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Capitulo Fausto Miranda Jr Introducao As artéras iliacas séo 0s ramos da bifurcacao da aorta abdominal frequentemente em Ld e se esten- dem até 0 anel femoral. O comprimento da artéria ilfaca comum varia entre 3,7 e 7,5 cm, podendo a bifurcagdo aética acorrer entre Ld e a juncao de LS @ 0 sacto, Mantém intima relacéo com as veias ho- ménimas, sendo que o inicio da cava inferior se d atrés da artéria iiaca comum direita, A artéria iliaca comum origina a artéria ilaca externa e a interna ‘A artéria ilaca externa é um ramo de conducio de sangue para 0s membros infeiores. Seus dois ramos principais situam-se préximo ao anel femoral: epigas- trica inferior e a circunflexa profunda. Nao devem ser ligadas durante a disseccéo inguinal para implante de endopréteses calibrosas, pois constituem ramos importantes de circulagao colateral. A artéra iliaca intema, impropriamente denominada de artéria hi- pogéstrca, apresenta comprimento variével entre 1 @ 6 cm, £ responsavel pela irrigacio pelvica, sendo 08 principais ramos: iliolombar, sacral lateral, obtu- ratéria, glitea superior, glitea inferior e pudenda, sendo a disposigéo desses ramos bastante variavel A aterosclerose de membros representa um fa- tor de rico isolado para o aumento da mortalidade cardiaca. A presenga de fatores de risco aumenta sua incidéncia da aterosclerase periférica e acelera sua progresséo, Os principais so: a idade (mais fre- quente entre 50 a 70 anos) 0 sexo masculino, a hi- perlipidemia plasmatica, 0 tabagismo, a hipertensao arterial ¢ 0 diabete melto. AA presenga da doenca oclusiva crénica da ar- tériailiaca & detectada pela presenca de sopro na fossa iliaca ou pela auséncia ou diminuigéo do pulso 50 Doenga Oclusiva lliaca femoral, claudicacéo glitea ou de coxa. Pode ocorrer bilateralmente. Pode ocorrer dor em panturrlha em acometimento dominante em artéia iliaca extemna ou de claudicagéo glitea em lesdo de iliaca comum. A auséncia de pulsos femorais bilateralmente confunde a lesdo da artéria ilaca bilateral com a le- so da aorta abdominal A avaliaco clinica inicial & confirmada pelos cexames vasculares naoinvasivos (medidas de pres- so arterial segmentar com Doppler e eco-Doppler colorido). 0 exame clinica permite localizar 0 nivel da lesdo e alguns aspectos da intensidade da isque- mia arterial (temperatura cuténea, perfusdo tecidual, palidez, cianose, uleera isquémica, etc). A medida da presséo segmentar au o indice tornozelo-braco mede a repercussao hemodinamica da lesio, 0 eco- Doppler além de localizar a lesdo evidencia sua ca- racterstica e extensio, nos casos em que o cardter segmentar da les8o, 0 eco-Doppler é demonstrado e pode orientar a indicacao e 0 planejamento de an- Gioplastialstent com angiografia diagnéstica sendo realizada a0 mesmo tempo. Para auxiliar a padronizacio da avaliacdo vas- cular da isquemia das extremidades tem-se utlizado duas classficagGes clinicas descritas no Quadro 1 Caracterizada a lesdo arterial da extremidade pelo exame clinico @ exames naoinvasivos pode-se seguir 0 algoritmo da figura 1 Indicagdes: isquemia arterial aguda, lesbes trofices isquémicas das extremidades, claudicacao_inter- mitente, antecedendo a revascularizacéo cirdrgica distal, manutenco de derivacao arterial abaixo do ligamento inguinal Contraindicacgo: evitar tratar lesdo radiolégica as- sintomatica 946. Seccdo Vl - Técnicas Endovasculares Terapéuticas Arteriais Quadro 1. Classificagdes Clinicas para a Avaliagéo de Isquemia Arterial de MMII Fontaine Rutherford Estégio Quadro cinco Gau_| Categoria (Quadro cinco Ta Assintomatico 0 0 Assintomstico Tia lieve 1 