Você está na página 1de 112

GEOGRAFIA

CADERNO DO ESTUDANTE

ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S

VOLUME 1
CEEJA_INICIAIS_GEO.indd 1 7/4/14 11:29 AM
Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos
apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram
verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados
permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a


reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do País, desde
que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*
deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos
artigos da Lei no 9.610/98.

* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que
não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Geografia : caderno do estudante. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,


Tecnologia e Inovação (SDECTI) : Secretaria da Educação (SEE), 2014.
il. - - (Educação de Jovens e Adultos (EJA) : Mundo do Trabalho modalidade semipresencial, v. 1)

Conteúdo: v. 1. 6o ano do Ensino Fundamental Anos Finais.


ISBN: 978-85-8312-028-5 (Impresso)
978-85-8312-063-6 (Digital)

1. Geografia – Estudo e ensino. 2. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental


Anos Finais. 3. Modalidade Semipresencial. I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação. II. Secretaria da Educação. III. Título.

CDD: 372.5

FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262

CEEJA_INICIAIS_GEO.indd 2 7/4/14 11:29 AM


Geraldo Alckmin
Governador

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência, Tecnologia e Inovação

Nelson Luiz Baeta Neves Filho


Secretário em exercício

Maria Cristina Lopes Victorino


Chefe de Gabinete

Ernesto Mascellani Neto


Coordenador de Ensino Técnico,
Tecnológico e Profissionalizante

Secretaria da Educação

Herman Voorwald
Secretário

Cleide Bauab Eid Bochixio


Secretária-Adjunta

Fernando Padula Novaes


Chefe de Gabinete

Maria Elizabete da Costa


Coordenadora de Gestão da Educação Básica

Mertila Larcher de Moraes


Diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos

Adriana Aparecida de Oliveira


Adriana dos Santos Cunha
Luiz Carlos Tozetto
Virgínia Nunes de Oliveira Mendes
Técnicos do Centro de Educação de Jovens e Adultos

CEEJA_INICIAIS_GEO.indd 3 7/4/14 11:29 AM


Concepção do Programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação Geral do Projeto Equipe Técnica


Ernesto Mascellani Neto Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa Maria Etelvina R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula
Diretor Executivo Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Márgara Raquel Cunha
Diretora de Políticas Sociais Autores
Arte: Carolina Martins, Eloise Guazzelli, Emily Hozokawa Dias,
Coordenação Executiva do Projeto Gisa Picosque e Lais Schalch; Ciências: Gustavo Isaac Killner,
José Lucas Cordeiro Maria Helena de Castro Lima e Rodnei Pereira; Geografia: Cláudia
Beatriz de Castro N. Ometto, Clodoaldo Gomes Alencar Jr.,
Coordenação Técnica Edinilson Quintiliano dos Santos, Liliane Bordignon de Souza
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Mait Bertollo; História: Ana Paula Alves de Lavos, Fábio
Vídeos: Cristiane Ballerini Luis Barbosa dos Santos e Fernando Manzieri Heder; Inglês:
Clélia La Laina e Eduardo Portela; Língua Portuguesa: Claudio
Equipe Técnica e Pedagógica Bazzoni, Giulia Mendonça e Walkiria Rigolon; Matemática:
Ana Paula Alves de Lavos, Cláudia Beatriz de Castro N. Ometto, Antonio José Lopes, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina R.
Clélia La Laina, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Balan e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias; Trabalho: Maria
Hozokawa Dias, Fernando Manzieri Heder, Herbert Rodrigues, Helena de Castro Lima e Selma Venco (material adaptado e
Laís Schalch, Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, inserido nas demais disciplinas)

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Mauro de Mesquita Spínola Equipe de Produção


Presidente da Diretoria Executiva Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Carolina Grego Donadio e Paulo Mendes
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-Presidente da Diretoria Executiva Equipe Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de
Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Ana Paula Santana
Gestão de Tecnologias em Educação
Bezerra, Bárbara Odria Vieira, Bruno Pontes Barrio, Camila
Direção da Área De Pieri Fernandes, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David
Guilherme Ary Plonski dos Santos Silva, Jean Kleber Silva, Lucas Puntel Carrasco,
Mainã Greeb Vicente, Mariana Padoan de Sá Godinho, Patrícia
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Pinheiro de Sant’Ana, Tatiana Pavanelli Valsi e Thaís Nori
Cornetta
Gestão do Portal
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Camila Terra
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves,
Hama, Fernanda Catalão Ramos, Mayara Ribeiro de Souza,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira
Priscila Garofalo, Rita De Luca, Sandro Dominiquini Carrasco
Gestão de Comunicação Apoio à produção: Bia Ferraz, Maria Regina Xavier de Brito e
Ane do Valle
Valéria Aranha

Gestão Editorial Projeto gráfico-editorial e diagramação: R2 Editorial, Michelangelo


Denise Blanes Russo e Casa de Ideias

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

01_CEEJA_INICIAIS_V1_GEO.indd 4 03/09/14 15:14


Caro(a) estudante

É com grande satisfação que a Secretaria da Educação do Estado de São


Paulo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa Edu-
cação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho para os Centros Estaduais
de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs). A proposta é oferecer um material
pedagógico de fácil compreensão, que favoreça seu retorno aos estudos.

Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-


car aos estudos, principalmente quando se parou de estudar há algum tempo.

O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos


têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-
zagem. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimentos e convicções
que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos respeitar a trajetória
daqueles que apostaram na educação como o caminho para a conquista de um
futuro melhor.

Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perce-
berá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o mundo do trabalho
e respeitar as especificidades da modalidade de ensino semipresencial praticada
nos CEEJAs.

Esperamos que você conclua o Ensino Fundamental e, posteriormente, conti-


nue estudando e buscando conhecimentos importantes para seu desenvolvimento
e sua participação na sociedade. Afinal, o conhecimento é o bem mais valioso que
adquirimos na vida e o único que se acumula por toda a nossa existência.

Bons estudos!

Secretaria da Educação

Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 5 04/07/14 09:21


APRESENTAÇÃO

Estudar na idade adulta sempre demanda maior esforço, dado o acúmulo de


responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.), e a necessidade
de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a reto-
mada dos estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e traba-
lho. Nesse contexto, os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs)
têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que
não conseguem frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar
um curso com presença flexível.
Para apoiar estudantes como você ao longo de seu percurso escolar, o Programa
Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho produziu materiais espe-
cificamente para os CEEJAs. Eles foram elaborados para atender a uma justa e
antiga reivindicação de estudantes, professores e sociedade em geral: poder contar
com materiais de apoio específicos para os estudos desse segmento.
Esses materiais são seus e, assim, você poderá estudar nos momentos mais
adequados – conforme os horários que dispõe –, compartilhá-los com sua família,
amigos etc. e guardá-los, para sempre estarem à mão no caso de futuras consultas.
Os Cadernos do Estudante apresentam textos que abordam e discutem os conteúdos
propostos para cada disciplina e também atividades cujas respostas você poderá regis-
trar no próprio material. Nesses Cadernos, você ainda terá espaço para registrar suas
dúvidas, para que possa discuti-las com o professor sempre que for ao CEEJA.
Os vídeos que acompanham os Cadernos do Estudante, por sua vez, explicam,
exemplificam e ampliam alguns dos assuntos tratados nos Cadernos, oferecendo
informações que vão ajudá-lo a compreender melhor os conteúdos. São, portanto,
um importante recurso com o qual você poderá contar em seus estudos.
Além desses materiais, o Programa EJA – Mundo do Trabalho tem um site exclu-
sivo, que você poderá visitar sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.
sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre o Programa, você acessa os Cadernos
do Estudante e os vídeos de todas as disciplinas, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA.
Lá também estão disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante
significativos para jovens e adultos como você. Para encontrá-los, basta clicar na
aba Conteúdo EJA.
Os materiais foram produzidos com a intenção de estabelecer um diálogo com
você, visando facilitar seus momentos de estudo e de aprendizagem. Espera-se que,
com esse estudo, você esteja pronto para realizar as provas no CEEJA e se sinta cada
vez mais motivado a prosseguir sua trajetória escolar.

02_CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 6 03/09/14 15:18


COMO SE APRENDE A ESTUDAR?

É importante saber que também se aprende a estudar. No entanto, se buscar-


mos em nossa memória, dificilmente nos lembraremos de aulas em que nos ensi-
naram a como fazer.

Afinal, como grifar um texto, organizar uma anotação, produzir resumos, ficha-
mentos, resenhas, esquemas, ler um gráfico ou um mapa, apreciar uma imagem
etc.? Na maioria das vezes, esses procedimentos de estudo são solicitados, mas
não são ensinados. Por esse motivo, nem sempre os utilizamos adequadamente ou
entendemos sua importância para nossa aprendizagem.

Aprender a estudar nos faz tomar gosto pelo estudo. Quando adquirimos este
hábito, a atitude de sentar-se para ler e estudar os textos das mais diferentes disci-
plinas, a fim de aprimorar os conhecimentos que já temos ou buscar informações,
torna-se algo prazeroso e uma forma de realizar novas descobertas. E isso acontece
mesmo com os textos mais difíceis, porque sempre é tempo de aprender.

Na hora de ler para aprender, todas as nossas experiências de vida contam


muito, pois elas são sempre o ponto de partida para a construção de novas apren-
dizagens. Ler amplia nosso vocabulário e ajuda-nos a pensar, falar e escrever
melhor.

Além disso, quanto mais praticamos a leitura e a escrita, desenvolvemos


melhor essas capacidades. Para isso, conhecer e utilizar adequadamente diferentes
procedimentos de estudo é fundamental. Eles lhe servirão em uma série de situa-
ções, dentro e fora da escola, caso você resolva prestar um concurso público, por
exemplo, ou mesmo realizar alguma prova de seleção de emprego.

Por todas essas razões, os procedimentos de estudo e as oportunidades de


escrita são priorizados nos materiais, que trazem, inclusive, seções e dois vídeos
de Orientação de estudo.

Por fim, é importante lembrar que todo hábito se desenvolve com a frequência.
Assim, é essencial que você leia e escreva diariamente, utilizando os procedimen-
tos de estudo que aprenderá e registrando suas conclusões, observações e dúvidas.

02_CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 7 03/09/14 15:18


CONHECENDO O CADERNO DO ESTUDANTE

O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi


planejado para facilitar seus momentos de estudo e de aprendizagem, tanto
fora da escola como quando for participar das atividades ou se encontrar com
os professores do CEEJA. A ideia é que você possa, em seu Caderno, registrar
todo processo de estudo e identificar as dúvidas que tiver.

O SUMÁRIO
Ao observar o Sumário, você perceberá que todos os
Cadernos se organizam em Unidades (que equivalem
a capítulos de livros) e que estas estão divididas em
Temas, cuja quantidade varia conforme a Unidade.

Essa subdivisão foi pensada para que, de preferên-


cia, você estude um Tema inteiro de cada vez. Assim,
conhecerá novos conteúdos, fará as atividades pro-
postas e, em algumas situações, poderá assistir aos
vídeos sobre aquele Tema. Dessa forma, vai iniciar
e finalizar o estudo sobre determinado assunto e
poderá, com o professor de plantão, tirar suas dúvidas
e apresentar o que produziu naquele Tema.

Cada Unidade é identificada por uma cor, o que vai


ajudá-lo no manuseio do material. Além disso, para
organizar melhor seu processo de estudo e facilitar a
localização do que gostaria de discutir com o professor
do CEEJA, você pode indicar, no Sumário, os Temas que
já estudou e aqueles nos quais tem dúvida.

AS UNIDADES
Para orientar seu estudo, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
int
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 8 04/07/14 09:21


OS TEMAS
A abertura de cada Tema é visualmente
identificada no Caderno. Você pode perceber
que, além do título e da cor da Unidade, o
número de caixas pintadas no alto da página
indica em qual Tema você está. Esse recurso
permite localizar cada Tema de cada Unidade
até mesmo com o Caderno fechado, facili-
tando o manuseio do material.

Na sequência da abertura, você encontra


um pequeno texto de apresentação do Tema.

As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar sua aprendi-
zagem. Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça antes
de dar início aos estudos. Assim, saberá de antemão a intenção presente em cada
seção e o que se espera que você realize.

Algumas seções estão presentes em todos os Temas!

O QUE VOCÊ JÁ SABE?

Essa seção sempre aparece no início de cada Tema. Ela tem o objetivo
de ajudá-lo a reconhecer o que você já sabe sobre o conteúdo a ser estu-
dado, seja por estudos anteriores, seja por sua vivência pessoal.

Em nossa vida cotidiana, estamos o tempo todo utilizando os conheci-


mentos e as experiências que já temos para construir novas aprendizagens.
Ao estudar, acontece o mesmo, pois lembramos daquilo que já sabemos
para aprofundar o que já conhecíamos. Esse é sempre um
processo de descoberta. Veja um exemplo: pela
sua experiência, você sabe que água e óleo não
se misturam, mas talvez não tenha tido a oportu-
nidade de conhecer as razões para que isso acon-
teça. As explicações científicas serão apresentadas
no material de Ciências, e você dará um passo a
mais na ampliação de seus conhecimentos.

Essa seção pode ser composta por algumas per-


guntas ou um pequeno texto que o ajudarão a bus-
car na memória o que você já sabe a respeito do
conteúdo tratado no Tema.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 9 04/07/14 13:28


Textos
Os textos apresentam os conteúdos e
conceitos a serem aprendidos em cada
Tema. Eles foram produzidos, em geral,
procurando dialogar com você, a partir
de uma linguagem clara e acessível.
Imagens também foram utilizadas
para ilustrar, explicar ou ampliar a
compreensão do conteúdo abordado.
Você vai perceber que elas aparecem
dentro de fundos coloridos, nos quais
também são apresentadas as respecti-
vas legendas.
Para ampliar o estudo do assunto tra-
tado, boxes diversos ainda podem apa-
recer articulados a esses textos.

ATIVIDADE

As atividades antecipam, reto-


mam e ampliam os conteúdos abor-
dados nos textos, para que possa
perceber o quanto já aprendeu.
Nelas, você terá a oportunidade de
ler e analisar textos de outros auto-
res, mapas, gráficos e imagens, de
modo a ampliar sua compreensão
a respeito do que foi apresentado
nos textos. Lembre-se de ler aten-
tamente as instruções antes de rea-
lizar os exercícios propostos e de
sempre anotar suas dúvidas.
Para facilitar seus estudos, assim
como os encontros com o professor
do CEEJA, muitas dessas atividades
podem ser realizadas no próprio
Caderno do Estudante.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 10 04/07/14 09:22


HORA DA CHECAGEM

Essa seção apresenta respostas e explicações


ações
para todas as atividades propostas no Tema.ema.
Para que você a localize com facilidade de no
material, ela tem um fundo amarelo que pode
ser identificado na margem lateral externana do
Caderno. É nela que você vai conferir o resul-
esul-
tado do que fez e tirar suas dúvidas, além m de
ser também uma nova oportunidade de estudo.tudo.
É fundamental que você leia as explicaçõesações
após a realização das atividades e que as com-
pare com as suas respostas. Analise se as infor-
nfor-
mações são semelhantes e se esclarecem suas
dúvidas, ou se ainda é necessário completarletar
alguns de seus registros.
Mas, atenção! Lembre-se de que não há ape-
rreta.
nas um jeito de organizar uma resposta correta.
balho
Por isso, você precisa observar seu trabalho
com cuidado, perceber seus acertos, aprender
ender
com as correções necessárias e refletir sobre
o que fez, antes de tomar sua resposta como
certa ou errada.
É importante que você apresente o que e fez
á em
ao professor do CEEJA, pois ele o orientará
seus estudos.

Essa seção é proposta ao final de cada Tema. Depois de


REGISTRO DE você ter estudado os textos, realizado as atividades e con-
DÚVIDAS E sultado as orientações da Hora da checagem, é importante
COMENTÁRIOS que você registre as dúvidas que teve durante o estudo.
Registrar o que se está estudando é uma forma de
aprender cada vez mais. Ao registrar o que aprendeu,
você relembra os conteúdos – construindo, assim, novas
aprendizagens – e reflete sobre os novos conhecimentos
e sobre as dúvidas que eventualmente teve em determi-
nado assunto.
Sistematizar o que aprendeu e as dúvidas que encon-
trou é uma ferramenta importante para você e o profes-
sor, pois você organizará melhor o que vai perguntar a
ele, e o professor, por sua vez, poderá acompanhar com
detalhes o que você estudou, e como estudou. Assim,
ele poderá orientá-lo de forma a dar prosseguimento aos
estudos da disciplina.
Por isso, é essencial que você sempre utilize o espaço
reservado dessa seção ao concluir o estudo de cada
Tema. Assim, não correrá o risco de esquecer seus
comentários e suas dúvidas até o dia de voltar ao CEEJA.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 11 04/07/14 09:22


Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades,
mas complementam
ntam os assuntos abordados!

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Essa seção enfoca diferentes proce-
dimentos de estudo, importantes para
a leitura e a compreensão dos textos
e a realização das atividades, como gri-
far, anotar, listar, fichar, esquematizar
e resumir, entre outros. Você também
poderá conhecer e aprender mais sobre
esses procedimentos assistindo aos dois
vídeos de Orientação de estudo.

DESAFIO
Essa seção apresenta questões
que caíram em concursos públicos
ou em provas oficiais (como Saresp,
Enem, entre outras) e que enfocam o
conteúdo abordado no Tema. Assim, PENSE SOBRE...
você terá a oportunidade de conhe-
cer como são construídas as provas Essa seção é proposta sempre que houver
em diferentes locais e a importân- a oportunidade de problematizar algum con-
cia do que vem sendo aprendido teúdo desenvolvido, por meio de questões
no material. As respostas tam- que fomentem sua reflexão a respeito dos
bém estão disponíveis na Hora da aspectos abordados no Tema.
checagem.

02_CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 12 03/09/14 15:18


MOMENTO CIDADANIA

Essa seção aborda assuntos que têm


relação com o que você estará estudando
e que também dialogam com interesses
da sociedade em geral. Ela informa sobre
leis, direitos humanos, fatos históricos
etc. que o ajudarão a aprofundar seus co-
nhecimentos sobre a noção de cidadania.

PARA SABER MAIS


Essa seção apresenta textos e
atividades que têm como objeti-
vo complementar o assunto estu-
dado e que podem ampliar e/ou
aprofundar alguns dos aspectos
apresentados ao longo do Tema.

Os boxes são caixas de texto que você vai encontrar em todo o material.
Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca do texto
e facilita sua identificação!

GLOSSÁRIO
A palavra glossário significa “dicionário”.
”.
Assim, nesse boxe você encontrará verbe- e-
tes com explicações sobre o significado de
palavras e/ou expressões que aparecem m
nos textos que estará estudando. Eles têm m
o objetivo de facilitar sua compreensão.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 13 04/07/14 09:22


BIOGRAFIA
BI
Esse boxe aborda aspectos
da vida e da obra de autores ou
artistas trabalhados no material,
art
para ampliar sua compreensão a
pa
respeito do texto ou da imagem
res
que está estudando.
qu

ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, ma,
que você pode assistir para complementar tar
os conteúdos apresentados no Caderno. São
indicados tanto os vídeos que compõem os
DVDs – que você recebeu com os Cadernoss –
quanto outros, disponíveis no site do Programa.
ma.
Para facilitar sua identificação, há dois ícones
nes
usados nessa seção.

FICA A DICA!
Nesse boxe você encontrará sugestões
diversas para saber mais sobre o conteúdo
trabalhado no Tema: assistir a um filme ou
documentário, ouvir uma música, ler um
livro, apreciar uma obra de arte etc. Esses
outros materiais o ajudarão a ampliar seus
conhecimentos. Por isso, siga as dicas
sempre que possível.

VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto que você está estudando.
Ele traz informações que complementam
seus conhecimentos.

