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R E P Ú B L I C A F E D E R A T I V A D O B R A S I L

M I N I S T É R I O D O S T R A N S P O R T E S
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES-DNIT
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA RECUPERAÇÃO,


REFORÇO E REABILITAÇÃO DA PONTE RODOVIÁRIA
“FELIPE GUERRA” SOBRE O RIO ASSU/RN

Rodovia : BR-304/RN
Trecho : Div. CE/RN – Entr. BR-101 (B)(Natal)
Subtrecho : Ent. RN-016/233 (p/ Assu)-Ent. RN-118(A)
Segmento : km 115,34
Extensão da Ponte : 585,00m
PNV : 304BRN0150

VOLUME 3 - MEMÓRIA JUSTIFICATIVA

ABRIL/2014
R E P Ú B L I C A F E D E R A T I V A D O B R A S I L
M I N I S T É R I O D O S T R A N S P O R T E S
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES-DNIT
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA RECUPERAÇÃO,


REFORÇO E REABILITAÇÃO DA PONTE RODOVIÁRIA
“FELIPE GUERRA” SOBRE O RIO ASSU/RN

Rodovia : BR-304/RN
Trecho : Div. CE/RN – Entr. BR-101 (B)(Natal)
Subtrecho : Ent. RN-016/233 (p/ Assu)-Ent. RN-118(A)
Segmento : km 115,34
Extensão da Ponte : 585,00m
PNV : 304BRN0150

Supervisão : Coordenação Geral de Desenvolvimento e Projetos / DPP / DNIT


Coordenação : Coordenação Geral de Desenvolvimento e Projetos / DPP / DNIT
Fiscalização : Superintendência Regional no Estado do Rio Grande do Norte
Elaboração : JBR Engenharia Ltda
Contrato : 14.1.0.00.0431.2009
Processo : 50600.007.229/2008-40
Edital : 0767/2008-14

VOLUME 3 - MEMÓRIA JUSTIFICATIVA

ABRIL/2014
DNIT / SR - RN

SUMÁRIO
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Sumário

1. Apresentação

1.1 Dados do Projeto e do Instrumento Contratual 04

1.2 Volumes Integrantes do Projeto Executivo 06

2. Resumo do Projeto 09

3. Estudos

3.1 Estudos Hidrológicos 12

3.2 Estudos Geotécnicos 33

3.3 Componente Ambiental 96

4. Projetos

4.1 Projeto de Reforço Estrutural e Alargamento 162

4.2 Projeto de Sinalização 167

4.3 Projeto de Dispositivos de Proteção (Defensas) 170

4.4 Projeto de Iluminação 171

4.5 Projeto de Canteiro de Obras 176

5. Quadro de Quantidades 184

6. Termo de Encerramento 203


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1. APRESENTAÇÃO
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1.1 Dados do Projeto e do Instrumento Contratual

A JBR ENGENHARIA LTDA., empresa de consultoria de engenharia com


sede na Rua Gonçalves Dias nº 131, Campo Grande, Recife/PE, fone: (81) 3241-8911 e
fax (81) 3241-7742, e-mail jbr@jbr.eng.br, inscrita no CNPJ MF no 070.074.448/0001-35,
apresenta ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Superintendência
Regional no Estado do Rio Grande do Norte, o Projeto Executivo de Engenharia para
Recuperação, Reforço e Reabilitação da Ponte Rodoviária “Felipe Guerra”, sobre o Rio
Assú, localizada na BR-304/RN,conforme discriminado a seguir:

Edital no : 0767/2008-14
Processo : 50600.007.229/2008-40
Contrato : 14.1.0.00.0431.2009
Data da Assinatura do Contrato: 14/09/2009
Rodovia : BR-304/RN
Trecho : Div. CE/RN – Entr. BR-101 (B)(Natal)
Subtrecho : Entr.RN-016/233 (p/ Assú) – Entr.RN-118(A)
Segmento : km 115,34
Data da Ordem de Início dos
Serviços : 06/10/2009
1º Aditivo de Paralisação : 04/01/2010
2º Aditivo de Reinício : 01/04/2011
3º Aditivo de Paralisação : 25/04/2011
4º Aditivo de Reinício : 17/03/2014
Encerramento do contrato : 21/05/2014

Responsável Técnico da JBR :


______________________________________
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Pedro Pereira Cavalcante Filho


Diretor Presidente
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A seguir está sendo apresentado o Mapa de Situação do trecho objeto do


serviço.
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1.2 Volumes Integrantes do Projeto Executivo

O Projeto Executivo é constituído pelos seguintes volumes:

Volume 1 – Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência


Volume 2 – Projeto de Execução
Volume 3 – Memória Justificativa
Volume 3B – Memória de Cálculo das Estruturas
Volume 4 – Orçamento das Obras

O Volume 1 - Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência


contém a descrição sucinta e resumida das soluções propostas para a execução dos
serviços e obras necessárias à construção da ponte, dos estudos e itens de projetos
executivos elaborados e os elementos necessários à licitação das obras tais como,
especificações, plano de execução da obra, cronogramas, equipes, etc. É apresentado no
formato A.4.

O Volume 2 - Projeto de Execução contém as plantas e quadros relativos


aos projetos estruturais e projetos tipos, desenhos esquemáticos, listagens e demais
elementos necessários à execução da obra. É apresentado em três tomos (TOMO I, II e
III) no formato A.3.

O Volume 3 - Memória Justificativa contém a memória descritiva e


justificativa do projeto elaborado, descrevendo de forma ampla e abrangente os estudos
realizados e os itens dos projetos executivos elaborados, suas conclusões e
recomendações. É apresentado no formato A.4.
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O Volume 3B - Memória de Cálculo de Estruturas contém a memória de


cálculo estrutural do reforço, alargamento e passarelas, além da memória de cálculo das
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quantidades da obra de arte. É apresentado em dois tomos (TOMO I e II) no formato A.4.

O Volume 4 – Orçamento das Obras contém o resumo dos preços, o


demonstrativo do orçamento, a metodologia adotada, as composições de custos unitários
dos serviços, o plano de execução da obra contendo: cronograma físico-financeiro, curva
ABC, relação de equipamento mínimo, etc... e pesquisas de mercado. É apresentado no
formato A.4.

Este documento é o Volume 3 – Memória Justificativa.


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2. RESUMO DO PROJETO
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O referido projeto compreende a recuperação, reforço estrutural e


alargamento da Ponte Felipe Guerra sobre o Rio Assú com a previsão de intervenções
através da implantação de serviços que não somente garantam a estabilidade da
estrutura, mas que também ampliem a sua capacidade, estrutural e de tráfego, bem como
a vida útil em serviço e, ainda, proporcionem maior segurança ao tráfego, pela inclusão de
maiores espaços além das pistas de rolamento, com a criação de faixas de acostamentos
laterais e implantação de barreiras de concreto tipo New Jersey, passando dos atuais
8,30m para uma largura total de 12,80m, conforme padrões atuais das OAE do DNIT.

Além destas melhorias, foram previstos passeios laterais para pedestres /


ciclistas, em ambos os lados da obra existente, já alargada, com 2,0m cada. Com
superestruturas independentes e desligadas da existente, Resultando uma largura total de
17,20m para todo o conjunto, incluindo-se a pequena distância entre tabuleiros laterais e
o central de 20cm cada.

Com o acréscimo significativo não somente de maior peso próprio, mas


pela previsão de maiores espaços de tabuleiro para o tráfego de veículos, pedestre e
ciclistas, foram necessários serviços de reforço da infra e ampliação da mesoestrutura.

Com relação a infraestrutura vale salientar e registrar que o DNIT


contratou em caráter emergencial a empresa Arteleste Construções Ltda no ano de 2010,
para proceder serviços de reforço da infraestrutura e recuperação das vigas longarinas do
vão entre os apoios P.15 e P.16. Assim sendo, a infraestrutura constante deste projeto
refere-se a implantação dos encontros (estacas raiz, blocos e encontros) os quais
apoiarão as passarelas que ali serão implantadas.
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Neste projeto, estão também ainda previstos os serviços de recuperação


estrutural, como tratamentos de armaduras, seções de concreto desagregadas, aplicação
de novos revestimentos e injeção de fissuras, objetivando a correção de todas as
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anomalias observadas e para uma total recuperação da capacidade portante e da vida útil
daquelas estruturas.
Pintura superficial protetora com tinta mineral e a execução de
pavimentação em concreto asfáltico são também partes dos serviços previstos para
proporcionar uma maior durabilidade e qualidade, reduzindo a necessidade de constante
manutenção da obra, pela sua total recuperação e acréscimo de capacidade.

Os serviços complementares ao reforço, alargamento e construção das


passarelas laterais, previstos compreendem a sinalização horizontal e vertical, a
implantação de defensas metálicas semi-maleáveis, implantação de iluminação pública na
ponte e a recuperação da mata ciliar.
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3. ESTUDOS
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3.1 Estudos Hidrológicos

3.1.1 Considerações Iniciais

O objetivo do estudo hidrológico foi caracterizar o regime de chuvas na


região em estudo e fornecer os subsídios necessários para a verificação da capacidade
hidráulica da ponte sobre o Rio Assú.

3.1.2 Coleta de Dados

O primeiro passo para a realização dos estudos foi a coleta de dados e


informações disponíveis nos órgãos estaduais e federais, que pudessem ser utilizados de
forma confiável. Foram conseguidos os seguintes documentos:

• Dados referentes à pluviometria mensal e máxima diária do município


de Assú, obtidos no site da ANA- Agência Nacional de Águas;

• Dados de vazão do Rio Assú, provenientes de posto fluviométrico


localizado na área de interesse do projeto, obtidos no site da ANA –
Agência Nacional de Águas.

3.1.3 Definição do Regime de Chuvas da Região

A Introdução
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Para a definição do regime de chuvas da região de interesse para o


projeto foram seguidos os seguintes passos:
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1. Escolha dos postos

2. Análise estatística

3. Definição das curvas de precipitação x duração x frequência

4. Definição das curvas de intensidade x duração x frequência

B Escolha do Posto

O posto escolhido para caracterizar o regime de chuvas do município


Assú, está apresentado na tabela a seguir:

MUNICÍPIO CÓDIGO LATITUDE LONGITUDE PERÍODO DE OBSERVAÇÃO


Assú 00536035 5º37’55”’ S 36º54’58” W 1989 à 2008 – 20 anos

Na planilha EH-01, em anexo, está sendo apresentado o histograma de


chuva do referido posto.

