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6 RESUMO
7 O artigo tem como objetivo analisar a viabilidade da inserção de uma unidade consumidora
8 pertencente ao mercado cativo no mercado livre de energia. Através desse estudo, foram abordados
9 os principais conceitos, exigências, vantagens e legislações pertencentes a este mercado. Analisa
10 também, a reestruturação do setor elétrico brasileiro, que passou a ter como finalidade proporcionar
11 tarifas equilibradas e acessíveis aos consumidores. Este novo modelo de setor elétrico fez com que a
12 comercialização de energia elétrica fosse realizada através de duas categorias: Mercado Cativo e
13 Mercado Livre. Como resultado dessa nova estrutura, o mercado passa a ser descentralizado e a
14 defender a livre concorrência, tornando-se extremamente competitivo. Para a realização da análise
15 de viabilidade, foi utilizado o método break-even point e algumas ferramentas de estudo econômico
16 que comprovaram o quão economicamente vantajoso será caso ocorra a inserção da empresa no
17 mercado livre de energia, obtendo-se 37,36% de economia média referente à diferença de preços
18 entre os mercados de energia em questão. Isto é, para essa empresa, a mudança para o mercado
19 livre trará diversos benefícios para o consumidor, sendo o principal, os preços mais competitivos do
20 que no mercado cativo devido à possibilidade de negociações mais flexíveis que garantem
21 independência para a gestão de compra de energia.
22 Palavras-chave: Comercialização de energia elétrica. Inserção. Mercado cativo. Mercado livre. Setor
23 elétrico brasileiro.
24 ABSTRACT
25 This article has the objective to analyze the viability for the insertion of a consumer unit that belongs to
26 the captive market into the free energy market. Through this study, it were approached the main
27 concepts, requirements, advantages and legislation pertaining to this market. It also analyzes the
28 restructuring of the Brazilian electric sector, which has passed to have as purpose to providing
29 balanced and affordable taxes to consumers. This new electric sector´s model has made the trading of
30 electric energy to be performed through two categories: Captive Market and Free Market. As result for
31 this new structure, the market becomes decentralized and defends the free competition, becoming
32 extremely competitive. For the performing of the analysis it has been used the “break-even point”
33 method and some economic studying tools that had proved how economically advantageous it will be
34 in case of the company´s insertion on the free energy market occurs, obtaining 37.36% from average
35 savings related to the difference in prices among the energy markets concerned. In other words, for
36 this company, the shift for the free market will bring several benefits to the consumer, being the
37 mainly, the prices more competitive than in the captive market due to the possibility of more flexible
38 negotiations that guarantee independence for energy purchase management.
39 Keywords: Commercialization of electric energy. Insertion. Captive market. Free market. Brazilian
40 electric sector.
41 1 INTRODUÇÃO
42 A utilização de energia elétrica é um dos indicativos mais ligados ao
43 crescimento da humanidade, hoje indispensável em quase todos os setores de
44 funcionamento da sociedade. O mercado de energia elétrica passou por grandes
45 modificações nos últimos tempos, sendo a energia elétrica atualmente tratada como
46 um produto de grande valor comercial em diversos países, em mercados
47 completamente não regulados, abertos para a livre competição entre os
48 comercializadores de energia.
1 Atualmente o Brasil caminha nessa direção, já que o mercado livre de energia
2 já responde por 30% de toda energia consumida no país, de acordo com a Câmera
3 de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo um levantamento feito
4 pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (ABRACEEL),
5 o mercado livre já gerou, no Brasil, uma economia de R$ 123 bilhões, com a
6 redução média de 23% no preço de energia. Existe, ainda, bastante a se fazer até
7 que o país consiga ter um mercado de energia elétrica completamente livre, igual a
8 outros países que atravessaram por caminhos parecidos no processo de
9 desregulamentação do setor elétrico.
10 Essas modificações no panorama do mercado de energia elétrica brasileiro irão
11 ampliar a perspectiva de oportunidades de redução de custos. Portanto, a
12 compreensão dessas mudanças serão decisivas para o sucesso de empresas no
13 mercado.
