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Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.

Capítulo 3

Métodos Analíticos na Análise de Placas

3.1. Solução de Navier para Placas Simplesmente Apoiadas

3.1.1. Formulas Gerais

Considere-se uma placa simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior como se


representa na figura 3.1 e submetida à acção de uma carga distribuída, p( x1 , x 2) , a qual se
pode representar através de séries trigonométricas duplas de Fourier do seguinte modo:

∞ ∞ mπx 1 nπx 2
p (x 1 , x 2 ) = ∑ ∑ p mn sen sen 3.1
m =1 n =1 a b

onde pmn são constantes e m e n são números inteiros. Esta série dupla permite a
representação de quaisquer casos de distribuição de carga aplicada.
Pretende-se resolver a equação de Lagrange:

∂4 ω ∂4 ω ∂4 ω 1
∇∇ ω = + 2 + =− p (x 1 , x 2 ) 3.2
∂ x1
4
∂ x1 ∂ x 2
2 2
∂ x2
4
D
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.2

x 3, W
a

C D

x1
b

A B
x2

Figura 3.1: Placa Simplesmente Apoiada.

sujeita às condições de fronteira que no caso da placa simplesmente apoiada, são:

 ∂2 ω   ∂2 ω 
 ω = 0 e = 0  e  ω = 0 e = 0 3.3
 ∂ x1
2
 x1 = 0 e x1 = a  ∂ x2
2
 x2 = 0 e x2 = b

Uma solução possível para a equação de Lagrange é a chamada solução de Navier


para a qual se considera ser ω(x1,x2) uma função tipo série dupla de senos que verifica

simultaneamente a equação de Lagrange e as condições de contorno, ou seja uma função


do tipo:

1 ∞ ∞ mπx 1 nπx 2
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑ ∑ Wmn sen sen 3.4
D m =1 n =1 a b

O carregamento p(x1,x2) é nulo no contorno, multiplicando ambos os membros da

n´π x 2
equação (3.1), por sen e integrando entre 0 e b, obtém-se:
b

n ′πx 2 ∞
b  nπx 2 n ′πx 2  ∞ mπx 1 
∫0 p(x 1 , x 2 )sen
b
dx 2 = ∑ = ∫0 sen sen dx 2   ∑ p m′n′ sen  3.5
b n =1  b b   n =1 a 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.3

onde n´ é um número inteiro e o integral entre 0 e b da expressão dentro de parentesis recto


é:

nπx 2 n ′πx 2 0 para n ≠ n ′


b
∫ sen sen dx 2 = b 3.6
0
b b para n = n ′
2

consequentemente a expressão (3.5) toma a forma seguinte:

n ′πx 2 b ∞ mπx 1
∫0 p (x 1 , x 2 ) sen
b
= ∑ p mn′ sen 3.7
b 2 m =1 a

se se multiplicar ambos os membros desta equação por sen (m´π x1/ a) e se integrar entre 0

e a, obtém-se:

n ′πx 2 m ′πx 1 b mπx 1 m ′πx 1


∫0 ∫0 p (x 1 , x 2 )sen
a b a
sen dx 1 dx 2 = p m′n ∫0 sen sen dx 1 3.8
b a 2 a a

ou seja tendo em conta o integral (3.6):

n ′πx 2 m ′πx 1 ab
∫0 ∫0 p (x 1 , x 2 ) sen
a b
sen dx 1 dx 2 = p m′n′ 3.9
b a 4

Resolvendo a equação (3.9) em ordem a pm´n´ obtém-se:

4 a b n ′πx 2 m ′πx 2
p m′n′ = ∫0 ∫o p (x 1 , x 2 ) sen sen dx 1 dx 2 3.10
ab b a

Esta é a forma geral dos coeficientes pmn. Substituindo a forma geral da solução (3.4)
na equação de Lagrange (3.2) e tendo em conta a equação (3.1) obtém-se para Wmn:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.4

1 p mn
Wmn = 3.11
π m
4 2
n2 
2

 2 + 2 
a b 

Substituindo a equação (3.11) na equação (3.4), obtém-se a equação da deformada


com a seguinte forma:

1 ∞ ∞ p mn mπx 1 nπx 2
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑ ∑ sen sen 3.12
π D m =1 n =1  m 2
4
n2 
2
a b
 2 + 2 
a b 

onde m e n são números inteiros.


Os momentos M11, M22 e M12 são obtidos tendo em conta as expressões (3.12) e (2.12)
e são respectivamente:

m2 n2
+ ν
M 11 =
1 ∞ ∞
∑ ∑ p mn a2 b 2 sen mπx 1 sen nπx 2 3.13
π 2 m =1 n =1  m2 n2 
2
a b
 2 + 2 
a b 

n2 m2
+ ν
M 22 =
1 ∞ ∞
∑ ∑ p mn b2 a 2 sen mπx 1 sen nπx 2 3.14
π 2 m =1 n =1  m2 n2 
2
a b
 2 + 2 
a b 
mn
1− ν ∞ ∞ mπx 1ab nπx 2
M 12 = − ∑ ∑ p mn cos cos 3.15
π m =1 n =1
2
m 2
n 
2 2
a b
 2 + 2 
a b 

Os esforços transversos T1 e T2 são obtidos a partir das equações (3.12) e (2.20) e são
respectivamente:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.5

m
1 ∞ ∞ a mπx 1 nπx 2
T1 = ∑ ∑ p mn cos sen
π m =1 n =1 m 2
n 2
a b
2
+ 2
a b
n
1 ∞ ∞ b mπx 1 nπx 2
T2 = ∑ ∑ p mn sen cos 3.16
π m =1 n =1 m 2
n 2
a b
2
+ 2
a b

No caso das placas simplesmente apoiadas as reacções de apoio, R1 ao longo do lado


x1 = 0, R2 ao longo do lado x2 = 0, R´1 ao longo do lado x´1 = a e R´2 ao longo do lado
x= b, são de acordo com as formulas (3.15),(3.16) e (2.22), as seguintes:

m m2 n2 
 + (2 − ν ) 
1 ∞ ∞ a  a2 b2  nπx 2
R1 = ∑ ∑ p mn sen
π m =1 n =1  m2 n2 
2
b
 2 + 2 
a b 
n n2 m2 
 2 + (2 − ν ) 
1 ∞ ∞ b b a2  mπx 1
R2 = ∑ ∑ p mn sen
π m =1 n =1  m2 n 2 
2
a
 2 + 2 
a b 

m m2 n2 
 + (2 − ν ) 2 
1 ∞ ∞ a  a2 b  nπx 2
∑ ∑ p mn (− 1)
m +1
R 1′ = sen
π m =1 n =1  m2 n2 
2
b
 2 + 2 
a b 

n n2 m2 
 2 + (2 − ν ) 2 
1 ∞ ∞ b b a  mπx 1
∑ ∑ p mn (− 1)
n +1
R ′2 = sen 3.17
π m =1 n =1  m2 n2 
2
a
 2 + 2 
a b 

As reacções concentradas no canto são de acordo com as formulas (3.15) e (2.24) as


seguintes:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.6

mn
1− ν ∞ ∞
ab
RA = − 2 ∑ ∑ p mn
π 2 m =1 n =1  m2 n 2 
2

 2 + 2 
a b 

1− ν ∞ ∞
(− 1)m +1 mn
R B = − 2 2 ∑ ∑ p mn ab
π m =1 n =1 m 2 2 2
n 
 2 + 2 
a b 

mn
1− ν ∞ ∞
(− 1)n +1
RC = − 2 ∑ ∑ p mn ab
π 2 m =1 n =1 m 2
n2 
2

 2 + 2 
a b 

1− ν ∞ ∞
(− 1)m + n mn
R D = − 2 2 ∑ ∑ p mn ab 3.18
π m =1 n =1 m 2 2 2
n 
 2 + 2 
a b 

Estas reacções concentradas impedem os cantos da placa de levantar. As séries


duplas que são utilizadas no cálculo dos momentos M1, M2 e M12 dos esforços transversos
T1 e T2, das reacções de apoio R1, R2, R´1 e R´2 e das reacções nos cantos RA, RB, RC e RD

convergem mais lentamente que a série ω (x1, x2) sendo portanto necessário o uso de um

maior número de termos para conseguir a convergência desejada.

3.1.2. Aplicações da Solução de Navier

3.1.2.1.Carga Uniformemente Repartida sobre um Rectângulo Arbitrariamente


Localizado sobre a Placa.

No caso de se considerar a placa sujeita a uma carga uniformemente repartida de


intensidade, p ( x1 , x 2) =p, sobre um rectângulo cujos lados têm dimensões,

x´1 − x´´1 ; x´2 − x´´2 sendo x´1 ≥ x1 ≥ x´´1 ; x´2 ≥ x 2 ≥ x´´2 , como se representa na figura 3.2.Os
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.7

lados do rectângulo são lados paralelos aos lados da placa. A fórmula (3.10), indica-nos o
modo de cálculo dos coeficientes pmn , ou seja:

x´1 − x´´1

x2 Secção A-A´
A A´ p
x´2 − x´´2

b x´´1
a
x´´2

a x1

Figura 3.2: Placa Rectangular Simplesmente Apoiada Sujeita a uma Carga


Uniformemente Distribuída numa área Rectangular.