CEEJA_CE_INICIAIS GERAL_sangria.indd 14 04/07/14 13:28


GEOGRAFIA

SUMÁRIO

Unidade 1 — O que é paisagem?....................................................................................17

Tema 1 − Paisagem ...................................................................................................................................17


Tema 2 − Paisagem e Geografia............................................................................................................30

Unidade 2 — A paisagem rural ...................................................................................39

Tema 1 − A paisagem rural e as atividades humanas no campo.........................................39


Tema 2 − Agricultura ..................................................................................................................48
Tema 3 − Produtividade e mecanização ..................................................................................55

Unidade 3 — Os espaços urbanos no Brasil......................................................................66

Tema 1 − Paisagem urbana: urbanização e metropolização.................................................66


Tema 2 − As funções urbanas ...............................................................................................................79

Unidade 4 — Planejamento urbano...................................................................................95

Tema 1 − A importância do planejamento urbano........................................................................95


Tema 2 − A segregação socioespacial...............................................................................................105

GEO_VOL 1_U1.indd 15 03/09/14 15:40


Caro(a) estudante,

Você está começando agora o curso de Geografia do Ensino Fundamental ƺ


Anos Finais.

Pensando sobre os seus estudos até o momento, qual é a importância que você
dá à Geografia? Como ela ajuda a explicar a sua vida e o nosso mundo? O que
você espera aprender nessa disciplina? E, afinal, o que é Geografia? Você já pensou
sobre isso?

Os conhecimentos de Geografia ajudam a compreender melhor o mundo em


que vivemos, desde a relação entre sociedade e natureza até os processos que
explicam a construção dos espaços na sociedade. Um desses processos é o da
construção de diferentes paisagens, como a urbana e a rural, por meio do trabalho
humano. Este Caderno se dedica ao estudo dessas paisagens e de como elas são
organizadas e transformadas.

A Unidade 1 explora os elementos que constituem uma paisagem, suas caracte-


rísticas e o modo como se dão suas transformações.

Nas Unidades 2 e 3, sobre as paisagens rural e urbana, respectivamente, você


vai conhecer como e quais atividades humanas interferem nesses espaços.

Por fim, na Unidade 4, você vai estudar o planejamento urbano e terá a opor-
tunidade de refletir sobre a importância e os problemas das cidades, pequenas
e grandes, com seus processos de planejamento dos usos e do crescimento do
espaço urbano.

Uma vez que a Geografia tem como foco de estudo os espaços que o ser
humano constrói e transforma, uma das principais ferramentas dessa área do
conhecimento é a leitura de mapas e gráficos, que ajudará você a aprofundar seus
saberes, localizar lugares e a estabelecer relações entre diferentes fatos e fenô-
menos. Além disso, serão utilizadas diversas fontes de informações presentes no
cotidiano, como textos de jornais e revistas, imagens e filmes.

Bons estudos e aproveite!

book_GEO_VOL 1.indb 16 26/06/14 15:58


GEOGRAFIA
O QUE É PAISAGEM?
UNIDADE 1

TEMAS
1. Paisagem
2. Paisagem e Geografia

Introdução
Nesta Unidade, o assunto principal é a paisagem e o espaço geográfico. O obje-
tivo é identificar os elementos naturais e culturais (ou humanos) de uma paisagem
e também reconhecer as mudanças que nela ocorrem ao longo do tempo.

Paisagem T E M A 1

Um dos objetivos do estudo da paisagem é perceber como a Geografia faz parte


das nossas vidas e adquirir conhecimentos que permitam ampliar a compreensão
sobre as características das paisagens. Como elas se transformam? Como essas
modificações alteram a vida de uma população?

As paisagens estão em constante mudança e são transformadas por homens


e mulheres. Por exemplo, repare como uma avenida, pela qual você está acos-
tumado a passar, em dado momento sofre a instalação de um grande objeto
técnico, como uma estação de metrô. Logo, tudo começa a mudar: novos comér-
cios se instalam, outros são obrigados a se retirar, o fluxo de pessoas e de auto-
móveis aumenta etc. Em breve, toda a paisagem é alterada pela chegada desse
objeto técnico.

Um objeto pode ser entendido como aquilo que o ser humano cria com alguma finalidade, para
atender a alguma necessidade, como um relógio ou uma enxada. Ao longo do tempo, os objetos
foram aprimorados por meio de técnicas desenvolvidas por diferentes grupos humanos e, por isso,
são chamados artefatos ou objetos técnicos. Entre os que aqui vão interessar mais diretamente
estão os que podem ser observados em paisagens: edificações, rodovias, ferrovias, fazendas, usinas
hidrelétricas, linhas de transmissão de energia, pontes, túneis, redes de metrô etc.

book_GEO_VOL 1.indb 17 26/06/14 15:58


18 UNIDADE 1

Para iniciar o aprendizado sobre paisagem, observe com atenção e descreva o que
você vê nas imagens 1 e 2.
Imagem 1
© João Prudente/Pulsar Imagens

Zona rural.

book_GEO_VOL 1.indb 18 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 19

Imagem 2
© Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens

Zona urbana.

Quais semelhanças e diferenças você consegue identificar entre as duas imagens?

book_GEO_VOL 1.indb 19 26/06/14 15:58


20 UNIDADE 1

Paisagem
Você já reparou que, ao olhar para o campo, para a praia ou mesmo pela
janela de casa, a paisagem sempre chama a atenção? E que, quando se viaja
para outra região, é possível perceber que as paisagens mudam no decorrer
da viagem?

Ao sair de uma cidade grande, pode-se ver a cidade ficando para trás e,
junto com ela, os prédios, o barulho e a intensa movimentação de pessoas. Vão
aparecendo rodovias, matas, fazendas, e já se consegue sentir o cheiro do mato
ou do mar. O mesmo ocorre quando se sai de um bairro pacato em direção ao
centro de uma grande cidade. A paisagem vai se alterando, a imagem do bairro
(com casas, pequenos comércios, praças, ruas calmas, crianças que brincam
nas ruas etc.) vai ficando para trás e surgem viadutos, carros, prédios e aglo-
meração de pessoas. Nos estudos de Geografia, essa combinação de elementos
naturais (que não são feitos pelo homem) e técnicos (resultados do trabalho e da
inteligência humana, tanto do passado como do presente) é chamada paisagem.

Há várias definições de paisagem. Uma delas é a do geógrafo Milton Santos


(1926-2001), que considera a paisagem como a porção do espaço geográfico que
se pode ver e perceber a partir do lugar onde se está. Segundo ele, por meio de
sons, aromas, volumes, movimentos etc. pode-se verificar como estão organi-
zados os elementos naturais e culturais, ou sociais, em determinado espaço, em
dado momento.

Geografia ƺ Volume 1

O homem na transformação da paisagem

Neste momento, você pode assistir a esse vídeo para ajudá-lo a compreender a forma-
ção de diferentes paisagens, os elementos que as compõem e como elas são percebidas
por nós.

Na abertura desta Unidade, você foi convidado a descrever o que viu nas imagens
apresentadas, que indicam uma paisagem urbana e outra rural. Após ter aprendido
um pouco mais sobre paisagem, reveja o que escreveu e pense se acrescentaria outros
detalhes à sua descrição.

book_GEO_VOL 1.indb 20 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 21

ELEMENTOS NATURAIS E SOCIAIS

Para entender melhor o que são esses elementos naturais e sociais, compare os dois trechos do
Rio Tietê apresentados nas imagens a seguir.

© Jacek Iwanicki/Kino
Rio Tietê em Salesópolis (SP), onde está sua nascente.

© Raimundo Paccó/Folhapress

Rio Tietê na capital paulista.

É difícil acreditar que as duas imagens mostram o mesmo rio. Mas é verdade, elas mostram o Rio
Tietê e seu entorno em diferentes cidades do Estado de São Paulo: a primeira imagem retrata a
cidade de Salesópolis, onde fica a nascente do rio, e a segunda, um trecho do rio na capital paulista.

O Rio Tietê é um bom exemplo de paisagem transformada, que deve ser considerada de acordo
com seus elementos naturais e com os que são resultado da ação do homem.

book_GEO_VOL 1.indb 21 26/06/14 15:58


22 UNIDADE 1

ATIVIDADE 1 Transformações na paisagem

Observe novamente as imagens 1 e 2 da seção O que você já sabe? e imagine


esses lugares há 50 anos: Como as paisagens poderiam ser nessa época? Elas
sempre foram dessa forma? Essa reflexão deve ajudá-lo a pensar sobre as trans-
formações que as paisagens sofreram com o tempo, especialmente por meio da
intervenção humana.

Em seguida, responda às questões propostas.

1 Com base nas observações que você fez das imagens, procure registrar, no qua-
dro da próxima página, o nome dos elementos naturais e dos objetos técnicos que
você notou nas paisagens. É possível preencher todas as células? Você consegue
identificar elementos naturais e objetos técnicos nas duas imagens?

2 Aponte um exemplo de transformação possível de acontecer em cada paisagem


analisada.

Imagem 1: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Imagem 2: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

book_GEO_VOL 1.indb 22 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 23

Elementos naturais Objetos técnicos

Imagem 1

Imagem 2

book_GEO_VOL 1.indb 23 26/06/14 15:58


24 UNIDADE 1

Observe que as imagens em jornais, revistas, materiais didáticos, entre outros,


sempre estão acompanhadas de informações sobre o autor da imagem e/ou sobre
o conteúdo delas. Veja a pintura a seguir.
© Nelson Aguilar

Anita Malfatti. Entre morros e roda d’água, c. 1950. Óleo sobre tela, 44 cm × 54 cm. Coleção particular. São Paulo (SP).

Note que há um pequeno texto logo abaixo da obra de arte. Esse texto traz infor-
mações sobre a imagem, o que ajuda a interpretá-la.

1 Escreva a seguir a que se refere cada uma dessas informações sobre a pintura.

GEO_VOL 1_U1.indd 24 03/07/14 21:05


UNIDADE 1 25

2 Agora, observe com atenção a paisagem que a artista Anita Malfatti retratou por
volta de 1950 e responda:

r Quais elementos compõem essa paisagem? Qual é a cor predominante, que mais
se vê nesse quadro? Como são as casas e as ruas retratadas pela artista?

r Você já conheceu algum lugar parecido com este? Essa paisagem lhe traz alguma
lembrança? Qual?

Veja a seguir outro tipo de texto que acompanha imagens em jornais, revistas etc.:
© Ed Alves/Esp. CB/D.A Press

Trabalhadores rurais da atualidade em marcha pela redistribuição de terras para todos que nela querem trabalhar.
Essa luta é consequência da antiga Lei de Terras, que impediu aos trabalhadores rurais do passado o acesso à terra.
Marcha da Reforma Agrária, na Via Epia, em direção à Esplanada dos Ministérios. Brasília (DF), 5/9/2011.

book_GEO_VOL 1.indb 25 26/06/14 15:58


26 UNIDADE 1

Os direitos do trabalhador no campo


O trabalhador rural é protegido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
pela Constituição Federal e pela Lei federal nº 5.889, de 8 de junho de 1973 − que
estatui normas reguladoras do trabalho rural −, bem como por diversas outras
legislações, como as Normas Regulamentadoras emitidas pelo Ministério do
Trabalho e do Emprego. Essa legislação:

r define a duração da jornada de trabalho semanal no campo de 44 horas, a mesma


dos demais trabalhadores;

r regulamenta as condições dos refeitórios, dos alojamentos, dos banheiros e até a


distância entre um e outro;

r assegura o direito a mulheres e menores de idade de não exercerem força mus-


cular superior a 20 kg em trabalho contínuo;

r obriga a existência de escola quando


houver mais de 50 famílias na proprie-
Na zona rural, além do trabalho formali-
dade; zado por algum tipo de contrato, é bastante
comum a presença de outras formas de traba-
r estipula as condições em caso de para-
lho, como a agricultura familiar.
lisação do trabalho por conta de chuva,
Esse trabalho costuma ser desenvolvido em
entre outros fatores;
pequenas propriedades familiares e, geral-
mente, envolve a família toda, inclusive as
r relaciona os equipamentos de segu-
crianças, no cultivo de produtos agrícolas.
rança e proteção necessários para o As frutas, verduras e legumes cultivados
exercício do trabalho. A Norma Regu- podem ser destinados ao consumo próprio ou
à comercialização. Também é frequente que
lamentadora (NR) 31, por exemplo,
alguns membros da família realizem outras
define preceitos de segurança e saúde atividades remuneradas e a agricultura fami-
no meio rural, aplicáveis à agricultura, liar sirva como complementação da renda.
pecuária, silvicultura, exploração flo-
restal, aquicultura e exploração industrial em estabelecimento agrário (primeiro
tratamento pelo qual passam os produtos agrários, ainda in natura);

r estabelece normas para a operação de máquinas e equipamentos (NR 12); assim


como para o manuseio de agrotóxicos, adjuvantes e afins; equipara o peão de
rodeio a atleta profissional;

book_GEO_VOL 1.indb 26 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 27

r proíbe, aos menores de idade (entre 16 e 18 anos), o trabalho noturno, o insalu-


bre, o periculoso ou penoso e, no caso de trabalhadores maiores de idade, deter-
mina os valores que devem ser pagos nessas situações, adicionalmente ao salário;

r define percentuais máximos para desconto no salário do trabalhador por conces-


são de alimentação e moradia; e

r proíbe o recrutamento de trabalhadores por empreiteiros ou “gatos”, ao mesmo


tempo que o Código Penal tipifica, em seu Artigo 207, § 1º, o Crime de Aliciamento
de Trabalhadores a fim de levá-los de uma para outra localidade do território
nacional (Código Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 17 fev. 2014).

Os trabalhadores agrícolas têm diferentes funções de trabalho no campo e,


por isso, há diferentes tipos de contrato de trabalho. Alguns exemplos desses
contratos são:

r posseiros: pessoas que se estabelecem em terras consideradas não produtivas e


desenvolvem sua atividade para consumo próprio e comercialização;

r parceiros: trabalham para o proprietário mediante o recebimento de parcela do


resultado da produção em dinheiro ou em produtos fabricados;

r pequenos proprietários: em geral, desenvolvem a atividade de forma familiar,


eventualmente contando com algum empregado; os agricultores assentados são
pequenos proprietários que foram beneficiados pelos programas públicos de
reforma agrária;

r arrendatários: possuindo equipamentos, mas não possuindo terras, alugam-nas


mediante o pagamento com parcela do resultado da produção em dinheiro, geral-
mente, ou em produtos; assim como os possíveis lucros, os possíveis prejuízos são
de sua inteira responsabilidade;

r assalariados permanentes: empregados formais; e

r assalariados temporários, safristas ou safreiros, boias-frias, volantes: trabalham


por empreitada, por período de plantio, colheita, ou ambos, são mensalistas, dia-
ristas ou tarefeiros.

Fontes: BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 5.889, de 8 de junho de 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5889.htm>; Decreto no 73.626, de 12
de fevereiro de 1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/d73626.htm>; Artigo 7º da Constituição Federal de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>; Norma Regulamentadora NR-31, de 3 de março de 2005.
Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4295EFDF0143067D95BD746A/NR-31%20(atualizada%202013).pdf>. Acessos em: 17 fev. 2014.

book_GEO_VOL 1.indb 27 26/06/14 15:58


28 UNIDADE 1

Além das forças da natureza, a ação humana tem alterado as paisagens ao


longo da história. Pense no lugar onde você vive e reflita: Quais mudanças feitas
nesse lugar estão alterando a paisagem? As paisagens poderiam ser diferentes se
as atitudes da população ou do poder público fossem outras?

Registre no espaço a seguir suas ideias.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Transformações na paisagem


1 As imagens 1 e 2 apresentam diversos detalhes, por isso a resposta dessa atividade vai
depender do que você destacou ao analisar as duas paisagens.

Como elementos naturais, você pode observar, na imagem 1, a vegetação e o relevo do local. A
plantação (no canto esquerdo da imagem) pode ser compreendida como um objeto fruto da inter-
venção humana, isto é, um objeto técnico. Já na imagem 2, é possível verificar apenas objetos
técnicos, como prédios, ruas asfaltadas, viaduto, carros etc. As árvores dessa imagem não podem
ser consideradas como elementos naturais porque podem ser fruto da intervenção humana:
foram plantadas naquela região. O mais importante, nessa atividade, é você compreender como
diferenciar os elementos naturais dos objetos técnicos. Se você ainda tem alguma dificuldade
sobre esse assunto, volte ao texto Paisagem e reveja a definição de cada conceito.

2 Como o espaço geográfico é dinâmico, suas formas se alteram constantemente. Você pode
ter pensado em diversas transformações possíveis nas duas paisagens, por exemplo: no caso da
imagem 1, que retrata um ambiente rural, a pequena plantação que aparece à esquerda pode se
expandir e acabar com a vegetação do entorno, e pode, ainda, ser substituída pela produção de
gado. Já na imagem 2, que mostra um ambiente urbano, é comum ver prédios sendo demolidos
para a construção de outros mais modernos, e também a expansão das vias para acolher o trá-
fego, que é, nas metrópoles, sempre crescente.

book_GEO_VOL 1.indb 28 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 29

Orientação de estudo

1 O texto que acompanha a pintura traz as seguintes informações:

r Artista: Anita Malfatti.


r Título da obra: Entre morros e roda d’água.
r Data: aproximadamente 1950 (a letra c, que acompanha a data, indica que a datação da obra não
é precisa, mas sim aproximada).
r Técnica: óleo sobre tela.
r Dimensão: 44 cm × 54 cm.
r Local em que está a obra: São Paulo (SP).

HORA DA CHECAGEM
2 A obra de arte retrata uma paisagem natural com diversas alterações promovidas pelo traba-
lho humano, como edificações, ruas, estradas, cultivos e pastagens. A cor predominante é o verde,
que mostra a vegetação rasteira e as árvores na paisagem. As casas são pequenas e as ruas, de
terra, seguem as formas do relevo. Se você não conheceu algum lugar parecido com esse pessoal-
mente, tente se lembrar de paisagens parecidas que você já viu em programas de televisão, filmes
ou revistas.

GEO_VOL 1_U1.indd 29 03/07/14 21:05


30

T E M A 2 Paisagem e Geografia

Você estudou que a paisagem é composta por vários elementos, os quais se


podem ver, ouvir, tocar, sentir etc. Agora, o objetivo é que você perceba como as
mudanças nas paisagens estão ligadas às ações humanas e às transformações
sociais e econômicas, fenômenos estudados pela Geografia.

Relembre algum trajeto que você costuma fazer. Imagine-se no ônibus olhando
pela janela e registre mentalmente o que vê. Reflita: O que você está vendo sempre
foi assim? O que havia antes da construção da padaria na esquina? Nessa estrada
sempre houve plantação de cana-de-açúcar?

Registre suas lembranças e reflexões a seguir.

book_GEO_VOL 1.indb 30 26/06/14 15:58


UNIDADE 1 31

Mudanças nas paisagens

Ao observar uma paisagem, Glossário


é importante considerar, além Fenômeno natural
dos fenômenos naturais, os Manifestação da natureza em uma dada área, como a
fenômenos sociais, ou seja, as ocorrência de frentes frias, chuvas, períodos de seca,
tremor de terra, crescimento e desenvolvimento de
ações humanas, econômicas e plantas e animais etc.
culturais nesse espaço. Para dar Fenômeno social
um exemplo sobre as mudanças Comportamentos, situações, ações ou práticas desen-
na paisagem como resultado da volvidos pelas sociedades ao longo da história. Entre os
ação humana, é possível pen- inúmeros exemplos estão: a criação de cidades, o des-
locamento de populações e as inovações tecnológicas,
sar em uma plantação de uvas. como o automóvel, o avião e as viagens interplanetárias.
Acompanhe o raciocínio:

r Essa plantação é realizada por


© Freeteo/123RF

meio do trabalho conjunto de


várias pessoas.

r O cultivo de uvas é o resultado


das técnicas desenvolvidas ao
longo dos séculos.

r Há uma série de regras e nor-


mas a serem seguidas para
o correto preparo do solo, do
plantio e do manejo das uvas
visando ao desenvolvimento
Cultivo de uvas.
da produção.

