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CADERNO DO ESTUDANTE
ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S
VOLUME 1
CEEJA_INICIAIS_GEO.indd 1 7/4/14 11:29 AM
Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos
apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram
verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados
permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que
não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
CDD: 372.5
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
Secretaria da Educação
Herman Voorwald
Secretário
Wanderley Messias da Costa Maria Etelvina R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula
Diretor Executivo Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Márgara Raquel Cunha
Diretora de Políticas Sociais Autores
Arte: Carolina Martins, Eloise Guazzelli, Emily Hozokawa Dias,
Coordenação Executiva do Projeto Gisa Picosque e Lais Schalch; Ciências: Gustavo Isaac Killner,
José Lucas Cordeiro Maria Helena de Castro Lima e Rodnei Pereira; Geografia: Cláudia
Beatriz de Castro N. Ometto, Clodoaldo Gomes Alencar Jr.,
Coordenação Técnica Edinilson Quintiliano dos Santos, Liliane Bordignon de Souza
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Mait Bertollo; História: Ana Paula Alves de Lavos, Fábio
Vídeos: Cristiane Ballerini Luis Barbosa dos Santos e Fernando Manzieri Heder; Inglês:
Clélia La Laina e Eduardo Portela; Língua Portuguesa: Claudio
Equipe Técnica e Pedagógica Bazzoni, Giulia Mendonça e Walkiria Rigolon; Matemática:
Ana Paula Alves de Lavos, Cláudia Beatriz de Castro N. Ometto, Antonio José Lopes, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina R.
Clélia La Laina, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Balan e Paula Marcia Ciacco da Silva Dias; Trabalho: Maria
Hozokawa Dias, Fernando Manzieri Heder, Herbert Rodrigues, Helena de Castro Lima e Selma Venco (material adaptado e
Laís Schalch, Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, inserido nas demais disciplinas)
Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perce-
berá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o mundo do trabalho
e respeitar as especificidades da modalidade de ensino semipresencial praticada
nos CEEJAs.
Bons estudos!
Secretaria da Educação
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Afinal, como grifar um texto, organizar uma anotação, produzir resumos, ficha-
mentos, resenhas, esquemas, ler um gráfico ou um mapa, apreciar uma imagem
etc.? Na maioria das vezes, esses procedimentos de estudo são solicitados, mas
não são ensinados. Por esse motivo, nem sempre os utilizamos adequadamente ou
entendemos sua importância para nossa aprendizagem.
Aprender a estudar nos faz tomar gosto pelo estudo. Quando adquirimos este
hábito, a atitude de sentar-se para ler e estudar os textos das mais diferentes disci-
plinas, a fim de aprimorar os conhecimentos que já temos ou buscar informações,
torna-se algo prazeroso e uma forma de realizar novas descobertas. E isso acontece
mesmo com os textos mais difíceis, porque sempre é tempo de aprender.
Por fim, é importante lembrar que todo hábito se desenvolve com a frequência.
Assim, é essencial que você leia e escreva diariamente, utilizando os procedimen-
tos de estudo que aprenderá e registrando suas conclusões, observações e dúvidas.
O SUMÁRIO
Ao observar o Sumário, você perceberá que todos os
Cadernos se organizam em Unidades (que equivalem
a capítulos de livros) e que estas estão divididas em
Temas, cuja quantidade varia conforme a Unidade.
AS UNIDADES
Para orientar seu estudo, o início
de cada Unidade apresenta uma breve
int
introdução, destacando os objetivos e
os conteúdos gerais trabalhados, além
de uma lista com os Temas propostos.
As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar sua aprendi-
zagem. Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça antes
de dar início aos estudos. Assim, saberá de antemão a intenção presente em cada
seção e o que se espera que você realize.
Essa seção sempre aparece no início de cada Tema. Ela tem o objetivo
de ajudá-lo a reconhecer o que você já sabe sobre o conteúdo a ser estu-
dado, seja por estudos anteriores, seja por sua vivência pessoal.
ATIVIDADE
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Essa seção enfoca diferentes proce-
dimentos de estudo, importantes para
a leitura e a compreensão dos textos
e a realização das atividades, como gri-
far, anotar, listar, fichar, esquematizar
e resumir, entre outros. Você também
poderá conhecer e aprender mais sobre
esses procedimentos assistindo aos dois
vídeos de Orientação de estudo.
DESAFIO
Essa seção apresenta questões
que caíram em concursos públicos
ou em provas oficiais (como Saresp,
Enem, entre outras) e que enfocam o
conteúdo abordado no Tema. Assim, PENSE SOBRE...
você terá a oportunidade de conhe-
cer como são construídas as provas Essa seção é proposta sempre que houver
em diferentes locais e a importân- a oportunidade de problematizar algum con-
cia do que vem sendo aprendido teúdo desenvolvido, por meio de questões
no material. As respostas tam- que fomentem sua reflexão a respeito dos
bém estão disponíveis na Hora da aspectos abordados no Tema.
checagem.
Os boxes são caixas de texto que você vai encontrar em todo o material.
Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca do texto
e facilita sua identificação!
GLOSSÁRIO
A palavra glossário significa “dicionário”.
”.
Assim, nesse boxe você encontrará verbe- e-
tes com explicações sobre o significado de
palavras e/ou expressões que aparecem m
nos textos que estará estudando. Eles têm m
o objetivo de facilitar sua compreensão.
ASSISTA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, ma,
que você pode assistir para complementar tar
os conteúdos apresentados no Caderno. São
indicados tanto os vídeos que compõem os
DVDs – que você recebeu com os Cadernoss –
quanto outros, disponíveis no site do Programa.
ma.
Para facilitar sua identificação, há dois ícones
nes
usados nessa seção.
FICA A DICA!
Nesse boxe você encontrará sugestões
diversas para saber mais sobre o conteúdo
trabalhado no Tema: assistir a um filme ou
documentário, ouvir uma música, ler um
livro, apreciar uma obra de arte etc. Esses
outros materiais o ajudarão a ampliar seus
conhecimentos. Por isso, siga as dicas
sempre que possível.
VOCÊ SABIA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto que você está estudando.
Ele traz informações que complementam
seus conhecimentos.
SUMÁRIO
Pensando sobre os seus estudos até o momento, qual é a importância que você
dá à Geografia? Como ela ajuda a explicar a sua vida e o nosso mundo? O que
você espera aprender nessa disciplina? E, afinal, o que é Geografia? Você já pensou
sobre isso?
Por fim, na Unidade 4, você vai estudar o planejamento urbano e terá a opor-
tunidade de refletir sobre a importância e os problemas das cidades, pequenas
e grandes, com seus processos de planejamento dos usos e do crescimento do
espaço urbano.
Uma vez que a Geografia tem como foco de estudo os espaços que o ser
humano constrói e transforma, uma das principais ferramentas dessa área do
conhecimento é a leitura de mapas e gráficos, que ajudará você a aprofundar seus
saberes, localizar lugares e a estabelecer relações entre diferentes fatos e fenô-
menos. Além disso, serão utilizadas diversas fontes de informações presentes no
cotidiano, como textos de jornais e revistas, imagens e filmes.
TEMAS
1. Paisagem
2. Paisagem e Geografia
Introdução
Nesta Unidade, o assunto principal é a paisagem e o espaço geográfico. O obje-
tivo é identificar os elementos naturais e culturais (ou humanos) de uma paisagem
e também reconhecer as mudanças que nela ocorrem ao longo do tempo.
Paisagem T E M A 1
Um objeto pode ser entendido como aquilo que o ser humano cria com alguma finalidade, para
atender a alguma necessidade, como um relógio ou uma enxada. Ao longo do tempo, os objetos
foram aprimorados por meio de técnicas desenvolvidas por diferentes grupos humanos e, por isso,
são chamados artefatos ou objetos técnicos. Entre os que aqui vão interessar mais diretamente
estão os que podem ser observados em paisagens: edificações, rodovias, ferrovias, fazendas, usinas
hidrelétricas, linhas de transmissão de energia, pontes, túneis, redes de metrô etc.
Para iniciar o aprendizado sobre paisagem, observe com atenção e descreva o que
você vê nas imagens 1 e 2.
Imagem 1
© João Prudente/Pulsar Imagens
Zona rural.
Imagem 2
© Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens
Zona urbana.
