Também pode ser solicitada por meio eletrônico através
do site www.mpas.gov.br. Esta certidão tanto emitida pelo INSS
ou pelo site tem validade de 60(sessenta) dias a contar da sua
data de emissão.
Para os MEI, existem duas situações, em que são solicitados
documentos diferentes e que são exigidos por lei que provam sua regularidade
fiscal, atente para o quadro abaixo:
• Empreendedor Individual sem empregado: Prova de Quitação com
a Fazenda Federal (Secretaria da Receita Federal e Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional- Dívida Ativa) e Certidão Negativa do
INSS.
• Empreendedor Individual com empregado: Prova de Quitação com
a Fazenda Federal (Secretaria da Receita Federal e Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional- Dívida Ativa); Certidão Negativa do
FGTS e Certidão Negativa do INSS.
A lista dos documentos solicitados encontra-se descriminada
na Lei nº 8.666/1993, art. 29.

A Qualificação Técnica é
comprovada por sua experiência
A qualificação técnica de uma empresa
é um conjunto de requisitos profissionais
que o órgão comprador integra ao edital
como essenciais para a execução do
objeto da licitação. Estes requisitos
podem ser genéricos, específicos
e operativos. Sua empresa deve

37
apresentar documentos que comprovem sua qualificação de capacidade e
técnica no momento do certame licitatório. A qualificação técnica normalmente
é comprovada por meio de apresentação de atestados de capacidade técnica,
expedido por órgãos governamentais ou empresas privadas, que contemplem
a descrição de características, quantidades e do material ou serviço prestado,
ou seja, sua habilidade ou capacidade de fazer, de executar, de desenvolver ou
realizar o que está sendo contratado.
Muitas vezes para os MEI é necessário somente o registro ou inscrição
na entidade de classe competente.
• Qualificação técnica:
• Registro ou inscrição na entidade profissional competente;
• Comprovação de aptidão para desempenho de atividade
pertinente e compatível em características, quantidades e
prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e
do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis
para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação
de cada um dos membros da equipe técnica que se
responsabilizará pelos trabalhos;
• Comprovação, fornecida pelo órgão
licitante, de que recebeu os
documentos, e, quando exigido,
de que tomou conhecimento
de todas as informações
e das condições locais
para o cumprimento
das obrigações
objeto da licitação;

38
• Prova de atendimento de requisitos previstos em lei
especial, quando for o caso.
A lista dos documentos solicitados encontra-se descriminada na Lei nº
8.666/1993, art. 30.

Qualificação econômico-financeira
Assim como você deve buscar as informações sobre o órgão para o
qual pretende fornecer, o governo também quer saber se sua empresa tem
condições financeiras de fornecimento. Neste caso, seu contador vai precisar
estar em dia com a documentação da empresa como o balanço patrimonial,
as demonstrações contábeis do último exercício social da empresa e certidão
negativa de falência. O capital social mínimo ou patrimônio líquido mínimo
também pode ser exigido. Assim, verifique com o profissional de contabilidade
de sua empresa essa documentação, pois será necessário comprovar a boa
situação financeira da empresa.
• Qualificação econômico-financeira:
• Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
(três) meses da data de apresentação da proposta.
• Certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo
distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução
patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física.
• Garantia nas mesmas modalidades e critérios
previstos no “caput” e § 1o do art. 56 desta
Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor
estimado do objeto da contratação.
A lista dos documentos
solicitados encontra-se descriminada
na Lei nº 8.666/1993, art. 29.

39
Se houver empate de propostas, as MPE e MEI
possuem vantagens
Antigamente, em processos licitatórios a possibilidade de empate
só existia por meio de um empate real entre as propostas, ou seja, valores
iguais, cabendo a comissão realizar um sorteio para saber qual proposta seria
vencedora do certame. Como já citado anteriormente, a LC 123 e LC 147
visam estabelecer benefícios para que os MEI e as MPE tenham acesso
competitivo nos processos licitatórios, por isso, passou a vigorar uma
categoria de desempate chamada empate ficto ou critério de desempate,
que é traduzido como uma preferência para os MEI e MPE quando houver
empate em licitações do tipo menor preço. Além disso, é possível conceder
ao MEI e a MPE a oportunidade de apresentarem uma nova proposta, caso
seu preço tenha ficado acima da proposta da grande empresa. Para ter acesso
a esse tipo de favorecimento, atente para as regras dispostas abaixo e as
possibilidades e prioridades de sua proposta em um eventual empate:
1. Se as propostas forem iguais ou até 10% superiores à proposta classificada em
primeiro lugar ou;
2. No pregão esse índice será de até 5%.
Agora você já sabe o que fazer caso sua
empresa passe por um eventual empate num
processo licitatório.

