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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO À DISTANCIA (IED) Nampula

Estudo de Impacto Ambiental

Nome: Abdala Abdul Assuate


Código: 708191123

Curso: Gestão Ambienta

Disciplina: Estudo de Impacto


Ambiental

Ano de frequência: 2º Ano


Nampula, Junho de 2020
1. Sabes que ate hoje algumas pessoas se encontra isolada sem acesso a órgão de
informação. Sabendo que auscultação e consulta publica ’é fundamental e crucial para
o processo de abertura dum empreendimento. Se fosse um empresário e quisesse
implantar um estabelecimento numa zona onde a comunicação é precária como faria
para contornar a situação?
2. João de Mello disse: “Tradicionalmente, as decisões sobre grandes empreendimentos
eram tomadas apenas com base em critérios políticos ou económicos, ou mesmo sem
quaisquer critérios formais (…)”. Debruce entorno frase do autor no que refere a
avaliação de impacto ambiental.

Avaliação de Impacto Ambiental. É o conjunto completo de procedimentos a partir da


apresentação da informação inicial sobre uma actividade proposta para uma pré-avaliação até
a emissão duma licença ambiental.

A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL-AIA E SEUS INSTRUMENTOS Neste documento, a AIA é


abordada enquanto processo de avaliação dos efeitos ecológicos, econômicos e sociais, que podem
advir da implantação de atividades antrópicas (projetos, planos e programas), e de monitoramento e
controle desses efeitos pelo poder público e pela sociedade. 1.1.1 A AIA como instrumento da
Política Nacional do Meio Ambiente A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL-AIA é um instrumento
da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão institucional de planos,
programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal. A Política Nacional do Meio Ambiente,
instituída pela Lei 6.938/81, tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do
ar; III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas,
com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou
efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade
ambiental; AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 22 VIII - recuperação de áreas degradadas; IX -
proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino,
incluindo a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do
meio ambiente. Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de Impacto
Ambiental-AIA e uma série de outros instrumentos complementares e inter-relacionados, como por
exemplo: • o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, que
exige a elaboração de EIA/RIMA e/ou de outros documentos técnicos, os quais constituem
instrumentos básicos de implementação da AIA; • o zoneamento ambiental, o estabelecimento de
padrões de qualidade ambiental e a criação de unidades de conservação, que condicionam e
orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros documentos técnicos
necessários ao licenciamento ambiental; • os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade
Ambiental, as penalidades disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação de
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade
ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo de AIA em suas diferentes fases.
1.1.2 Instrumentos legais de implementação da AIA: EIA/RIMA e/ou outros documentos técnicos
necessários ao Licenciamento Ambiental (PCA, RCA, PRAD, etc.) 1.1.2.1 O Estudo de Impacto
Ambiental-EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA O Estudo de Impacto
Ambiental foi introduzido no sistema normativo brasileiro, via Lei 6.803/80, no seu artigo 10, § 3º,
que tornou obrigatória a apresentação de “estudos especiais de alternativas e de avaliações de
impacto” para a localização de pólos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações
nucleares. Posteriormente, a Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu a exigência de elaboração de
Estudo de Impacto Ambiental-EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA para o
licenciamento de diversas atividades modificadoras do meio ambiente, bem como as diretrizes e
atividades técnicas para sua execução. De acordo com essa Resolução, o EIA/RIMA deve ser
realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do
proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados (art. 7º).
Os custos referentes à realização do EIA/RIMA correrão à conta do proponente (art. 8º). O artigo 2º
define que o EIA/RIMA deve ser submetido à aprovação do órgão estadual competente e, em
caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-
IBAMA. A este cabe, também, a aprovação do EIA/RIMA para o licenciamento de atividades
modificadoras do meio ambiente que, por lei, seja de competência federal. AGENTES SOCIAIS,
PROCEDIMENTOS E FERRAMENTAS 23 Os artigos 10 e 11 estabelecem os procedimentos para
manifestação de forma conclusiva do órgão estadual competente ou do IBAMA ou, quando couber,
do Município, sobre o RIMA apresentado. Sempre que julgarem necessário, esses órgãos realizarão
Audiência Pública para informar sobre o projeto e seus impactos ambientais e discutir o RIMA. A
Constituição Federal de 1988, finalmente, fixou, através de seu artigo 225, inciso IV, a
obrigatoriedade do Poder Público exigir o Estudo Prévio de Impacto Ambiental para a instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
despontando como a primeira Carta Magna do planeta a inscrever a obrigatoriedade do estudo de
impacto no âmbito constitucional

