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UNIVERSIDADE PAULISTA

LETÍCIA PAIVA NAVES PACHECO

A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

NA EDUCAÇÃO

Engenheiro Coelho
2013
LETÍCIA PAIVA NAVES PACHECO

A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

NA EDUCAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso


para obtenção do título de
graduação em Pedagogia
apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.

Orientador. Prof.Dr.

ENGENHEIRO COELHO
2013
FICHA CATALOGRÁFICA

PAIVA NAVES PACHECO, LETÍCIA.

A contribuição do lúdico no processo de aprendizagem na educação – Limeira: UNIP /


Universidade Paulista, 2013.

27f. Orientador:

Monografia (Graduação em Pedagogia) – UNIP/ UNIVERSIDADE PAULISTA 2013.

1.Educação pré-escolar. 2. Ludoterapia. 3. Recreação. 4. Jogos. I. Garrido, Walter


Von

LETICIA
A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

NA EDUCAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso


para obtenção do título de
graduação em Pedagogia
apresentado à Universidade
Paulista – UNIP.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA
________________________/_/_
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
________________________/_/_
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
________________________/_/_
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha família por ter me acompanhado


nesta jornada, tão importante na minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele não seria possível estarmos
aqui. Ao concluir este curso estou vencendo mais uma etapa de minha vida.
Agradeço a todas as pessoas que graças a sua compreensão e colaboração
contribuíram para a realização do mesmo. Agradeço a minha família, aos
meus amigos pelo apoio, incentivo que sempre me proporcionaram. Aos
meus professores que nunca mediram esforços para passarem os seus
conhecimentos e experiências profissionais e de vida que com sua dedicação
e conhecimento sempre esteve à disposição para tirar minhas dúvidas e
fornecer as informações necessárias.
“Quando a criança se interessa pelo que
faz é capaz de empreender esforços até
o limite de sua resistência física.”

(Jean Piaget)

RESUMO
Na Antiga Idade Média, a infância não existia, o conto de fadas, e o faz de
contas não estava relacionada a criança, pois nesta época, a criança
trabalhava para ajudar o sustento da família, esta realizada teve mudanças
após o surgimento do renascimento, pois, foi a partir deste movimento que
os jogos e as brincadeiras foram introduzidas no meio infantil, sendo estes
fundamentais, para o desenvolvimento, pouco tempo depois surge a escola,
assim, a educação torna-se também responsabilidade das escolas e dos pais.
Entretanto, as brincadeiras e os jogos são determinados conforme o tempo e
espaço que são desenvolvidas conforme sua cultura, como suas
características próprias delimitadas pelas regras de participação na situação
imaginária. O papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil é
proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as
crianças possam fortalecer sua autoestima e desenvolver suas capacidades,
e com isso os jogos e as atividades proporcionam de maneira integra à
aprendizagem, o conhecimento cognitivo, afetivo e social da criança. A
infância é a fase da vida mais importante de um ser humano, pois nesta fase
da vida, a criança difundi a realidade com a fantasia e juntamente com as
formas pedagógica de ensinar como a inserção do jogo e da brincadeira
proporcionando a ela o desenvolvimento da sua percepção, seus
movimentos e suas posições no meio social a qual ela vive , aumentando
suas habilidades e o seu entendimento. As brincadeiras são de soberana
importância, pois a brincadeira de super-herói oferece a criança um sentido
de domínio, os jogos dramáticos permitem o desenvolvimento da linguagem,
da autonomia e desenvolve a cooperação em conjunto. Assim como a
matemática está presente na arte, na música, em história, na forma como
organiza seus pensamentos, nas brincadeiras e jogos infantis como na hora
de dividir porções de lanche, é aí que são construídos conhecimentos
matemáticos como tamanhos, distância, comprimento, cores e formas, pois
brincar é uma oportunidade para perceber as distancia desenvolver noções
de velocidades, duração, tempo, força, altura e fazer estimativas envolvendo
todas essas grandezas. Igualmente, podemos sobrepor a música, porquanto
é um meio de expressão de ideias e de sentimentos, mas também uma forma
de linguagem muito apreciada pelas pessoas. Desde muito cedo, a música
adquire grande importância na vida de uma criança. Além de sensações que
ela provoca com a experiência musical são também desenvolvidas
capacidades que serão importantes durante o crescimento infantil, entre elas
a audição. A Educação Infantil é um desafio para a Sociedade Brasileira, Para
uma boa formação, são necessários recursos e excelentes profissionais, para
proporcionar e desenvolver os recursos lúdicos (música, jogos/brincadeira,
matemática) essenciais na formação da educação infantil, uma vez que é
nesta fase da vida que são desenvolvidas o físico e o cognitivo infantil,
transformando o saber em uma atividade prazerosa de aprender.

Palavras-chave: Desenvolvimento. Atividades Lúdicas. Influência.


ABSTRACT

In Ancient Middle Ages, childhood did not exist, the fairy tale, and make
believe was unrelated to child, because this time, the child worked to help
support the family, this change was made after the emergence of the
Renaissance, for it was from this movement that the games and the games
were introduced in childish, which are fundamental for the development,
comes shortly after school, so education also becomes the responsibility of
schools and parents. However, the games and the games are determined
according to time and space that are developed according to their culture, their
own characteristics as defined by the rules of participation in the imaginary
situation. The adult role of childhood development is to provide diverse and
enriching experiences, so that children can strengthen their self-esteem and
develop their skills, and with that the games and activities provide a way to
integrate learning, cognitive, affective knowledge and social child. Childhood
is the most important stage of a human life, since this stage of life, the child
spread the reality with fantasy and together with the pedagogical methods of
teaching such as entering the game and playfully giving her the development
of their perception, their movements and their positions in the social
environment which she lives, increasing their skills and their understanding.
The games are sovereign importance; because the joke superhero offers the
child a sense of mastery, dramatic games allow the development of language,
develops autonomy and cooperation together. As mathematics is present in
art, music, history, how he organizes his thoughts on games and children's
games like the time to divide portions of snack therein are constructed
mathematical knowledge as size, distance, length, colors and shapes,
because play is an opportunity to realize the distances develop notions of
speed, duration, time, height, strength and do all estimates involving these
quantities. Also, we can override the music, because it is a means of
expression of ideas and feelings, but also a form of language much
appreciated by the people. From early on, the music is of great importance in
the life of a child. Apart from that it causes sensations with musical experience
are also developed skills that will be important for children's growth, including
the hearing. Preschool education is a challenge for the Brazilian Society For
good training resources are needed and excellent professionals, to provide
and develop recreational resources (music, games / play, mathematics)
essential in the training of early childhood education, since it is this stage of
life the child's cognitive and physical are developed, transforming knowledge
into a pleasurable activity to learn.

Key-words: Development. Playful activities. Influence.


METODOLOGIA

Propendendo a otimização deste trabalho, o respectivo estudo compreenderá


elementos de pesquisa qualitativa, sendo que esse tipo de abordagem é
inerente ao pesquisador, pois propicia uma maior inserção na interpretação
dos dados.
Para o desenvolvimento do projeto proposto, pretende-se observar uma turma
de uma escola de Educação Infantil, contendo aproximadamente 25 alunos,
com idades variando entre 0 e 6 anos.

Na pesquisa serão usadas as seguintes técnicas de coleta de dados dos


resultados obtidos.

- Pesquisa documental: obtidos a partir de análise de documentos.


- Pesquisa bibliográfica: obtida a partir de livros científicos, dicionários,
enciclopédias, anuários, publicações periódicas e impressos diversos.