C Análise Estatística

O período de recorrência (TR) é definido como sendo o intervalo médio de


anos dentro do qual ocorre ou é superada uma dada chuva de magnitude P. Se Pb é a
probabilidade desse evento ocorrer ou ser superado em um ano qualquer, tem-se a
relação TR = 1/Pb.

Como em geral não se pode conhecer a probabilidade teórica Pb, faz-se


uma estimativa a partir da frequência (F) das precipitações máximas diárias observadas.
Tomando-se, por exemplo, N anos de observação de um determinado posto
pluviométrico, seleciona-se a precipitação máxima diária ocorrida em cada ano, obtendo-
se o que se chama de série anual de valores. Ordenando-se em ordem decrescente com
um número de ordem M que varia de 1 a N, pode-se calcular a frequência com que o
valor P de ordem M é igualado ou superado no rol de N anos como sendo F = M / N+1
(Critério de Kimball).

Quando N é muito grande, o valor de F é bastante próximo de Pb, mas


para poucas observações pode haver grandes afastamentos.

De acordo com a lei dos extremos, a lei de distribuição estatística da série


de N termos constituída pelos maiores valores de cada amostra tende assintoticamente
para uma lei simples de probabilidade, que é independente da que rege a variável
aleatória das diferentes amostras e no próprio universo da população infinita.

Esta é a base do método de Gumbel, em que se calcula Pb pela relação:


-y
Pb = 1 - e -e sendo
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Pb = probabilidade da precipitação máxima diária de um ano qualquer


ser maior ou igual a P
1
Y= ( P − P + 0,45σ )
0,7797σ

P = precipitações máximas diárias


P = média das N precipitaç ões máximas diárias
σ = desvio padrão das N precipitações máximas diárias

A expressão de “y” mostra que existe uma relação linear entre ele e o valor
de P. Pode-se grafar esta reta conhecendo-se:

N N
∑ Pi
1
∑ (P i -P ) 2

P= e σ= 1
N N -1
O eixo onde estão marcados os valores de y pode ser graduado em
tempos de recorrência através da relação :

1 1
TR = = -y
Pb 1 - e-e

Dessa maneira, a cada precipitação corresponderá um período de retorno.

A relação obtida por Gumbel supõe que existam infinitos elementos. Na


prática, pode-se levar em conta o número real de anos de observação utilizando-se a
fórmula geral de Ven Te Chow P = P + kσ, onde:

P = é a precipitação máxima diária para um certo período de recorrência,


em milímetros;

K = coeficiente que depende do número de amostras e do período de


recorrência;

σ = desvio padrão das N precipitações máximas diárias.

Os valores de k foram tabelados por Weise e Reid para até 60 anos de


observação. Para o posto em estudo, valores de k para 20 anos de observação, conforme
tabela apresentada abaixo:

TEMPO DE RECORRÊNCIA (TR)


N/Tr 5 10 15 20 25 50 100
20 0,919 1,625 2,018 2,302 2,517 3,179 3,836

O processo estatístico utilizado neste projeto considerou o critério de


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Kimball e a fórmula geral de Ven Te Chow.

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Nos quadros em anexo, EH-02, está apresentado o processo estatístico e


no quadro EH-03 a tabela de Gumbel com os fatores de freqüência (K).

D. Definição das Curvas de Precipitação x Duração x Freqüência

Para a definição das curvas de precipitação x duração x freqüência,


lançou-se mão da metodologia proposta pelo engenheiro Jaime Taborga Torrico em sua
publicação “Práticas Hidrológicas” de 1974.

As precipitações determinadas no item anterior para os tempos de


recorrência de 5, 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos correspondem as chuvas diárias (1 dia).

A metodologia adotada permitiu que, através de correlações propostas


pelo método, fossem obtidas, a partir das chuvas diárias, as precipitações
correspondentes a 1 dia, 1 hora e 6 minutos.

Os passos seguidos foram os seguintes:

D.1 Definição no mapa de isozonas de igual relação, apresentado no quadro


em anexo, EH-04, da zona na qual o trecho está inserido e dos
percentuais a serem utilizados para obtenção das chuvas de 1 hora e 6
minutos.

TEMPOS DE RECORRÊNCIA
ZONA 1 hora / 24 horas 6 min / 24 horas
5 10 15 20 25 50 100 5/50 100
E 44 43,6 43,3 43,2 43 42,5 42,2 12,6 11,2

D.2 Conversão da chuva de 1 dia em chuva de 24 horas, multiplicando-se a


primeira pelo fator 1,095.
POSTO: MENDUBIM
TEMPOS DE RECORRÊNCIA (anos)
DE BAIXO
TR 5 10 15 20 25 50 100
P 1dia(mm) 92,0 104,7 111,8 116,9 120,8 132,7 144,5
P 24horas(mm) 100,7 114,6 122,4 128,0 132,3 145,3 158,2

D.3 Cálculo das alturas das precipitações para 6 minutos e 1 hora, utilizando
os percentuais definidos no item 1 e a chuva de 24 horas definida no item
2.
POSTO: MENDUBIM DE BAIXO
PERCENTUAIS PRECIPITAÇÃO
TR (anos) P 24horas
1 hora 6 minutos 1 hora 6 minutos
5 100,7 44 12,6 44,33 12,69
10 114,6 43,6 12,6 49,99 14,45
15 122,4 43,3 12,6 53,01 15,43
20 128,0 43,2 12,6 55,30 16,13
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25 132,3 43 12,6 56,88 16,67


50 145,3 42,5 12,6 61,76 18,31
100 158,2 42,2 11,2 66,77 17,72
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D.4 Alturas de precipitações a serem adotadas

POSTO: MENDUBIM DE BAIXO


PRECIPITAÇÕES (mm)
TR (anos)
6 minutos 1 hora 24 horas
5 12,69 44,33 100,74
10 14,45 49,99 114,65
15 15,43 53,01 122,42
20 16,13 55,30 128,01
25 16,67 56,88 132,28
50 18,31 61,76 145,31
100 17,72 66,77 158,23

D.5 Determinação das Curvas de Precipitação x Duração x Frequência

Com base nas informações constantes do item anterior, foram definidas no


quadro EH-05, em anexo, as curvas de precipitação x duração x freqüência.

E. Determinação das curvas de Intensidade x Duração x Freqüência

As curvas de Intensidade-Duração-Frequência foram obtidas através da


correlação:

Intensidade (i) = Precipitação ( P ) / Tempo (h)

Logo:

i (6 min.) = P ou P x 10
0,1

i (1 hora) = P

P
i (24 horas) =
24

Na planilha, EH-06, em anexo, estão apresentadas as curvas de


intensidade-duração-frequência, para os tempos de recorrência comumente adotados em
projetos desta natureza.

3.1.4 Tempos de Recorrência


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O tempo de recorrência adotado no presente estudo é o seguinte:

• Ponte TR = 100 anos


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3.1.5 Determinação das Vazões de Contribuição

Para o cálculo da vazão na Bacia do Rio Assú foi utilizado o método


estatístico de Gumbel utilizando dados de vazão de posto fluviométrico. A descrição do
método adotado e os resultados obtidos estão apresentados a seguir.

3.1.5.1 Método estatístico de Gumbel

Para o cálculo da vazão na Bacia do Rio Assú foi utilizado o Método


Estatístico de Gumbel, conforme é preconizado pelo “Manual de Hidrologia Básica para
Estruturas de Drenagem” quando se dispõe de informações de postos fluviométricos para
o rio em estudo, neste caso, utilizando os dados de vazão do posto fluviométrico
denominado Sítio Acaua II, de código 37710150, com 20 anos de observação, obtidos no
site da ANA – Agência Nacional de Águas.

Baseado na teoria dos extremos de amostras ocasionais, Gumbel


demonstrou que, se o número de vazões máximas anuais tende ao infinito, a
probabilidade “P” de uma dada descarga ser superada por um certo valor da variável
aleatória é dada pela equação seguinte, para um número infinito de elementos:

onde

P= probabilidade de não ocorrerem descargas maiores;

e= base dos logaritmos neperianos;

y= variável reduzida. Para TR=25 anos, y=3,1985. Para TR=12,50


y=2,4843

Na prática, pode-se levar em conta o número real de anos de observação


utilizando-se a fórmula devida de Vem Te Chow, que demonstrou que a maioria das
funções de freqüência, aplicáveis em Hidrologia, pode ser resolvida pela equação geral:

onde

= probabilidade de não ocorrerem descargas maiores;

Q= descarga média obtida na série disponível;

= desvio-padrão do universo;

= fator de frequência que depende do número de amostras e do


tempo de recorrência.
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A descarga média é obtida pela expressão:

Onde,

Q = descarga média obtida na série disponível;

∑Q = somatório das descargas da série de máximas anuais;

n= número de anos de observação.

O desvio-padrão é obtido por:

Onde:

∑(Q- Q)² = somatório dos quadrados dos desvios da média.

O fator de frequência pode ser determinado pela expressão:

Onde,

= variável reduzida;

= média aritmética da variável reduzida, pra uma amostra de n


elementos extremos;

= desvio-padrão da variável reduzida.

De acordo com a equação Gumbel e considerando que o tempo de


recorrência, TR, é o inverso da probabilidade P, a variável reduzida pode ser calculada
pela expressão:

Onde:

= base dos logaritmos neperianos;


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TR = tempo de recorrência.

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A média aritmética da variável reduzida é determinada pela expressão:

e o desvio-padrão,

A probabilidade, em percentagem, de não ser excedida uma dada


descarga, e o tempo de recorrência correspondente em anos podem ser obtidos pelas
expressões abaixo:

Onde:

m = número de ordem da série anual, organizada de forma decrescente.

O valor de vazão do Rio Seridó, obtido para um tempo de recorrência de


100 anos, pelo método descrito acima foi Q = 5.515 m³/s

Em anexo, estão apresentados os quadros com toda a seqüência da


aplicação desse método e a representação gráfica do mesmo.

