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Introdução e cap. 1 e 2
Arte – metáfísica do homem / Arte grega – pessimista, signo da ruína, do fracasso, dos
instintos cansados, causados pelo socratismo, cientificismo, ironia, dialética, teorias que são
doenças do cansaço e da vontade epicúria. Deus é um artista amoral. A moral é a negação da
vida. Obras de arte são jogos, atividade metafísica da vida, propõe uma intelecção lógica e a
introvisão.
O mundo grego cultivava o prazer da força, saúde, plenitude. Preconiza a auto-educação para
o sério, a seriedade da estética, a seriedade da existência e do horror, aprender a rir e o
pessimismo; o riso e o auto-coroamento. Zaratrusta como símbolo do santo riso, o salto, voar
com asas. Relação do artista grego com seus arquétipos, a duplicidade das figuras de Dionísio e
Apolo. Na criação da tragédia temos um ato metafísico de emparelhar os impulsos dionisíacos
e apolíneos, lado-a-lado, em disputa, discordantes. O sonho apolíneo e a embriaguez
dionisíaca.
Apolo – o deus sol, deus-aparência. O que é apolíneo? O verso lírico, o metro, o otimismo, a
racionalidade, anseio do belo, democracia, justiça, lógica. O herói trágico, vontade triunfante.
> artes plásticas > figurativo > objetivo. Sonho apolíneo: metáfora do homem que navega na
tormenta e confia no futuro, principio de individuação.
Música – propriedade narcótica da melodia, inebriante, arte vocal, sedução dos ouvidos,
prazer destruidor do agora, do presente, abre-se para o nada como possibilidade, niilismo.
Música de Dionísio, o ditarambo, incita pavores, espantos, comovedora e violenta, envolve o
corpo coletivo. A música de Apolo é a forma musical, os contrapontos, a harmonia como guia e
destemor do olhar, o ritmo, a força, a clarividência.
“da mais elevada alegria soa o grito de horror” - festivais gregos, orgias dionisíacas são festas
de redenção universal, revelam a transfiguração animal, o júbilo artístico, rompimento da
individuação, volúpia e crueldade. Nessas festas a natureza soluça seu despedaçamento em
indivíduos. O cântico e a mímica do ditirambo dionisíaco elevava as capacidades simbólicas do
homem até o ponto da autodestruição, utilizando o corpo, a voz e a palavra para infundir o
temor.
Cap. 3 e 4
Primitiva teogonia titânica (terror) x teogonia olímpica (júbilo) – o impulso apolíneo da beleza
implica numa transcendência do sofrimento da vida em glória elevada inspirada pelos deuses.
O homem passa a suplicar e lamentar pela continuação da vida, vontade por existência,
mesmo sem glória e humilhado.
A ingenuidade artística – naif – é uma aptidão para o sofrimento e efeito da cultura triunfante
apolínea, “fazer-se vitoriosa sobre uma horrível profundeza da consideração do mundo”. Naif
– “engolfamento na beleza da aparência, ilusória imagem, ilusão apolínea. Gregos
necessitavam rever-se numa esfera superior, esfera da beleza, deuses olímpicos.