1 Clleve 2 ‘Clmoderada Wb (Cl moderada/grave ' : gave W 4 Dor em repouso n Dor em repousa . ferca teal peer W Uiceracéo ou gangrena W 6 Perde tecidual grande Eco-Doppler Lesio favordvel para ATP/stent Lesdo nao favordvel para ATPIstont Axtetiografia Arteriogratia ATPIstent Revascularizacao direta Seguimento De acordo com 0 TASC Il (Trans-Atlantic Inter- society Consensus), as lesdes de artérias iliacas sdo dlassificadas de acordo com sua morfologia nos se- guintes tipos: Tipo A - Estenose uni ou bilateral da artéria iliaca comum. Estenose uni ou bilateral (menor que 3 cm) em artéra iliaca externa. or Lesio tipo B ~ Oclusio unilateral da artériailiaca comum —_ Estenose Unica ou miltipla totalizando 3-10 cm da artériailaca externa nao se estendendo para a iliaca comum. Oclusdo unilateral da artéria ilfaca externa ndo envolvendo a origem da illaca interna ou femoral comum, AA Tipo C - Ocluséo da artéria iliaca comum bilateralmente, CN Estenose bilateral da artéria ilfaca externa com ex- tensao entre 3-10 cm nao se estendendo até a fe- moral comum, NS —_ Estenose unilateral da artéria iliaca externa esten- dendo até a femoral comum. Oclusio unilateral da artéria ilfaca externa en- volvendo a origem da iiaca interna elou femoral comum Oclusao unilateral com intensa calificagéo da artéria iliaca externa com ou sem envolvimento da origem da iiaca interna efou femoral comurn iG Tipo D ~ Doenca difusa envolvendo a aorta e ambas artérias iiacas necessitando tratamento. ap, 50, Doenca Ocisvalfaca 947 Estenoses miitiplas envolvendo unilateralmente a artéra iiaca comum, externa e femoral comum., pS Oclusdo unilateral das artérias iliaca comum e illaca externa, \ Oclusdo bilateral das artérias iliacas externas. Estenoseiliaca em paciente com aneurisma da aorta abdominal requerendo tratamento © nao suscetivel de implante de endoprétese ou outa lesdo necessi tando operacéo adrtica ou iliaca, CN A recomendagao é de tratamento endovascular para as lesGes do tipo A e de tatamento crurgico para as do tipo D. E sugerido o tratamento endovascular para a5 lesGes do tipo Be de tratamento cirurgico para as do tipo C, porém, sem suporte de evidéncias dnicas documentadas. 948 Seco Vl - Técnicas Endovascular Terapéuticas Arteiais Técnica Via de acesso Avia de acesso pode ser feita através de pun- 40 femoral homolateral & lesio, contralateral ou por artérias do memibro superior, Cada via de acesso tem caracteristicas diferentes na execucéo da an- gioplastia de artéria ilaca, tornando necessério um bom planejamento do procedimento com adequada escolha dos materials necessérios. Avia homolateral éa que dé melhor torque e fa- cilidade de manuseio do guia nas lesbes das artérias ilacas, Esta via nao deve ser escolhida para lesdes na transigao da artéra ilaca externa com a artéria femoral, devido a0 pouco espaco para colocacio do introdutor. Na maioria das vezes, 0 pulso femoral est muito diminuido ou mesmo ausente, dificultando a localizagao da artéria femoral para realizar a puncéa (fazer pungao “as cegas”), é um dos pontas crticas exigindo experiéncia do executor. A angiografia pré- procedimento, 0 road mapping, a palpacao contra- lateral e a puncao da veia femoral so pardmetros utlizados para a facltacéo deste tipo de pungéo. A angiagratia pré-procedimento pode ser realizada retragradamente por injecdo direta pelo introdutor ‘ou por cateterizacéo de uma segunda via de acesso. A via contralateral ¢ utiizada para os controles arteriogrficos ou quando a lesio da iiaca é préxima da transicéo da artria iiaca externa com a artéria fe- moral comum, Deve ser evitada em lesdes de dstio da artéia iiaca comum, quando esta € muito préxima da aorta e apresenta bifurcagéo com angulo fechado, pois pode provocar a dobra do cateter baldo ou do stent no momento em que o baldo for insufiado. ‘Avia de acesso pelo membro superior deve ser escolhida excepcionalmente e deve ser bem plane- jada, Preferencialmente, ¢ utilizada a pungéo pelo lado esquerdo, pela facilidade para levar os catete- res para a aorta abdominal, e porque os cateteres cruzam apenas um vaso cerebral. Pode ser realizada através de puncéo da artéria braquial ou axilar. A ar téria braquial apresenta um menor indice de compli- cages neurolégicas, mas tem didmetro menor e fica mais distal, perdendo aproximadamente 20 cm de cateter.A artéria axlar esté mais préxima, tem maior diametro, mas apresenta uma incidéncia de lesio de plexo nervoso axilar que ndo & desprezivel e que na maioria das vezes & irreversivel, Deve ser realizada com utilizacao de cateteres quia para dar sustenta- Ao aos cateteres diagnésticos e terapéuticos (balao e stent) e para a realizacéo dos controles angiogré- ficos, a ponta distal do cateter guia deve estar na aorta abdominal distal ou mesmo dentro da artéria ilaca comum., Portanto, devem ser utlizados catete- res guia longos e, por conseguinte, cateter baldo e dispositivo de liberacdo de stent mais longos ainda. Uma vez realizada a punco e passagem do in- trodutor, € realizada a heparinizacao local como em uum procedimento diagndstico. Passagem do fio-guia AA passagem do guia através da leséo é o cuidado mais rtica em qualquer angioplasta, considerando que 0 baloes de angioplastia para tlaca sao sustentados por um quia que passa por toda extensdo do cateter, & necesséra a utlizacao de guias longos de 260 cm. A preferéncia é para a utlizacdo de guias hidroflicos,po- dendo ser normal ou rigido, a ponta maleével do guia pode ser curva ou reta, pontas em "" devem ser evita- das, Nos casos de ocuso total, autiizacao de cateteres ciagndsticas com pequena curva ou mesmo reta, pode ser necessaria, para dar maior torque a0 guia, sendo {que nos casos de estenose devem ser evitados. Como regra geral, um quia passado no deve ser mais reira~ do atéo fim do procedimento, pode até ser substituido por outro, mas nao retirado, uma segunda passagem de uia pode se tornar um grande transtomno, A passagem do guia pela lesao, praticamente garante 0 sucesso do procedimento; neste momen- 10, entao, ¢realizada a heparinizacao, habitualmente com 5000 a 10000 UI Nas pungées contralaterais a utilizagdo de guias rigidos permite maior sustentacéo para a passagem de introdutares longos, cateteres guias e mesmo ca- teteres baléo. Mensuracéo da leséo primeiro cateterutlizado deve ser um cateter centimetrado, em que através deste, temos os paré~ metros necessétios para calibrar o aparelho digitale realizar as medidas de extensdo da lesao e diémetro da artéria proxima & lesio. Com estes dados,é feita a escolha do bali efou stent a ser utilzado, Angioplastia Um insuflador com manémetro deve ser utili zado para controlar a pressao no interior do balao, deve ser preparado com solucao salina e contrast na proporgao de 30 a 50%; a utiizacao de concen- ‘traces maiores no interior do baléo pode dficultar 0 seu esvaziamento, devido a viscosidade do contrast. ‘Antes de conectar o insuflador ao cateter balao é ne- cesséria a retirada do ar do sistema, para uma trans- mmissao de pressao mais répida, entre o insuflador e baldo. Apés conectaro insuflador ao cateter bala, a presséo no sistema é mantida negativa, para manter um volume minimo do balao e caso ocorrer alguma perfuragao do baléo ou vazamento do sistema have- 4 um refluxo de ar ou sangue para o insuflador. E