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Tiago Melo
Procurador da Fazenda Nacional
Mestrando em Direito Tributário (Universidade do Minho – Portugal)
Especialista em Administração Pública (FGV-Brasília)
Especialista em Direito e Processo Tributário (UNIFOR)
ISBN:– 978-65-86950-06-9.
#LEGIS
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públicos,
bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei é que,
cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova objetiva,
o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante. Para
vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legislação. No
Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na preparação
para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários rápidos e ob-
jetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamento do conteú-
do estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e organização do
estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e agra-
dável possível.
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
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Sumário
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Comentários: Trata-se do Princípio da Legali- Comentários: A norma do CTN, alçada pela CF/88
dade Tributária, cujo estudo remete ao artigo ao status de imunidade tributária, não interfe- re
150, I, CF/88 e ao artigo 97, do CTN. nas hipóteses de responsabilidade tributária,
nem nas obrigações acessórias previstas em lei.
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a) hierarquia.
b) delegabilidade.
c) inderrogabilidade.
e) separação de poderes.
Anotações:
Gabarito: 01 – A | 02 - C | 03 - C
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Art. 23. O imposto, de competência da Art. 28. A receita líquida do imposto desti-
União, sobre a exportação, para o estrangeiro, na-se à formação de reservas monetárias, na for-
de produtos nacionais ou nacionalizados tem ma da lei.
como fato gerador a saída destes do território
nacional. Comentários: A doutrina entende que esse dis-
positivo não foi recepcionado pela CF/88, em vir-
Comentários: Trata-se do Imposto sobre a Ex- tude do disposto no respectivo art. 167, IV.
portação, para o exterior, de produtos nacio-
nais ou nacionalizados, previsto no art. 153, II, Art. 29. O imposto, de competência da
CF/88. União, sobre a propriedade territorial rural tem
como fato gerador a propriedade, o domínio
Art. 24. A base de cálculo do imposto é: útil ou a posse de imóvel por natureza, como de-
finido na lei civil, localização fora da zona urba-
I - quando a alíquota seja específica, a uni- na do Município.
dade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o Comentário: Ver art. 153, VI, CF/88 e Lei n.
preço normal que o produto, ou seu simi- 9.393/1996.
lar, alcançaria, ao tempo da exportação,
em uma venda em condições de livre con-
corrência. Art. 30. A base de cálculo do imposto é o
valor fundiário.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II,
considera-se a entrega como efetuada no porto Comentários: A base de cálculo do ITR é o valor
ou lugar da saída do produto, deduzidos os tribu- do imóvel por natureza, ou seja, o valor da ter-
tos diretamente incidentes sobre a operação de ra nua, nele não compreendido o valor de quais-
exportação e, nas vendas efetuadas a prazo su- quer construções, instalações ou benfeitorias,
nos termos do art. 10 da Lei nº 9.393/96.
perior aos correntes no mercado internacional o
custo do financiamento.
Art. 31. Contribuinte do imposto é o
Art. 25. A lei pode adotar como base de cál- proprietário do imóvel, o titular de seu domínio
culo a parcela do valor ou do preço, referidos no útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
artigo anterior, excedente de valor básico, fixado
de acordo com os critérios e dentro dos limites Comentário: Ver arts. 4º e 5º, da lei n. 9.393/1996.
por ela estabelecidos.
Art. 32. O imposto, de competência dos
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas con- Municípios, sobre a propriedade predial e terri-
dições e nos limites estabelecidos em lei, alterar torial urbana tem como fato gerador a proprie-
as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, dade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel
a fim de ajustá-los aos objetivos da política cam- por natureza ou por acessão física, como de-
bial e do comércio exterior. finido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.
Comentários: Ver art. 153, § 1º, CF/88: a altera-
ção das bases de cálculo pelo Executivo não foi Comentários: O fato gerador do IPTU, diferente-
recepcionada pela Constituição vigente. mente do que ocorre com o ITR, admite tanto a
propriedade da terra nua quanto a propriedade
Art. 27. Contribuinte do imposto é o ex- predial, ou seja, os imóveis incorporados ao ter-
portador ou quem a lei a ele equiparar. reno, como construções, benfeitorias etc.
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Comentários: Valor venal = valor de mercado do Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo se-
bem imóvel. Ainda sobre o IPTU, ver art. 156, § 1º, guinte, o imposto não incide sobre a transmis-
CF/88.
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são dos bens ou direitos referidos no artigo an- Art. 38. A base de cálculo do imposto é o
terior: valor venal dos bens ou direitos transmitidos.
Comentários: Em verdade, trata-se de regra de Comentários: Por razões lógicas, a norma não
imunidade tributária – distinta da mera não-inci- se aplica ao ITCMD quando se estiver diante de
dência -, em virtude do que estatui o art. 156, § transmissões causa mortis, em que o herdeiro ou
2º, I, da CF/88. legatário será sempre o sujeito passivo do impos-
to.
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Comentários: Trata-se do Imposto sobre a Ren- Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte
da e Proventos de Qualquer Natureza (IR), pre- pagadora da renda ou dos proventos tributáveis
visto no art. 153, II, CF/88, de notório caráter fis- a condição de responsável pelo imposto cuja re-
cal. tenção e recolhimento lhe caibam.
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II - a sua saída dos estabelecimentos a que b) das taxas exigidas para entrada do
se refere o parágrafo único do artigo 51; produto no País;
III - a sua arrematação, quando apreendi- c) dos encargos cambiais efetivamente
do ou abandonado e levado a leilão. pagos pelo importador ou dele exigíveis;
Parágrafo único. Para os efeitos deste im- II - no caso do inciso II do artigo anterior:
posto, considera-se industrializado o produto
que tenha sido submetido a qualquer operação a) o valor da operação de que decorrer a
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, saída da mercadoria;
ou o aperfeiçoe para o consumo. b) na falta do valor a que se refere a alí-
nea anterior, o preço corrente da merca-
Comentários: Trata-se do Imposto sobre Pro- doria, ou sua similar, no mercado ataca-
dutos Industrializados (IPI), previsto no art. 153, dista da praça do remetente;
IV, CF/88, de eminente caráter fiscal.
III - no caso do inciso III do artigo anterior,
CF/88: Art. 153(...) o preço da arrematação.
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
Comentários: Ver art. 153, § 1º, CF/88:
I - será seletivo, em função da É facultado ao Poder Executivo, atendidas as
essencialidade do produto; condições e os limites estabelecidos em lei, al-
II - será não-cumulativo, compensando-se terar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF.
o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores; Art. 48. O imposto é seletivo em função
III - não incidirá sobre produtos da essencialidade dos produtos.
industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dis-
a aquisição de bens de capital pelo pondo a lei de forma que o montante devido
contribuinte do imposto, na forma da lei. resulte da diferença a maior, em determinado
período, entre o imposto referente aos produ-
Jurisprudência: “Incide o imposto de produtos tos saídos do estabelecimento e o pago relati-
industrializados na importação de veículo auto- vamente aos produtos nele entrados.
motor por pessoa natural, ainda que não desem-
penhe atividade empresarial e o faça para uso Parágrafo único. O saldo verificado, em
próprio”. [RE 723651]. determinado período, em favor do contribuin-
te transfere-se para o período ou períodos se-
Súmula 495 do STJ: A aquisição de bens inte-
guintes.
grantes do ativo permanente da empresa não
gera direito a creditamento de IPI.
Jurisprudência:
“Incide IPI sobre veículo importado para uso
próprio, haja vista que tal cobrança não viola o Súmula 536 do STF: São objetivamente imu-
princípio da não cumulatividade nem configura nes ao Imposto sobre Circulação de Merca-
bitributação”. [REsp 1396488/SC]. doria os produtos industrializados, em geral,
destinados à exportação, além de outros, com
a mesma destinação, cuja isenção a lei deter-
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: minar.
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o
preço normal, como definido no inciso II Súmula 591 do STF: A imunidade ou a isenção
do artigo 20, acrescido do montante: tributária do comprador não se estende ao pro-
dutor, contribuinte do Imposto sobre Produtos
a) do imposto sobre a importação; Industrializados.
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Súmula 495 do STJ: A aquisição de bens inte- Comentários: Os dispositivos revogados tratavam
grantes do ativo permanente da empresa não do Imposto Municipal sobre Operações Relativas à
gera direito a creditamento de IPI. Circulação de Mercadorias, o qual jamais chegou a
ser efetivamente implementado. Hodiernamente,
tal previsão não mais existe, uma vez que a com-
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, petência referente ao ICMS é outorgada pela CF
quando remetidos de um para outro Estado, ou aos Estados e ao DF, sendo, aos Municípios (e DF),
do ou para o Distrito Federal, serão acompanha- atribuída competência concernente ao ISSQN.
dos de nota fiscal de modelo especial, emitida
em séries próprias e contendo, além dos ele- A CF/88 deferiu aos Municípios participação na ar-
mentos necessários ao controle fiscal, os dados recadação do ICMS, nos termos do respectivo art.
indispensáveis à elaboração da estatística do 158, IV.
comércio por cabotagem e demais vias internas.
Art. 63. O imposto, de competência da
Art. 51. Contribuinte do imposto é: União, sobre operações de crédito, câmbio e se-
guro, e sobre operações relativas a títulos e valo-
I - o importador ou quem a lei a ele equi- res mobiliários tem como fato gerador:
parar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equipa- Comentário: Trata-se do IOF, previsto no art. 153,
rar; V, CF/88.
III - o comerciante de produtos sujeitos ao
imposto, que os forneça aos contribuintes I - quanto às operações de crédito, a sua
definidos no inciso anterior; efetivação pela entrega total ou parcial do
IV - o arrematante de produtos apreendi- montante ou do valor que constitua o objeto
dos ou abandonados, levados a leilão. da obrigação, ou sua colocação à disposição
do interessado;
Parágrafo único. Para os efeitos deste im- II - quanto às operações de câmbio, a sua
posto, considera-se contribuinte autônomo efetivação pela entrega de moeda nacio-
qualquer estabelecimento de importador, in- nal ou estrangeira, ou de documento que
dustrial, comerciante ou arrematante. a represente, ou sua colocação à disposição
do interessado em montante equivalente à
moeda estrangeira ou nacional entregue ou
Comentários: O parágrafo acima enuncia o Prin- posta à disposição por este;
cípio da Autonomia dos Estabelecimentos,
segundo o qual cada estabelecimento da pes- III - quanto às operações de seguro, a sua
soa jurídica é contribuinte do imposto, devendo efetivação pela emissão da apólice ou do
manter os controles legalmente exigidos de en- documento equivalente, ou recebimento do
tradas, saídas e estoque, apurando-o de forma prêmio, na forma da lei aplicável;
independente. IV - quanto às operações relativas a títulos e
valores mobiliários, a emissão, transmis-
são, pagamento ou resgate destes, na for-
Arts. 52 a 58 (Revogados pelo Decreto-lei nº
ma da lei aplicável.
406, de 1968).
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camente, quanto à emissão, ao pagamento ou Comentário: Ver art. 153, § 1º, CF/88: a alteração
resgate do título representativo de uma mesma das bases de cálculo pelo Executivo não foi re-
operação de crédito. cepcionada pela Constituição vigente.
§ 5º O ouro, quando definido em lei como Comentários: Ver Decreto n. 4.494, de 3 de de-
ativo financeiro ou instrumento cambial, zembro de 2002.
sujeita-se exclusivamente à incidência
do imposto de que trata o inciso V do Art. 67. A receita líquida do imposto destina-
“caput” deste artigo, devido na operação -se a formação de reservas monetárias, na forma
de origem; a alíquota mínima será de um
por cento, assegurada a transferência do da lei.
montante da arrecadação nos seguintes
termos: Comentário: Assim como ocorre quanto ao Im-
posto de Exportação (art. 28, CTN), a doutrina en-
I - trinta por cento para o Estado, o tende que o dispositivo acima não foi recepciona-
Distrito Federal ou o Território, conforme do pela CF/88, em virtude da previsão do art. 167,
a origem; IV, da Carta Magna.
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: Súmula 588 do STF: O imposto sobre serviços não
incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de
desconto, cobrados pelos estabelecimentos ban-
I - quanto às operações de crédito, o
cários.
montante da obrigação, compreendendo
o principal e os juros;
Súmula 664 do STF: É inconstitucional o inciso
II - quanto às operações de câmbio, o res- V do art. 1º da Lei 8.033/1990, que instituiu a
pectivo montante em moeda nacional, incidência do imposto nas operações de crédito,
recebido, entregue ou posto à disposição; câmbio e seguros (IOF) sobre saques efetuados
III - quanto às operações de seguro, o em caderneta de poupança.
montante do prêmio;
IOF: incidência sobre operações de factoring
IV - quanto às operações relativas a títu- (Lei 9.532/1997, art. 58): “aparente constitucio-
los e valores mobiliários: nalidade que desautoriza a medida cautelar. O
âmbito constitucional de incidência possível do
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, IOF sobre operações de crédito não se restringe
se houver; às praticadas por instituições financeiras, de tal
modo que, à primeira vista, a lei questionada po-
b) na transmissão, o preço ou o valor no-
deria estendê-la às operações de factoring, quan-
minal, ou o valor da cotação em Bolsa,
do impliquem financiamento (factoring com di-
como determinar a lei;
reito de regresso ou com adiantamento do valor
c) no pagamento ou resgate, o preço. do crédito vincendo – conventional factoring);
quando, ao contrário, não contenha operação de
crédito, o factoring, de qualquer modo, parece
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas con-
substantivar negócio relativo a títulos e valores
dições e nos limites estabelecidos em lei, alterar mobiliários, igualmente susceptível de ser subme-
as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, tido por lei à incidência tributária questionada”.
a fim de ajustá-lo aos objetivos da política mo- [ADI 1.763 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 20-
netária. 8-1998, P, DJ de 26-9-2003].