3.1.6 Resultados Obtidos

Os resultados do cálculo das vazões do Rio Assú, para a verificação da


capacidade hidráulica da ponte “Felipe Guerra”, estão apresentadas nos quadros EH-07 e
EH-08, apresentados em anexo.

3.1.7 Verificação da Capacidade Hidráulica

A Introdução

Neste item está apresentado o estudo de capacidade hidráulica da ponte


sobre o Rio Assú.

B Verificação da capacidade hidráulica


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A metodologia utilizada para a verificação da capacidade hidráulica foi a


proposta pelo Manual de Drenagem de Rodovias, do DNIT – Edição de 2006. Foram
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seguidos os procedimentos indicados a seguir.

B.1 Elementos necessários para cada verificação

• Descarga de projeto, em m³/s;

• Declividade do leito do rio, em m/m;

• Seção longitudinal da ponte no local da travessia sob a rodovia;

• Fixação do coeficiente de Manning para o curso d’água.

B.2 Verificação da Capacidade Hidráulica

A verificação da capacidade hidráulica foi realizada utilizando-se a fórmula


de Manning associada à equação da continuidade, que apresentam as seguintes
configurações:

R 2/3 x I1/2
V= e Q = AV sendo :
n

V - velocidade de escoamento da água, em m/s;

R - raio hidráulico, em m;

I - declividade do leito do rio, em m/m;

N- coeficiente de rugosidade de Manning;

Q- vazão máxima permissível, em m³/s;

A- área da seção molhada, em m².

Para cada altura h do nível d’água, há uma área molhada (A), um


perímetro molhado (P) e, em consequência, um raio hidráulico (R) e uma velocidade (V).

Para o nível N1 correspondente à altura h1, tem-se :

R 2/3 x I1/2 A1 x R 2/3 x I1/2


V1 = e Q1 =
n n

Para N2, tem-se V2 e Q2, portanto tem-se sempre:

Qxn
AR 2/3 =
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I1/2

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Sendo I e n constantes e independentes da altura do nível d’água,


verifica-se que V e Q são funções apenas de h.

Com o valor da descarga de projeto Qp, fornecida pelo estudo hidrológico,


de n e da declividade de cada leito, determinou-se o valor de AR2/3máx., da seguinte forma:

Qp x n
AR 2/3
máx =
I1/2

C Apresentação dos Resultados

A planilha contendo a verificação da capacidade hidráulica da ponte sobre


o Rio Assú está apresentada nos quadros EH-09.1 e EH-09.2, em anexo.

D Conclusão

Os estudos de verificação da capacidade hidráulica da referida ponte,


mostraram que a obra é suficiente, tendo o nível de água máximo atingindo a altura de
3,50 m, 2,50 m abaixo da face inferior da viga.
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ANEXO
ESTUDOS HIDROLÓGICOS
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3.2 Estudos Geotécnicos

3.2.1 Considerações iniciais

Nas investigações geotécnicas da subsuperfície ao longo das fundações


da Ponte Felipe Guerra sobre Rio Assú foi efetuado 24 sondagens pelo processo à
percussão seguindo a metodologia da NBR 6484, assim simplificada.

As sondagens foram iniciadas com o avanço a trado, com diâmetro de


102mm.
Quando foi detectado o nível d’água ou quando a parede do furo
apresentou problema de estabilidade, o furo foi revestido com um tubo de aço de
76,0mm de diâmetro interno, o qual foi cravado simultaneamente com o avanço do furo
pelo trado em espiral.

Quando o avanço pelo trado em espiral tornou-se inoperante adotou-se o


método à percussão com circulação da água, ou seja avanço por lavagem.

3.2.2 Medida de Nível D’água

A medida de nível d’água foi efetuada através de quatro leituras de nível


do lençol de água livre.

Ao detectar-se este lençol, a sondagem foi interrompida durante 30 (trinta)


minutos, tendo sido efetuadas neste intervalo 3 (Três) leituras, sendo a primeira aos 10
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(dez) minutos da paralisação, a segunda aos 20 (vinte) minutos e a terceira aos 30


(trinta) minutos. A quarta e última leitura foi efetuada 24 horas após o encerramento da
sondagem.
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O nível d’água adotado foi o da menor leitura obtida, correspondendo ao


mais próximo da superfície.

3.2.3 Ensaios de Penetração

A cada metro perfurado, a contar da superfície, foi executado um ensaio


de penetração de acordo com o método STANDARD PENETRATION TEST (SPT),
expresso pelo “N“ - número de golpes de um peso de 65Kg, caindo de uma altura de
75cm, necessários para cravar os 30cm finais de um amostrador padrão com diâmetro
interno e externo de 1 3/8” e 2”, respectivamente.

3.2.4 Coleta de Amostras

A coleta de amostras foi efetuada através do amostrador RAYMAND


(SPT).

3.2.5 Parâmetros geomecânicos

Os resultados obtidos serão analisados com base nos parâmetros


geomecânicos, apresentados no quadro a seguir.

3.2.6 Apresentação dos Perfis de Sondagem

A Seguir estão apresentados a Localização dos Perfis de Sondagem e os


Perfis individuais de sondagem, numerados de SP- 01 a SP- 24.

3.2.7 Ocorrências de Materiais

3.2.7.1 Considerações Gerais

Objetivando atender as necessidades da obra, foram estudadas


ocorrências de materiais dos tipos: areal e pedreira.

3.2.7.2 Areal

As informações gerais inerentes ao areal estudado estão apresentadas no


quadro EG-01 (croqui de localização), no EG-02 (resumo dos ensaios).

Os ensaios de laboratório realizados foram os seguintes:

• Módulo de finura
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• Teor de matéria orgânica

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• Peso específico real

• Equivalente de areia

• Material pulverulento

O areal indicado é no leito do rio Assú, a ser explorado com draga de


sucção.

3.2.7.3 Pedreiras

As informações gerais inerentes às pedreiras P-1 e P-2 estudadas estão


apresentadas nos quadros EG-03 a EG-10.

As pedreiras indicadas são exploradas comercialmente.


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3.3 Componente Ambiental

O Componente Ambiental dos Melhoramentos na Ponte sobre o Rio Assú,


está sendo realizado conforme metodologia comentada a seguir.

Os Estudos Ambientais seguem as orientações da IS-246 do DNIT,


onde se inclui o levantamento do Passivo Ambiental, conforme sistemática indicada no
“Manual Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais” do DNIT; o
cadastramento das áreas degradadas ocorrentes no interior da faixa de domínio e
adjacências e um diagnóstico ambiental para determinação das prioridades nas
intervenções e uma análise dos riscos de possibilidade de confrontos entre as
intervenções previstas e a legislação ambiental.

Sequencialmente será apresentado o Projeto Ambiental que, em síntese,


consiste na explicitação e quantificação das medidas corretivas para solução dos
problemas identificados nos Estudos Ambientais, apresentando-se os quantitativos
pertinentes, as referências às Especificações, os croquis com as soluções-tipo, a escolha
das espécies vegetais a serem introduzidas, dentre outros aspectos.

Esta metodologia adotada se torna vantajosa uma vez que permite a


incorporação, tanto dos Estudos Ambientais como do Projeto Ambiental, no elenco de
estudos e projetos constantes do Projeto de Engenharia e, desta forma, as medidas
recomendadas estarão, necessariamente, incorporadas ao Orçamento Geral da obra
constante do Projeto de Engenharia.
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3.3.1 Diagnóstico Ambiental

Especificamente, este capítulo tem como objetivo prover um


conhecimento regional e localizado dos aspectos geoambientais e sócio-econômicos do
entorno da rodovia e sua área de influência, para prover subsídios para a avaliação dos
impactos ambientais do projeto com os seguintes objetivos específicos:

• Dados climáticos: permitirá identificar a possibilidades de ocorrência


de eventuais problemas relacionados com: fontes de abastecimento
d'água para o projeto; períodos de impedimentos à execução das
obras; resistência à erosão dos solos (em função da intensidade
pluviométrica), dentre outros;

• Vegetação: sendo um bem ambiental dos mais importantes, sujeito à


proteção legal em vários dispositivos da legislação federal, estadual e
municipal, sua caracterização permitirá identificar possíveis restrições
no que se refere aos desmatamentos necessários à implantação das
obras (exploração de jazidas e empréstimos laterais, abertura de
caminhos de serviço, etc) de modo a se evitar interferências em áreas
de proteção ambientais legalmente instituídas, tais como: matas
ciliares, Mata Atlântica (latu sensu), mangue, vegetação protetora de
encostas e tipos de relevo, etc.;

• Geologia/Geomorfologia/Relevo: facultará o conhecimento dos


eventuais obstáculos de transposição topográfica que poderão
envolver grande movimentação de terras; as áreas sujeitas a
alagamentos; os pontos e/ou subtrechos cuja descaracterização
topográfica poderá desencadear processos erosivos; os pontos
notáveis de valorização da paisagem, riscos de atingimento de
patrimônio espeleológico, arqueológico, etc.;

• Hidrografia: permitirá identificar os recursos superficiais e


subterrâneos passíveis de preservação em função do uso atual e
potencial de abastecimento humano; as faixas de preservação
ambiental dos cursos d'água em conformidade com a legislação
pertinente; os dados preliminares para os estudos hidrológicos a
serem desenvolvidos no projeto, dentre outros aspectos;

• Solos: a caracterização pedológica fornecerá conhecimentos acerca


da susceptibilidade erosiva dos solos; da estabilidade dos taludes em
função da conjunção dos parâmetros textura, estrutura e
permeabilidade; da fertilidade, o que norteará a reabilitação de áreas
degradadas (Passivo Ambiental) e áreas a serem degradadas
(exploração de jazidas, etc.);

O Diagnóstico tem como principais fontes:


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• Meio Físico

Diagnósticos IDEMA
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Mapa Geológico CPRM;

Mapas do Projeto RADAMBRASIL (folha Jaguaribe-Natal):


Geomorfologia, Vegetação e Solos;

Mapas-Síntese dos Riscos de Erosão do Nordeste – SUDENE/DRN.

• Meio Biótico

Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE, 2005;

Mapas do Projeto RADAMBRASIL - Vegetação;

Diagnóstico IDEMA.