Paisagem
Você já reparou que, ao olhar para o campo, para a praia ou mesmo pela
janela de casa, a paisagem sempre chama a atenção? E que, quando se viaja
para outra região, é possível perceber que as paisagens mudam no decorrer
da viagem?
Ao sair de uma cidade grande, pode-se ver a cidade ficando para trás e,
junto com ela, os prédios, o barulho e a intensa movimentação de pessoas. Vão
aparecendo rodovias, matas, fazendas, e já se consegue sentir o cheiro do mato
ou do mar. O mesmo ocorre quando se sai de um bairro pacato em direção ao
centro de uma grande cidade. A paisagem vai se alterando, a imagem do bairro
(com casas, pequenos comércios, praças, ruas calmas, crianças que brincam
nas ruas etc.) vai ficando para trás e surgem viadutos, carros, prédios e aglo-
meração de pessoas. Nos estudos de Geografia, essa combinação de elementos
naturais (que não são feitos pelo homem) e técnicos (resultados do trabalho e da
inteligência humana, tanto do passado como do presente) é chamada paisagem.
Geografia ƺ Volume 1
Neste momento, você pode assistir a esse vídeo para ajudá-lo a compreender a forma-
ção de diferentes paisagens, os elementos que as compõem e como elas são percebidas
por nós.
Na abertura desta Unidade, você foi convidado a descrever o que viu nas imagens
apresentadas, que indicam uma paisagem urbana e outra rural. Após ter aprendido
um pouco mais sobre paisagem, reveja o que escreveu e pense se acrescentaria outros
detalhes à sua descrição.
Para entender melhor o que são esses elementos naturais e sociais, compare os dois trechos do
Rio Tietê apresentados nas imagens a seguir.
© Jacek Iwanicki/Kino
Rio Tietê em Salesópolis (SP), onde está sua nascente.
© Raimundo Paccó/Folhapress
É difícil acreditar que as duas imagens mostram o mesmo rio. Mas é verdade, elas mostram o Rio
Tietê e seu entorno em diferentes cidades do Estado de São Paulo: a primeira imagem retrata a
cidade de Salesópolis, onde fica a nascente do rio, e a segunda, um trecho do rio na capital paulista.
O Rio Tietê é um bom exemplo de paisagem transformada, que deve ser considerada de acordo
com seus elementos naturais e com os que são resultado da ação do homem.
1 Com base nas observações que você fez das imagens, procure registrar, no qua-
dro da próxima página, o nome dos elementos naturais e dos objetos técnicos que
você notou nas paisagens. É possível preencher todas as células? Você consegue
identificar elementos naturais e objetos técnicos nas duas imagens?
Imagem 1: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Imagem 2: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Imagem 1
Imagem 2
Anita Malfatti. Entre morros e roda d’água, c. 1950. Óleo sobre tela, 44 cm × 54 cm. Coleção particular. São Paulo (SP).
Note que há um pequeno texto logo abaixo da obra de arte. Esse texto traz infor-
mações sobre a imagem, o que ajuda a interpretá-la.
1 Escreva a seguir a que se refere cada uma dessas informações sobre a pintura.
2 Agora, observe com atenção a paisagem que a artista Anita Malfatti retratou por
volta de 1950 e responda:
r Quais elementos compõem essa paisagem? Qual é a cor predominante, que mais
se vê nesse quadro? Como são as casas e as ruas retratadas pela artista?
r Você já conheceu algum lugar parecido com este? Essa paisagem lhe traz alguma
lembrança? Qual?
Veja a seguir outro tipo de texto que acompanha imagens em jornais, revistas etc.:
© Ed Alves/Esp. CB/D.A Press
Trabalhadores rurais da atualidade em marcha pela redistribuição de terras para todos que nela querem trabalhar.
Essa luta é consequência da antiga Lei de Terras, que impediu aos trabalhadores rurais do passado o acesso à terra.
Marcha da Reforma Agrária, na Via Epia, em direção à Esplanada dos Ministérios. Brasília (DF), 5/9/2011.
Fontes: BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 5.889, de 8 de junho de 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5889.htm>; Decreto no 73.626, de 12
de fevereiro de 1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/d73626.htm>; Artigo 7º da Constituição Federal de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>; Norma Regulamentadora NR-31, de 3 de março de 2005.
Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4295EFDF0143067D95BD746A/NR-31%20(atualizada%202013).pdf>. Acessos em: 17 fev. 2014.
HORA DA CHECAGEM
Como elementos naturais, você pode observar, na imagem 1, a vegetação e o relevo do local. A
plantação (no canto esquerdo da imagem) pode ser compreendida como um objeto fruto da inter-
venção humana, isto é, um objeto técnico. Já na imagem 2, é possível verificar apenas objetos
técnicos, como prédios, ruas asfaltadas, viaduto, carros etc. As árvores dessa imagem não podem
ser consideradas como elementos naturais porque podem ser fruto da intervenção humana:
foram plantadas naquela região. O mais importante, nessa atividade, é você compreender como
diferenciar os elementos naturais dos objetos técnicos. Se você ainda tem alguma dificuldade
sobre esse assunto, volte ao texto Paisagem e reveja a definição de cada conceito.
2 Como o espaço geográfico é dinâmico, suas formas se alteram constantemente. Você pode
ter pensado em diversas transformações possíveis nas duas paisagens, por exemplo: no caso da
imagem 1, que retrata um ambiente rural, a pequena plantação que aparece à esquerda pode se
expandir e acabar com a vegetação do entorno, e pode, ainda, ser substituída pela produção de
gado. Já na imagem 2, que mostra um ambiente urbano, é comum ver prédios sendo demolidos
para a construção de outros mais modernos, e também a expansão das vias para acolher o trá-
fego, que é, nas metrópoles, sempre crescente.
Orientação de estudo
HORA DA CHECAGEM
2 A obra de arte retrata uma paisagem natural com diversas alterações promovidas pelo traba-
lho humano, como edificações, ruas, estradas, cultivos e pastagens. A cor predominante é o verde,
que mostra a vegetação rasteira e as árvores na paisagem. As casas são pequenas e as ruas, de
terra, seguem as formas do relevo. Se você não conheceu algum lugar parecido com esse pessoal-
mente, tente se lembrar de paisagens parecidas que você já viu em programas de televisão, filmes
ou revistas.
T E M A 2 Paisagem e Geografia
Relembre algum trajeto que você costuma fazer. Imagine-se no ônibus olhando
pela janela e registre mentalmente o que vê. Reflita: O que você está vendo sempre
foi assim? O que havia antes da construção da padaria na esquina? Nessa estrada
sempre houve plantação de cana-de-açúcar?
Rota comercial
Caminhos utilizados para circulação de pessoas e mercadorias, possibilitando trocas entre lugares e
grupos humanos. As rotas podem ser feitas por vias marítimas, fluviais ou terrestres, como rodovias
e ferrovias, e para percorrê-las são usados diferentes meios de transporte, como os de tração animal,
automóveis, navios, barcos, aviões etc.
Veneza
© Portal de Mapas
Fonte: The Stanford Program on International and Cross-cultural Education.
27/06/14 16:30
UNIDADE 1 33
Geografia ƺ Volume 1
O tempo passa, a cidade muda
Esse vídeo discute as mudanças na paisagem de um bairro paulistano ao longo dos anos. Ele
vai ajudá-lo na compreensão desse assunto e na realização da Atividade 1.
2004
© Eduardo Knapp/Folhapress
3 Você conhece outra paisagem na sua cidade ou no seu bairro que tenha sofrido
mudanças no decorrer do tempo? Quais foram, em sua opinião, os motivos que
levaram a essas mudanças?
Não deixe de fazer o registro do que observou por meio de anotações, desenhos
ou mesmo tirando fotografias.
É fácil perceber que a paisagem se altera ao longo do tempo, seja pela ação
da natureza (como nas regiões em que as dunas mudam de lugar pela ação dos
ventos), seja pela ação humana (como as mudanças observadas nas imagens da
Avenida 9 de Julho).