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Comentários: Os arts. 68 a 70, do CTN, não foram a) a aquisição de bens integrantes do ativo per-
recepcionados pela CF/88. manente da empresa não gera direito a credita-
mento de IPI;
Arts. 71 a 73 (Revogados pelo Decreto-lei nº b) é devida a correção monetária ao creditamento
406, de 1968). do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento
decorrente de resistência legítima do Fisco;
Comentários: Quanto ao ISSQN, ver art. 156, III e §
3º, CF, e LC n. 116/2003. c) o “contribuinte de fato” (v.g. distribuidora de
bebida) detém legitimidade ativa ad causam
para pleitear a restituição do indébito relativo ao
Anotações gerais sobre os artigos anteriores: IPI recolhido pelo “contribuinte de direito” (fabri-
cante de bebida), por integrar a relação jurídica
tributária pertinente;
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Anotações:
Gabarito: 01 – B | 02 - A| 03 - C
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lidade de sua cobrança como contribuição, por imóvel, impossível a cobrança do tributo” (STJ,
inobservância das formalidades legais que cons- 2a T., REsp 143.996/SP, Rel. Min. Peçanha Martins,
tituem o pressuposto do lançamento dessa espé- j. em 7/10/1999, DJ de 6/12/1999, p. 76). É preciso
cie tributária”. [RE 140.779, rel. min. Ilmar Galvão, que essa valorização seja aferida, como dito no
j. 2-8-1995, P, DJ de 8-9-1995.] acórdão, após a conclusão da obra, pelo que não
é possível exigir a exação em face de obras inaca-
badas”. [STJ, REsp 647.134/SP].
Art. 82. A lei relativa à contribuição de me-
lhoria observará os seguintes requisitos míni-
mos: Art. 83. Sem prejuízo das demais dispo-
sições deste Título, os Estados e Municípios que
I - publicação prévia dos seguintes ele- celebrem com a União convênios destinados a
mentos: assegurar ampla e eficiente coordenação dos
respectivos programas de investimentos e servi-
a) memorial descritivo do projeto; ços públicos, especialmente no campo da políti-
b) orçamento do custo da obra; ca tributária, poderão participar de até 10% (dez
por cento) da arrecadação efetuada, nos respec-
c) determinação da parcela do custo da tivos territórios, proveniente do imposto referido
obra a ser financiada pela contribuição;
no artigo 43, incidente sobre o rendimento das
d) delimitação da zona beneficiada; pessoas físicas, e no artigo 46, excluído o inciden-
e) determinação do fator de absorção do te sobre o fumo e bebidas alcoólicas.
benefício da valorização para toda a zona
ou para cada uma das áreas diferenciadas, Parágrafo único. O processo das distribui-
nela contidas; ções previstas neste artigo será regulado nos
convênios nele referidos.
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta)
dias, para impugnação pelos interessados, Art. 84. A lei federal pode cometer aos Esta-
de qualquer dos elementos referidos no in- dos, ao Distrito Federal ou aos Municípios o en-
ciso anterior;
cargo de arrecadar os impostos de competência
III - regulamentação do processo admi- da União cujo produto lhes seja distribuído no
nistrativo de instrução e julgamento da todo ou em parte.
impugnação a que se refere o inciso ante-
rior, sem prejuízo da sua apreciação judi-
cial. Parágrafo único. O disposto neste artigo,
aplica-se à arrecadação dos impostos de compe-
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel tência dos Estados, cujo produto estes venham a
será determinada pelo rateio da parcela distribuir, no todo ou em parte, aos respectivos
do custo da obra a que se refere a alínea c, Municípios.
do inciso I, pelos imóveis situados na zona
beneficiada em função dos respectivos fa-
tores individuais de valorização. Art. 85. Serão distribuídos pela União:
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento,
cada contribuinte deverá ser notificado do I - aos Municípios da localização dos imó-
montante da contribuição, da forma e dos veis, o produto da arrecadação do imposto
prazos de seu pagamento e dos elementos a que se refere o artigo 29;
que integram o respectivo cálculo. II - aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, o produto da arrecadação, na
fonte, do imposto a que se refere o artigo
Jurisprudência: “A base de cálculo da contribui- 43, incidente sobre a renda das obrigações
ção de melhoria é a valorização imobiliária, ou de sua dívida pública e sobre os proventos
seja, a diferença entre o valor do imóvel antes do dos seus servidores e dos de suas autar-
início da obra e o valor do mesmo após a conclu- quias.
são da obra. Não havendo aumento do valor do
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majorar, sem parâmetro legal, o valor das leis, dos tratados e das convenções internacio-
contribuições de interesse das categorias nais e dos decretos:
profissionais e econômicas, usualmente
cobradas sob o título de anuidades, vedada,
ademais, a atualização desse valor pelos con- Comentário: A função primordial das normas
selhos em percentual superior aos índices le- complementares é a de explicitar o conteúdo das
galmente previstos. leis, de sorte a uniformizar a respectiva interpre-
tação por parte da Administração Tributária.
RE 648.245, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-
2013, P, DJE de 24-2-2014, Tema 211: I - os atos normativos expedidos pelas au-
É inconstitucional a majoração do IPTU sem toridades administrativas;
edição de lei em sentido formal, vedada
a atualização, por ato do Executivo, em
percentual superior aos índices oficiais. Comentário: Caracterizam-se como normas edi-
tadas pelos servidores da administração tribu-
tária, de caráter geral e abstrato, com objetivo
Art. 98. Os tratados e as convenções in- de orientar contribuintes ou instruir servidores
ternacionais revogam ou modificam a legis- públicos, na realização de atos e procedimentos
lação tributária interna, e serão observados administrativos relativos a tributos.
pela que lhes sobrevenha.
II - as decisões dos órgãos singulares ou
Comentários: Tratados e Convenções interna- coletivos de jurisdição administrativa, a
cionais, são expressões sinônimas. Conforme que a lei atribua eficácia normativa;
Ricardo Alexandre (Direito Tributário, 2017, pg. III - as práticas reiteradamente observa-
270), trata-se de um acordo bilateral ou multi- das pelas autoridades administrativas;
lateral de vontades manifestadas por estados
soberanos ou organismos internacionais regu-
larmente representados por órgãos competen- Comentário: São os usos e costumes adotados
tes, destinando-se a produzir efeitos jurídicos. pela Administração. Em decorrência do Princípio
da Legalidade Tributária, jamais um costume da
Os Tratados e Convenções internacionais só administração poderá criar ou derrogar um tribu-
produzem efeitos quando devidamente incor- to.
porados ao direito interno. Nesse sentido é o
posicionamento do STF (AgRg 8.279-4). IV - os convênios que entre si celebrem a
União, os Estados, o Distrito Federal e os
O advento de um tratado suspende, no todo ou Municípios.
em parte, a eficácia de legislação que lhe seja
desfavorável. Caso o tratado seja denunciado,
a lei interna readquire sua eficácia. Não se tra- Comentário: Convênios são atos infralegais ce-
ta de repristinação, pois a lei não estava revo- lebrados pelo Poder Executivo, não inovando,
gada, apenas suspensa (RE 229.096). portanto, a ordem jurídica. A jurisprudência do
STF corrobora tal posicionamento (ADI 1.857/
SC), não sendo exigida a aprovação do Poder
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos de- Legislativo, diferentemente do que ocorre com
cretos restringem-se aos das leis em função os tratados internacionais.
das quais sejam expedidos, determinados com
observância das regras de interpretação estabe- Parágrafo único. A observância das nor-
lecidas nesta Lei. mas referidas neste artigo exclui a imposição
de penalidades, a cobrança de juros de mora
Comentários: Os Decretos são atos normativos e a atualização do valor monetário da base de
secundários ou infralegais, da competência pri- cálculo do tributo.
vativa do Chefe do Poder Executivo.
Art. 101. A vigência, no espaço e no tem-
Art. 100. São normas complementares das po, da legislação tributária rege-se pelas dis-
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Comentários: A vigência é verificada com a pu- Comentário: Ver art. 150, III, “b” e “c”, CF/88, o
blicação da norma, podendo ser imediata ou no qual enuncia o Princípio da Anterioridade Tri-
lapso temporal previsto em seu texto legal (vaca- butária – na acepção geral e no que concerne à
tio legis). Caso não conste expressamente do tex- noventena -, que se aplica a todos os tributos
to legal o período de entrada em vigor, a LINDB em geral (com as exceções constitucionalmen-
determina a aplicação do prazo de 45 dias (art. te estabelecidas), e não apenas aos impostos
1°, § 1°). sobre o patrimônio ou a renda.
III - os convênios a que se refere o inciso IV Considerando as regras do CTN acerca da vigência
do artigo 100, na data neles prevista. da legislação tributária e das limitações constitu-
cionais ao poder de tributar, julgue o item que se
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia segue.
do exercício seguinte àquele em que ocorra a
sua publicação os dispositivos de lei, referentes Não havendo disposição em contrário, os efeitos
normativos das decisões dos órgãos coletivos de
a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
jurisdição administrativa a que a lei atribua eficá-
cia normativa entram em vigor trinta dias após a
I - que instituem ou majoram tais impos- data da publicação da decisão.
tos;
II - que definem novas hipóteses de inci- ( ) Certo
dência; ( ) Errado
III - que extinguem ou reduzem isenções,
salvo se a lei dispuser de maneira mais fa-
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Anotações:
Gabarito: 01 – C | 02 - A | 03 - E
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Art. 105. A legislação tributária aplica-se Súmula Vinculante 50 do STF: Norma legal
imediatamente aos fatos geradores futuros que altera o prazo de recolhimento de obriga-
ção tributária não se sujeita ao princípio da an-
e aos pendentes, assim entendidos aqueles
terioridade.
cuja ocorrência tenha tido início mas não este-
ja completa nos termos do artigo 116.
Art. 107. A legislação tributária será inter-
pretada conforme o disposto neste Capítulo.
Comentários: Fato gerador pendente é aquele
que tem início sob a égide de uma certa lei, mas
só se consuma quando já vigente uma lei nova. Art. 108. Na ausência de disposição ex-
pressa, a autoridade competente para aplicar
É fértil na doutrina pátria o debate acerca de a legislação tributária utilizará sucessivamen-
referida “espécie” de fato gerador e da recepção te, na ordem indicada:
do dispositivo transcrito pela Constituição de
1988, tendo em conta o Princípio da Irretroativi- I - a analogia;
dade Tributária, fundado na segurança jurídica,
disposto no art. 150, III, “a”, da Carta Magna. II - os princípios gerais de direito tributá-
rio;
Jurisprudência: “Especificamente no que con- III - os princípios gerais de direito públi-
cerne ao Imposto de Renda, o STF sumulou o co;
verbete de n. 584: “Ao Imposto de Renda calcu-
lado sobre os rendimentos do ano-base, aplica- IV - a equidade.
-se a lei vigente no exercício financeiro em que
deva ser apresentada a declaração.” Frase mnemônica: Ana, primeiro tente, pra
só depois pedir equidade.
Vale salientar que o STJ, em diversos julgados,
considera superada a Súmula n. 584, do STF, a
partir da Constituição de 1988”. § 1º O emprego da analogia não poderá
resultar na exigência de tributo não pre-
visto em lei.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pre- § 2º O emprego da equidade não pode-
térito: rá resultar na dispensa do pagamento de
tributo devido.
I - em qualquer caso, quando seja ex-
pressamente interpretativa, excluída a Art. 109. Os princípios gerais de direito
aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados; privado utilizam-se para pesquisa da defini-
ção, do conteúdo e do alcance de seus institu-
II - tratando-se de ato não definitiva- tos, conceitos e formas, mas não para defini-
mente julgado: ção dos respectivos efeitos tributários.
a) quando deixe de defini-lo como infra-
ção; Jurisprudência: “Tributário. Simples Federal.
Lei 9.317/1996. Laboratório de análises clínicas.
24
#LEGIS
Serviço prestado por meio de médicos e enfer- pretação autêntica da Constituição a partir do
meiros. Exclusão. (...) 4. O conceito de ‘pessoa legislador infraconstitucional, na medida em que
jurídica’ é dado pelo Código Civil, e é a ele que esse não poderia balizar ou direcionar o intérpre-
devemos recorrer no momento de interpretar a te do próprio texto constitucional. O referido dis-
norma tributária (art. 109 do CTN). (...)” [STJ, 2.ª positivo do CTN não tem a amplitude conferida
T., REsp 1.260.332/AL, Rel. Min. Herman Benja- por sua interpretação literal.
min, j. 01.09.2011, DJe 12.09.2011].