A avaliação de impacto ambiental (AIA), como parte de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), é um
instrumento de gestão ambiental preventivo, que tem como objetivo dar ao ambiente o seu devido
lugar no processo de tomada de decisão, por meio da avaliação clara das consequências ambientais
de uma atividade proposta, antes dela ser implementada. Segundo Sánchez (2013), a Avaliação de
Impacto Ambiental tem sido vista como um instrumento de planejamento, isto é, como um
instrumento de prevenção do dano ambiental e como um procedimento definido no âmbito das
políticas públicas, usualmente associado a alguma forma de processo decisório, como o
licenciamento ambiental. Para um entendimento mais profundo sobre os métodos e técnicas de AIA,
vale a pena conhecer o livro “Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos“, de Luis
Enrique Sánchez (2013), já em sua segunda edição, atualizada e ampliada.
Uma avaliação de impacto ambiental visa prever impactos ambientais na fase de planejamento e
concepção do projeto. Seu resultado embasa a identificação de maneiras de reduzir os impactos
negativos, moldar projetos para se adequarem ao ambiente local e apresentar as previsões e opções
para os tomadores de decisão. Com a utilização de uma AIA, ambas as vantagens ambientais e
econômicas podem ser alcançadas. Por exemplo, o processo de avaliação de impactos ambientais
pode ajudar a reduzir os custos e duração da implementação do projeto, evitar custos de tratamento
e o cumprimento das leis e regulamentos ambientais obrigatórios. Uma AIA é, muitas vezes, exigida
por lei para grandes projetos de infraestrutura, industriais  ou propostas de desenvolvimento urbano.

Leia também o post “Licenciamento Ambiental Direto ao Ponto” e compreenda como o processo de
licenciamento pode ser mais eficiente e menos oneroso

Análise de Ciclo de Vida (ACV)


Para entender todos os impactos associados a um sistema produtivo ou a um produto em específico,
desenvolveu-se uma metodologia denominada Análise de Ciclo de Vida (ACV). Portanto, a ACV (ou
Life Cycle Analysis – LCA, em inglês) é uma metodologia poderosa de avaliação de impactos
ambientais. Por princípio, estudos de ACV tendem a quantificar os impactos do berço ao túmulo, ou
seja, desde a extração da matéria-prima até o uso e descarte final. Por permitir uma avaliação
pormenorizada dos impactos em cada uma das etapas de produção, a Análise de Ciclo de Vida
fornece informações valiosas para a indústria. A partir da ACV pode-se avaliar a maneira mais eficaz
para reduzir o impacto de um produto, além da necessidade de se engajar com fornecedores e
consumidores finais para buscar a minimização de impactos para além das unidades produtivas da
empresa.
Saiba mais sobre a  metodologia ACV : “Análise de Ciclo de Vida: entenda o impacto de um produto“
 

Inventário de Emissões de Gases de Efeito


Estufa (GEE)
Um inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) é uma ferramenta de avaliação de impactos
ambientais de uma corporação sobre as mudanças globais do clima. Um inventário de GEE permite a
identificação de fontes e sumidouros, além da contabilização das respectivas emissões e
remoções de gases de efeito estufa de uma organização. Assim, o inventário de GEE permite traçar
um perfil climático, identificar fontes chave de emissão e a contribuição de cada empresa para o
aumento da concentração desses gases na atmosfera. A elaboração de um inventário de GEE segue
padrões internacionais, como a ISO 14.064 e o Protocolo GHG, e demanda atenção especial, já que
a confiabilidade dos resultados é fundamental para uma gestão sólida de emissões e para a
elaboração de estratégias de mitigação.
Leia também o nosso post “Inventário de GEE: quando planilhas já não são suficientes“

Sistemas de gestão ambiental (SGA)


De acordo com a ISO 14.000, um sistema de gestão ambiental é uma estrutura organizacional que
permite à empresa avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou
serviços. Um SGA bem implementado define qual a política ambiental da empresa; planeja e
descreve quais são os impactos; estabelece metas e objetivos relativos à melhoria da qualidade
ambiental e tem indicadores para monitoramento, gerando um ciclo de melhoria contínua da gestão
ambiental corporativa. O desempenho ambiental de uma organização é importante para as partes
interessadas internas e externas. Alcançar um desempenho ambiental adequado requer um
compromisso organizacional para uma abordagem sistemática do processo de gestão ambiental.
Gostou do texto? Sentiu falta de outra ferramenta de avaliação ambiental estratégica sobre a qual
você gostaria de informações? Comente abaixo!