Essa alteração da paisagem também modifica a forma como os homens e as
mulheres se percebem e percebem a passagem do tempo. No passado, o tempo e o
ritmo do trabalho seguiam as estações do ano e a passagem do dia. O trabalhador
do campo fazia a colheita entoando músicas tradicionais para marcar o ritmo do
trabalho. Já na paisagem urbana, a fábrica funciona em qualquer momento do dia ou
mesmo da noite, e a máquina determina o ritmo de trabalho. Os meios de transporte,
o desenvolvimento tecnológico e as tensões sociais também são responsáveis por
alterar essa paisagem.
[...] Fechado ao sul pelo morro, descendo escancelado de gargantas até o rio,
fechavam-no, a oeste, uma muralha e um vale. De fato, infletindo naquele rumo, o
Vaza-Barris, comprimido entre as últimas casas e as escarpas a pique dos morros
sobranceiros, torcia para o norte feito um cañon fundo. A sua curva forte rodeava,
circunvalando-a, depressão em que se erigia o povoado, que se trancava a leste pelas
colinas, a oeste e norte pelas ladeiras das terras mais altas, que dali se intumescem
até aos contrafortes extremos do Cambaio e do Caipá; e ao sul pela montanha. [...]
HORA DA CHECAGEM
1 É importante que, ao observar as imagens, você tenha notado que as paisagens não são
permanentes, pois elas estão em constante transformação. Veja a seguir algumas relações que
podem ser estabelecidas.
3 Para responder à questão, você pode pensar, por exemplo, em algum bairro da sua cidade
que tenha recebido várias empresas nos últimos anos e, por conta disso, muitas casas tenham
HORA DA CHECAGEM
Desafio
Alternativa correta: a. Releia os textos do início desta Unidade, que tratam de paisagem, e per-
ceba como o trecho destacado da obra Os sertões, de Euclides da Cunha, descreve uma paisagem.
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar a paisagem rural, identificar suas principais carac-
terísticas e conhecer as atividades econômicas que têm sido desenvolvidas no campo
atualmente. Para isso, serão analisados o papel que o trabalho exerce na construção
dessa paisagem e a forma como a ação humana altera e transforma a natureza.
Neste Tema, você vai estudar alguns elementos que caracterizam a paisagem
rural e também os três setores da economia: primário, secundário e terciário. Verá,
ainda, particularidades desses setores, como o extrativismo e a agropecuária no
setor primário.
Agropecuária
Cultivo de vegetais (agricul-
Para iniciar os estudos sobre paisagem rural, tura) e criação de animais
(pecuária), em grande parte,
lembre-se de que a observação e a reflexão sobre
realizados no meio rural.
uma paisagem são passos importantes para ana- Tais atividades integram o
lisar e compreender uma porção do espaço e chamado setor primário da
economia e respondem pela
seus fenômenos naturais e sociais. A atividade
produção de matérias-primas
agropecuária, por exemplo, é um dos elementos que para atender às necessidades
podem ser percebidos pela análise da paisagem rural. humanas.
Você já visitou uma fazenda, um sítio ou uma chácara? Já viu esse tipo de pai-
sagem em filmes ou leu sobre ele em algum livro ou revista?
Veja, nas imagens a seguir, alguns exemplos de como o espaço rural pode ser
modificado pelos setores da economia.
Setor primário
© Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Trabalhadores rurais do setor primário na produção de hortaliças. A agricultura é uma atividade que transforma
significativamente o espaço rural. O cultivo de hortaliças, por exemplo, exige preparação do solo e irrigação das plantas.
Setor secundário
© Delfim Martins/Pulsar Imagens
Complexo industrial localizado no espaço rural. O setor secundário transforma radicalmente o espaço, pois a construção e o
funcionamento das indústrias exigem a retirada da vegetação local, a utilização da água dos rios e promovem a poluição do ar.
Setor terciário
© Celso Avila/Futura Press
Hotel-Fazenda. O turismo é uma das atividades do setor terciário que transforma o espaço rural,
entretanto, ao mesmo tempo, ele procura incentivar sua preservação.
A linha horizontal se refere aos anos pesquisados, que, nesse caso, estão sepa-
rados de 10 em 10, ou seja, em intervalos de décadas. A linha vertical diz respeito
ao percentual da PEA.
© D’Livros Editorial
80,0
70,2
70,0
60,7
Linha 60,0 56,5
54,0 54,4
vertical Setor Primário
50,0 44,3 45,0
indicando a
40,0 Setor Secundário
População Eco- 26,2
33,0
38,0 30,0
30,0
nomicamente 19,8 22,8 22,9 Setor Terciário
20,0
Ativa em por- 10,0 13,1 12,7 25,0 22,8 20,6
17,8
centagem 10,0
0,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2001
Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil. 1978, 1982, 1994, 1995, 2001.
Para responder a essa pergunta, você vai precisar olhar duas informações ao mesmo tempo:
quando o setor terciário atingiu um percentual maior que o do setor primário e o ano em que isso
ocorreu. Para isso, você deve localizar no gráfico o ponto em que a linha do setor terciário passa a
ficar acima da linha do setor primário e, então, descer até a linha horizontal para encontrar o ano.
Extrativismo
As atividades extrativistas retiram os recursos da
© Portal de Mapas
Estado do Pará, é possível refletir sobre como
7(9Í
esse tipo de atividade altera a paisagem, cau-
*\YPVU}WVSPZ
sando forte impacto ambiental.
A atividade garimpeira em Serra Pelada
durou de 1980 a 1992. No início da exploração,
havia mais de 20 mil homens nesse garimpo,
mas estima-se que, no auge dessa atividade, o
número ultrapassou 90 mil garimpeiros. 5
mente 42 toneladas foram comercializadas. Base cartográfica com generalização; algumas feições
do território nacional não estão representadas.
Mas essa quantidade pode ser muito maior, uma vez que nem todo o ouro extraído
do garimpo era vendido ao banco.
Essa ação humana resultou em altos custos sociais e ambientais. O custo social
pode ser notado pelas condições precárias de vida e trabalho dos garimpeiros, que
eram submetidos ao forte calor, a doenças como febre amarela e malária, ao perigo
constante de desabamentos, à sobrecarga de trabalho, além da precariedade das
condições de saúde e alimentação. O custo ambiental ficou marcado, entre outros
pontos, pela retirada da floresta e degradação dos solos. Estes ficaram expostos à
ação da natureza, como a erosão provocada pelas chuvas e enxurradas. A ausência
de plantas em encostas íngremes também pode provocar desmoronamentos.
© Samuel Iavelberg
Agora, reflita sobre os trabalhadores que atuam nesses diferentes setores e que
participam da produção desses produtos e serviços: Quais semelhanças e diferenças
entre o trabalho realizado no campo, na indústria e no setor de serviços você consegue
enxergar? Pense nos locais e nas condições de trabalho, nos salários que recebem etc.
Registre suas reflexões nas linhas a seguir.
HORA DA CHECAGEM
2 Você pode observar que o próprio título indica o assunto tratado no gráfico: a distribuição da
População Economicamente Ativa (PEA) por setores de produção.
3 Geralmente, é possível encontrar informações como essa no texto abaixo das imagens. A fonte
dos dados do gráfico é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
4 Para chegar à resposta dessas questões, volte ao gráfico e observe, da esquerda para a direita, as
linhas verde, azul e vermelha, e confira as legendas correspondentes.
a) terciário.
b) primário.
c) secundário.
5 O ponto em que a linha verde ultrapassa a azul deve ser cruzado com a linha horizontal do grá-
fico para ligar essa informação à década a que ela corresponde. Seguindo esse procedimento, você
HORA DA CHECAGEM
chega à resposta de que a população do setor terciário superou os trabalhadores do setor primário
entre 1970 e 1980, na década de 1970.
6 Da mesma forma que na questão anterior, para chegar à resposta é preciso cruzar o ponto em
que a linha vermelha supera a azul com a década correspondente, na linha horizontal do gráfico.
Assim, você pode perceber que a população do setor secundário superou a de trabalhadores do
setor primário entre 1990 e 2000, na década de 1990.
T E M A 2 Agricultura
Neste Tema, você vai estudar os principais elementos naturais e sua influência
nas atividades agrícolas.
A atividade agrícola
A produção agrícola está condicionada a diversos fatores naturais, como os
tipos de solo e as condições do relevo e do clima. A soma desses fatores influencia
a agricultura em todo o mundo, entre os quais as condições climáticas são as que
mais variam de um lugar para outro do planeta.