No Meio Biótico se dará importância especial a tipologia vegetacional,


visando a indicação de espécies vegetais a serem introduzidas na revegetação das
margens da ponte e áreas de ocorrência de materiais a serem utilizados, definidas pelos
estudos geotécnicos.

• Meio Antrópico

Estatísticas da Confederação Nacional dos Municípios que consolida,


sistematicamente, informações estatísticas básicas municipais de demografia, condições
de vida, educação, saúde, etc., obtidas nas fontes oficiais (IBGE, PNUD, INEP, etc);

Estatística do IDEMA.

3.3.1.1 Meio Físico

3.3.1.1.1 Clima

Em termos climatológicos o município de Assú acha-se inserido no


denominado “Polígono das Secas”, constituindo um tipo semi-árido quente e seco,
segundo a classificação de Koppen (1956).

a) Pluviometria e Temperatura

O Município de Assú, localizado numa região de Semi-Árido, apresenta


dois períodos pluviométricos distintos ao longo do ano: um período úmido (de janeiro a
maio) e outro seco (de junho a dezembro), com precipitação média anual entre 500 e
700mm.
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No geral, caracteriza-se pela presença de apenas duas estações: a seca


que constitui o verão, cujo clímax é de Setembro a Dezembro e a chuvosa denominada
pelo sertanejo de inverno, restrito a um período de 3 a 4 meses por ano.
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As temperaturas são elevadas durante o dia, amenizando a noite, com


variações anuais dentro de um intervalo 29 a 30º C, com ocasionais picos mais elevados,
principalmente durante a estação seca. As temperaturas mínimas oscilam ao longo do
ano, atingindo valores próximos a 20ºC nos meses de junho e julho.

Município de Assú: Temperatura e Precipitação

Mês Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura 31 31 31 31 29 31 31 32 31 31 31 31 30,9
máxima °C
Temperatura 23 24 23 23 23 20 20 21 20 22 22 23 22
mínima °C
Precipitação 33 66 137 170 102 36 30 8 5 0 3 10 600
média (mm)
Fonte: Canal do Tempo

Na figura a seguir, mostra-se o posicionamento de Assú (área do projeto)


em relação às faixas de precipitação média anual, no contexto regional.

Faixa de precipitação média anual em Assú, no contexto regional, observando-se que se


insere numa ampla faixa de 500 a 750 mm anuais.

b) Ventos
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Nas latitudes tropicais as variações climáticas estão associadas às


mudanças sazonais da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e das monções de
verão, que são responsáveis por grande parte das precipitações de verão nesta região.
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
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Este processo é mantido pelas características da circulação atmosférica e oceânica de


forma que os anos chuvosos são associados ao fortalecimento do anticlone sobtropical do
Atlântico Norte e o simultâneo enfraquecimento do anticlone do Atlântico Sul, associados
às Anomalias positivas de temperatura da superfície marinha (TSM) no Atlântico Norte
Tropical e negativas no Atlântico Sul tropical. Dessa forma, tais características podem ser
consideradas as principais responsáveis pelo prolongamento da estação chuvosa,
enquanto nos anos de estiagem prolongadas são atribuídos a padrões opostos.

c) Insolação

Não diferente das demais regiões do estado do Rio Grande do Norte, as


taxas de insolação no município de Assú são bastante expressivas, situando-se no
patamar de aproximadamente 3.000 horas de incidência solar direta. Tal índice é o
principal responsável pelas altas taxas de evaporação na região.

Em termos anuais, tem-se cerca de 2.600 horas de exposição solar, pelo


que se pode concluir, que em aproximadamente 60% dos dias do ano há incidência solar
direta. Os maiores valores de insolação estão concentrados no trimestre setembro-
outubro-novembro. Já o trimestre março-abril-maio, o qual corresponde ao período
chuvoso, apresenta os menores valores de insolação.

d) Umidade Relativa do Ar

Na zona mais semi-árida da Região Nordeste, a umidade relativa é


inferior às regiões tropicais, devido à baixa incidência de chuva ao longo do ano. Essa
característica faz com que a umidade relativa do ar no município de Assú apresente
valores inferiores a 60%.

e) Síntese dos Parâmetros Climáticos

Segundo o IBGE, o Balanço Hídrico representativo do Semi-Árido


Equatorial Nordestino com 6 meses de duração do período seco tem as seguintes
características:

• Reposição de água no solo: mês de fevereiro


• Excedente hídrico: início de março até final de maio
• Retirada de água do solo: início de junho até final de outubro
• Deficiência hídrica: início de junho até final de dezembro

São os seguintes os parâmetros climáticos citados na área de influência


direta do empreendimento (Radambrasil) – Município de Assú:
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Parâmetros Climáticos na Área de Influência Direta da Rodovia:


Município de Assú

Tipologia Climática Semi-árido

Excedente hídrico anual Não há


Número de meses com excedente hídrico Não há
Deficiência hídrica anual 350 a 900 mm
Número de meses com deficiência hídrica 10 a 12 meses
Temperatura média anual 22o a 24,5o C
Temperatura média em julho (inverno) 22º C
Temperatura média em janeiro (verão) 26º C
Índice de Umidade (Thornthwaite) do Solo -20 a -40

Localizada em pleno interior do Nordeste Semi-Árido, em área de solos


de baixa fertilidade, a região de Assú está submetida a um regime de escassez e desigual
distribuição de chuvas observadas no Nordeste. Ali, as chuvas falham com frequência,
dando lugar à ocorrência de secas, totais (quando afetam toda a região) ou parciais, de
duração anual (quando ocorrem em anos intercalados) ou plurianual (quando se
estendem por períodos superiores a um ano.

Parciais ou totais, as secas provocam fortes impactos sobre a economia


(em particular sobre as atividades agropecuárias), a população (reduzindo e, no limite,
eliminando renda e emprego) e o meio ambiente (diminuindo ou eliminando a cobertura
vegetal de amplas áreas, contribuindo para o aumento da erosão do solo, por natureza
raso e pedregoso, em quase todas as partes do município.

Nestas circunstâncias, o abastecimento de água para o projeto fica a


depender dos mananciais de água, em especial o Açude sobre o rio Piranhas ou Açu,
localizado a montante do local da ponte (ver mapa de localização no Diagnóstico do item
Recursos Hídricos).

3.3.1.1.2 Geologia

De acordo com o Mapa Geológico (Radambrasil) apresentado no final


deste item, se apresenta praticamente como um divisor entre os terrenos cristalinos (na
margem direita do Rio Assú) e os terrenos sedimentares dos Tabuleiros Costeiros (na
margem esquerda) que se estendem por ampla região no entorno de Mossoró. No leito do
rio, tem-se os Aluviões. As litológicas são assim definidas:

• margem direita do Rio: substrato cristalino do PRÉ-CAMBRIANO


INFERIOR – Complexo Caicó, com litologias que compreendem:
biotita gnaisses, gnaisses facoidais, gnaisses quratzo-fedspáticos,
gnaisses leptiníticos e migmatitos;
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• margem esquerda do Rio: substrato sedimentar referido ao


CRETÁCEO MÉDIO – Formação Açú cujas litologias são: arenitos
brancos e cinza, conglomeráticos e caulínicos com intercalações de
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folhelhos e siltitos na base, gradando para folhelhos com


intercalações de calcarenitos;
• no leito do Rio: Aluviões recentes referidos ao QUATERNÁRIO-
HOLOCENO, compreendendo areias finas a grosseiras incluindo
cascalhos inconsolidados e argilas com matéria orgânica em
decomposição.

Ressalte-se a ausência de rochas calcáreas as quais são responsáveis


pela formação de patrimônio espeleológico (grutas e cavernas), através do fenômeno da
dissolução, o que afasta a possibilidade do projeto atingir tais bens ambientais protegidos
pela legislação ambiental.

O Mapa Geológico apresentado a seguir ilustra os comentários acima e


posiciona o local da ponte sobre o Rio Assú em relação às unidades geológicas referidas.

Observa-se, ainda, que o subtrato geológico condicionou a gênese do


relevo (ver Mapa Geomorfológico adiante), cujas diferenciações entre as Unidades são
praticamente coincidentes com as manchas da geologia local.

MAPA GEOLÓGICO: Observa-se na margem esquerda do local da ponte a presença de


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litologias cristalinas do Pré-Cambriano Inferior (Complexo Caicó); na várzea do Rio, Aluviões


referidos ao Quaternário-Holoceno, e; na margem esquerda, litologias sedimentares do
Cretáceo Médio (Formação Assú).

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3.3.1.1.3 Geomorfologia/Relevo

Todo o entorno do local da ponte sobre o Rio Assú tem um relevo


esculpido por dissecação, variando, apenas no que se refere às formas. Tem-se, assim,
de acordo com o Mapa Geomorfológico apresentado no final deste item:

• nas margens da pontes: formas dissecadas tabulares dos Tabuleiros


Costeiros do Rio Grande do Norte que corresponde a um relevo de
topo convexo, com rede de drenagem distanciada e fraco
aprofundamento dos vales que têm vale em “U”;

• nos terrenos contíguos a leste: formas erosivas dos Tabuleiros


Costeiros que corresponde a uma superfície plana elaborada por
processos de pediplanação.

O Rio Assú, no local da ponte tem suas duas margens com relevo
dissecado numa região dos Tabuleiros Costeiros, com baixo aprofundamento da
drenagem. Em decorrência, as margens do rio não formam taludes significativos, haja
vista tratar-se de um segmento do rio que começa a se espraiar a jusante, conforme se
observa na ilustração a seguir.

Desta forma, tem-se uma topografia favorável para a implantação das


obras. Observa-se no Mapa Geomorfológico que a presença de escarpas e/ou ressaltos,
na paisagem, surgem em locais distanciados da ponte a nordeste no limite entre uma
mancha de formas erosivas e formas dissecadas.

De acordo com a legenda do Mapa de Solos apresentado no item


correspondente adiante, verifica-se que o relevo, de forma geral, se apresenta como
plano a suave ondulado em todo o entorno da ponte o que é compatível com o modelado
de dissecação que caracteriza a Unidade Geomorfológica referida anteriormente.