4p x1′ x′2 mπx 1 nπx 2


p mn = ∫x1′′ ∫x′2′ sen sen dx 1 dx 2
ab a b

ou seja calculando os integrais:

4p  mπ x´´1 mπ x´1  nπ x´´2 nπ 


pmn = 2
 cos − cos  cos − cos x´2 
π mn  a a  b b 

Podem considerar-se alguns casos particulares da situação genérica referida


nomeadamente, o caso da carga Pontual, o caso da carga uniformemente distribuída em
toda a placa e o caso da carga distribuída num rectângulo concêntrico com a placa.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.8

3.1.2.1 Carga Concentrada

No caso da carga concentrada, P, no ponto de coordenadas (ξ, η) da placa, os


coeficientes pmn tomam a forma seguinte:

4P mπξ nπη
p mn = sen sen 3.19
ab a b

Substituindo este valor na equação (3.12) obtém-se a solução seguinte para a


deformada:

mπξ nπη mπx 1 nπx 2


sen sen sen sen
4P ∞ ∞
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑ ∑ a b a b 3.20
π D ab m =1 n =1
4
m 2 2 2
n 
 2 + 2 
a b 

A série (3.20) permite a determinação de ω (x1, x2) e é sempre convergente. As séries

duplas que são obtidas por consideração da expressão (3.20) para efeitos de cálculo dos
esforços unitários são divergentes para x1 = ξ e x2 = η. À esquerda e à direita do ponto

(ξ, η) é necessário considerar-se que os esforços tendem para infinito.

3.1.2.2. Carga uniformemente Distribuída em Toda a Superfície da Placa

Neste caso a função p (x1, x 2) é constante e igual a p0, sendo os coeficientes pmn
calculados a partir da expressão (3.10), obtendo-se para os referidos coeficientes a expresão:

4p 0
p mn = (1 − cos m π ) (1 − cos n π ) 3.21
π 2 mn

donde:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.9

16 p 0
p mn = com m e n números inteiros impares 3.22
π 2 mn

Substituindo a expressão de pmn, (3.22), na equação da deformada (3.14), obtém-se:

16 p ∞ ∞ 1 mπx 1 nπx 2
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑´ ∑´ sen sen 3.23
π 6 D m =1 n =1 m2
n 
2 2
a b
mn  2 + 2 
a b 
onde m e n são números inteiros impares.
A determinação da solução aproximada da deformada para este tipo de placas é
simples, considerando quatro termos da série por exemplo, a determinação dos esforços é
feita também rapidamente utilizando a expressão (3.23) e as expressões (3.15-3.18). Note-se
que na expressão (3.23) se utiliza o símbolo Σ´ para indicar somatório estendido números
impares.

3.1.2.3. Carga Uniformemente Distribuída num Rectângulo Concêntrico à Placa

Designe-se por u e v os lados do rectângulo de carga concêntrica com os lados da


placa. Introduzindo os limites apropriados na expressão (3.11) e considerando p (x1, x2) =
p0, obtém-se para os coeficientes pmn a formula seguinte:

16 p 0 mπ nπ mπu nπv
p mn = sen sen sen sen 3.24
π mn
2
2 2 2a 2b

sendo pmn igual a zero se m e n não são os dois números impares.


Por uso da expressão (3.24) pode deduzir-se a fórmula necessária ao cálculo do
deslocamento ω que é:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.10

mπ nπ mπu nπv
sen sen sen sen
16 p ∞ ∞
ω (x 1 , x 2 ) = − 6 ∑´ ∑´ 2 2 2a 2b sen mπx 1 sen nπx 2
π D m =1 n =1  m2 n2 
2
a b
mn  2 + 
a b 2 
As expressões dos momentos podem ser facilmente obtidas a partir da expressão
anterior.

3.1.3.Método Energético

Para se considerar o método energético é preciso calcular a energia de deformação U


e a energia potencial V da densidade de carga p (x1, x2) aplicada à placa. A deformada da
placa pode ser definida pela expressão (3.4) sendo necessário determinar os coeficientes
ωmn.

A energia de deformação foi definida do seguinte modo:

1  ∂ 2 ω ∂ 2 ω 2 ∂2 ω ∂2 ω  ∂2 ω 
2
 
a b
U = D ∫0 ∫0  +  − 2 (1 − ν )  2 −    3.25
2  ∂ x 1
2
∂ x 22   ∂ x 1 ∂ x 2  ∂ x 1 ∂ x 2
2
  

Calculando as segundas derivadas de ω, o qual é definido de acordo com a expressão


(3.4), obtém-se:

∂2 ω π2 ∞ ∞ m2 mπx 1 nπx 2
=− ∑ ∑ Wmn 2 sen sen
∂ x1
2
D m =1 n =1 a a b

∂2 ω π2 ∞ ∞ n2 mπx 1 nπx 2
= − ∑ ∑ Wmn sen sen
∂ x2
2
D m =1 n =1 b 2
a b

∂2 ω π2 ∞ ∞ mn mπx 1 nπx 2
=− ∑ ∑ Wmn cos cos 3.26
∂ x1 ∂ x 2 D m =1 n =1 ab a b

e utilizando as fórmulas:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.11

a mπx 1 m ′πx 1 a mπx 1 m ′πx 1 0 se for m ≠ m ′


∫0 sen sen dx 1 = ∫0 cos cos dx 1 =
a a a a a / 2 se for m = m ′

a nπx 2 n ′πx 2 a nπx 2 n ′πx 2 0 se for n ≠ n ′


∫0 sen sen dx 1 = ∫0 cos cos dx 1 =
b b b b b / 2 se for n = n ′
3.27

a expressão da energia de deformação toma a forma seguinte:


2
1 ab ∞ ∞  m2 n2 
U = π4 ∑ ∑ Wmn
2
 2 + 2  3.28
8 D m = 1 n = 1 a b 

Calculamos agora a energia potencial para a densidade de carga p (x1, x2), ou seja:

1 ∞ ∞ mπx 1 nπx 2
∑ ∑ Wmn ∫0 ∫0 p (x 1 , x 2 )sen
a b a b
V = ∫0 ∫0 pωdx 1 dx 2 = − sen dx 1 dx 2
D m =1 n =1 a b
3.29
Tendo em conta a fórmula (3.11) que determina coeficientes pmn, obtém-se a seguinte
fórmula para o trabalho realizado pela carga p, ou seja:

ab ∞ ∞
V=− ∑ ∑ Wmn p mn 3.30
4D m =1 n =1

A energia potencial total toma a forma:

1 2

4 m n2 
2
ab ∞ ∞
Π=U+V= ∑ ∑  π  2 + 2  W 2mn − p mn Wmn  3.31
4D m =1 n =1  2 a b  

Derivando em ordem a W mn ,a energia potencial total e igualando a zero, obtém-se:

1 p mn
Wmn = 3.32
π m
4 2
n2 
2

 2 + 2 
a b 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.12

Esta fórmula é análoga à que foi encontrada pelo processo conducente à equação
(3.13).

3.1.4.Placas Simplesmente Apoiadas. Aplicações

A obtenção de soluções concretas para placas rectangulares simplesmente apoiadas é


simples desde que se recorra ao Excel ou à programação em Matlab, a obtenção de
soluções analíticas para vários tipos de carregamento é também possível.

Exemplo 1

Considere uma placa rectangular de dimensões a×b simplesmente apoiada ao longo do


contorno exterior e sujeita a uma carga uniformemente distribuida de intensiddade p ou a
uma carga pontual de grandeza P. Obtenha o deslocamento no ponto médio da placa em
função de a/b para a placa sujeita a uma carga uniformemente distribuida ou sujeita a
uma carga concentrada e para a/b entre 0 e 5.0.
É preferível considerar o valor adimensional do deslocamento, ω, que pode designar-se
por ϖ e cujo valor é:
4
D a po
ϖ = 4 ω ou ω= ϖ
a po D

sendo po = p para a carga uniformemente distribuida de intensidade p , po = P (a × b) para


a carga concentrada e D o módulo de rigidez à flexão da placa.
O deslocamento adimensional no centro da placa simplesmente apoiada sujeita a uma
carga uniformemente repartida toma a forma:
16 ∞ ∞ 1 mπ nπ
ϖ (x 1 , x 2 ) = ∑´ ∑´ sen sen
π6 mn ( m2 + n 2 x 2 )
2
m =1 n =1 2 2

sendo x=a/b.
O deslocamento adimensional no centro da placa simplesmente apoiada sujeita a uma
carga concentrada toma a forma:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.13

4 ∞ ∞ 1 mπ nπ
ϖ (x 1 , x 2 ) = ∑´ ∑´ sen sen
π4 mn ( m2 + n 2 x 2 )
2
m =1 n =1 2 2

Consequentemente um programa em Matlab que permita o cálculo de ϖ em função de a/b


pode ter a forma:
%calculo do Deslocamento por series de Navier%
%Calculo do Deslocamento numa Placa Simplesmente Apoiada%
%sujeita a uma Carga Uniformemente Distribuida e %
% sujeita a uma carga concentrada%
for l=1:50;
x(l)=l/10
const=16/(pi^6);
const1=4/(pi^4);
w(l)=0;
wc(l)=0;
for m=1:2:55;
for n=1:2:55;
coef1=1/(m*n);
coef2(l)=1/(((m^2)+(n^2)*(x(l)*x(l)))^2);
term1=sin(m*pi/2);
term2=sin(n*pi/2);
w1(l)=coef1*coef2(l)*term1*term2;
w(l)=w(l)+w1(l);
w2(l)=coef2(l)*term1*term2;
wc(l)=wc(l)+w2(l);
end;
end;
wreal(l)=const*w(l);
wrealc(l)=const1*wc(l);
end;
plot(x,wreal,x,wrealc,'--');
xlabel('a/b');
ylabel('~w ');
legend('carga distribuida','carga concentrada')
x
wreal
wrealc

Os valores tabelados permitem a construção da tabela seguinte:


a/b .5 .7 0.9 1.0 1.5 2.0 3.0 5.0
ϖ 0.01013 0.007273 0.004957 0.004062 0.001526 0.000633 0.000151 0.000021
ϖc 0.022758 0.017014 0.011731 0.009623 0.003555 0.001422 0.000308 0.000036
Quadro 3.1: Deslocamento Adimensional para uma Placa Simplesmente Apoiada.