© Hudson Calasans
dependendo da região, do movi-
mento do planeta e de sua posi-
ção em relação ao Sol.
© Hudson Calasans
do norte
tica) – localizadas entre os
Círculo Polar Ártico
polos e os círculos pola- Zona temperada do norte
66º33’
r Zonastemperadas do
Trópico de Capricórnio
norte e do sul – locali- Zona temperada do sul
23º27’
ras médias moderadas Os círculos polares, a linha do Equador e os trópicos de Câncer e de Capricórnio
e as quatro estações do são “linhas imaginárias” que delimitam as zonas climáticas da Terra.
Trópico de Câncer
Brasil
Trópico de Capricórnio
Argentina
ZONA TEMPERADA DO SUL
© Portal de Mapas
N
Círculo Polar Antártico
2000 km
ZONA POLAR ANTÁRTICA
Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 58.
1 Localize o Brasil no mapa e responda: Em qual zona térmica ele está predomi-
nantemente localizado?
Técnicas agrícolas
Como você estudou, a produção agrícola depende de diversos fatores natu-
rais. No entanto, ao longo do tempo, as sociedades procuraram conhecer melhor
a natureza e desenvolver técnicas para reduzir a dependência em relação a esses
fatores. Estas, chamadas técnicas agrícolas, hoje aparecem na forma de grandes
tratores, colheitadeiras, adubos, fertilizantes, irrigações sofisticadas etc. e são for-
temente empregadas na agricultura moderna.
A irrigação é uma antiga
técnica baseada na retirada
Contudo, a escolha do
método depende da dispo-
nibilidade de água na região
e do tipo de cultivo que se
Colheita mecanizada de soja na área rural de Campo Verde (MT), 2008.
pretende irrigar. Combinada
com outras práticas agrícolas,
a irrigação tem permitido ampliar a fronteira
© Delfim Martins/Pulsar Imagens
Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos (1938), que narra a história de uma família que
abandona sua cidade para tentar a vida no Sudeste.
Com essa leitura, você adquirirá mais conhecimentos sobre a seca e o cotidiano das pessoas
que sofrem com ela. Além disso, o exercício de ler ampliará seu vocabulário, colocando você em
contato com novas palavras, e poderá melhorar seu texto, servindo como um bom modelo de
ideias e de escrita.
Asa Branca
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
A análise dos dados ainda não pode apontar a parte dos imigrantes que retorna-
ram pela melhora das condições de vida na região Nordeste e a parte de imigrantes
que não obtiveram emprego na região Sudeste. Sabe-se, porém, que há muitos casos
de pessoas que trabalham parte do ano em uma grande cidade do Sudeste, como
São Paulo e Rio de Janeiro, e o restante em sua terra natal, no Nordeste.
HORA DA CHECAGEM
2 O mapa mostra a Argentina predominantemente coberta pela faixa verde inferior, o que sig-
nifica que ela está localizada na Zona Temperada do Sul. Por isso, ela é considerada um país de
clima temperado.
Produtividade e mecanização T E M A 3
Para finalizar esta Unidade, serão analisadas as novas tecnologias que, uti-
lizadas com grande intensidade, promovem transformações na paisagem e no
trabalho no campo.
Houve uma época em que a maioria da população do País vivia na zona rural.
Com o passar do tempo, essa situação foi se alterando: as cidades cresceram, as
pessoas passaram a viver na chamada zona urbana e a população aumentou. Você
já pensou nas consequências que essas mudanças tiveram para o trabalho e para
os trabalhadores do setor agrícola? Você conhece alguém que sofreu diretamente
essas mudanças? Caso sim, o que essa pessoa diz sobre esse período? Registre suas
reflexões nas linhas a seguir.
Produtividade no campo
A expansão da fronteira agrícola está ligada Glossário
à necessidade de maior produção de alimen-
Exportação
tos e matérias-primas para abastecer o mer-
Produção de bens e serviços des-
cado interno e, também, para exportação. Essa tinados a vendas no exterior, ou
demanda acaba pressionando o setor primário, seja, para outros países.
especialmente a agricultura, por uma produtivi- Importação
dade maior. Entrada de bens e serviços estran-
geiros em um país, adquiridos por
A produtividade é medida pela quantidade de empresas, indivíduos ou governos.
bens gerados em determinado tempo e espaço.
Investimentos em máquinas, irrigação mais eficiente e sementes melhoradas são
exemplos de fatores que contribuem para aumentar a produtividade no setor agrí-
cola. No entanto, é importante lembrar que, quanto melhor o resultado, maiores os
riscos de impactos ambientais.
Chuva
Chuva
Lavoura
Pulverização
de adubo químico
e agrotóxicos
Floresta
Infiltração
Rio
Lençol freático
Rocha
impermeável
© Hudson Calasans
Poço
Fossa
O documentário Nas cinzas da floresta, da série A década da destruição (direção de Adrian Cowell,
1987), traz um importante alerta: “Se o desmatamento continuar nesse ritmo, o Estado de
Rondônia perderá toda a sua floresta”. Esta foi a fatídica previsão do ambientalista gaúcho
José Antônio Lutzenberger (1926-2002), que percorreu a floresta quando ela estava sendo der-
rubada. Ele sugeriu alternativas ao desenvolvimento irracional. Nas palavras de Lutzenberger,
no mesmo documentário: “Se você conserva a floresta, ela tem condições de alimentá-lo. Mas,
se você derruba, o solo poderá se tornar tão infértil que nada mais crescerá ali”.
Nas cinzas da floresta. Direção: Adrian Cowell, Brasil, 1987. 55 min. 14 anos.
Tais problemas precisam ser contidos ou evitados para que não inviabilizem as
práticas agrícolas nem causem danos ao meio ambiente.
Outro recurso que visa à maior produtividade e também à maior qualidade dos
produtos cultivados é o uso da pesquisa científica. Por exemplo: há, hoje, vários
tipos de arroz vendidos nos supermercados, resultantes do desenvolvimento de
diversas técnicas e processos que controlam desde a escolha do grão a ser plan-
tado até a variedade de adubo ou fertilizante que será usada.
Uma das causas dessa queda da participação da PEA no setor primário foi a
mecanização, que reduziu a oferta de emprego no campo, pois atividades antes
realizadas pela força de trabalho humana foram substituídas pela força da
máquina, assim como pela maior produtividade da terra que os adubos e agrotóxi-
cos promoveram. Isso contribuiu para que as pessoas migrassem para as cidades
em busca de novas oportunidades.
A tabela que você vai analisar nesta atividade tem duas colunas: Colheita
manual e Colheita mecanizada; e quatro linhas: Como é feita, Rendimento, Vantagens
e Desvantagens.
Fonte: Projeto Agora. Estudos dos Municípios Canavieiros 2010. Caderno do professor, capitulo 3, “O cultivo”, p. 18.
© Werner Rudhart/Kino
Buscando manter uma margem digna de retorno do seu trabalho, alguns agri-
cultores têm optado por comercializar seus produtos diretamente com as agroin-
dústrias. As famílias garantem o fornecimento de matéria-prima, como tomates
e laranjas, para as empresas, que produzirão extrato de tomate e suco de laranja,
por exemplo. Em troca, assinam um contrato que assegura a venda e estabelece
o preço do produto. Além disso, as empresas introduzem técnicas modernas para
essa produção, que seguem normas e regras da agricultura moderna.
Estrutura fundiária
Tanto a agricultura como as relações de trabalho no campo mudaram ao longo
do tempo. No entanto, a estrutura fundiária brasileira praticamente não se alterou.
Outro fato histórico que dificultou o acesso dos trabalhadores do campo à terra
foi a Lei de Terras, de 1850. Ela determinava que a única forma de ser proprietário
de terras era por meio da compra.
Uma parte dos pequenos proprietários que não consegue manter sua família
com o que a terra produz acaba vendendo suas terras para grandes fazendeiros,
aumentando ainda mais a concentração de terras no Brasil. Outros pequenos pro-
prietários ingressam nos movimentos dos trabalhadores sem-terra. Outros, ainda,
desempregados pelo processo de mecanização, acabam migrando para as cidades
em busca de novas oportunidades de trabalho.
Mundo do Trabalho
Tecnologia e trabalho: uma difícil equação?
Esse vídeo proporciona uma reflexão sobre o papel da tecnologia no trabalho, trazendo como
exemplo a mecanização do corte da cana, entre outros temas.
