O Quilombo de Sobara localiza-se no sertão de Araruama, RJ, e é habitado por cerca de 130 famílias afrodescendentes. O projeto Batuque Reciclado da escola municipal local mantém vivas as tradições musicais e culturais africanas por meio de apresentações de 65 crianças vestidas com trajes típicos. A escola incluiu no currículo a memória do continente negro para valorizar a identidade dos alunos, a maioria de famílias evangélicas.
O Quilombo de Sobara localiza-se no sertão de Araruama, RJ, e é habitado por cerca de 130 famílias afrodescendentes. O projeto Batuque Reciclado da escola municipal local mantém vivas as tradições musicais e culturais africanas por meio de apresentações de 65 crianças vestidas com trajes típicos. A escola incluiu no currículo a memória do continente negro para valorizar a identidade dos alunos, a maioria de famílias evangélicas.
O Quilombo de Sobara localiza-se no sertão de Araruama, RJ, e é habitado por cerca de 130 famílias afrodescendentes. O projeto Batuque Reciclado da escola municipal local mantém vivas as tradições musicais e culturais africanas por meio de apresentações de 65 crianças vestidas com trajes típicos. A escola incluiu no currículo a memória do continente negro para valorizar a identidade dos alunos, a maioria de famílias evangélicas.
Os primeiros moradores do Quilombo de Sobara teriam vindo do Congo e conquistado o
direito à terra por meio de doações ou pagamento de serviços. Hoje moram na localidade, encravada no sertão de Araruama, cerca de 130 famílias afrodescendentes que subsistem da agricultura. De lá, se ouve um batuque. E um canto em dialeto africano que reverbera pelo vale. O grupo de percussão e coral quilombola Batuque Reciclado mantém vivas as raízes africanas em apresentações nas datas festivas da cidade. Dele fazem parte 65 crianças que vestem túnicas e turbantes coloridos; transformaram latas de tinta em chocalhos e tarol;bombonas de detergente, em tambores. O Batuque Reciclado é um projeto da escola municipal Pastor Alcebíades Ferreira de Mendonça. Distante 18 quilômetros de terra do centro de Araruama, ela incluiu no currículo a memória do continente negro. Os professores de percussão, Marcos Antonio Barreto Fraga, e de canto e coral, Ezequias Damasceno Silva,confeccionaram os instrumentos juntos com os alunos, e organizaram um concurso de frases para compor o hino de Sobara. "É uma melodia de lástima. Fala sobre escravidão e liberdade", explica Ezequias. Siabamba, o clássico hino sulafricano, também é obrigatório nas apresentações do Batuque. O nome da unidade escolar é uma homenagem ao Pastor Alcebíades, da Assembléia de Deus, que iniciou as missões na comunidade. Hoje, a maioria dos alunos vêm de famílias evangélicas. As crianças se soltam quando arrastam os pés no ritmo dos tambores e fazem soar os cantos de suas raízes. Mas diante de visitantes, emudecem. Já foi pior. "Quando eu cheguei aqui, saíam correndo. E olha que eu sou negro. Quase não entendia o que falavam", conta Ezequias. O trabalho tem valido à pena. "Elas se envergonhavam da pele, do cabelo. Hoje se sentem valorizadas pelo que são. Elas são o Brasil", ressalta Marcos Antonio. No dia da consciência negra, em novembro, o espaço escolar costuma ser aberto ao público para uma festa com espetáculos quilombolas.