Outro exemplo de mudanças na paisagem decorrentes da ação humana são


as áreas de deserto asiáticas, que, há muitos séculos, foram utilizadas como rota
comercial. Nessas regiões, a paisagem era marcada por caravanas de comercian-
tes que percorriam o deserto em camelos para levar produtos da Índia e da China
para a Europa.

Rota comercial
Caminhos utilizados para circulação de pessoas e mercadorias, possibilitando trocas entre lugares e
grupos humanos. As rotas podem ser feitas por vias marítimas, fluviais ou terrestres, como rodovias
e ferrovias, e para percorrê-las são usados diferentes meios de transporte, como os de tração animal,
automóveis, navios, barcos, aviões etc.

GEO_VOL 1_U1.indd 31 27/06/14 11:40


GEO_VOL 1_U1.indd 32
Rota comercial da seda

Veneza

Turpan DESERTO DE GOBI


Bucara Samarcanda HAMI
DESERTO
Asgabate TAKLA MAKAN Dunhuang
Kashi Xian
Antioquia Merv Lanzhou
Cherchen
Teerã Hotan
Damasco DESERTO
Tiro DE KAVIR
DESERTO Bagdá
DA SÍRIA DESERTO DE LUT
OU DO IRÃ
GRANDE DESERTO Délhi
NEFUD
DESERTO
DA ARÁBIA

© Portal de Mapas
Fonte: The Stanford Program on International and Cross-cultural Education.

27/06/14 16:30
UNIDADE 1 33

Com a descoberta e o uso cada vez maior do petróleo pela sociedade, a


motivação econômica alterou substancialmente a paisagem: novos elementos,
como as refinarias de petróleo, passaram a predominar.
Veja as imagens a seguir que ilustram algumas dessas modificações.
© Science Source/Diomedia

Caravana no deserto: camelos transportam pessoas e produtos.


© Art Directors & TRIP/Alamy/Glow Images

Refinarias de petróleo no deserto da Arábia Saudita.

book_GEO_VOL 1.indb 33 26/06/14 15:59


34 UNIDADE 1

Geografia ƺ Volume 1
O tempo passa, a cidade muda

Esse vídeo discute as mudanças na paisagem de um bairro paulistano ao longo dos anos. Ele
vai ajudá-lo na compreensão desse assunto e na realização da Atividade 1.

ATIVIDADE 1 Identificando as mudanças na paisagem ao longo do tempo

1 Observe as duas imagens da próxima página. Elas retratam a Avenida 9 de Julho,


localizada na cidade de São Paulo, em diferentes épocas. Em seguida organize,
no quadro abaixo, os elementos que você observou nas paisagens.

Avenida 9 de Julho em 1956 Avenida 9 de Julho em 2004

book_GEO_VOL 1.indb 34 26/06/14 15:59


UNIDADE 1 35

Avenida 9 de Julho no tempo


1956
© Folhapress

2004
© Eduardo Knapp/Folhapress

book_GEO_VOL 1.indb 35 26/06/14 15:59


36 UNIDADE 1

2 Quais desses elementos observados sofreram alterações com o passar do


tempo? E quais não se alteraram?

3 Você conhece outra paisagem na sua cidade ou no seu bairro que tenha sofrido
mudanças no decorrer do tempo? Quais foram, em sua opinião, os motivos que
levaram a essas mudanças?

Uma forma de compreender a paisagem é prestar atenção aos elementos


que a compõem, à sua dinâmica e a como ela está organizada. Para isso, você
pode fazer um exercício de observação da paisagem do entorno onde vive, por
exemplo.

Não deixe de fazer o registro do que observou por meio de anotações, desenhos
ou mesmo tirando fotografias.

book_GEO_VOL 1.indb 36 26/06/14 15:59


UNIDADE 1 37

É fácil perceber que a paisagem se altera ao longo do tempo, seja pela ação
da natureza (como nas regiões em que as dunas mudam de lugar pela ação dos
ventos), seja pela ação humana (como as mudanças observadas nas imagens da
Avenida 9 de Julho).
Essa alteração da paisagem também modifica a forma como os homens e as
mulheres se percebem e percebem a passagem do tempo. No passado, o tempo e o
ritmo do trabalho seguiam as estações do ano e a passagem do dia. O trabalhador
do campo fazia a colheita entoando músicas tradicionais para marcar o ritmo do
trabalho. Já na paisagem urbana, a fábrica funciona em qualquer momento do dia ou
mesmo da noite, e a máquina determina o ritmo de trabalho. Os meios de transporte,
o desenvolvimento tecnológico e as tensões sociais também são responsáveis por
alterar essa paisagem.

Leia o texto a seguir:

[...] Fechado ao sul pelo morro, descendo escancelado de gargantas até o rio,
fechavam-no, a oeste, uma muralha e um vale. De fato, infletindo naquele rumo, o
Vaza-Barris, comprimido entre as últimas casas e as escarpas a pique dos morros
sobranceiros, torcia para o norte feito um cañon fundo. A sua curva forte rodeava,
circunvalando-a, depressão em que se erigia o povoado, que se trancava a leste pelas
colinas, a oeste e norte pelas ladeiras das terras mais altas, que dali se intumescem
até aos contrafortes extremos do Cambaio e do Caipá; e ao sul pela montanha. [...]

CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/bv000091.pdf>.


Acesso em: 4 abr. 2007.

O texto acima descreve um(a):


a) Paisagem.
b) Território.
c) Região.
d) Lugar.
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), 2007. Disponível em:
<http://cneconline.com.br/exames-educacionais/vestibular/provas/mg/ufop/#2007>. Acesso em: 7 abr. 2014.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Identificando as mudanças na paisagem ao longo do tempo

1 É importante que, ao observar as imagens, você tenha notado que as paisagens não são
permanentes, pois elas estão em constante transformação. Veja a seguir algumas relações que
podem ser estabelecidas.

book_GEO_VOL 1.indb 37 26/06/14 15:59


38 UNIDADE 1

Avenida 9 de Julho em 1956 Avenida 9 de Julho em 2004

Poucos postes de iluminação Aumento no número de postes de iluminação

Amplidão da avenida Corredores e pontos de ônibus na avenida


Pouco movimento de carros Maior circulação de carros
Um novo viaduto e outras construções, como o
Um único prédio sendo construído
Museu de Arte de São Paulo (Masp)

2 Como alterações, pode-se indicar o aumento no número de postes, de carros e de


construções, além da implantação de novas estruturas, como pontos e corredores de ônibus.
Entre os elementos que não se alteraram estão o túnel, algumas árvores e a própria avenida.

3 Para responder à questão, você pode pensar, por exemplo, em algum bairro da sua cidade
que tenha recebido várias empresas nos últimos anos e, por conta disso, muitas casas tenham
HORA DA CHECAGEM

dado lugar a edifícios e a estabelecimentos comerciais. As causas dessa mudança, no caso,


devem estar relacionadas às atividades econômicas da região, que passaram a investir na
comercialização de produtos e na oferta de serviços.

Desafio
Alternativa correta: a. Releia os textos do início desta Unidade, que tratam de paisagem, e per-
ceba como o trecho destacado da obra Os sertões, de Euclides da Cunha, descreve uma paisagem.

book_GEO_VOL 1.indb 38 26/06/14 15:59


GEOGRAFIA
UNIDADE 2
A PAISAGEM RURAL
TEMAS
1. A paisagem rural e as atividades humanas no campo
2. Agricultura
3. Produtividade e mecanização

Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar a paisagem rural, identificar suas principais carac-
terísticas e conhecer as atividades econômicas que têm sido desenvolvidas no campo
atualmente. Para isso, serão analisados o papel que o trabalho exerce na construção
dessa paisagem e a forma como a ação humana altera e transforma a natureza.

Vão ser abordadas as técnicas e as inovações tecnológicas utilizadas na agri-


cultura, as quais têm permitido a expansão da fronteira agrícola para áreas onde
as condições naturais não favorecem o cultivo da terra. É importante lembrar que
inovações tecnológicas têm possibilitado a superação de determinados obstáculos
naturais no meio rural. Considerando a influência dessas inovações, você também
vai estudar o modo como as máquinas interferem no trabalho no campo e alteram
a vida das pessoas e o ambiente.

A paisagem rural e as atividades


humanas no campo T E M A 1

Neste Tema, você vai estudar alguns elementos que caracterizam a paisagem
rural e também os três setores da economia: primário, secundário e terciário. Verá,
ainda, particularidades desses setores, como o extrativismo e a agropecuária no
setor primário.

Agropecuária
Cultivo de vegetais (agricul-
Para iniciar os estudos sobre paisagem rural, tura) e criação de animais
(pecuária), em grande parte,
lembre-se de que a observação e a reflexão sobre
realizados no meio rural.
uma paisagem são passos importantes para ana- Tais atividades integram o
lisar e compreender uma porção do espaço e chamado setor primário da
economia e respondem pela
seus fenômenos naturais e sociais. A atividade
produção de matérias-primas
agropecuária, por exemplo, é um dos elementos que para atender às necessidades
podem ser percebidos pela análise da paisagem rural. humanas.

book_GEO_VOL 1.indb 39 26/06/14 15:59


40 UNIDADE 2

Você já visitou uma fazenda, um sítio ou uma chácara? Já viu esse tipo de pai-
sagem em filmes ou leu sobre ele em algum livro ou revista?

Como é a paisagem no campo? De que forma ela se diferencia da paisagem


encontrada em uma cidade?

Os setores da economia e a paisagem rural

A economia está dividida em três setores de atividade: primário, secundário e


terciário.

O setor primário inclui atividades como a agricultura, a pecuária, a pesca e a


extração de vegetais e minerais. Entre essas atividades estão aquelas que depen-
dem mais diretamente dos ciclos e recursos naturais, como a agricultura, que
precisa de água para irrigar as plantas.

O setor secundário reúne as atividades industriais de transformação de maté-


rias-primas em produtos industrializados (máquinas, equipamentos, veículos,
roupas, alimentos, bebidas, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, entre
outros), além da construção civil.

O setor terciário representa as atividades ligadas ao comércio e à prestação de


serviços, como educação, saúde, telecomunicações, transporte, limpeza, serviços
de alimentação, turismo, serviços bancários, entre outras.

Tradicionalmente, a paisagem rural é marcada pela produção no campo, isto é,


pelo setor primário, que é o principal responsável pelo fornecimento de matérias-
-primas para a indústria de transformação, por meio da exploração dos recursos
da natureza. No entanto, é importante lembrar que hoje os três setores podem se
relacionar no espaço rural: em fazendas
modernas é possível perceber a presença
de técnicos de informática; há também Geografia ƺ Volume 1
as agroindústrias, fábricas que proces- Da produção da terra ao prato
sam matérias-primas vegetais e animais
O vídeo trata dos três setores da econo-
ou alimentos, como as usinas de açúcar mia − primário, secundário e terciário −,
e álcool, e as unidades produtoras de mostrando a relação de interdependência
suco de laranja. entre eles.

book_GEO_VOL 1.indb 40 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 41

Veja, nas imagens a seguir, alguns exemplos de como o espaço rural pode ser
modificado pelos setores da economia.
Setor primário
© Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Trabalhadores rurais do setor primário na produção de hortaliças. A agricultura é uma atividade que transforma
significativamente o espaço rural. O cultivo de hortaliças, por exemplo, exige preparação do solo e irrigação das plantas.

Setor secundário
© Delfim Martins/Pulsar Imagens

Complexo industrial localizado no espaço rural. O setor secundário transforma radicalmente o espaço, pois a construção e o
funcionamento das indústrias exigem a retirada da vegetação local, a utilização da água dos rios e promovem a poluição do ar.

book_GEO_VOL 1.indb 41 26/06/14 15:59


42 UNIDADE 2

Setor terciário
© Celso Avila/Futura Press

Hotel-Fazenda. O turismo é uma das atividades do setor terciário que transforma o espaço rural,
entretanto, ao mesmo tempo, ele procura incentivar sua preservação.

ATIVIDADE 1 Leitura de gráficos

Observe o gráfico a seguir: as linhas azul, verde e verme- Gráfico


lha representam os três setores da economia, que você já Tipo de desenho
conheceu neste Tema. A forma como elas estão organizadas que, por meio de
linhas, colunas,
indica a quantidade de pessoas inseridas no mercado de tra- círculos e outras
balho, isto é, a População Economicamente Ativa (PEA) em formas, expressa
informações rela-
cada um desses setores. As linhas mostram, ainda, como esse
tivas a números e
número se modificou durante os anos de 1940 a 2001. porcentagens.

A linha horizontal se refere aos anos pesquisados, que, nesse caso, estão sepa-
rados de 10 em 10, ou seja, em intervalos de décadas. A linha vertical diz respeito
ao percentual da PEA.

Lembre-se de que você já aprendeu, na Unidade 1 deste Caderno, a importância


de ler todas as informações que acompanham uma imagem. Com os gráficos não
é diferente. Aqui também você pode fazer uso desse conhecimento.

book_GEO_VOL 1.indb 42 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 43

Brasil: Distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) por setores


de produção (em %) − 1940 a 2001

© D’Livros Editorial
80,0
70,2
70,0
60,7
Linha 60,0 56,5
54,0 54,4
vertical Setor Primário
50,0 44,3 45,0
indicando a
40,0 Setor Secundário
População Eco- 26,2
33,0
38,0 30,0
30,0
nomicamente 19,8 22,8 22,9 Setor Terciário
20,0
Ativa em por- 10,0 13,1 12,7 25,0 22,8 20,6
17,8
centagem 10,0
0,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2001

Linha horizontal indicando os anos pesquisados

Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil. 1978, 1982, 1994, 1995, 2001.

1 Qual é o título do gráfico?

2 Qual é o assunto tratado?

3 Qual é a fonte das informações expressas?

4 Complete abaixo com base na leitura do gráfico:

a) A linha verde indica a população do setor _____________________________________

b) A linha azul indica a população do setor ______________________________________

c) A linha vermelha indica a população do setor ____________________________________

5 Em qual década a PEA do setor terciário superou a do setor primário?

Para responder a essa pergunta, você vai precisar olhar duas informações ao mesmo tempo:
quando o setor terciário atingiu um percentual maior que o do setor primário e o ano em que isso
ocorreu. Para isso, você deve localizar no gráfico o ponto em que a linha do setor terciário passa a
ficar acima da linha do setor primário e, então, descer até a linha horizontal para encontrar o ano.

6 Em qual década a PEA do setor secundário superou a do setor primário?

book_GEO_VOL 1.indb 43 26/06/14 15:59


44 UNIDADE 2

Extrativismo
As atividades extrativistas retiram os recursos da

© Zig Koch/Olhar Imagem


natureza sem transformá-los ou alterar suas proprie-
dades naturais. Os recursos naturais extraídos em
estado bruto servem de matéria-prima para a indústria
transformá-los nos mais variados produtos. No extra-
tivismo vegetal, a madeira, por exemplo, é retirada e
comercializada para ser usada como lenha, na fabrica-
ção de papel e celulose, em móveis e materiais para a
construção civil, como portas, janelas, pisos e revesti-
mentos etc.

No caso do garimpo, por exemplo, o ouro, a prata


e mesmo algumas pedras preciosas são retirados em Extração artesanal de ouro.

estado bruto. É um tipo de extrativismo mineral. No


Brasil, o trabalho de extração mineral pode ser realizado de forma artesanal, como
é o caso da extração do ouro, ou industrial, como acontece com o ferro, a bauxita,
o níquel e outros minérios.
© Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Extração industrial de minério de ferro.

book_GEO_VOL 1.indb 44 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 45

Tomando como exemplo o que ocorreu em


Serra Pelada, no município de Curionópolis,

© Portal de Mapas
Estado do Pará, é possível refletir sobre como
7(9Í
esse tipo de atividade altera a paisagem, cau-
*\YPVU}WVSPZ
sando forte impacto ambiental.
A atividade garimpeira em Serra Pelada
durou de 1980 a 1992. No início da exploração,
havia mais de 20 mil homens nesse garimpo,
mas estima-se que, no auge dessa atividade, o
número ultrapassou 90 mil garimpeiros. 5

De acordo com as informações da Caixa 660 km

Econômica Federal, compradora oficial do


ouro extraído de Serra Pelada, aproximada- Município de Curionópolis, no Pará.

mente 42 toneladas foram comercializadas. Base cartográfica com generalização; algumas feições
do território nacional não estão representadas.

Mas essa quantidade pode ser muito maior, uma vez que nem todo o ouro extraído
do garimpo era vendido ao banco.
Essa ação humana resultou em altos custos sociais e ambientais. O custo social
pode ser notado pelas condições precárias de vida e trabalho dos garimpeiros, que
eram submetidos ao forte calor, a doenças como febre amarela e malária, ao perigo
constante de desabamentos, à sobrecarga de trabalho, além da precariedade das
condições de saúde e alimentação. O custo ambiental ficou marcado, entre outros
pontos, pela retirada da floresta e degradação dos solos. Estes ficaram expostos à
ação da natureza, como a erosão provocada pelas chuvas e enxurradas. A ausência
de plantas em encostas íngremes também pode provocar desmoronamentos.
© Samuel Iavelberg

Garimpeiros em Serra Pelada (PA), 1984.

book_GEO_VOL 1.indb 45 26/06/14 15:59


46 UNIDADE 2

Pensando na divisão dos três setores da economia (primário, secundário e terciário),


que relações existem entre esses setores e o seu trabalho ou os objetos ao seu redor? Em
qual ou quais setores os produtos e serviços que você consome têm origem?

Agora, reflita sobre os trabalhadores que atuam nesses diferentes setores e que
participam da produção desses produtos e serviços: Quais semelhanças e diferenças
entre o trabalho realizado no campo, na indústria e no setor de serviços você consegue
enxergar? Pense nos locais e nas condições de trabalho, nos salários que recebem etc.
Registre suas reflexões nas linhas a seguir.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Leitura de gráficos


1 O título, que você pode localizar logo acima do gráfico, é: “Brasil: Distribuição da População
Economicamente Ativa por setores de produção (em %) – 1940 a 2001”.

2 Você pode observar que o próprio título indica o assunto tratado no gráfico: a distribuição da
População Economicamente Ativa (PEA) por setores de produção.

3 Geralmente, é possível encontrar informações como essa no texto abaixo das imagens. A fonte
dos dados do gráfico é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

4 Para chegar à resposta dessas questões, volte ao gráfico e observe, da esquerda para a direita, as
linhas verde, azul e vermelha, e confira as legendas correspondentes.

a) terciário.
b) primário.
c) secundário.

book_GEO_VOL 1.indb 46 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 47

5 O ponto em que a linha verde ultrapassa a azul deve ser cruzado com a linha horizontal do grá-
fico para ligar essa informação à década a que ela corresponde. Seguindo esse procedimento, você

HORA DA CHECAGEM
chega à resposta de que a população do setor terciário superou os trabalhadores do setor primário
entre 1970 e 1980, na década de 1970.

6 Da mesma forma que na questão anterior, para chegar à resposta é preciso cruzar o ponto em
que a linha vermelha supera a azul com a década correspondente, na linha horizontal do gráfico.
Assim, você pode perceber que a população do setor secundário superou a de trabalhadores do
setor primário entre 1990 e 2000, na década de 1990.

book_GEO_VOL 1.indb 47 26/06/14 15:59


48

T E M A 2 Agricultura

Neste Tema, você vai estudar os principais elementos naturais e sua influência
nas atividades agrícolas.