Apresenta-se, a seguir, o Mapa Geomorfológico, observando-se a


disposição do local da ponte e acessos em relação às manchas das Unidades
Geomorfológicas bem como os “acidentes” geográficos dispersos na paisagem
(escarpas).

As fotos 1 e 4, apresentadas no Anexo: Documentação Fotográfica,


mostram, no local da ponte, um vale de fundo plano e taludes poucos significativos nos
encontros da ponte, além de um relevo plano na superfície (foto 1).
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Local da Ponte
(Km 115,34)

MAPA GEOMORFOLÓGICO, observando-se planície fluvial no vale do Rio Assú ou Piranhas


(local da ponte) e margens dos Tabuleiros Costeiros com formas de dissecação, relevo de topo
convexo com baixo aprofundamento da drenagem. Observa-se, ainda, a ausência de escarpas
nas margens do rio.

3.3.1.1.4 Solos

O local da ponte sobre o Rio Assú, apresenta duas tipologias de solos, a


saber:

• no leito do rio: NEOSSOLOS Eutróficos (correspondendo a Solos


Aluviais na antiga classificação da EMBRAPA), argila de atividade alta
(Ta), Horizonte A moderado, textura arenosa/média e argilosa, relevo
plano;
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• nas duas margens do rio: NEOSSOLOS Eutróficos (correspondendo


aos Solos Litólicos na antiga classificação), A moderado, textura
arenosa e média, fase pedregulhosa, relevo suave ondulado.
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Os NEOSSOLOS caracterizam-se por se tratarem de solos jovens (pouco


intemperizados) daí sendo comum a presença de pedregulhos. São muito comuns nas
áreas de pouca umidade, ou seja, nas regiões semi-áridas do sertão nordestino.

Os NEOSSOLOS (solos litólicos) são solos favoráveis para a construção


civil, uma vez que não possuem caráter expansivo (típico dos Vertissolos), nem tampouco
são solos moles. São também solos que têm boa base para estruturas pelo fato de serem
rasos, pouco consolidados, com ausência de horizonte B. Ressalte-se a ausência de
solos de mangue nas margens do rio.

Nas faixas contíguas surgem os ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO


Eutrófico no lado esquerdo e, os LUVISSOLOS (Bruno não Cálcicos), no lado direito,
conforme legenda constante da ilustração apresentada a seguir.

Observe-se que a legenda de solos fornece ainda, a informação acerca


do relevo que se apresenta como plano a suave ondulado na maior parte do trecho, o que
é comprovado com as informações de campo e documentação fotográfica presente neste
relatório.
De acordo com a nova classificação de solos da EMBRAPA, 1999, os
NEOSSOLOS são assim caracterizados:

NEOSSOLOS
(grupamento de solos pouco evoluídos, com ausência de horizonte B diagnóstico)

Base: Solos em via de formação, seja pela reduzida atuação dos processos
pedogenéticos ou por características inerentes ao material originário.

Critério: Insuficiência de manifestação dos atributos diagnósticos que caracterizam os


diversos processos de formação. Exígua diferenciação de horizontes, com
individualização de horizonte A seguinte de C ou R. Predomínio de características
herdados do material originário.

Definição: Solos constituídos por material mineral ou por material orgânico com menos
de 40 cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B diagnóstico e
satisfazendo os seguintes requisitos:
. ausência de horizonte glei;
. ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo do horizonte A;
. ausência de horizonte plíntico dentro de 40cm;
. ausência de horizonte A chernozêmico conjugado a horizonte cálcico ou C carbonático.

Abrangência (classificação anterior): Litossolos e Solos Litólicos, Regossolos, Solos


Aluviais e Areias Quartzosas (Distróficas, Marinhas e Hidromórficas); solos com
horizonte A ou hísticos com menos de 40 cm de espessura, seguidos de camada com
90% ou mais de fragmentos de rocha ou do material de origem, independente de sua
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resistência ao intemperismo.

Fonte: Extraído do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – 1999, EMBRAPA

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Vale ressaltar a ausência de solos problemáticos para obras rodoviárias


a exemplo de:

• VERTISSOLOS, os quais, em virtude do caráter expansivo das suas


argilas comprometem obras civis;

• GLEYSSOLOS (solos de mangue);

• Solos Hidromórficos de maneira geral, que se saturam com água;

• ARGISSOLOS em relevo ondulado, muito susceptíveis à erosão em


função da presença do horizonte B textural (argiloso) que os torna
pouco permeáveis facultando o escoamento superficial e,
conseqüentemente, a erosão.

A seguir apresenta-se o Mapa de Solos da área do Projeto, observando-


se o posicionamento do local da ponte em relação às manchas de solos referidas.

MAPA DE SOLOS: Observa-se, na faixa do leito do rio NEOSSOLOS (Solos Aluviais na


antiga classificação EMBRAPA), argila de atividade alta (Ta), horizonte A moderado, textura
arenosa/média e argilosa com relevo plano. (Fonte: Radambrasil)
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3.3.1.1.5 Riscos de Erosão

Sob o ponto de vista pedológico a erodibilidade de um solo depende de


vários de seus atributos como: textura, teor de matéria orgânica, estrutura,
permeabilidade, declividade, comprimento de rampa e forma da encosta, e, naturalmente,
das precipitações pluviométricas.

Recorrendo-se aos mapas-síntese de relevo e declividades, erodibilidade


dos solos e erosividade das chuvas da SUDENE/DRN, os quais fornecem, através de
parâmetros integrados, um risco de erosão hídrica para a área em estudo, tem-se os
seguintes os resultados:

Parâmetros Determinantes do RISCO DE EROSÃO HÍDRICA no Entorno da Ponte

Erodibilidade Erosividade Relevo e RISCO DE


dos Solos das Chuvas Declividades EROSÃO HÍDRICA

Intensidade: Intensidade: Fraca Intensidade: plano e suave Intensidade: FRACO A


Moderada ondulado MÉDIO

Classe: 2 Classe: 1 Classe: 1 Classe: 4 e 5

Fator K: maior que Fator R: menor que 340 Declividades: 5 a 12% -


0,10 e menor que 0,30 (na maior parte do traçado)

De acordo com Wischmeier & Smith (1965), citados por Bertoni &
Lombardi Neto (1990), o fator K (que mede a propensão à erodibilidade de um solo)
significa vulnerabilidade ou suscetibilidade do solo à erosão, que é a recíproca da sua
resistência à erosão.

Já o fator R (fator chuva), é um índice numérico que expressa a


capacidade da chuva de causar erosão em uma área sem proteção, sendo estimado
através do mapa de isoerodentes. O mapa contém linhas que ligam pontos de iguais
potenciais de erosão. Essas linhas representam os valores médios anuais de erosividade
da chuva, e também, o fator chuva na equação de perdas de solo. Os valores entre as
linhas são interpolados linearmente.

Dentre os fatores que influem no risco de erosão na área do projeto -


erosividade de chuva, relevo e erodibilidade do solo – este último se apresenta como o
mais determinante para um risco de erosão hídrica mediana na área do projeto, ou seja, o
relevo e as declividades e as chuvas determinam apenas um risco de erosão hídrica
classificada como “fraca”.

Face à erodibilidade dos solos, deve-se tomar cuidados nas áreas das
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jazidas a serem exploradas, devendo-se, sempre, promover a revegetação e o re-


encaminhamento adequado da drenagem, o que é objeto do Projeto Ambiental.

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3.3.1.1.6 Recursos Hídricos

a) Recursos Superficiais

O município de Assú encontra-se com 95% de seu território inserido nos


domínios da bacia hidrográfica Piranhas-Assú e os 5% restantes na bacia hidrográfica
Apodí/Mossoró. A ponte em estudo localiza-se no baixo curso do Rio Assú ou Piranhas.

O Rio Piranhas ou Assú banha os estados da Paraíba e do Rio Grande


do Norte. Conhecido simplesmente como Rio Piranhas na Paraíba, recebe o nome de Rio
Assú após passar pela Barragem Armando Ribeiro Gonçalves no município de Assú no
Rio Grande do Norte.

O Rio Piranhas-Assú nasce da junção das águas dos rios do Peixes e


Piancó na Paraíba e desemboca na cidade de Macau no litoral do Rio Grande do Norte.

Outros afluentes do rio Piranhas são: rio Espinharas, Rio Picuí e Rio
Seridó, todos sertanejos e temporários.

O rio Piranhas-Assú, no passado, estava sujeito a períodos de seca,


quando o seu fluxo chegava apartar-se e as populações recorriam a cacimbas cavadas no
leito seco, de onde retiravam a água para o consumo doméstico. Contudo, tais períodos
de seca sempre foram intercalados por anos de muita chuva, quando o rio transborda e
leva destruição para as comunidades ribeirinhas. Uma dessas enchentes ocorreu em
1974. Nesse ano, a cidade de Carnaubais (a jusante do local da ponte) foi inundada e
toda a população obrigada a mudar-se para um terreno mais elevado do município, onde
se construiu uma nova cidade.

Hoje, o rio Piranhas-Assú está poluído, é o que dizem os estudos feitos


por órgãos de defesa ambiental. As causas são: a falta de um saneamento adequado nas
cidades ribeirinhas (cujo esgoto acaba chegando ao rio) e a atuação de empresas
agrícolas que, criminosamente, lançam produtos químicos nas águas. O rio ainda está
num avançado processo de assoreamento, também em virtude de práticas agrícolas
irresponsáveis e da retirada de areia para a construção civil.

O rio Assú/Piranhas é o responsável pela maior bacia hidrográfica do


estado ocupando uma superfície de 17.500 km², correspondendo a 32,8 % do território
estadual, onde são encontrados 1.112 Açudes. Ele nasce na Serra do Bongá, município
de Santa Fé no estado da Paraíba com o nome de Rio Piranhas. Adentra o estado do Rio
Grande do Norte ainda nomeado de Piranhas pelo município de Jardim de Piranhas.
Recebe o nome de Piranhas-Assú ao passar pela Barragem Engenheiro Armando Ribeiro
Gonçalves, no município de Assú. O Rio Piranhas-Assú recebe águas com as cheias na
região das lagoas do Piató, Ponta Grande e do Queimado, indo desembocar no litoral
norte do estado do Rio Grande do Norte, em forma de estuário próximo a cidade de
Macau.

