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Moderno

Modernidade e
Modernismo
Modernidade designa todas
as mudanças -intelectuais, sociais
e políticas - que criaram o
mundo moderno.

Modernismo é um
movimento cultural que surgiu
no Ocidente em fins do século
XIX, em alguns aspectos como
uma reação crítica à
modernidade.
Modernus, do latim, deriva de modo
(recentemente”, “há pouco”), seguiu o
modelo de hodiernus (derivação de hodie,
“hoje”)

A palavra surge no século V d.C., como


antônimo de antiquus.

Após o século X, os termos modernitas


(‘tempos modernos”) e moderni (“homens
de nosso tempo”)
A modernidade, é uma invenção da Idade
Média cristã.

O mundo antigo era pagão. O mundo


moderno, cristão.
Através da filosofia cristã da história, o
tempo é retirado da esfera natural e
inteiramente humanizado. Ele é mostrado
de forma linear e irreversível, ao contrário
dos ciclos e recorrências do pensamento
antigo.
O tempo é divido em antes e depois de
Cristo. Ligando o passado, o presente e o
futuro em uma sequência compreensível.

O cristianismo conta a história com um


começo (a criação e o pecado original), um
meio (o advento de Cristo) e fim (o
segundo advento e juízo final).
Presentificação
Satura o presente com excesso de
expectativa, criando uma tensão
permanente entre o presente e o futuro.
Considera o passado um simples prólogo
para o presente, a caminho de concretizar
a promessa do futuro.
Mundo Medieval: Antigo X Moderno

“Os termos modernus, novus e palavras deles


derivados tinham significados depreciativos, e não
temporais. Tudo que era novo, não consagrado pelo
tempo e pela tradição era visto com suspeita. No
mundo medieval, a originalidade de pensamento de
nada valia e o plágio não era considerado pecado”.
(Calinescu)
Renascença

Divisão da história ocidental em três épocas:


Antiga (luz resplandecente),
Média (idade das trevas, noturnas e esquecidas) e
Moderna (prenúncio de um futuro luminoso).
Renascença
Anões modernos, gigantes antigos. Com a
adoração do mundo clássico.

Mesmo rompendo com a estagnação da Idade


Média, esse ato foi concebido de acordo com o
modelo dos antigos, um movimento de uma roda
ou círculo que volta à origem.
Iluminismo

Impulsionou a emancipação da criatividade


humana, a descoberta científica objetiva, as leis
universais e a busca da excelência individual em
nome do progresso humano.

Progresso contínuo e infinito.


Século XVIII
O passado deixou de lançar luzes sobre o futuro.

Revolução Francesa (1789) transforma o conceito


de revolução. Antes significava o giro de uma roda
ou um ciclo que sempre fazia retornar a seu
ponto de partida.

A Revolução Francesa marca o início da


modernidade, isto é, a obtenção da liberdade sob
a orientação da razão.
Revolução Francesa e Industrial

Revolução Francesa, baseada na razão, deu à


modernidade sua forma e consciência
característica.

A Revolução Industrial forneceu a substância


material.

Com a industrialização, a sociedade ocidental se


tornou uma civilização mundial.
Modernidade X Modernismo

Formulada no final do sec. XVIII, encontrou uma


forte reação nos fins do sec. XIX.

Segundo Calinescu, houve uma cisão na alma da


modernidade, entre seu caráter de projeto social
e político e como conceito estético.
Modernidade X Modernismo
De um lado, a ciência, a razão, o progresso, o
industrialismo.

Do outro lado, a rejeição e refutação apaixonadas


dos mesmos, em favor do sentimento, da intuição
e do uso livre da imaginação.

Modernidade burguesa X Modernidade cultural

A modernização deu origem ao modernismo, ou


seja, a crítica cultural da modernidade.
Modernidade X Modernismo
Nas obras de Flaubert, Rimbaud, Baudelaire e
Verlaine foram colocadas de forma vigorosa o
pessimismo, cinismo, repulsa e desespero.

Na vida privada, esses sentimentos assumiam a


“desordem dos sentidos” que implicaram em
excessos alcoólicos e experiências com drogas e
formas heterodoxas de comportamento sexual.
Baudrillard considera “O pintor da
vida moderna”, de Baudelaire, como
“a ponte entre o romantismo e a
modernidade contemporânea”.