Você compreenderá como o clima, o solo, o relevo e a distribuição das águas


(ou hidrografia) estão fortemente integrados e a eles estão associadas espécies
de plantas (flora) e animais (fauna). Será analisado, ainda, como esses elementos
interferem diretamente nas atividades econômicas desenvolvidas no campo.

A agricultura altera a natureza e é uma das principais atividades responsáveis


pela transformação da paisagem rural. Mas, além de provocar mudanças, a própria
agricultura também vem se modificando ao longo do tempo.

Quais mudanças sofridas pela agricultura você conhece? Quais fatores, em


sua opinião, estão ligados a essas mudanças? Você associaria algum desses fato-
res ao clima, às limitações dos espaços disponíveis para cultivo ou ao uso de
novas tecnologias?

A atividade agrícola
A produção agrícola está condicionada a diversos fatores naturais, como os
tipos de solo e as condições do relevo e do clima. A soma desses fatores influencia
a agricultura em todo o mundo, entre os quais as condições climáticas são as que
mais variam de um lugar para outro do planeta.

O clima se refere aos fenômenos da atmosfera (radiação solar, chuvas, tempera-


turas etc.). O solo é essencial para a agricultura: é a camada que recobre a superfície
terrestre, formada pela decomposição das rochas e pela matéria orgânica resultante
de restos de vegetais e animais. O relevo, por sua vez, refere-se às formas e às altitu-
des da superfície terrestre (montanhas, vales, planícies etc.). Isso está também ligado
aos cultivos, pois há mais obstáculos a superar em terrenos íngremes. As redes hidro-
gráficas, por sua vez, são compostas por rios, córregos e lagos, que podem oferecer
água – recurso indispensável para as atividades agropecuárias.

Por esses motivos, os agricultores precisam conhecer as características naturais


da localidade, para que possam desenvolver o cultivo de acordo com as variações
das condições climáticas. Por exemplo, não se deve plantar laranja em localidades
que façam muito frio.

book_GEO_VOL 1.indb 48 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 49

Conhecer a variação da luz solar ao longo do ano é importante para a agricul-


tura não somente porque cada espécie de planta necessita de diferentes períodos
de exposição à luz solar para se desenvolver, mas, também, porque a luz chega
até a Terra de forma diferente em cada região. Isso acontece porque os raios sola-
res seguem uma trajetória retilínea. E, como o planeta é arredondado e está em
constante movimento, esses raios não atingem a sua superfície igualmente, como
mostra a figura a seguir.

A luz solar incide sobre a Terra


com maior ou menor intensidade,

© Hudson Calasans
dependendo da região, do movi-
mento do planeta e de sua posi-
ção em relação ao Sol.

De modo geral, a variação da


incidência dos raios solares sobre
a superfície da Terra é agrupada
Representação da incidência de raios solares sobre a Terra.
em cinco zonas climáticas.

r Zonas polares do norte


e do sul (ártica e antár- Zona polar

© Hudson Calasans
do norte
tica) – localizadas entre os
Círculo Polar Ártico
polos e os círculos pola- Zona temperada do norte
66º33’

res, são as faixas mais Trópico de Câncer


23º27’
frias do planeta e perma-
necem grande parte do
Equador
ano cobertas de gelo. Zona tropical 0º

r Zonastemperadas do
Trópico de Capricórnio
norte e do sul – locali- Zona temperada do sul
23º27’

zadas entre os círculos Círculo Polar Antártico


66º33’
polares e os trópicos,
Zona polar
apresentam temperatu- do sul

ras médias moderadas Os círculos polares, a linha do Equador e os trópicos de Câncer e de Capricórnio
e as quatro estações do são “linhas imaginárias” que delimitam as zonas climáticas da Terra.

ano bem definidas.

r Zona tropical – localizada entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, é a faixa


mais quente da superfície da Terra.

book_GEO_VOL 1.indb 49 26/06/14 15:59


50 UNIDADE 2

A temperatura, por exemplo, também influi na agricultura, pois algumas plan-


tas são naturais de áreas mais frias e não se adaptam às áreas mais quentes, e
vice-versa. O abacaxi, por exemplo, precisa de temperaturas acima dos 21 °C para
se desenvolver, porque é sensível às baixas temperaturas. Já a macieira é resis-
tente ao frio e suporta os invernos rigorosos.
Outro fator que influencia a agricultura é a distribuição das chuvas durante o
ano. Há regiões que enfrentam o excesso de chuva, enquanto outras sofrem com
a seca, o que é um problema para a agricultura. Excesso de chuva ou a falta dela
significam prejuízos para os trabalhadores do campo. Além disso, as condições do
clima não são completamente previsíveis e controláveis, podendo ocorrer altera-
ções climáticas. Chuvas fortes de longa duração, granizo, secas e geadas provocam
quedas da safra e trazem prejuízos ao setor agrícola e à sociedade em geral, já que
as produções agrícolas sofrem perdas e seus produtos ficam mais caros porque
chegam em menor volume aos mercados.

ATIVIDADE 1 As zonas térmicas da Terra

Observe o mapa e responda às questões a seguir.

Zonas térmicas da Terra

ZONA POLAR ÁRTICA


Círculo Polar Ártico

ZONA TEMPERADA DO NORTE

Trópico de Câncer

ZONA TROPICAL Equador


Meridiano de Greenwich

Brasil
Trópico de Capricórnio

Argentina
ZONA TEMPERADA DO SUL
© Portal de Mapas

N
Círculo Polar Antártico

2000 km
ZONA POLAR ANTÁRTICA

Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 58.

1 Localize o Brasil no mapa e responda: Em qual zona térmica ele está predomi-
nantemente localizado?

book_GEO_VOL 1.indb 50 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 51

2 Por que a Argentina é considerada um país de clima temperado?

Técnicas agrícolas
Como você estudou, a produção agrícola depende de diversos fatores natu-
rais. No entanto, ao longo do tempo, as sociedades procuraram conhecer melhor
a natureza e desenvolver técnicas para reduzir a dependência em relação a esses
fatores. Estas, chamadas técnicas agrícolas, hoje aparecem na forma de grandes
tratores, colheitadeiras, adubos, fertilizantes, irrigações sofisticadas etc. e são for-
temente empregadas na agricultura moderna.
A irrigação é uma antiga
técnica baseada na retirada

© Paulo Fridman/Pulsar Imagens


de água do subsolo ou de
alguma fonte externa, como
rios, lagos ou açudes, para
compensar a falta de água
na plantação.

Contudo, a escolha do
método depende da dispo-
nibilidade de água na região
e do tipo de cultivo que se
Colheita mecanizada de soja na área rural de Campo Verde (MT), 2008.
pretende irrigar. Combinada
com outras práticas agrícolas,
a irrigação tem permitido ampliar a fronteira
© Delfim Martins/Pulsar Imagens

agrícola, ou seja, tem possibilitado o avanço


da agricultura moderna, incluindo a criação de
animais, para terras até então não cultivadas
e transformadas em função das condições
naturais, impróprias à agricultura. No sertão
nordestino, por exemplo, a seca é um fenô-
meno natural, mas há formas de superá-la,
usando a água de lençóis subterrâneos, cister-
Cultivo de uvas em Petrolina (PE).
nas ou açudes para a irrigação.

book_GEO_VOL 1.indb 51 26/06/14 15:59


52 UNIDADE 2

Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos (1938), que narra a história de uma família que
abandona sua cidade para tentar a vida no Sudeste.

Com essa leitura, você adquirirá mais conhecimentos sobre a seca e o cotidiano das pessoas
que sofrem com ela. Além disso, o exercício de ler ampliará seu vocabulário, colocando você em
contato com novas palavras, e poderá melhorar seu texto, servindo como um bom modelo de
ideias e de escrita. 

A situação de seca que periodicamente atinge mais da metade do território


do Nordeste, característica natural da região conhecida como polígono das secas,
já levou muitos nordestinos a abandonar suas casas e migrar para São Paulo e
outros Estados do Centro-Sul do País, como uma alternativa para a sobrevivên-
cia. Muitas famílias viajam a pé, às vezes com idosos e crianças.

Os números da migração no Brasil revelam intensidade maior de desloca-


mento da população entre 1960 e 1980. O censo de 1970 mostra que 3.513.800
pessoas da região Nordeste estavam em outras regiões. Em 1996, 4.215.443 pes-
soas de origem nordestina viviam em São Paulo.

A canção Asa branca retrata esse movimento do ponto de vista de um nor-


destino. Leia a letra a seguir.

Asa Branca
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Quando oiei a terra ardendo Hoje longe muitas légua


Quá’ foguêra de São João Numa triste solidão
Eu perguntei (ei) a Deus do céu, ai Espero a chuva caí de novo
[bis] [bis]
Pru que tamanha judiação? Pra mim vortá pro meu sertão

Qui brazero, qui fornaia


Quando o verde dos teus óios
Nem um pé de prantação
Se espaiá na prantação
Por farta d’água perdi meu gado
[bis] Eu te asseguro, num chore não, viu
Morreu de sêde meu alazão [bis]
Que eu vortarei, viu, meu coração
Inté mesmo asa branca
© 100% Fermata do Brasil

Bateu asas do sertão


Entonce eu disse adeus Rosinha
[bis]
Guarda contigo meu coração

book_GEO_VOL 1.indb 52 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 53

O desejo do migrante, expresso ao fim da canção, pode se concretizar. O censo


demográfico realizado pelo IBGE, em 2010, informa que há sinais de mudança no
deslocamento dos migrantes. Segundo dados desse órgão, praticamente metade das
pessoas que deixaram a região Sudeste voltou para a região Nordeste. Além disso,
muitas passaram a se deslocar entre Estados da mesma região, por exemplo, da
Paraíba para o Ceará.

A análise dos dados ainda não pode apontar a parte dos imigrantes que retorna-
ram pela melhora das condições de vida na região Nordeste e a parte de imigrantes
que não obtiveram emprego na região Sudeste. Sabe-se, porém, que há muitos casos
de pessoas que trabalham parte do ano em uma grande cidade do Sudeste, como
São Paulo e Rio de Janeiro, e o restante em sua terra natal, no Nordeste.

A seca no Nordeste e todas as questões associadas a ela, como a miséria, a fome,


a falta de condições dignas de vida e trabalho de parcela significativa da população,
são relacionadas às condições climáticas. Mas será que essa é a única causa do pro-
blema? Quais questões estão ligadas à falta de investimentos contra a seca no sertão
nordestino ao longo da história? É possível pensar que a permanência dessa con-
dição também é fruto de opções políticas e econômicas? Você conhece ou já ouviu
falar de projetos como a construção de reservatórios de água e a transposição das
águas do Rio São Francisco? Em sua opinião, essas medidas contribuem para ajudar
a resolver o problema? Registre suas reflexões nas linhas a seguir.

book_GEO_VOL 1.indb 53 26/06/14 15:59


54 UNIDADE 2

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – As zonas térmicas da Terra


1 Note que o Brasil está localizado em duas zonas térmicas: a maior parte de seu território está
na Zona Tropical, indicada pela faixa rosa ao centro; e uma pequena parte, referente à região Sul
(Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e à porção sul do Estado de São Paulo, está
na Zona Temperada do Sul, indicada pela faixa verde na parte inferior do mapa.

2 O mapa mostra a Argentina predominantemente coberta pela faixa verde inferior, o que sig-
nifica que ela está localizada na Zona Temperada do Sul. Por isso, ela é considerada um país de
clima temperado.

book_GEO_VOL 1.indb 54 26/06/14 15:59


55

Produtividade e mecanização T E M A 3

Para finalizar esta Unidade, serão analisadas as novas tecnologias que, uti-
lizadas com grande intensidade, promovem transformações na paisagem e no
trabalho no campo.

Houve uma época em que a maioria da população do País vivia na zona rural.
Com o passar do tempo, essa situação foi se alterando: as cidades cresceram, as
pessoas passaram a viver na chamada zona urbana e a população aumentou. Você
já pensou nas consequências que essas mudanças tiveram para o trabalho e para
os trabalhadores do setor agrícola? Você conhece alguém que sofreu diretamente
essas mudanças? Caso sim, o que essa pessoa diz sobre esse período? Registre suas
reflexões nas linhas a seguir.

Produtividade no campo
A expansão da fronteira agrícola está ligada Glossário
à necessidade de maior produção de alimen-
Exportação
tos e matérias-primas para abastecer o mer-
Produção de bens e serviços des-
cado interno e, também, para exportação. Essa tinados a vendas no exterior, ou
demanda acaba pressionando o setor primário, seja, para outros países.
especialmente a agricultura, por uma produtivi- Importação
dade maior. Entrada de bens e serviços estran-
geiros em um país, adquiridos por
A produtividade é medida pela quantidade de empresas, indivíduos ou governos.
bens gerados em determinado tempo e espaço.
Investimentos em máquinas, irrigação mais eficiente e sementes melhoradas são
exemplos de fatores que contribuem para aumentar a produtividade no setor agrí-
cola. No entanto, é importante lembrar que, quanto melhor o resultado, maiores os
riscos de impactos ambientais.

book_GEO_VOL 1.indb 55 26/06/14 15:59


56 UNIDADE 2

Além dos exemplos apresentados, a agricultura Lençol freático


moderna utiliza grandes quantidades de adubos quí- Águas subterrâneas presen-
micos, que corrigem os solos, e defensivos agrícolas tes em diferentes camadas
(agrotóxicos), que combatem as pragas da lavoura. O abaixo da superfície.

uso cada vez mais intenso desses produtos químicos,


levados pelas chuvas, tem provocado a contaminação do solo, das águas dos rios
e dos lençóis de águas subterrâneas (lençóis freáticos), e acaba comprometendo
a qualidade da água e a vida aquática dos rios e lagos, como também a saúde da
população local. Veja a imagem a seguir.

Das águas da chuva para as águas do rio

Chuva

Chuva
Lavoura

Pulverização
de adubo químico
e agrotóxicos

Floresta
Infiltração
Rio

Lençol freático

Rocha
impermeável
© Hudson Calasans

Poço
Fossa

O documentário Nas cinzas da floresta, da série A década da destruição (direção de Adrian Cowell,
1987), traz um importante alerta: “Se o desmatamento continuar nesse ritmo, o Estado de
Rondônia perderá toda a sua floresta”. Esta foi a fatídica previsão do ambientalista gaúcho
José Antônio Lutzenberger (1926-2002), que percorreu a floresta quando ela estava sendo der-
rubada. Ele sugeriu alternativas ao desenvolvimento irracional. Nas palavras de Lutzenberger,
no mesmo documentário: “Se você conserva a floresta, ela tem condições de alimentá-lo. Mas,
se você derruba, o solo poderá se tornar tão infértil que nada mais crescerá ali”.
Nas cinzas da floresta. Direção: Adrian Cowell, Brasil, 1987. 55 min. 14 anos.

book_GEO_VOL 1.indb 56 26/06/14 15:59


UNIDADE 2 57

O crescimento da agricultura e da pecuária também afeta as reservas de


matas originais ou nativas, que vão sendo substituídas por pastagens ou cultivos.
Com a diminuição das matas e a decorrente perda da flora e da fauna, o solo fica
diretamente exposto à chuva e ao vento, tornando-se vulnerável à erosão e, até
mesmo, impróprio para novo uso agrícola.
© R-P/Kino

Queimada na Floresta Amazônica, município de Senador Guiomard (AC), 2008.


© J. L. Bulcão/Pulsar Imagens

Ação da erosão na região serrana entre Teresópolis e Nova Friburgo (RJ).

book_GEO_VOL 1.indb 57 26/06/14 16:00


58 UNIDADE 2

Na erosão, as chuvas e os ventos carregam parte do solo exposto para o fundo


dos rios, provocando um fenômeno conhecido como assoreamento, que torna os
rios cada vez mais rasos. O solo, por sua vez, fica suscetível à formação de sulcos
e voçorocas (grandes valas ou buracos causados pela erosão).
© Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens

Voçoroca na área rural de Manoel Viana (RS).

Assoreamento de rio em Aimorés (MG).

© Ricardo Azoury/Olhar Imagem

Tais problemas precisam ser contidos ou evitados para que não inviabilizem as
práticas agrícolas nem causem danos ao meio ambiente.

book_GEO_VOL 1.indb 58 26/06/14 16:00


UNIDADE 2 59

Atualmente, já existem técnicas para recuperação de solos, como replantio de


matas às margens dos rios, que ajudam a conter o assoreamento, ou cultivos em
terraços, que evitam deslizamentos de terra. Há, ainda, cultivos que podem ser
combinados com a presença de florestas, sem precisar retirá-las, como no caso
do cacau.

Outro recurso que visa à maior produtividade e também à maior qualidade dos
produtos cultivados é o uso da pesquisa científica. Por exemplo: há, hoje, vários
tipos de arroz vendidos nos supermercados, resultantes do desenvolvimento de
diversas técnicas e processos que controlam desde a escolha do grão a ser plan-
tado até a variedade de adubo ou fertilizante que será usada.

A crescente implantação de técnicas e máquinas modernas no campo aumenta a


produtividade e reduz os custos de produção, tornando o setor cada vez mais parti-
cipativo e competitivo, tanto para o mercado brasileiro (mercado interno) como para
os concorridos mercados estrangeiros (mercados externos). Ao fornecer matérias-
-primas para o setor secundário, o setor agrícola também se relaciona diretamente
com as agroindústrias, que são unidades produtivas que fazem a transformação do
produto agrícola em produto industrializado, como suco de laranja, açúcar e álcool.
A participação das agroindústrias influenciou o processo de aceleração da mecani-
zação no campo, com consequências sérias para o mercado de trabalho.

A atividade agrícola já foi responsável por empregar grande parte da força de


trabalho no Brasil. Na atualidade, o número de trabalhadores no setor primário é
relativamente pequeno. Segundo dados estatísticos levantados pelo IBGE, a Popu-
lação Economicamente Ativa (PEA) no setor primário correspondia, em 1940, a
70,2% do total dos setores da economia e, em 2001, a 20,6%. Ou seja: em 1940, sete
em cada dez trabalhadores estavam no campo, enquanto, em 2001, esse número
era de dois em cada dez trabalhadores.

Uma das causas dessa queda da participação da PEA no setor primário foi a
mecanização, que reduziu a oferta de emprego no campo, pois atividades antes
realizadas pela força de trabalho humana foram substituídas pela força da
máquina, assim como pela maior produtividade da terra que os adubos e agrotóxi-
cos promoveram. Isso contribuiu para que as pessoas migrassem para as cidades
em busca de novas oportunidades.

ATIVIDADE 1 Tipos de colheita

Assim como os gráficos, as tabelas são uma forma de apresentar informações


e dados, mas por meio de colunas (posição vertical) e linhas (posição horizontal).

book_GEO_VOL 1.indb 59 26/06/14 16:00


60 UNIDADE 2

A tabela que você vai analisar nesta atividade tem duas colunas: Colheita
manual e Colheita mecanizada; e quatro linhas: Como é feita, Rendimento, Vantagens
e Desvantagens.

Para melhor leitura e compreensão das informações, basta olhar o cruzamento


de uma linha com uma coluna. Por exemplo: para saber como é feita a colheita
manual, cruze a linha Como é feita com a coluna Colheita manual.

Agora, leia com atenção as informações da tabela e responda às questões.

Colheita manual Colheita mecanizada

r A palha da cana é queimada na


noite anterior ao corte, de modo que
fiquem apenas os talos Uma máquina, chamada colheitadeira,
Como é feita
corta e separa as folhas dos talos
r Estes, então, são cortados com
facões por centenas de trabalhadores

r De 6 a 10 toneladas, por homem,


por dia para cana queimada
Rendimento De 500 a 800 toneladas por dia
r 2,5 toneladas, por homem, por dia
para cana não queimada

r Criação de melhores empregos


r Rapidez
r Acúmulo de matéria orgânica no solo,
Vantagens Menor teor de impurezas que reduz a necessidade de herbicidas
r Reutilização da palha como geradora
de energia na usina
r Melhor qualidade da matéria-prima

r Emissão de fumaça e fuligem


r Perda de massa e perda de açúcar,
interferindo na qualidade do produto r Aumento do teor de impurezas na cana
Desvantagens final colhida (palha, folhas, pontas, terra)

r Não aproveitamento da palha na r Perda de numerosos postos de trabalho


geração de energia elétrica e de etanol
de segunda geração

Fonte: Projeto Agora. Estudos dos Municípios Canavieiros 2010. Caderno do professor, capitulo 3, “O cultivo”, p. 18.

