a) Agente da interpretação;
b) Natureza;
c) Extensão.
Agente
Natureza
Interpretação Gramatical
Interpretação Lógica
Interpretação Histórica
Interpretação Sistemática
Extensão
Interpretação Declarativa
Interpretação Extensiva
Interpretação Restritiva
Interpretação Progressiva
Interpretação Analógica
QUANTO AO AGENTE
Interpretação Gramatical
Limonge França bem diz que a interpretação gramatical é
aquela que tem como ponto de partida o exame do significado e
alcance de cada uma das palavras do preceito legal, ou seja, o
próprio significado das palavras. Contudo, importante dizer
que em casos de dúvida entre os vários significados de uma
frase ou palavra, o intérprete gramatical deve aceitar o
significado comum, salvo se puder demonstrar um uso
linguístico especial. Se os significados variam, é decisivo aquele
dominante ao tempo da elaboração da lei, alerta Fenech.
Interpretação Lógica
Esta interpretação leva em consideração a finalidade da norma
jurídica. Ela é subdividida em critério subjetivo e objetivo. No
primeiro caso, leva em consideração qual foi a intenção de o
legislador ao elaborar a norma jurídica, analisando
principalmente o processo legislativo da sua criação. Já o
segundo leva em consideração a finalidade da lei.
A interpretação lógica também é conhecida por
interpretação Teleológica.
Interpretação Histórica
Tourinho Filho salienta que é a pesquisa do processo evolutivo
da lei, a história dos seus precedentes, auxilia o aclaramento da
norma. Os projetos de leis, as discussões havidas durante sua
elaboração, a Exposição de Motivos, as obras científicas do
autor da lei são elementos valiosos de que se vale o intérprete
para proceder à interpretação. Limonge França, complementa,
dizendo que a interpretação histórica é aquela que indaga das
condições de meio e momento da elaboração da norma legal,
bem assim das causas pretéritas da solução dada pelo
legislador.
Interpretação Sistemática
Procura extrair o conteúdo da norma jurídica por meio da
análise sistemática do ordenamento jurídico. Uma vez que este
não é lógico. Quem irá colocar lógica no sistema é o interprete
ou o cientista do Direito. Parte-se sempre da interpretação
gramatical, analisando-se os vários dispositivos legais até se
chegar a uma conclusão interpretativa.
Interpretação Comparativa
Extrai-se o conteúdo da norma jurídica fazendo uma
comparação com o ordenamento jurídico de outro país.
QUANTO À EXTENSÃO
Interpretação Declarativa
É aquela interpretação que chega ao mesmo resultado da lei,
ou seja, aquilo que está escrito na norma. O interprete chega
nesse resultado utilizando-se dos vários métodos de
interpretação supracitados.
Interpretação Progressiva
Diz-se progressiva a interpretação quando o intérprete,
observando que a expressão contida na norma sofreu alteração
no correr dos anos, procura adaptar-lhe o sentido ao conceito
atual. Por exemplo, o CPP não cuidou do mandado de prisão
via fax, justamente porque o CPP é de 1941 e o primeiro
sistema de fax ocorreu em 1949 no Japão. Hoje, entretanto, é
muito comum os Tribunais, quando a condenação é por eles
decretada, ordenar a expedição de mandado de prisão por esse
meio. Trata-se de interpretação progressiva conforme
preceitua Tourinho Filho.
Interpretação Extensiva
É aquela que amplia o sentido da norma, pois, a norma disse
menos do que ela queria, por isso o interprete deve ampliar o
sentido ou alcance delas. Geralmente o interprete utiliza-se
do método teleológico.
As leis penais também admitem a interpretação extensiva?
Tourinho Filho aponta a posição de Maggiore, a interpretação
extensiva nada mais representa senão a reintegração do
pensamento do legislador, e, por conseguinte, é aplicável
também à penal. No mesmo sentido a lição de Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha é, também desse sentir. Como exemplo de
interpretação extensiva no campo penal, aponta Hungria o
art. 235 do CP no qual incrimina a bigamia. Dai conclui-se que
também a poligamia também é objeto de incriminação.
A interpretação extensiva também é chamada de interpretação
ampliativa.
Interpretação Restritiva
O contrário da interpretação extensiva é a restritiva. Esta
interpretação restringe o sentido da norma jurídica. Isso quer
dizer que a norma jurídica disse mais do que ela queria dizer.
Há uma superabundância normativa. Nesse sentido, vem o
interprete e faz uma interpretação teleológica para restringir o
alcance daquela norma jurídica, de modo a dar uma
interpretação menos ampla àquela norma jurídica.
Interpretação Analógica
Tourinho Filho ensina que ao lado da interpretação extensiva e
mantendo com esta certa similitude, está a interpretação
analógica. Não se deve confundir, contudo, interpretação
analógica com analogia. A primeira é forma de interpretação; a
segunda é integração. Quando se pode proceder a
interpretação analógica? Quando a própria lei a determinar.
Por exemplo, quando o art. 61, II, c, do CP fala em “à traição,
de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido”,
pergunta-se: que outro recurso poderá ser este? Evidentemente
deve ser um “recurso” semelhante, análogo à “emboscada”, à
“traição”, à “dissimulação”, em molde a dificultar ou tornar
impossível a defesa do ofendido. Não teria sentido que o
legislador ali catalogasse todas as hipóteses que guardassem
semelhança com a “emboscada”, com a “traição”, com a
“dissimulação”. Já a analogia é a integração. A doutrina
entende que o ordenamento jurídico apresenta lacunas, vazios
e devem ser preenchidos, e o processo de preenchimento,
chama-se analogia.
O doutrinador ainda complementa dizendo que analogia é um
princípio jurídico segundo o qual a lei estabelecida para
determinado fato a outro se aplica, embora por ela não
regulado, dada a semelhança em relação ao primeiro.