O represamento do rio Piranhas-Assú através da Barragem de Coremas,


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a maior da Paraiba e Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do estado do Rio


Grande do Norte, permitiu a perenização do rio e a formação no baio curso de um grande
lago para acumular dois bilhões e quatrocentos milhões de metros cúbicos de água, de
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onde parte uma rede de adutoras que abastecem de água potável a população de varias
cidades do estado e canais que asseguram a irrigação de terras férteis com o cultivo de
frutas.

Os corpos d’água existentes nas proximidades do local da ponte, são,


então:

• a montante, o Açude do Rio Piranhas ou Assú (Armando Ribeiro


Gonçalves), no próprio rio;

• a montante, um Açude de menor capacidade no Rio Parati (afluente


do Rio Assú);

• no Rio Pataxós, o Açude público Pataxós, a cerca de 9 km do local da


ponte, a jusante;

• bem distanciados do local da ponte, a jusante, a lagoa do Piató num


afluente do Rio Assú;

• a lagoa da Ponta Grande, a jusante, num afluente do Rio Pataxós.

Tais corpos d’água não correm o risco de serem afetados negativamente


pelas obras de ampliação da ponte (risco de contaminação por derrame de substâncias
tóxicas, óleos, assoreamentos, etc.), uma vez que os reservatórios no rio Assú, localizam-
se a montante e os demais, bem como as lagoas, em outros cursos d’água, conforme se
observa no Mapa de Localização dos Corpos d’água apresentado a seguir.

Localização dos Corpos d’Água e da ponte objeto de melhoramentos sobre o Rio Assú ou
Piranhas na BR-304-RN, próximo à cidade de Assú no Estado do Rio Grande do Norte.
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b) Recursos Subterrâneos

De acordo com a CPRM, o município de Assú está inserido no Domínio


Hidrogeológico Intersticial, Domínio Hidrogeológico Kárstico-fissural e no Domínio
Hidrogeológico Fissural.

O Domínio Intersticial é composto de rochas sedimentares do Grupo


Barreiras, Formação Assú, Depósitos Colúvio-eluviais e dos Depósitos Aluvionares. O
Domínio Kárstico-fissural é formado pelos calcários da Formação Jandaíra. O Domínio
Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que englobam o subdomínio
rochas metamórficas constituído do Complexo Caicó e da Formação Jucurutu e o sub-
domínio rochas ígneas da Suíte Poço da Cruz e dos Granitóides.

De acordo com diagnóstico da CPRM (2005), os 228 pontos d’água


cadastrados (dos quais 87% são particulares) no Município de Assú apresentam a
seguinte situação:

• 228 poços tubulares (100%), sendo que 130 encontram-se em


operação e 16 foram descartados (abandonados) por estarem secos
ou obstruídos;

• Os 82 pontos restantes (36%) incluem os não instalados e os


paralisados, por motivos os mais diversos. Estes poços representam
uma reserva potencial substancial, que pode vir a reforçar o
abastecimento no município se, após uma análise técnica apurada,
forem considerados aptos à recuperação e/ou instalação. Cabe à
administração municipal promover ou articular o processo de análise
desses poços, podendo aumentar substancialmente a oferta hídrica
no município.

• Quanto à qualidade das águas, foram feitas análises em 175 (76,8%)


poços, dos quais 107 apresentaram águas salobras ou salgadas
(61%) evidenciando a necessidade de uma urgente intervenção do
poder público, principalmente no que concerne aos poços
comunitários, visando a instalação de dessalinizadores, para melhoria
da qualidade da água oferecida à população e redução dos riscos à
saúde existentes.

Nas imediações da ponte não se detectou a presença de poços, de sorte


que as obras não deverão interferir nestas estruturas.

3.3.1.2 Meio Biótico

3.3.1.2.1 Vegetação

Como se observa no Mapa de Vegetação e registro fotográfico adiante


no entorno do local da ponte ocorre o Bioma Caatinga Arbórea Aberta sem palmeiras.
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No geral a Caatinga é dominada por árvores e arbustos decíduos,


despidos de folhas durante o período de seca e armados de espinhos. Há boa quantidade
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de plantas suculentas, cactos e bromeliáceas terrícolas.

Em trabalhos qualitativos e quantitativos sobre a flora e vegetação da


caatinga, foram registradas cerca de 596 espécies arbóreas e arbustivas, sendo 180
endêmicas. Esse número de espécies tende a aumentar se considerarmos as herbáceas.
As famílias arbóreas e arbustivas mais frequentes são Caesalpinaceae, Mimosaceae,
Euphorbiaceae, Fabaceae e Cactaceae, sendo os gêneros Senna, Mimosa e
Pithecellobium com maior números de espécies. A catingueira (Caesalpinia pyramidalis
Tul.), as juremas (Mimosa spp.) e os marmeleiros (Croton spp.) são as plantas mais
abundantes na maioria dos trabalhos de levantamento realizados em área de caatinga.

Há que se considerar, ainda, a vegetação ciliar das margens dos cursos


d’água que são consideradas de preservação permanente, devendo-se prever
compensação, quando da ampliação da ponte.

Para a região do Seridó norteriograndense, a fitofisionomia Caatinga pode


ser subdividida em quatro tipos:

a) Várzea

A Flora ou vegetação de várzea (Arboreto edáfico-fluvial) estende-se


pelas planícies fluviais da bacia hidrográfica do sistema Piranhas-Assú, que cobre parte
do sertão norte-riograndense, ocupando terrenos compostos por aluviões, que constituem
os terraços fluviais e barrancos de suas margens. Há como espécies predominantes a
carnaúba (Copernicia prunifera), acompanhada por um estrato arbustivo-arbóreo
composto por mofumbo (Combretum leprosum), cajá (Spondias mombim), marmeleiro
(Croton sonderianus), jurema branca (Piptadenia stipulacea) e umari (Geoffroea spinosa).

b) Arbustiva Caducifólia

A vegetação de caatinga arbustiva ocupa a maior parte da área enfocada,


interessando às regiões naturais reconhecidas como sertões, sendo resultante das formas
de uso e de ocupação tradicionais. Condições climáticas de semi-aridez impõem-se
diretamente como fator limitante que se reflete no acentuado xeromorfismo da vegetação.
Toda a cobertura vegetacional arbustiva, constituindo a caatinga baixa, desenvolve-se em
terrenos colinosos ou planos da depressão sertaneja e nas serras baixas.

As espécies mais significativas da caatinga arbustiva no ambiente


sertanejo são: pereiro (Aspidosperma pirifolium), catingueira (Caésalpinia bracteosa), jucá
(Caesalpinia ferrea), imburana-de-espinho (Commiphora leptophloeos), marmeleiro-preto
(Croton sonderianus), jurema-preta (Mimosa hostílis), cumaru (Imburana cearensis), feijão
bravo (Capparis cynophallophora), favela (Cnidoscolus phyllacanthus), pinhão-branco
(Jatropha pohliana), croata (Bromelia laciniosá) e as cactáceas e mandacaru (Cereus
jamacaru), xique-xique (Pilosocereus gounellei) e o facheiro (Pilosocereus squamosus) e
coroa-de-frade (Melocactus bahiensis).
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c) Arbórea Caducifólia

O conjunto vegetacional, denominado caatinga arbórea (arboreto


climático-estacional caducifólio-xeromórfico), tem pouca expressão regional. Reveste,
comumente, elevações a partir de 500 metros de altitude, mostrando severas
degradações por ação antrópica na exploração madeireira para carvão, lenha, olaria,
como formas mais freqüentes, além dos desmatamentos e queimadas para a prática
agrícola. Como exemplos, podem ser citadas as seguintes espécies: aroeira
(Myracrodruon urundeuva), pau-d'arco roxo (Tabebuia impetiginosa), juazeiro (Ziziphus
joazeiro), favela (Cnidoscuius phyllacanthus), gonçalo alves (Astronium fraxinifolium) e
catingueira (Caesalpinia bracteosa).

d) Mata Ripária ou Ciliar

Apesar da existência de um elevado fator de stresse hídrico sobre a


vegetação de caatinga existe ainda uma fisionomia que não se enquadra nas
classificações anteriores, a Vegetação Ripária ou mata ciliar, apesar de sua limitada
ocorrência, ainda é possível encontrar vestígios de sua existência as margens de corpos
d’água existentes na região. São exemplos de vegetais que ocorrem nas margens dos
Açudes: ingazeira-brava (Lonchocarpus sericeus), canafístüla-boi (Albizia polyantha),
jaramataia (Vitex gardneriana), ingazeira (Inga sp.), cipó-do-rio (Combretum lanceolatum),
oiticica (Licania rigida), entre outras. Em Assú, a palmeira carnaúba é bastante presente
nas áreas sujeitas a alagamentos nos rios.

A seguir apresenta-se a lista das espécies da Caatinga mais comuns na


Área de Influência Direta, algumas aptas para a revegetação das ocorrências de materiais
a serem utilizadas no Projeto, agrupadas em vegetação arbórea, vegetação arbustiva e
vegetação rasteira.