realizada a passagem do cateter balao sobre 0 guia, e sendo certificada sua adequada localizacéo, inicia-se 0 insuflamento do baléo. A pressao utiliza- da é a que retifica as bordas do bala, nao ultrapas- sando a presséo maxima de ruptura; esta pressao varia conforme 0 balio e esta descrita na etiqueta do dispositiva. Nos casos de leséo ostal de artériailiaca comum, antes de insuflar 0 bali, é recomendada a passagem de um guia contralateral, para prevenir a oclusao da outra artéria iliaca durante o procedimento, Nos casos de lesdes bilaterais de éstio de arté- ria iliaca comum os dois balGes devem ser insufla- dos simultaneamente e colocados sobre cada lesao {kissing balloon). O tempo que deve ser mantido o baldo insufiado no parece ser decisivo, entretanto 0 balao deve ser mantido expandido por aproximadamente 60 seg. Stent A escolha do tipo do stent para as artéras ila- «as, parece nao ser fator preponderante para resul- tados a longo prazo, entretanto, algumas regtas de- vem ser observadas, Preferencialmente, empregar 0 Cap. 50. Doenca Ocisiva lace 949 stent balao expansivel quando a lesio atingir o éstio da iliaca comum na aorta, devido a forca radial e a precisdo de liberacdo. Nas lesGes mais longas ou nas que comprometem a artéria ifaca externa, a opc3o preferencial & pelo stent autoexpansivel, devido sua maleabilidade para as curvatures que estas artérias apresentam. Na utilizacéo de stent baléo expansivel é neces- sétia a medida do diametro da artéria antes de sua liberacao, pois, o diémetro do baléo de liberacao sera © digmetro final do stent. Deve-se ter cuidado com lesGes criticas e cakificadas, que possam deslocar 0 stent do baléo, sendo que, uma pré-dilatacao com baalao de menor didmetro, pode prevenir este incon- veniente. No acesso contralateral, um dos momentos critcos, €a passagem do stent baléo expansivel pela curvatura da bifurcacéo das iliacas comum, especial- mente quando 0 angulo é muito fechado; moldar uma pequena curva no stent montado no alo auxi- lia nesta passagem. A utlizacdo de introdutores lon- gos ou de cateteres guia passando de um lado para outro, também auxilia nesta manobra, € recomenda- da a op¢do por introdutores langos aramados, pois, também o cateter quia pode dobrar, impossibiltando a passagem do stent, A escolha da medida do stent autoexpansivel é mais fécil, pois pode se superestimar o diametro do stent em relacdo & artéria, Caso seja necesséria, 2 dilatago pode ser iniciada com baldes menores até obter um resultado satisfatori. 0 perfil do stent autoexpansivel € menor, podendo permitir acesso através do membro superior. Por sua maior male- abilidade, a passagem pelo angulo da bifurcagao das ilacas, no acesso contalateral, ¢ mais facil, Po- rém, a liberaco é menos precisa que o stent balao expansivel, requerendo maior cuidado no momento da sua liberacéo. Controle final A angiografia de controle deve ser realizada em pelo menos duas posigdes de angulacéo, A presenca de estenose residual maior que 30% ou de gradiente pressérico maior que 15 mmHg acima e abaixo da leso ¢ indicativo da necessidade de nova angioplas- tia, eventualmente com balGes maiores, ou mesmo 950. Seccdo Vil - Técnicas Endovasculares Terapéuticas Arteriais da colocagio de stent, quando este nao foi primaria~ mente indicado. Complicaces Disseccdo Embolizacdo distal Rotura Oclusao da artériailiaca interna Relacionadas 2o stent Hematoma no local de acesso Falso-aneurisma no local de acesso Tratamento das Complicacdes A disseccéo ocorre em locais de bifurcagéo arterial em geral com placas salientes na proximi- dade e em local com placas longitudinais exten- sas sendo com