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
CAPITULO I 2
2. CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DO LÚDICO. 3
CAPITULO II 5
3. O DESENVOLVIMENTO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO 6
CAPITULO III 7
4. O PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA LUDICIDADE 8
CAPITULO IV 11
5. A CONTRIBUIÇÃO PEDAGÓGICA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL 12
6. A MATEMÁTICA NA APRENDIZAGEM LÚDICA 15
ANEXO C – Modelagem 18
ANEXO D – Altura e Medidas (Maior/Menor) 18
CAPITULO V 19
7. O FAZ-DE-CONTA: PONTE ENTRE A REALIDADE E A FANTASIA 20
CAPITULO VI 21
8. MÚSICAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL. 22
8.1 A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO 24
CAPITULO VII 26
9. PSICOMOTRICIDADE 27
9.1. A EDUCAÇÃO INFANTIL 29
9.2. A PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 31
9.3. ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA 35
9.4. ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EQUILÍBRIO 36
9.5. LATERALIDADE 37
9.6. ESQUEMA CORPORAL 39
10. CONCLUSÃO 42
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 43
12. ANEXOS. 45
 Anexo A – Imagem de jogos infantis (Tangram – Bloco Quadriculado) 45
 Anexo B – Imagem de jogos infantis (Dominó) 45
 Anexo C – Modelagem 45
 Anexo D – Altura e Medidas (Maior/Menor) 45
1

1. INTRODUÇÃO

A infância é a fase que mais importante da vida, pois é nela que


desenvolvemos a nossa capacidade física e psíquica. As formas lúdicas de
ensinar proporciona grandezas primordiais, como, a capacidade de sonhar,
imaginar, jogar, trazendo o faz de conta para a realidade.

Entretanto, a contribuição pedagógica do jogo e da brincadeira proporciona o


aumento das habilidades e do entendimento, favorecendo o entendimento de
certos princípios da vida, como: colaboração, divisão, liderança, obediência ás
regras e a competição.

A veemência pelo tema foi estimulada através de ações lúdicas, pois é um


recurso importantíssimo, eles possibilitam a produção do saber, auxiliando,
assim, a formação de seres críticos e ativos sob a realidade do seu cotidiano
e despertando uma maior consciência de si mesmo.

Almejando auxiliar o desenvolvimento pleno das crianças utilizando-se o


lúdico, essa pesquisa esta inserida na área de psicomoticidade e voltada para
a Educação infantil II, relacionando o papel que o lúdico desempenha,
quando aplicado aos processos de aprendizagem. Espera-se, desse estudo
que ele possa contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos lúdicos
quando aplicados ao processo de aprendizagem, igualmente esperamos que
professores e educadores possam partindo desta pesquisa levantar
informações que levem a otimização do seu trabalho.

Por esse motivo essa pesquisa tem como objetivo geral analisar, identificar e
caracterizar a importância de se utilizar recursos lúdicos, no processo de
aprendizagem de crianças de educação infantil, na faixa etária compreendida
entre 0 a 6 anos.

.
2

CAPITULO I
3

2. CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DO LÚDICO.

Durante muito tempo, a educação da criança foi considerada uma


responsabilidade das famílias ou grupo social ao qual ela pertencia. Era
junto aos adultos e outras crianças com os quais convivia que a criança
aprendia a se tornar membro deste grupo, a participar das tradições que
eram importantes para ele e a dominar os conhecimentos que eram
necessários para a sua sobrevivência material e para enfrentar as
exigências da vida adulta. Por um bom período na história da humanidade,
não houve nenhuma instituição responsável por compartilhar esta
responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade da qual
este faziam parte. Isso nos permite dizer que a educação infantil, como nós
conhecemos hoje, realizada de forma complementar a família, é um fato
muito recente. Nem sempre ocorreu do mesmo modo, tem, portanto, uma
história. (Bujes, 2001, p.13).

A infância, na Antiga Idade Média não existia, as crianças eram vistas como
adultos, trabalhavam como tal, para ajudar o sustento da família, elas não
tinham sonhos e nem fantasias. Esta realidade se modificou com o
surgimento do renascimento.

Segundo Kishimoto, (1999, p. 28):

O jogo serviu para divulgar princípios éticos, morais, conteúdos de história e


geografia e outros, a partir do Renascimento, o período de ‘compulsão
lúdica’. O Renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o
desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Ao atender
necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para a
aprendizagem dos conteúdos escolares.

Desta forma, os jogos começaram a ter importância e um destaque especial,


sendo reconhecidos como instrumentos eficazes no desenvolvimento
cognitivo e no processo educacional da criança.

Tempos depois surgiram as escolas. Logo, nota-se que o processo


educacional sofreu significativas mudanças. A educação da criança que era
responsabilidade exclusiva dos pais também ficou como responsabilidade da
escola.
4

A partir do Renascimento, o brinquedo (tratando-se do objeto) foi, aos


poucos, substituindo as brincadeiras que eram realizadas em coletivo (adultos
e crianças). Tornou-se, então, o modo mais comum de brincadeira desfrutada
pelas crianças, sendo este um meio de ligação entre a criança e o mundo.
Benjamin (1984, p. 85), ressalta que a princípio, os brinquedos surgem das
relações que se estabeleciam na própria cultura.

Numa sociedade aonde a base da economia vinha de uma produção


artesanal, os brinquedos eram feitos de uma produção artesanal, os
brinquedos eram feitos juntos com os adultos, favorecendo a interação
criança/adulto. O brinquedo feito dessa maneira, junto com os adultos, faz
dele um objeto da cultura e de inserção nessa criação e da imaginação da
criança que se envolve com o brinquedo. Benjamin sinaliza que, a partir da
segunda metade do século XIX, quanto mais à industrialização avança,
mais o brinquedo deixa de ser parte do contexto familiar para se emancipar .

As crianças de hoje não desfrutam das brincadeiras culturais como nos


tempos passados, deixam de brincar da forma mais gostosa, que é a
brincadeira de transformar objetos em brinquedos, como construir uma pipa
com folha de papel, transformar um cabo de vassoura em cavalo. Hoje os
brinquedos utilizados pelas crianças são mais industrializados. Nesse sentido,
o lúdico vem resgatar a essência da brincadeira e fazer parte da vida social
da criança.

O brinquedo é um dos reveladores de nossa cultura. Obedece a lógica de


uma época, objeto de consumo, meio de descobrir o mundo da técnica,
expressão cultural relacionada com imagens e saberes. O brinquedo
incorpora nossos conhecimentos sobre a criança ou, ao menos, as
representações largamente defendidas, que circulam as imagens que nossa
sociedade é capaz de segregar.
5

CAPITULO II
6

3. O DESENVOLVIMENTO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO

“O desenvolvimento da criança acontece


através do lúdico”
Jean Piaget

Associa-se o lúdico ao sentimento de prazer, do prazer em se fazer, realizar


algo, de gostar de fazer, da alegria do contentamento.
O desenvolvimento educacional da criança relaciona-se ao núcleo de um
ensino voltado para o seu pensamento, entende-se que o professor exerce o
seu papel como formador, mediador, no qual precisa agir e mudar o rumo de
suas aulas.
John Dewey, filósofo norte-americano que critica a educação como mera
transmissão de conhecimentos, cultivado pelas escolas e propõe uma
aprendizagem por meio de jogos, criticando aqueles que utilizam a atividade
lúdica como simplesmente uma excitação física.

