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Alquimia Rosacruz e A Ordem Hermetica Da Aurora Dourada PDF
Alquimia Rosacruz e A Ordem Hermetica Da Aurora Dourada PDF
Muitas pessoas, quando pensam na Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn),
imediatamente pensam em "Magia" ou "Magia(k)" (Magick). Outros se surpreenderiam ao inteirar-
se que a Golden Dawn não é, nem tem sido jamais uma Ordem "mágica". É na troca com a Ordem
Interna por detrás da Golden Dawn, que a Ordo Rosae Rubeae et Aureae Crucis (R.R. e A.C.)
desde o principio tem sido uma depositaria da tradição espiritual rosacruz. Ademais, aquilo que hoje
tem sido popularizado como "Magia" ou "Magia(k)" é, na realidade, um desdobramento daquele
aspecto da tradição Rosacruz conhecido como "Teurgia".
Antes da fundação da Ordem Interna por detrás da Golden Dawn, a Teurgia nunca antes havia sido
o foco principal da tradição espiritual Rosacruz, sem a Alquimia. De resto, a tradição Rosacruz
mesma cresceu desde a tradição Alquímica. O verdadeiro lugar da Teurgia dentro da tradição
Rosacruz tem sido sempre como disciplina complementar a Alquimia.
A Alquimia era parte do curriculum estudado pelos membros da Ordem Hermética da Golden
Dawn; porém, exceto algumas definições muito concisas dadas nas "Knowledge Lectures" sobre
vários termos usados na Alquimia, muito pouco tem sido verdadeiramente ensinado sobre Alquimia
na Ordem Externa. Na Segunda Ordem da R.R. e A.C. havia somente um curto estudo chamado
"Alquimia" escrito em 1890 pelo Frater Sapere Aude (Dr. Wynn Westcott) e registrado como "Rol
de Vuelo Nro. VII". O único documento referente a alquimia prática era um documento Z.2
disponível para membros avançados da Ordem Interna. Este documento Z.2 sobre Alquimia é
bastante valioso e sumamente interessante, assim trataremos de analisá-lo na segunda parte deste
escrito.
Bem agora, no curriculum estudado pelos membros da antiga Golden Dawn, devemos também
incluir todos os livros editados por Wynn Westcott em sua Coletânea Hermética porque era
considerada como o verdadeiro curriculum de estudo para todos os membros dedicados da Ordem
Externa. De resto, esta coleção de livros constituía uma muito valiosa fonte de informação sobre os
rituais da Ordem Externa. Entre os tratados publicados na Coletânea Hermética, havia vários sobre
Alquimia; eram os seguintes:
- Vol I. Arcanum Hermético por Jean d'Espagnet com notas de Sapere Aude.
- Vol III. Uma breve Investigação sobre a Arte Hermético por "Um Amante de Philaletes"
com uma introdução a alquimia e notas por S.S.D.D. (Florence Farr).
- Vol IV. Aesch-Metzareph ou Fogo Purificador da Kabbalah de Rosenroth (traduzido por
"Um Amante de Philaletes" - 1714 - com notas por S.A.)
- Vol VII. Euphrates ou as Águas do Este por Eugenius Philalethes (Thomas Vaughan) com
um comentário de S.S.D.D. (Florence Farr).
As notas e comentários do Frater S.A. e da Sóror S.S.D.D. sobre estes tratados alquímicos refletem
um profundo conhecimento do tema. Não devemos esquecer também que os membros da Golden
Dawn podiam consultar a famosa "Biblioteca Hermética Westcott" fundada em 1891 para a
conveniência de sua investigação esotérica. Esta Biblioteca Hermética continha vários livros muito
pouco conhecidos sobre a Alquimia (em Latim, Alemão, Francês e Inglês) dos quais forneço a lista
completa:
- Abraham Eleazar: Uma antiga Obra alquímica, traduzida para o Inglês por W.S. Hunter de
um manuscrito alemão.
- Alquimia - 25 tratados alquímicos em Latim.
- Alquimia - Um relato de alguns experimentos sobre mercúrio, prata e ouro em 1782 por J.
Price (Oxford, 1782).
- Alquimia - A Ciência do Espiritual e do Material, por Sapere Aude (W. Wynn Westcott) -
Londres, 1893.
- Becher - Tripus Hermeticus Fatidicus (três tratados sobre Alquimia) - 1689.
- Borrichius - Hermetis Aegyptiourum et chemicorum sapientia (Hafniae, 1674).
- Bourguet - Lettres philosophiques sur la formation des sels et des cristaux (Amsterdam,
1729).
- Chambon - Traité des métaux et des minéraux (Paris, 1714).
- Combachius - Sal Lumen et Spiritus Mundi Philosophici ou o Amanhecer do
Descobrimento (Londres, 1651).
- Flamel, Nicolas - As Figuras Hieroglíficas de 1624 (editado por Wynn Westcott).
- Geber - Seus tratados sobre Alquimia em Latim ilustrados (1682).
- Hitchcock - Comentários sobre a Alquimia e os Alquimistas (Nova York, 1865).