O gráfico obtido tem a forma representada na figura 3.3.


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.14

~ 0.025
W
carga distribuida
carga concentrada

0.02

0.015

0.01

0.005

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
a/b
Figura 3.3: Deslocamento Adimensional para uma Placa Simplesmente Apoiada

Exemplo 2

Para a placa referida no exemplo 1, determine o modo como evoluem os momentos


flectores e torsores no ponto médio da placa com o quociente a/b no caso da placa estar
sujeita a uma carga uniformemente distribuida.

A consideração de valores adimensionais para os momentos é também adequada

1
M= 2
M ou M = po a 2 M
po a
As expressões para os momentos adimensionais, no caso da placa estar sujeita a uma
carga uniformemente distribuida são:
16 ∞ ∞ 1 m2 + ν n 2x 2 mπ nπ
M 11 = 4 ∑ ∑ sen sen
π m = 1 n = 1 mn (m + n x )
2 2 2 2
2 2
16 ∞ ∞ 1 n2x2 + ν m2 mπ nπ
M 22 = 4 ∑ ∑ sen sen
π m =1 n =1 (
mn m + n x
2 2 2 2
2) 2
16(1 − ν ) ∞ ∞ x mπ nπ
M12 = ∑ ∑ sen sen
π4 m =1 n =1 (m 2
+ n2x 2 2
) 2 2
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.15

Para n=0.3, pode considerar-se o programa seguinte, feito por uso do Matlab para efeitos
de obtenção de M em função de a/b.
%calculo dos Momentos por series de Navier%
%Calculo dos Momentos numa Placa Simplesmente Apoiada%
%sujeita a uma Carga Uniformemente Distribuida %
for l=1:50;
x(l)=l/10
c=0.3
const=16/(pi^4);
const1=16*(1-c)/(pi^4);
m1(l)=0;
m2(l)=0;
m3(l)=0;
for m=1:2:55;
for n=1:2:55;
coef1=1/(m*n);
coef2(l)=m^2+(c*n^2)*(x(l)*x(l));
coef3(l)=(n^2)*(x(l)*x(l))+c*m^2;
coef4(l)=1/(((m^2)+(n^2)*(x(l)*x(l)))^2);
term1=sin(m*pi/2);
term2=sin(n*pi/2);
term3=cos(m*pi/2);
term4=cos(m*pi/2);
m11(l)=coef1*coef2(l)*coef4(l)*term1*term2;
m22(l)=coef1*coef3(l)*coef4(l)*term1*term2;
m33(l)=-x(l)*coef4(l)*term3*term4;
m1(l)=m1(l)+m11(l);
m2(l)=m2(l)+m22(l);
m3(l)=m3(l)+m33(l);
end;
end;
ma11(l)=const*m1(l);
ma22(l)=const*m2(l);
ma33(l)=const1*m3(l)
end;
plot(x,ma11,x,ma22,'--',x,ma33,':');
xlabel('a/b');
ylabel('~M ');
legend('Momento segundo x','Momento segundo y ', 'Momento
torsor')
x
ma11
ma22
ma33

O modo, como evoluem os momentos flectores e torsor com x=a/b, pertencente ao


intervalo [0,5], está representado na figura 3.4.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.16

0.14
Momento segundo x
0.12 Momento segundo y
Momento torsor

0.1

0.08

~ 0.06
M

0.04

0.02

-0.02
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
a/b
Figura 3.4: Evolução dos Momentos em função de a/b para uma Placa Simplesmente
Apoiada sujeita a uma Carga Uniformemente Distribuida.

Exemplo 3

Considere uma placa rectangular de dimensões a e b simplesmente apoiada ao longo


do contorno exterior como se representa na figura. A placa está sujeita a uma carga
distribuida com a forma sinusoidal. Para o sistema de eixos representado na figura esta
carga é da forma: p = p o sen πx / a sen πy / b onde p o representa a intensidade da carga
no centro da placa. Verifique se as reacções de apoio equilibram a carga exterior,
determine os esforços de flexão e os esforços transversos num ponto genérico da placa e
determine os referidos esforços no centro da placa. Ilustre graficamente o andamento da
deformada e dos esforços.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.17

O x

e
y

Figura 3.5:Placa Simplesmente Apoiada Sujeita a uma Carga Sinusoidal

A equação de Lagrange tem de ser verificada em todos os pontos da placa, isto é:

∂4 ω ∂4 ω ∂ 4 ω po πx πy
+ 2 + = sen sen
∂x 4
∂x ∂y
2 2
∂y 4
D a b
e por outro lado têm de verificar-se as condições de fronteira que são:

ω = 0 e ∂ 2 ω / ∂x 2 = 0 para x = a e ω = 0 e ∂ 2 ω / ∂y 2 = 0 para y = b .

Admitindo que a função deformada ω tem de verificar as condições de fronteira,


pode considerar-se uma função da forma:

πx πy
ω = ω 0 sen sen
a b

onde ω0 é uma constante igual ao deslocamento transversal no ponto médio que pode ser

calculada fazendo uso da equação de Lagrange. As derivadas necessárias para efeitos de


substituição na equação de Lagrange são:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.18

∂ 4 ω ω0 π 4 πx πy
= sen sen
∂x 4
a 4
a b

∂ 4 ω ω0 π 4 πx πy
= sen sen
∂y 4
b 4
a b

∂4 ω ω0 π 4 πx πy
= 2 2 2 sen sen
∂x y
2 2
a b a b

Substituindo estas expressões na equação de Lagrange obtém-se:

p0
ω0 = 2
1 1
π D  2 + 2
4

a b 

Substituindo esta expressão na função deformada, obtém-se:

p0 πx πy
ω= 2
sen sen
1 1 a b
π4 D  2 + 2 
a b 

Uma vez determinada a forma da função deformada é possível calcular os momentos


flectores e torsores, que são:

 ∂2 ω ∂2 ω  p0 1 ν πx πy
M x = − D  + ν =  a 2 + b 2  sen a sen b
∂x
2
∂ y 2  1 1
2

π2  2 + 2 
a b 

 ∂2 ω ∂2 ω  p0 1 ν πx πy
M y = − D  + ν =  b 2 + a 2  sen a sen b
∂y
2
∂ x 2  1 1
2

π2  2 + 2 
a b 

∂2 ω p 0 (1 − ν ) πx πy
M xy = − D (1 − ν ) =− cos cos
∂x ∂y 1 1
2
a b
π2  2 + 2 
a b 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.19

O deslocamento transversal máximo e os momentos flectores máximos ocorrem no


centro da placa e são:

p0
[ω]max = 2
1 1
π D  2 + 2
4

a b 
p0 1 ν
[M x ]max =  a 2 + b 2 
2
1 1
π4 D  2 + 2 
a b 

[M ]
y
max
=
p0 1 ν
 b 2 + a 2 
2
1 1
π4 D  2 + 2 
a b 

No caso de se tratar de uma placa quadrangular como a que se representa na figura


3.6 o andamento dos momentos é do tipo representado na figura, sendo os valores do
deslocamento e dos momentos máximos os seguintes:
(1 + ν ) p 0
[ω]max =
p0 a 4
4π D
4
[ ]
; [M x ] = M y
max max
=
4 π2
a2

As tensões normais máximas ocorrem no centro da placa e são, para a placa


quadrada, as seguintes:

6 M max 3 p 0 (ν + 1) a 2
σx = σy = =
e2 2 π2 e2

A tensão de corte máxima ocorre a meio do bordo e é:

3 Ry
τ max =
2 e
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.20

My

Mx

σx
σy

Figura 3.6: Placa Quadrangular.

para se poder calcular esta tensão é necessário calcular as reacções no bordo.

Os esforços transversos são:

∂ ∂2 ω ∂2 ω p0 πx πy
Tx = − D  2 +ν = cos sen
∂x ∂ x ∂ y2  1 1
2
a b
πa  2 + 2 
a b 

∂ ∂2 ω ∂2 ω p0 πx πy
Ty = − D  2 +ν = sen cos
∂y ∂x ∂ y2  1 1
2
a b
πb  2 + 2 
a b 

As reacções distribuídas ao longo dos bordos são:


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.21

x =a
 ∂ M xy  p0 1 2 − ν πy
[R ] x =a
x e = Tx +  =  a 2 + b 2  sen b
x =0  ∂ y e 1 1
2
 
x =0 πa  2 + 2 
a b 
y=a
 ∂ M xy 
[R ] y=a
y e = Ty + 
∂ x e
=
p0
2
1 2 − ν πx
 b 2 + a 2  sen a
y=0  1 1  
y=0 πb  2 + 2 
a b 

As reacções nos cantos são:

2 p 0 (1 − ν )
VA = VB = VC = VD = 2 M xy [ ]
x = a; y = b
=− 2
1 1
π ab  2 + 2 
2

a b 

As reacções nos bordos e nos cantos estão representadas na figura 3.7. A resultante
das reacções distribuídas nos bordos com as reacções nos cantos é igual à resultante da
carga distribuída como se pode facilmente constatar.