Sabin (2004) apresenta três pilares para o sucesso na utilização dos jogos
nas escolas, educadores preparados, estrutura escolar e planejamento
adequado e boa variedade de jogos à disposição.
Percebe-se, portanto, que tanto o conceito de jogo como de infância são
estabelecidos culturalmente. Desse modo, entendemos o jogo como uma
atividade lúdica em que crianças e/ou adultos participam de uma situação de
engajamento social num tempo e espaços determinados, como características
próprias delimitadas pelas próprias regras de participação na situação
"imaginária" (LEAL, 2005).
7

CAPITULO III
8

4. O PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA LUDICIDADE

Segundo Craidy e Kaercher (2001, p. 16), “a educação da criança pequena


necessita de dois processos indissociáveis: educar e cuidar”.

Educar, esse processo tem variado bastante em cada creche e pré-escola.


Quando se trata de classes populares, costuma-se educar para a submissão,
disciplinamento, obediência e silêncio, aplicam-se atividades como no ensino
fundamental: papel, lápis, jogos de mesa – tarefas rotineiras.
Cuidar no sentido de fornecer segurança e realizar atividades de cuidados
primários como higiene, sono, alimentação, e isso incluem preocupações.

Dessa forma, na prática, a dimensão educativa desconhece um modo atual


de ver as crianças: como sujeitos que vivem um momento em que predomina
o sonho, a fantasia, a afetividade, a brincadeira e as manifestações
individuais. A infância passa a ser uma passagem corrida na vida como todas
as outras de nossas vidas, tendo consequências afetivas, emocionais, físicas
e até mesmo psicológicas.

Segundo Teles (1999, p.38),

É muito raro que os professores se percebam


incompetentes, e por isso, sempre atribuem o insucesso do
seu trabalho a fatores externos. Não percebem as
deficiências de sua formação, como são resistente às
mudanças, o seu autoritarismo, a falta de diálogo e de
clareza nas relações interpessoais da instituição, o debate
disfarçado de perspectivas diferentes, o desinteresse e a
falta de criatividade.

Segundo o autor, educar não é somente passar e sim ajudar a criança a


tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade.

Na educação infantil faz-se necessário que o professor utilize músicas de


diversos tipos/estilos para que venha estimular nas crianças o hábito de ouvir
9

e apreciar cada instrumento, e também a vivência da organização dos sons e


silêncios em linguagens musicais pelo fazer e pelo contato da obra.

May (1975, p. 42), defende a ideia de que:

“O talento pode ter correlatos neurológicos, e pode ser


estudado como algo que foi “dado” à pessoa. O indivíduo pode
ter talento, quer faça uso dele ou não; pode ser a medida da
pessoa. Mas a criatividade só existe no ato.”.

O papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil é proporcionar


experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças
possam fortalecer sua autoestima e desenvolver suas capacidades.

O professor deve criar possibilidades onde as crianças possam entregar-se


aos jogos e atividades orientadas para fins visados pela educação como
afirma o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998, p.23):

Na instituição de Educação Infantil, podem-se oferecer as crianças


condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas
advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens
orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, porém, que essas
aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no
processo de desenvolvimento infantil.

O lúdico está inserido nos projetos pedagógicos da educação e para se ter


dentro da educação infantil o desenvolvimento dessas atividades educativas o
professor deve ser incentivador e orientador, deve se preocupar em fazer a
criança pensar, tomar consciência de si e do mundo e ser capaz de junto a
ela construir uma história.

É importante analisar junto com o aluno as situações de aprendizagem e as


situações de erro, para que estas se construam em situações de
10

aprendizagem reafirmando o que vem dizer o Referencial, Curricular Nacional


de Educação Infantil (1998, p. 29):

É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças


recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do
conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nessa
perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva
determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou
atitudes explicitas com aquelas nas quais os conhecimentos são
experimentados de uma maneira espontânea e destituídos de objetivos
imediatos pelas crianças. Pode-se, entretanto, utilizar os jogos,
especialmente àqueles que possuem regras, como atividades didáticas. É
preciso, porém que o professor tenha consciência que as crianças não
estarão buscando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos
em questão.

Com isso podemos definir, a partir de uma escolha criteriosa das ações
lúdicas mais adequadas para cada criança que é necessário propor desafios
a partir da escolha de jogos, brinquedos e brincadeiras determinadas por
adulto responsável. Essas atividades têm propósitos claros de promover o
acesso à aprendizagem e ajudar no conhecimento cognitivo, afetivo e social.

É importante entendermos que as mudanças que ocorrem com as crianças,


ao longo da infância, são muito importantes e que algumas delas jamais se
repetirão. Elas encontram maneiras peculiares e muito originais de se
expressar. É capaz através do brinquedo, do sonho e da fantasia de viver
num mundo que é apenas seu. Elas apresentam muitas diferenças e isso não
deve ser desprezado nem tratá-las como desiguais.

Segundo Ribas; Carvalho; Alonso (2003, p.54):

A prática pedagógica do professor não é neutra nem deve ser burocrática.


Sua ação deve ser intencionalmente definida e comprometida filosófica e
socialmente. O professor não poderá realizar o seu trabalho sem que, antes,
explicite as suas concepções teóricas, nas quais esteja presente a sua
opção por uma teoria de conhecimento que oriente uma prática repetitiva ou
reflexiva.

Neste sentido, torna-se necessário que o professor invista em sua formação


com estudos, pesquisas, cursos preparatórios e especializados, mantendo-se
informado e se dedique o suficiente para desenvolver bem a sua função.
11

CAPITULO IV
12

5. A CONTRIBUIÇÃO PEDAGÓGICA DO JOGO E DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A fantasia da criança é alimentada por brincadeiras diárias, jogos recreativos,


desenvolvendo à sua percepção, seus movimentos, suas posições, com
varias regras e brincadeiras, diferenciando os jogos e outros recursos, que
venham de encontro as suas necessidades. Entretanto, o seu
desenvolvimento depende de recursos como materiais pedagógicos, para que
possam aprender de maneira lúdica.
Devemos levar em conta a credibilidade dos educadores, pois muitos são
despreparados, pois muitas vezes não tem formação adequada, ocorrendo
então fatos como à falta de dinamismo, de comunicação, e de força de
vontade, e não tendo suporte às atividades ficam incompletas, sem lógica,
isto originará a falta de entendimento por parte das crianças.

Para Piaget (1951), no livro: A Psicologia da Criança, o jogo é o fator de


grande importância no desenvolvimento cognitivo. O conhecimento não deriva
da representação de fenômenos externos, mas sim, da interação da criança
com o meio ambiente, isto nos demonstra que não existe um lugar certo para
a criança brincar e se divertir.
Segundo Piaget (1976, p.160) Os jogos não são apenas uma forma de
desabafo ou entretenimento, para gastar energias das crianças, mas meios
que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. O jogo é,
portanto, sob as suas duas formas essenciais ao exercício sensório-motor e
de simbolismo, uma assimilação da real atividade própria, fornecendo a esta
seu alimento necessário e transformando, o real em função das necessidades
múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças
exigem a todos que se forneça ás crianças um material conveniente
exteriores a inteligência infantil.
13