3. A política e a Lei do Ambiente de Moçambique exigem que a gestão do meio


ambiente se baseie em sistemas preventivos. Faca comentário em torno do que acabou
de ler.

A Política admite a possibilidade de o Governo estabelecer incentivos para estimular o sector


privado a participar na gestão ambiental.8 Também requer que o Governo trabalhe com as
comunidades locais para criar uma melhor compreensão dos padrões da utilização dos recursos, os
métodos e costumes tradicionais de gestão,9 e prevê que o Governo irá reforçar a capacidade das
comunidades em conhecer e aplicar regras e princípios de gestão dos recursos naturais.10 A Política
considera a criação de condições legais e capacidade institucional para permitir a descentralização
da gestão comunitária dos recursos naturais,11 com o fim de erradicar a pobreza. Em 1997 aprovou-
se a Lei do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro). Esta Lei regula o uso e a gestão do ambiente com
a intenção de promover o desenvolvimento sustentável. A Lei contém uma série de definições e
estabelece princípios baseados no direito Constitucional a um ambiente favorável. Estes princípios
incluem: o princípio do uso e gestão racionais dos recursos naturais; o princípio do
reconhecimento e valorização dos conhecimentos e tradições comunitárias; o princípio da gestão
ambiental baseada em sistemas preventivos; o princípio da gestão integrada; o princípio da
participação dos cidadãos; e o princípio de responsabilidade. Todos estes princípios inspiram o
processo do licenciamento ambiental. A Lei do Ambiente proíbe a poluição.12 As actividades que
aceleram a erosão, a desertificação, desflorestamento ou qualquer outra forma de degradação do
ambiente são também proibidas.13 A Lei também proíbe a importação de resíduos ou lixos
perigosos, salvo o que vier estabelecido em legislação específica.14 A Lei do Ambiente também
estipula que o Governo deve estabelecer padrões de qualidade ambiental.15 Estes padrões são
definidos como sendo os níveis admissíveis de poluição prescritos por lei.16 O Regulamento sobre os
Padrões de Qualidade Ambiental foi aprovado em Junho de 200417 e regula a qualidade da
atmosfera, da água e do solo para fins industriais. Este regulamento estabelece padrões de
qualidade ambiental e de emissão de efluentes.
A Lei do Ambiente prevê a criação de áreas de protecção ambiental,19 que são submetidas a
medidas específicas de conservação e fiscalização incluindo a definição das actividades permitidas
ou proibidas no interior da área e nos seus arredores, e a definição do papel das comunidades na
gestão destas áreas.20 Aqui a Lei do Ambiente, a Lei de Terras e a Lei de Florestas e Fauna Bravia
sobrepõem-se visto que a Lei de Terras, (Lei 19/97, de 1 de Outubro) estipula que nas zonas de
protecção total e parcial, licenças especiais podem ser emitidas autorizando o exercício de
determinadas actividades21. A Lei de Florestas e Fauna Bravia que prevê, também, zonas de
protecção destinadas à conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de espécies
animais ou vegetais22, admite a possibilidade de, por razões de necessidade, utilidade ou interesses
públicos ser autorizado o exercício de certas actividades nas zonas de protecção23. A Lei do
Ambiente encontra-se regulamentada por um conjunto de legislação adicional, tanto geral como
específica por sector. Veja o Anexo 5.3 para uma lista de legislação aplicável. Esta legislação e os
manuais e directivas emitidos pelo Governo foram usados como base para a elaboração deste livro.
A complexidade da legislação e a sua diferente aplicação nos diferentes sectores, bem como as
fortes penalidades que poderão ser aplicadas a qualquer pessoa que transgride esta legislação
obriga-nos a estimular o leitor a procurar aconselhamento especializado se tiver qualquer dúvida
sobre o licenciamento ambiental dum projecto ou actividade

4. Tendo em conta o impacto ambiental, fale de termo de referência no estudo de


impacto ambiental e para que serve.

Termos de Referência são documentos que informam as directrizes para a elaboração de


Estudos de Impacto Ambientais (EIAs/RIMAs). Esses documentos orientam a equipa técnica,
definindo o conteúdo, a abrangência e os métodos a serem utilizados para cada tipo de
empreendimento a ser avaliado. Geralmente, o empreendedor deve apresentar um termo de
referência ao órgão ambiental competente (estadual e/ou IBAMA), que irá julgar e avaliar o
documento. Em algumas situações, o empreendedor pode agilizar o processo, se encaminhar
o termo de referência juntamente com o pedido de licenciamento.