A B x

b V

C
y D

V V

Figura 3.7: Reacções na Placa Simplesmente Apoiada.

Exemplo 4
Considere uma placa ortotrópica simplesmente apoiada ao longo do contorno e
sujeita a uma distribuição de cargas p (x, y). Determine a deformada da placa e os
esforços considerados relevantes. A placa tem de dimensões a segundo x e b segundo y.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.22

A carga distribuída p (x, y) pode ser representada através de séries duplas de


Fourier à semelhança do que acontecia com as placas isotrópicas, do seguinte modo.

∞ ∞
mπx nπy
p (x , y ) = ∑ ∑ p mn sen
a
sen
b
m =1 n =1

onde pmn são constantes e m e n são números inteiros.


Pretende-se resolver a equação de Lagrange:

∂4 ω ∂4 ω ∂4 ω 1
D1 + 2 D 3 + D 2 =− p (x , y )
∂x 4
∂x ∂y
2 2
∂y 4
D

sujeita às condições de fronteira. Estas condições são: ao longo dos lados x = 0 e x = a:

∂2 ω
ω=0 e =0
∂ x2

e ao longo dos lados y = 0 e y = b são:

∂2 ω
ω=0 e =0
∂ y2

Uma solução possível para a equação de Lagrange é a chamada solução de Navier


para a qual se considera ser w (x, y) uma função tipo série dupla de senos que verifica
simultaneamente a equação de Lagrange e as condições de contorno, ou seja uma função
do tipo:

∞ ∞ mπx nπy
ω (x , y ) = ∑ ∑ Wmn sen sen (a)
m =1 n =1 a b
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.23

Os coeficientes pmn da série dupla de Fourier são calculados de forma análoga à


considerada nas placas isotrópicas e são determinados do seguinte modo:

4 a b n ′πx 2 m′πx 1
p m′n = ∫0 ∫0 f (x 1 , x 2 ) sen sen dx 1 dx 2
ab b a

Esta é a forma geral dos coeficientes pmn. Substituindo a forma geral da solução

ω(x, y) na equação de Lagrange e tendo em conta o desenvolvimento em série dupla de


Fourier da função de carga p (x, y), obtém-se a equação seguinte:

∞ ∞   mπ 
4 2
 mπ   nπ 
2
 mπ 
4

∑ ∑ D1 w mn   + 2 D 3 w mn     + D 2 w mn   = p mn 
m =1 n =1 
  a   a   b   b  

p mn
Wmn =
  mπ  4 2
 mπ   nπ 
2
 mπ  
4

 D1   + 2 D3     + D2   
  a   a   b   b  

Substituindo estes coeficientes na equação (a), obtém-se:

1 ∞ ∞ p mn mπx nπy
ω (x , y ) = 4 ∑ ∑ sen sen
π m =1 n =1   m  4 2
m n
2
n 
4
a b
D1   + 2 D 3     + D 2   
  a   a  b  b  

Os momentos M11, M22 e M12 são obtidos tendo em conta a expressão da deformada
acabada de obter, e as expressões dos momentos em termos das curvaturas (2.12), ou
sejam:

 m2 n2 
p mn  2 + ν 21 2 
D1 ∞ ∞ a b  mπx nπy
Mx = − ∑ ∑ sen sen
π 2 m =1 n =1  m
4
m n
2 2
n
4
 a b
 D1   + 2 D3     + D2   
 a  a  b b 
 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.24

 n2 m2 
p mn  2 + ν 12 2 
D2 ∞ ∞ b a  mπx nπy
My = − ∑ ∑ sen sen
π 2 m =1 n =1  m
4 2
m n
2
n
4
 a b
 D1   + 2 D3     + D2   
 a  a  b b 
 

 mn 
p mn  
D3 ∞ ∞  ab  mπx n πy
M xy = − 2 ∑ ∑ cos cos
π m =1 n =1  4 2 2 4
 a b
 D1  m  + 2 D 3  m   n  + D 2  n  
 a  a  b  b  

Os esforços transversos Tx e Ty são obtidos a partir dos momentos flectores considerando

as equações de equilíbrio de momentos. As reacções de apoio são calculadas a partir dos


esforços transversos e do momento Torsor, fazendo uso das fórmulas deduzidas no
Capítulo2.

3.2. Métodos de Levy. Placas Apoiadas em Dois Lados Opostos

3.2.1. Fórmulas Gerais

A equação de Lagrange:

∂4 ω ∂4 ω ∂4 ω 1
∆∆ω = + 2 + =− p (x 1 , x 2 ) 3.33
∂ x1
4
∂ x1 ∂ x 2
2 2
∂ x2
4
D

tem de acordo com Levy soluções, para placas simplesmente apoiadas em dois lados
opostos, representadas por uma série trignométrica simples do tipo:

1 ∞ mπx 1
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑ Fm (x 2 ) sen 3.34
D m =1 a
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.25

cujos coeficientes são Fm função de x2. A função carregamento, p(x1,x2), pode ser
desenvolvida em série simples da forma:

mπx 1
p (x 1 , x 2 ) = ∑ p m (x 2 ) sen 3.35
m a

sendo o coeficiente pm(x2) determinado do seguinte modo:

2 a mπx 1
p m (x 2 ) = ∫0 p( x1, x 2 ) sen dx 1 3.36
a a
com p = p (x1, x2).

Estas soluções, (3.34), verificam as seguintes condições de contorno:

∂2 ω
ω=0e = 0 para x 1 = 0 e x 1 = a
∂ x 12

ou seja as condições de contorno de uma placa rectangular simplesmente apoiada ao longo


de dois lados opostos. As funções Fm (x 2 ) podem ser calculadas de modo a verificar as
condições de contorno ao longo dos outros dois lados da placa e a equação de Lagrange,
figura 3.8a e 3.8b. O sistema de eixos da figura 3.8b pode não ser o mais adequado quando
se consideram condições de simetria, neste caso a consideração do sistema de eixos a
passar pelo centro é mais conveniente, tendo de considerar-se outra função trignométrica na
equação (3.34), por exemplo a função cos.
Considere-se a densidade de carga p (x1, x2), definida de acordo com a equação (3.35), os

desenvolvimentos em série de ω (x1, x2), definidos de acordo com a equação (3.34) e

substitua-se na equação de Lagrange. Nessas condições chega-se à conclusão que a


função Fm (x 2 ) , deve obedecer à serie de equações diferenciais seguintes:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.26

x1 x1
O O

x2 x2
a

(a) (b)
Figura 3.8: Placa Rectangular.

2 4
d 4 Fm  mπ  d Fm  mπ 
2
−2  +  Fm = p m (x 2 ) 3.37
d x 42  a  d x2
2
 a 

A forma geral da solução destas equações é:

Fm = (Fm)c + (Fm)p 3.38

onde (Fm)c é a solução geral da equação sem segundo membro e (Fm)p é uma solução
particular da equação que vai depender da forma do carregamento considerado. A solução
da equação sem segundo membro é do tipo exponencial, erx2 sendo r raiz da equação
característica:

2 4
 mπ  2  mπ 
r −2
4
 r +  =0 3.39
 a   a 
ou seja r = ± mπ /a.
A solução geral da equação sem segundo membro, tendo em conta a solução da
equação característica, é da forma:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.27

(Fm )comp = (C1 )m e ( a )x + (C 2 )m e  a  + (C 3 )m x 2 e ( a )x + (C 4 )m x 2 e  a 


mπ  − mπ  x mπ  − mπ  x
2
  2 2
  2
3.40

sendo as constantes (C1)m, (C2)m, (C3)m, (C4)m, calculadas a partir das condições de
fronteira para x2 = 0 e x2 = b. Esta solução também pode ser considerada com a forma:

mπx 2 mπx 2
Fm = (C1′ )m sen h + (C′2 )m cos h +
a a
mπx 2 mπx 2 mπx 2 mπx 2
+ ( C′3 )m senh + ( C′4 )m cos h
a a a a

Existe uma relação1 entre as constantes C´e as constantes C.


A equação (3.37) conjuntamente com as condições de contorno estabelecidas em
função de Fm devem ser satisfeitas pela função Fm(x2). As condições de fronteira constituem
um sistema de equações a ser satisfeito pelas constantes da expressão (3.40).

3.2.2. Placa Simplesmente Apoiada em dois Lados Opostos e Encastrada nos outros
Dois e sujeita a uma Carga Distribuída p (x1, x2)

Para efeitos de ilustração do método de Levy considere-se uma placa rectangular de


dimensão a, segundo x1 e de dimensão b, segundo x2 que está simplesmente apoiada ao
longo dos lados x1 = 0 e x1 = b e encastrada ao longo dos lados x2 = b/2 e x2 = b/2, a escolha
deste sistema de eixos é adequada pela simetria existente em relação ao eixo x1 . Esta placa
está submetida a uma carga distribuída do tipo triangular como se representa na figura 3.9.

(C1′ )m = (C1 )m − (C 2 )m ; (C′2 )m = (C1 )m + (C 2 )m ; (C′3 )m = (C 3 )m + (C 4 )m ;

(C′4 )m = (C 3 )m − (C 4 )m
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.28

b
x1

x2
a

Figura 3.9: Placa Simplesmente Apoiada em Dois Lados Opostos e Encastrada nos
Outros Dois.