Esse vídeo complementa o texto A mecanização no campo e as consequências para o trabalho, que
também trata da relação entre as novas tecnologias e as mudanças nas relações de trabalho.
A erosão das partículas superficiais do solo pela água ou pelo vento é um fenômeno natural,
embora seja influenciado pelas atividades humanas. Sobre o tema, considere as seguintes afirmativas:
1) Algumas atividades tradicionais no manejo da terra colocam em risco as áreas agricultáveis nos
aspectos relativos à perda de nutrientes e de matéria orgânica dos solos.
2) A erosão dos solos altera a sua textura, estrutura e queda nas taxas de infiltração e retenção de água.
3) O processo erosivo diminui a produtividade da terra, o que leva a uma ampliação do uso de fer-
tilizantes químicos.
4) A erosão natural, acelerada por processos de natureza humana, pode transformar completa-
mente as paisagens.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Universidade Federal do Paraná (UFPR), 2007.
Disponível em: <http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/litoral/ps/2007/provas1fase/superior/graduacao.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2014.
HORA DA CHECAGEM
1 De acordo com a tabela, a colheita mecanizada provoca menor impacto ambiental, pois acu-
mula matéria orgânica no solo, o que reduz a necessidade de herbicidas. No entanto, é impor-
tante observar que nem sempre a agricultura mecanizada provoca menor impacto. A utilização de
agrotóxicos e a intensificação do uso do solo pelas máquinas nesse tipo de produção podem gerar
grande impacto ambiental pelo esgotamento de terras, por exemplo.
3 Um aspecto que você pode ter observado é que a colheita mecanizada é mais rápida e menos
impactante, mas tem a desvantagem de eliminar postos de trabalho, e o desemprego gerado pode
HORA DA CHECAGEM
levar ao aumento da pobreza na região. Já a colheita manual gera maior número de empregos, mas
é mais demorada e apresenta menor produtividade.
Desafio
Alternativa correta: e. Todas as alternativas correspondem a características do processo de erosão.
Se tiver dúvidas, releia o texto Produtividade no campo, que trata da ação da erosão e dos elementos
a ela associados.
TEMAS
1. Paisagem urbana: urbanização e metropolização
2. As funções urbanas
Introdução
Nesta Unidade, você vai identificar as principais características da paisagem
urbana e compreender o processo de urbanização e de formação de metrópoles.
Você vai estudar o que é função urbana, com exemplos de algumas cidades
brasileiras, e, ainda, verificar como a oferta de empregos está diretamente relacio-
nada às funções das cidades. Serão abordados, também, os motivos que afetam e
transformam a paisagem urbana.
Por fim, como leitura complementar, você poderá saber mais sobre alguns pro-
blemas socioambientais urbanos e suas consequências na vida da população.
Paisagem urbana:
T E M A 1 urbanização e metropolização
Em destaque na imagem, o Edifício Copan, localizado na cidade de São Paulo. O prédio, em forma de onda, é
obra do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e ganhou fama em todo o mundo por sua originalidade.
O que mais chama a sua atenção nessa paisagem? Ela se parece com alguma
que você conhece? O que mais, que não aparece na imagem, você sabe sobre
essa cidade?
Você viu na imagem anterior que a paisagem da cidade de São Paulo se carac-
teriza pela elevada concentração e densidade de edificações. Isso sugere tam-
bém a concentração de pessoas e atividades, diferentes tipos de trabalho sendo
executados e intenso movimento de veículos − embora não seja possível ver tais
elementos na fotografia.
A partir dos anos 1930, houve uma guinada na política brasileira, que iria
privilegiar a indústria e alavancar a economia. Na década de 1950, esse pro-
cesso se intensificou e a industrialização avançou rapidamente, atraindo mui-
tas pessoas para as cidades onde as indústrias se estabeleceram. Em 20 anos,
na década de 1970, a população urbana já era superior à população que residia
no campo. Esse crescimento da população urbana aumentou ainda mais nas
décadas seguintes.
As metrópoles
Mas, atenção: há situações em que essa junção não ocorre ou ainda não
ocorreu. Nessas situações, há espaços tipicamente rurais separando as man-
chas urbanas.
Processo de conurbação
1o momento: Os quatro municípios, ainda separados, antes do processo de conurbação
© Hudson Calasans
2o momento: A expansão urbana leva à junção dos municípios. Processo conhecido como conurbação
© Hudson Calasans
Francisco
Morato Santa
Mairiporã Isabel
Franco da Rocha
Pirapora do Cajamar Caieiras Arujá
Bom Jesus Guararema
Santana de Guarulhos Trópico de Capricórnio
Parnaíba Itaquaquecetuba
23°30'S Barueri Carapicuíba São Mogi das 23°30'S
Jandira Ferraz de
Paulo Vasconcelos Poá Cruzes
Itapevi Osasco Salesópolis
Suzano
São Biritiba-Mirim
Vargem Grande Taboão Caetano Santo André
Paulista Cotia
do Sul
Embu da Serra Mauá
Diadema Ribeirão Pires
São
Itapecerica Bernardo Rio Grande da Serra
da Serra do Campo
São Lourenço
da Serra Embu-Guaçu
Juquitiba
24°00'S 24°00'S
OCEANO ATLÂNTICO
Escala
0 17 km
© IBGE
Trinta e nove municípios compõem a RMSP, abrigando quase a metade (48%) da população do Estado de São Paulo.
IBGE. Atlas geográfico escolar. Ensino Fundamental do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010, p. 30. Mapa original
(base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas).
Você viu na Unidade 2 que gráficos são formas de representar dados numéri-
cos, para facilitar a visualização e a interpretação destes. Assim como os mapas, os
gráficos também possuem título e fonte (esta indica os elaboradores do gráfico ou
de onde foram extraídos os dados para compô-lo).
180
160,9
150 137,8
População (em milhões)
120 110,9
90 82,0
60 52,9
39,0 41,6 39,1
33,2 32,0 36,0
31,8 29,8
30 18,8
© D’Livros Editorial
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Urbana Rural
Fonte: IBGE. Séries históricas e estatísticas. Disponível em:
<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=CD91&t=populacao-situacao-domicilio-populacao-presente-residente>.
Acesso em: 7 abr. 2014.
1 Observe as cores das barras do gráfico: O que cada uma delas representa? Elas
poderiam ser da mesma cor? Por quê?
Para ler um mapa, é preciso compreender o tipo de linguagem utilizada nele. É comum que
os mapas apresentem cores diferentes e também símbolos para facilitar a interpretação e
a análise das informações.
Veja que no mapa a seguir, por exemplo, são utilizados círculos de diferentes tamanhos
e cores para representar as capitais. Como você pode ver na legenda do canto inferior
direito do mapa, o tamanho dos círculos indica a quantidade de pessoas que vivem nes-
sas cidades: os maiores representam populações maiores, enquanto os menores indicam
as populações menores. As cores, por sua vez, apontam o ano em que cada censo foi rea-
lizado, como você pode conferir na legenda do canto inferior esquerdo. Do lado esquerdo
do mapa, há também um gráfico, que indica o crescimento da população de algumas
capitais do Brasil.
Boa Vista
Macapá
Fortaleza
Belém
São Luís
Manaus
Natal
Teresina João
Pessoa
Recife
Rio Branco
Porto Velho Maceió
Palmas Aracaju
Salvador
Data Cidade mais
do censo povoada
Cuiabá Brasília
1872 274 972
6 Rio de Florianópolis
1991 9 626 894 Janeiro 11 253 503 São Paulo - SP
4 Porto Alegre
2000 10 405 867
2 Brasília 6 320 446 Rio de Janeiro - RJ
2010 11 253 503 Cuiabá
0 Palmas 2 375 151 Belo Horizonte - MG
1872 1900 1940 1960 1980 2000 1 302 001 Goiânia - GO
0 500 km Fonte: IBGE Elaborado com Philcarto 723 515 João Pessoa - PB
© H.Théry-2014 Censos demográficos http://philcarto.free.fr 228 332 Palmas - TO
THÉRY, Hervé; MELLO-THÉRY, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. Prelo.
Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território nacional não estão representadas).
IMPORTANTE!