O termo de referência pode estar estruturado e considerando em alguns aspectos básicos, de


um contexto na descrição do empreendimento e são apresentadas sinteticamente a descrição,
histórico ou problemas relacionados ao projecto a ser avaliado. De acordo com as
informações geralmente são disponibilizadas pelo empreendedor. Com o objectivo de
apresentar os resultados esperados com a avaliação do projecto, ou seja, quais os benefícios
que o empreendedor espera alcançar com a avaliação do seu projecto.
Exemplo: Identificar a relevância e os impactos do projeto e possíveis soluções para sua
viabilização.

5. Sabes que Moçambique é um país rico em recursos minerais, e que esta sendo
explorado duma forma irracional e que por vezes as leis não estão ser comprida.
Como estudante de gestão ambiental o que faria para contornar a situação.

INTRODUÇÃO

Moçambique é um País com vasta superfície terrestre e que abrange grande


parte do litoral este de áfrica austral e é banhado pelo oceano índico. A sua
configuração geográfica e diferentes relevos fazem deste, um País com
variados Climas subtropicais, conferindo-lhe uma vasta diversidade de
ecossistemas. O País possui baixa densidade populacional se comparando
com muitos países do Mundo e esta população se encontra mais concentrada
em centros urbanos devido ao êxodo de pessoas do campo para cidades, a
procura de proteção, em tempo de guerra fria que assolou Moçambique
durante 16 anos, após a independência, fazendo com que grande parte das
florestas se encontrassem pouco exploradas sem intervenção abusiva do
Homem.

Além disto, o País possui várias biodiversidades terrestre e marinha dando ao


País uma riqueza inimaginável.

Existem zonas definidas como áreas de reserva e de proteção da flora e da


fauna bravia como também áreas de proteção da biodiversidade marinha.

Embora o País tenha instituições ligadas à proteção dessas reservas e de


ecossistemas marinhos munidos de guardas florestais ou de fiscais florestais,
estes não possuem capacidade para controlar na sua totalidade, devido à
falta de meios apropriados para tal associados ao grande índice de
corrompimento destes por partes de agentes que exploram esta riqueza para
próprio beneficio.
2. A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

2.1. Biodiversidade Marinha e dos Rios

Moçambique é banhado pelo oceano índico em toda a sua faixa este.

Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo um dos


maiores de África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo de outros Países
de África e desaguando na Costa Moçambicana, transportando consigo
muitos nutrientes para desenvolvimento de uma biodiversidade marinha
ampla.

Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação e de


rendimento para o País com exportações para países o qual não são
privilegiados por uma costa marinha ou de fraco recurso marinho.

Contudo devido à grande procura deste produto no mercado mundial, faz


com que a sua captura seja em alguns casos excessiva se tomarmos em
conta que hoje em dia os sistemas de pescas estão desenvolvidos,
ameaçando algumas espécies de extinção (exemplo disso são as pescas de
arrasto). O sistema de segurança costeira em Moçambique é muito fraca ou
inexistente. Hoje o próprio País não tem em conta de quantos navios
pesqueiros ilegais se encontram nas águas moçambicanas praticando
atividades pesqueiras. Portanto não tem idéia do tamanho da destruição do
ecossistema e da Biodiversidade Marinha e se por “lapso” se interceptam
ilegais a praticarem estas atividades, estes não sofrem nenhuma sansão
punitiva visto que ha uma facilidade corromper o sistema de fiscalização.

2.2 Biodiversidade Terrestre (Fauna e Flora)

2.2.1 Fauna

Tendo em conta que grande parte da população Moçambicana esteja


concentrada em Centros Urbanos, (Cidades, Vilas e Localidades)
encontramos vastas áreas florestais com muito baixa densidade populacional
ou inexistência da população. Hoje essas áreas possuem uma grande
diversidade de animais bravios que foi crescendo durante os últimos 16 anos
após o término da guerra fria, tendo em conta que a população que era rural
e que fugiu da guerra, hoje se transformou em urbana e nunca mais
regressou para suas zonas de origem.

