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As principais fontes dos alcanos são o gás natural e o petróleo bruto.[3] O gás
natural é constituído principalmente por metano, enquanto o petróleo passa por
destilação fracionada para o isolamento das diferentes frações, dentre elas a
gasolina, o óleo diesel, o querosene e a parafina. Os três primeiros são utilizados
como combustível e a vaselina, também são utilizados na preparação de cosméticos.
Propriedades físicas
O ponto de ebulição e o ponto de fusão dos alcanos são baixos quando comparados com
compostos orgânicos de mesma massa molecular e insolúveis em água. Os alcanos são
compostos apolares, apresentando forças de atração dipolo induzido entre as
moléculas, consideradas as mais fracas dentre as interações intermoleculares. Os
alcanos até 4 átomos de carbono são gases em condições ambientes (de 25°C e 760
mmHg) e com o aumenta do número de carbonos e da massa molecular, aumenta o ponto
de fusão e alcanos com 5 a 17 átomos de carbono são líquidos e os demais sólidos
pastosos.
Espectroscopia de RMN
A absorção de ressonância de hidrogênio para os alcanos ocorre entre δH = 0,5-1,5,
enquanto a absorção de carbono-13 depende do número de átomos de hidrogênio ligados
ao carbono: δC = 8-30 (primário, metil, -CH3), 15-55 (secundário, metileno, -CH2-),
20-60 (terciário, metino, C-H) e quaternário. O sinal de carbono 13 dos átomos de
carbono quaternários é fraca, devido à falta de efeito Overhauser nuclear e ao
longo tempo de relaxamento, e pode ser perdida em amostras que não são adquiridas
por um período de tempo suficiente.
Espectrometria de massa
Os alcanos têm uma alta energia de ionização, e o íon molecular é geralmente fraco.
O padrão de fragmentação pode ser difícil de interpretar, mas, no caso de alcanos
de cadeia ramificada, a cadeia de carbono é clivada preferencialmente em carbonos
terciários ou quaternários devido à relativa estabilidade dos radicais livres
resultantes. O fragmento resultante da perda de um único grupo metil (M - 15)
costuma estar ausente e outros fragmentos são frequentemente espaçados por
intervalos de catorze unidades de massa, correspondendo à perda sequencial dos
grupos CH2.
Nomenclatura
A nomenclatura dos alcanos não ramificados, conforme as determinações da IUPAC, é
construída a partir de um prefixo indicativo do número de átomos de carbono,
acrescido do infixo AN, que indica a saturação da cadeia, mais o sufixo O (que
caracteriza os hidrocarbonetos).
Este alcano possui 6 átomos de carbono, logo, o seu nome oficial é hexano.
A cadeia principal contém 5 átomos de carbono, com a adição de 3 grupos metil nos
carbonos 2, 2 e 4. Logo, o nome completo para este alcano é: 2,2,4-trimetilpentano
Propriedades Químicas
Os alcanos são apenas fracamente reativos com a maioria dos compostos químicos.
Estima-se que os valores da constante de dissociação ácida (pKa) de todos os
alcanos variam seja próximo a 50, o que posiciona os alcanos como os ácidos mais
fracos entre as moléculas orgânicas.
As reações químicas via radicais livres ( moléculas com elétrons não emparelhados)
ocorrem por abstração de um átomo de hidrogênio e podem resultar na ramificação das
cadeias ou substituição de hidrogênio por outro elemento, porém a reação requer a
iniciação por radicais livres envolvendo intermediários de radicais livres, em
particular com oxigênio e halogênios. A reação com oxigênio (leva à combustão sem
fumaça, produzindo dióxido de carbono e água. Reações de halogenação de radicais
livres ocorrem com halogênios, levando à produção de haloalcanos.
2 CH4 + 3 O2 → 2 CO + 4 H2O
CH4 + 3/2 O2 → CO + 2 H2O
A mudança de entalpia padrão de combustão, ΔHc⊖, para alcanos aumenta em cerca de
650 kJ / mol por grupo CH2. Os alcanos de cadeia ramificada têm valores mais baixos
de ΔHc⊖ do que os alcanos de cadeia linear com o mesmo número de átomos de carbono,
o que é uma evidência da maior estabilidade de alcanos lineares.
Reações com halogênios
Os alcanos reagem com halogênios via radicais livres. Os átomos de hidrogênio do
alcano são progressivamente substituídos por átomos de halogênio, conforme a
disponibilidade dos reagentes. A reação é altamente exotérmica e pode levar a uma
explosão.
Essas reações são uma importante rota industrial para hidrocarbonetos halogenados.
Existem três etapas:
bromação do propano
Experimentos mostraram que a halogenação produz uma mistura de todos os possíveis
isômeros, indicando que todos os átomos de hidrogênio são suscetíveis à reação. A
mistura produzida, no entanto, não é uma mistura estatística: átomos de hidrogênio
secundários e terciários são preferencialmente substituídos devido à maior
estabilidade dos radicais livres secundários e terciários. Um exemplo pode ser
visto na monobromação de propano.[5]
Craqueamento
O craqueamento é a quebra de moléculas maiores em moléculas menores, pelo método
térmico ou catalítico. O processo de craqueamento térmico segue um mecanismo
homolítico com formação de radicais livres e o processo de craqueamento catalítico
envolve a presença de catalisadores ácidos (geralmente ácidos sólidos como sílica-
alumina e zeólitos), que promovem uma quebra heterolítica (assimétrica) de ligações
que produzem pares de íons de cargas opostas, geralmente um carbocátion e o ânion
hidreto muito instável .
Os radicais livres e os cátions localizados em carbono são altamente instáveis e
passam por processos de rearranjo de cadeia, cisão C-C na posição beta (isto é,
rachaduras) e transferência de hidrogênio ou transferência de hidreto intra e
intermolecular. Nos dois tipos de processos, os intermediários reativos
correspondentes (radicais, íons) são regenerados permanentemente e, portanto,
procedem por um mecanismo de cadeia de auto-propagação. A cadeia de reações é
eventualmente terminada por recombinação de radicais ou íons.
Perigos
O metano é inflamável, explosivo e pode causar asfixia por ser um gás incolor e
inodoro[6] e por ser menos denso que o ar, "sobe" em ambientes fechados. O propano
e o butano são os elementos combustíveis do GLP, e são inflamáveis e explosivos.[7]
[8] Pode causar sonolência ou inconsciência se inalado. [52] O butano tem os mesmos
riscos que o propano. [53]
O metano é classificado como um gás causador de efeito estufa, com efeito maior do
que o dióxido de carbono. Embora a quantidade de metano na atmosfera seja baixa,
ela representa uma ameaça ao meio ambiente.[9]
Referências
«Quimica Feltre - Vol 3.pdf»
Fundamentos de Química Orgânica-Ciências da Vida e Saúde; Lazzarotto, Márcio -
Editora Paco (2016)
Solomons, Graham (2018). Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC
On-Line Encyclopedia of Integer Sequences (sequence A000602 in the OEIS)
R. T. Morrison; R. N. Boyd (1992). Organic Chemistry (6th ed.). New Jersey:
Prentice Hall. ISBN 978-0-13-643669-0
CDC - METHANE - International Chemical Safety Cards - NIOSH". www.cdc.gov.
CDC - PROPANE - International Chemical Safety Cards - NIOSH". www.cdc.gov.
CDC - BUTANE - International Chemical Safety Cards - NIOSH". www.cdc.gov.
"Pollutant Fact Sheet". apps.sepa.org.uk