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RESUMO
Com foco nos parâmetros de ganhos de produtividade envolvidos na execução da
junta soldada, e com base na norma API 1104/2005 e nos procedimentos metodológicos de
pesquisa, têm-se como objetivo neste trabalho, analisar e comparar, os custos referentes a
utilização do processo de soldagem Eletrodo Revestido, em relação ao processo de
soldagem Eletrodo Revestido + Arame Tubular, para a soldagem de juntas de oleodutos
com diâmetro igual a 6” e material em aço API 5L grau B.
Palavras-Chaves: Custos de soldagem; Soldagem de dutos; Processos de Soldagem.
1. INTRODUÇÃO
Com a crescente demanda da indústria petrolífera, o mercado de construção de
oleodutos e gasodutos vem demonstrando um grande interesse no desenvolvimento dos
processos de soldagem, principalmente para aqueles que representam ganho efetivo em
competitividade através dos parâmetros de custo, prazo e qualidade.
Considerando os parâmetros de acima envolvidos na execução da junta soldada,
tem-se como objetivo neste trabalho, analisar e comparar, sob o ponto de vista econômico,
a utilização de dois processos para soldagem de juntas de oleodutos com diâmetro igual a
6” e material em aço API 5L grau B, a saber: i) Eletrodo revestido (raiz, enchimento e
acabamento); ii) Eletrodo revestido (raiz) + arame tubular (enchimento e acabamento).
É a razão entre o tempo de arco aberto (tarc) e um fator percentual, o qual é função
dos diferentes modos de operação (manual, semi-automático, etc.), denominado fator de
ocupação (). Os valores de referência para () são: Operação manual: = 5 a 30 (%);
Operação Semi-automático: = 10 a 60 (%). (Modenesi, 2001 apud Botinelly, 2009).
É o custo total previsto com mão de obra e gastos fixos, onde “L” e “O” são
respectivamente, os custos por unidade de tempo com mão de obra, e gastos fixos.
f) Energia elétrica (CEL): (7)
É o custo total previsto com energia elétrica, onde CELU (R$ / Kwh) é o preço da
energia elétrica, P (Kw) é a potência média desprendida durante a soldagem, e el é a
eficiência elétrica do equipamento de soldagem.
3. METODOLOGIA
Para o processo eletrodo revestido, o passe de raiz foi realizado com eletrodo E
6010 2,5 mm, de uso geral, indicado para soldagem em todas as posições e empregado
em dutos. O enchimento e acabamento foram realizados com eletrodo E 7018 2,5 mm, de
uso geral em soldagem de grande responsabilidade. (Botinelly, 2009).
Para o processo arame tubular, o passe de raiz foi realizado com eletrodo E 6010
2,5 mm. O enchimento e acabamento foi realizado com arame E 71T-1 1,5 mm , de uso
geral, o qual permite a soldagem em todas as posições. (Botinelly, 2009).
Foi usado CO2 puro no processo de arame tubular devido ao seu baixo custo em
comparação com outras misturas. Além disso, o CO2 possibilita a transferência metálica de
modo globular ou por curto circuito, sendo esta última a técnica utilizada.
4. RESULTADOS
4.1 CUSTO TEÓRICO DA JUNTA SOLDADA POR ELETRODO REVESTIDO E
ARAME TUBULAR
XI Semana de Engenharia da UFF
VI Seminário Fluminense de Engenharia
Fator de Ocupação ( )
Processo de soldagem
Previsto Realizado
Eletrodo E 7018 30% 29%
Arame E 71T-1 60% 30%
CUSTO UNITÁRIO
Processo de Soldagem
Previsto (R$/kg) Realizado (R$/kg)
Eletrodo E7018 68,98 30% 72,44 29%
Arame E 71T-1 48,84 60% 77,42 30%
CONCLUSÕES
Analisando principalmente o fator de ocupação previsto e o realizado deste processo,
vimos que houve um grande distanciamento entre os dois, vindo a incidir no custo unitário
da junta. Um ganho significativo deste processo é que não necessita trocar constantemente
de eletrodo, fazendo com que o arco permaneça o maior tempo possível aberto,
depositando metal na junta, depende quase que exclusivamente da habilidade do soldador,
desde que o equipamento com os parâmetros de soldagem estejam bem configurados.
Tomando os custos unitários previstos para o Eletrodo Revestido (R$ 68,98/kg) e
para o Arame Tubular (R$ 48,84/kg), conclui-se pela vantagem econômica no processo de
soldagem por Arame Tubular sobre o Eletrodo Revestido da ordem de 40%, apesar do
primeiro ser o mais utilizado.
Por outro lado, os resultados práticos obtidos de produtividade para o Arame Tubular
indicam que estes não podem estar dissociados do treinamento dos soldadores. Pois, para
alcançar a produtividade esperada para o processo arame tubular em relação ao eletrodo
revestido, é preponderante que a mão-de-obra seja devidamente treinada e qualificada.
6 REFERÊNCIAS
American Petroleum Institute. API Standard 1104: Welding of Pipelines and Related
Facilities, twentieth edition, Washington, D.C., USA, 2005. p. 3-15.
American Petroleum Institute. API SPECIFICATION 5L: Specification for Line Pipe, forty-
third edition, Washington, D.C., USA, 2004. p. 36-37.
American Society of Mechanical Engineers. ASME B31.4: Pipeline Transportation Systems
for Liquid Hydrocarbons and Other Liquids, New York, USA, 2006. p. 39-46.
Botinelly, D. A. Estudo Prático Comparativo entre os Processos de Soldagem Eletrodo
Revestido e Arame Tubular em União em Tubo API 5L Grau B. Niterói. 2009. 55 p.
Monografia (Especialização em Engenharia de Dutos) – Universidade Federal
Fluminense, 2009.
ESAB, Apostila de Soldagem de Tubulações, 2004. Disponível em:
<http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/biblioteca/upload/1901103rev0_ApostilaSoldag
emTubulacoes.pdf>. Acesso em: 17 março 2008.
______,Apostila de Arame Tubulares, 2004. Disponível em:
<http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/biblioteca/upload/1901098rev0_ApostilaArame
sTubulares.pdf>. Acesso em: 17 março 2008.
______,Catálogo de Eletrodos Revestidos OK, 2007. Disponível em:
<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/eletrodos/upload/1900295rev25_
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______,Catálogo de Arames Tubulares OK, 2007. Disponível em:
<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/tubulares/upload/1900187rev2_O
KTubrod71Ultra_pt.pdf>. Acesso em: 17 março 2008.
Modenesi, P. J., Estimativa de Custos de Soldagem, 2001, Disponível em:
<http://www.infosolda.com.br/download/61dde.pdf> . Acesso em: 17 março 2008.