Devido ao fraco sistema de comunicação, é difícil saber-se se a fauna bravia


esta ou não ameaçada por caçadores furtivos. Não se houve notícias desse
gênero. Isto mostra o fraco sistema não só de informação como também de
proteção da fauna bravia. Contudo tem-se notado que a fauna bravia
Moçambicana esta em crescente desenvolvimento. Os parques Nacionais e as
reservas começam a ter um número considerado de diversidade animal,
coisa que já não existia no período da guerra.

2.2.2 Flora

A Flora Moçambicana é vasta e diversificada, encontramos biodiversidades


diferentes na zona Norte, Centro e Sul do País; da zona costeira possui
vastas áreas de planícies e no interior, vastas áreas constituídas por
planaltos e montanhas, com temperaturas baixas em relação às zonas
costeiras de planície. Encontramos variedades de plantas desde medicinais à
plantas para exploração de madeira de diferentes tipos e muitas delas de alta
qualidade e de muita procura no mercado estrangeiro, tendo como exemplo
o Pau Preto, Jambire, Chanfuta, Pau Roza, Pau ferro, Sândalo, de entre
outros.

Devido a dureza da sua madeira o que lhe confere essa qualidade excelente,
estas árvores levam muito tempo a crescerem e podem viver muitos anos.
Tendo em conta que até a pouco tempo essas árvores se encontravam em
florestas, muitas delas ainda virgem e sem a intervenção do Homem,
puderam crescer e viver muitos anos, conferindo-lhes grande robustez,
sendo alvos dos madeireiros que vão a estas zonas para abate de arvores e
corte dos seus troncos para madeira.
A principio, a exploração de madeira não constituía perigo de destruição do
meio ambiente (floresta) porque a sua exploração era artesanal e não
industrial, embora nunca houvesse reposição da mesma ou novas espécies
após o abate de uma árvore.

Nos últimos anos, com a entrada em Moçambique de exploradores


estrangeiros (grande parte originária da China), a exploração de madeira
deve ser vista como uma ameaça a biodiversidade e da flora Moçambicana, e
de destruição da natureza sem precedentes, visto que a destruição põe
também em perigo a fauna bravia e outras biodiversidades locais.

Hoje o abate e corte de madeira esta em proporção alarmante. A fiscalização


florestal não consegue conter esta barbaridade. Em Moçambique, com
situação de salário baixo, os funcionários públicos ganham uma miséria. – O
funcionário para a área de fiscalização florestal não foge a esse exemplo –
Sendo assim “banhado” pela necessidade de ganhar ainda mais como forma
de melhorar a sua vida e pela ignorância em relação às conseqüências
negativas futuras que possam advir ao ecossistema local, facilmente são
corrompidos, impedindo que agentes que efetuam atos ilegais contra a
exploração dos recursos naturais, sejam punidos, contribuindo deste modo
para a degradação da natureza e do meio ambiente local.

Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram


algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a
atividade de venda de madeira como uma fonte alternativa de rendimento e
que por sua vez os exploradores estrangeiros compram-na e exportam para
seus Países.

O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a


não seleção de árvores em condições de serem aproveitadas para a obtenção
do requerido “produto”, destruindo deste modo árvores que não tem
diâmetros suficientes para corte de madeira, o que muitas vezes são
rejeitados pelos compradores e posteriormente aproveitados para a o fabrico
de carvão vegetal. Esta população não repõe arvores abatidas. Esta
população enganada por alguns trocados oferecidos por exploradores (muitas
vezes já ricos e que dizem estarem a investir no País) não tem noção da
tamanha destruição que eles próprios estão executando para o próprio meio
ambiente onde habitam. Para eles é só mais uma fonte de rendimento para
sustento familiar; é uma forma de ganhar para melhorar a sua vida. A sua
atitude não é vista de uma forma negativa, mas sim uma oportunidade de
negócio e de melhoramento de vida.

Tratando-se de pessoas ignorantes em matéria de destruição do meio


ambiente em que habitam é difícil julgá-los pelos atos bárbaros a que estão
cometendo.
Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem noção
do ato que estão cometendo. Esta sensibilização contará com uma
divulgação de mensagens educativas sobre o meio ambiente e até educação
ambiental básico nestas áreas rurais como forma de abrir suas mentes e
terem peso de consciência das barbaridades que estão sendo feitas contra a
natureza.

Embora esta sensibilização não influencie no término de exploração de


madeira como fonte de rendimento, ajudará no cultivo de suas mentes, na
conscientização ambiental e na seleção de espécies e seu dimensionamento
para o abate e exploração desta matéria para sua atividade comercial como
também ajudará na reposição de novas plantas da mesma espécie para
reflorestamento das áreas exploradas.