As condições de fronteira referentes aos bordos simplesmente apoiados estão


automaticamente satisfeitos pelos termos em x1 da série (3.34), as condições que devem ser
satisfeitas pelos bordos encastrados são as seguintes:

Fm (x 2 ) = Fm′ (x 2 ) = 0 para x2 =b / 2 e x2 = b / 2 3.41

O termo pm (x2) a ser utilizado na série (3.35) toma a forma seguinte, ou seja:

2 a mπx 1
pm = ∫0 p (x 1 , x 2 ) sen dx 1 3.42
a a

x 
Sendo p (x1 , x 2 ) =  1  no caso de se tratar de uma carga triangular, o integral
 a 
(3.42) toma, após integração, a forma seguinte:

2p
p m = (− 1)
m +1
3.43

Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.29

Substituindo o valor acabado de obter na equação de Lagrange (3.36), obtém-se:

2 4
 mπ  d Fm  mπ 
2
d4 F m + 1 2p
− 2   +  Fm = (− 1) 3.44
4
d x2  a  d x2
2
 a  mπ

As soluções complementares são obtidas considerando uma solução do tipo exponencial,


como foi referido anteriormente, convertível numa solução em termos de senos e cossenos
hiperbólicos com a forma :

mπx 2 mπx 2
Fm = (C1′ )m sen h + (C′2 )m cos h +
a a
mπx 2 mπx 2 mπx 2 mπx 2
+ (C1′ )m sen h + (C′2 )m cos h
a a a a

a qual pode ser simplificada tendo em conta a simetria existente que obriga a que a função
Fm seja par, ou seja:
mπx 2 mπx 2 mπx 2
Fm = C1 m cos h + C2 m sen h 3.45
a a a
A solução particular da equação (3.44) pode ser considerada com a forma:

2p a 4
(Fm )part = (− 1)
m +1
3.46
(mπ )5

Consequentemente uma forma da solução geral da equação (3.37), é:

2p a 4  mπ x 2 mπ x 2 mπ x 2 
Fm = (Fm )comp + (Fm )part = (− 1)m +1 5 
1 + C1m cosh + C2 m senh
(mπ )  a a a 
3.47

Introduzindo as condições (3.41) na equação (3.47), obtém-se as equações seguintes


que constituem um sistema de equações por resolução do qual se obtém, as
constantes C1m , C2m . As referidas equações, designando por A m o cociente mπb 2a ,são:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.30

Fm = 0 para x 2 = b / 2 e x 2 = − b / 2 , ou seja: 1 + C1m cosh A m + C2 m A m senh A m = 0

Fm′ = 0 para x 2 = b / 2 e x 2 = − b / 2 , ou seja: (C1m + C2 m )senh A m + C2 m A m cosh A m = 0

3.48
Por resolução deste sistema de equações obtêm-se as constantes seguintes:

senh A m + A m cosh A m senh A m


C1m = − e C2 m =
senh A m cosh A m + A m senh A m cosh A m + A m
3.49
Substituindo estas constantes na equação (3.47) obtém-se para a deformada a expressão
seguinte:
1 ∞ m + 1 2p a
4
mπ x1
ω= − ∑ (− 1) × sen ×
D m =1 (mπ )5
a
 senhA m + A m cosh A m mπ x 2 senh A m mπ x 2 mπ x 2 
× 1 − cosh + senh
 senh A m cosh A m + A m a senh A m cosh A m + A m a a 

3.50
Para efeitos do cálculo de M11 ,M22 e M12 substituímos a expressão de ω (x1, x2) acabada

de obter nas equações (2.12).

3.2.3 Placa Sujeita a Momentos Distribuídos ao Longo de dois Lados Opostos

Considere-se uma placa simplesmente apoiada ao longo dos lados x1 = 0 e x1 = a e


sujeita a uma distribuição uniforme de momentos ao longo dos lados e simplesmente
apoiada ao longo dos lados x2 = b/2 e x2= -b/2, como se representa na figura 3.10.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.31

x2
M

x1

Figura 3.10: Placa Sujeita a Momentos Distribuídos.

A equação de Lagrange é neste caso:

∂4 ω ∂4 ω ∂4 ω
∇∇ω = +2 + =0 3.53
∂ x 14 ∂ x 12 ∂ x 22 ∂ x 42

A deformada ω, obtém-se por resolução desta equação, sujeita às condições de


contorno

ω = 0 e ∂ 2 ω / ∂ x 12 para x 1 = 0 e x 1 = a

ω = 0 e ∂ 2 ω / ∂ x 22 para x 2 = b / 2 e x 2 = − b / 2 3.54

A solução da equação (3.53), tem neste caso a forma já referida e que é:

1 ∞ mπx 1
ω (x 1 , x 2 ) = − ∑ Fm (x 2 ) sen 3.55
D m =1 a

a qual satisfaz as condições de contorno para x1 = 0 e x1 = a. A função Fm de x2 é da forma


da função 3.40, a qual também pode ser escrita com a forma seguinte:

mπx 2 mπx 2 mπx 2 mπx 2


Fm = (C1 )m sen h + (C 2 )m cos h + (C 3 )m sen h +
a a a a
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.32

mπx 2 mπx 2
+ (C 4 )m cos h 3.56
a a

Como existe simetria segundo x2 a função Fm deve ser uma função par de x2, o que implica
que seja: (C1) = (C4) = 0. Portanto a deformada é da forma:
m m

∞  mπx 2 mπx 2 mπx 2  mπx 1


ω = ∑  (C 2 )m cos h + (C 3 )m sen h  sen 3.57
m =1  a a a  a

Como ω = 0 para x2 = -b/2 e x2 = b/2, deve ser:

(C 2 )m cos h A m + (C 3 )m A m sen h A m = 0 3.58

onde Am = mπb/2a e

(C 2 )m = − (C 3 )m A m tanh A m 3.59

Transformando-se a equação da deformada 3.57 em:

∞  mπx 2 mπx 2 mπx 2  mπx 1


ω= ∑ (C 3 )m  + sen h − A m tanh A m cos h  sen 3.60
m =1  a a a  a

Dando à distribuição de momentos M a forma de desenvolvimento em série:

∞ mπx 1
M = ∑ E m sen 3.61
m =1 a

onde os coeficientes Em são calculados de modo análogo ao considerado para a carga p no


parágrafo 3.2.1, obtém-se para M22 a expressão seguinte:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.33

mπx 1
(M 22 )y = b / 2 = b 4M 1

∑ sen 3.62
2 π m =1, 3, 5,... m a

Substituindo esta expressão na condição de fronteira, 3.54, obtém-se:

∞ m2π2 mπx 1 ∞ mπx 1


− 2D ∑ 2
(C 3 )m
cos h A m sen = ∑ E m sen 3.63
m =1 a a m =1 a

donde:

a2 Em
(C 3 )m =− 3.64
2Dm 2 π 2 cos h A m

A deformada é facilmente obtida, tendo em conta que Em = 4M / mπ, fazendo uso das

expressões 3.57, 3.59 e 3.64, ou seja:

2Ma 2 ∞ 1  mπx 2 mπx 2 mπx 2  mπx 1


ω= ∑  A m tanh A m cos h − senh  sen
π3D m = 1, 3, 5 ,...
3
m cosh A m  a a a  a
3.64

Conhecida a expressão da deformada os esforços são facilmente calculados fazendo uso das
equações 2.12.

3.2.4. Método de Levy. Aplicações

A utilização do método de Levy para efeitos de obtenção de soluções analíticas da equação


de Lagrange para placas com dois lados opostos simplesmente apoiados e sujeitas a
condições de carga várias não oferece dificuldades. A utilização das expressões obtidas
para efeitos de resolução de problemas concretas é simples desde que se utilizem meios de
programação, nomeadamente folhas Excel e Matlab.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.34

Exemplo 5

Considere uma placa simplesmente apoiada em dois lados opostos, x=0 e x=a e
encastrada ao longo dos lados y=-b/2 e y=b/2, sujeita a uma carga uniformemente
distribuida. Determine uma expressão para a deformada ω.