risco maior na presenca de calci- ficagao. A dissecao pode ocorrer pela dilatacao excessiva da artéria. Ocorrendo a disseccao com risco de ocluir 0 vaso ela € corrigida pelo emprego de stent no local da mesma. A ocorréncia da embolizagéo durante a angio- plastia pode piorar a evolucao clinica do paciente em alguns casos levar & amputago de podo- datilos ou do ante-pé. A ocorréncia de emboliza- 40 6 minimizada com o uso de antiagregante no pré-procedimento, de anticoagulacéo adequada durante procedimento, o manuseio cuidadoso dos dispositivos que ultrapassardo a placa e a mani- pulagdo minima da lesdo. Nos casos em que ja ocorreu a embolizacao ou nas placas irregulares e com trombos, quando o tratamento endovascular ¢ indicado, 0 risco de embolizaco é alto. € re- comendado 0 estudo do escoamento distal apés a recanalizacao, para evidenciar a presenca da embolia. Caso esteja presente, a tromboaspiracao poderd ser utilizada. A rotura é uma complicagéo rara, porém pode ser fatal. A queixa de dor continua durante 2 an- gioplastia é sugestiva de rotura, em especial se for acompanhada de instabilidade hemodinami- ca. A conduta imediata é locar 0 baldo no local de extravasamento de contraste e insuflé-lo para impedir 0 sangramento. Com isso, haverd tempo habil para a correcao cirdrgica nos casos em que houver indicacéo para tal, Outra alternativa, é 0 emprego de stent revestido corrigindo a rotura. Entre 0s fatores associados com a rotura séo cita~ dos: celificacéo do vaso, artéria ocluida, diame- tro do balo superestimado, tratamento crénico com corticéides, sexo feminino e tratamento de lesdes da iliaca externa, A rotura pode ser evitada sequindo as recomendactes: a - avaliar cuidadosamente o dimetro do baléo a ser empregado b- considerar o refrdo popular “o oti do bom" aceitando um resultado pr do bom C- $e a angioplastia for muito dificil ndo insist com 0 procedimento endovascular e considerar 0 tratamento cirirgico para o caso. A oclusao inadevertida da artéra iliaca inter na pode ser decorrente do mal posicionamento do balao ou do stent. Outra possibilidade ¢ a dis- seccdo comprometendo 0 éstio da mesma. Para contornar o problema, pode ser tentada a cate- tetizacao da artéria iliaca interna por puncdo da femoral contralateral com implante de stent. Uma variedade de eventos adversos pode ocorrer com a implantacéo do stent. A trombose do stent pode ser devida a uma disseccéo distal & liberacéo, a presenca de placa incompletamente recoberta, a uma ma posicéo do stent ou devido a escoamento distal ruim. A migracdo do stent ou sua embolizacdo é evento raro com a nova gera~ fo de stent disponivel. Pode ocorrer a migracéo para a luz da aorta do stent autoexpansivel quan- do liberado no éstio da artéria iliaca comum sen- do sugerido que nao seja utilizado nesta posicao. O hematoma no local da pungdo em geral é passivel de observacao além, & claro, da adequa- da compressao do local. Raramente existe neces- sidade de drenagem cirirgica A formagao de falso-aneurisma no local da puncéo deve ser inicialmente observada quanto 0 seu crescimento com controle ultrassonogré- fico, Se for de pequeno diémetro ele pode ocluir espontaneamente ao interromper-se a antiagre- .gacao mais intensa aps um més. Caso nao tenha resolucdo esponténea, deve-se tentar a ocluséo 106 inimigo ‘imo or compresséo com transdutor do ultrassom ou © emprego da injeco de trombina, Caso nao seja resolvido por estes meios, & indicado o tratamento cirtirgico. Lista de materiais Introdutor valvulado 9F, 8, 7F e SF. Cateter diagndstico tipo Hook 5F. Cateter diagndstico tipo Pig Tal SF. Cateter diagndstico tipo Head Hunter SF. Cateter