Nesse sentido, legislação infraconstitucional não
poderia alterar qualquer conceito jurídico —do
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a Direito Privado ou não — ou extrajurídico — da
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, Economia ou de qualquer ramo do conheci-
conceitos e formas de direito privado, utilizados, mento — utilizado pelo constituinte para definir
expressa ou implicitamente, pela Constituição competências tributárias. Portanto, ainda que a
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pe- contraposição entre obrigações de dar e de fa-
las Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Mu- zer para dirimir o conflito de competência entre
nicípios, para definir ou limitar competências o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
tributárias. (ISSQN) e o Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Prestação de Serviços (ICMS) fosse uti-
lizada no âmbito do Direito Tributário, novos cri-
Jurisprudência: térios de interpretação progressivamente teriam
ganhado espaço.
Súmula vinculante 31 do STF: É inconstitucional
a incidência do imposto sobre serviços de O Tribunal asseverou, ainda, que a chamada
qualquer natureza - ISS sobre operações de “Constituição Tributária” deve ser interpreta-
locação de bens móveis. da de acordo com o pluralismo metodológico,
abrindo-se para a interpretação segundo varia-
“As operadoras de planos privados de assistência dos métodos, desde o literal até o sistemático e
à saúde (plano de saúde e seguro-saúde) pres- teleológico. Por isso, os conceitos constitucionais
tam serviço sujeito ao Imposto Sobre Serviços de tributários não são fechados e unívocos, deven-
Qualquer Natureza (ISSQN), previsto no art. 156, do-se recorrer também aos aportes de ciências
III, da CF”. [RE 651703/PR, rel. min. Luiz Fux, julga- afins para a sua exegese, como a Ciência das Fi-
mento em 29-9-2016]. nanças, a Economia e a Contabilidade. Dessa sor-
te, embora os conceitos de Direito Civil exerçam
(...) papel importante na interpretação dos conceitos
constitucionais tributários, eles não exaurem a
O Colegiado afirmou que o aspecto primordial atividade interpretativa, conforme assentado no
para a compreensão da incidência do ISSQN julgamento do precedente acima referido.
encontra-se no enquadramento do conceito de
“serviço”. Apenas as atividades assim classifica-
das — à luz da materialidade constitucional do Art. 111. Interpreta-se literalmente a le-
mencionado conceito (CF, art. 156, III) — seriam gislação tributária que disponha sobre:
passíveis de atrair a obrigatoriedade do imposto,
previsto na Lei Complementar 116/2003. I - suspensão ou exclusão do crédito tribu-
tário;
(...)
II - outorga de isenção;
Com efeito, o art. 110 do Código Tributário Na- III - dispensa do cumprimento de obrigações
cional (CTN) (“A lei tributária não pode alterar a tributárias acessórias.
definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados,
expressa ou implicitamente, pela Constituição Comentários: O que o dispositivo enuncia é o de-
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou ver de interpretar de forma restritiva a legislação
pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos que importe a dispensa ou postergação de cum-
Municípios, para definir ou limitar competências primento da obrigação tributária. Não veda, toda-
tributárias”) não veicula norma de interpretação via, o emprego dos variados métodos de herme-
constitucional. Não seria possível elaborar inter- nêutica.
25
#LEGIS
Jurisprudência: “O art. 111 do CTN, que prescre- Comentários: A despeito de se encontrar po-
ve a interpretação literal da norma, não pode le- sicionamentos divergentes, tanto na doutrina
var o aplicador do Direito à absurda conclusão de quanto na jurisprudência, parece mais adequa-
que esteja ele impedido, no seu mister de apreciar do o entendimento segundo o qual a obrigação
e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma acessória pode ser prevista em ato infralegal. O
equilibrada ponderação dos elementos lógico-sis- tema, todavia, é algo controverso.
temático, histórico e finalístico ou teleológico, os
quais integram a moderna metodologia de inter-
pretação das normas jurídicas”. [STJ, 2a T., REsp Jurisprudência: “2. Nos termos do art. 113, §§
192.531/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 2.º e 3.º, do CTN, a obrigação acessória prevista
em 17/2/2005, DJ de 16/5/2005]. em “legislação tributária” pode vincular não só o
contribuinte, como terceiro, no objetivo de obri-
gá-los a fazer, não fazer ou tolerar que se faça, de
Art. 112. A lei tributária que define infra- modo que a não observância do dever legalmen-
ções, ou lhe comina penalidades, interpreta-se te imputado conduz à aplicação de penalidade
da maneira mais favorável ao acusado, em caso pecuniária (multa), que se transmuta em obriga-
de dúvida quanto: ção principal”. [STJ, 2.ª T., EDcl no REsp 1.384.832/
RN, Rel. Min. Humberto Martins, j. 18.03.2014, DJe
I - à capitulação legal do fato; 24.03.2014].
II - à natureza ou às circunstâncias materiais (...)
do fato, ou à natureza ou extensão dos seus
efeitos; “4. A emissão da nota fiscal é dever instrumen-
III - à autoria, imputabilidade, ou tal imposto ao contribuinte com vista a facilitar
punibilidade; o controle fiscal, pois a relação jurídica tributá-
ria refere-se não só à obrigação tributária stricto
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sensu (obrigação tributária principal), como ao
sua graduação. conjunto de obrigação acessórias que a viabili-
zam, conforme se infere do art. 113, § 2.º, do CTN.
Comentários: O dispositivo prevê as hipóteses de A relevância da obrigação acessória, instituída
interpretação benigna. como o dever de fazer ou não fazer ou de tolerar
que se faça, tem o escopo de controlar o adim-
plemento da obrigação principal”. [STJ, 2.ª T.,
Jurisprudência: “A interpretação benigna, prevista REsp 1.285.939/ES, Rel. Min. Humberto Martins, j.
no art. 112 do CTN, pressupõe a existência de dú- 13.08.2013, DJe 26.08.2013].
vida objetiva na exegese da legislação fiscal. Não
havendo divergência acerca da interpretação da
legislação tributária, o art. 112 do CTN não pode § 3º A obrigação acessória, pelo simples
ser aplicado”. [STJ, 2a T., REsp 178.427/SP, Rel. fato da sua inobservância, converte-se
Min. Adhemar Maciel, j. em 1º/9/1998, v.u., DJ de em obrigação principal relativamente à
7/12/1998]. penalidade pecuniária.
Art. 113. A obrigação tributária é principal Art. 114. Fato gerador da obrigação princi-
ou acessória. pal é a situação definida em lei como necessá-
ria e suficiente à sua ocorrência.
§ 1º A obrigação principal surge com a
ocorrência do fato gerador, tem por obje- Comentários: Pela pertinência, ver art. 4º, do
to o pagamento de tributo ou penalidade CTN.
pecuniária e extingue-se juntamente com
o crédito dela decorrente. Vale salientar que o CTN, enquanto norma geral,
§ 2º A obrigação acessória decorre da não estabelece os fatos geradores específicos
legislação tributária e tem por objeto as dos tributos, cabendo tal atribuição, em regra, às
prestações, positivas ou negativas, nela respectivas leis instituidoras editadas pelos en-
previstas no interesse da arrecadação ou tes políticos competentes.
da fiscalização dos tributos.
26
#LEGIS
Art. 115. Fato gerador da obrigação aces- rágrafo único do artigo 116 do CTN é uma ferra-
sória é qualquer situação que, na forma da legis- menta de combate à elusão fiscal, caracterizada
lação aplicável, impõe a prática ou a abstenção como um planejamento tributário abusivo, em
de ato que não configure obrigação principal. desconformidade com a lei, havendo simulação
de determinado negócio no escopo de dissimular
a ocorrência do fato gerador da obrigação tribu-
Jurisprudência: (...) “1. O interesse público na tária.
arrecadação e na fiscalização tributária legitima
o ente federado a instituir obrigações, aos con-
tribuintes, que tenham por objeto prestações, Art. 117. Para os efeitos do inciso II do arti-
positivas ou negativas, que visem guarnecer o go anterior e salvo disposição de lei em contrá-
fisco do maior número de informações possíveis rio, os atos ou negócios jurídicos condicionais
acerca do universo das atividades desenvolvidas reputam-se perfeitos e acabados:
pelos sujeitos passivos (arts. 113, § 2.º e 115 do
CTN)”. [STJ, 1.ª T., REsp 899.895/SP, Rel. Min. Luiz I - sendo suspensiva a condição, desde o
Fux, j. 04.06.2009, DJe 05.08.2009]. momento de seu implemento;
(...) II - sendo resolutória a condição, desde o
momento da prática do ato ou da celebra-
“1. A obrigação acessória, quando inobservada, ção do negócio.
nos termos do arts. 113, §§ 2.º e 3.º e 115 do CTN,
torna-se obrigação principal, em relação à multa Art. 118. A definição legal do fato gerador é
pecuniária, seguindo a natureza jurídica dos tri- interpretada abstraindo-se:
butos e sujeita aos mesmos dispositivos aplicá-
veis”. [STJ, 1.ª T., REsp 837.949/RS, Rel. Min. Luiz I - da validade jurídica dos atos efetiva-
Fux, j. 28.04.2009, DJe 27.05.2009]. mente praticados pelos contribuintes, res-
ponsáveis, ou terceiros, bem como da natu-
(...) reza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocor-
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrá- ridos.
rio, considera-se ocorrido o fato gerador e exis-
tentes os seus efeitos: Comentário: Caso um ato, apesar de ilícito, con-
figure a situação prevista em lei como necessária
I - tratando-se de situação de fato, des- e suficiente ao nascimento da obrigação tributá-
de o momento em que o se verifiquem as ria, será devido o pagamento do tributo, nos ter-
circunstâncias materiais necessárias a que mos do artigo 118 do CTN, que estatui o princípio
produza os efeitos que normalmente lhe conhecido como pecunia non olet.
são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde STF, HC 77.530-RS-1998: (...) é legítima a tri-
o momento em que esteja definitivamente butação de produtos financeiros resultantes de
constituída, nos termos de direito aplicá- atividades criminosas, nos termos do art. 118, I,
vel. CTN.
Parágrafo único. A autoridade administrati- STF, 1a T., HC 77530/RS: Sonegação fiscal de lu-
cro advindo de atividade criminosa: “non olet”.
va poderá desconsiderar atos ou negócios jurí- Drogas: tráfico de drogas, envolvendo socieda-
dicos praticados com a finalidade de dissimular des comerciais organizadas, com lucros vultosos
a ocorrência do fato gerador do tributo ou a na- subtraídos à contabilização regular das empre-
tureza dos elementos constitutivos da obriga- sas e subtraídos à declaração de rendimentos:
ção tributária, observados os procedimentos a caracterização, em tese, de crime de sonegação
serem estabelecidos em lei ordinária. fiscal, a acarretar a competência da Justiça Fede-
ral e atrair pela conexão, o tráfico de entorpecen-
tes: irrelevância da origem ilícita, mesmo quando
Comentários: A despeito da consagrada nomen- criminal, da renda subtraída à tributação. A exo-
clatura: norma geral antielisiva, a rigor, o pa-
27
#LEGIS
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a Art. 121. Sujeito passivo da obrigação
pessoa jurídica de direito público, titular da principal é a pessoa obrigada ao pagamento de
competência para exigir o seu cumprimento. tributo ou penalidade pecuniária.
Comentários: O sujeito ativo da obrigação tribu- Parágrafo único. O sujeito passivo da obri-
tária pode ser uma autarquia, por exemplo, des- gação principal diz-se:
de que referida atribuição lhe seja deferida por
lei instituída pelo ente político detentor da res- I - contribuinte, quando tenha relação pes-
pectiva competência tributária. soal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
Jurisprudência: “não há que se confundir a com- II - responsável, quando, sem revestir a
petência tributária com a capacidade tributária condição de contribuinte, sua obrigação
ativa. A União, no caso, detém a competência decorra de disposição expressa de lei.
tributária, podendo legislar sobre a contribuição
previdenciária. Mas, quem detém a capacidade Comentário: Contribuinte (sujeito passivo
tributária ativa para gerenciar, exigir e cobrar a direto) é aquele que realiza o fato gerador da
contribuição previdenciária é a autarquia federal obrigação tributária principal; responsável (su-
INSS”. [STJ, 1a T., AgRg no REsp 440.921/PR]. jeito passivo indireto) é pessoa que, sem reali-
zar o fato gerador, por alguma relação específica
“Ilegitimidade passiva da União para participar com este, prevista em lei, é obrigado a proceder
de demanda que visa a compensar contribuições ao recolhimento do tributo.
previdenciárias por empresas vinculadas ao SIM-
PLES”.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação
“7. O Sistema Integrado de Pagamento de Impos- acessória é a pessoa obrigada às prestações
tos e Contribuições das Empresas de Pequeno que constituam o seu objeto.