- Kendall - Um apêndice ao Alquimista ignorante.
- Kirwan - Elementos de mineralogia (Londres, 1784).
- Maier Michael - Arcana Arcanissima - Cantilene Intellectuales de Phoenice redivivo -
Scrutinum Chymicum (1687) - Symbolica Aureae Mensae (1617).
- Museum Hermeticum (21 tratados alquímicos).
- Paracelsus - Compendio (1567).
- Philalethes Eirénée - Kern der Alchemie (Leipzig, 1685).
- Philalethes Eugenius - Lumen de Lumine ou uma Nova Luz Mágica e o Segundo Lavado
(Londres, 1651).
- Resenkreutz Christian - Chymische Hochzeit (Strasburg, 1616).
- Salmon Gillaume - Dictionaire Hermetique (Paris, 1695).
- Salmon - Poligráficos (contém artigos valiosos sobre Alquimia).
- Stuart de Chevalier - Discours philosophiques sur les 3 Principes Alchimiques (Paris,
1781).
- Valentine Basile - O Carro Triunfante do Antimônioi
Como demonstra esta lista, o Dr. Westcott estava profundamente interessado e a Alquimia; de resto,
um exame de seu Mapa dos Céus mostra vários graus simbólicos egípcios conectados com a
alquimia e a medicina. Os membros da Ordem podiam também ler proveitosamente todos os artigos
escritos pelo erudito Arthur E. Waite (Frater Sacramentum Regis) sobre alquimia, por exemplo:
- "Que é a Alquimia?" (no Unknown World Review - 1894)
- "Thomas Vaughan e sua Lúmen de Lumine" (uma introdução a edição de Lúmen de
Lumine ou Uma Nova Luz Mágica por Thomas Vaughan - 1910).
- "Um Apocalipse Hermético" (no Occult Review, Vol 17, 1913).
- "Alquimia Cabalística" (no Journal of the Alchemical Society, Vol 2, 1914).
Todos esses artigos foram editados novamente por R. A. Gilbert em seu livro "Escritos Herméticos
de A. E. Waite, os escritos desconhecidos de um místico moderno" (Roots of the Golden Dawn
Series, Aquarian Press 1987). Mais que nada, Waite escreveu vários estudos interessantes sobre
alquimia, tais como:
- Vidas de Filósofos Alquimistas (1888).
- A Tradição Secreta na Alquimia (1926).
- Raymond Lola (1922).
Waite editou e traduziu também vários tratados alquímicos clássicos:
- Os Escritos Mágicos de Thomas Vaughan (1888).
- Um Léxico de Alquimia ou Dicionário Alquímico por Martinus Rulandus.
- O Museu Hermético Restaurado e Aumentado (1893)
- Um Dourado e Bendito Cofre de Maravilhas da Natureza por Benedictus Figulus.
- O Carro Triunfal do Antimônio por Basilio Valentinus (1893)
- Collectanea Chemica (1893)
- Os Escritos Alquímicos de Edward Kelly (1893)
- Os Escritos Herméticos e Alquímicos de Paracelsus (1894)
- Turba Philosophorum, ou Assembléia dos Sábios (1896)
- As Obras de Thomas Vaughan (1919)
Entre os membros da Golden Dawn, Westcott e Waite não eram os únicos interessados na
Alquimia: também estavam Mathers, Florence Farr, William Alexander Ayton, Frederick Leigh
Gardner, Dr. Felkin, Dr. Bullock, Allan Bennett e Julian Baker. Entre eles, sabemos que Westcott,
Ayton, Felkin, Bennett e Baker podiam praticar a alquimia porque possuíam o conhecimento
necessário da química devido as suas profissões (eram químicos ou médicos).
A TRADIÇÃO ALQUÍMICA SECRETA DA GOLDEN DAWN
Houve realmente uma tradição alquímica secreta dentro da Golden Dawn e sobrevive esta tradição
secreta na atualidade? Posso testificar que essa tradição alquímica Golden Dawn existiu e ainda está
viva, porque tive o privilégio de recebê-la como Imperator do Templo Ahathöor. Explicarei logo
como foi transmitida na França, de onde possuímos uma forte tradição alquímica, mas antes, é útil
explicar as origens da Alquimia Golden Dawn.
Porém a parte principal da tradição alquímica de Alpha Omega está preservada nos arquivos de
nosso Templo Ahathöor que contém papéis muito valiosos e únicos, especialmente o famoso
Antigua Obra Alquimica de Abraham Eleazar, cujo verdadeiro nome é Sepher Ha-Iorah (em
hebraico), publicado em alemão em 1735 e traduzido para o inglês pelo Frater In Cornu Salutem
Spero (William Sutherland Hunter) e em francês pela Soror Semper Ascendere (Mme Voronof),
Praemonstratrix do Templo Ahathöor em 1925. O processo alquímico descrito no Sepher Ha-Iorah
é similar ao descrito no Segundo Livro do Thesaurus Thesaurorum, um Testamento Fraternitate
Rosae et Aureae Crucis, e também no Sigillum Secretorum ou Magnalia Dei Optimi Maximi
traduzido do Latim para o inglês por Frater Deo Duce Comite Ferro (S. L. MacGregor Mathers), e
que também está guardado em nossos arquivos.