No próximo texto, você vai se deparar com algarismos romanos. É comum se confundir com eles,
pois são formados pela combinação de diferentes símbolos. Para que você possa interpretá-los
adequadamente, o quadro a seguir pode ajudá-lo:
Existem várias possibilidades de uso da numeração romana atualmente, uma das mais impor-
tantes é a indicação dos séculos, frequente em materiais de História, por exemplo.
Para relembrar, então, como são contados os séculos, primeiro é preciso saber que o marco
inicial do calendário cristão é o nascimento de Jesus Cristo. Portanto, um século é cada
período de 100 anos contados a partir do ano 1, e quando você encontrar as siglas a.C. e d.C.
ao final de determinado século ou ano, saiba que elas estão indicando antes de Cristo (a.C.)
e depois de Cristo (d.C.).
O século I d.C., por exemplo, começou no ano 1 e terminou no ano 100, o século II durou do ano
101 ao ano 200 e assim sucessivamente: o século XXI começou em 2001 e terminará em 2100.
Todos os anos que terminam em 00 já indicam o próprio século. Basta cortar esses dois zeros.
Por exemplo, o ano 1500 (1500) pertence ao século XV.
Agora, para os anos que não terminam em 00, o procedimento é outro. Basta somar 1 aos dois
primeiros algarismos. Assim, para o ano de 1501 (1501), é só somar 1 ao 15, o que totaliza 16.
Portanto, o ano 1501 já pertence ao século XVI.
Caso ainda tenha dúvidas sobre o assunto, procure a orientação de seu professor no CEEJA.
HORA DA CHECAGEM
1 Você observou no mapa a área colorida destacada? Os municípios retratados formam a Região
Metropolitana de São Paulo. Você pode chegar a essa resposta lendo o título do mapa, Região Metro-
politana de São Paulo (RMSP), ou as informações da legenda.
2 O município central da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é São Paulo, capital do
Estado, representada pela cor rosa. Esse município está no centro do mapa, fazendo fronteira com
a maioria dos municípios. Porém não é apenas a localização geográfica que faz de São Paulo o
centro da região, mas também a sua importância econômica, influência política e concentração
demográfica (mais de 10 milhões de habitantes).
3 A Região Metropolitana de São Paulo é formada por 39 municípios. Para citar exemplos, você pode
selecionar três municípios dos listados a seguir: Arujá, Barueri, Biritiba-Mirim, Caieiras, Cajamar,
Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco
da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Juquitiba,
Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande
da Serra, Salesópolis, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São
Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, São Paulo, Suzano, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.
1 Uma cor representa a população rural, e a outra, a população urbana. Pelo fato de cada cor
representar uma população é que elas não poderiam ser iguais.
2 Observe que os dados representados no eixo vertical, isto é, na coluna ou barra vertical do grá-
fico, referem-se ao número de habitantes, que nesses casos estão indicados em milhões. No eixo
horizontal, estão indicados os anos, considerados em intervalos de 10 anos, ou seja, décadas.
3 Veja os números que aparecem acima das colunas amarelas: eles mostram que a popula-
ção rural aumentou nas décadas de 1950, 1960 e 1970; a partir de 1980, os dados informam um
decréscimo dessa população, ou seja, ela passa a diminuir.
4 Preste atenção na data em que a coluna laranja fica maior que a amarela: ela indica o momento
em que a população urbana ultrapassou a população rural. De acordo com o gráfico, essa mudança
aconteceu na década de 1970, e a predominância da população urbana não se reverteu mais. Nas
décadas de 1980, 1990 e 2000, as colunas laranja do gráfico são cada vez maiores, o que indica que
houve um aumento constante e significativo da população urbana e uma queda também significa-
tiva da população rural no Brasil.
3 Em 2010, as capitais que possuíam população maior ou igual a 2.375.151 habitantes eram São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e Salvador; todas as demais tinham popu-
lação inferior a esse número. Note que, na legenda que aparece no canto inferior direito do mapa,
o terceiro maior círculo indica as capitais que possuem 2.375.151 pessoas. Assim, para chegar a
essa resposta, basta observar no mapa todas as capitais indicadas com círculo maior ou do mesmo
tamanho que esse da legenda. Você pode usar uma régua para medir e comparar os diâmetros dos
círculos com mais precisão.
rando-os: de 1970 até 2010, a população urbana se tornou cada vez maior que a população rural,
passando a ser predominante no País.
Desafio
Alternativa correta: c. Retome os textos deste Tema e observe que a diminuição da população rural
se deve, em especial, à migração do campo para as cidades, em busca de trabalho e melhores con-
dições de vida.
As funções urbanas T E M A 2
Geografia ƺ Volume 1
Para que você possa entender melhor as funções urbanas, esse vídeo mostra o exemplo de
Ilhabela e as diversas funções que o município já exerceu em diferentes ciclos econômicos,
como da cana, do café, da pesca e do turismo.
As funções urbanas
Função urbana é a principal atividade que uma cidade exerce em relação a
outras cidades.
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada no interior do Estado de São Paulo. A região recebe milhares de fiéis todos os anos.
As atrações oferecidas podem variar, mas todas essas cidades têm uma fun-
ção urbana turística, pois apresentam o turismo como função principal. Assim,
organizam as atividades, os serviços e o comércio em virtude do público que cos-
tumam receber.
A função exercida por uma cidade não é definitiva, pois ela pode ser alterada
no decorrer do tempo. Quando uma cidade sofre alguma mudança na sua função
urbana, isso se reflete na sua paisagem.
© Rodrigo Paiva/Folhapress
apresentando alterações na
paisagem em decorrência da
mudança da função urbana.
A função industrial é um
marco na história da capital
paulista, e eram os galpões
das fábricas que marcavam
a sua paisagem. Com o pro-
cesso de transferência de
boa parte das suas indústrias
para os municípios da região
metropolitana, a cidade de
São Paulo passou a ter sua
função relacionada ao setor
de serviços (terciário). Gran-
des shoppings, hipermercados
e centros de lazer passaram
a ocupar os antigos galpões
desativados das fábricas,
mudando a paisagem da
capital. Além disso, surgi-
ram novos núcleos, nos quais
a paisagem é marcada por
modernos edifícios de escri-
tórios de importantes empre-
sas, como na Avenida Luís
Indústria automobilística em São Bernardo do Campo (SP).
Carlos Berrini ou na Avenida
Paulista.
Você já deve ter percebido que os jornais trazem uma enorme variedade de
textos. Neles é possível encontrar notícias, artigos de opinião, classificados
de emprego, anúncios, reportagens, tirinhas, charges, horóscopo, entre outros.
Mas são principalmente as notícias que, em geral, mais chamam a atenção das
pessoas quando passam em frente às bancas de jornal ou quando leem um jornal
pela internet. As notícias costumam vir acompanhadas de fotos, imagens, tabelas,
gráficos e outros recursos que visam facilitar a leitura.
Imagine que você foi a uma consulta médica e está esperando para ser aten-
dido. Na mesa da sala de espera há um jornal e você decide lê-lo. Você olharia a
data do jornal? Se ele fosse de uma semana atrás, isso aumentaria ou diminuiria
o seu interesse? Qual caderno desse jornal você leria primeiro?
Pense sobre quanto essas informações são relevantes e quais outros elementos
você busca identificar antes de começar a leitura de um jornal. Por que é impor-
tante observar esses detalhes antes da leitura?
Quando você procura no jornal um emprego ou quando busca algo nos classi-
ficados, também vale a pena grifar algumas informações mais relevantes, afinal
os grifos não são utilizados só na escola.
ASSISTA!
Nesse vídeo você vai ver como três estudantes de EJA utilizam grifos e esquemas no seu
dia a dia.
Vanessa Correa
Colaboração para a Folha
Chaminés na Avenida
Francisco Matarazzo, em
São Paulo (SP): valorização
de terrenos leva ao chão
antigos parques industriais.
Folha de S.Paulo
2 O título dessa notícia ajuda a antecipar o assunto que será tratado? Por quê?
4 Releia a notícia e grife apenas as partes do texto que indicam as mudanças que
ocorreram na paisagem. Por exemplo: “Os antigos galpões foram demolidos para
dar lugar a prédios”.
Estudar as funções das cidades leva a refletir sobre os motivos pelos quais elas
se desenvolvem em certas direções, e a conhecer os conflitos em jogo quando se
pensa nos interesses da cidade e nos de grupos particulares.