Para Vygotsky (1998) diferente de Piaget, considera que o desenvolvimento


ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são
construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o
desenvolvimento como Piaget e para os sujeitos não é ativo nem passivo: é
interativo. Afirma que na brincadeira "a criança se comporta além do
comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário no
brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na realidade" na sua visão,
a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal favorecendo e
permitindo que as ações da criança ultrapassem o desenvolvimento real já
alcançado permitindo-lhe novas possibilidades de ação sobre o mundo. Fala
do faz de conta, e Piaget fala do jogo simbólico, e pode-se dizer segundo
Oliveira (1997), que são correspondentes. O brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal na criança.
O jogo e a brincadeira têm papel fundamental no desenvolvimento da criança,
em seus primeiros anos de vida, sua capacidade de sonhar, imaginar e jogar
com a realidade são primordiais.
O desenvolvimento da contribuição pedagógica do jogo e da brincadeira
proporciona o aumento das suas habilidades e no seu entendimento.
Em nossa sociedade, poucas pessoas entendem a importância da brincadeira
para o desenvolvimento físico e psíquico das crianças. Mas, o ato de brincar
não se limita a um simples passatempo sem funções, que serve apenas para
entreter ás crianças em atividades divertidas, mas o ato de brincar sozinho ou
com outras crianças favorece o entendimento de certos princípios da vida,
como: colaboração, divisão, liderança, obediência ás regras e a competição.
Através da brincadeira, a criança perceberá o mundo ao seu redor, testando
suas habilidades físicas como correr e pular, funções e papéis sociais como: o
médico, o mecânico. Aprendendo as regras e colhendo os frutos de suas
ações sendo elas boas ou não. Para a criança é importante descobrir,
inventar, exercitar, conferir suas habilidades. O brinquedo proporciona a
iniciativa: autoconfiança: estimula aprendizagens, o desenvolvimento da
linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
A aprendizagem é o processo através, do qual a criança se apropria
ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que seu grupo social
pertence, necessitando interagir com outros seres humanos, especialmente
14

com adultos mais experientes. (Livro Psicologia da Educação: Claudia Davis e


Zilma de Oliveira, pg. 20).
15

6. A MATEMÁTICA NA APRENDIZAGEM LÚDICA

Enquanto brinca, a criança pode ser incentivada a realizar contagens,


comparação de quantidades, identificar algarismos, adicionar pontos durante
a brincadeira, perceber intervalos numéricos, isto é, iniciar a aprendizagem de
conteúdos relacionados ao desenvolvimento do pensar aritmético.
Para Smole, 2000, a ação pedagógica em matemática organizada pelo
trabalho em grupos não apenas propicia troca de informações, mas cria
situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação
e do respeito mútuo entre os alunos, possibilitando aprendizagens
significativas. Além de favorecerem as noções matemáticas, o trabalho com
as brincadeiras e jogos deve servir para que os alunos de Educação Infantil
ampliem suas competências pessoais, entre elas as corporais.
A matemática está presente na arte, na música, em história, na forma como
organiza seus pensamentos, nas brincadeiras e jogos infantis. Contudo, é
importante pensarmos que tipo de materiais pode disponibilizar para as
crianças a fim de possibilitar-lhes tais descobertas.
Existem muitas formas de trabalhar com a matemática na escola Infantil. Ela
está presente na arte, na música, em histórias, na forma como se organiza os
seus pensamentos, as brincadeiras e jogos infantis e na hora de dividir
porções de lanche, é aí que são construídos conhecimentos matemáticos
como tamanhos, distância, comprimento, cores e formas. Uma criança
aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la.
Descobrem coisas iguais e diferentes, organizam, classificam e criam
conjuntos, estabelecem relações, observam os tamanhos das coisas, brincam
com as formas, ocupam um espaço e assim, vivem e descobrem a
matemática.
Proporcionamos um ambiente "matematizador" com brincadeiras, jogos e
atividades lúdicas, interativas e desafiadoras, capaz de encorajar os alunos a
propor soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, desenvolver
noções matemáticas e raciocínio.
16

"Enquanto brinca a criança pode ser incentivada a realizar contagens,


comparar quantidades, identificar algarismos, adicionar pontos que fez
durante a brincadeira, perceber intervalos numéricos, isto é, iniciar a
aprendizagem dos conteúdos relacionados ao desenvolvimento do pensar
aritmético. Por outro lado, brincar é uma oportunidade para perceber as
distancias desenvolver noções de velocidades, duração, tempo, força, altura e
fazer estimativas envolvendo todas essas grandezas."(Smole, Diniz e
Cândido, 2000, pg. 16).
Desde cedo as crianças devem ser acostumadas a ouvir uma linguagem
matemática empregada em diferentes contextos para que possam fazer a sua
própria construção de significado na interação com os colegas e adultos do
seu meio.
17

Anexo A – Imagem de jogos infantis (Tangram – Bloco


Quadriculado)

O Tangram estimula a percepção das formas geométricas e suas diversas


possibilidades de composição. Permite que a criança explore o espaço,
criando novas figuras a partir de outras.

Anexo B – Imagem de jogos infantis (Dominó)

O dominó é um jogo que permite á criança tanto descobrir a igualdade e a


diferença, como explorar este universo das quantidades, importante para a
construção do conceito de número.
18

ANEXO C – Modelagem

Explora-se a modelagem em diferentes circunstancias. Utilizando argila e


massa de modelar criando figuras e formas, seriando e classificando.
Confeccionando massa de pão, estudando as medidas e as quantidades de
ingredientes necessários para fazê-la.

ANEXO D – Altura e Medidas (Maior/Menor)

Propondo experiências com altura - Medimos a altura de nossos colegas


identificando o maior e o menor, e comparamos entre si e com objetos
presentes na sala de aula, através do olhar ou da utilização de instrumentos
de medida, convencionais ou não. Com tiras de papel pardo representamos a
altura de cada criança e compomos um gráfico de barras em ordem
crescente;
19

CAPITULO V
20

7. O FAZ-DE-CONTA: PONTE ENTRE A REALIDADE E A FANTASIA

BOMTEMPO (2001) no livro Uma vida para seu filho, escrito pelo teórico
Bettelheim (1988), destaca que por meio das fantasias imaginarias e das
brincadeiras é possível que as crianças possam sobressair das pressões que
sofrem na realidade do cotidiano. Dessa maneira, podem utilizar do
imaginário da fantasia para representar um personagem de ira em jogos de
luta ou preencherem seus desejos de grandeza, autora cita como exemplo,
quando a criança imagina ser um super- herói.
Kostelnik(1986) citam algumas características dos super-heróis e heroínas.
Como exemplos têm: a bondade, a sabedoria, a coragem entre outros;
solucionar qualquer problema e ultrapassar obstáculos e etc. As crianças são
atraídas pelas imagens do super-herói e tenta imitá-lo, pois elas são
conscientes do poder que o adulto tem no mundo.

Brincando, portanto, a criança coloca-se num papel de poder, em que ela


pode dominar os vilões ou as situações que provocariam medo ou que a
fariam sentir-se vulnerável e insegura. A brincadeira de super-herói, ao
mesmo tempo em que ajuda a criança a construir a autoconfiança, leva-a a
superar obstáculos da vida real, como vestir-se, comer um alimento sem
deixar cair, fazer amigos, enfim, corresponder às expectativas dos padrões
adultos. (LEVINZON, 1989, apud, BOMTEMPO, 2001, p. 66).

A maioria dos adultos caracteriza como prejudicial caótico e violento a


fantasia das crianças. Mas a brincadeira de super-herói é necessário para a
criança obter um sentido de domínio, os jogos dramáticos permitem o
desenvolvimento da linguagem, da autonomia e desenvolve a cooperação.
.
Na maioria das vezes a fantasia das crianças incomoda os pais, eles não
compreendem o sentido que atribuem à televisão ou busca de diversão.
Bettelheim (1988) explica que esse tipo de necessidade é característica da
21

criança, pois, não foi lhe dado cultivar sua própria vida interior que, em parte,
acontece na brincadeira de faz de conta.