A obtenção da solução para este caso, uma vez conhecida a solução para o caso estudado
em 3.2.2., resume-se ao cálculo da solução particular da equação
2 4
d 4 Fm  mπ  d Fm  mπ 
2
− 2   +  Fm = p m (x 2 ) (a)
d x 42  a  d x2
2
 a 
e á determinação de pm ( x 2) tendo em conta que a carga aplicada é uma carga
uniformemente distribuida, ou seja
2 a mπ x1 4p
p m ( x 2) = ∫0 psen d x1 = com m=1,3,5,…
a a mπ
Uma solução particular da equação (a) é:
4p a 4
(Fm )p = 5 5
π m
A solução da equação (a) é:
 mπ x 2 mπ x 2 mπ x 2 
Fm = (Fm )comp + (Fm ) p = (Fm ) p 1 + C1m cosh + C2 m senh
 a a a 
Tendo em conta que (Fm )p é uma constante e que as condições de fronteira são análogas às

consideradas no caso 3.2.2., as constantes C1m e C2 m que se obtêm por imposição das
condições de fronteira são as que foram obtidas em 3.2.2.
Nestas condições a expressão da deformada é:

1 ∞ 4p a 4 mπ x1
ω= − ∑ × sen ×
D m =1 (mπ )5
a
 senhA m + A m cosh A m mπ x 2 senh A m mπ x 2 mπ x 2 
× 1 − cosh + senh
 senh A m cosh A m + A m a senh A m cosh A m + A m a a 

com A m =mπb/a e as constantes C1m e C2 m com a forma:


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.35

senh A m + A m cosh A m senh A m


C1m = − e C2 m =
senh A m cosh A m + A m senh A m cosh A m + A m

Exemplo 6

Considere uma placa rectangular de dimensões a×b com as condições de apoio e


carregamento referidas no exemplo 5. Obtenha o deslocamento no ponto médio da placa
em função de a/b nas condições de carga referidas no exemplo 5 e nas condições de carga
referidas em 3.2.2 , para um mesmo valor de p máximo e para a/b entre 0 e 5.0.
É preferível considerar o valor adimensional do deslocamento ω,que pode designar-se por
ϖ e cujo valor é:
4
D a po
ϖ = 4 ω ou ω= ϖ
a po D
Para a obtenção da deformada pode escrever-se um pequeno programa em Matlab, tendo
em conta que as expressões da deformada já são conhecidas, esse programa pode ter a
forma seguinte:
%calculo do Deslocamento pelo Método de Levy%
%Calculo do Deslocamento numa Placa com dois lados
Simplesmente %
%Apoiados e Encastrada nos outros Dois sujeita a uma Carga %
%Uniformemente Distribuida e a uma Carga Hidrostática%
for l=1:50;
x(l)=l/10;
wd(l)=0; %Deslocamento devido à Carga Uniformemente
Distribuida%
for m=1:2:55;
am(l)=(m*pi)/(2*x(l));
coef1=4/((m*pi)^5);
c2m(l)=-(sinh(am(l))+am(l)*cosh(am(l)));
c3m(l)=(sinh(am(l))*cosh(am(l))+am(l));
c1m(l)=c2m(l)/c3m(l);
term1=sin(m*pi/2);
w1(l)=coef1*term1*(1+c1m(l));
wd(l)=wd(l)+w1(l);
end;
end;
for l=1:50;
x(l)=l/10
wh(l)=0; %Deslocamento devido à Carga Hidrostática%
for m=1:1:55;
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.36

am(l)=(m*pi)/(2*x(l));
coef2=((-1)^(m+1))*2/((m*pi)^5);
c2m(l)=-(sinh(am(l))+am(l)*cosh(am(l)));
c3m(l)=(sinh(am(l))*cosh(am(l))+am(l));
c1m(l)=c2m(l)/c3m(l)
term1=sin(m*pi/2);
w2(l)=coef2*term1*(1+c1m(l));
wh(l)=wh(l)+w2(l);
end;
end;
plot(x,wd,x,wh,'--');
xlabel('a/b');
ylabel('~w ');
legend('carga distribuida','carga hidrostática')
x
wd
wh

O gráfico obtido é o que se representa na 3.11 .

0.014
carga distribuida
carga hidrostática
0.012

0.01

0.008
~
w
0.006

0.004

0.002

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
a/b

Figura 3.11: Evolução da Deformada com a/b

3.3 Métodos de Solução Ditos Exactos


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.37

Os métodos de solução da equação de Lagrange ditos exactos, são métodos que se


baseiam no uso de séries para efeitos de obtenção da solução e são exactos no sentido que
um conjunto infinito de equações algébricas não - lineares pode ser truncado a fim de obter
um certo grau de precisão na solução. As soluções referidas anteriormente, isto é, a solução
de Navier e a solução de Levy são soluções deste tipo. As soluções ditas exactas são
obtidas por consideração de séries duplas de Fourier, por séries duplas generalizadas de
Fourier ou por combinação dos dois tipos de séries. As séries são escolhidas de tal modo
que as condições de fronteira sejam satisfeitas.
O processo seguido na determinação da solução de equações diferenciais, no caso da
teoria das placas a equação deiferencial é a equação de Lagrange, consiste no caso de se
usarem séries duplas de Fourier, em exprimir as variáveis dependentes e a função
carregamento em séries duplas de Fourier, as quais podem ser séries duplas de senos, séries
duplas de senos - cossenos ou séries duplas de cossenos. No caso da equação de Lagrange a
variável dependente é o deslocamento transversal ω(x1,x2) e a função carregamento é

p(x1,x2). O critério de convergência das séries duplas de Fourier é análogo ao critério que
se considera nas séries simples1. Considerem-se as funções f1 (x1, x2), f2 (x1, x2) e f3(x1, x2)
que são funções continuas definidas nos domínios 0 ≤ x1 ≤ a e 0 ≤ x2 ≤ b e representadas
por:

∞ ∞ mπx 1 nπx 2
f1 (x 1 , x 2 ) = ∑ ∑ A mn sen sen
m =1 n =1 a b
∞ ∞ mπx 1 nπx 2
f 2 (x 1 , x 2 ) = ∑ ∑ B mn sen cos
m =1 n =1 a b
∞ ∞ mπx 1 nπx 2
f 3 (x 1 , x 2 ) = ∑ ∑ C mn cos cos 3.66
m =1 n =1 a b

onde Amn, Bmn e Cmn são os coeficientes de Fourier das funções f1 (x1, x2), f2 (x1, x2) e
f3(x1, x2) respectivamente. As funções trignométricas consideradas nas séries possuem as
seguintes propriedades:

1 Zygmund A. , Trigonometric Series , Vol 1 ; Cambridge University Press , 1959.


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.38

nπx 2 n ′πx 2 0 para n ≠ n ′


b
∫ sen sen dx 2 = b
0
b b para n = n ′
2

nπx 2 n ′πx 2 0 para n ≠ n ′


b
∫ cos cos dx 2 = b
0
b b para n = n ′
2
0 para n = n ′ ou n ≠ n ′ com n ± n ′ = par
b nπ x 2 n ′πx 2
∫ sen co dx 2 = 2bn
0
para n ≠ n ′ com n ± n ′ = impar
b b
(
π n 2 − n′2 )
3.67

Para uma função dada, por exemplo a função de carga, os coeficientes de Fourier
Amn podem ser calculados fazendo uso destas propriedades de ortogonalidade no caso da
integração termo a termo da respectiva série ser possível, como foi referido no caso da
solução de Navier. Os coeficientes Amn da série f1 (x1, x2), são obtidos do seguinte modo:

4 a b nπx 2 mπx 1
A mn = ∫0 ∫0 f (x 1 , x 2 ) sen sen dx 1 dx 2 3.68
ab b a

No caso de a variável dependente ser definida por uma destas funções, os


coeficientes de Fourier são calculados fazendo uso das condições de fronteira e da equação
de Lagrange, no caso da solução de Navier considerada anteriormente, escolheu-se uma
série de Fourier que verificava as condições de fronteira termo a termo e os coeficientes
foram calculados por uso da equação de Lagrange, no entanto as séries de Fourier nem
sempre verificam as condições de fronteira.
As funções senos e cossenos não são as únicas funções ortogonais e é possível
considerar séries duplas generalizadas de Fourier fazendo uso de outros conjuntos de
funções ortogonais. Considere-se a função f(x1, x2) definida no domínio a ≤ x1 ≤ b e
c≤x2≤d que pode ser representada, por um conjunto de funções ortogonais Xm(x1) e Yn(x2),
do seguinte modo:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.39

∞ ∞
f (x 1 , x 2 ) = ∑ ∑ f mn X m (x 1 ) Yn (x 2 ) 3.69
m =1 n =1

que é a chamada série dupla generalizada de Fourier correspondente à função f(x1,x2). Os


coeficientes fmn são chamados constantes de Fourier de f(x1,x2) com respeito às funções
ortogonais Xm(x) e Yn(x2). Estas funções gozam das propriedades de ortogonalidade, ou
seja:

b 0 para m ≠ n
∫a X m X n dx 1 = 2
Xn para m = n

d 0 para m ≠ n
∫c Ym Yn dx 1 = 2 3.70
Yn para m = n

onde X m e Yn são as normas de X m e X n respectivamente.

No caso de f (x1, x2) ser uma função conhecida, por exemplo a função de carga, os
coeficientes fmn podem ser calculados fazendo uso da ortogonalidade dos termos da série
do seguinte modo:

1
∫a ∫c f (x 1 , x 2 ) X m (x 1 ) Yn (x 2 ) dx 1 dx 2
b d
f mn = 2 2
3.71
Xm Ym

No caso da função f (x1, x2) ter de ser determinada, como seria o caso do
deslocamento transversal, a representação desta função por séries de Fourier generalizadas
é feita em geral fazendo uso de funções que verifiquem as condições de fronteira. As
constantes de Fourier destas séries são determinadas através da equação ou equações
diferenciais em que intervenham as variáveis.