Como qualquer outro


negócio, você precisar ter
atenção redobrada com as
contratações públicas de
bens, serviços e obras
As informações são

40
suas principais aliadas, então, o mais importante das ações do empreendedor
é ler o edital e estar de posse de todas elas. É o edital de licitação que expõe
todas as especificações detalhadas sobre as regras e aquisições (compras de
produtos ou contratações de serviços), esse documento apresenta também
todas as informações da transação, como a modalidade da compra, as datas
e prazos a serem cumpridos, documentação necessária e até as condições
de pagamento.
Fique atento, pois a lista abaixo reflete alguns pontos de atenção:
• Modalidade da licitação;
• Data de abertura e julgamento;
• Data de credenciamento;
• Objeto da licitação;
• Documentação solicitada para habilitação;
• Prazos para recursos;
• Formação de preços.
Nem sempre todas as informações estão legíveis para o empreendedor,
por isso, se persistirem dúvidas em relação ao processo, procure a instituição
promotora da licitação. Participe da licitação somente se estiver seguro e ciente
de todas as condições e regras, não colocando em risco sua empresa.
É aconselhável uma dedicação exclusiva para a
formulação da proposta após analisar cuidadosamente
o edital de licitação, pois a ausência de atenção
no momento de formulação da proposta,
por constatada a falta de qualquer item
exigido no edital, pode acarretar em uma
desclassificação ou em prejuízo para
a MPE/MEI. Outro fator importante
na proposta é atentar para os
procedimentos a serem feitos
para sua entrega, normalmente,
a documentação e a proposta

41
devem ser entregues em envelopes separados, com a identificação em
cada um dos envelopes sobre seu conteúdo. Mesmo após a leitura do
edital e a realização da análise dos riscos de participar da licitação não se
sentir completamente seguro, peça ao seu contador ou a algum profissional
especializado para revisar a proposta e a documentação antes de entregá-las.

Existe garantia de pagamento dado pelo órgão público,


nas contratações de bens, serviços e obras?
Fornecedores da Administração Pública devem ter a ciência de que
os órgãos também funcionam como empresas e que as despesas dos
fornecedores terão seus pagamentos efetuados somente após a execução
das atividades, no todo ou em parte, conforme dispuser a convocação
e o contrato. Fica a administração pública obrigada a efetuar pagamento
de despesas que realizar nos prazos indicados no termo de contrato ou
instrumento equivalente.
Assim como qualquer empresa, a Administração Pública possui
processos e seus prazos sempre cumpridos, podendo em alguns momentos,
haver atraso por problemas em notas fiscais/faturas ou eventual falta
de orçamento público (comprador), mas não se preocupe,
pois todas as dívidas são sempre quitadas com correção
monetária. Vale ressaltar aqui que a Administração
Pública só pode ser considerada inadimplente
após 90 (noventa) dias de atraso nos
pagamentos, conforme prevê o art. 78,
inciso XV, da lei 8666/93. Abaixo estão
relatadas as situações estipuladas
em Lei para prazos de pagamento
de fornecedores:
• Prazo de 30 dias -
Normalmente os

42
processos que envolvem pagamentos costumam ter
duração de até 30 (trinta) dias a partir da data e emissão
e apresentação da nota fiscal (Lei 8666/93, art. 40, inciso XIV,
alínea “a”). Confira o texto na integra:

“XIV - condições de pagamento, prevendo:


(a) Prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do perío-
do de adimplemento de cada parcela”;

• Prazo de 05 dias - Em casos em que há Dispensa de Licitação a lei


estipula que o prazo máximo para pagamento deve ser reduzido
para 5 (cinco) dias (§3º do art. 5º da Lei 8666/93), essa mesma regra
é utilizada nos casos de pagamento de serviços continuados (IN
SLTI 2/2008, art. 36, §3º).