CAPITULO VI
22

8. MÚSICAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

Para a pesquisadora Esther Beyer (1988), os primeiros anos de vida


influenciam uma grande parte do desenvolvimento geral das crianças. Neste
período, as crianças estão mais receptivas às aprendizagens e cabe aos
educadores, encontrar meios que contribuam para o desenvolvimento infantil.
Nesse sentido, um aspecto importante do desenvolvimento humano diz
respeito ao desenvolvimento neurológico e a primeira infância é a fase mais
rica para formação das sinapses - conexões dos neurônios - que se formam
como “pontes”, ampliando a capacidade cerebral. A música nesse processo,
segundo os estudos, é um dos estímulos mais potentes para ativar os
circuitos do cérebro.

Para Melo (2009), a música é um meio de expressão de ideias e de


sentimentos, mas também uma forma de linguagem muito apreciada pelas
pessoas. Desde muito cedo, a música adquire grande importância na vida de
uma criança. Além de sensações que ela provoca com a experiência musical
são também desenvolvidas capacidades que serão importantes durante o
crescimento infantil.

Em condições normais no ser humano, os órgãos responsáveis pela audição


começam a se desenvolver no período de gestação, por isso a estimulação
auditiva na infância tem papel fundamental. Sabe-se que os bebês reagem a
sons ainda no útero materno e sabe-se também que a música, desde que
apropriadamente escolhida, pode acalmar os recém-nascidos.

Ouvir música não deve ser uma atividade imposta e sim realizada com prazer,
pois somente assim os benefícios serão obtidos de forma natural, como
23

sempre deve ocorrer na relação entre pais e filhos. A música vai além daquilo
que ouvimos. Quando inserida na rotina das crianças e dos adolescentes, as
canções contribuem para o desenvolvimento neurológico, afetivo e motor da
criança. (MELO, 2009).
A música, por seu poder criador e libertador, torna-se um poderoso recurso
educativo a ser utilizado na Pré-Escola. É preciso que a criança crie o hábito
de expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de sua vida, para que
a música venha a se constituir em faculdade permanente de seu ser, e
representar uma importante fonte de estímulos, de equilíbrio e de felicidade
para a criança. Assim, na educação infantil os fatos musicais devem induzir
ações, comportamentos motores e gestuais - ritmos marcados caminhando,
batidos com as mãos, e até mesmo falados-, inseparáveis da educação
perceptiva propriamente dita.
24

8.1 A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO

As mudanças políticas, econômicas e culturais que ocorrem na sociedade,


atualmente, e o grande volume de informações estão se refletindo no
ensino, exigindo, desta forma, que a escola seja um ambiente estimulante,
que possibilite à criança adquirir o conhecimento de maneira mais motivada
em movimentos de parceria, de trocas de experiências, de afetividade, do
ato de aprender a desenvolver o pensamento critico reflexivo. (BASTOS e
MARQUES HARLOS, 2009).

A música segundo JEANDOT (1997, p.12) “é considerada uma linguagem


universal, divida em muitos dialetos, pois cada cultura tem sua forma de
produzi-la, tocar seus instrumentos e maneiras peculiares de utilizá-la.”

Para GAIO; MENEGHETTI ( 2004, p. 98 ) refletem que é na sala de aula


que o aluno revela suas facetas, mostrando seus monstros internos ou sua
genialidade até então desconhecida. É nesse espaço que o sujeito é
obrigado a conviver com outros sujeitos, tendo eles pensamentos diferentes
dos seus. O aluno traz para a sala de aula atitudes normal do seu cotidiano,
não conseguindo deixar de lado a sua bagagem histórica. A música pode
revelar como o individuo vê a sociedade em que vive e é a partir da análise
das letras e da expressão corporal que o aluno pode demonstrar o que
subtende-se ser visão que o mesmo tem do mundo e dos valores humanos.
Não somente isso, a música pode ser o ponto de partida para a busca de
inúmeras informações e valorização da cultura de um povo.

A música é uma ferramenta que não necessita de grandes recursos,


necessitando apenas de professores e alunos. A música pode ser
desenvolvida por sons eletrônicos, palmas e assovios, de forma que as
crianças vivem um mundo de aprendizado, desenvolvendo as suas funções
motoras e cognitivas.
25

Conforme WEIGEL (1998, p.10) explica em seu livro, podemos destacar os


seguintes componentes principais da música:
SOM: é o tempo de ressonância dos sons, podendo ser eles longos ou
curtos.
RITMO: é o tempo de ressonância dos sons, podendo ser eles longos ou
curtos.
MELODIA: é o sequenciado rítmico que foi ordenado adequadamente;
HARMONIA: é o que combina os sons simultaneamente de forma
harmoniosa e melódica.
Na escola, principalmente nos primeiros anos escolares as crianças passam a
desenvolver seus aspectos cognitivos, motores, linguísticos e psicomotores.
O desenvolvimento psicomotor ocorre com o apoio da música, uma vez que o
ritmo é uma sequência que gera movimentos, tais movimentos refletem numa
bagagem psicomotora rica, já que o movimento é tudo na vida de qualquer
pessoa e tão mais importante na vida de uma criança, pois sem ele a criança
enfraqueceria física e mentalmente. (WEIGEL 1998, p.14).
26

CAPITULO VII
27

9. PSICOMOTRICIDADE

A Psicomotricidade envolve toda ação realizada pelo indivíduo; é a integração


entre o psiquismo e a motricidade, buscando um desenvolvimento global,
focando os aspectos afetivos, motores e cognitivos, levando o indivíduo à
tomada de consciência do seu corpo por meio do movimento.
Este estudo pontua também algumas fases fundamentais dentro do processo
de desenvolvimento motor infantil de grande relevância, com o intuito de
auxiliar pedagogos e professores, para que entendam os conceitos da
Psicomotricidade e sua importância no processo de aprendizagem das
crianças na Educação Infantil.

Le Boulch (1985, p. 221) observa que “75% do desenvolvimento psicomotor


ocorrem na fase pré-escolar, e o bom funcionamento dessa área facilitará o
processo de aprendizagem futura”.

Portanto, é importante que o professor da Educação Infantil tenha consciência


de que a criança atua no mundo por meio do movimento; daí a importância de
o professor conhecer o desenvolvimento motor e suas fases, para que seja
capaz de propor atividades fundamentadas nos conceitos da
psicomotricidade, criando currículos e projetos em que as crianças utilizem o
corpo como meio para explorar, criar, brincar, imaginar, sentir e aprender.

Num ambiente altamente favorável, o nosso menino ou menina pode


encontrar possibilidade de retirar o máximo proveito de suas potencialidades
inatas. Num ambiente diferente e hostil, apenas algumas dessas
potencialidades básicas poderão exprimir-se (GESELL, 2003, p. 42).
28

O processo educativo não deve basear-se somente em teorias, mas também


na força das relações afetivas; quando as crianças vivem em um ambiente
que as compreende, elas se tornam mais autoconfiantes. Dessa forma, a
qualidade na relação entre professor e aluno é fundamental no processo
pedagógico.

Há algum tempo, as crianças experimentavam de maneira espontânea, por


meio do brincar diário, atividades motoras suficientes para que
adquirissem habilidades motor as mais complexas. Os verbos brincar,
aprender e crescer eram indissociáveis.