1 Qual é o processo que causa menor impacto ambiental?

2 Qual processo utiliza o maior número de trabalhadores?

book_GEO_VOL 1.indb 60 26/06/14 16:00


UNIDADE 2 61

3 Diante das vantagens e desvantagens destacadas na tabela, como você vê a


relação entre o desenvolvimento da tecnologia, a diminuição de postos de trabalho
e o aumento da pobreza?

Os avanços tecnológicos dos últimos 20 anos vêm transformando significativa-


mente as formas de produzir e trabalhar nos três setores da economia. Mas será que
essa evolução das máquinas e a emergência de novas tecnologias são os únicos fato-
res responsáveis pelo desemprego dos trabalhadores, até mesmo do setor primário?
Registre suas reflexões a seguir.

book_GEO_VOL 1.indb 61 26/06/14 16:00


62 UNIDADE 2

A mecanização no campo e as consequências para o trabalho


O processo de mecanização no campo também alterou as relações de trabalho.
Tradicionalmente, o corte de cana é um trabalho exclusivamente manual reali-
zado por trabalhadores assalariados conhecidos popularmente como boias-frias
ou volantes. Esses trabalhadores ganham baixos salários, estão submetidos a duras
condições de trabalho e moram fora da propriedade agrícola, em geral nas periferias
das cidades. Além disso, esse trabalho é sazonal, ou seja, tem períodos previsíveis de
plantio e colheita, em função das estações do ano (como qualquer produto agrícola),
o que faz com que o trabalhador tenha de lidar com a alternância de período.

O governo do Estado de São Paulo estipulou que a colheita manual da


cana-de-açúcar seja eliminada até 2014, e nos locais em que o terreno dificulta o
uso das máquinas o prazo é 2017. Por essa razão, atualmente, o corte manual da
cana-de-açúcar vem sendo de forma progressiva substituído pela colheita meca-
nizada. Um exemplo dessa mudança é refletido na adoção da colheitadeira, uma
máquina que realiza o trabalho de 80 trabalhadores.

Por esse motivo, a modernização dos setores produtivos apresenta um desafio:


empregar os que ficarão desempregados.
© Delfim Martins/Pulsar Imagens

© Werner Rudhart/Kino

Corte manual da cana-de-açúcar Corte mecanizado da cana-de-açúcar


em Cordeirópolis (SP), 2010. em Santa Bárbara D’Oeste (SP), 2009.

O aumento da produtividade no campo e a agricultura familiar


A agricultura familiar também vem sofrendo alterações diante da moderni-
zação da agricultura. Essa atividade é caracterizada pelo trabalho de famílias em
quase todas as fases do cultivo.

book_GEO_VOL 1.indb 62 26/06/14 16:00


UNIDADE 2 63

A situação econômica dessas famílias é variável, pois depende de colher uma


boa safra e da oferta que esse produto cultivado tem no mercado. Então, com o
aumento da produtividade no campo, aumenta também a quantidade do produto
no mercado, o que faz o seu preço cair. É a lei da oferta e da procura.

Buscando manter uma margem digna de retorno do seu trabalho, alguns agri-
cultores têm optado por comercializar seus produtos diretamente com as agroin-
dústrias. As famílias garantem o fornecimento de matéria-prima, como tomates
e laranjas, para as empresas, que produzirão extrato de tomate e suco de laranja,
por exemplo. Em troca, assinam um contrato que assegura a venda e estabelece
o preço do produto. Além disso, as empresas introduzem técnicas modernas para
essa produção, que seguem normas e regras da agricultura moderna.

Um problema a ser enfrentado é a venda exclusiva para as grandes indústrias,


que exigem maior produtividade dos pequenos agricultores, fato que estimula o
uso desmedido de agrotóxicos. Uma das soluções encontradas por parte desses
produtores é a criação de cooperativas de produção de alimentos sem produtos
químicos.

Estrutura fundiária
Tanto a agricultura como as relações de trabalho no campo mudaram ao longo
do tempo. No entanto, a estrutura fundiária brasileira praticamente não se alterou.

A estrutura fundiária é a organização do espaço agrário de acordo com a distri-


buição das propriedades rurais.

Essa estrutura fundiária é uma herança do passado brasileiro, iniciada com as


capitanias hereditárias que distribuíram grandes proporções de terra para poucas
pessoas, as quais deveriam produzir para o mercado externo.

Outro fato histórico que dificultou o acesso dos trabalhadores do campo à terra
foi a Lei de Terras, de 1850. Ela determinava que a única forma de ser proprietário
de terras era por meio da compra.

Com o passar dos anos e o aumento da população brasileira, tornaram-se fre-


quentes os conflitos pela posse da terra. A principal queixa é que poucas pessoas
possuem enormes porções de terra, muitas vezes improdutivas, enquanto muitos
trabalhadores têm pouca ou nenhuma terra para trabalhar.

Uma parte dos pequenos proprietários que não consegue manter sua família
com o que a terra produz acaba vendendo suas terras para grandes fazendeiros,
aumentando ainda mais a concentração de terras no Brasil. Outros pequenos pro-
prietários ingressam nos movimentos dos trabalhadores sem-terra. Outros, ainda,
desempregados pelo processo de mecanização, acabam migrando para as cidades
em busca de novas oportunidades de trabalho.

book_GEO_VOL 1.indb 63 26/06/14 16:00


64 UNIDADE 2

Mundo do Trabalho
Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?
Esse vídeo proporciona uma reflexão sobre o papel da tecnologia no trabalho, trazendo como
exemplo a mecanização do corte da cana, entre outros temas.
Esse vídeo complementa o texto A mecanização no campo e as consequências para o trabalho, que
também trata da relação entre as novas tecnologias e as mudanças nas relações de trabalho.

A erosão das partículas superficiais do solo pela água ou pelo vento é um fenômeno natural,
embora seja influenciado pelas atividades humanas. Sobre o tema, considere as seguintes afirmativas:

1) Algumas atividades tradicionais no manejo da terra colocam em risco as áreas agricultáveis nos
aspectos relativos à perda de nutrientes e de matéria orgânica dos solos.
2) A erosão dos solos altera a sua textura, estrutura e queda nas taxas de infiltração e retenção de água.
3) O processo erosivo diminui a produtividade da terra, o que leva a uma ampliação do uso de fer-
tilizantes químicos.
4) A erosão natural, acelerada por processos de natureza humana, pode transformar completa-
mente as paisagens.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Universidade Federal do Paraná (UFPR), 2007.
Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/litoral/ps/2007/provas1fase/superior/graduacao.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2014.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Tipos de colheita

1 De acordo com a tabela, a colheita mecanizada provoca menor impacto ambiental, pois acu-
mula matéria orgânica no solo, o que reduz a necessidade de herbicidas. No entanto, é impor-
tante observar que nem sempre a agricultura mecanizada provoca menor impacto. A utilização de
agrotóxicos e a intensificação do uso do solo pelas máquinas nesse tipo de produção podem gerar
grande impacto ambiental pelo esgotamento de terras, por exemplo.

2 Ao considerar as informações da tabela, especialmente a desvantagem “perda de numerosos


postos de trabalho”, que aparece na coluna Colheita mecanizada, é possível notar que a colheita
manual utiliza mais trabalhadores, isto é, gera maior número de empregos.

book_GEO_VOL 1.indb 64 26/06/14 16:00


UNIDADE 2 65

3 Um aspecto que você pode ter observado é que a colheita mecanizada é mais rápida e menos
impactante, mas tem a desvantagem de eliminar postos de trabalho, e o desemprego gerado pode

HORA DA CHECAGEM
levar ao aumento da pobreza na região. Já a colheita manual gera maior número de empregos, mas
é mais demorada e apresenta menor produtividade.

Desafio
Alternativa correta: e. Todas as alternativas correspondem a características do processo de erosão.
Se tiver dúvidas, releia o texto Produtividade no campo, que trata da ação da erosão e dos elementos
a ela associados.

book_GEO_VOL 1.indb 65 26/06/14 16:00


GEOGRAFIA
UNIDADE 3
OS ESPAÇOS URBANOS NO BRASIL

TEMAS
1. Paisagem urbana: urbanização e metropolização
2. As funções urbanas

Introdução
Nesta Unidade, você vai identificar as principais características da paisagem
urbana e compreender o processo de urbanização e de formação de metrópoles.

Você vai estudar o que é função urbana, com exemplos de algumas cidades
brasileiras, e, ainda, verificar como a oferta de empregos está diretamente relacio-
nada às funções das cidades. Serão abordados, também, os motivos que afetam e
transformam a paisagem urbana.

Por fim, como leitura complementar, você poderá saber mais sobre alguns pro-
blemas socioambientais urbanos e suas consequências na vida da população.

Paisagem urbana:
T E M A 1 urbanização e metropolização

As cidades são um importante espaço de convivência entre as pessoas. De


modo geral, elas se caracterizam pela concentração de recursos, pessoas e ativi-
dades. Em muitos casos, isso favorece a oferta de empregos, bens e serviços, e a
possibilidade de estabelecer relações sociais. Entre outras razões, é por isso que
muitos buscam viver nas cidades.

Por outro lado, dependendo do modo como se formaram, as cidades também


são lugares em que ocorrem muitos conflitos, por causa do agravamento dos pro-
blemas sociais, ambientais e de infraestrutura.

Para compreender melhor como se dá o processo de desenvolvimento das


cidades, neste primeiro Tema, você vai estudar os conceitos de paisagem urbana,
urbanização e metropolização.

Na Unidade 1, você estudou o conceito de paisagem. Agora, observe com aten-


ção a imagem a seguir, que retrata parte da paisagem de uma grande cidade.

book_GEO_VOL 1.indb 66 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 67

© André Seale/Pulsar Imagens

Em destaque na imagem, o Edifício Copan, localizado na cidade de São Paulo. O prédio, em forma de onda, é
obra do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e ganhou fama em todo o mundo por sua originalidade.

O que mais chama a sua atenção nessa paisagem? Ela se parece com alguma
que você conhece? O que mais, que não aparece na imagem, você sabe sobre
essa cidade?

Urbanização e metropolização no Brasil

Você viu na imagem anterior que a paisagem da cidade de São Paulo se carac-
teriza pela elevada concentração e densidade de edificações. Isso sugere tam-
bém a concentração de pessoas e atividades, diferentes tipos de trabalho sendo
executados e intenso movimento de veículos − embora não seja possível ver tais
elementos na fotografia.

A concentração de pessoas, empresas e instituições nos centros urba-


nos traz uma série de consequências: engarrafamentos, produção volumosa
de lixo, carência de áreas verdes, poluição, dificuldade de acesso à moradia
(que pode levar a ocupações irregulares e em áreas de risco), entre outros
problemas.

book_GEO_VOL 1.indb 67 26/06/14 16:00


68 UNIDADE 3

É chamado urbanização o cres-


cimento da população que vive na
Cidade não é o mesmo que município.
cidade em relação à que mora no
Quando se usa o termo cidade, está se
campo. Até a década de 1940, o Brasil
fazendo referência à área edificada, com
era um país de economia agrária, isto concentração de prédios, casas, pessoas e
é, a produção da riqueza era baseada atividades. Município, por sua vez, é o con-
no campo. Por essa razão, a maioria junto formado pelas zonas urbana e rural.
Com prefeito e vereadores, o município é
da população vivia na zona rural e,
a menor unidade político-administrativa
portanto, o País tinha uma população do Brasil.
majoritariamente rural.

O processo de urbanização envolve o crescimento dos núcleos urbanos, o


aumento da população, a expansão de equipamentos e serviços específicos da
cidade e o avanço do modo de vida urbano para áreas rurais.

A partir dos anos 1930, houve uma guinada na política brasileira, que iria
privilegiar a indústria e alavancar a economia. Na década de 1950, esse pro-
cesso se intensificou e a industrialização avançou rapidamente, atraindo mui-
tas pessoas para as cidades onde as indústrias se estabeleceram. Em 20 anos,
na década de 1970, a população urbana já era superior à população que residia
no campo. Esse crescimento da população urbana aumentou ainda mais nas
décadas seguintes.

Atualmente, o Brasil é considerado um país urbanizado, pois oito em cada dez


brasileiros vivem em cidades.

O processo de urbanização modificou a relação campo-cidade. A produção do


campo passou a ser determinada pelas cidades, ou seja, de forma geral, o campo
produz e se organiza de acordo com as demandas da cidade. As grandes cidades,
por sua vez, assumiram um papel de comando, influenciando as atividades e a
vida no campo e nas cidades menores.

As metrópoles

O que são as metrópoles? Qual é o seu papel e sua importância?

O termo metrópole vem do grego e significa “cidade-mãe”. Assim, é a principal


cidade de uma região ou mesmo de um país.

book_GEO_VOL 1.indb 68 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 69

Em geral, as metrópoles são núcleos urbanos de porte considerável e possuem


grande concentração de recursos econômicos, humanos, técnicos, de conhecimentos,
entre outros. Dispõem de infraestrutura (aeroportos, estradas, hotéis, telecomu-
nicações etc.), além de empreendimentos financeiros, comerciais e de pesquisa.
Diante disso, oferecem muitas oportunidades de empregos, negócios e acesso a
serviços, como os de saúde, educação, cultura e lazer. Assim, atraem habitantes do
campo ou de cidades menores.

Por essas razões, as metrópoles possuem capacidade considerável de


influenciar vastos territórios. Tóquio, Londres e Nova Iorque, por exemplo,
exercem hoje influência mundial. São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores
metrópoles brasileiras, influenciam todo o território nacional e também têm
presença no cenário global.

Em alguns casos, o crescimento da mancha urbana metropolitana é tão


intenso que ocorre o chamado processo de conurbação, quer dizer, a junção
física entre espaços urbanos de municípios vizinhos (veja o esquema na pró-
xima página). É o que acontece, por exemplo, entre São Paulo e Osasco, ou entre
Santos e São Vicente, no litoral paulista. Essa junção também reforça laços e
relações políticas, econômicas e sociais entre esses núcleos: é muito frequente
que um morador de Osasco trabalhe e busque lazer em São Paulo, deslocando-
-se para ali diariamente.

Mas, atenção: há situações em que essa junção não ocorre ou ainda não
ocorreu. Nessas situações, há espaços tipicamente rurais separando as man-
chas urbanas.

Quando há um progressivo Região metropolitana


aumento da área metropolitana e
Aglomeração urbana, na
© D’livros Editorial

da conurbação, formam-se as cha-


qual é possível identifi-
madas regiões metropolitanas. No car um núcleo central
caso brasileiro, a expressão região (o município principal) e
metropolitana refere-se também aos núcleos secundários (os
órgãos criados na década de 1970 demais municípios que
compõem essa região
para administrar essas grandes
metropolitana).
áreas urbanas e tomar decisões
comuns a todos os municípios que as integram em assuntos relacionados, por
exemplo, aos transportes ou à destinação do lixo.

GEO_VOL 1_U3.indd 69 27/06/14 11:42


70 UNIDADE 3

Processo de conurbação
1o momento: Os quatro municípios, ainda separados, antes do processo de conurbação
© Hudson Calasans

2o momento: A expansão urbana leva à junção dos municípios. Processo conhecido como conurbação
© Hudson Calasans

book_GEO_VOL 1.indb 70 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 71

ATIVIDADE 1 Compreendendo o mapa


Observe o mapa a seguir. Depois, responda às perguntas.

Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)


47°00'O 46°30'O 46°00'O

Francisco
Morato Santa
Mairiporã Isabel
Franco da Rocha
Pirapora do Cajamar Caieiras Arujá
Bom Jesus Guararema
Santana de Guarulhos Trópico de Capricórnio
Parnaíba Itaquaquecetuba
23°30'S Barueri Carapicuíba São Mogi das 23°30'S
Jandira Ferraz de
Paulo Vasconcelos Poá Cruzes
Itapevi Osasco Salesópolis
Suzano
São Biritiba-Mirim
Vargem Grande Taboão Caetano Santo André
Paulista Cotia
do Sul
Embu da Serra Mauá
Diadema Ribeirão Pires
São
Itapecerica Bernardo Rio Grande da Serra
da Serra do Campo
São Lourenço
da Serra Embu-Guaçu

Juquitiba
24°00'S 24°00'S

OCEANO ATLÂNTICO

Escala
0 17 km
© IBGE

24°30'S 47°00'O 46°30'O 46°00'O 24°30'S

Trinta e nove municípios compõem a RMSP, abrigando quase a metade (48%) da população do Estado de São Paulo.

IBGE. Atlas geográfico escolar. Ensino Fundamental do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010, p. 30. Mapa original
(base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas).

1 Qual é a área retratada no mapa?

2 Qual é o município central dessa área?

3 Quantos municípios formam a região apresentada no mapa? Cite os nomes de


três desses municípios.

book_GEO_VOL 1.indb 71 26/06/14 16:00


72 UNIDADE 3

ATIVIDADE 2 O movimento da população residente no Brasil

Você viu na Unidade 2 que gráficos são formas de representar dados numéri-
cos, para facilitar a visualização e a interpretação destes. Assim como os mapas, os
gráficos também possuem título e fonte (esta indica os elaboradores do gráfico ou
de onde foram extraídos os dados para compô-lo).

Na Unidade 2, você analisou um gráfico de linhas; a seguir, você vai conhecer


outro tipo de gráfico, chamado gráfico de barras. Esse tipo é formado por barras
verticais (também chamadas colunas) ou horizontais, que indicam quantidades ou
porcentagens. As cores servem para diferenciar os dados.

Após observar o gráfico, responda às questões na sequência.

Brasil: população residente, por situação de domicílio, 1950/2010

180
160,9

150 137,8
População (em milhões)

120 110,9

90 82,0

60 52,9
39,0 41,6 39,1
33,2 32,0 36,0
31,8 29,8
30 18,8
© D’Livros Editorial

0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Urbana Rural
Fonte: IBGE. Séries históricas e estatísticas. Disponível em:
<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=CD91&t=populacao-situacao-domicilio-populacao-presente-residente>.
Acesso em: 7 abr. 2014.

1 Observe as cores das barras do gráfico: O que cada uma delas representa? Elas
poderiam ser da mesma cor? Por quê?

2 Quais são os dados representados no eixo vertical do gráfico? E no horizontal?

book_GEO_VOL 1.indb 72 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 73

3 Qual é o período em que a população rural apresentou crescimento?

4 Em que ano a população urbana ultrapassou a população rural? Esse quadro


se reverteu?

ATIVIDADE 3 Leitura de mapa

Observe atentamente o mapa da próxima página, as legendas e o gráfico de


linhas que o acompanham.

Para ler um mapa, é preciso compreender o tipo de linguagem utilizada nele. É comum que
os mapas apresentem cores diferentes e também símbolos para facilitar a interpretação e
a análise das informações.

Veja que no mapa a seguir, por exemplo, são utilizados círculos de diferentes tamanhos
e cores para representar as capitais. Como você pode ver na legenda do canto inferior
direito do mapa, o tamanho dos círculos indica a quantidade de pessoas que vivem nes-
sas cidades: os maiores representam populações maiores, enquanto os menores indicam
as populações menores. As cores, por sua vez, apontam o ano em que cada censo foi rea-
lizado, como você pode conferir na legenda do canto inferior esquerdo. Do lado esquerdo
do mapa, há também um gráfico, que indica o crescimento da população de algumas
capitais do Brasil.