Teve a boa sorte de descobrir outra muito estranha e bela copia francesa do Sepher Ha-Iorah
copiada e ilustrada em cores pela mão mestra de Eliphas Levi mesmo. De acordo com uma nota de
Eliphas Levi, sua copia do livro foi feito do original (suposto original de Abraham o Judeu que
descobriu Nicolas Flamel !). Eliphas Levi escreveu que o livro original pertenceu no passado ao
famoso alquimista francês Duchanteau (um membro da Rosa+Cruz Dourada). O original parece ter
sido escrito em hebraico; de qualquer modo a copia de Eliphas Levi está plena de palavras
hebraicas... Eliphas Levi ofereceu e dedicou esta copia a seu protetor, o Conde de Mniszech, que
também era um alquimista e amigo de Lord Bulwer Lytton. Na realidade, esta maravilhosa copia de
Eliphas Levi pertence a um colecionador privado que também é membro de uma muito secreta
Sociedade Hermética de Paris.
Entre os outros papéis valiosos preservados nos arquivos do Templo Ahathöor, devo também citar:
- "A Idade Dourada Revivida de Mathadanus" (Conde Adrian Mynsicht - 1621) um manuscrito
traduzido e escrito pela mão de Frater DDCF. Mathers adicionou ao final de sua tradução a seguinte
nota significativa:
"Este trabalho tardio está reproduzido em parte do Livro manuscrito dado pelos Chefes
Secretos do Círculo Interno dos Rosacruzes ao Magus Supremo da Ordem da Rosa e da
Cruz Dourada Externa, e de novo em bom cuidado. Os Rosacruzes dos mais altos graus
Externos sabem a que livro me refiro e é somente por seu beneficio que faço esta alusão".
- "Le Tresor des Tresors ou comment on peut ramener les corps a leur matiere premiere dans le but
d'obtenir leur generation ou leur multiplication". Este manuscrito havia sido acreditado a Francois
Borri, um alquimista italiano que foi o mestro da Rainha Cristina da Suécia. Este manuscrito foi
traduzido e transcrito pela Soror Semper Ascendere em 20 de julho de 1926. De acordo com uma
nota escrita pela Rainha Cristina no final do manuscrito, ela teve êxito na Grande Obra. A via
praticada é similar a de Synesius.
Os Adeptos que me deram essas instruções secretas enfatizaram o fato de que nada podia
realmente praticar Magia segura sem haver obtido antes a Pedra dos Filósofos e haver sido
regenerado por seus poderes. De fato, um Adepto Inglês me disse que de acordo com seus próprios
experimentos, a Pedra dos Filósofos podia despertar em grande medida as faculdades de pré-
cognição, as que podiam ser muito úteis para comunicar-se com seres espirituais durante uma
evocação mágica.
Deve saber-se que a ingestão da Pedra dos Filósofos ou do Ouro Potável pode ser perigosa para
pessoas não preparadas, porque essas substancias despertam o que os antigos Adeptos Rosacruzes
chamaram de "os fogos sutis do corpo" (a kundalini), e causam um grande aumento do poder sexual
que é muito difícil de controlar. Se o aluno não está corretamente preparado, o elixir poderia causar
todo tipo de moléstias em sua vida privada: poderia ser escravizado por suas paixões e incapaz de
controlar e manejar esta nova energia. Se não sabe como sublimar o poder do "fogo secreto" de sua
kundalini, esta energia será gasta em atividades ou pensamentos puramente sexuais. Em outros
casos, este "fogo" poderia subir até o cérebro e causar varias alucinações. Se a mente do aluno não
está suficientemente purificada, poderia ver monstros como Glyndon em Zanoni, a famosa novela
de Bulwer Lytton. Geralmente, o elixir causa uma grande eliminação "kármica", especialmente
referente a a vida amorosa do aluno.
Esta é a razão pela qual os Adeptos nunca dão o Elixir, ou Ouro Potável, a alunos não preparados e
a pessoas jovens, mas somente a alunos experimentados, de ao menos com 40 anos de idade e só
depois de 7 anos de treinamento. Este treinamento se refere em certo modo a algumas práticas
"tantricas" (distante da assim chamada "magia sexual" de Aleister Crowley!). De fato, o Colégio
Interno da Rosa+Cruz Dourada conhecia este tipo de práticas, porém sempre foram mantidas em
secreto e estrito porque os Adeptos temiam que pudessem ser mal usadas. Outra parte deste
treinamento mágico é um tipo de "yoga" que implica meditação na luz do sol e da lua com espelhos
mágicos. Por pressuposto, MacGregor Mathers sabia algo sobre estas práticas secretas (as que só
são desveladas no grau de Exempti) porque recebeu o corpus operativo da Rosa+Cruz Dourada e
especialmente os comentários secretos sobre as Clavículas Mágicas Salomônicas e Mosaicas.