As fotos 1, 2 e 6 no Anexo: Documentação Fotográfica, mostram uma


vegetação ciliar rarefeita e pertencente ao Bioma Caatinga.
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LISTAGEM DAS ESPÉCIES DA CAATINGA MAIS COMUNS NA ÁREA DO PROJETO

1. Vegetação Arbórea

Família Nome Vulgar Nome Científico

Anacardiaceae Imbuzeiro ou Umbuzeiro Spondias tuberosa Arruda


Anacardiaceae Aroeira (*) Astronuim urundeuva (Engl)
Anacardiaceae Baraúna Schinopsis brasiliensis Engl.
Apocynaceae Pereiro Aspidosperma pyrifolium Mart.
Apocynaceae Pereiro preto Aspidosperma sp.
Arecaceae Licuri ou ouricuri (palmeira) Syagrus coronata
Bignoniaceae Craibeira (*) Tabebuia caraíba ( Mart.) Bureau
Bignoniaceae Sete-cascas Tabebuia spongiosa Rizzini
Burseraceae Umburana Commiphora leptophlocos Mart.
Cactaceae Mandacarú (*) Cereus jamacaru P.DC.
Celastraceae Bom-nome (*) Maytenus rígida Mart.
Euphorbiaceae Favela (*) Cnidoscolus phyllacanthus
Euphorbiaceae Maniçoba Manihot pseudoglazioviti (Pax)
Leg. Caesalpiniaceae Catingueira-verdadeira Caesalpinia pyramidalis Tul.
Leg. Cesalpinioideae Catinga de porco - catingueira Caesalpinia pyramidalis Tul.
Leg. Cesalpinioideae São João Cassia bicapsularis (Linn)
Leg. Caesalpinioideae Canafístula (*) Cássia excelsa Schrad
Leg. Caesalpinioideae Canafístula-preta Senna acuruensis (Benth) H.S.
Leg. Cesalpinioideae Jacarandá Branco Swartzia pickelli Killip ex Ducke
Leg. Mimosoideae Angico (*) Piptodenia maerocarpa (Benth)
Leg. Mimosoideae Calumbi Caesalpinia pyramidalis Tul.
Leg. Papilio noideae Cumaru (*) Amburana cearensis A Smith
Mimosaceae Espinheiro Chloroleucon foliolosum (Benth)
Mimosaceae Sabiá (**) Mimosa caesalpiniifolia (Benth)
Papilonoideae Mulungu (*) Erythrina aurantiaca ( Ridl)
Papilonoideae Sucupira Bowdichia pubescens (Benth)
Ranaceae Juamirim Zizyphus undulata (Reiss)
Rhamnaceae Juazeiro(*) Ziziphus joazeiro (Mart)
Rosaceae Oiticica (*) Licania rígida (Benth)
Sapotaceae Quixaba (*) Sideroxylon obtusifolium

Fonte: Radambrasil

(*) Plantas com propriedades medicinais


(**) Muito adequada para revegetação de jazidas de materiais (ver descrição adiante)
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LISTAGEM DAS ESPÉCIES DA CAATINGA MAIS COMUNS NA ÁREA DO PROJETO

2. Vegetação Arbustiva

Família Nome Vulgar Nome Científico

Cactaceae Facheiro Pilosocereus pachycladus (Rither)


Cactaceae Xique-xique Pilocereus gounellet (Weber)
Caesalpiniaceae Mororó ou unha-de-vaca(*) Bauhinia cheilanthia (Bong) Steud
Cesalpinioideae Turco (*) Parkinsonia aculeata (Linn)
Combretaceae Mofumbo Cobretum leprosum
Euphorbiaceae Cansação Jatropha urens (Linn)
Euphorbiaceae Marmeleiro (**) Croton sonderianus Muell.Arg
Euphorbiaceae Pinhão Jatropha curcas (Linn)
Ethretiaceae Moleque-duro (*) Cordia leucocephalla (Moricand(
Euphorbiaceae Quebra-faca Cróton conduplicatus (Kunth)
Euphorbiaceae Velame (**) Cróton campestris St. Hil.,
Fabaceae Camaratuba Cratylia mollis Mart. Ex Benth
Labiadeae Alfavaca-de-caboclo (*) Ocimum fluminense
Malvaceae Relógio (*) Sida rhombifolia (Linn)
Mimosaceae Carqueja Calliandra depauperata (Benth)
Mimosaceae Jurema Preta (**) Mimosa teneuflora (Willd) Poiret
Mimosaceae Jurema Vermelha (**) Mimosa arenosa (Willd) Poiret
Solanaceae Jurubeba (*) Solanum paniculatum (Linn)

Fonte: Radambrasil

(*) Plantas com propriedades medicinais


(**) Adequadas para revegetação de jazidas de materiais, com destaque para as juremas e marmeleiro (ver descrição
adiante)
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LISTAGEM DAS ESPÉCIES DA CAATINGA MAIS COMUNS NA ÁREA DO PROJETO

3. Vegetação Rasteira e/ou Sub-arbustiva

Família Nome Vulgar Nome Científico

Amarantaceae Carrapichinho Alternanthera brasiliana


Amarantaceae Macela (*) Gomphrena jubata Moq.
Bromeliaceae Macambira (**) Bromelia laciniosa Mart. Ex Schult.
Cactaceae Coroa-de-frade (*) Melocactus bahiens’s Werderm
Capparaceae Feijão brabo Capparis flexuosa (L.) L.
Convolvulaceae Batata-de-purga (*) Operculina macrocarpa (Linn)
Escrofulariaceae Amargoso Tetraulacium veronicaeforme Turez
Labiadeae Cordão-de-frade (*) Phlomis nepetae folinf (Linn)
Lamiaceae Bamburral (*) Hyptis umbrosa Salzm. Ex Benth.
Malvaceae Malva branca Sida cordifolia (Linn)
Malvaceae Malva preta (*) Sida micrantha St. Hil...
Mimosoideae Malícia Mimosa sensitiva (Linn)
Papaveraceae Cardo-santo (*) Argemone mexicana (Linn)
Papilionoideae Vassourinha Stylosanthe angustifólia (Vog)
Portulacaceae Beldroega Potulaca oleracea (Linn)
Verbenaceae Alecrim-do-campo (*) Lantana microphylla (Mart)

Fonte: Radambrasil

(*) Plantas com propriedades medicinais


(**) Adequada para contenção de taludes em trabalhos de revegetação
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No Mapa de Vegetação apresentado a seguir, observa-se o


posicionamento do local da ponte em relação às manchas fitoecológicas.

MAPA DE VEGETAÇÃO: Observa-se que toda a área de influência direta do local


da ponte insere-se no domínio fitoecológico da Caatinga, com diferenciação apenas,
quanto à tipologia: Caatinga Arbórea Aberta sem palmeiras e Caatinga Parque com
palmeiras (especialmente carnaúba) na várzea do Rio Assú. Observa-se, ainda, que as
atividades agrícolas localizam-se exatamente nas áreas dos solos mais férteis
(eutróficos) – Ver Mapa de Solos.
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3.3.1.2.2 Fauna

A distribuição de uma espécie animal pode ser limitada por vários fatores,
tais como: incapacidade de dispersão para novas áreas; limitações comportamentais
como seleção de habitat; limitações impostas por fatores físicos como temperatura ou
químicos como umidade; e limitações impostas por fatores bióticos como predação,
parasitismo, competição e doenças (Krebs, 1985). Os elementos que limitam a
distribuição geográfica não operam de forma isolada e a distribuição de um animal pode
estar determinada por uma combinação de fatores.

A composição da fauna da Caatinga está determinada por uma série de


fatores, como os citados acima. Entretanto, o principal deles certamente é o clima quente
e seco da região que condiciona um ambiente semi-árido com vegetação xerófita aberta.

O elevado grau de ocupação humana na região é outro fator que


influencia a composição da fauna da área do projeto, já que algumas formas animais,
como muitos mamíferos de maior porte, são intolerantes à proximidade de populações
humanas.

Uma das características marcantes da fauna das caatingas é o número


muito pequeno de espécies endêmicas (Rodrigues, 1986). Na realidade, a fauna das
caatingas é basicamente parte da fauna da grande diagonal de formações abertas
sulamericanas, que inclui também o Chaco e os Cerrados do Brasil Central (Ab’Saber,
1977).

Outra característica marcante da fauna das caatingas é a ausência de


adaptações marcantes ao semi-árido. Uma análise da fauna de mamíferos das caatingas,
por exemplo, concluiu que ela não apresenta características consideradas adaptativas em
ambientes semi-áridos (Mares et al., 1985).

a) Herpetofauna

A herpetofauna possui um número restrito de espécies, sendo muito


afetadas pela urbanização e destruição de habitats.

Os anfíbios que dependem de áreas alagadas são dependentes de


ambientes pouco poluídos e/ou com microclimas específicos.

Dentre os anfíbios anuros que podem ser encontrados na área de


influência do Projeto, destacam-se: cururu pequeno (Bufo granulosus), cururu (Bufo
paracnemis), rã-de-cera (Phyllomedusa hypocondrialis), perereca (Hyla pachychrus), rã
(Pipa carvalhoi), rã-manteiga (Leptodactylus ocellatus), rã (Leptodactylus troglodytes) e
sapo chifrudo (Proceratophrys cristiceps).

Por sua vez, entre os répteis que podem ser encontrados, destacam-se:
briba (Briba brasiliana), briba (Coleodactylus meridionalis), calango-de-cobra
C242_VOL.03_Rev00.doc

(Diploglossus lessonae), calango-verde (Ameiva ameiva), calanguinho


(Cnemidophorusocellifer), lagartixa (Tropidurus hispidus), lagarto (Gymnophthalmus
multiscutatus), teiú (Tupinambis merianae), cascavel (Crotalus durissus), cobracega
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
117
DNIT / SR - RN

(Leptotyphlops sp.), cobra-cipó (Leptophis ahaetulla), cobra-coral (Micrurus ibiboboca),


cobrade- duas-cabeças (Amphisbaena sp.), corredeira (Thamnodynastes sp.) e jararaca
(Bothrops erythromelas).

b) Ornitofauna

A avifauna do ambiente das caatingas apresenta boa diversidade,


apesar das limitações impostas pelo ambiente. De modo geral, a avifauna das caatingas é
constituída por formas de ampla distribuição geográfica, ocorrendo também em outras
regiões e em outros tipos de formações vegetais. Dentre as aves encontradas na região,
destacam-se:

Avifauna

Nome Comum Nome Cientifico

anu-branco (Guira guira),


asa-branca (Patagioenas picazuro),
avoante ou arribaçã (Zenaida auriculata),
bacurauzinho (Caprimulgus hirundinaceus)
bentevi (Pitangus sulphuratus),
bico-virado-da-caatinga (Megaxenops parnaguae),
cancão (Cyanocorax cyanopogon),
carcará (Caracara plancus),
casaca-de-couro (Pseudoseisura cristata),
coruja boraqueira (Speotyto cunicularia),
galo-de-campina (Paroaria dominicana),
garça-vaqueira (Bubulcus íbis),
gavião carrapateiro (Milvago chimachima),
joão-chique-chique (Gyalophlylax hellmayri),
lavadeira (Fluvicola nengeta),
pardal (Passer domesticus),
periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum),
rasga-mortalha (Tyto alba),
rolinha-branca (Columbina picui),
sabiá (Turdus rufiventris)
urubu (Coragyps atratus).

c) Mastofauna

Ao contrário do que acontece com os outros grupos de vertebrados,


não há muitos mamíferos endêmicos da Caatinga (VIVO, 1998). As explicações para este
fato estão associadas tanto ao pequeno número de estudos taxonômicos para a região,
como ao fato da Caatinga ter um surgimento recente em termos de escala geológica
(COIMBRA-FILHO & CÂMARA, 1996). Os mamíferos de ocorrência restrita a essa região,
aparentemente, não possuem qualquer particularidade visível em relação a um aumento
C242_VOL.03_Rev00.doc

de capacidade fisiológica para a retenção de água em relação às espécies aparentadas


de ocorrência em outros habitats.