3.4. Método de Ritz


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.40

3.4.1. Energia Potencial

O método de Ritz à semelhança do que acontece com o método energético referido


para efeitos de obtenção da solução de Navier, também considera a energia potencial Π,
que tem a forma seguinte:

D   ∂ 2 ω 
2
∂ 2 ω ∂ 2 ω  2pω 
∏= ∫  (∇ ω ) 2
+ 2 (1 − ν )   − −  dS 3.72
2 S   ∂ x 1 ∂ x 2  ∂ x 12 ∂ x 22  D 
 

Esta expressão tem uma forma mais simplificada para o caso das placas rectangulares
encastradas ao longo do contorno cujas condições de fronteira são:

∂ω
ω= =0 para x1 = ± a
∂ x1
∂ω
ω= =0 para x2 = ± b 3.73
∂ x2

A segunda parcela do segundo membro da equação (3.72) é designada por curvatura


de Gauss, considerando o integral estendido a toda a superfície da placa encastrada
representada na figura 3.4. A curvatura de Gauss é:

 ∂ 2 ω 
2
∂2 ω ∂2 ω
∫S   −  dS 3.74
 ∂ x 1 ∂ x 2  ∂ x 12 ∂ x 22 

Vamos proceder à integração por partes da 1ª parcela do integrando, ou seja:

2
 ∂2 ω  ∂2 ω ∂  ∂ω 
∫S   dS = ∫S   dS
 ∂ x1 ∂ x 2  ∂ x1 ∂ x 2 ∂ x1  ∂ x2 
∂3 ω ∂ω ∂2 ω ∂ω
= − ∫S dS + ∫ a νx1 dS 3.75
∂ x1 ∂ x 2 ∂ x 2
2
∂ x1 ∂ x 2 ∂ x 2
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.41

Este integral toma a forma seguinte tendo em conta o teorema de Gauss:

2
 ∂2 ω  ∂3 ω ∂ω ∂2 ω ∂ω
∫   dS = − ∫ dS + ∫ dx 2 3.76
 ∂ x1 ∂ x 2 ∂ x1 ∂ x 2 ∂ x 2 ∂ x1 ∂ x 2 ∂ x 2
2

Proceda-se agora à integração do segundo termo do integrando da equação (3.74), ou


seja:

∂2 ω ∂2 ω ∂3 ω ∂ω ∂2 ω ∂ ω
− ∫S dS = ∫ dS − ∫ a νx 2 dS =
∂ x 12 ∂ x 22 ∂ x 2 ∂ x 12 ∂ x 2 ∂ x 12 ∂ x 2

∂3 ω ∂ω ∂2 ω ∂ ω
= ∫S dS + ∫ dx 1 3.77
∂ x 2 ∂ x 12 ∂ x 2 ∂ x 12 ∂ x 2

Substituindo (3.76) e (3.77) na equação (3.74), pode dar-se a esta equação a forma
seguinte:

 ∂ 2 ω 
2
∂2 ω ∂2 ω
∫   −  dS =
 ∂ x 1 ∂ x 2  ∂ x 12 ∂ x 22 

∂ω  ∂  ∂ω  ∂  ∂ω   ∂ω  ∂ω  ∂ω d  ∂ω 
=∫    dx 2 +   dx 1  = ∫ d   = ∫   ds
∂ x 2  ∂ x 2  ∂ x1  ∂ x1  ∂ x1   ∂ x2  ∂ x1  ∂ x 2 ds  ∂ x 1 
3.78

É agora imediatamente visível que no caso da placa rectangular encastrada ao longo


do contorno o valor de ∂ ω / ∂ x 2 é nulo para x1 = ± a e ∂ ω / ∂ x 1 é nulo para x2 = ± b.
Sendo assim, a curvatura de Gauss é nula na expressão (3.72) e a energia potencial toma a
forma seguinte:

D  2πω 
∫S (∇ ω) −
2
Π=  dS 3.79
2  D 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.42

É esta portanto a forma da energia potencial total para efeitos de aplicação do método
de Ritz ao estudo de placas rectangulares encastradas.

3.4.2 Formulação do Método de Ritz

Admitindo que o campo de deslocamentos transversais se pode escrever do seguinte


modo:

ω = ∑ a i N i (x 1 , x 2 , x 3 )
n
3.80
i =1

sendo ai constantes desconhecidas e Ni funções das coordenadas x1, x2 e x3, que devem

satisfazer as condições de fronteira.


Uma vez escolhidas as funções N i (x1 , x 2 , x 3 ) , as constantes ai são determinadas

de tal modo que a energia potencial Π seja mínima, isto é:

∂Π
=0 3.81
∂ ai
Esta minimização da energia potencial corresponde portanto a um sistema de n
equações a n incógnitas.
Para efeitos de ilustração do método de Ritz consideremos uma placa rectangular
encastrada como se representa ns figura 3.5 a qual está submetida a uma carga
uniformemente distribuída de intensidade p.
A placa tem dimensões 2a e 2b e as condições de fronteira são:

∂ω
ω= =0 para x1 = ± a
∂ x1
∂ω
ω= =0 para x2 = ± b
∂ x2

Considerando um parâmetro só o deslocamento transversal toma a forma seguinte:


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.43

[ (
ω = C1 2x 1 x 12 − a 2 ) (x
2 2
2 − b2 )]
2
3.82

para o qual a função N satisfaz as condições de fronteira e é par.

p p

Figura 3.5: Placa rectangular encastrada submetida a uma carga


uniformemente distribuída.

A partir da equação (3.82) podem determinar-se facilmente as derivadas em ordem a


x1 e x2, obtendo-se para o quadrado do Laplaciano uma expressão com a forma seguinte:

(∇ ω) 2
( {[ ] [
= C1 2 (x 12 − a 2 ) + 4 x 12 (x 22 − b 2 ) + 2 (x 22 − b 2 ) + 4 x 22 (x 12 − a 2 )
2
] 2
})
2
3.83

e para a energia potencial total uma expressão com a forma seguinte:

Π=
D a b
∫ ∫
2 −a −b
(C {(6 x
1
2
1
2
(
− 2 a 2 ) (x 22 − b 2 ) + (6 x 22 − 2 b 2 ) (x 22 − a 2 )
2
)})
2


(
2 p C1 x12 − a 2
2
)(
x 22 − b 2
2
dx1x 2
) 3.84
D

Derivando em ordem a C1 a equação (3.84) e igualando a zero por forma a obter um


mínimo da energia potencial obtém-se:
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.44

p
C1 = 0.383 D 3.85
7 a + 4 a b2 + 7 b4
4 2

A solução aproximada da equação de Lagrange, considerando a função de


aproximação:

(
N = x 12 − a 2 ) (x
2 2
2 − b2 )2
3.86

0.383 p
ω= D
7 a + 4a b + 7 b4
4 2 2
((x 2
1 − a2 ) (x
2 2
2 − b2 ))
2
3.87

No quadro 3.2 estão representadas, a solução tabelada e a solução de Ritz para uma
placa encastrada.
Solução Tabelada(Timoshenko) Solução de Ritz

0.02127 pa4 / D 0.0202 p a4 / D


Quadro 3.2: Solução de Obtida e Solução Timoshenko
A solução de Ritz pode ser melhorada por consideração das funções de forma
seguintes:

(
N 1 = x 12 − a 2 ) (x − b )
2 2
2
2 2

N 2 = x 12 (x − a ) (x − b )
2
1
2 2 2
2
2 2

N 3 = x 22 (x − a ) (x − b )
2
1
2 2 2
2
2 2
3.88

Sendo a solução ϖ

ϖ = C1 N 1 + C 2 N 2 + C 3 N 3
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.45

Neste caso as constantes C1, C2 e C3 são obtidas por minimização da funcional Π,

resultando desta minimização um sistema de três equações a três incógnitas.

3.4.3. Aplicações do Método de Ritz

A utilização do Método de Ritz é facilitada se se utilizar o programa MAPLE para


tratamento das expressões analíticas.

Exemplo 7

Determine a solução aproximada de Ritz para o deslocamento transversal no centro de


uma placa quadrangular simplesmente apoiada ao longo do contorno sujeita a uma carga
uniformemente distribuida. Use funções que satisfaçam as condições cinemáticas do
problema. Compare com a Solução Exacta.

O campo de deslocamentos pode escrever-se com a forma:

ω = ∑ a i N i (x 1 , x 2 , x 3 )
n

i =1

sendo a i constantes desconhecidas e Ni funções que satisfaçam as condições de fronteira


que são:
∂ ω
2
ω=0 e = 0 para x=0 e x=a
∂ x2

∂ ω
2
ω=0 e = 0 para y=0 e y=a
∂ y2

A energia potencial total Π é:

D   ∂ 2 ω 
2
∂ 2 ω ∂ 2 ω  2pω 
∏= ∫  (∇ ω ) 2
+ 2 (1 − ν )   − −  dS (a)
2 S   ∂ x 1 ∂ x 2  ∂ x 12 ∂ x 22 

D 

Por minimização da energia potencial
∂Π
=0
∂ ai
podem calcular-se as constantes a i .
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.46

As funções Ni a utilizar são, por exemplo


πx πy πx 3πy 3πx πy 3πx 3πy
N1 = sen sen ; N 2 = sen sen + sen sen ; N3 = sen sen (b)
a a a a a a a a
sendo consequentemente
πx πy  πx 3πy 3πx πy  3πx 3πy
ω = a1 sen sen + a 2  sen sen + sen sen  + a 3 sen sen
a a  a a a a  a a
Calculando as derivadas de w necessárias para efeitos de cálculo da energia potencial
(a), calculando a energia potencial e derivando em ordem às constantes a i , obtém-se:

360 p a 4 p a4
a1 = = 0 .004161
90 π6 D D
4
240 p a p a4
a2 = = 0 . 00005548
4500 π6 D D
4
40 p a p a4
a3 = = 0. 00000571
7290 π6 D D
As operações acabadas de referir podem ser efectuadas por uso do MAPLE, o que facilita
a resolução do problema.
Uma vez conhecidas as constantes obtém-se para a deformada a expressão seguinte:
πx πy  πx 3πy 3πx πy 
ω = [ 0.00416sen sen + 0.000055 sen sen + sen sen  +
a a  a a a a 

3πx 3πy 4
+ 0.0000057sen sen ] pa
a a D
Para x=a/2 e y=a/2, obtém-se o deslocamento no centro da placa que é:
p a4
ω = 0.004111
D
Comparando este valor, com o valor tabelado no Timoshenko1que é:
p a4
ω = 0.00406
D
Constata-se que por uso das funções (b) se obtém uma aproximação razoável, para a
deformada da placa simplesmente apoiada sujeita a uma carga uniformemente distribuida,
recorrendo ao método de Ritz.
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.47

3.5. Método de Galerkin

3.5.1 Formulação do Método de Galerkin

Consideremos uma equação linear do tipo:

L u =f 3.89

onde L é um operador linear;


u é uma variável desconhecida ou conjunto de variáveis;
f é um vector conhecido.