Geografia ƺ Volume 1
Para auxiliá-lo na compreensão do texto Problemas socioambientais urbanos, assista a esse vídeo,
que trata do crescimento urbano e de como algumas cidades lidam com as condições naturais
do espaço.
Para entender a transformação dos rios e das paisagens urbanas, você pode
praticar, durante a leitura do texto a seguir, o procedimento de grifo. Isso vai aju-
dá-lo a rever esse conteúdo posteriormente.
1924 2010
Ma
rgi
na
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in
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ro
s
Pinhe
o
Rio
PINHEIROS PINHEIROS
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BUTANTÃ
Rua
Paes Leme Rua
Paes Leme
BUTANTÃ
Curso do Rio Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, antes e depois das obras de retificação do leito do rio.
Fonte: Agência Estado. Disponível em: <http://www.issonaoenormal.com.br/post/os-rios-foram-asfaltados>. Acesso em: 18 fev. 2014. Imagem meramente ilustrativa.
Veja um exemplo: as duas maiores cidades do País, São Paulo e Rio de Janeiro,
sofrem as consequências de ações humanas predatórias (que não consideram as
características das bases naturais ou históricas da cidade) na paisagem. Essas
cidades passaram por um rápido processo de urbanização, o que gerou várias
demandas de transporte, saneamento básico (água e esgoto, limpeza urbana e
coleta de lixo) e, principalmente, moradia.
No caso da cidade de São Paulo, a mais populosa do País, com pouco mais de
11 milhões de habitantes e mais de 19 milhões na região metropolitana, segundo
dados do Censo Demográfico 2010, do IBGE, a expansão urbana avançou até sobre
as várzeas de rios e córregos e ocupou as margens das represas.
© Jorge Araujo/Folhapress
Deslizamento de terra na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo (SP), julho de 2011.
© Marcio Fernandes/AE
Nesta Unidade, você estudou que o Brasil alcançou altas taxas de urbaniza-
ção nas últimas décadas. Isso se deve, em grande parte, à industrialização, que
ampliou as oportunidades de emprego nas cidades e atraiu muitas pessoas do
campo, o que também fez com que a população rural diminuísse.
Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em nosso
país poderia ser motivada por:
a) reduzida área de solos agricultáveis.
b) ausência de reservas de águas subterrâneas.
c) escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
d) falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
e) degradação dos mananciais e desperdício no consumo.
Enem 2003. Prova Amarela. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2003/2003_amarela.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2014.
HORA DA CHECAGEM
1 Observe que a data e o local da publicação aparecem no alto da página, do lado esquerdo: São
Paulo, 23 de janeiro de 2011. Também no alto, do lado direito, há o nome do jornal, acompanhado
do nome do caderno no qual saiu a reportagem: Folha de S.Paulo ƺ Cotidiano. O nome da jornalista
que escreveu a reportagem, Vanessa Correa, está identificado após o título e o lide, que é um breve
resumo da reportagem.
2 Por meio do título Avanço dos prédios em São Paulo poupa apenas antigas chaminés, é possível
adiantar alguns temas que serão tratados no texto. Ele indica, por exemplo, que a notícia é sobre
a cidade de São Paulo e que vai abordar algumas consequências da expansão dos prédios. Se você
não conseguiu identificar esses apontamentos, releia o texto e volte ao título, buscando a relação
entre eles.
3 Ao ler a matéria, você pode concluir que o principal assunto abordado é a transformação de
antigos bairros de São Paulo, que tinham função industrial, em bairros residenciais e comerciais,
em razão da expansão do setor terciário. As paisagens têm sido modificadas com a demolição de
prédios antigos e a construção de novos e modernos edifícios residenciais ou comerciais.
4 Os trechos que indicam diretamente essas mudanças são: “Manter de pé apenas as chaminés
de antigas fábricas de São Paulo”; “ocupar os grandes terrenos do município com condomínios resi-
denciais”; “os galpões ao redor das chaminés, também com seu valor histórico, acabam no chão”;
“Restaram duas chaminés e a casa de caldeiras. Os antigos galpões foram demolidos para dar lugar a
prédios”.
5 Com base nos trechos grifados e na leitura do texto, é importante que você tenha percebido
que as funções urbanas moldam as paisagens, e quando há mudanças nas funções, também ocor-
rem mudanças nas paisagens. Você pode notar que, quando São Paulo era uma cidade industrial,
suas ruas eram tomadas por galpões de fábricas. Após a década de 1970, as indústrias saíram da
HORA DA CHECAGEM
metrópole e São Paulo se tornou um centro do setor terciário, o que fez com que os galpões dessem
lugar a prédios comerciais e residenciais.
Desafio
Alternativa correta: e. A preservação dos mananciais é uma providência fundamental na prevenção
de uma crise de água no País. Releia o texto Problemas socioambientais urbanos e observe a importân-
cia dos mananciais para o abastecimento da população.
TEMAS
1. A importância do planejamento urbano
2. A segregação socioespacial
Introdução
Nesta Unidade, você terá a oportunidade de Planejamento urbano
aprofundar seus estudos sobre planejamento Conjunto de técnicas, teorias e docu-
urbano, agora com o objetivo de reconhecer mentos sobre as diferentes formas
de crescimento e desenvolvimento
sua importância na formação da paisagem
das cidades.
urbana. Assim, você conhecerá as diferenças
Muitas vezes, uma cidade é cons-
entre as cidades com formação espontânea e
truída a partir de um plano previa-
as cidades criadas pelo planejamento, e refle- mente elaborado. Mas como elas,
tirá sobre assuntos como a segregação socioes- em geral, são muito dinâmicas, os
planos precisam ser revistos com
pacial, que interfere na paisagem das cidades e
frequência para corrigir ou prever
traz consequências diretas para a qualidade de problemas.
vida de seus habitantes.
Pense no bairro em que você mora: Você acha que ele foi planejado? Por que
você chegou a essa conclusão? Observe, por exemplo: Existe água encanada e
esgoto? Há praças ou locais de lazer? Há escolas em número suficiente para as
crianças e os adultos que moram no bairro? Veja também outros elementos que
um planejamento pode oferecer aos habitantes de um bairro. Você acha que é
importante planejar uma cidade? Registre suas reflexões a seguir.
É um tipo de ilustração
que leva esse nome por
causa dos traços exage-
rados, e que geralmente
traz alguma crítica ou
ironia sobre algum fato,
mas sempre com muito
humor.
Os jornais e as revistas
publicam charges dia-
riamente. Para inter-
pretá-las, é importante
acompanhar as notícias
sobre o que acontece na
cidade, no Estado, no País
e mesmo no exterior.
3 Qual é, em sua opinião, o aspecto que o autor da charge quis deixar mais evi-
dente sobre as grandes cidades?
A maior parte das cidades brasileiras surgiu e cresceu durante um longo pro-
cesso histórico. São chamadas cidades espontâneas aquelas que não nasceram de
um plano urbanístico, mas sim em função das necessidades do seu desenvolvi-
mento. Assim, elas possuem órgãos públicos destinados a acompanhar ou refazer
as principais linhas do planejamento estabelecido para a cidade, de acordo com
suas demandas e de sua população.
São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos de cidades com planejamento que se
desenvolvem à medida que a urbanização vai se expandindo. As indústrias que
se instalaram nessas cidades atraíram muitos migrantes, pessoas que saíram de
outras cidades ou do campo em busca de melhores condições de vida, geralmente,
no caso brasileiro, para as cidades da região Sudeste. Porém, a oferta de moradia,
transporte e emprego não acompanhou o ritmo do crescimento populacional. A
sensação é a de que não há planejamento algum nesses lugares, mas de fato, hoje,
é impossível para qualquer cidade média, grande ou metrópole funcionar sem
nenhum tipo de planejamento urbano.
Além disso, as leis brasileiras preveem que todo município com mais de 20 mil
habitantes deve ter um Plano Diretor. Ele é um documento elaborado pelo poder
público, recomendando também a participação da população, com a finalidade de
orientar e organizar o crescimento da cidade.
Para estudar, além de grifar, fazer anotações e esquemas, você também pode
organizar listas.
Assim, em primeiro lugar, é necessário definir qual critério será seguido a fim
de organizar o conteúdo, isto é, delimitar o tema que será trabalhado.