Porte – SIMPLES – (Lei nº 9.317/96) não altera a
composição da relação jurídico-tributária firma- Art. 123. Salvo disposições de lei em con-
da pelo ordenamento. Esse sistema compreende, trário, as convenções particulares, relativas à
apenas, uma técnica unificada de recolhimento, responsabilidade pelo pagamento de tributos,
fiscalização e controle dos impostos e das contri-
buições previdenciárias”. não podem ser opostas à Fazenda Pública,
para modificar a definição legal do sujeito pas-
“8. Os entes tributantes (União e INSS, por exem- sivo das obrigações tributárias correspondentes.
plo) sujeitam-se aos procedimentos desburocra-
tizados de arrecadação das exações que lhe são Jurisprudência: “3. No sistema tributário, as
devidas, confirmando, porém, o exercício da au- convenções particulares não são oponíveis à Fa-
tonomia competencial outorgada por lei”. (...) zenda Pública. A relação tributária se estabelece
entre o Fisco, de um lado, como seu sujeito ativo,
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrá- e, de outro, o contribuinte, como seu sujeito pas-
rio, a pessoa jurídica de direito público, que se sivo. É uma relação de natureza objetiva, onde
não devem ser admitidos elementos estranhos,
constituir pelo desmembramento territorial de a teor do disposto no art. 123 do CTN”. [STJ, 2.ª T.,
outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legis- REsp 1.285.939/ES, Rel. Min. Humberto Martins, j.
lação tributária aplicará até que entre em vigor a 13.08.2013, DJe 26.08.2013].
sua própria.
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
28
#LEGIS
29
#LEGIS
filial, ora impetrante”. [STJ, AGRAVO EM RECURSO triz ou de outras filiais. (...)” [STJ, 2.ª T., AgRg no
ESPECIAL Nº 1.494.369 - SP (2019/0119982-0)]. Ag em REsp 192.658/AM, Rel. Min. Castro Meira, j.
23.10.2012, DJe 06.11.2012].
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contri- “(...) 2. A jurisprudência desta Corte Superior de
buinte ou responsável, de domicílio tributário, Justiça é no sentido de que a matriz não tem le-
na forma da legislação aplicável, considera-se gitimidade para representar processualmente
como tal: as filiais nos casos em que o fato gerador do tri-
buto se dá de maneira individualizada em cada
Comentário: Em Direito Tributário, a regra é o estabelecimento comercial/industrial. (...)” [STJ,
domicílio de eleição, estabelecendo o CTN as 2.ª T., AgRg no Ag em REsp 73.337/MA, Rel. Min.
respectivas exceções. Mauro Campbell Marques, j. 06.12.2011, DJe
13.12.2011].
I - quanto às pessoas naturais, a sua re-
sidência habitual, ou, sendo esta incerta Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
ou desconhecida, o centro habitual de sua
atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito
privado ou às firmas individuais, o lugar
da sua sede, ou, em relação aos atos ou
fatos que derem origem à obrigação, o de
cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito
público, qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das
regras fixadas em qualquer dos incisos des-
te artigo, considerar-se-á como domicílio
tributário do contribuinte ou responsável
o lugar da situação dos bens ou da ocor-
rência dos atos ou fatos que deram origem
à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode re-
cusar o domicílio eleito, quando impossi-
bilite ou dificulte a arrecadação ou a fis-
calização do tributo, aplicando-se então a
regra do parágrafo anterior.
Jurisprudência:
30
#LEGIS
Auditor fiscal que, com o intuito de beneficiar c) o benefício da denúncia espontânea se apli-
terceiro devedor de tributos, expedir certidão ca aos tributos sujeitos a lançamento por ho-
negativa ignorando os débitos fiscais devidos mologação regularmente declarados, mas pa-
será responsabilizado pessoalmente pelo cré- gos a destempo.
dito tributário e pelos juros de mora acresci-
dos. d) a decretação da indisponibilidade de bens e
direitos, na forma do Código Tributário Nacio-
( )Certo. nal, dispensa o exaurimento das diligências na
( )Errado. busca por bens penhoráveis.
31
#LEGIS
32
#LEGIS
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se rência dos fatos geradores é anterior ao ato
por igual aos créditos tributários definitiva- de aquisição originária da propriedade”. [STJ,
mente constituídos ou em curso de constitui- REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell
ção à data dos atos nela referidos, e aos consti- Marques, por unanimidade, julgado em 8/6/2017,
tuídos posteriormente aos mesmos atos, desde DJe 14/6/2017].
que relativos a obrigações tributárias surgidas
até a referida data. Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
“O ente desapropriante não responde por tri- Jurisprudência: “(...) 5. Ademais, por ocasião
butos incidentes sobre o imóvel desapropria- do julgamento dos EREsp 1.695.790/SP (DJe
do nas hipóteses em que o período de ocor- 26.3.2019), consagrou-se no STJ a orientação de
33
#LEGIS
que a sucessão empresarial não se equipara à hi- Jurisprudência: “(...) 3. O acórdão recorrido
pótese de identificação errônea do sujeito passi- permitiu o redirecionamento da Execução Fiscal
vo, pois a empresa sucessora assume todo o pa- ante o reconhecimento da existência de suces-
trimônio da empresa sucedida, respondendo em são empresarial de fato, firmando-se nos seguin-
nome próprio pela dívida desta última. Inexistindo tes fundamentos (fls. 577-579, e-STJ): “(...) Nessa
comunicação adequada, antes do lançamento, aos ordem de ideias, a conclusão de que houve su-
órgãos cadastrais competentes (que pode ser, além cessão empresarial de fato, nos exatos termos do
do Detran, órgão da Administração Fazendária, parágrafo único, do art. 132 do CTN, mostra-se
conforme eventual disciplina da legislação tribu- inafastável. (...) Percebe-se, pois, que restaram
tária do ente tributante), a hipótese enseja respon- identificados a transferência do fundo de comér-
sabilidade tributária automática da empresa incor- cio entre a empresa sucedida e a sucessora por
poradora, independentemente de qualquer outra meio da prática de atos de comércio realizados
diligência do ente público credor”. [STJ, 2ª T, REsp entre comerciantes, admitindo a construção de
1696242 / SP]. uma presunção calcada em indícios para estabe-
lecer a sucessão de empresas e da responsabili-
“(...) 2. Embora não conste expressamente do rol dade tributária. Assim, para que haja o redirecio-
do art. 132 do CTN, a cisão da sociedade modalida- namento da execução à empresa apontada como
de de mutação empresarial sujeita, para efeito de sucessora, não se faz necessária a prévia com-
responsabilidade tributária, ao mesmo tratamento provação da responsabilidade tributária desta,
jurídico conferido às demais espécies de sucessão bastando, neste momento, a presença de fortes
(REsp 970.585/RS, 1.ª T., Min. José Delgado, DJe indícios apontando para a sucessão comercial”.
07.04.2008). (...)” [STJ, 1.ª T., REsp 852.972/PR, [REsp 1766934/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJA-
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 25.05.2010, DJe MIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/03/2019,
08.06.2010]. DJe 02/08/2019].
34
#LEGIS
lizados nos ramos jurídicos específicos, sendo- cipal pelo contribuinte, respondem solidaria-
-lhe vedado modificar-lhes o conteúdo, sentido mente com este nos atos em que intervierem ou
e alcance. pelas omissões de que forem responsáveis:
3. Recurso especial não provido.
Comentários: Apesar de o dispositivo falar em
“(...) 2. A responsabilidade tributária dos suces- solidariedade, trata, em verdade, de hipóteses
sores de pessoa natural ou jurídica (CTN, art. 133) de responsabilidade subsidiária, uma vez que
estende-se às multas devidas pelo sucedido, se- o Fisco só pode cobrar dos responsáveis no caso
jam elas de caráter moratório ou punitivo. Prece- de impossibilidade de adimplemento pelo con-
dentes.” [REsp 544.265/CE, Rel. Min. Teori Albino tribuinte e no que diz respeito a atuação imputá-
Zavascki, 1.ª T., j. 16.11.2004, DJ 21.02.2005, p. vel a tais responsáveis.
110] (...) [STJ, 2.ª T., AgRg no REsp 1.321.958/RS,
Rel. Min. Humberto Martins, j. 04.10.2012, DJe I - os pais, pelos tributos devidos por seus
16.10.2012]. filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos
§ 1º O disposto no caput deste artigo não devidos por seus tutelados ou curatelados;
se aplica na hipótese de alienação judi-
cial: III - os administradores de bens de tercei-
ros, pelos tributos devidos por estes;
I – em processo de falência; IV - o inventariante, pelos tributos devidos
pelo espólio;
II – de filial ou unidade produtiva isolada,
em processo de recuperação judicial. V - o síndico e o comissário, pelos tributos
devidos pela massa falida ou pelo concor-
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste datário;
artigo quando o adquirente for:
Comentários: A Lei n. 11.101/2005 não mais fala
I – sócio da sociedade falida ou em recu- em síndico e comissário, expressões hoje substi-
peração judicial, ou sociedade controlada tuídas pelo termo administrador judicial.
pelo devedor falido ou em recuperação ju-
dicial; VI - os tabeliães, escrivães e demais ser-
II – parente, em linha reta ou colateral até ventuários de ofício, pelos tributos devi-
o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, dos sobre os atos praticados por eles, ou
do devedor falido ou em recuperação judi- perante eles, em razão do seu ofício;
cial ou de qualquer de seus sócios; ou VII - os sócios, no caso de liquidação de so-
III – identificado como agente do falido ciedade de pessoas.
ou do devedor em recuperação judicial
com o objetivo de fraudar a sucessão tri- Parágrafo único. O disposto neste artigo só
butária. se aplica, em matéria de penalidades, às de ca-
ráter moratório.
§ 3º Em processo da falência, o produto
da alienação judicial de empresa, filial ou
unidade produtiva isolada permanecerá Jurisprudência: “...flagrante ausência de tec-
em conta de depósito à disposição do nicidade legislativa se verifica no artigo 134, do
juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, CTN, em que se indica hipótese de responsabili-
contado da data de alienação, somente dade solidária ‘nos casos de impossibilidade de
podendo ser utilizado para o pagamento de exigência do cumprimento da obrigação princi-
créditos extraconcursais ou de créditos que pal pelo contribuinte’, uma vez cediço que o ins-
preferem ao tributário. tituto da solidariedade não se coaduna com o
benefício de ordem ou de excussão. Em verdade,
o aludido preceito normativo cuida de responsa-
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de bilidade subsidiária”. [STJ, 1a S., EREsp 446.955/
exigência do cumprimento da obrigação prin- SC, DJe de 19/5/2008].
35
#LEGIS
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#LEGIS
“O adquirente de boa-fé não pode ser responsa- (...) 3. Muito embora a regra seja a responsabili-
bilizado pelo tributo que deixou de ser oportu- dade objetiva pelo cometimento de infrações tri-
namente recolhido pela empresa vendedora que butárias (art. 136, do CTN e art. 94, caput e §2º,
realizou a operação mediante indevida emissão do Decreto-Lei n. 37/66), a responsabilidade sub-
de nota fiscal”. [STJ, AREsp 1.198.146-SP, Rel. Min. jetiva é admitida quando a lei assim o estabele-
Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em ce. Tal ocorre no art. 95, I, do Decreto-Lei n. 37/66
04/12/2018, DJe 18/12/2018]. que exige o concurso, e no art. 95, II, que em
interpretação conjunta com o art. 112, do CNT,
“(...)3. Na definição do art. 121, II do CTN, o res- exige a culpa in eligendo ou in vigilando, confor-
ponsável tributário é aquele que, sem revestir a me a jurisprudência consagrada na Súmula 138
condição de contribuinte, seja ex vi legis obriga- do extinto TFR: “A pena de perdimento de veí-
do a satisfazer o dever jurídico de pagar o tributo; culo utilizado em contrabando ou descaminho
a reflexão sobre o fundamento da emergência da somente é aplicada se demonstrada a respon-
responsabilidade tributária - de quem não reves- sabilidade do proprietário na prática do delito”.
te a condição de contribuinte - pelo pagamento (...). [STJ, REsp 1371211/PR, Rel. Ministro MAURO
de tributos”. [STJ, REsp 1574489/SP, Rel. Ministro CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TUR- em 02/10/2014, DJe 08/10/2014].
MA, julgado em 21/09/2017, DJe 03/10/2017].
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao
“4. No caso de cometimento de infrações, alvitra- agente:
-se a chamada (e abominável) responsabilidade
tributária objetiva, que se ancoraria (no dizer dos
que a sustentam) no art. 136 do CTN, mas essa I - quanto às infrações conceituadas por
sugestão é absolutamente contrária aos princí- lei como crimes ou contravenções, salvo
pios do Direito Público moderno e, em especial, quando praticadas no exercício regular de
ao sistema do CTN, porquanto esse Código pro- administração, mandato, função, cargo ou
clama, nos seus arts. 108, IV e 112, que a inter- emprego, ou no cumprimento de ordem ex-
pretação da lei tributária se fará com a aplicação pressa emitida por quem de direito;
da equidade e do princípio in dubio pro contri-
buinte, conforme já assinalou o preclaro Ministro Jurisprudência: “(...) 1. A responsabilidade pes-
TEORI ALBINO ZAVASCKI (REsp. 494.080/RJ, DJ soal do agente público por força das obrigações
16.11.2004)”. [STJ, REsp 1574489/SP, Rel. Ministro tributárias só incide quando pratica atos com
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TUR- excesso de poder ou infração à Lei atuando com
MA, julgado em 21/09/2017, DJe 03/10/2017]. dolo o que é diverso do exercício regular de admi-
nistração, mandato, função, cargo ou emprego.