14 Nesse contexto, o presente artigo apresenta os resultados alcançados por meio
15 da utilização de ferramentas matemáticas e econômicas para a realização de
16 simulações de custos de uma instituição de ensino superior na opção tarifária do
17 Ambiente de Contratação Regulada (ACR) em relação ao Ambiente de Contratação
18 Livre (ACL) para verificação de viabilidade da inserção dessa Unidade Consumidora
19 (UC) no mercado livre de energia.
2
1 Figura 2.1 - Estrutura Organizacional do Setor Elétrico Brasileiro
2
3 Fonte: CCEE
3
1 regulador (a Agência Nacional de Energia Elétrica, criada em 1996) e a criação de
2 um ambiente para realização de compra e venda de energia elétrica (o Mercado
3 Atacadista de Energia Elétrica - MAE, criado em 1998) (OLIVEIRA, 2017).
4 Segundo Araújo (2001), o suprimento de eletricidade entrou num estado de
5 escassez crônica, resultado do subinvestimento no setor elétrico desde os anos
6 oitenta. Isso porque, desde essa década, a capacidade instalada cresceu
7 sistematicamente menos do que a demanda por energia elétrica. A situação foi
8 agravada por alguns anos de precipitação pluvial abaixo da média e, em 2001, os
9 cálculos da ONS indicaram a necessidade de uma redução imediata de 20% no
10 consumo de eletricidade para prevenir o completo esvaziamento dos reservatórios
11 de água. O racionamento foi declarado e teve fim apenas em 2002, o que evidenciou
12 problemas gerais na modelagem do setor desenvolvida pelo projeto RE-SEB.
13 De acordo com Clímaco (2010), os problemas de suprimento ocorridos em
14 2001 sinalizaram que o livre mercado poderia não ser suficiente para manter a
15 eficiência da operação e expansão do setor. Diante desses problemas, iniciou-se um
16 processo de ajustes na regulamentação, buscando, por um lado, manter os aspectos
17 positivos da introdução de maior competição e abertura com as primeiras reformas,
18 e por outro lado, fazendo mudanças para corrigir as falhas ocorridas e que
19 resultaram nas crises de suprimento.
20 Nesse contexto, o setor elétrico vivenciou uma significativa reestruturação. A
21 eletricidade passou a ser comercializada em separado de seu transporte,
22 possibilitando a introdução da competição na produção. O planejamento e o
23 mercado passaram a ser o centro do novo modelo do setor, contribuindo para a
24 redução dos custos da energia e estabelecendo um novo paradigma para o setor.
25 Em relação à comercialização de energia, foram instituídos dois ambientes para
26 celebração de contratos de compra e venda de energia: o Ambiente de Contratação
27 Regulada (ACR), do qual participam agentes de geração e de distribuição de
28 energia; e o Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam agentes de
29 geração, comercializadores, importadores e exportadores de energia e
30 consumidores livres (CLÍMACO, 2010).
31 A opção tradicional da maioria dos consumidores está restrita a adquirir energia
32 elétrica no ACR. Trata-se de contratação exclusiva e compulsória dessa energia da
33 distribuidora da região em que estão. As tarifas pelo consumo de energia são
34 fixadas pela ANEEL e não podem ser negociadas. Todos os consumidores
35 residenciais estão nesse mercado, assim como a imensa maioria do comércio,
36 pequenas indústrias e consumidores rurais (ABRACEEL, 2018).
37 As empresas que optaram pelo mercado livre buscam, principalmente, redução
38 nos custos e previsibilidade na fatura de eletricidade. Desde 2003, o mercado livre