A infância hoje é bem diferente; algumas mudanças aconteceram; a


urbanização, a necessidade de segurança e o avanço tecnológico são fatores
que diminuíram os espaços e a liberdade para que as crianças pudessem
simplesmente brincar.

É nesse momento que a escola deve ser a grande aliada, não somente para
garantir um futuro profissional brilhante para essas crianças como também, do
mesmo modo, ajudando-as se tornar indivíduos autônomos, criativos e
críticos.
29

9.1. A EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil no Brasil não é uma preocupação muito antiga, durante


muito tempo o papel das escolas que atendiam crianças de 0 a 5 anos era de
caráter apenas assistencialista, hoje quebramos o paradigma de que nessa
faixa etária elas vão à escola somente para “brincar” e entendemos que a
função de brincar é também um processo educativo para novas descobertas
cognitivas e de importância na relação que a criança estabelece com os
objetos e com os grupos.

O atendimento institucional à criança no Brasil e no mundo mostra, ao longo


de sua história, concepções diferentes sobre sua finalidade social e
formadora. A criança é um indivíduo dotado de capacidades e que necessita
de um ambiente favorável, estável, acolhedor e construtivo para se
desenvolver. Como nem sempre a vivência familiar favorece esses
elementos, é dever da escola oportunizá-las nas melhores condições
possíveis.

A partir da Constituição Federal de 1988, a Educação Infantil em creches e


pré-escolas passou a ser, do ponto de vista legal, dever do Estado e direito da
criança (Art. 208, inciso IV). Com a implantação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), o MEC, a fim de orientar as escolas,
elaborou em 1998 o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (1998, volume 3, p. 23). Nele está:

Nesse processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das


capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais,
30

afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a


formação de crianças felizes e saudáveis.

Entendendo a importância da pré-escola como etapa anterior ao Ensino


Fundamental de grande relevância no desenvolvimento da criança e para as
aquisições de aprendizagens futuras, a LDB, por meio da Lei nº 12.796, de
2013, alterou o seu Art. 6º, obrigando pais e responsáveis a matricular a
criança na Educação Básica a partir dos quatro anos de idade.

Nesses novos tempos, o desafio é estimular a criança na Educação Infantil


sem perder a ludicidade, levando à criança atividades adequadas e
prazerosas, respeitando sempre as características individuais. A Educação
Infantil tem como propósito o desenvolvimento integral da criança, numa
linguagem que consente que as crianças ajam sobre o físico. Por isso, é de
extrema importância a abordagem da Psicomotricidade nessa etapa do
desenvolvimento infantil, possibilitando que ela compreenda o seu corpo e as
maneiras de se expressar por meio dele, localizando-se no tempo e no
espaço.

Segundo Freire (1989, p. 20),

O significado, nessa primeira fase da vida, depende, mais que em qualquer


outra, da ação corporal. Entre os sinais gráficos de uma língua escrita e o
mundo concreto, existe um mediador, às vezes esquecido, que é a ação
corporal.

Atualmente, é bastante comum nas pré-escolas brasileiras a “preparação para


a prontidão”, que seria um treinamento, antecipação, aceleração ou
preparação para o 1º ano do Ensino Fundamental. Kramer (2007, p. 25)
afirma:

Por não levarem em consideração os determinantes sociológicos e


antropológicos do processo educacional e por terem uma concepção da
31

criança apenas como “futuro adulto” é que tais estratégias se voltam apenas
à preparação.

Nessa perspectiva, muitas escolas de Educação Infantil não dão a devida


importância para a estruturação do desenvolvimento psicomotor, que é a base
determinante para a aquisição das novas aprendizagens dentro e fora da
escola.
9.2. A PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Desde a Antiguidade o corpo humano é valorizado. É possível perceber no


pensamento da cultura grega o culto ao esplendor físico, retratado
principalmente nas suas obras de arte e esculturas existentes até os dias
atuais nos templos da Grécia. A história conta que, por longo tempo, o ser
humano foi entendido de forma fragmentada, separando o corpo e a alma;
esse dualismo sempre foi motivo de estudo.

Ao longo dos tempos, vários pensamentos românticos tentaram explicar essa


relação entre corpo e mente; porém, a partir de alguns pensamentos mais
radicais, no século XIX o termo Psicomotricidade apareceu pela primeira vez
num discurso médico, mais especificamente neurológico, para nomear as
zonas do córtex cerebrais situadas além das regiões motoras.

A história do saber da Psicomotricidade representa já um século de esforço


de ação e de pensamento; a sua cientificidade, na era da cibernética e da
informática, vai-nos permitir certamente ir mais longe da descrição das
relações mútuas e recíprocas da convivência do corpo com o psíquico. Essa
intimidade filogenética e ontogenética representa o triunfo evolutivo da
espécie humana, um longo passado de vários milhões de anos de
conquistas psicomotoras (FONSECA, 1988, p. 99).

Considerado o Pai da Psicomotricidade, Dupré, neuropsiquiatra francês, em


1909 foi uma figura de grande importância para o âmbito psicomotor, já que
afirmou a independência da debilidade motora com um possível correlato
neurológico. Depois desvincula e estabelece as diferenças entre elas,
32

constatando que é possível ter dificuldades motoras sem alterações


intelectuais e vice-versa.

Em 1947, Julian Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine a concepção de debilidade


motora, considerando-a uma síndrome com suas particularidades próprias, e
delimita com nitidez os transtornos psicomotores que hesitam entre o
neurológico e o psiquiátrico. Nesse momento, a influência da Neuropsiquiatria
é determinante. O corpo é apenas um instrumento, uma ferramenta de
trabalho para o reeducador que se propõe a consertá-lo, visando corrigir
distúrbios e preencher lacunas de desenvolvimento das crianças
excepcionais.

A Psicomotricidade passa a ser entendida como uma ciência que estuda o


indivíduo em função de seus movimentos, sua realização, seus aspectos
motores, afetivos, cognitivos, resultados da relação do sujeito com o seu meio
social.

Como se pode notar, a Psicomotricidade tem o objetivo de enxergar o ser


humano em sua totalidade, nunca separando o corpo (sinestésico), o sujeito
(relacional) e a afetividade; sendo assim, ela busca, por meio da ação
motora, estabelecer o equilíbrio desse ser, dando lhe possibilidades de
encontrar seu espaço e de se identificar com o meio do qual faz parte
(GONÇALVES, 2011, p. 21).

No Brasil, a Psicomotricidade desenvolveu-se pela vertente da Educação


Física e, até os anos 1980, a Psicomotricidade na escola ocupava-se apenas
dos problemas e das dificuldades ligadas às estruturas psicomotoras de base,
como andar, saltar, correr, observar equilíbrio, lateralidade e noção espaço-
corporal, entre outros. Nos dias atuais, os educadores e outros profissionais
que atuam na escola devem procurar especializar-se em atender a demanda
que as crianças trazem para o ambiente escolar, a fim de transformar o
conceito de reeducação para o de educação em sua definição mais ampla. A
partir dessas novas contribuições, a Psicomotricidade diferencia-se de outras
disciplinas, adquirindo suas próprias especificidades.

Segundo a etimologia, a palavra Psicomotricidade é formada por dois termos


de diferentes: a palavra psyché, traduzida por “alma”, e a palavra
33

latina motorius, traduzida por “que tem movimento”. Diversos autores e


estudiosos da Psicomotricidade registram definições a respeito dessa ciência
e, dentro da perspectiva deste estudo, destacamos a definição dada pela
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade:

A Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo do


homem através do seu corpo em movimento em relação ao seu mundo
interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir
com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao
processo de maturação, em que o corpo é a origem das aquisições
cognitivas, afetivas e orgânicas. Psicomotricidade, portanto, é um termo
empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em
função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua
individualidade e sua socialização.