centimetrado 5F. Guia Teflon 0,032" (J -3 ou 1,5). Guia hidrofilico rigido ou extrarrigida 0,032’ ou 0,035" de 260 cm ponta curva ou reta. Guia hidrofilico maledvel 0,032° ou 0,035" 260 cm, ponta curva ou reta. Balao de angioplastia 7 a 10 mm de diémetro, ap. 50. Doenga Ocisiva liace 951 com comprimentos variaveis. Stent 7 a 10 mm de dimetro, com comprimentos varléveis. Atenco para o diémetro dos guias su- partados pelos dispositivos de liberacao dos stent, alguns stentutilizam guias 0,018', outros 0,014’, nestes casos utilize guias de diémetro cortespondente ‘Aqulha de puncéo SDN 18GX7cm. Comtraste néo iénico 200ml. Cateter guia 8F e 9F curva multiuso, de 60 cm, Insuflador de baléo de angioplastia com manémetro. Casos clinicos ‘A seguis, sero apresentados alguns casos tratados pela via endovascular Caso 1 - paciente masculino, 64 anos, apresentando claudicacao intermitente para 100 m, au- séncia de pulso femoral direito e ITB 0,35 (Fig.1). 952 _Seccdo Vil - Técnicas EndovascularesTerapéuticas Arteriais Figura 1A: aerografia pré-procedimento passage do fo-gua bi lateralmenta.C- peso adequads do stent. D-aotogiafa de contle psstent.Econtole aps angjopasta com bao da ati lace exter nediret, Cap. 50, Doenga Ocisvaliaca 953 Caso 2 paciente do sexo feminino, 71 anos, com queixa de claudicaco intermitente para 200 m no membro inferior direito, pulso femoral + e ITB 0,30 (Fig. 2). 954 Seccdo Vl - Técnicas Endovasculares Terapéuticas Arterais Figura 2-A e8- artagiaiapréprocediento com imagem swspeta de aneursma de aorta abdominal. C-tomeyaiacomputadorzada da aaa abdo- rina fatando a hipotese de aneusma D- aoragafiapré-implante de stent. -implnte do stent em arti lacacomum deta. Faorografia 26s impantedemonstando estenose de arta aca exema.G-anioplasia com balao da arta llacaextema dita. H-artograia de convale final Caso 3 - paciente do sexo masculino, 51 anos, com claudicacao glitea direita acentuada ao subir ladeira, sopro sistolico em fossa iliaca direita, pulso femoral direito +/++ e ITB direito 0,5 e esquerdo 1,0 (Fig. 3). Cap. 50. Doenca Oclsveliaca 955 Figura 3A artogiatapr-procedimento. 8- angiplastis com tldn. C- aortografia de controle demansanda area esta eal) da placa de ateroma deta lacecomum crea, O-artogtatadecortole aps plane de stent Caso 4 - paciente do sexo feminino, 50 anos, com claudicacao intermitente no membro inferior direito para 150 m mais acentuada ao subir ladeira, pulso femoral direito + e ITB direito 0,4 e esquerdo 0,6 (Fig.4). 956. Secc Vl Técicas Endovascular Terapéutcas Arteria Figura 4 A actograia pré-rocedimento evdencanda lio da arté- ria lsc comum dra prima da biucaco atic, B-optou-se pela angloplstia com balo pla técnica de king haban pasa protgio da liaca esqueds. C- soroaraa pésprocedimento mastando resultado satsltéio, Caso 5 — paciente do sexo masculino, 64 anos, com claudicacao intermitente para 0 membro inferior esquerdo para 150 m, pulso femoral esquerdo + direito ++++ demais pulsos dos mem- bros inferiores ausentes, ITB direito 0,45 e esquerdo 0,3 (Fig. 5). Cap, 50, Doenca Oclisva lace 957 Figura 5 -arterogaiaseletiva de lac comm esauerda pré-proced mento demarstando leo em aia lca externa. B- angioglasta com bala. C- contol és-poceiento Caso 6 - paciente masculino de 58 anos com queixa de claudicacao glitea direita. De ante- cedentes refere que havia sido submetido & angioplastia com stent da artéria iliaca comum direita hd 3 anos. Apresenta sopro sistélico na fossa iliaca direita e pulso femoral direito ++, demais pulsos ++++, ITB direito 0,6 e esquerdo 1,0 (Fig. 6). 