39 proporcionou, em média, uma economia de 29% em comparação com o mercado
40 cativo. As regras de ambos os mercados são definidas pela Aneel. Todos os
41 contratos são contabilizados mensalmente pela Câmera de Comercialização de
42 Energia Elétrica (ABRACEEL, 2018).
43 Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia
44 (ABRACEEL), existem dois tipos de consumidores livres: os consumidores livres e
45 consumidores especiais. Consumidores livres devem possuir, no mínimo, 2.500 kW
46 de demanda contratada para poder contratar energia proveniente de qualquer fonte
47 de geração. Esse requisito, para os consumidores livres, irá mudar para 2.000 kW a
48 partir de janeiro de 2020. Essa mudança advém da Portaria 514/2018 do Ministério
4
1 de Minas e Energia. Já os consumidores especiais, devem possuir demanda
2 contratada igual ou maior que 500 kW e menor que 2.500 kW, requisito que também
3 irá reduzir em função da Portaria 514. Esses consumidores podem contratar energia
4 proveniente apenas de usinas eólicas, solares, a biomassa, pequenas centrais
5 hidrelétricas (PCHs) ou hidráulica de empreendimentos com potência inferior ou
6 igual a 50.000 kW, as chamadas fontes especiais. As principais diferenças entre os
7 dois tipos de consumidores livres estão resumidas na Figura 3.1.
9
10 Fonte: ABRACEEL - Cartilha Mercado Livre de Energia
5
1 Seguridade Social), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e
2 a Contribuição para Iluminação Pública. Portanto, quando a conta de energia chega
3 ao consumidor, ele paga pela compra de energia (custos do gerador), pela
4 trasmissão (custos da transmissora) e pela distribuição (serviços prestados pela
5 distribuidora), além de encargos setoriais e tributos.
6 No mercado livre, os consumidores podem escolher adquirir eletricidade de
7 fontes convencionais ou provenientes de energia incentivada. Usinas hidrelétricas de
8 grande porte e termelétricas são as fontes mais comuns de energia no país e são
9 denominadas fontes convencionais. Os consumidores que adquirem energia de
10 fontes incentivadas têm direito à redução, entre 50% e 100%, nas tarifas de uso do
11 sistema de distribuição e transmissão (TUSD e TUST), que é o custo do transporte
12 de energia. O percentual do desconto depende da data de homologação da outorga
13 ou do registro da usina na Aneel e do tipo de fonte de geração. Essa medida é um
14 incentivo econômico para o desenvolvimento das fontes renováveis no país
15 (ABRACEEL, 2018).
6
1 esperada) com bases semanais, demanda passiva no mercado atacadista e
2 inexistência de pagamentos por capacidade.
3 Os preços praticados no mercado de curto prazo brasileiro, no entanto, não
4 decorrem diretamente da relação entre oferta e demanda, ao contrário do que é
5 verificado em outros países. No Brasil, as transações no mercado de curto prazo são
6 liquidadas ao PLD, que reflete o custo marginal do sistema, ou seja, o custo de
7 produção de uma unidade de energia adicional à última unidade consumida pelo
8 mercado, dependente da hidrologia atual e futura. Logo, o PLD não incorpora a
9 reação da demanda ao seu processo de formação de preços (WALVIS, 2014).
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1 Figura 3.2 - Etapas da adesão ao mercado livre de energia
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3 Fonte: (OLIVEIRA, 2017)
4 Uma vez que um consumidor livre ou especial tenha optado por migrar para o
5 Ambiente de Contratação Livre, este poderá retornar ao Ambiente de Contratação
6 Regulada, desde que notifique a Distribuidora a qual está conectado, com 5 anos de
7 antecedência ou em menor prazo, a critério da Distribuidora. A mesma pode, a seu
8 critério, aceitar ou não o retorno do consumidor ao mercado cativo em prazo inferior,
9 dependendo das negociações entre as partes (BRAGA, 2018).
8
1 A faturação de energia no ambiente de contratação livre não considera
2 diferença de preço para consumo em ponta ou fora ponta, o que no mercado livre
3 deixa de existir. No ACL o preço do faturamento é estipulado em contrato e é fixo
4 independente da hora do dia em que a energia foi consumida.
5 No ambiente livre, o faturamento de energia contratada leva em consideração o
6 volume consumido, o preço contratual reajustado e a alíquota do imposto sobre
7 circulação de mercadorias e prestação de serviços (ICMS). Essa é a disposição do
8 faturamento referente à contratação de energia, então vale ressaltar, mais uma vez,
9 que o agente do mercado livre continua tendo a obrigação de realizar o pagamento
10 para a distribuidora referente à utilização do sistema. Para a energia incentivada, é
11 nesse faturamento que incide os descontos relacionados à Tusd/Tust.