“5. Insigne Ministro LUIZ FUX, ao analisar esse Inteligência do art. 137, I do CTN. (...)” [STJ, 1.ª T.,
mesmo tema, sob a sistemática do art. 543-C do REsp 981.511/AL, Rel. Min. Luiz Fux, j. 01.12.2009,
CPC (REsp. 1.148.444/MG, DJe 27.04.2010), con- DJe 18.12.2009].
signou no seu voto, para asseverar a indispen-
sabilidade do elemento subjetivo na conduta do
obrigado tributário”. II - quanto às infrações em cuja definição o
dolo específico do agente seja elementar;
37
#LEGIS
III - quanto às infrações que decorram di- em lei ordinária, conforme ressalva ao início do
reta e exclusivamente de dolo específico: art. 136).
(...)
a) das pessoas referidas no artigo 134,
contra aquelas por quem respondem; A tese suscitada no v. acórdão recorrido no sen-
tido de que em matéria de obrigação tributária
b) dos mandatários, prepostos ou empre- a responsabilidade por infrações é sempre ob-
gados, contra seus mandantes, preponen- jetiva, portanto, contraria o entendimento já há
tes ou empregadores; algum tempo pacífico no âmbito desta E. Corte
c) dos diretores, gerentes ou represen- Superior, que admite o afastamento da respon-
tantes de pessoas jurídicas de direito pri- sabilidade objetiva quando se trata de infração
vado, contra estas. cometida dolosamente por terceiro.
38
#LEGIS
b) a efetividade do ato.
Art. 138. A responsabilidade é excluída
pela denúncia espontânea da infração, acom- c) a natureza do ato.
panhada, se for o caso, do pagamento do tri-
buto devido e dos juros de mora, ou do depó- d) a extensão dos efeitos do ato.
sito da importância arbitrada pela autoridade
administrativa, quando o montante do tributo e) a ocorrência do ato.
dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espon- Ano: 2017/ Banca: PGR/ Procurador da Repú-
tânea a denúncia apresentada após o início blica.
de qualquer procedimento administrativo ou
medida de fiscalização, relacionados com a in- SOBRE A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA É IN-
fração. CORRETO AFIRMAR QUE:
Ano: 2019/ Banca: CESPE/ SEFAZ-RS. O art. 134, VII, do CTN menciona que são solida-
riamente responsáveis com o contribuinte em
Verificada situação que enseje a imposição de caso de impossibilidade de exigência os sócios,
multa em decorrência de infração tributária le- no caso de liquidação de sociedades de pessoas.
Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
39
#LEGIS
Anotações:
Gabarito: 01 – E | 02 - A | 03 - D
40
#LEGIS
41
#LEGIS
Art. 144. O lançamento reporta-se à data rel. min. Celso de Mello, j. 23-10-1991, P, DJ de 5-3-
da ocorrência do fato gerador da obrigação e 1993].
rege-se pela lei então vigente, ainda que poste-
riormente modificada ou revogada. “(...) Nos termos do art. 105 do CTN, a legislação
tributária se aplica aos fatos geradores futuros e
pendentes, não se aplicando, portanto, a fatos
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação
geradores pretéritos, salvo nas hipóteses do art.
que, posteriormente à ocorrência do fato
106 do CTN, o que não é o caso dos autos. Tal con-
gerador da obrigação, tenha instituído no-
clusão também se extrai do caput do art. 144 do
vos critérios de apuração ou processos
CTN, segundo o qual o lançamento reporta-se à
de fiscalização, ampliado os poderes de
data da ocorrência do fato gerador da obrigação
investigação das autoridades administra-
e rege-se pela lei então vigente, ainda que poste-
tivas, ou outorgado ao crédito maiores
riormente modificada ou revogada. (...)”. [STJ, 2.ª
garantias ou privilégios, exceto, neste
T., REsp 1.488.517/RS, Rel. Min. Mauro Campbell
último caso, para o efeito de atribuir res-
Marques, j. 04.11.2014, DJe 10.11.2014].
ponsabilidade tributária a terceiros.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica
aos impostos lançados por períodos cer- Art. 145. O lançamento regularmente no-
tos de tempo, desde que a respectiva lei tificado ao sujeito passivo só pode ser alterado
fixe expressamente a data em que o fato em virtude de:
gerador se considera ocorrido.
I - impugnação do sujeito passivo;
Comentário: Trata-se do Princípio da Irretroativi- II - recurso de ofício;
dade, consagrado pelo art. 150, III, “a”, da CF/88. III - iniciativa de ofício da autoridade ad-
Ver art. 106, CTN. ministrativa, nos casos previstos no artigo
149.
Jurisprudência:
Art. 146. A modificação introduzida, de ofí-
Súmula 577 do STF: Na importação de mercado- cio ou em consequência de decisão administra-
rias do exterior, o fato gerador do imposto de cir- tiva ou judicial, nos critérios jurídicos adotados
culação de mercadorias ocorre no momento de pela autoridade administrativa no exercício do
sua entrada no estabelecimento do importador. lançamento somente pode ser efetivada, em
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a
“O princípio da irretroatividade somente condi-
ciona a atividade jurídica do Estado nas hipóte- fato gerador ocorrido posteriormente à sua in-
ses expressamente previstas pela Constituição, trodução.
em ordem a inibir a ação do poder público even-
tualmente configuradora de restrição gravosa (a) Jurisprudência: “A mudança de critérios classi-
ao status libertatis da pessoa (CF, art. 5º, XL), (b) ficatórios, por parte do Fisco, no lançamento do
ao status subjectionais do contribuinte em maté- imposto de importação e do IPI, não autoriza sua
ria tributária (CF, art. 150, III, a) e (c) a segurança revisão, depois de recolhidos os tributos pelo im-
jurídica no domínio das relações sociais (CF, art. portador”. [STF, 2a T., RTJ 113/908].
5º, XXXVI). Na medida em que a retroprojeção
normativa da lei não gere e nem produza os gra-
vames referidos, nada impede que o Estado edite Art. 147. O lançamento é efetuado com
e prescreva atos normativos com efeito retroati- base na declaração do sujeito passivo ou de ter-
vo. As leis, em face do caráter prospectivo de que ceiro, quando um ou outro, na forma da legisla-
se revestem, devem, ordinariamente, dispor para ção tributária, presta à autoridade administrativa
o futuro. O sistema jurídico-constitucional brasi- informações sobre matéria de fato, indispensá-
leiro, contudo, não assentou, como postulado veis à sua efetivação.
absoluto, incondicional e inderrogável, o princí-
pio da irretroatividade. A questão da retroativi-
dade das leis interpretativas”. [STF, ADI 605 MC, Comentário: Nos termos do CTN, há três moda-
lidades distintas de lançamento, servindo para
qualificá-las a maior ou menor colaboração do
42
#LEGIS
sujeito passivo exigida pela lei na liquidação da ressalvada, em caso de contestação, avaliação
matéria tributável. contraditória, administrativa ou judicial.
43
#LEGIS
VI - quando se comprove ação ou omis- o direito de lançar da Fazenda Pública. Tal re-
são do sujeito passivo, ou de terceiro le- visão pode ser feita de ofício pela autoridade
galmente obrigado, que dê lugar à apli- administrativa (art. 145, III, c/c 149, IV, do CTN)
cação de penalidade pecuniária; e a pedido do contribuinte (art. 147, § 1.º, do
VII - quando se comprove que o sujeito CTN). No caso dos autos, os erros contidos na
passivo, ou terceiro em benefício daque- declaração apurados por perícia foram retifica-
le, agiu com dolo, fraude ou simulação; dos de ofício pela autoridade administrativa,
em conformidade com o disposto no art. 147,
VIII - quando deva ser apreciado fato não § 2.º do CTN. (...)”. [STJ, 2.ª T., AgRg no REsp
conhecido ou não provado por ocasião 1.166.893/RS, Rel. Min. Humberto Martins, j.
do lançamento anterior; 22.06.2010, DJe 01.07.2010].
IX - quando se comprove que, no lança-
mento anterior, ocorreu fraude ou falta “1. A retificação de dados cadastrais do imó-
funcional da autoridade que o efetuou, vel, após a constituição do crédito tributário,
ou omissão, pela mesma autoridade, de autoriza a revisão do lançamento pela auto-
ato ou formalidade especial. ridade administrativa (desde que não extin-
to o direito potestativo da Fazenda Pública
pelo decurso do prazo decadencial), quando
Comentário: De maneira simplória e sem pre- decorrer da apreciação de fato não conheci-
tensão de absoluta exaustividade, é possível do por ocasião do lançamento anterior, ex vi
condensar as hipóteses de lançamento direto do disposto no artigo 149, inciso VIII, do CTN”.
ou de ofício em duas: [STJ, REsp 1130545/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/08/2010, DJe
i) Quando a lei assim o determinar: 22/02/2011].
nesses casos, originariamente, cabe ao
Fisco a realização dos procedimentos de 2. O ato administrativo do lançamento tribu-
liquidação do tributo, sendo mínimo ou tário, devidamente notificado ao contribuinte,
inexistente o dever de colaboração do somente pode ser revisto nas hipóteses enu-
sujeito passivo (art. 149, I, CTN); meradas no artigo 145, do CTN, (...).
ii) Quando, por algum motivo, se 3. O artigo 149, do Codex Tributário, elenca os
verifique que o lançamento anterior, casos em que se revela possível a revisão de
a ser realizado pelo próprio Fisco ou ofício do lançamento tributário, (...)
pelo sujeito passivo, não se tenha
perfectibilizado devidamente (em 4. Destarte, a revisão do lançamento tribu-
virtude das omissões do contribuinte, tário, como consectário do poder-dever de
como ocorre na ausência de entrega autotutela da Administração Tributária, so-
de declaração exigida); ou tenha mente pode ser exercido nas hipóteses do
sido praticado sem observância de artigo 149, do CTN, observado o prazo deca-
aspectos fáticos ou jurídicos legalmente dencial para a constituição do crédito tribu-
determinados, independentemente de tário.
dolo ou culpa de qualquer das partes (...)
(Art. 149, II a IX, CTN).
11. Recurso especial provido. Acórdão subme-
Remete-se o leitor aos arts. 150, §4º e 173, I, tido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da
ambos do CTN. Resolução STJ 08/2008.
44
#LEGIS
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#LEGIS
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#LEGIS
Art. 153. A lei que conceda moratória em Parágrafo único. No caso do inciso I des-
caráter geral ou autorize sua concessão em cará- te artigo, o tempo decorrido entre a concessão
ter individual especificará, sem prejuízo de ou- da moratória e sua revogação não se computa
tros requisitos: para efeito da prescrição do direito à cobrança
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a
I - o prazo de duração do favor; revogação só pode ocorrer antes de prescrito
II - as condições da concessão do favor em o referido direito.
caráter individual;
III - sendo caso: Art. 155-A. O parcelamento será conce-
dido na forma e condição estabelecidas em lei
a) os tributos a que se aplica; específica.
b) o número de prestações e seus venci- § 1º Salvo disposição de lei em contrário,
mentos, dentro do prazo a que se refere o o parcelamento do crédito tributário não
inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e exclui a incidência de juros e multas.
de outros à autoridade administrativa, para
cada caso de concessão em caráter indivi- § 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao
dual; parcelamento as disposições desta Lei,
relativas à moratória.
c) as garantias que devem ser fornecidas
pelo beneficiado no caso de concessão em § 3º Lei específica disporá sobre as con-
caráter individual. dições de parcelamento dos créditos tri-
butários do devedor em recuperação ju-
Art. 154. Salvo disposição de lei em con- dicial.
trário, a moratória somente abrange os crédi-
tos definitivamente constituídos à data da lei Comentário: Ver art. 10-A, da Lei n.10522/2002.
ou do despacho que a conceder, ou cujo lança- Ver art. 57 da Lei nº 11.101/05 e art. 191-A do
mento já tenha sido iniciado àquela data por CTN.
ato regularmente notificado ao sujeito passivo.
§ 4º A inexistência da lei específica a que
Parágrafo único. A moratória não aprovei- se refere o § 3o deste artigo importa na
ta aos casos de dolo, fraude ou simulação do aplicação das leis gerais de parcelamen-
sujeito passivo ou do terceiro em benefício da- to do ente da Federação ao devedor em
recuperação judicial, não podendo, neste
quele. caso, ser o prazo de parcelamento inferior
ao concedido pela lei federal específica.
Art. 155. A concessão da moratória em
caráter individual não gera direito adquirido
e será revogado de ofício, sempre que se apu- Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
re que o beneficiado não satisfazia ou deixou
de satisfazer as condições ou não cumprira ou
deixou de cumprir os requisitos para a conces-
são do favor, cobrando-se o crédito acrescido
de juros de mora:
47
#LEGIS
Acerca do lançamento tributário, é correto afir- a) o direito de o sujeito passivo extinguir o crédi-
mar que: to tributário.
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#LEGIS
Súmula 461 do STJ: O contribuinte pode optar Art. 159. Quando a legislação tributária
por receber, por meio de precatório ou por com- não dispuser a respeito, o pagamento é efetua-
pensação, o indébito tributário certificado por do na repartição competente do domicílio do
sentença declaratória transitada em julgado. sujeito passivo.