958 Seccio Vil Tecnicas Endovasculares Terapeuticas Areriais, Figura 6 -Acrtogrtia abdominal realizado pela aria feral esqur- tds mosta teestenose por hiperplasia intial), em (8) iberado un stent bald expansivel de 6x10 mm, eo resultado final com coreg da steno) Caso 7 ~ paciente de 54 anos, sexo masculino, com queixa de claudicacao intermitente bilate- ralmente sendo pior a direita, pulsos femorais + sendo os demais pulsos dos membros inferio- res negativos, ITB direito 0,3 esquerdo 0,4. (Fig. 7) Cap. 50. Doenga Ocisiva liace 959 Figura 7 -Aaototatapré-procedimentodemonstrando leo em aca corm blteralmente 8- implant de stent em aca cmum det, C-orto- gata de control. O-implante de stent em aca comum esquerda distal. -acrtograia de contol F- artogaflaem obiqua cemonstando prviedade i arti lca interna esqurda, 960. Seccdo Vil - Técnicas Endovasculares Terapéuticas tetas ‘Comentarios finais Recentemente tem-se valorizado mais 0 tra- tamento da estenose da artéria iliaca intema, em geral responsdvel pelo sintoma de claudicacao gli ‘tea mesmo na presenca do pulso femoral. A angio- plastialstent da artéria iiaca interna tem mostrado resultados a médio prazo bastante encorajadores e suporta a indicacdo deste procedimento como de primeira indicagéo. A perviedade a longo prazo das lesées tipo CID (TASC I) & menor que a do tipo A/B (p-<0,5), porém com 0 uso de stent nao ocorreu diferenca significan- te. A ocorréncia de reestenose parece ser afetada pela classiicacao TASC, a extensao da lesdo, a este- nose pés-procedimento e pelo uso ou nao de stent. Entre estes, 0s mais importantes sao 0 uso do stent e a estenose pés-procedimento, A estenose que ocorre apés o implante de stent na maloria dos casos pode ser resolvida com angio- plastia com resultado satisfatorio a longo prazo. Cer- ca de 15% dos casos necessitam de novo stent para correcéo, Por sua vez, a crioplastia parece nao ser uma, alternativa acetdvel para os casos de reestenose. A peniedade priméria apés a angioplastia da artéria iiaca parece estar diminuida significante- mente nos casos em que 2 artéria femoral superficial presenta estenase do que quando ocorre a oclusao desta, sugerinda que a angioplastia concomitante da artéria femoral superficial estendtica melhore a perviedade da ATP da artériailiaca Quanto a ATP da artéria iliaca comum a ex- periéncia demonstra que embora seja fact'vel so- mente com 0 acesso unilateral, 0 acesso bilateral garante uma tranquilidade e seguranca maior ao procedimento. Leitura Sugerida ‘Advances in the management of iliac artery acclusive disease: @ short review, Liais CD, Tzorzis EA, Vasc Endovasc Surg 2004;38:541-5, lia artery angioplasty: technique and results. Brountzos EN, Kelekis DA. Acta chir bel, 2004; 104:532-539, lic artery stenting inpatients with poor distal runoff: Influence ‘of concomitant infrainguinal arterial reconstruction, Tima ran CH, Ohki, Gargiulo il NI Veith F, Stevens SL, Freeman MB, Goldman MH. JVasc Surg. 2003;38:479-85, Long-term results 10 years after iliac arterial stent placement Schurmann K, Manken A, Meyer J, Haage P e cols Radio- logy 2002;224:731-738, Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Ar terial Disease (TASC IDL Norgren and WR. Hiatt etal. Eur 4 Vase Endovasc Surg. 33:Suppl 1:555-S57, 2007. Endovascular treatment of internal ilac artery obstructive d- sease, Donas KP, Schwindt A, Pitoulias GA, Schynefeld T BasnerC,Tosello G. Vase Surg, 2009 Jun;49(6): 1487-51, Ten-year patency and factors causing restenosis after endovas- cular treatment of ia artery lesions. Koizumi A, Kumakure H, Kanai H, Arak, Kasama S,Sumino H, Ichikawa S, Kura- bayashi M Circ. 2009 May.73(5):860°6,

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