12 De acordo com Silva (2017), mensalmente, o vendedor de energia registra o
13 volume faturado, e esse registro leva em consideração o tipo de modulação
14 estabelecida em contrato que pode ser fixa (flat), flutuante ou conforme a carga. A
15 existência da modulação se dá pelo fato de que a programação do sistema elétrico é
16 baseada também nos montantes a serem consumidos no hora a hora, então é
17 necessário que a CCEE verifique que o consumo dos agentes hora a hora está
18 dentro do que ele contratou no hora a hora.
19 A Figura 4.1 ilustra, respectivamente, o registro de uma modulação fixa,
20 flutuante e conforme a carga.
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23 Fonte: (SILVA, 2017)
34 5 METODOLOGIA
35 Neste tópico, será apresentada a utilização de um método para que seja
36 possível analisar a viabilidade da migração do mercado cativo para o mercado livre
37 de energia. Para isto, será empregada como ferramenta o método do ponto de
9
1 equilíbrio (break-even point).
2 O ponto de equilíbrio é o preço máximo em R$/MWh que poderá ser ofertado
3 no mercado livre de energia, o qual equilibra os custos neste ambiente contratual
4 com os do ACR.
5 Segundo Rizkalla (2018), quando aplicada à tarifa de energia elétrica, pode-se
6 entender o ponto de equilíbrio como o valor máximo, em unidades monetárias, que é
7 levado em consideração, para que a opção de compra de energia elétrica, tanto no
8 mercado regulado, quanto no livre, seja neutra.
17 Em que,
18 Vparcial = valor total, sem tributos, em R$;
19 Dp = demanda contratada para horário de ponta, em kW;
20 TDp = tarifa de demanda contratada para o horário de ponta, em R$/kW;
21 Dfp = demanda contratada para horário fora de ponta, em kW;
22 TDfp = tarifa de demanda contratada para o horário fora de ponta, em R$/kW;
23 Du = demanda de ultrapassagem, em kW;
24 TDu = tarifa de demanda de ultrapassagem, em R$/kW;
25 Cp = consumo em horário de ponta, em kWh;
26 TCp = tarifa de consumo para o horário de ponta, em R$/kWh;
27 Cfp = consumo em horário fora de ponta, em kWh;
28 TCfp = tarifa de consumo para o horário fora de ponta, em R$/kWh.
29 Após o primeiro cálculo, os tributos deverão ser aplicados para que seja
30 descoberto o custo final da conta (TE + TUSD). O custo será calculado através da
31 Equação (2).
33 Em que,
34 Vtotal = resultado da conta de energia com a inclusão dos tributos, em R$;
35 Vparcial = valor total, sem tributos, em R$;
36 PIS e COFINS = tributos federais, alíquotas relativas a cada mês e é determinada
37 pela concessionária.
10
1 ICMS = tributo estadual, relativo à faixa e classe de consumo.
2 No próximo passo deve-se calcular o valor da conta referente ao TUSD, já que
3 este será um custo comum aos ambientes de contratação. Para isso, será utilizada a
4 Equação (3). Esta equação é muito semelhante àquela empregada para encontrar o
5 valor parcial, porém, nessa etapa só será considerada a demanda contratada e
6 consumo relativos à parcela da TUSD.
11
1 Em que,
2 VPL = valor presente líquido, em R$;
3 I₀ = valor inicial investido, em R$;
4 Fc = fluxo de caixa no período t, em R$;
5 i = taxa de desconto, em %;
6 t = período em questão, em unidade de tempo.
7 Sendo assim, se o valor encontrado for de VPL > 0 , significa que é viável
8 financeiramente. Caso contrário, a migração não deverá ser considerada.
15 Se o valor encontrado pela TIR for superior a uma Taxa Mínima de Atratividade
16 (TMA) que é prevista pelo investidor, a migração se torna viável.