Todas essas informações permitem a análise sobre o crescimento populacional entre


1872 e 2010 nas capitais dos Estados brasileiros. Dessa forma, também é possível dizer
que esse mapa apresenta dados relativos a quantidades, o que significa que ele é um
mapa quantitativo.

book_GEO_VOL 1.indb 73 26/06/14 16:00


74 UNIDADE 3

Brasil: crescimento populacional das capitais (1872-2010)

Boa Vista
Macapá

Fortaleza
Belém
São Luís
Manaus
Natal
Teresina João
Pessoa
Recife
Rio Branco
Porto Velho Maceió
Palmas Aracaju
Salvador
Data Cidade mais
do censo povoada
Cuiabá Brasília
1872 274 972

1890 522 651 Goiânia

811 443 Belo


1900 Horizonte
Campo
1920 1 157 873 Grande
Vitória
1940 1 764 141
São Paulo
1950 2 377 451 Milhões
de habitantes
3 825 351 12 Rio de Janeiro
1960
São
10 Paulo Curitiba
1970 5 978 977
8 População em 2010
1980 8 587 665
© Hervé Théry. CNRS-Creda/USP

6 Rio de Florianópolis
1991 9 626 894 Janeiro 11 253 503 São Paulo - SP
4 Porto Alegre
2000 10 405 867
2 Brasília 6 320 446 Rio de Janeiro - RJ
2010 11 253 503 Cuiabá
0 Palmas 2 375 151 Belo Horizonte - MG
1872 1900 1940 1960 1980 2000 1 302 001 Goiânia - GO
0 500 km Fonte: IBGE Elaborado com Philcarto 723 515 João Pessoa - PB
© H.Théry-2014 Censos demográficos http://philcarto.free.fr 228 332 Palmas - TO

THÉRY, Hervé; MELLO-THÉRY, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. Prelo.
Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território nacional não estão representadas).

1 Em 2010, qual capital apresentava a maior população? E a menor?

2 Qual era, em 2010, a população da maior capital apontada pelo IBGE?

book_GEO_VOL 1.indb 74 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 75

3 Em 2010, quais capitais possuíam população maior ou igual a 2.375.151 habi-


tantes? Como você chegou a essa resposta?

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) informam que a taxa de


urbanização tem aumentado em todos os países do mundo. Em muitos locais, o
aumento da população urbana não está sendo acompanhado de investimentos em
coleta, tratamento e distribuição de água encanada, principalmente nos bairros
mais carentes das cidades. Segundo esses dados, 27% da população mundial não
tem acesso à água encanada.
Pense no processo de urbanização de seu município e de outros lugares que
você conhece, e reflita sobre as condições desse processo.

IMPORTANTE!
No próximo texto, você vai se deparar com algarismos romanos. É comum se confundir com eles,
pois são formados pela combinação de diferentes símbolos. Para que você possa interpretá-los
adequadamente, o quadro a seguir pode ajudá-lo:

I=1 V=5 X = 10 L = 50 C = 100 D = 500 M = 1.000

Existem várias possibilidades de uso da numeração romana atualmente, uma das mais impor-
tantes é a indicação dos séculos, frequente em materiais de História, por exemplo.

Para relembrar, então, como são contados os séculos, primeiro é preciso saber que o marco
inicial do calendário cristão é o nascimento de Jesus Cristo. Portanto, um século é cada
período de 100 anos contados a partir do ano 1, e quando você encontrar as siglas a.C. e d.C.
ao final de determinado século ou ano, saiba que elas estão indicando antes de Cristo (a.C.)
e depois de Cristo (d.C.).

O século I d.C., por exemplo, começou no ano 1 e terminou no ano 100, o século II durou do ano
101 ao ano 200 e assim sucessivamente: o século XXI começou em 2001 e terminará em 2100.

E como saber a qual século pertence determinado ano?

Todos os anos que terminam em 00 já indicam o próprio século. Basta cortar esses dois zeros.
Por exemplo, o ano 1500 (1500) pertence ao século XV.

Agora, para os anos que não terminam em 00, o procedimento é outro. Basta somar 1 aos dois
primeiros algarismos. Assim, para o ano de 1501 (1501), é só somar 1 ao 15, o que totaliza 16.
Portanto, o ano 1501 já pertence ao século XVI.

Caso ainda tenha dúvidas sobre o assunto, procure a orientação de seu professor no CEEJA.

book_GEO_VOL 1.indb 75 26/06/14 16:00


76 UNIDADE 3

ATIVIDADE 4 Dados da população brasileira

Observe a tabela a seguir.

População urbana e rural do Brasil (em %)


Ano Urbana Rural
1950 36 64
1960 45 55
1970 56 44
1980 68 32
1991 75 25
2000 81 19
2010 84 16
Fonte: IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em:
<http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=9&uf=00>. Acesso em: 18 fev. 2014.

Sobre os dados apresentados, é correto afirmar que:

a) Em 2010, o Brasil se caracterizava pelo predomínio da população rural.


b) A população brasileira estava, em 2010, procurando as áreas rurais para viver.
c) O Brasil se converteu em um país urbano desde o início do século XX.
d) A partir de 1970, a população urbana passou a ser predominante no País.

O gráfico apresenta a porcentagem da população rural do Brasil nas últimas décadas.


População (%) rural do Brasil
70
60
50
40
%
30
20
10
0
1950 1960 1970 1980 1991 2000
Fonte: IBGE

Os dados do gráfico comprovam que, nas últimas décadas,


a) houve uma diminuição da população das cidades.
b) a população rural aumentou consideravelmente.
c) houve uma forte migração do campo para a cidade.
d) o Brasil se tornou um país com concentração rural.
Encceja 2002. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/viveraprender/
conteudo/encceja_2002_brasil_ensino_medio_hist_geo.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2014.

book_GEO_VOL 1.indb 76 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 77

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Compreendendo o mapa

1 Você observou no mapa a área colorida destacada? Os municípios retratados formam a Região
Metropolitana de São Paulo. Você pode chegar a essa resposta lendo o título do mapa, Região Metro-
politana de São Paulo (RMSP), ou as informações da legenda.

2 O município central da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é São Paulo, capital do
Estado, representada pela cor rosa. Esse município está no centro do mapa, fazendo fronteira com
a maioria dos municípios. Porém não é apenas a localização geográfica que faz de São Paulo o
centro da região, mas também a sua importância econômica, influência política e concentração
demográfica (mais de 10 milhões de habitantes).

3 A Região Metropolitana de São Paulo é formada por 39 municípios. Para citar exemplos, você pode
selecionar três municípios dos listados a seguir: Arujá, Barueri, Biritiba-Mirim, Caieiras, Cajamar,
Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco
da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Juquitiba,
Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande
da Serra, Salesópolis, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São
Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, São Paulo, Suzano, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.

Atividade 2 – O movimento da população residente no Brasil

1 Uma cor representa a população rural, e a outra, a população urbana. Pelo fato de cada cor
representar uma população é que elas não poderiam ser iguais.
2 Observe que os dados representados no eixo vertical, isto é, na coluna ou barra vertical do grá-
fico, referem-se ao número de habitantes, que nesses casos estão indicados em milhões. No eixo
horizontal, estão indicados os anos, considerados em intervalos de 10 anos, ou seja, décadas.
3 Veja os números que aparecem acima das colunas amarelas: eles mostram que a popula-
ção rural aumentou nas décadas de 1950, 1960 e 1970; a partir de 1980, os dados informam um
decréscimo dessa população, ou seja, ela passa a diminuir.
4 Preste atenção na data em que a coluna laranja fica maior que a amarela: ela indica o momento
em que a população urbana ultrapassou a população rural. De acordo com o gráfico, essa mudança
aconteceu na década de 1970, e a predominância da população urbana não se reverteu mais. Nas
décadas de 1980, 1990 e 2000, as colunas laranja do gráfico são cada vez maiores, o que indica que
houve um aumento constante e significativo da população urbana e uma queda também significa-
tiva da população rural no Brasil.

Atividade 3 – Leitura de mapa


1 De acordo com o mapa, a capital com maior população em 2010 era São Paulo. Você pode che-
gar a essa resposta observando que essa capital apresenta o maior círculo na cor preta (que indica
o censo de 2010). Já a capital com menor população é Palmas, no Estado de Tocantins, pois ela
apresenta o menor círculo preto.
2 A capital com maior população em 2010, São Paulo, está representada pelo círculo maior na
cor preta, o que, de acordo com as legendas dos lados direito e esquerdo do mapa, significa que
a sua população nesse ano era de 11.253.503 habitantes.

book_GEO_VOL 1.indb 77 26/06/14 16:00


78 UNIDADE 3

3 Em 2010, as capitais que possuíam população maior ou igual a 2.375.151 habitantes eram São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e Salvador; todas as demais tinham popu-
lação inferior a esse número. Note que, na legenda que aparece no canto inferior direito do mapa,
o terceiro maior círculo indica as capitais que possuem 2.375.151 pessoas. Assim, para chegar a
essa resposta, basta observar no mapa todas as capitais indicadas com círculo maior ou do mesmo
tamanho que esse da legenda. Você pode usar uma régua para medir e comparar os diâmetros dos
círculos com mais precisão.

Atividade 4 – Dados da população brasileira


Alternativa correta: d. Observe na tabela os percentuais das populações rural e urbana, compa-
HORA DA CHECAGEM

rando-os: de 1970 até 2010, a população urbana se tornou cada vez maior que a população rural,
passando a ser predominante no País.

Desafio
Alternativa correta: c. Retome os textos deste Tema e observe que a diminuição da população rural
se deve, em especial, à migração do campo para as cidades, em busca de trabalho e melhores con-
dições de vida.

book_GEO_VOL 1.indb 78 26/06/14 16:00


79

As funções urbanas T E M A 2

Na Unidade 2, você estudou que os setores da economia são divididos em


primário, secundário e terciário, e que cada um deles é caracterizado por uma
série de atividades: por exemplo, a produção de automóveis, roupas e compu-
tadores compõem o setor secundário. Vale também lembrar que esses seto-
res estão cada vez mais relacionados, o que pode ser observado pela presença
de técnicos de informática (serviços característicos do setor terciário) em uma
fazenda moderna (espaço característico do setor primário), por exemplo.

O objetivo deste Tema é estudar o conceito de função urbana e compreen-


der como a paisagem é transformada de acordo com a função predominante de
cada cidade.

Pense na relação entre os setores da economia e as cidades. Qual setor é pre-


dominante em seu município? E nos municípios vizinhos, é o mesmo setor que
predomina? Em qual setor você trabalha? Você acha que na cidade onde vive há
uma função urbana predominante? Qual? Registre suas reflexões a seguir.

Geografia ƺ Volume 1

Ciclos econômicos e transformação das cidades

Para que você possa entender melhor as funções urbanas, esse vídeo mostra o exemplo de
Ilhabela e as diversas funções que o município já exerceu em diferentes ciclos econômicos,
como da cana, do café, da pesca e do turismo.

book_GEO_VOL 1.indb 79 26/06/14 16:00


80 UNIDADE 3

As funções urbanas
Função urbana é a principal atividade que uma cidade exerce em relação a
outras cidades.

Você já deve ter ouvido falar da cidade de Aparecida do Norte, no Estado


de São Paulo. A imagem que em geral se associa a ela é a da Basílica de Nossa
Senhora Aparecida e a da multidão de fiéis que a visitam, em especial no dia
12 de outubro, dia da padroeira. Nessa cidade, muitos postos de trabalho são
criados em restaurantes, lojas e hotéis, que recebem, em sua maioria, reli-
giosos em visita à basílica. Consequentemente, o comércio local também
se especializa cada vez mais na venda de artigos religiosos. Portanto, essa
cidade tem uma função urbana religiosa e uma atividade de turismo religioso
bastante intensa.
© Mauricio Simonetti/ Pulsar Imagens

Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada no interior do Estado de São Paulo. A região recebe milhares de fiéis todos os anos.

book_GEO_VOL 1.indb 80 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 81

Já as belezas naturais e o clima litorâneo das cidades de Praia Grande ou


Caraguatatuba − localizadas, respectivamente, no litoral sul e norte do Estado
de São Paulo − atraem turistas em busca de lazer. No verão, essas cidades orga-
nizam uma série de atividades de entretenimento e diversão para cativar os
visitantes: shows musicais, festas típicas, passeios ecológicos etc. A mesma
situação ocorre em Campos do Jordão, que atrai turistas durante o inverno por
apresentar um clima mais frio, e em Holambra, onde há, anualmente, importan-
tes feiras de flores para serem conhecidas.
© Rivaldo Gomes/Folhapress

Turistas aproveitam feriado na Praia Grande (SP).

As atrações oferecidas podem variar, mas todas essas cidades têm uma fun-
ção urbana turística, pois apresentam o turismo como função principal. Assim,
organizam as atividades, os serviços e o comércio em virtude do público que cos-
tumam receber.

book_GEO_VOL 1.indb 81 26/06/14 16:00


82 UNIDADE 3

A política e o poder também podem determinar a função de uma cidade.


No Brasil, há o exemplo de Brasília, capital federal, onde se encontram as sedes
dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de todas as embaixadas,
que representam diversos países no Brasil. Os hotéis, os restaurantes, o trans-
porte e outros serviços são organizados em função do papel político exercido
pela cidade.
© Image Broker/Diomedia

Congresso Nacional em Brasília (DF).

As cidades conhecidas por sua produção industrial, ou que têm na indús-


tria o grande motor das suas atividades, são consideradas cidades com função
urbana industrial, como as cidades paulistas de São Bernardo do Campo, São
José dos Campos, Franca e Campinas, entre outras.

A função exercida por uma cidade não é definitiva, pois ela pode ser alterada
no decorrer do tempo. Quando uma cidade sofre alguma mudança na sua função
urbana, isso se reflete na sua paisagem.

book_GEO_VOL 1.indb 82 26/06/14 16:00


UNIDADE 3 83

São Paulo é um bom


exemplo de cidade que vem

© Rodrigo Paiva/Folhapress
apresentando alterações na
paisagem em decorrência da
mudança da função urbana.

A função industrial é um
marco na história da capital
paulista, e eram os galpões
das fábricas que marcavam
a sua paisagem. Com o pro-
cesso de transferência de
boa parte das suas indústrias
para os municípios da região
metropolitana, a cidade de
São Paulo passou a ter sua
função relacionada ao setor
de serviços (terciário). Gran-
des shoppings, hipermercados
e centros de lazer passaram
a ocupar os antigos galpões
desativados das fábricas,
mudando a paisagem da
capital. Além disso, surgi-
ram novos núcleos, nos quais
a paisagem é marcada por
modernos edifícios de escri-
tórios de importantes empre-
sas, como na Avenida Luís
Indústria automobilística em São Bernardo do Campo (SP).
Carlos Berrini ou na Avenida
Paulista.

As grandes cidades, pela variedade de serviços que oferecem, possuem mais


de uma função, o que torna difícil determinar a principal. O exemplo da cidade
de São Paulo auxilia a compreender essas funções acumuladas: a cidade tem
a sede do governo do Estado (função político-administrativa), possui grandes
universidades (função educacional), conta com museus, teatros e sedia eventos
internacionais, como corridas de Fórmula 1, concertos e espetáculos famosos
(função turística) e ainda mantém um certo nível de atividade industrial, embora
não seja mais dominante como no passado.

GEO_VOL 1_U3.indd 83 27/06/14 11:43


84 UNIDADE 3

Você já deve ter percebido que os jornais trazem uma enorme variedade de
textos. Neles é possível encontrar notícias, artigos de opinião, classificados
de emprego, anúncios, reportagens, tirinhas, charges, horóscopo, entre outros.
Mas são principalmente as notícias que, em geral, mais chamam a atenção das
pessoas quando passam em frente às bancas de jornal ou quando leem um jornal
pela internet. As notícias costumam vir acompanhadas de fotos, imagens, tabelas,
gráficos e outros recursos que visam facilitar a leitura.

Normalmente, nos jornais, as notícias se distribuem em diferentes cadernos,


que podem ser de esporte, política, economia, do cotidiano (com notícias da cidade
onde o jornal circula) etc. Essa divisão procura ajudar o leitor a encontrar com
mais facilidade as notícias que busca.

Imagine que você foi a uma consulta médica e está esperando para ser aten-
dido. Na mesa da sala de espera há um jornal e você decide lê-lo. Você olharia a
data do jornal? Se ele fosse de uma semana atrás, isso aumentaria ou diminuiria
o seu interesse? Qual caderno desse jornal você leria primeiro?

Pense sobre quanto essas informações são relevantes e quais outros elementos
você busca identificar antes de começar a leitura de um jornal. Por que é impor-
tante observar esses detalhes antes da leitura?

Quando você procura no jornal um emprego ou quando busca algo nos classi-
ficados, também vale a pena grifar algumas informações mais relevantes, afinal
os grifos não são utilizados só na escola.

ASSISTA!

Língua Portuguesa ƺ Volume 2

Estudar: como se aprende?

Nesse vídeo você vai ver como três estudantes de EJA utilizam grifos e esquemas no seu
dia a dia.

GEO_VOL 1_U3.indd 84 03/09/14 15:32


UNIDADE 3 85

ATIVIDADE 1 Relacionando funções urbanas às mudanças na paisagem

Leia a notícia completa e responda às questões na sequência.

FOLHA DE S. PAULO | COTIDIANO São Paulo, 23 de janeiro de 2011

Avanço dos prédios em São Paulo poupa apenas


antigas chaminés
VALORIZAÇÃO DE TERRENOS LEVA AO CHÃO ANTIGOS PARQUES INDUSTRIAIS
PAULISTANOS. ESPECIALISTAS CRITICAM FALTA DE CUIDADO COM O QUE CONSI-
DERAM UM PATRIMÔNIO QUE CONTA A HISTÓRIA DA METRÓPOLE

Vanessa Correa
Colaboração para a Folha

Manter de pé apenas as chami- fábrica de açúcar União. Os galpões


nés de antigas fábricas de São Paulo foram demolidos.
tem sido a estratégia das construtoras
para conseguir a liberação dos órgãos Na mesma rua, a Borg es de
do patrimônio histórico e, assim, ocu- Figueiredo, os galpões das anti-
par os grandes terrenos do município gas indústrias Duchen, Francisco
com condomínios residenciais. Matarazzo e Fiat Lux foram parcial-
mente demolidos. A construtora
Na maioria dos casos, os galpões Agre quer prédios residenciais ali.
ao redor das chaminés, também
com seu valor histórico, acabam Em dezembro, a Agre apresentou
no chão. ao Conpresp, o órgão do patrimônio
municipal, um projeto para cons-
Especialistas em patrimônio cri- truir um condomínio no local, com a
ticam a solução e veem na valoriza- preservação só da chaminé.
ção dos antigos bairros industriais,
como Mooca, na zona leste, e Lapa, Enquanto o Departamento do
na zona oeste, uma ameaça à pre- Patrimônio Histórico, que emite
servação histórica do processo de pareceres técnicos para o Conpresp,
industrialização. elaborava o texto a fim de pedir
o tombamento, parte dos galpões
Um empreendimento residencial foi demolida. Rapidamente o DPH
de classe média, o Luzes da Mooca, abriu processo de tombamento, o
cercará, com quatro torres de apar- que garantiu a proteção da parte
tamentos, uma chaminé da antiga que restou.

book_GEO_VOL 1.indb 85 26/06/14 16:01


86 UNIDADE 3

São Paulo, 23 de janeiro de 2011 FOLHA DE S. PAULO | COTIDIANO


© Mateus Bruxel/Folhapress

Chaminés na Avenida
Francisco Matarazzo, em
São Paulo (SP): valorização
de terrenos leva ao chão
antigos parques industriais.