Pratique essa estratégia de estudo e elabore uma lista com base no texto
A importância do planejamento urbano. Para isso:
1 Releia o texto para localizar o trecho que trata dos problemas causados por um
planejamento urbanístico ineficiente e liste os problemas citados.
2 Em seguida, faça outra lista com problemas urbanos que você identifica na
cidade onde vive.
TO-010
Córrego
Suçuapara
Córrego
Córrego Comprido
Segurado
da Prata
TO-020
Praia
Teotônio
do
Prata
Av.
RODOVIÁRIA
2 Em sua opinião, os novos bairros
TO-0
Ribeirão
resultantes do crescimento das duas
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de
mato do plano original?
AEROPORTO
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© Portal de Mapas
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Geografia ƺ Volume 1
Planejar é preciso
Esse vídeo vai auxiliá-lo na compreensão da importância do planejamento urbano. Ele também
destaca as relações entre o planejamento e os diferentes interesses econômicos, políticos,
sociais e culturais responsáveis por transformações que afetam tanto a paisagem como a
qualidade de vida dos habitantes.
No início deste Tema, você leu e interpretou uma charge. Agora você analisará
outra, que critica problemas muito comuns nas grandes cidades.
HORA DA CHECAGEM
2 A pessoa retratada está inserindo árvores em uma cidade com muitos prédios.
Orientação de estudo
1 No que diz respeito aos problemas causados por um planejamento urbanístico ineficiente ou a
ausência de planejamento você pode listar:
2 No que diz respeito aos problemas urbanos que você identifica na cidade em que vive, poderiam
ser comentados, por exemplo, falta de áreas verdes em certos bairros, alto custo de vida, esgoto a céu
aberto etc., como ocorre na cidade de São Paulo. Na sua cidade existem os mesmos problemas?
2 Para que os bairros resultantes do crescimento das duas cidades tenham o mesmo formato do
plano original seria necessário que seguissem a mesma lógica de planejamento orientado pelos
municípios. Entretanto, isso pode não ocorrer e os bairros podem ganhar traçados diferentes.
1 A charge apresenta uma visão crítica de alguns problemas cotidianos das grandes cidades
brasileiras, como a falta de moradia, a presença de grande número de moradores sem-teto e o
congestionamento, decorrente do excesso de veículos que circulam pela cidade.
HORA DA CHECAGEM
2 Uma resposta possível é que o planejamento urbano pode prever a construção de casas popu-
lares e organizar melhor a circulação de veículos, incentivando, por exemplo, o uso do transporte
coletivo e não do transporte individual.
3 A resposta é pessoal. Para elaborá-la, você pode pensar na importância do nosso papel como
cidadãos, membros da sociedade. Se você puder, pesquise na internet de que formas as pessoas
podem participar mais do planejamento de sua cidade. Procure, por exemplo, mais informações
sobre o orçamento participativo e as cidades que adotaram esse sistema.
A segregação socioespacial T E M A 2
Neste segundo Tema, será discutido o planejamento urbano, tendo como foco
a desigualdade entre as cidades.
A segregação socioespacial, que pode ser vista por meio das diferenças espa-
ciais, também é uma segregação social. Ela está presente nas cidades brasileiras e
também em diversas partes do mundo.
Geralmente, esse fenômeno afeta de modo mais crítico os mais pobres: por
não terem recursos para residir em áreas mais centrais e privilegiadas, vivem em
locais periféricos, precários quanto à habitação, às infraestruturas e aos serviços
urbanos. Por outro lado, há pessoas de renda elevada que optam por morar em
condomínios fechados, evitando o contato com a cidade e isolando-se, o que é
considerado uma autossegregação.
Ao passar por diferentes bairros, pode-se perceber que existem diferenças entre
eles, como a quantidade de árvores, a organização das ruas, os tipos de habitação,
de infraestrutura (relativa à oferta de água, esgoto, coleta de lixo etc.) e disponibi-
lidade de serviços públicos, como postos de saúde, hospitais, escolas, creches.
Vista aérea do bairro do Morumbi mostra prédio de apartamentos de luxo que faz
divisa com a favela de Paraisópolis, São Paulo (SP), 20 jan. 2004. Coleção Pirelli/Masp.
A busca pelo emprego é fator importante que pode ser citado como razão para
o que aconteceu em diversas cidades brasileiras que cresceram rapidamente, em
função da indústria, do comércio e dos serviços. Como essas atividades deman-
dam grande número de trabalhadores e oferecem diversas oportunidades de
emprego, muitos moradores de áreas rurais foram e continuam a ser atraídos
pela possibilidade de obter um emprego melhor nas cidades industrializadas ou
naquelas que tenham setor terciário bem desenvolvido, como é o caso de São
Paulo. Isso ocorre porque esse setor é responsável por gerar muitos empregos
com diferentes níveis de especialização e aprendizado.
A periferia das grandes cidades brasileiras costuma ser marcada por uma
paisagem de ruas com traçados irregulares, áreas de ocupação clandestina,
moradias improvisadas, muito distintas do desenho pensado em planos urba-
nísticos, como você viu no Tema 1. Já os bairros mais próximos ao centro,
mesmo em cidades que não foram criadas de acordo com um plano urbano
original, apresentam uma paisagem bem diferente, com ruas arborizadas, boa
iluminação pública, casas bem construídas e infraestrutura eficiente.
Procure fazer, ao menos, duas leituras do texto a seguir. Isso ajudará você a
compreender melhor as informações nele apresentadas. Caso haja palavras que
você desconheça, anote-as e procure seus significados no dicionário. Em seguida,
responda às questões propostas.
SABOYA, Renato. Segregação espacial urbana. In: Urbanidades. Disponível em: <http://urbanidades.arq.br/2009/05/segregacao-espacial-urbana>. Acesso em: 18 fev. 2014.
2 Em sua opinião, além dos aspectos citados pelo autor, que outros problemas a
segregação urbana traz para as cidades?
As imagens a seguir foram feitas por um satélite que está na órbita da Terra.
Elas são de dois bairros diferentes da cidade de São Paulo. Observe-as com atenção
e procure identificar a localização de casas, ruas, áreas verdes e prédios. Compare
o tamanho dos terrenos e o traçado das ruas, e identifique se em ambas as ima-
gens há parques, piscinas e outras áreas de lazer.
2 Existe segregação socioespacial em sua cidade? Como ela é? Explique sua resposta.
Fonte: CEPAL: PNUD; OIT. Emprego, desenvolvimento humano e trabalho decente: a experiência brasileira recente. Brasília: CEPAL; PNUD; OIT, 2008, p. 126.
Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/ranking>. Acesso em: 18 fev. 2014.
No entanto, vale lembrar que, como todo indicador, o IDH é um índice genera-
lizante, isto é, leva em conta a média das condições levantadas, representando a
maioria. Por isso, não é capaz de reconhecer desigualdades internas às realidades
pesquisadas. Assim, é possível entender por que em um lugar com alto IDH podem
coexistir pessoas com relativa riqueza e pessoas pobres, por exemplo.
HORA DA CHECAGEM
As partes do texto que citam as condições às quais as classes mais pobres estão submetidas são as
seguintes: “gastam mais com o transporte diário”, “têm mais problemas de saúde por conta da falta
de infraestrutura” e “são penalizadas por escolas de baixa qualidade”.
2 A resposta é pessoal. Para respondê-la, você pode pensar, por exemplo, se na sua cidade há ou
não dificuldade de acesso ao lazer e à cultura pela população mais carente, e se essa dificuldade
gera como consequência violência e outros problemas.
Como você estudou neste Tema, bairros com grande oferta de infraestrutura urbana têm custo de vida
mais alto, por isso, as pessoas com menos recursos são obrigadas a optar por áreas mais afastadas do
centro, que, em geral, são menos privilegiadas e não contam com a mesma facilidade de acesso a equi-
pamentos urbanos e serviços básicos; isso caracteriza a chamada segregação socioespacial.
2 A resposta é pessoal. Para respondê-la, você pode tomar o exemplo da questão anterior e pen-
sar se há elementos na sua cidade que marcam diferenças significativas entre as regiões, espe-
cialmente no que se refere à infraestrutura, como o acesso à saúde, à educação e ao transporte
público, e às condições econômicas das pessoas que ocupam cada localidade.