17 5.4 Payback
18 É uma técnica que determina o período necessário para que o montante
19 investido seja recuperado. A verificação desse método pode ser feita com uma taxa
20 de desconto maior do que zero (i > 0%), chamada de payback descontado. E uma
21 taxa de desconto igual a zero (i = 0), conhecida como payback simples. O cálculo
22 desse período pode ser feito através da Equação (7).
24 Em que,
25 Payback = tempo de retorno;
26 I₀ = valor inicial investido;
27 Rₜ = fluxo de caixa líquido.
28 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
29 O consumidor em questão é atendido pela concessionária de energia Energisa
30 Sergipe com tensão contratada de 13,8 kV, enquadrada no subgrupo A4. O atual
31 contrato entre o consumidor e a concessionária em questão se encontra na
32 modalidade tarifária verde com uma demanda contratada de 2000 kW.
33 Baseando-se nos dados do consumidor, impostos governamentais e tarifas
34 adotadas pela distribuidora local, calcula-se o custo de energia utilizando-se o
35 método proposto anteriormente. As Tabelas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente,
36 as tarifas referentes à modalidade tarifária verde para o subgrupo A4, os consumos
37 em ponta, fora ponta e demanda contratada (de outubro de 2018 a janeiro de 2019 o
12
1 valor da demanda contratada era de 2200 kW devido ao contrato vigente nesses
2 meses), e os valores dos tributos governamentais respectivos ao período de estudo.
13
1 Para facilitar a compreensão da análise de viabilidade de inserção do
2 consumidor no mercado livre de energia, serão adotadas algumas condições. Ou
3 seja, não serão levados em consideração os valores referentes à Contribuição para
4 Iluminação Pública (já que este não tem influência no valor da tarifa de energia), o
5 fator de potência da instalação será considerado maior do que 0,92, pois assim o
6 consumidor não pagará por excesso de consumo reativo, e não serão levadas em
7 consideração as bandeiras tarifárias, já que estas influenciariam a favor do ACL.
8 Serão utilizadas as Equações 1 e 2 para calcular o custo da conta sem imposto
9 e com imposto. O valor total sem tributos (Vparcial) e o valor total com a inclusão dos
10 tributos (Vtotal) da conta de energia do mês de outubro de 2018 a setembro de 2019,
11 o consumo total e preço de energia estão apresentados na Tabela 4.
14
1 Uma vez calculados os valores finais em relação à conta total de energia e à
2 parcela TUSD, basta utilizar a Equação 4 para encontrar o valor médio da TE. Como
3 o preço médio mensal pago pela energia é de R$ 555,55 e o preço médio pago
4 referente à TUSD é R$ 210,92, tem-se:
6 Vfinal(TE) = R$ 344,65
25 Uma vez calculados os valores das contas no ACR e ACL, será possível
26 calcular a diferença de custo entre os ambientes em questão. A Tabela 7 e o Gráfico
27 1 expressam a diferença de preço entre o mercado cativo e o mercado livre.
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1 Tabela 7 – Diferença de preço entre o mercado cativo e o mercado livre
Mês Conta no mercado cativo Conta no mercado livre Diferença
(R$) (R$) (R$)
Out/18 238.809,36 209.168,60 29.640,76
Nov/18 242.595,25 142.434,48 100.160,77
Dez/18 182.644,42 100.161,24 82.483,18
Jan/19 179.463,85 104.490,22 74.973,63
Fev/19 248.015,57 162.423,04 85.592,53
Mar/19 235.667,06 151.570,37 84.096,70
Abr/19 242.439,62 106.695,55 135.744,07
Mai/19 245.808,91 106.197,01 139.611,90
Jun/19 196.403,34 103.666,42 92.736,93
Jul/19 167.033,53 120.413,29 46.620,24
Ago/19 202.838,54 153.901,13 48.937,41
Set/19 207.268,36 160.639,45 46.628,90
2 Fonte: Autoria própria
R$ 300.000,00
R$ 250.000,00
R$ 200.000,00 CONTA NO
MERCADO CATIVO
R$ 150.000,00
CONTA NO
R$ 100.000,00 MERCADO LIVRE
DIFERENÇA
R$ 50.000,00
R$ 0,00
4
5 Fonte: Autoria própria
Taxa 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 6,4 5,9 6,35
16
1 adequação do SMF. O valor médio dessa adequação varia de acordo com cada
2 concessionária e em Aracaju a distribuidora Energisa cobra em média R$ 21.900,00.