O DPH, então, concluiu o estudo Conpresp, “preservar só um pedaço,


e pediu o tombamento das estrutu- como a chaminé, é um paliativo.
ras com face para a linha de trem da É muito pouco.”.
CPTM que passa atrás do terreno.
Segundo Angela Rosch Rodrigues,
O pedido, pronto em 2007, nunca arquiteta e mestranda da FAU-USP,
chegou, no entanto, a ser votado existe no país certa dificuldade de se
pelo Conpresp. reconhecer o valor cultural de bens
recentes, como o patrimônio industrial.
A Agre afirma que pretende pre-
servar tudo o que o órgão municipal Regina Monteiro, idealizadora
determinar. da Lei Cidade Limpa e diretora de
paisagem urbana da prefeitura, cita
O caso lembra o da Casa das como opção para a preservação a
Caldeiras, na Avenida Francisco reciclagem do uso, como ocorreu
Matarazzo, na zona oeste, que foi com o SESC Pompeia, instalado em
demol ida enquanto o Conpresp uma antiga indústria.
estudava o tombamento do imóvel,
concluído em 1986. Também em outras cidades pau-
listas há casos de preservação só
Restaram duas chaminés e a das chaminés.
casa de caldeiras. Os antigos galpões
foram demolidos para dar lugar Em São Caetano do Sul, a pre-
a prédios. feitura já autorizou a demolição
das antigas Indústrias Francisco
Para Nádia Somekh, arquiteta, pro- Matarazzo. Há um pedido de tom-
fessora do Mackenzie e conselheira do bamento apenas das chaminés.

Folha de S.Paulo

book_GEO_VOL 1.indb 86 26/06/14 16:01


UNIDADE 3 87

1 Localize no texto: o autor da reportagem, onde e quando ela foi publicada.

2 O título dessa notícia ajuda a antecipar o assunto que será tratado? Por quê?

3 Qual é o assunto abordado?

4 Releia a notícia e grife apenas as partes do texto que indicam as mudanças que
ocorreram na paisagem. Por exemplo: “Os antigos galpões foram demolidos para
dar lugar a prédios”.

5 Após grifar o texto, relacione a leitura com o assunto estudado e responda: As


mudanças nas funções urbanas provocam transformações nas paisagens?

Estudar as funções das cidades leva a refletir sobre os motivos pelos quais elas
se desenvolvem em certas direções, e a conhecer os conflitos em jogo quando se
pensa nos interesses da cidade e nos de grupos particulares.

Legalmente, nas cidades com mais de 20 mil habitantes, o planejamento precisa


ser consolidado em um Plano Diretor, a ser aprovado pela autoridade local. O Plano
define algumas questões importantes da cidade, como a Lei de Zoneamento, que a
divide em zonas comerciais, industriais, residenciais etc. O Plano Diretor tem vali-
dade de dez anos e deve ser elaborado e revisto com a participação popular. A lei
que regulamenta o Plano Diretor é o Estatuto da Cidade, que norteia a construção e
a expansão das cidades com princípios que visam qualidade de vida aos cidadãos.

book_GEO_VOL 1.indb 87 26/06/14 16:01


88 UNIDADE 3

Geografia ƺ Volume 1

A transformação das cidades e dos seus rios

Para auxiliá-lo na compreensão do texto Problemas socioambientais urbanos, assista a esse vídeo,
que trata do crescimento urbano e de como algumas cidades lidam com as condições naturais
do espaço.

Para entender a transformação dos rios e das paisagens urbanas, você pode
praticar, durante a leitura do texto a seguir, o procedimento de grifo. Isso vai aju-
dá-lo a rever esse conteúdo posteriormente.

Problemas socioambientais urbanos

Se você observar com atenção as paisagens urbanas, vai Relevo


ver que as cidades se adaptam ao relevo da área onde são Conjunto de for-
construídas. mas da superfície
terrestre, como
Algumas cidades, porém, quando começam a crescer, pas- montanhas, pla-
sam a modificar intensamente suas formas naturais (ou origi- nícies e planaltos.

nais). No caso das metrópoles, devido à sua ativa e dinâmica


ocupação, essas modificações são mais intensas. Isso ocorre, por exemplo, quando
o curso de um rio é alterado para a construção de uma rodovia, ou quando áreas
alagadas são aterradas para a construção de moradias. Veja um exemplo de corre-
ção de leito de rio em São Paulo na figura a seguir.

book_GEO_VOL 1.indb 88 26/06/14 16:01


UNIDADE 3 89

Curso do Rio Pinheiros, 1924 e 2010


© Portal de Mapas

1924 2010

Ma
rgi
na
lP
in
h

ei
ro
s
Pinhe
o

Rio
PINHEIROS PINHEIROS
Ri

iro
s

Pin
heir
os
BUTANTÃ
Rua
Paes Leme Rua
Paes Leme
BUTANTÃ

Mapa sem escala Mapa


M apa
pa se
sem
semm es
escala
cala
la

Curso do Rio Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, antes e depois das obras de retificação do leito do rio.

Fonte: Agência Estado. Disponível em: <http://www.issonaoenormal.com.br/post/os-rios-foram-asfaltados>. Acesso em: 18 fev. 2014. Imagem meramente ilustrativa.

Todas as modificações no ambiente procuram, de certa forma, satisfazer as


necessidades impostas pela função econômica que a cidade desempenha. O resul-
tado dessa interferência humana no meio natural tem gerado danos ambientais e
sociais significativos, colocando em risco a vida e a sobrevivência das pessoas.

Veja um exemplo: as duas maiores cidades do País, São Paulo e Rio de Janeiro,
sofrem as consequências de ações humanas predatórias (que não consideram as
características das bases naturais ou históricas da cidade) na paisagem. Essas
cidades passaram por um rápido processo de urbanização, o que gerou várias
demandas de transporte, saneamento básico (água e esgoto, limpeza urbana e
coleta de lixo) e, principalmente, moradia.

No caso específico do Rio de Janeiro, o relevo dificulta a expansão da cidade,


pois ela está localizada entre o Oceano Atlântico e a Serra do Mar, restando apenas
uma estreita faixa plana entre eles, onde o preço dos imóveis é muito alto.

O crescimento urbano aumentou a procura por moradia, obrigando as pessoas


das camadas mais pobres da sociedade a construir suas casas nas encostas dos
morros, locais que, como você já deve ter visto nos noticiários, sofrem deslizamen-
tos em períodos de chuvas fortes e prolongadas. Isso acontece pela ausência de um
planejamento que considere, além das necessidades de moradia, as condições do

book_GEO_VOL 1.indb 89 26/06/14 16:01


90 UNIDADE 3

relevo e a adequação desse espaço para habitação. Um planejamento adequado


deve indicar, antes de tudo, os espaços que são ou não áreas de risco para cons-
trução de habitações. Além disso, deve satisfazer as necessidades da estruturação
da urbanização (arruamentos, esgotamento sanitário, água, energia elétrica etc.),
o que poderia proporcionar melhor qualidade de vida para os habitantes da cidade
e, em especial, evitar tragédias.

A produção do espaço urbano no Rio de Janeiro foi marcada pela retirada da


vegetação natural, que cobria os morros e protegia o solo da ação das chuvas.
Isso contribuiu para acelerar o processo de erosão do terreno. A vegetação reduz
o impacto da água da chuva sobre o solo, mas também diminui a velocidade de
escoamento das águas. Com o solo descoberto, a água das chuvas carrega muitos
sedimentos de forma veloz, provocando a desestabilização do terreno e o desliza-
mento de terras e enormes blocos de rocha. Essas modificações transformaram as
encostas dos morros em áreas de risco para a ocupação humana.

No caso da cidade de São Paulo, a mais populosa do País, com pouco mais de
11 milhões de habitantes e mais de 19 milhões na região metropolitana, segundo
dados do Censo Demográfico 2010, do IBGE, a expansão urbana avançou até sobre
as várzeas de rios e córregos e ocupou as margens das represas.
© Jorge Araujo/Folhapress

Deslizamento de terra na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo (SP), julho de 2011.

book_GEO_VOL 1.indb 90 26/06/14 16:01


UNIDADE 3 91

Todo ano, no período das


chuvas de verão, os rios seguem

© Edson Lopes Jr./Folhapress


seu ciclo natural, ou seja, trans-
bordam e inundam as áreas de
várzeas. Como em São Paulo
as várzeas foram ocupadas por
avenidas ou moradias, esse pro-
cesso natural provoca outros
danos sociais: as enchentes.

O resultado desse tipo de


Inundação do Rio Pinheiros impede a circulação de veículos
ocupação urbana, além de pro- na Marginal, em São Paulo (SP), 26 jan. 2010.

vocar perdas materiais e colocar


em risco a vida dos habitantes da cidade, compromete, Mananciais
também, os mananciais, utilizados para o abastecimento Fontes de água, podendo
ser superficiais, como os
de água da população. rios e os córregos, ou sub-
terrâneas, como os len-
Na cidade de São Paulo, essa questão fica em evidência.
çóis freáticos. É por meio
É o que ocorre, por exemplo, na Represa de Guarapiranga, dessas fontes que ocorre o
localizada na zona sul da cidade, responsável pelo forneci- abastecimento de água nas
mento de água para, aproximadamente, 4 milhões de habi- cidades, pelos chamados
mananciais de abastecimento
tantes da cidade e dos municípios próximos. Vale notar que público. São também deno-
essa represa é artificial, construída no início do século XX minados minas, cabecei-
para gerar energia e abastecer a cidade de água. ras, fontes, entre outros.

© Marcio Fernandes/AE

Ocupação urbana em torno da Represa de Guarapiranga.

book_GEO_VOL 1.indb 91 26/06/14 16:01


92 UNIDADE 3

Como se vê na cronologia a seguir, o crescimento da ocupação humana no


entorno da represa ocorreu, sobretudo, a partir da década de 1970. Esse crescimento
tem comprometido a quantidade e a qualidade da água desde aquela época.

Cronologia da Represa de Guarapiranga


1906 1908 1927 Década de 1970 Década de 1990
A Bacia de
Guarapiranga
Ocupação
Início das obras Abastecimento tornou-se fonte Escassez de água
desordenada e
da Represa de da usina hidrelé- de abastecimento na cidade de São
irregular na área
Guarapiranga trica de Parnaíba de água para a Paulo
de manancial
cidade de
São Paulo
SOUZA, Rodrigo Santos de. História de São Paulo: Represa de Guarapiranga, 2009.

A retirada da vegetação natural facilita o assoreamento


Cronologia
da represa, ou seja, as chuvas carregam sedimentos que são
Lista de fatos ocorridos
depositados no fundo das represas, deixando-as cada vez
ao longo dos anos.
mais rasas, com menor capacidade de armazenar a água.
A poluição das águas, por esgoto ou lixo, tem causado a proliferação de algas e
plantas aquáticas (como mostra a imagem a seguir, de 2010), que diminuem a quan-
tidade de oxigênio da água e comprometem a sua qualidade.
Para conter ou amenizar esses problemas, cabe ao poder público, em diferentes
níveis, e à sociedade evitar a ocupação de espaços impróprios para habitação, fis-
calizar a destinação correta do lixo e se mobilizar para reduzir os índices de com-
prometimento da qualidade das águas.
© José Luis da Conceição/AE

Proliferação de algas e plantas aquáticas na Represa de Guarapiranga, 2010.

GEO_VOL 1_U3.indd 92 27/06/14 11:43


UNIDADE 3 93

Nesta Unidade, você estudou que o Brasil alcançou altas taxas de urbaniza-
ção nas últimas décadas. Isso se deve, em grande parte, à industrialização, que
ampliou as oportunidades de emprego nas cidades e atraiu muitas pessoas do
campo, o que também fez com que a população rural diminuísse.

Em sua opinião, como essa mudança de tantos habitantes do campo para as


cidades afetou o trabalho no campo? Você conhece pessoas que deixaram de viver
no campo para trabalhar em alguma cidade? Como a vida dessas pessoas se trans-
formou? Elas, atualmente, preferem viver na cidade ou gostariam de voltar para o
campo? Por quê?

Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em nosso
país poderia ser motivada por:
a) reduzida área de solos agricultáveis.
b) ausência de reservas de águas subterrâneas.
c) escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
d) falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
e) degradação dos mananciais e desperdício no consumo.

Enem 2003. Prova Amarela. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2003/2003_amarela.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2014.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Relacionando funções urbanas às mudanças na paisagem

1 Observe que a data e o local da publicação aparecem no alto da página, do lado esquerdo: São
Paulo, 23 de janeiro de 2011. Também no alto, do lado direito, há o nome do jornal, acompanhado
do nome do caderno no qual saiu a reportagem: Folha de S.Paulo ƺ Cotidiano. O nome da jornalista
que escreveu a reportagem, Vanessa Correa, está identificado após o título e o lide, que é um breve
resumo da reportagem.

2 Por meio do título Avanço dos prédios em São Paulo poupa apenas antigas chaminés, é possível
adiantar alguns temas que serão tratados no texto. Ele indica, por exemplo, que a notícia é sobre
a cidade de São Paulo e que vai abordar algumas consequências da expansão dos prédios. Se você
não conseguiu identificar esses apontamentos, releia o texto e volte ao título, buscando a relação
entre eles.

book_GEO_VOL 1.indb 93 26/06/14 16:01


94 UNIDADE 3

3 Ao ler a matéria, você pode concluir que o principal assunto abordado é a transformação de
antigos bairros de São Paulo, que tinham função industrial, em bairros residenciais e comerciais,
em razão da expansão do setor terciário. As paisagens têm sido modificadas com a demolição de
prédios antigos e a construção de novos e modernos edifícios residenciais ou comerciais.

4 Os trechos que indicam diretamente essas mudanças são: “Manter de pé apenas as chaminés
de antigas fábricas de São Paulo”; “ocupar os grandes terrenos do município com condomínios resi-
denciais”; “os galpões ao redor das chaminés, também com seu valor histórico, acabam no chão”;
“Restaram duas chaminés e a casa de caldeiras. Os antigos galpões foram demolidos para dar lugar a
prédios”.

5 Com base nos trechos grifados e na leitura do texto, é importante que você tenha percebido
que as funções urbanas moldam as paisagens, e quando há mudanças nas funções, também ocor-
rem mudanças nas paisagens. Você pode notar que, quando São Paulo era uma cidade industrial,
suas ruas eram tomadas por galpões de fábricas. Após a década de 1970, as indústrias saíram da
HORA DA CHECAGEM

metrópole e São Paulo se tornou um centro do setor terciário, o que fez com que os galpões dessem
lugar a prédios comerciais e residenciais.

Desafio
Alternativa correta: e. A preservação dos mananciais é uma providência fundamental na prevenção
de uma crise de água no País. Releia o texto Problemas socioambientais urbanos e observe a importân-
cia dos mananciais para o abastecimento da população.

book_GEO_VOL 1.indb 94 26/06/14 16:01


GEOGRAFIA
UNIDADE 4
PLANEJAMENTO URBANO

TEMAS
1. A importância do planejamento urbano
2. A segregação socioespacial

Introdução
Nesta Unidade, você terá a oportunidade de Planejamento urbano
aprofundar seus estudos sobre planejamento Conjunto de técnicas, teorias e docu-
urbano, agora com o objetivo de reconhecer mentos sobre as diferentes formas
de crescimento e desenvolvimento
sua importância na formação da paisagem
das cidades.
urbana. Assim, você conhecerá as diferenças
Muitas vezes, uma cidade é cons-
entre as cidades com formação espontânea e
truída a partir de um plano previa-
as cidades criadas pelo planejamento, e refle- mente elaborado. Mas como elas,
tirá sobre assuntos como a segregação socioes- em geral, são muito dinâmicas, os
planos precisam ser revistos com
pacial, que interfere na paisagem das cidades e
frequência para corrigir ou prever
traz consequências diretas para a qualidade de problemas.
vida de seus habitantes.

A importância do planejamento urbano T E M A 1

Uma pessoa, ao planejar a construção de uma moradia, procura reduzir os gas-


tos e o tempo organizando melhor os espaços da casa. Da mesma forma, a constru-
ção de um bairro ou de uma cidade exige um tipo de organização semelhante, de
modo a prever as demandas da população: isso se chama planejamento urbano, ou
seja, o ato de pensar em uma série de medidas que buscam orientar o crescimento
da cidade e promover mudanças na paisagem urbana a fim de adequar a cidade
às novas necessidades que surgem, seja privilegiando a circulação de pessoas e
veículos, ou a moradia, o lazer etc. O problema é que nem sempre essas mudanças
conseguem melhorar a vida de seus habitantes adequadamente ou mesmo atender
de forma igualitária a todas as classes sociais.

Neste Tema, você vai compreender melhor essas questões, estudando as


cidades com formação espontânea e as cidades criadas pelo planejamento, e
as implicações sociais dessas situações.

book_GEO_VOL 1.indb 95 26/06/14 16:01


96 UNIDADE 4

Pense no bairro em que você mora: Você acha que ele foi planejado? Por que
você chegou a essa conclusão? Observe, por exemplo: Existe água encanada e
esgoto? Há praças ou locais de lazer? Há escolas em número suficiente para as
crianças e os adultos que moram no bairro? Veja também outros elementos que
um planejamento pode oferecer aos habitantes de um bairro. Você acha que é
importante planejar uma cidade? Registre suas reflexões a seguir.

ATIVIDADE 1 A organização das cidades

Para iniciar, observe a charge e responda às questões Charge


que seguem. Palavra de origem fran-
cesa que significa carga.
© Negreiros/Editora Abril

É um tipo de ilustração
que leva esse nome por
causa dos traços exage-
rados, e que geralmente
traz alguma crítica ou
ironia sobre algum fato,
mas sempre com muito
humor.

Os jornais e as revistas
publicam charges dia-
riamente. Para inter-
pretá-las, é importante
acompanhar as notícias
sobre o que acontece na
cidade, no Estado, no País
e mesmo no exterior.

1 O que você compreende da charge?

GEO_VOL 1_U4.indd 96 03/07/14 21:06


UNIDADE 4 97

2 O que a pessoa retratada está fazendo?

3 Qual é, em sua opinião, o aspecto que o autor da charge quis deixar mais evi-
dente sobre as grandes cidades?

A importância do planejamento urbano

A maior parte das cidades brasileiras surgiu e cresceu durante um longo pro-
cesso histórico. São chamadas cidades espontâneas aquelas que não nasceram de
um plano urbanístico, mas sim em função das necessidades do seu desenvolvi-
mento. Assim, elas possuem órgãos públicos destinados a acompanhar ou refazer
as principais linhas do planejamento estabelecido para a cidade, de acordo com
suas demandas e de sua população.

São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos de cidades com planejamento que se
desenvolvem à medida que a urbanização vai se expandindo. As indústrias que
se instalaram nessas cidades atraíram muitos migrantes, pessoas que saíram de
outras cidades ou do campo em busca de melhores condições de vida, geralmente,
no caso brasileiro, para as cidades da região Sudeste. Porém, a oferta de moradia,
transporte e emprego não acompanhou o ritmo do crescimento populacional. A
sensação é a de que não há planejamento algum nesses lugares, mas de fato, hoje,
é impossível para qualquer cidade média, grande ou metrópole funcionar sem
nenhum tipo de planejamento urbano.

Além disso, as leis brasileiras preveem que todo município com mais de 20 mil
habitantes deve ter um Plano Diretor. Ele é um documento elaborado pelo poder
público, recomendando também a participação da população, com a finalidade de
orientar e organizar o crescimento da cidade.

book_GEO_VOL 1.indb 97 26/06/14 16:01


98 UNIDADE 4

Um planejamento urbano ineficiente ou a ausência de planejamento podem


causar diversos problemas na vida dos cidadãos: desde aumento dos congestio-
namentos e da poluição sonora, visual e do ar até enchentes e ocupação de áreas
de risco e de mananciais, assunto que você estudou na Unidade anterior.