49
#LEGIS
Súmula 523 do STJ: A taxa de juros de mora inci- Comentário: Na prática, não se observa mais o
dente na repetição de indébito de tributos esta- pagamento de tributos mediante vale postal, es-
duais deve corresponder à utilizada para cobran- tampilha, papel selado ou processo mecânico.
ça do tributo pago em atraso, sendo legítima a
incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, Em verdade, até o pagamento em cheque caiu
quando prevista na legislação local, vedada sua em desuso, sendo mais comum o pagamento em
cumulação com quaisquer outros índices. espécie, por meios eletrônicos de compensação
bancária ou transferência de fundos.
“Aplica-se a taxa SELIC, a partir de 1º.1.1996, na
atualização monetária do indébito tributário, § 1º A legislação tributária pode determi-
não podendo ser cumulada, porém, com qual- nar as garantias exigidas para o pagamen-
quer outro índice, seja de juros ou atualização to por cheque ou vale postal, desde que
monetária”. [STJ, REsp 1111175 / SP, Tema Repe- não o torne impossível ou mais oneroso
titivo 145]. que o pagamento em moeda corrente.
Se os pagamentos foram efetuados após § 2º O crédito pago por cheque somente se
1º.1.1996, o termo inicial para a incidência do considera extinto com o resgate deste pelo
acréscimo será o do pagamento indevido; haven- sacado.
do pagamentos indevidos anteriores à data de
vigência da Lei 9.250/95, a incidência da taxa SE- Comentário: Apesar de o cheque ser caracteriza-
LIC terá como termo a quo a data de vigência do do como título de crédito, se utilizado para paga-
diploma legal em tela, ou seja, janeiro de 1996.
50
#LEGIS
mento de tributo não implica transmutação da estabelecer a preferência, cabe ao credor com-
obrigação tributária em obrigação cambial. provar a existência de débitos preferenciais capa-
zes de desfazer a indicação do devedor”. [STJ, 2a
T., REsp 462.996/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. em
§ 3º O crédito pagável em estampilha con-
2/3/2004, DJ de 17/5/2004, p. 177].
sidera-se extinto com a inutilização regular
daquela, ressalvado o disposto no artigo
150. Art. 164. A importância de crédito tributá-
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou rio pode ser consignada judicialmente pelo su-
o erro no pagamento por esta modalidade, jeito passivo, nos casos:
não dão direito a restituição, salvo nos ca-
sos expressamente previstos na legislação I - de recusa de recebimento, ou subordi-
tributária, ou naquelas em que o erro seja nação deste ao pagamento de outro tribu-
imputável à autoridade administrativa. to ou de penalidade, ou ao cumprimento
§ 5º O pagamento em papel selado ou por de obrigação acessória;
processo mecânico equipara-se ao paga- II - de subordinação do recebimento ao
mento em estampilha. cumprimento de exigências administrati-
vas sem fundamento legal;
Art. 163. Existindo simultaneamente dois III - de exigência, por mais de uma pessoa
ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito pas- jurídica de direito público, de tributo idên-
sivo para com a mesma pessoa jurídica de direito tico sobre um mesmo fato gerador.
público, relativos ao mesmo ou a diferentes tribu-
tos ou provenientes de penalidade pecuniária ou § 1º A consignação só pode versar sobre o
juros de mora, a autoridade administrativa com- crédito que o consignante se propõe pa-
petente para receber o pagamento determinará gar.
a respectiva imputação, obedecidas as seguintes § 2º Julgada procedente a consignação,
regras, na ordem em que enumeradas: o pagamento se reputa efetuado e a im-
portância consignada é convertida em ren-
I - em primeiro lugar, aos débitos por obri- da; julgada improcedente a consignação
gação própria, e em segundo lugar aos de- no todo ou em parte, cobra-se o crédito
correntes de responsabilidade tributária; acrescido de juros de mora, sem prejuízo
das penalidades cabíveis.
II - primeiramente, às contribuições de me-
lhoria, depois às taxas e por fim aos impos-
tos; Jurisprudência: “Não obstante o entendimento
doutrinário no sentido de admitir a ação de con-
III - na ordem crescente dos prazos de pres- signação em pagamento, com base no art. 164, III,
crição; do CTN, apenas quando houver dúvida subjetiva
IV - na ordem decrescente dos montantes. em relação a entes tributantes que possuam a
mesma natureza (Estado contra Estado e Municí-
pio contra Município) (...), a doutrina majoritária
Jurisprudência: “O contribuinte não está obriga- tem admitido a utilização da ação mencionada
do compensar os valores de créditos escriturais do quando plausível a incerteza subjetiva, mesmo
IPI com débitos consolidados inscritos no Progra- que se trate de impostos cobrados por entes de
ma de Recuperação Fiscal – REFIS, porquanto o natureza diversa. (REsp 931.566/MG, 1.ª T., Min.
artigo 163 do CTN trata d possibilidade de impu- Denise Arruda, DJe 07.05.2009)”. [STJ, 1.ª T., REsp
tação de pagamento quando houver mais de um 1.160.256/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j.
débito do mesmo sujeito passivo em relação ao 04.08.2011, DJe 12.08.2011].
mesmo sujeito ativo”. [STJ, 1a T., REsp 550.177/PR,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. em 3/5/2005, DJ “Não se constata a recusa de recebimento dos
de 23/5/2005, p. 152]. valores por parte do Fisco, nem a imposição de
obrigações administrativas ilegais ou a exigência
“A imputação de pagamento consagra o princí- de tributo idêntico sobre um mesmo fato gera-
pio da autonomia das dívidas tributárias, ao dor por mais de uma pessoa de direito público.
estabelecer uma escala de preferência. [...] Para
51
#LEGIS
Trata o caso de pretensão de pessoa jurídica na feita a quem prove haver assumido o referido
obtenção de acesso a programa de incentivo fis- encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a ter-
cal estadual por meio do não cumprimento inte- ceiro, estar por este expressamente autorizado
gral das exigências administrativas impostas (no a recebê-la.
caso, o depósito de valor correspondente a 1/120
do total da dívida), socorrendo- se, para tanto, da
ação de consignação. [...] Inocorrentes as hipóte- Jurisprudência:
ses taxativamente previstas no art. 164, incisos I,
II e III, do CTN, que dão supedâneo à propositura Súmula 546 do STF: Cabe a restituição do tribu-
da ação consignatória, há de se reconhecer a ina- to pago indevidamente, quando reconhecido por
dequação da via eleita”. [STJ, 1a T., REsp 628.568/ decisão, que o contribuinte de jure não recuperou
RS, Rel. Min. José Delgado, j. em 20/5/2004, DJ de do contribuinte de facto o quantum respectivo.
14/6/2004, p. 184].
Súmula 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Fe-
deral são partes legítimas na ação de restituição
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, in- de imposto de renda retido na fonte proposta por
dependentemente de prévio protesto, à resti- seus servidores.
tuição total ou parcial do tributo, seja qual for
a modalidade do seu pagamento, ressalvado o Art. 167. A restituição total ou parcial do
disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes ca- tributo dá lugar à restituição, na mesma pro-
sos: porção, dos juros de mora e das penalidades
pecuniárias, salvo as referentes a infrações de
I - cobrança ou pagamento espontâneo de
caráter formal não prejudicadas pela causa da
tributo indevido ou maior que o devido
em face da legislação tributária aplicável, restituição.
ou da natureza ou circunstâncias materiais
do fato gerador efetivamente ocorrido; Parágrafo único. A restituição vence juros
não capitalizáveis, a partir do trânsito em jul-
II - erro na edificação do sujeito passivo,
na determinação da alíquota aplicável, no gado da decisão definitiva que a determinar.
cálculo do montante do débito ou na ela-
boração ou conferência de qualquer docu- Jurisprudência:
mento relativo ao pagamento;
Súmula Vinculante 17 do STF: Durante o pe-
Comentário: Na verdade, o dispositivo se refere ríodo previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da
a erro na identificação do sujeito passivo, e não, Constituição, não incidem juros de mora sobre
edificação, como ficou registrado na lei, por um os precatórios que nele sejam pagos.
equívoco textual.
Comentário: Após a EC n. 62/2009, o parágrafo
do artigo 100, da CF, a que se refere a súmula aci-
III - reforma, anulação, revogação ou resci- ma, é o § 5º.
são de decisão condenatória.
Súmula 162 do STJ: Na repetição de indébito tri-
Comentário: O dispositivo é impróprio ao falar butário, a correção monetária incide a partir do
em decisão condenatória. Na verdade, refere-se pagamento indevido.
à situação em que o contribuinte, após pagar o
tributo, discute-o na seara judicial e, aí, obtém Súmula 188 do STJ: Os juros moratórios, na re-
decisão que lhe é favorável. petição do indébito tributário, são devidos a par-
tir do transito em julgado da sentença.
Ver, a respeito, o art. 168, II do CTN.
52
#LEGIS
Art. 168. O direito de pleitear a restitui- não fica reduzida aquém de cinco anos, embora
ção extingue-se com o decurso do prazo de 5 o titular do direito a interrompa durante a pri-
(cinco) anos, contados: meira metade do prazo.
53
#LEGIS
mandado de segurança para declarar o direito à Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade
compensação tributária, mas não para convali- administrativa a conceder, por despacho funda-
dar a compensação já realizada pelo sujeito pas- mentado, remissão total ou parcial do crédito
sivo, o que demandaria dilação probatória. tributário, atendendo:
“A compensação pode ser realizada independen- Comentário: O art. 108, § 2º, CTN dirige-se ao
temente do trânsito em julgado, pois à época da aplicador da legislação tributária, proibindo o
propositura da ação (15.12.2000), não estava em emprego da equidade para dispensar o paga-
vigor a Lei Complementar nº 104/2001, que intro- mento de tributo devido.
duziu no Código Tributário o art. 170-A, segun-
do o qual ‘é vedada a compensação mediante o Já o inciso IV, do art. 172, CTN, acima, dirige-se
aproveitamento de tributo, objeto de contesta- ao legislador, autorizando-o a utilizar a equidade
ção judicial pelo sujeito passivo, antes do trân- como critério para, diante de características pes-
sito em julgado da respectiva decisão judicial’.” soais ou materiais do caso, editar lei concedendo
[STJ, 1a T., REsp 825.637/SP, Rel. Min. Teori Albino ou autorizando a concessão de remissão.
Zavascki, j. em 4/5/2006, DJ de 15/5/2006, p. 185].
V - a condições peculiares a determinada
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições região do território da entidade tributante.
que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária celebrar transação que, me- Parágrafo único. O despacho referido neste
diante concessões mútuas, importe em determi- artigo não gera direito adquirido, aplicando-se,
nação de litígio e consequente extinção de crédi- quando cabível, o disposto no artigo 155.
to tributário.
Jurisprudência: “Não incumbe ao Judiciário,
Comentário: Onde está escrito: determinação de mesmo por analogia a leis de outros entes tri-
litígio, leia-se terminação de litígio. butantes, decretar, de ofício, a extinção da ação
de execução fiscal, ao fundamento de que o
valor da cobrança é pequeno ou irrisório, não
Parágrafo único. A lei indicará a autorida- compensando sequer as despesas da execução,
de competente para autorizar a transação em porquanto o crédito tributário regularmente lan-
cada caso. çado é indisponível (art. 141, do CTN), somente
podendo ser remitido à vista de lei expressa do
Jurisprudência: “1. As sentenças que homolo- próprio ente tributante (art. 150, § 6.º, da CF e art.
gam transação são consideradas sentenças de 172, do CTN”. [STJ, 2.ª T., REsp 1.319.824/SP, Rel.
mérito e necessitam de revisão pelo Tribunal Min. Mauro Campbell Marques, j. 15.05.2012, DJe
de Apelação (remessa oficial)”. [STJ, 2.ª T., REsp 23.05.2012].
895.700/MT, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 17.03.2009,
DJe 25.05.2009]. “O cancelamento da certidão de dívida ativa por
2. A transação é modalidade de extinção do cré- remissão fiscal, concedida em caráter geral em
dito tributário (art. 156, III, CTN), exigindo autori- razão da diminuta importância do crédito tri-
zação por lei formal (art. 171 do CTN). butário, acarreta a extinção da execução fiscal
sem qualquer ônus para a Fazenda Pública – art.
54
#LEGIS
26 da Lei nº 6.830/80”. [STJ, 2a T., REsp 214.707/ não justifica o acolhimento da arguição de pres-
PR, Rel. Min Castro Meira, j. em 16/9/2004, DJ de crição ou decadência.
13/12/2004, p. 273].
Súmula 314 do STJ: Em execução fiscal, não lo-
calizados bens penhoráveis, suspende-se o pro-
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública cesso por um ano, findo o qual se inicia o prazo
constituir o crédito tributário extingue-se após da prescrição quinquenal intercorrente.
5 (cinco) anos, contados:
Súmula 409 do STJ: Em execução fiscal, a pres-
I - do primeiro dia do exercício seguinte crição ocorrida antes da propositura da ação
àquele em que o lançamento poderia ter pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5.º, do
sido efetuado; CPC).