3 Em posse dos valores respectivos às diferenças de preços entre o mercado
4 cativo e o mercado livre, à TMA (média da taxa Selic) e ao investimento inicial será
5 possível realizar os cálculos do método VPL, do TIR e do payback. Os resultados
6 estão apresentados nas Tabelas 9 e 10.
17 7 CONCLUSÕES
18 A elaboração do presente artigo com o objetivo de analisar a viabilidade
19 financeira de migração de uma empresa para o mercado livre de energia possibilitou
20 compreender o quanto o mercado brasileiro de energia elétrica mudou ao longo dos
21 anos em consequência do processo de modernização do mesmo para assim reduzir
22 o preço da energia elétrica e dessa forma gerar a competitividade no SEB.
23 Observou-se, também, o quanto é indispensável realizar um estudo minucioso
24 caso um consumidor do mercado cativo migre para o mercado livre, para que assim
25 seja possível reduzir ao máximo os riscos no ACL. É muito importante que o
26 consumidor livre adquira contratos com fornecedores que assegure o atendimento a
27 sua carga de forma íntegra. Deste modo, o consumidor não precisará se expor ao
17
1 risco do mercado de curto prazo no qual estará sujeito à vulnerabilidade de preços
2 do mesmo.
3 A análise de viabilidade de migração da empresa em questão evidenciou a
4 imensa vantagem econômica para essa unidade consumidora. Os cálculos
5 realizados demonstraram uma grande diferença de preços entre o mercado cativo e
6 o mercado livre. Foi possível constatar que a média de preço da conta do
7 consumidor no ACR é de R$ 215.748,98, no ACL é de R$ 135.146,73 e que a média
8 de diferença de preço entre os mercados é de R$ 80.602,25. Os indicadores
9 econômicos utilizados mostraram que o tempo de retorno, para que a empresa
10 recupere seu investimento inicial de R$ 21.900,00 em um mês, é muito curto,
11 reforçando assim, a viabilidade da proposta. Tudo isto nos permite concluir que o
12 mercado livre de energia é uma possibilidade real, possível e, geralmente, bastante
13 atrativa para consumidores potencialmente livres, podendo ser analisada por estes
14 como opção ao mercado cativo.
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1 REFERÊNCIAS
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4 energia elétrica no mercado livre. Brasília, 2018.
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10 Anais do XXIX Encontro Nacional de Economia. 2001.
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12 BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/>.
13 Acesso em 05 de Dezembro de 2019.
14
15 BRAGA, L. A. Um Estudo Sobre o Mercado de Energia Elétrica no Brasil. Universidade
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18 CCEE - Câmera de Comercialização de Energia Elétrica. Primeiros Passos na CCEE:
19 Guia prático para novos agentes da Câmera de Comercialização de Energia
20 Elétrica. São Paulo, 2015.
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22 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – CCEE. São Paulo.
23 Disponível em: <htttp:www.ccee.org.br/>. Acesso em: 17 de Agosto de 2019.
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25 CASTRO, N. J.; LEITE. A. L. S.; TIMPONI, R. R. Preço Spot de Eletricidade: Teoria e
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28 CLÍMACO, F. G. Gestão de Consumidores Livres de Energia Elétrica. Dissertação
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31 LEÃO, R. GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. Universidade
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34 MEDEIROS, Carlos. Introdução ao Estudo de Sistema Elétrico de Potência. PUC.
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37 OLIVEIRA, Y. M. O Mercado Livre de Energia no Brasil: Aprimoramentos para Sua
38 Expansão. Universidade de Brasília. 2017.
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40 RAMOS, A. S. Avaliação dos riscos e incertezas de contratações das empresas
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43 RIZKALLA, F. L. Migração para o Mercado Livre de Energia: Estudo de Caso do Centro
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47 SILVA, D. T. Estudo Analítico sobre Adesão ao Ambiente de Contratação Livre de
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