É pelo seu corpo que a criança vai descobrir o mundo, explorar situações,
experimentar sensações, expressando-se, percebendo-se e percebendo o
que as cerca. Por meio da interiorização das sensações, à medida que a
criança se desenvolve e quanto mais o meio oferecer condições, ela vai
ampliando suas percepções e controlando seu corpo.

É por meio do movimento que a criança explora o mundo exterior e é por


essas experiências concretas que são construídas as noções básicas para o
desenvolvimento intelectual. Por isso, a importância de que a criança viva o
concreto; é a partir dessa exploração que ela desenvolve a consciência de si
e do mundo externo.

Desde os primeiros dias de vida a criança se desenvolve de forma contínua, e


é pelo movimento que a criança estabelece as primeiras formas de
linguagem. Entendemos que, para que ocorra um desenvolvimento global e
harmonioso da criança, o professor deverá estar habilitado e é de relevante
importância que ele entenda os conceitos da Psicomotricidade, as bases
psicomotoras e suas aplicabilidades no processo de aprendizagem; é
importante estimular o toque, a percepção do próprio corpo, pular, correr,
subir, descer, andar descalço, perceber as diferentes texturas, manipular
objetos de diferentes tamanhos, permitido uma união entre a psique e o
corpo. O professor deve permitir que os alunos experimentem o mundo ao
34

seu redor sem interferir o tempo todo com métodos e resultados. Porém
observar, sem bases teóricas, as crianças brincando significa deixar escapar
a essência do ato.

É pela motricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos
e é manipulando-os que ela redescobre o mundo; porém essa descoberta a
partir dos objetos só será verdadeiramente frutífera quando a criança for
capaz de segurar e de largar, quando ela tiver adquirido a noção de distância
entre ela e o objeto que ela manipula, quando o objeto não fizer mais parte de
sua simples atividade corporal indiferenciada.

A Psicomotricidade não é exclusiva de um método, de uma “escola” ou de


uma “corrente” de pensamento, nem constitui uma técnica, um processo,
mas visa fins educativos pelo emprego do movimento humano
(AJURIAGUERRA, apud FONSECA, 1988, p. 332).

Durante as duas últimas décadas, algumas mudanças aconteceram na vida


cotidiana do homem moderno, talvez porque os espaços tenham se reduzido
devido à urbanização, à necessidade de segurança, à modernização
tecnológica, levando as crianças a interagir mais com as máquinas do que
com outras crianças. Essas modificações têm afetado principalmente as
relações familiares e as crianças, que vem sofrendo com sedentarismo
precoce. Outro fator de grande relevância é a iniciação escolar cada vez mais
cedo, o que torna a instituição escolar responsável por grande parte da
estimulação motora, emocional, cognitiva e social, tornando-se um espaço
importante para que as crianças possam experimentar novas vivências.

Porém, independente de quais fatores foram responsáveis, o que não muda é


o fato de que, para crescer e aprender, a criança precisa conhecer o seu meio
e vivê-lo concretamente. É pelo conhecimento do seu corpo, da exploração de
objetos, das relações afetivas que a criança terá subsídios cognitivos,
motores e afetivos para suportar a sucessão de informações a que será
exposta durante seu crescimento.
35

9.3. ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA

O primeiro objeto que a criança percebe é o próprio corpo. É pelas


sensações, mobilizações e deslocamento que se dá este conhecimento. Alves
(2012) fala da importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento da
inteligência, da afetividade, das relações sociais na vida do indivíduo e que
elas determinam suas capacidades futuras.

O gesto é o primeiro instrumento social de compreensão e expressão da


criança. Ações como apontar, evocar, apanhar começam a substituir o choro;
a criança gesticula para exprimir situações e ações que ainda não consegue
verbalizar, constituindo um importante modo de comunicação que antecede o
vocabulário fonético. “Antes da linguagem, as ações motoras é que
determinam as ações mentais” (GONÇALVES, 2011, p. 28).

A estimulação motora põe a criança em contato com o objeto, com o meio e


com ela mesma, criando uma comunicação corporal cheia de significados. O
que diferencia a estimulação motora de uma atividade motora é a intenção de
provocar aprimoramento do esquema corporal, ou seja, a criança é
estimulada a organizar habilidades diferentes das já experimentadas. É
fundamental facilitar a interação da criança com o mundo dos objetos, por
meio da experiência concreta e do brincar; a aprendizagem torna-se mais do
que um processo acomodativo, para uma aprendizagem mais contextualizada
e repleta de significados.

À medida que se colocam maneiras diferentes e novas para executar o


movimento anteriormente conhecido, a criança se vê desorganizada e todo
36

um sistema cerebral é ativado, buscando na cognição, na emoção e no


aparato motor uma forma de perceber, decodificar, planificar e executar o
novo movimento (GONÇALVES, 2011, p. 30).

Por isso, é importante colocar a criança em situação na qual será preciso que
ela busque novas situações para conseguir um resultado desejado, mais ela
colocará seu cérebro em funcionamento, o que, além de contribuir para o
desenvolvimento cognitivo, será importante para sua organização motora, sua
autonomia e a criatividade.

9.4. ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EQUILÍBRIO

O movimento depende de uma atitude, a coordenação do movimento


necessita de um bom equilíbrio, que é um dos sentidos mais importantes do
corpo humano.
O tônus é o que assegura e controla a musculatura para a maioria dos
movimentos e atividade postural.

Na medida em que a criança cresce, o equilíbrio torna-se cada vez mais


fundamental para a sustentação do corpo.

A equilibração pode ser estática ou dinâmica; Alves (2012) define como:

 Equilíbrio estático: movimentos não locomotores, como ficar em pé, apenas


com a ponta dos pés tocando o solo;
 Equilíbrio dinâmico: movimentos locomotores, como o andar em marcha
normal sobre uma linha pré-delimitada.
Uma das principais características do equilíbrio e domínio postural é a
capacidade de locomoção. É importante que a escola estimule as habilidades
e destrezas motoras para desenvolver os movimentos mais complexos, como
andar, correr, saltar, girar, agarrar, ter relações sexuais e outros movimentos.
É pelo equilíbrio que a criança começa a se movimentar, e a partir desse
momento passa a explorar os objetos e a interagir com tudo ao seu redor,
propiciando a sua verticalidade.
37

A postura bípede deve submeter-se às leis do equilíbrio; para isso,


inumeráveis reflexos posturais de origem filogenética devem intervir assim
que o deslocamento e a flutuação do centro de gravidade se observam,
exatamente para provocar mudanças posturais corretivas, desencadeadas
pela ação dos receptores labirínticos, visuais e somaestésicos (FONSECA,
2004, p. 67).

A criança que possui equilíbrio adequado desempenha suas atividades com


menor esforço e desgaste, garantindo uma movimentação harmônica e
coordenada.

9.5. LATERALIDADE

A lateralidade está relacionada à predominância de um hemisfério cerebral


sobre o outro. Quando ocorre a dominância do hemisfério esquerdo sobre o
direito, temos o individuo destro, quando ocorre a dominância do hemisfério
direito sobre o esquerdo, temos o individuo canhoto ou sinistro, quando não
existe predomínio claro e se usa discretamente os dois lados, temos o
ambidestro (ALVES, 2012).