II - da data em que se tornar definitiva a
decisão que houver anulado, por vício Parágrafo único. A prescrição se interrom-
formal, o lançamento anteriormente efe- pe:
tuado.
I – pelo despacho do juiz que ordenar a ci-
Parágrafo único. O direito a que se refe- tação em execução fiscal;
re este artigo extingue-se definitivamente com
II - pelo protesto judicial;
o decurso do prazo nele previsto, contado da
data em que tenha sido iniciada a constituição III - por qualquer ato judicial que constitua
do crédito tributário pela notificação, ao sujeito em mora o devedor;
passivo, de qualquer medida preparatória in- IV - por qualquer ato inequívoco ainda que
dispensável ao lançamento. extrajudicial, que importe em reconheci-
mento do débito pelo devedor.
Comentário: É trivial a distinção entre decadência
e prescrição. Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
Com efeito, o prazo outorgado ao Fisco para rea-
lizar o lançamento da obrigação tributária é de-
cadencial (art. 173, CTN). Já o prazo para ajui-
zamento da execução fiscal é prescricional (art.
174, CTN).
Jurisprudência:
Jurisprudência:
55
#LEGIS
d) não poderá ser restritivamente concedida a e) já tinha ocorrido a prescrição, na data do ofe-
uma região do território da entidade tributante. recimento dos embargos pelo executado.
56
#LEGIS
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#LEGIS
duna com o sistema tributário brasileiro. O art. 3.º, Art. 181. A anistia pode ser concedida:
§ 4.º, da Lei 9.317/1996 deve ser interpretado de
forma sistemática com o disposto no art. 150, § 6.º, I - em caráter geral;
da Constituição e no art. 111 do CTN”. [STJ, 2.ª T.,
AgRg no REsp 1.434.314/PE, Rel. Min. Mauro Cam- II - limitadamente:
pbell Marques, j. 08.04.2014, DJe 23.04.2014].
a) às infrações da legislação relativa a de-
As empresas optantes pelo SIMPLES são isen- terminado tributo;
tas apenas das contribuições que já haviam sido b) às infrações punidas com penalidades
instituídas pela União na data da vigência da Lei pecuniárias até determinado montante,
9.317/1996. Com efeito, firmou-se nesta Corte o conjugadas ou não com penalidades de ou-
entendimento de que não há isenção do PIS-Im- tra natureza;
portação e da Cofins-Importação, na hipótese de
pessoas jurídicas optantes c) a determinada região do território da
entidade tributante, em função de condi-
pelo Simples, porque a Lei 9.317/1996 não pode- ções a ela peculiares;
ria isentar contribuições que foram criadas por lei d) sob condição do pagamento de tributo
posterior, nos termos do art. 177, II, do CTN, que no prazo fixado pela lei que a conceder, ou
preceitua que a isenção não é extensiva aos tribu- cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à
tos instituídos posteriormente à sua concessão. autoridade administrativa.
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente Art. 182. A anistia, quando não concedida
as infrações cometidas anteriormente à vigência em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por
da lei que a concede, não se aplicando: despacho da autoridade administrativa, em re-
querimento com a qual o interessado faça prova
I - aos atos qualificados em lei como crimes do preenchimento das condições e do cumpri-
ou contravenções e aos que, mesmo sem mento dos requisitos previstos em lei para sua
essa qualificação, sejam praticados com concessão.
dolo, fraude ou simulação pelo sujeito pas-
sivo ou por terceiro em benefício daquele; Parágrafo único. O despacho referido neste
II - salvo disposição em contrário, às infra- artigo não gera direito adquirido, aplicando-se,
ções resultantes de conluio entre duas ou quando cabível, o disposto no artigo 155.
mais pessoas naturais ou jurídicas.
Jurisprudência: “(...) a alegação de não caber ao
Jurisprudência: “1. O STJ firmou entendimento Poder Judiciário a análise dos requisitos estabe-
de que o não recolhimento do tributo por si só não lecidos pelo art. 182 do CTN, que trata da anistia
constitui infração à lei”. [STJ, 2a T., REsp 448.193/ fiscal em caráter individual, mas somente à Ad-
SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. em 10/8/2004, DJ de ministração Pública, não tem razão de ser, haja
11/10/2004, p. 264]. vista que, uma vez preenchidas as condições
impostas pela sobredita norma de regência – di-
2. Se o contribuinte preenche os requisitos da nor- reito líquido e certo do impetrante – e caso não
ma que concedeu anistia fiscal, não é lícito impe- seja deferida a benesse fiscal ao contribuinte por
dir o gozo do benefício em face do art. 180, I e II despacho da autoridade administrativa, pode o
do CTN, presumindo-se ter havido dolo pelo não órgão jurisdicional competente conferir ao des-
recolhimento do tributo sem procedimento admi- tinatário do comando legal o proveito do perse-
nistrativo com obediência ao contraditório e ao guido privilégio tributário. (...)”. [STJ, 2.ª T., AgRg
devido processo legal. (...). no AgIn 1.340.457/BA, Rel. Min. Castro Meira, j.
23.11.2010, DJe 01.12.2010].
“(...) 2. Se ao executado não foi imposta sequer a
conduta dolosa de exonerar-se do pagamento de
tributos devidos, não se pode invocar a aplicação Art. 183. A enumeração das garantias atri-
do art. 180, I, do CTN. (...)”. [STJ, 2.ª T., AgRg no AgIn buídas neste Capítulo ao crédito tributário não
326.191/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, j. exclui outras que sejam expressamente previs-
22.02.2005, DJe 28.03.2005].
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#LEGIS
tas em lei, em função da natureza ou das carac- sob a sistemática do representativo da contro-
terísticas do tributo a que se refiram. vérsia, esta Corte Superior assentou o entendi-
mento de que não se aplica à Execução Fiscal o
Parágrafo único. A natureza das garantias Enunciado 375 da Súmula de sua jurisprudên-
atribuídas ao crédito tributário não altera a na- cia, segundo o qual o reconhecimento da fraude
à execução depende do registro da penhora do
tureza deste nem a da obrigação tributária a que bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro
corresponda. adquirente. Sendo assim, há presunção absolu-
ta da fraude à execução quando a alienação é
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios es- efetivada após a inscrição do débito tributário
peciais sobre determinados bens, que sejam em Dívida Ativa, ou, em sendo a alienação fei-
previstos em lei, responde pelo pagamento do ta em data anterior à entrada em vigor da LC
crédito tributário a totalidade dos bens e das 118/2005, presume-se fraudulenta quando feita
rendas, de qualquer origem ou natureza, do su- após a citação do devedor, sendo desnecessária,
jeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, portanto, a discussão acerca da má-fé ou não do
adquirente. (...)”. [STJ, AgRg no AREsp 696.938/
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/03/2020, DJe
qual for a data da constituição do ônus ou da 11/03/2020].
cláusula, excetuados unicamente os bens e ren-
das que a lei declare absolutamente impenho- “1. A lei especial prevalece sobre a lei geral (lex
ráveis. specialis derrogat lex generalis), por isso que a
Súmula n.º 375 do Egrégio STJ não se aplica às
execuções fiscais”. [STJ, REsp 1141990/PR, Rel.
GARANTIAS PRIVILÉGIOS Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
Normas que asseguram Normas que atribuem 10/11/2010, DJe 19/11/2010].
direitos ou prerrogativas ao crédito tributário
em prol do crédito tribu- uma posição de vanta- 2. O artigo 185, do Código Tributário Nacional -
tário. gem quanto aos demais. CTN, assentando a presunção de fraude à exe-
cução, na sua redação primitiva, dispunha que:
“Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação
Jurisprudência: “(...) 2. A indivisibilidade do ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
bem não lhe retira, por si só, a possibilidade de por sujeito passivo em débito para com a Fazen-
penhora, eis que os arts. 184 do CTN e 30 da Lei da Pública por crédito tributário regularmente
6.830/1980 trazem previsão expressa de que a inscrito como
totalidade dos bens do sujeito passivo responde
pelo pagamento do crédito tributário ou dívida dívida ativa em fase de execução.
ativa da Fazenda Pública. (...)”. [STJ, 2.ª T., REsp
1.404.659/PB, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
j. 01.04.2014, DJe 07.04.2014]. aplica na hipótese de terem sido reservados pelo
devedor bens ou rendas suficientes ao total pa-
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alie- gamento da dívida em fase de execução.”
nação ou oneração de bens ou rendas, ou seu
3. A Lei Complementar n.º 118, de 9 de fevereiro
começo, por sujeito passivo em débito para
de 2005, alterou o artigo 185, do CTN, que passou
com a Fazenda Pública, por crédito tributário a ostentar o seguinte teor: “Art. 185. Presume-se
regularmente inscrito como dívida ativa. fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em
Parágrafo único. O disposto neste artigo débito para com a Fazenda Pública, por crédito
não se aplica na hipótese de terem sido reser- tributário regularmente inscrito como dívida ati-
vados, pelo devedor, bens ou rendas suficien- va.
tes ao total pagamento da dívida inscrita.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
aplica na hipótese de terem sido reservados,
Jurisprudência: “1. Ao julgar o REsp. 1.141.990/ pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total
PR, da relatoria do eminente Ministro LUIZ FUX, pagamento da dívida inscrita.”
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#LEGIS
5. Resta saber, apenas, se as diligências realiza- 11. Deveras, a ratio essendi do artigo 185-A, do
das pela exequente e infrutíferas para o que se CTN, é erigir hipótese de privilégio do crédito
destinavam podem ser consideradas suficien- tributário, não se revelando coerente “colocar
tes a permitir que se afirme, com segurança, o credor privado em situação melhor que o cre-
que não foram encontrados bens penhoráveis, dor público, principalmente no que diz respei-
e, por consequência, determinar a indisponibi- to à cobrança do crédito tributário, que deriva
lidade de bens. do dever fundamental de pagar tributos (arti-
gos 145 e seguintes da Constituição Federal de
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#LEGIS
1988)” (REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro Mau- ditos decorrentes da legislação do trabalho ou
ro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado do acidente de trabalho.
em 07.10.2008, DJe 05.11.2008).
Parágrafo único. Na falência:
12. Assim, a interpretação sistemática dos artigos
185-A, do CTN, com os artigos 11, da Lei 6.830/80
I – o crédito tributário não prefere aos cré-
e 655 e 655-A, do CPC, autoriza a penhora ele-
ditos extraconcursais ou às importâncias
trônica de depósitos ou aplicações financeiras
passíveis de restituição, nos termos da lei
independentemente do exaurimento de diligên-
falimentar, nem aos créditos com garantia
cias extrajudiciais por parte do exequente.
real, no limite do valor do bem gravado;
13. À luz da regra de direito intertemporal que II – a lei poderá estabelecer limites e con-
preconiza a aplicação imediata da lei nova de dições para a preferência dos créditos de-
índole processual, infere-se a existência de dois correntes da legislação do trabalho; e
regimes normativos no que concerne à penhora III – a multa tributária prefere apenas aos
eletrônica de dinheiro em depósito ou aplicação créditos subordinados.
financeira:
(i) período anterior à égide da Lei 11.382, Ordem de preferência dos créditos na falência.
de 6 de dezembro de 2006 (que obedeceu a
vacatio legis de 45 dias após a publicação), 1. Créditos extraconcursais;
no qual a utilização do Sistema BACEN- 2. Importâncias passíveis de restituição;
JUD pressupunha a demonstração de que
o exequente não lograra êxito em suas 3. Créditos trabalhistas, limitados até 150 salá-
tentativas de obter as informações sobre o rios mínimos por credor, e os decorrentes de aci-
executado e seus bens; e dentes de trabalho (sem limitação);
(ii) período posterior à vacatio legis da 4. Créditos com garantia real até o limite do bem
Lei 11.382/2006 (21.01.2007), a partir do gravado;
qual se revela prescindível o exaurimento
de diligências extrajudiciais a fim de se 5. Créditos tributários, independente da nature-
autorizar a penhora eletrônica de depósitos za e constituição, excetuadas as multas tributá-
ou aplicações financeiras. rias;
(...) 6. Créditos com privilégio especial;
17. Contudo, impende ressalvar que a penhora 7. Créditos com privilégio geral;
eletrônica dos valores depositados nas contas
bancárias não pode descurar-se da norma inser- 8. Créditos quirografários;
ta no artigo 649, IV, do CPC (com a redação dada
pela Lei 11.382/2006), segundo a qual são abso- 9. Multas contratuais e penas pecuniárias por in-
lutamente impenhoráveis “os vencimentos, sub- fração às leis penais ou administrativas, inclusive
sídios, soldos, salários, remunerações, proventos as multas tributárias;
de aposentadoria, pensões, pecúlios e monte-
pios; as quantias recebidas por liberalidade de 10. Créditos subordinados.