Admitindo que as condições de fronteira são homogéneas, uma solução aproximada


da equação anterior é:

n
u = ∑ ai Φi 3.90
i =1

onde Φ i são funções das coordenadas, isto é são funções de forma que satisfazem as

condições de fronteira.
a i são constantes a determinar impondo a condição:

∫ ∫ ∫V (L u − f )Φ i dv = 0 3.91

que representa o princípio variacional a satisfazer pelo vector u.


Para o caso de se tratar da equação de Lagrange:

∇2 ω = p ou ∇ 2 ω − p / D = 0 3.92
D

1 Stephen P. Timoshenko and S. Woinowski-Krieger, Theory of Plates and Shells , McGRAW-HILL


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.48

admitindo uma solução aproximada:

n
ϖ = ∑ a i Φi 3.93
i

e uma vez conhecidas as funções de forma Φ i , as constantes ai são determinadas por

solução do sistema de equações:

a b  2 p 
∫− a ∫− b  ∇ ϖ − D  Φ i dx 1 dx 2 = 0 3.94
 
para i = 1, 2, …, n

Este é portanto o sistema de equações que resulta da aplicação do método de Galerkin à


equação de Lagrange.

3.5.2. Aplicação a uma Placa Rectangular

Resolve-se agora o problema de uma placa encastrada de dimensões 2a e 2b e


submetida a uma carga uniformemente distribuída de intensidade p, como se representa na
figura 4.4, recorrendo ao método de Galerkin.
As condições de fronteira são:

∂ω x = −a
ω=0 e =0 para
∂x x=a

∂ω y = −b
ω=0 e =0 para 3.95
∂y y=b

Introduzindo as coordenadas adimensionais ξ e η definidas do seguinte modo:

x y
ξ= eη= 3.96
a b
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.49

As condições de fronteira neste sistema de coordenadas adimensionais será:

∂ω
ω= =0 para ξ = ±1
∂ξ
∂ω
ω= =0 para η= ±1 3.97
∂η

Considere-se o conjunto de funções seguinte:

( )
2
( )
2
F1 = ξ 2 − 1 ; F2 = ξ 3 − ξ ; H1 = η 2 − 1 ; H 2 = η 3 − η ( )
2
( )
2
3.98

As funções de forma Φ i em termos das coordenadas adimensionais 3.97 podem

obter-se considerando produtos adequados das funções 3.98, sendo funções de forma
possíveis as seguintes:

(
Φ 1 = F1 H1 = ξ 2 − 1 ) (η − 1)
2 2 2

= (ξ − 1) (η − η)
2 2
Φ 2 = F1 H 2 2 3

= (ξ − ξ ) (η − 1)
2 2
Φ 3 = F2 H1 3 2

= (ξ − ξ ) (η − η)
2 2
Φ 4 = F2 H 2 3 3
3.99

Por recurso às funções de forma acabadas de definir a equação 3.93 toma a forma
seguinte:

ϖ = a 1 Φ1 + a 2 Φ 2 + a 3 Φ 3 + a 4 Φ 4 3.100

As constantes ai são determinadas a partir da equação 3.94, de acordo com o método

de Galerkin. Note-se que em virtude da mudança de coordenadas efectuada se obtém:


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.50

∂2 ω ∂2 ω ∂2 ω ∂2 ω
∇ω= + = + 3.101
∂ x2 ∂ y2 a 2 ∂ ξ2 b 2 ∂ η2

Atendendo à equação 3.100 e à equação 3.101 o sistema de equações 3.94 toma a


forma seguinte:

 b 2 ∂ 2 ∂2 
2
b4 p 
1
∫ ∫
1

 2 +  (a 1 Φ1 + a 2 Φ 2 + a 3 Φ 3 + a 4 Φ 4 ) −  Φ1 dξdη = 0
0 0
 a ∂ ξ
2
∂ η 2  D 

 b 2 ∂ 2 ∂2 
2
b4 p 
1
∫ ∫
1
 2 +  (a Φ + a Φ + a Φ + a Φ ) −  Φ 2 dξdη = 0
∂ η 2 
0 0 1 1 2 2 3 3 4 4
 a ∂ ξ
2
D 

 b 2 ∂ 2 ∂2 
2
b4 p 
1
∫ ∫
1
 2 +  (a Φ + a Φ + a Φ + a Φ ) −  Φ 3 dξdη = 0
∂ η 2 
0 0 1 1 2 2 3 3 4 4
 a ∂ ξ
2
D 

 b 2 ∂ 2 ∂2 
2
b4 p 
1
∫ ∫
1

 2 +  (a 1 Φ1 + a 2 Φ 2 + a 3 Φ 3 + a 4 Φ 4 ) −  Φ 4 dξdη = 0
0 0
 a ∂ ξ
2
∂ η 2  D 

3.102

b2
Para o caso de ser = 1 (a = b ) , obtém-se o sistema de equações seguinte:
a2

 13.3747 1.21588 1.21588 0.135098 a1   0.28444 


 1.21588 2.60843 0.135098 0.218235 a   
 2  = a p 0.040635
4
 3.103
 1.21588 0.135098 2.60843 0.218235 a 3  D 0.040635
     
0.135098 0.218235 0.218235 0.118993 a 4  0.005805

Resolvendo o sistema de equações anterior:

  x  2
2
  y  2 
2
 x  2
2
  y  3  y 
2

ϖ = (0.0202319 )   − 1   − 1 + (0.00534806 )   − 1   −   +
  a    b    a    b   b 
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.51

 3

2
 y  2 
2
 x  3  x 
2
 y  2  y 
2
 a4 p

(0.00534806)  x  −  x     − 1 + (0. 00624451)   −     −   
 b   b   b    b   b   b   b   D

O deslocamento máximo obtido, (x = y = 0), é:

 a4 p 
ϖ max = 0.0202319   3.104
 D 

Comparando com o valor obtido por séries, que é:

 a4 p 
ϖ max = 0.0202  
 D 

Verifica-se que os dois valores são de facto muito próximos.

Problemas Propostos

1. Considere uma placa rectangular de dimensões a segundo x1 e b segundo x2 e


sujeita a uma carga uniformemente distribuída de intensidade p. A placa considera-se
simplesmente apoiada ao longo dos lados x1 = 0, x1 = a e x2 = 0 e encastrada para x2 = b. A
placa é considerada isotrópica de espessura t. Determine:

a) A forma da deformada fazendo uso do Método de Levy.


b) As expressões para os momentos flectores e para o momento torsor.
c) Calcule o Momento no bordo encastrado.

Considere para a função Fm(x2) a seguinte expressão:


Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.52

4
 a 
Fm (x 2 ) = p m   [1 + A m cosh Y + B m senh Y + C m senh Y + D m Y cosh Y ]
 mπ 

mπx 2
com Y = e p m os coeficientes do desenvolvimento em série de senos da carga p.
a

2. Considere uma placa rectangular de dimensões a segundo x1 e b segundo x2 e


sujeita a uma carga uniformemente distribuida de intensidade p. A placa considera-se
simplesmente apoiada ao longo dos lados x1 = 0, x1 = a e x2 = 0 e livre para x 2= b .A placa
é considerada isotrópica de espessura constante e igual a t. Determine:

a) A forma da deformada fazendo uso do Método de Levy.


b) As expressões para os momentos flectores e para o momento torsor.

Considere para a função Fm(x2) a seguinte expressão:

4
 a 
Fm (x 2 ) = p m   [1 + A m cosh Y + B m senh Y + C m senh Y + D m Y cosh Y ]
 mπ 

mπx 2
com Y = e p m os coeficientes do desenvolvimento em série de senos da carga p.
a

3. Considere uma placa isotrópica rectangular de dimensões a segundo x1 e b


segundo x2 sendo encastrada ao longo do contorno exterior e sujeita a uma carga
uniformemente distribuída de intensidade p. Determine a Deformada e os momentos
considerando o princípio da Sobreposição de Efeitos.

4. Para uma placa simplesmente apoiada ao longo do contorno de dois lados opostos
e livre nos outros dois e para uma placa encastrada ao longo do contorno submetidas a
Métodos Analíticos na Resolução de Placas 3.53

cargas uniformemente repartidas, trace diagramas que mostrem como evoluem a deformada
e os momentos com o quociente a/b. Use o método de Levy.

5. Fazendo uso do Método de Ritz determine a deformada no ponto médio de uma


placa quadrangular, simplesmente apoiada em dois lados opostos e encastrada nos outros
dois, sujeita a uma carga uniformemente distribuida de intensidade p. Use funções de forma
que verifiquem as condições cinemáticas.

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