Embora seja legítimo afirmar que haja cooperação dos lados dos dois
hemisférios na formação da inteligência Jean Marie Tasset (apud ALVES,
2012, p. 72) define “a lateralidade como apreensão da ideia de direita e
esquerda, dizendo que esse conhecimento deve ser automatizado o mais
cedo possível, enfatizando que a automatização da lateralização é necessária
e indispensável”.

O conhecimento do próprio corpo é de grande importância nas relações do


indivíduo com o mundo exterior, e não depende exclusivamente do
desenvolvimento cognitivo, mas também das percepções, das sensações
visuais, táteis, sinestésicas e da contribuição da linguagem.

A lateralidade é examinada a partir dos órgãos pares, como pés, mãos, olhos
e ouvidos e por meio de gestos do dia a dia. Não devemos definir a
lateralidade como sendo apenas o conhecimento esquerdo e direito, mas sim
toda a percepção do seu eixo corporal.
38

Todas as noções espaciais básicas, como as de em cima – embaixo, por


cima, por baixo, frente, trás, dentro, fora, antes, depois, esquerda, direita
etc., que são noções relativas, estão estruturalmente dependentes da noção
de lateralidade, do binômio corpo/cérebro, dos nossos membros, dos
nossos sentidos e dos nossos hemisférios, binômio psicomotor entendido
como centro autogeométrico de orientação (AJURIAGUERRA, apud
FONSECA, 2008, p. 242).

É de fundamental importância que as crianças experimentem atividades que


utilizem ambos os lados do corpo, favorecendo um desenvolvimento eficiente
dos movimentos. Quando a criança chega a determinada fase escolar, entre
os 6 e 8 anos, é habitual que já tenha noção de direita e esquerda e dos dois
lados do corpo, ou seja, que seja capaz de perceber que direita e esquerda
não dependem apenas uma da outra, mas também da posição do outro e do
seu deslocamento.

Porém, crianças mais velhas por vezes possuem problemas de aprendizagem


oriundos dessa debilidade motora, precisando de treinamento específico da
lateralidade para prevenir ou eliminar sintomas como palavras fora de ordem
e escrita espelhada, entre outros, reduzindo as possibilidades de adquirir a
dislexia.

Reafirmando o que diz Alves (2012): “quando as alterações psicomotoras de


ordem geral se manifestam, interferem nas tarefas escolares, refletindo-se
mais diretamente na escrita”.

É aconselhável que o professor não empregue os termos esquerda e direita


antes que a lateralização esteja bem definida.
39

9.6. ESQUEMA CORPORAL

Para Alves (2012), “o corpo é, portanto, o ponto de referência que o ser


humano possui para conhecer e interagir com o mundo”. Partindo desse
conceito, o desenvolvimento cognitivo se constrói a partir da relação da
criança com o meio, onde ela começa ampliar suas percepções e interiorizar
as sensações já experimentadas; é fundamental que ela tenha
conhecimento adequado do seu corpo.

O esquema corporal é a consciência que a criança passa a ter sobre o próprio


corpo, das partes que o compõem e das possibilidades desse corpo, tanto em
movimento como em posição estática.

Para a elaboração do esquema corporal é relevante que a criança vivencie


estímulos sensoriais que as possibilite discriminar as partes do próprio corpo
e as funções que elas desempenham.

A criança passa por níveis de desenvolvimento e experiências dia a dia,


desde o seu nascimento. Inicialmente suas explorações sensoriais vêm por
meio da boca, depois do tato e mais tarde ela descobre os pés. A integração
do tronco acontece quando a criança começa a se locomover; nesse
momento ocorre a configuração total.

Todas as experiências da criança (o prazer e a dor, o sucesso ou o


fracasso) são sempre vividas corporalmente. Se acrescentarmos valores
sociais que o meio dá ao corpo e a certas partes, esse corpo termina por ser
investido de significações, de sentido e de valores muito particulares e
absolutamente pessoais (VAYER, 1984, p. 30).
40

Esses valores a que Vayer se refere serão de fundamental importância para a


formação do esquema corporal e da imagem corporal, que é a impressão que
se tem de si mesmo.

Portanto, durante a Educação Infantil é interessante desenvolver atividades


que permitam à criança a tomada de consciência do seu próprio corpo, a
possibilidade de ele tomar várias posições diferentes, ter capacidade de
nomear e apontar as partes do corpo movimentar-se de todas as maneiras e
descrever os movimentos, representar graficamente o corpo, identificar
sensações e dominar a linguagem corporal.
41

9.7. O EXAME PSICOMOTOR

No exame psicomotor temos a distinguir as três fases de desenvolvimento


infantil.

0 a 2 anos - atividades reflexas em respostas à estimulação sensorial.


Evolução das posturas: sentada, de pé e de marcha.

2 a 5 anos – estagio global e sincrético: atingindo, no final, a representação


do corpo. Nesta fase devem ser observados os seguintes comportamentos:

oCoordenação óculo manual


oCoordenação dinâmica geral
oEquilíbrio

oControle do próprio corpo


oOrganização perceptiva
o Linguagem.

6 a 12 anos – estágio de aperfeiçoamento e diferenciação

oCoordenação dinâmica manual


oCoordenação dinâmica geral
oEquilíbrio
oOrganização do espaço
42

oRapidez de execução

10. CONCLUSÃO

As leituras realizadas durante o estudo do tema possibilitou destacar alguns


aspectos importantes do desenvolvimento da história da humanidade, pois
direta ou indiretamente estão relacionados com a trajetória e a importância da
brincadeira na vida da criança. É notório que a educação infantil é um desafio
para a Sociedade Brasileira, pois para uma boa formação, são necessários
recursos e excelentes profissionais que estejam preparados para o
desenvolver educacional nas pré-escolas. Podemos destacar que recursos
lúdicos (música, jogos/brincadeira, matemática) utilizados são fundamentais
para o desenvolvimento e a criatividade das crianças, juntos constroem a
base do desenvolvimento. A música é uma importante fonte de estímulos, de
equilíbrio e de felicidade para a criança. Os jogos e as brincadeiras
desenvolvem à sua percepção, seus movimentos, suas posições, com varias
regras e brincadeiras, diferenciando os jogos e outros recursos, que venham
de encontro as suas necessidades. A matemática está presente na arte, na
música, em histórias, na forma como se organiza os seus pensamentos, as
brincadeiras e jogos infantis e na hora de dividir porções de lanche, é aí que
são construídos conhecimentos matemáticos como tamanhos, distância,
comprimento, cores e formas. Pois é nesta fase da vida que são
desenvolvidas o físico e o cognitivo infantil, transformando a o saber em uma
atividade prazerosa de aprender.
43

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

SERRA AC, SERRA AA, BIAZATTI GS, SALVADOR MR. O lúdico como
instrumento importante na educação infantil: um estudo de caso no CMEI
Maria Caliman Lobo. [monografia]. Nova Venécia: Faculdade Capixaba de
Nova Venécia; 2010.

FONSECA S. M. RENATA. Jogos Lúdicos na Sala de Aula. Só Pedagogia.


2010 jan. 01; 1:4 (Artigos Pedagógicos).

COSTA G, Váldina. A formação dos formadores de professores de


matemática e a ludicidade. [monografia]. UNIUBE/MG: Pontifica Universidade
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12. ANEXOS.

 Anexo A – Imagem de jogos infantis (Tangram – Bloco Quadriculado)


 Anexo B – Imagem de jogos infantis (Dominó)
 Anexo C – Modelagem
 Anexo D – Altura e Medidas (Maior/Menor)

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