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo
e os honorários de profissional liberal”. Jurisprudência: “(...) 2. A teor do art. 186 do
CTN, os créditos tributários preferem todos os
(...) demais, ressalvados os decorrentes da legisla-
Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, ção trabalhista e de acidente de trabalho, sen-
do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. do legítimo que o produto da arrematação de
imóvel também penhorado em execução fiscal,
ainda que a alienação tenha sido levada a efei-
Art. 186. O crédito tributário prefere a to em autos de execução diversa, se destine à
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o satisfação do crédito fiscal. (...)”. [STJ, 1.ª T., AgRg
tempo de sua constituição, ressalvados os cré-
62
#LEGIS
no REsp 1.154.926/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, j. III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
22.05.2014, DJe 28.05.2014].
Comentário: A doutrina contesta a constitucio-
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tri- nalidade da norma, mas a Jurisprudência a tem
butário não é sujeita a concurso de credores ou aplicado.
habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento. Jurisprudência: “1. O crédito tributário de au-
tarquia federal goza do direito de preferência em
Jurisprudência: “1. A Corte de origem entendeu relação àquele de que seja titular a Fazenda Es-
que possuindo a União Federal a prerrogativa de tadual, desde que coexistentes execuções e pe-
escolher entre receber seu crédito por meio da nhoras”. [STJ, REsp 957.836/SP, Rel. Ministro LUIZ
execução fiscal ou pela habilitação de crédito, FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010,
ao optar pela adoção de um procedimento, con- DJe 26/10/2010].
sequentemente renunciará ao outro”. [STJ, REsp
1815825/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, (...)
SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2019, DJe
18/10/2019]. 2. A instauração do concurso de credores pres-
supõe pluralidade de penhoras sobre o mesmo
2. A prejudicialidade do processo falimentar para bem, por isso que apenas se discute a preferên-
a satisfação do crédito tributário não implica a cia quando há execução fiscal e recaia a penhora
ausência de interesse processual no pedido de sobre o bem excutido em outra demanda execu-
habilitação do crédito tributário ou na penhora tiva.
no rosto dos autos.
(...)
3. A necessidade de aguardar o término da ação
de falência para eventual satisfação do seu cré- 3. In casu, resta observada a referida condição à
dito não retira da credora/exequente a faculdade análise do concurso de preferência, porquanto
de optar por ambas as vias de cobrança: habili- incontroversa a existência de penhora sobre o
tação no processo falimentar e ajuizamento da mesmo bem tanto pela Fazenda Estadual como
execução fiscal. pela autarquia previdenciária.
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#LEGIS
Art. 188. São extraconcursais os créditos ministração pública da União, dos Estados, do
tributários decorrentes de fatos geradores ocor- Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autar-
ridos no curso do processo de falência. quia, celebrará contrato ou aceitará proposta
em concorrência pública sem que o contratante
§ 1º Contestado o crédito tributário, ou proponente faça prova da quitação de todos
o juiz remeterá as partes ao processo os tributos devidos à Fazenda Pública interessa-
competente, mandando reservar bens da, relativos à atividade em cujo exercício con-
suficientes à extinção total do crédito e trata ou concorre.
seus acrescidos, se a massa não puder
efetuar a garantia da instância por outra
forma, ouvido, quanto à natureza e valor Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
dos bens reservados, o representante da
Fazenda Pública interessada.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos
processos de concordata.
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Art. 194. A legislação tributária, observa- Art. 197. Mediante intimação escrita, são
do o disposto nesta Lei, regulará, em caráter ge- obrigados a prestar à autoridade administra-
ral, ou especificamente em função da natureza tiva todas as informações de que disponham
do tributo de que se tratar, a competência e os com relação aos bens, negócios ou atividades
poderes das autoridades administrativas em de terceiros:
matéria de fiscalização da sua aplicação.
I - os tabeliães, escrivães e demais ser-
Parágrafo único. A legislação a que se re- ventuários de ofício;
fere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou II - os bancos, casas bancárias, Caixas
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que Econômicas e demais instituições finan-
gozem de imunidade tributária ou de isenção ceiras;
de caráter pessoal. III - as empresas de administração de
bens;
Jurisprudência: IV - os corretores, leiloeiros e despa-
chantes oficiais;
Súmula 439 do STF: Estão sujeitos a fiscaliza-
ção tributária ou previdenciária quaisquer livros V - os inventariantes;
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto VI - os síndicos, comissários e liquidatá-
da investigação. rios;
VII - quaisquer outras entidades ou pes-
Art. 195. Para os efeitos da legislação tri- soas que a lei designe, em razão de seu
butária, não têm aplicação quaisquer disposi- cargo, ofício, função, ministério, atividade
ções legais excludentes ou limitativas do direi- ou profissão.
to de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou Parágrafo único. A obrigação prevista nes-
fiscais, dos comerciantes industriais ou produ- te artigo não abrange a prestação de informa-
tores, ou da obrigação destes de exibi-los. ções quanto a fatos sobre os quais o informante
esteja legalmente obrigado a observar segre-
Parágrafo único. Os livros obrigatórios do em razão de cargo, ofício, função, ministério,
de escrituração comercial e fiscal e os compro- atividade ou profissão.
vantes dos lançamentos neles efetuados serão
conservados até que ocorra a prescrição dos Art. 198. Sem prejuízo do disposto na le-
créditos tributários decorrentes das operações gislação criminal, é vedada a divulgação, por
a que se refiram. parte da Fazenda Pública ou de seus servido-
res, de informação obtida em razão do ofício
Art. 196. A autoridade administrativa que sobre a situação econômica ou financeira do
proceder ou presidir a quaisquer diligências de sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natu-
fiscalização lavrará os termos necessários para reza e o estado de seus negócios ou atividades.
que se documente o início do procedimento, na
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4. A própria Certidão da Dívida Ativa, que embasa Parágrafo único. A presunção a que se re-
a execução, já discrimina a composição do débi- fere este artigo é relativa e pode ser ilidida por
to, porquanto todos os elementos que compõem prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou
a dívida estão arrolados no título executivo - que do terceiro a que aproveite.
goza de presunção de liquidez e certeza -, con-
soante dessume-se das normas emanadas dos
§§ 5º e 6º, do art. 2º, da Lei nº 6830/80, Comentário: No mesmo sentido é a disposição
constante do art. 3º da Lei n. 6.830/1980 (Lei das
(...) Execuções Fiscais – LEF).
Súmula 558 do STJ: Em ações de execução fiscal, 4. Agravo Interno do Banco desprovido.
a petição inicial não pode ser indeferida sob o ar-
gumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da
CNPJ da parte executada. quitação de determinado tributo, quando exigí-
Súmula 559 do STJ: Em ações de execução fis- vel, seja feita por certidão negativa, expedida à
cal, é desnecessária a instrução da petição inicial vista de requerimento do interessado, que con-
com o demonstrativo de cálculo do débito, por tenha todas as informações necessárias à identi-
tratar-se de requisito não previsto no art. 6.º da ficação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de
Lei 6.830/1980. negócio ou atividade e indique o período a que se
refere o pedido.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita
goza da presunção de certeza e liquidez e tem Parágrafo único. A certidão negativa será
o efeito de prova pré-constituída. sempre expedida nos termos em que tenha sido
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#LEGIS
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previs- Parágrafo único. O disposto neste artigo
tos no artigo anterior a certidão de que conste não exclui a responsabilidade criminal e fun-
a existência de créditos não vencidos, em curso cional que no caso couber.
de cobrança executiva em que tenha sido efetiva-
da a penhora, ou cuja exigibilidade esteja sus- Comentário: Apesar de o dispositivo falar em
pensa. responsabilidade pessoal, a doutrina entende
que, em verdade, o termo mais adequado seria
Certidão positiva com responsabilidade solidária.
Certidão negativa de
efeitos de negativa
débito (CND) É que não há cogitar a responsabilidade
(CPD-EN) exclusiva do servidor, exonerando o sujeito
Prevista no art. 206, passivo originário, no que configuraria nítido
Prevista no art. 205, locupletamento indevido deste.
CTN, atesta situação
CTN, certifica a ausên-
em que há débitos do
cia de débitos fiscais do Art. 209. A expressão “Fazenda Pública”,
requerente perante a
requerente perante a quando empregada nesta Lei sem qualificação,
Fazenda manifestante,
Fazenda Pública mani- abrange a Fazenda Pública da União, dos Esta-
porém tais débitos não
festante. dos, do Distrito Federal e dos Municípios.
são exigíveis.
70
#LEGIS
duais e municipais, com o objetivo de assegurar Art. 217. As disposições desta Lei, nota-
a uniforme aplicação da presente Lei. damente as dos arts 17, 74, § 2º e 77, parágrafo
único, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10
Art. 212. Os Poderes Executivos federal, de junho de 1966, não excluem a incidência e a
estaduais e municipais expedirão, por decreto, exigibilidade:
dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor
desta Lei, a consolidação, em texto único, da le- I - da “contribuição sindical”, denominação
gislação vigente, relativa a cada um dos tribu- que passa a ter o imposto sindical de que
tos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de tratam os arts 578 e seguintes, da Consoli-
janeiro de cada ano. dação das Leis do Trabalho, sem prejuízo
do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de
dezembro de 1964;
Art. 213. Os Estados pertencentes a uma
mesma região geo-econômica celebrarão entre II - das denominadas “quotas de previdên-
si convênios para o estabelecimento de alíquota cia” a que aludem os arts 71 e 74 da Lei
3.807, de 26 de agosto de 1960 com as al-
uniforme para o imposto a que se refere o artigo
terações determinadas pelo art. 34 da Lei
52. 4.863, de 29 de novembro de 1965, que in-
tegram a contribuição da União para a pre-
Parágrafo único. Os Municípios de um mes- vidência social, de que trata o art. 157, item
mo Estado procederão igualmente, no que se re- XVI, da Constituição Federal;
fere à fixação da alíquota de que trata o artigo 60. III - da contribuição destinada a constituir
o “Fundo de Assistência” e “Previdência do
Comentário: Os mencionados artigos 52 e 60 do Trabalhador Rural”, de que trata o art. 158
CTN foram revogados antes mesmo do advento da Lei 4.214, de 2 de março de 1963;
da CF/88, pelo que se esvaziou o teor do disposi- IV - da contribuição destinada ao Fundo de
tivo acima. Garantia do Tempo de Serviço, criada pelo
art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de
Art. 214. O Poder Executivo promoverá a 1966;
realização de convênios com os Estados, para V - das contribuições enumeradas no § 2º
excluir ou limitar a incidência do imposto sobre do art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro
operações relativas à circulação de mercadorias, de 1965, com as alterações decorrentes do
no caso de exportação para o exterior. disposto nos arts 22 e 23 da Lei 5.107, de 13
de setembro de 1966, e outras de fins so-
ciais criadas por lei.
Comentário: Ver art. 155, § 2º, X, “a”, CF/88.
Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Po- Comentário: A contribuição destinada ao FGTS
não é considerada tributo, a ela não se aplicando
der Executivo a reajustar, no exercício de 1967, a
as disposições do CTN.
alíquota de imposto a que se refere o artigo 52,
dentro de limites e segundo critérios por ela es-
tabelecidos. Jurisprudência: “A Seção, ao julgar o recurso
sob o regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n.
Art. 216. O Poder Executivo proporá as me- 8/2008-STJ, reafirmou, com base na jurisprudên-
didas legislativas adequadas a possibilitar, sem cia deste Superior Tribunal, que a Taxa Referen-
cial (TR) é índice aplicável a título de correção
compressão dos investimentos previstos na pro-
monetária aos débitos do FGTS decorrentes dos
posta orçamentária de 1967, o cumprimento do valores recolhidos pelos fundistas e não repas-
disposto no artigo 21 da Emenda Constitucional sados ao Fundo. Observou o Min. Relator que a
nº 18, de 1965. taxa Selic não tem aplicação nas contribuições
do FGTS por não possuírem natureza tributá-
Comentário: Os artigos 215 e 216 tiveram as ria. Consectariamente, os débitos referentes
respectivas vigências exauridas no exercício de ao FGTS possuem disciplina própria de atuali-
1967.
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#LEGIS
Para Fixação:
zação monetária e cobrança de juros morató-
rios (Lei n. 8.036/1990), quando o empregador Ano: 2019/ Banca: CESPE/ SEFAZ-RS.
não efetua os respectivos depósitos. Preceden-
tes citados: REsp 992.415-SC, DJe 5/3/2008; REsp Conforme o CTN, com o objetivo de aprimorar a
654.365-SC, DJ 1º/10/2007, e REsp 830.495-RS, DJ fiscalização tributária, a permuta de informações
23/11/2006”. [STJ, REsp 1.032.606-DF, Rel. Min. entre a fazenda pública da União e determinada
Luiz Fux, julgado em 11/11/2009]. secretaria de fazenda estadual é permitida
Art. 218. Esta Lei entrará em vigor, em todo a) se houver previsão em lei ou convênio e desde
que não inclua informações sigilosas.
o território nacional, no dia 1º de janeiro de 1967,
revogadas as disposições em contrário, especial- b) independentemente da existência de lei, con-
mente a Lei n. 854, de 10 de outubro de 1949. vênio ou processo administrativo, e pode incluir
qualquer tipo de informação.
Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
c) se houver previsão legal e desde que inclua
apenas informações não sigilosas.
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#LEGIS
b) os responsáveis tributários.
c) o endereço do devedor.
d) o CPF e o RG do devedor.
Anotações:
Gabarito: 01 – D | 02 - A| 03 - E
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