1. Estética da Ruptura
2. A libertação da subjetivade
3. Busca incessante pelo novo
Segundo Lyotard, o pensamento
e a ação do séc. XIX e XX são
regidos por uma Ideia. Essa Ideia
é a emancipação.
Ideias, que ele chama de grandes narrativas nas
quais se tenta ordenar a enorme quantidade de
acontecimentos: narrativa cristã da redenção do
pecado adâmico pelo amor, narrativa iluminista
da emancipação da ignorância e da servidão pelo
conhecimento e igualitarismo, narrativa marxista
da emancipação da exploração e da alienação
pela socialização do trabalho, narrativa capitalista
da emancipação da pobreza pelo
desenvolvimento tecnoindustrial.
Baudrillard aponta o surgimento da avant-garde
cultural, com sua hostiladade a todas as formas
reveladas na arte e, em termos mais abrangentes,
contra a autoridade e legitimidade de modelos
revelados na moda, sexualidade e conduta social.
P o e s i a :
Mallarmé, Valéry,
Rilke, Yeats, Eliot,
Pound e Stevens.
Literatura:
Proust, Kafka,
Musil, Joyce,
Wo o l f e
Faulkner. Teatro:
I b s e n ,
Strindberg,
Pirandello e
Brecht.
M ú s i c a :
Segunda Escola
de Viena de
Schoenberg,
Berg e Webern.
Pintura:
Picasso e
Braque.
Va n g u a rd a s
Históricas
Com todos os
seus ismos e
atitudes de
ruptura e choque.
Segundo Lyotard, o projeto
moderno (da realização da
universalidade) não foi
abandonado e esquecido mas
destruído, liquidado. Mas segundo
Habermas, esse projeto
permaneceu inacabado, e que
deve ser retomado e renovado.
Pós-Moderno
Segundo Jencks, a era pós-moderna é um
tempo incessante de opções. É uma época
em que nenhuma ortodoxia pode ser
adotada sem constrangimento e ironia,
porque todas as tradições aparentemente
têm alguma validade.

Esse fato é em parte consequência do que se


denomina de explosão das informações, o
advento do conhecimento organizado, das
comunicações mundiais e da cibernética.
Pós-Moderno
Defensores do modernismo como Irving
Howe e Clement Greenberg avaliavam o
pós-modernismo como uma capitulação
ao kitsch e ao comercialismo. Em seu
populismo declarado repudiava a
austeridade e a integridade, a luta pelo
objeto estético por si mesmo, que havia
sido a bandeira do alto modernismo.
Pós-Moderno

Nos anos 60, a contracultura adota as


bandeiras pós-modernistas. Essa luta
contra tudo o que poderia ser
considerado modernista surgiu na arte
ou na política
Pós-Moderno
A pop art, a música pop, a nouvelle vague,
nouveau roman, o happening, a
performance, os protestos de massas e
contestação, o apagamento entre a arte e
a vida, o cultivo da sensibilidade através
do sexo e drogas, o enobrecimento da
princípio do prazer sobre os do princípio
da realidade.
Pós-Moderno
Lyotard, um dos fundadores do pós-
modernismo. Rejeita muitas das dessas
descrições simplistas. Para Lyotard, a
experimentação, a rejeição ao conforto,
ao consolo do realismo e à arte
representativa era a essência do pós-
modernismo.
Pós-Moderno
O modernismo deixou-se ossificar,
burocratizar e comercializar. Não desafia
ou ameaça como deveria. O pós-
modernismo foi a forma assumida pelo
modernismo depois deste perder o seu
élan revolucionário.
Pós-Moderno
Um dos princípios do modernismo é a
“tradição do novo”, ao passo que o pós-
modernismo mantinha uma relação
complexa com o passado.
Interesse é pelo contexto e pela
continuidade, e também comunidade.

Não por ruptura e descontinuidade.


Pós-Moderno

Umberto Eco disse: “o passado deve ser


revi si tado: mas com i ron i a, n ão
inocentemente”.
Pierrot Lunaire, Schoenberg
Anna Maria Kieffer/Leo Kupper
Steve Reich, Piano Phase
Pierre Boulez, Trois Sonates pour piano
Michael Nyman, Sheep and Tides
Encenação da Morte,
Anna Maria Kieffer e Vanderlei Lucentini

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