Outro problema é a existência de grandes entidades no Governo que tem


ações nessas empresas madeireiras estrangeiras ou que foram já
corrompidas e que agora não têm voz para fazer parar o excessivo abate de
árvores para exploração da madeira, para exportação. Em alguns casos
funcionários sérios ligados ao controlo da exploração dos recursos naturais
são sancionados ou sofrem represálias dos seus superiores corruptos,
contribuindo deste modo para a desmotivação de controle e aumento da
corrupção e degradação acelerada das florestas e seu meio ambiental.

2.2.3 Exploração Mineira


Esta atividade tem muitas vezes destruídos vários ecossistemas em locais
onde ela é implementada. Em Moçambique esta atividade não é muito
comentada pelos sistemas de informação sendo que muitos locais de
extração mineira ser de caráter artesanal e estarem no anonimato,
mostrando que o País não tem capacidade de exploração nem controlo e/ou
gestão de sua extração. A atividade de extração mineira mais ativa em
Moçambique é a da exploração do carvão mineral (de caráter industrial) e a
exploração de ouro (de caráter artesanal) hoje temos também a extração de
areias pesadas mármores e gás natural(industrial).

Felizmente esta atividade ainda não é ameaça ao meio ambiente no País nem
ao seu ecossistema.

2.2.4 Zonas Industriais

O nível de emissão de gases poluentes das indústrias Moçambicanas no geral


não é assustadora se compararmos com países desenvolvidos e
industrializados do mundo inteiro – hoje Moçambique vive de importação de
produtos de consumo interno devido à falta de grandes indústrias
transformadoras no País.
Dentre varias existentes no País, das fábricas poluidoras existentes em
Moçambique se destacam as seguintes: A Fábrica de Cimento e a de
Alumínios – estas têm grandes efeitos nocivos e de impacto negativo
principalmente para o ambiente que o rodeia, abrangendo o ecossistema ali
existente e criando graves problemas as populações circunvizinhas. Contudo
a falta de conhecimento real sobre o grau de poluição é do tamanho risco
que as pessoas correm faz com que elas passem despercebidas em relação a
sua nocividade visto que por questões políticas e de interesses privados,
serem omitidas algumas informações que visam minimizar a gravidade da
real situação de contaminação ambiental. Outros graves riscos para o
ambiente que poderá criar um impacto negativo forte é a proposta da criação
de novas refinarias de petróleo e áreas já identificadas e com grandes
biodiversidades marinhas como é o caso de Naca-Porto que existe um
ecossistema marinho formado de corais marinhos.
3. CONCLUSÃO

-Devido a sua posição geográfica e existência de uma bacia hidrográfica


ampla e grande costa marinha e diferentes relevos que lhe confere diferentes
climas subtropicais, Moçambique possui uma biodiversidade considerável que
faz deste País rico em recursos naturais.

-Contudo a fraqueza na gestão destes recursos ameaça a manutenção dos


mesmos e põe em risco a sua existência. Esta fraca gestão é condicionada
pela:

* Falta de meios técnicos, científicos e morais de controle e de gestão;

* Falta de conhecimentos sobre impactos ambientais que possam surgir com


a exploração desenfreada desses recursos por parte dos agentes de gestão
desses e a maioria dos exploradores;

* Exploração desenfreada na obtenção desses recursos como forma de


aquisição de riqueza fácil em curto espaço de tempo, pelos exploradores
“furtivos” e pelas grandes entidades corruptas.

* Ignorância em matéria de gestão ambiental e de sensibilização na proteção


do planeta.

-Como forma de proteger o nosso ambiente para que futuramente não


possamos ser castigados pela destruição do nosso ecossistema devemos
criar mecanismos que visão melhorar o controle e gestão do meio ambiente
em que vivemos. Estes mecanismos não devem estar ligado só às entidades
de controle, como também ligados à população alvo, criando para isso
sistemas de ensino e de “incutimento” de atitude “ambientalista” e de
proteção do nosso planeta. Entre tais mecanismos podemos destacar alguns
considerados importantes:

– Introdução de educação ambiental nas Escolas;


– Criação de encontros educativos nas comunidades;
– Sistema de comunicação social sobre meio ambiente através de
informações em rádio, televisão, panfletos e outros;

– Criação de fiscais comunitários em áreas rurais;

– Melhoramento de conhecimento sobre gestão ambiental para agentes de


fiscalização.

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