A paisagem da Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo, é um


exemplo de problema que pode ser resolvido com planejamento urbano. A rua
concentra várias lojas de comércio popular, ambulantes e milhares de pessoas que
disputam as estreitas calçadas e o espaço da rua.
© Paulo Pinto/AE

Rua 25 de Março, no centro de São Paulo (SP), 2010.

No Brasil, um pequeno número de cidades foi construído segundo um pro-


jeto, um plano urbanístico. Essas são as chamadas cidades planejadas, como é o
caso de Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Goiânia (GO), Palmas (TO)
e Teresina (PI).

Essas cidades cresceram de acordo com um planejamento dos espaços urba-


nos, que levou em conta desde a largura das ruas e avenidas até a escolha
dos locais destinados ao comércio, às residências e às indústrias, entre outros.
Entretanto, na prática, mesmo as cidades planejadas não ficaram livres dos
problemas urbanos, uma vez que foram surpreendidas pelo acelerado cresci-
mento populacional ou por rápidas transformações nas atividades e nos usos
do espaço urbano que não estavam previstos no projeto inicial.

book_GEO_VOL 1.indb 98 26/06/14 16:01


UNIDADE 4 99

Para estudar, além de grifar, fazer anotações e esquemas, você também pode
organizar listas.

As listas ajudam a destacar itens importantes de um texto. Dependendo do que


se está estudando, podem ser listados nomes, exemplos, fatos, conceitos, entre
outros elementos que facilitam a retomada do texto em um momento posterior.

Assim, em primeiro lugar, é necessário definir qual critério será seguido a fim
de organizar o conteúdo, isto é, delimitar o tema que será trabalhado.

Pratique essa estratégia de estudo e elabore uma lista com base no texto
A importância do planejamento urbano. Para isso:

1 Releia o texto para localizar o trecho que trata dos problemas causados por um
planejamento urbanístico ineficiente e liste os problemas citados.

2 Em seguida, faça outra lista com problemas urbanos que você identifica na
cidade onde vive.

book_GEO_VOL 1.indb 99 26/06/14 16:01


100 UNIDADE 4

Você viu que mesmo as cidades planejadas acabam, em determinado


momento, vivenciando problemas urbanos. A construção de Brasília, por exem-
plo, atraiu milhares de trabalhadores e desde a sua origem possui um cresci-
mento populacional maior que a média brasileira, o que traz problemas para
a região, como a formação de cidades mais pobres no seu entorno, conhecidas
como cidades-satélites. Por que você acha que isso acontece?

ATIVIDADE 2 As cidades planejadas

Observe as imagens 1 e 2 a seguir.

Na imagem 1 é possível ver o desenho de Brasília, projetada em forma de avião.


Na imagem 2 está o traçado urbano do plano original da cidade de Palmas, capital
do Estado de Tocantins.
Imagem 1

Plano piloto de Brasília


© Acervo Casa de Lucio Costa

Lucio Costa, Rio de Janeiro, 1957.

book_GEO_VOL 1.indb 100 26/06/14 16:01


UNIDADE 4 101

Imagem 2 1 O que chama a sua atenção no


traçado das ruas e dos quarteirões de
Plano da cidade de Palmas (TO)
Brasília e de Palmas?

TO-010
Córrego
Suçuapara

BR-153 Av. Juscelino Kubitschek


TO-080
Palácio Araguaia
(GOVERNO)
Praia da
Graciosa

Córrego
Córrego Comprido
Segurado

da Prata
TO-020

Praia
Teotônio

do
Prata
Av.

RODOVIÁRIA
2 Em sua opinião, os novos bairros
TO-0

Ribeirão
resultantes do crescimento das duas
50

Taqu
a r uç
uG

cidades têm ou terão o mesmo for-


ran

de
mato do plano original?
AEROPORTO

030
TO-
© Portal de Mapas

N
0
TO-07

2200 m

Fonte: Prefeitura de Palmas. Disponível em:


<http://srvsefin.palmas.to.gov.br/portalprefeitura/servicos/seduh>. Acesso em: 7 abr. 2014.
Base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas.

Geografia ƺ Volume 1
Planejar é preciso
Esse vídeo vai auxiliá-lo na compreensão da importância do planejamento urbano. Ele também
destaca as relações entre o planejamento e os diferentes interesses econômicos, políticos,
sociais e culturais responsáveis por transformações que afetam tanto a paisagem como a
qualidade de vida dos habitantes.

book_GEO_VOL 1.indb 101 26/06/14 16:01


102 UNIDADE 4

ATIVIDADE 3 Planejamento urbano e problemas sociais

No início deste Tema, você leu e interpretou uma charge. Agora você analisará
outra, que critica problemas muito comuns nas grandes cidades.

Observe a charge e procure interpretar a mensagem que ela transmite. Em


seguida, responda às questões propostas.
© Duke

1 Quais problemas urbanos estão representados na charge?

GEO_VOL 1_U4.indd 102 03/07/14 21:06


UNIDADE 4 103

2 De que modo o planejamento urbano pode amenizar esses problemas?

3 Em sua opinião, a população deve participar desse planejamento? Justifique


sua resposta.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – A organização das cidades


1 Cada um pode compreender a charge de uma forma. É possível pensar que o homem está inse-
rindo árvores em uma cidade cheia de prédios, como se quisesse consertá-la por meio dessa ação.

2 A pessoa retratada está inserindo árvores em uma cidade com muitos prédios.

3 A resposta é pessoal. Um dos aspectos mais evidentes na charge é a ausência de árvores no


desenho que representa a cidade; isso pode demonstrar que a cidade cresceu, mas não houve um
planejamento para a manutenção das árvores e dos parques, por exemplo.

Orientação de estudo
1 No que diz respeito aos problemas causados por um planejamento urbanístico ineficiente ou a
ausência de planejamento você pode listar:

r aumento do congestionamento de transportes;


r aumento da poluição sonora, visual e do ar;
r enchentes e ocupação de áreas de risco e de mananciais.

2 No que diz respeito aos problemas urbanos que você identifica na cidade em que vive, poderiam
ser comentados, por exemplo, falta de áreas verdes em certos bairros, alto custo de vida, esgoto a céu
aberto etc., como ocorre na cidade de São Paulo. Na sua cidade existem os mesmos problemas?

book_GEO_VOL 1.indb 103 26/06/14 16:01


104 UNIDADE 4

Atividade 2 – As cidades planejadas


1 Os traçados das cidades de Brasília e Palmas demonstram que o espaço urbano foi planejado,
caracterizado pelas ruas em linha reta e pelos quarteirões proporcionais. As construções nesse
espaço foram realizadas após um processo de planejamento urbano.

2 Para que os bairros resultantes do crescimento das duas cidades tenham o mesmo formato do
plano original seria necessário que seguissem a mesma lógica de planejamento orientado pelos
municípios. Entretanto, isso pode não ocorrer e os bairros podem ganhar traçados diferentes.

Atividade 3 – Planejamento urbano e problemas sociais

1 A charge apresenta uma visão crítica de alguns problemas cotidianos das grandes cidades
brasileiras, como a falta de moradia, a presença de grande número de moradores sem-teto e o
congestionamento, decorrente do excesso de veículos que circulam pela cidade.
HORA DA CHECAGEM

2 Uma resposta possível é que o planejamento urbano pode prever a construção de casas popu-
lares e organizar melhor a circulação de veículos, incentivando, por exemplo, o uso do transporte
coletivo e não do transporte individual.

3 A resposta é pessoal. Para elaborá-la, você pode pensar na importância do nosso papel como
cidadãos, membros da sociedade. Se você puder, pesquise na internet de que formas as pessoas
podem participar mais do planejamento de sua cidade. Procure, por exemplo, mais informações
sobre o orçamento participativo e as cidades que adotaram esse sistema.

book_GEO_VOL 1.indb 104 26/06/14 16:01


105

A segregação socioespacial T E M A 2

Neste segundo Tema, será discutido o planejamento urbano, tendo como foco
a desigualdade entre as cidades.
A segregação socioespacial, que pode ser vista por meio das diferenças espa-
ciais, também é uma segregação social. Ela está presente nas cidades brasileiras e
também em diversas partes do mundo.
Geralmente, esse fenômeno afeta de modo mais crítico os mais pobres: por
não terem recursos para residir em áreas mais centrais e privilegiadas, vivem em
locais periféricos, precários quanto à habitação, às infraestruturas e aos serviços
urbanos. Por outro lado, há pessoas de renda elevada que optam por morar em
condomínios fechados, evitando o contato com a cidade e isolando-se, o que é
considerado uma autossegregação.

Ao passar por diferentes bairros, pode-se perceber que existem diferenças entre
eles, como a quantidade de árvores, a organização das ruas, os tipos de habitação,
de infraestrutura (relativa à oferta de água, esgoto, coleta de lixo etc.) e disponibi-
lidade de serviços públicos, como postos de saúde, hospitais, escolas, creches.

Reflita: Quais as diferenças entre os bairros do município onde você mora?


© Tuca Vieira/Folhapress

Vista aérea do bairro do Morumbi mostra prédio de apartamentos de luxo que faz
divisa com a favela de Paraisópolis, São Paulo (SP), 20 jan. 2004. Coleção Pirelli/Masp.

book_GEO_VOL 1.indb 105 26/06/14 16:01


106 UNIDADE 4

Desigualdades na produção do espaço das cidades

A ampliação da urbanização foi acompanhada, muitas vezes, pelo agrava-


mento de vários problemas, entre eles o acesso à moradia e ao transporte.

A busca pelo emprego é fator importante que pode ser citado como razão para
o que aconteceu em diversas cidades brasileiras que cresceram rapidamente, em
função da indústria, do comércio e dos serviços. Como essas atividades deman-
dam grande número de trabalhadores e oferecem diversas oportunidades de
emprego, muitos moradores de áreas rurais foram e continuam a ser atraídos
pela possibilidade de obter um emprego melhor nas cidades industrializadas ou
naquelas que tenham setor terciário bem desenvolvido, como é o caso de São
Paulo. Isso ocorre porque esse setor é responsável por gerar muitos empregos
com diferentes níveis de especialização e aprendizado.

No entanto, nas cidades são muitas as dificuldades de acesso à moradia, ao


transporte, à saúde e à educação. Os terrenos mais próximos aos centros, que se
beneficiam de boa infraestrutura (água encanada, esgoto, pavimentação de ruas
e coleta de lixo) e de maior oferta de serviços nessas regiões (hospitais, escolas,
posto policial, bancos, cartórios, entre outros), são os mais valorizados e, por-
tanto, têm preços elevados. Parte dessa situação também decorre dos interesses
de certos agentes econômicos, como os do setor imobiliário.

A alternativa para a maioria de trabalhadores e suas famílias, portanto, são os


bairros afastados do centro, a chamada periferia, o que leva à expansão da ocu-
pação urbana para áreas mais carentes de infraestrutura e serviços, onde o preço
dos terrenos e aluguéis é mais acessível.

A periferia das grandes cidades brasileiras costuma ser marcada por uma
paisagem de ruas com traçados irregulares, áreas de ocupação clandestina,
moradias improvisadas, muito distintas do desenho pensado em planos urba-
nísticos, como você viu no Tema 1. Já os bairros mais próximos ao centro,
mesmo em cidades que não foram criadas de acordo com um plano urbano
original, apresentam uma paisagem bem diferente, com ruas arborizadas, boa
iluminação pública, casas bem construídas e infraestrutura eficiente.

Ao observar com atenção as paisagens de certos bairros das regiões metropolita-


nas brasileiras, é possível notar claramente a segregação socioespacial, ou seja, como

book_GEO_VOL 1.indb 106 26/06/14 16:01


UNIDADE 4 107

as classes mais pobres moram, em geral, nas Equipamentos urbanos


periferias e em áreas carentes de infraes- Segundo a Lei federal no 6.766, de 19 de
trutura, enquanto a população com melhor dezembro de 1979, consideram-se urba-
nos os equipamentos públicos de abas-
renda ocupa os bairros mais bem localiza- tecimento de água, serviços de esgotos,
energia elétrica, coleta de águas pluviais,
dos e planejados, que dispõem de serviços e
rede telefônica e gás canalizado.
equipamentos urbanos. Fonte: BRASIL. Casa Civil. Lei federal no 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6766.htm>.
Acesso em: 18 fev. 2014.

ATIVIDADE 1 Espaço urbano e condições de vida

Procure fazer, ao menos, duas leituras do texto a seguir. Isso ajudará você a
compreender melhor as informações nele apresentadas. Caso haja palavras que
você desconheça, anote-as e procure seus significados no dicionário. Em seguida,
responda às questões propostas.

[...] a segregação urbana traz inúmeros problemas às cidades. O primeiro é,


obviamente, a desigualdade em si. Camadas mais pobres da população, com
menos recursos, são justamente as que gastam mais com o transporte diário,
que têm mais problemas de saúde por conta da falta de infraestrutura, que
são penalizadas por escolas de baixa qualidade, e assim por diante. A própria
segregação é não apenas reflexo de uma condição social, mas um fator que
contribui para tornar as diferenças ainda mais profundas.

SABOYA, Renato. Segregação espacial urbana. In: Urbanidades. Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2009/05/segregacao-espacial-urbana>. Acesso em: 18 fev. 2014.

1 Grife as partes do texto que citam as condições às quais as camadas mais


pobres da população estão submetidas em razão da segregação urbana.

2 Em sua opinião, além dos aspectos citados pelo autor, que outros problemas a
segregação urbana traz para as cidades?

book_GEO_VOL 1.indb 107 26/06/14 16:01


108 UNIDADE 4

ATIVIDADE 2 Bairros paulistanos

As imagens a seguir foram feitas por um satélite que está na órbita da Terra.
Elas são de dois bairros diferentes da cidade de São Paulo. Observe-as com atenção
e procure identificar a localização de casas, ruas, áreas verdes e prédios. Compare
o tamanho dos terrenos e o traçado das ruas, e identifique se em ambas as ima-
gens há parques, piscinas e outras áreas de lazer.

Bairro Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo (SP).


© Google Earth

Jardim Paulista, no centro-sul de São Paulo (SP).


© Google Earth

book_GEO_VOL 1.indb 108 26/06/14 16:01


UNIDADE 4 109

1 Você acha que os moradores dos bairros representados possuem as mesmas


condições de vida e o mesmo acesso à infraestrutura urbana, tais como escolas,
postos de saúde, parques, transporte e saneamento básico? Existem elementos nas
imagens que apontam diferenças entre esses bairros?

2 Existe segregação socioespacial em sua cidade? Como ela é? Explique sua resposta.

book_GEO_VOL 1.indb 109 26/06/14 16:01


110 UNIDADE 4

A qualidade de vida nas cidades


O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização
das Nações Unidas (ONU), promove, entre suas diversas atividades, uma pesquisa
anual com seus países-membros (aqueles que fazem parte dessa instituição), a fim
de medir a qualidade de vida em cada um deles. Para isso criou o Índice de Desen-
volvimento Humano (IDH), baseado na combinação de dados e informações sobre
saúde, educação e renda dos países.
A “medida” da qualidade de vida é expressa em Nível de IDH
desenvolvimento
números que variam de 0 a 1. Quanto mais próximo
Muito Alto 0,800 - 1,000
de 1 estiver a pontuação de um país, Estado ou muni-
cípio, melhor será seu IDH – consequentemente, a Alto 0,700 - 0,799

qualidade de vida de sua população. Médio 0,600 - 0,699

O PNUD classifica os países, Estados ou municípios Baixo 0,500 - 0,599

em cinco níveis de desenvolvimento, como mostra Muito Baixo 0,000 - 0,499


o quadro ao lado.
O gráfico a seguir mostra os dados de IDH das Unidades Federativas do Brasil em 2010.

Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano, 2010


© D’Livros Editorial

Distrito Federal 0,824


São Paulo 0,783
Santa Catarina 0,774
Rio de Janeiro 0,761
Paraná 0,749
Rio Grande do Sul 0,746
Espírito Santo 0,740
Goiás 0,735
Minas Gerais 0,731
Mato Grosso do Sul 0,729
Mato Grosso 0,725
Amapá 0,708
Roraima 0,707
Tocantins 0,699
Rondônia 0,690
Rio Grande do Norte 0,684
Ceará 0,682
Amazonas 0,674
Pernambuco 0,673
Sergipe 0,665
Acre 0,663
Bahia 0,660
Paraíba 0,658
Pará 0,646
Piauí 0,646
Maranhão 0,639
Alagoas 0,631
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

Fonte: CEPAL: PNUD; OIT. Emprego, desenvolvimento humano e trabalho decente: a experiência brasileira recente. Brasília: CEPAL; PNUD; OIT, 2008, p. 126.
Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/ranking>. Acesso em: 18 fev. 2014.

GEO_VOL 1_U4.indd 110 27/06/14 11:45


UNIDADE 4 111

Pelos índices que considera (saúde, educação e renda), o IDH é um importante


indicador para o planejamento das políticas públicas.

No entanto, vale lembrar que, como todo indicador, o IDH é um índice genera-
lizante, isto é, leva em conta a média das condições levantadas, representando a
maioria. Por isso, não é capaz de reconhecer desigualdades internas às realidades
pesquisadas. Assim, é possível entender por que em um lugar com alto IDH podem
coexistir pessoas com relativa riqueza e pessoas pobres, por exemplo.

HORA DA CHECAGEM

Atividade 1 – Espaço urbano e condições de vida


1 É importante que, por meio do texto, você tenha percebido como se dá a desigualdade na
segregação urbana: as classes mais pobres têm a maior parte de seus orçamentos comprometidos
com transporte, sofrem com a falta de infraestrutura nos locais onde moram e, por causa disso,
também têm mais problemas de saúde, menos acesso à educação, entre outros fatores.

As partes do texto que citam as condições às quais as classes mais pobres estão submetidas são as
seguintes: “gastam mais com o transporte diário”, “têm mais problemas de saúde por conta da falta
de infraestrutura” e “são penalizadas por escolas de baixa qualidade”.

2 A resposta é pessoal. Para respondê-la, você pode pensar, por exemplo, se na sua cidade há ou
não dificuldade de acesso ao lazer e à cultura pela população mais carente, e se essa dificuldade
gera como consequência violência e outros problemas.

Atividade 2 – Bairros paulistanos


1 Essa resposta é pessoal. Para ajudá-lo a pensar sobre esse assunto, observe que na imagem do
Itaim Paulista, em geral, as ruas são mais estreitas e algumas são de terra, as casas são menores
e mais próximas umas das outras, e há menor número de áreas verdes. Já na imagem do bairro
Jardim Paulista, as moradias parecem ser maiores, há piscinas, mais árvores e a presença de um
parque. Se você pesquisar mais informações sobre esses bairros na internet, verá que, próxima ao
Jardim Paulista, está localizada a Avenida Paulista, um polo financeiro e cultural, que concentra
estações de metrô e diversos serviços, como escolas e hospitais; já o Itaim Paulista está mais afas-
tado do centro da cidade e não conta com a mesma quantidade e proximidade desses serviços.

Como você estudou neste Tema, bairros com grande oferta de infraestrutura urbana têm custo de vida
mais alto, por isso, as pessoas com menos recursos são obrigadas a optar por áreas mais afastadas do
centro, que, em geral, são menos privilegiadas e não contam com a mesma facilidade de acesso a equi-
pamentos urbanos e serviços básicos; isso caracteriza a chamada segregação socioespacial.

2 A resposta é pessoal. Para respondê-la, você pode tomar o exemplo da questão anterior e pen-
sar se há elementos na sua cidade que marcam diferenças significativas entre as regiões, espe-
cialmente no que se refere à infraestrutura, como o acesso à saúde, à educação e ao transporte
público, e às condições econômicas das pessoas que ocupam cada localidade.

book_GEO_VOL 1.indb 111 26/06/14 16:01


112 UNIDADE 4

book_GEO_VOL 1.indb 112 26/06/14 16:01

Você também pode gostar