Lei 8.666/93:

§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos


valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que
dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,
contados da apresentação da fatura”.

IN SLTI 2/2008:

§ 3º O prazo para pagamento da Nota Fiscal/Fatura, devidamente atestada pela Admi-


nistração, não deverá ser superior a 5 (cinco) dias úteis, contados da data de sua
apresentação, na inexistência de outra regra contratual”.

Fornecedor, se por ventura houver atraso


no pagamento de sua no fiscal, são duas as
possibilidades

43
?

PARTICIPAR
OMO DE
LIC
C ITAÇ O?
Õ ES EM MEU MUNICÍPI
Assim como nos órgãos do governo federal e do governo estadual,
sua empresa pode participar das compras públicas municipais, onde estão
concentradas um maior número de aquisições, sejam de produtos, serviços
ou obras.

1 Local para informações


Além dos sites de cada um dos órgãos da administração pública, o
SEBRAE e a Prefeitura de sua cidade disponibilizam as salas do empreendedor
para consultas e informações. As salas do empreendedor têm como objetivo
incentivar a regularização de negócios informais que se enquadrem nos
requisitos estabelecidos pela LC 123/06, também conhecida como Lei Geral
da Micro e Pequena Empresa, além de facilitar a abertura de novas empresas
e oferecer serviços aos Microempreendedores individuais (MEI), prestando
informações e orientações sobre formalização e funcionamento de empresas
e licitações públicas.

2 Orientações para
participação
Agora que você já
conhece todos os processos e
procedimentos para que possa
dar início a sua nova estratégia
de atuação, atuando com

44
as compras públicas e governamentais, procure a sala do empreendedor
mais próxima e verifique quais são os próximos passos para começar a sua
? participação.

3 Quais são as oportunidades para


as atividades que atuo?
PRÓXIMAS OPORTUNIDADES A SEREM CONTRATADAS

Entidade
Produto – Bem - Serviço Quando Valor
Compradora

Oportunidade 1

Oportunidade 2

Oportunidade 3

Oportunidade 4

Oportunidade 5

45 45
?

4 Histórico de compras
Empreendedor, você sabia que somente no ano de 2014 os órgãos
federais movimentaram um montante de R$62,1 bilhões em aquisição de
bens e serviços por meio de 196,9 mil processos licitatórios? As MPE estão se
tornando mais competitivas, pois desse montante total a representatividade
dos pequenos negócios chegou a 27%, o equivalente a R$16,7 bilhões em
fornecimento de bens e serviços. No gráfico abaixo estão representado os
valores das participações das MPE em compras governamentais nos últimos
três levantamentos do Ministério do Planejamento.
Participação das MPE em Licitações
Microempresa Pequena empresa Outros

R$ 67.944.916.493,42
R$ 53.901.377.963,16
R$ 45.323.783.050,84

R$ 11.022.720.114,58 R$ 12.832.271.924,05 R$ 9.117.099,061,57


R$ 7.277.616.488,25 R$ 10.161.291.799,95 R$ 7.664.606.418,79

2012 2013 2014

Para que você possa acompanhar os números atualizados por


município, estado ou segmento de atuação, acesse o portal Compra Paraná
(www.comprapr.com.br) ou o portal Compras Net a nível federal (http://www.
comprasgovernamentais.gov.br/).

4646
?

REFERÊNCIAS
Constituição Federal de 1988.
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Lei Complementar nº 123, de 14 e dezembro de 2006.
Lei complementar nº 147, de 07 de agosto de 2014.
Licitações e contratos: orientações e jurisprudência do TCU / Tribunal de Contas da União. – 4a ed. rev.,
atual. e ampl. – Brasília: TCU. 2010.
Ministério do Planejamento (http://www.planejamento.gov.br/)

4747
www.sebraepr.com.br
0800 570 0800

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