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


118
DNIT / SR - RN

Possivelmente, ambientes mésicos (matas ciliares e florestas-de-galeria)


proporcionam refúgios para boa parte da mastofauna da Caatinga em épocas de
condições climáticas adversas.

Dentre os mamíferos encontrados na área, destacam-se: os roedores, o


camudongo (Mus musculus), o mocó (Kerodon rupestris), o preá (Galea spixii) e a cutia
(Dasyprocta sp.); os felídeos, o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) e o gato vermelho
(Herpailurus yagouaroundi); o primata, o sagüi ou soim (Callithrix jacchus).

Outros mamíferos são: a raposa (Cerdocyon thous), o gambá ou tacaca


(Conepatus semistriatus), o guaxinim (Procyon cancrivorus G.), o timbu (Didelphis
albiventris), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus), o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) e
o morcego (Saccopteryx sp.).

3.3.1.2.3 Risco de Desertificação

O fenômeno da desertificação tem sido entendido, pela comunidade


internacional, como um problema de dimensões globais que afeta as regiões de clima
árido, semi-árido e sub-úmido seco da Terra.

Foi somente em 1992, quando da realização da Conferência sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, que a questão da desertificação passou a ter
nova posição no contexto internacional. Pressionados pelos países em desenvolvimento,
as Nações Unidas incluíram um capítulo especial sobre o tema na Agenda 21 (capítulo
12) e aprovaram a negociação de uma Convenção Internacional, instrumento
juridicamente vinculante para os países que a ratificam.

A Convenção da Desertificação já está em vigor e o Brasil é um de seus


signatários, o que significa a adoção do compromisso para sua implementação. Este
compromisso está consubstanciado no documento “Diretrizes para a Política Nacional de
Controle da Desertificação”, já aprovado pelo CONAMA e marco jurídico a partir do qual
as ações dos Governos estaduais vêm se pautando.

Além das áreas com níveis de degradação difusos no Piauí e no


Nordeste, podem ser citadas quatro áreas com intensa degradação, segundo a literatura
especializada, os chamados Núcleos de Desertificação. São eles: Gilbués-PI, Irauçuba-
CE, Seridó-RN e Cabrobó-PE, totalizando uma área de 18.743,5km².

A principal relação entre obras rodoviárias e desertificação refere-se ao


fato de que as obras, muitas vezes, requerem materiais de construção explorados em
jazidas que se localizam em áreas com vegetação nativa, exigindo desmatamento, o que,
em áreas de risco de desertificação viriam a contribuir no agravamento deste fenômeno,
no caso de não se proceder à devida reposição da camada fértil e a subsequente
revegetação das áreas com espécies nativas.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à


C242_VOL.03_Rev00.doc

Desertificação, esse processo é entendido como "a degradação da terra nas zonas
áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, incluindo as
variações climáticas e as atividades humanas".
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
119
DNIT / SR - RN

Observando-se o Mapa de Risco de Desertificação do Estado do Rio


Grande do Norte a seguir, extraído do relatório “Panorama da Desertificação no Estado do
Rio Grande do Norte – IDEMA, outubro de 2005” apresentado a seguir, constata-se que
os riscos de desertificação na região de Assú se apresentam como “grave”, o que reforça
a necessidade de se promover a recomposição vegetal nas jazidas a serem exploradas
em áreas com vegetação nativa, bem como as matas ciliares após as obras de ampliação
da ponte.

Mapa de Risco de Desertificação no Estado do Rio Grande do Norte, IDEMA, 2005,


observando-se que o município de Assú, insere-se numa região de risco “grave” de
desertificação, incluindo os municípios vizinhos, inclusive Mossoró.

3.3.1.3 Meio Antrópico

3.3.1.3.1 Importância da BR-304/RN

A BR-304/RN, no trecho em que percorre o Estado do Rio Grande do


Norte tem uma importância que decorre de duas circunstâncias distintas, a saber:

• ao interligar diretamente 13 municípios potiguares e conectar-se com


21 rodovias, 4 delas federais, no interior do Estado do Rio Grande do
Norte, praticamente seccionando-o ao meio, consubstancia-se como
a principal rodovia de integração regional do Estado;

• de outro lado, sendo uma extensão da BR-101, interliga as


principais capitais do País localizadas na região costeira nordeste e
C242_VOL.03_Rev00.doc

sudeste do País – João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador,


Espírito Santo, Rio de Janeiro com Fortaleza e a região Norte do País
e, assim, a exemplo da BR-101, materializa-se, também, como uma
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
120
DNIT / SR - RN

rodovia de integração nacional, uma vez que grande parcela dos


fluxos na rodovia são originários de outros Estados.

A necessidade de se efetivar melhorias na BR-304, dentre elas a ponte


sobre o Rio Assú, decorre de estímulos de natureza governamental e de natureza técnica,
combinados com outros de natureza privada, os quais se retroalimentam, destacando-se:

• Estímulos governamentais emergentes: duplicação dos subtrechos


Parnamirim-Macaiba e o Contorno de Mossoró além da
pavimentação da BR-110 no subtrecho Mossoró-Campo Grande (em
fase de projeto);

• Estímulo de natureza técnica: esgotamento da capacidade de tráfego


ao longo do trecho, com tráfego médio em torno dos 6.000
veículos/dia, e índices de acidentes elevados;

• estímulos privados e/ou induzidos pelo setor público: existência real e


potencial de pólos sócio-econômicos no entorno da rodovia ou por ela
acessados: expansão industrial recente do eixo Parnamirim-Macaíba,
expansão comercial da região de Mossoró, expansão da agricultura
irrigada na região de Assú-Mossoró, implantação do Pólo Sal-Gás na
região de Macau-Guamaré, dentre outros.

Neste contexto, a BR-304/RN, emerge conceitualmente como um “eixo


de desenvolvimento” assim definido (conceito BNDES):

“eixo de desenvolvimento: complexos econômicos e


articulados através de logística de transporte e
comunicação, devendo se identificar as potencialidades
municipais e regionais, ressaltando-se vantagens locais
e regionais ainda não exploradas”

A BR-304/RN, é uma das principais artérias viárias do Estado. Quaisquer


melhoramentos no trecho Div. CE/RN - Parnamirim é estratégica para interiorização do
desenvolvimento econômico a partir de Natal e de Mossoró, não somente por
potencializar o transporte de mercadorias, mas também por aumentar a segurança e
integrar complexos industriais da região de Natal/Parnamirim com a região salineira de
Mossoró/Areia Branca e, sequencialmente, promover uma melhor integração com a
Região Metropolitana de Fortaleza.

No espaço geográfico do Estado do Rio Grande do Norte, a BR-304,


atinge, direta ou indiretamente, os seguintes espaços produtivos:

• Capital do Estado – Natal, - a 10 km da rodovia, acessada pela BR-


101 - com especialização institucional, comercial, industrial e turística,
esta última com demandas originárias de todo o território nacional;

• Eixo industrial no subtrecho Parnamirim-Macaíba, em franca


C242_VOL.03_Rev00.doc

expansão, com instalação de indústrias de ponta, a exemplo de


indústrias ligadas ao setor de informática (projetos incentivados);
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
121
DNIT / SR - RN

• Pólo intermediário de comércio varejista e atacadista de João Câmara


(acessado pela RN-120), Angicos e Assú;

• Pólo de comércio varejista e preponderantemente atacadista de


Mossoró, especializações de influência regional (revendedoras de
veículos, insumos da produção agrícola, etc.);

• Pólo salineiro de Areia Branca/Mossoró, gerando fluxos de carga


para outros Estados do País.

Na hierarquia dos centros urbanos, de acordo com o IBGE, Natal (cerca


de 700 mil habitantes) é um “centro sub-metropolitano” e Mossoró (mais de 200 mil
habitantes), um “centro regional”, ambos dividindo, quase que equitativamente, a
influência sobre os demais centros urbanos de todo o Estado do Rio Grande do Norte, o
que tem gerado um tráfego intenso ao longo da BR-304/RN. Tal fluxo, quando acrescido
pelo tráfego de passagem, oriundo de outros Estados, principalmente o de cargas, gera
um volume médio de tráfego da ordem de 6.000 veículos/dia, o que é incompatível com a
classe da rodovia. Daí advém subtrechos onde os riscos de acidentes viários são
bastante perceptíveis, como é o caso do subtrecho Assú-Mossoró, numa extensão de
cerca de 80 km.

A integração com outras rodovias e que mais contribuem com o


acréscimo de tráfego são:

• com a BR-226: acesso a Santa Cruz, Currais Novos e Estado da


Paraíba;
• com a RN-064: acesso a Ceará Mirim;
• com a RN-120: acesso a João Câmara e, a partir daí, a cidades da
orla marítima;
• com a RN-118: acesso a Currais Novos, de um lado (pólo
agropecuário, e Macau do outro;
• com a RN-016: acesso a Carnaubais;
• com a RN-233: acesso a Campo Grande, Patu e ao Estado da
Paraíba;
• com a RN-405: acesso a Upanema;
• com a BR-110 (a ser pavimentada): acesso a Upanema e Campo
Grande, de um lado e Areia Branca, de outro;
• com a RN-117: acesso Gov. Dix. Sept. Rosado, Caraúbas, Patú e
Estado da Paraíba;
• com a BR-405: acesso a Apodi, Pau dos Ferros e Estado da Paraíba;

Como se depreende, a BR-304 é um eixo viário que fornece


acessibilidade a praticamente todas as regiões de desenvolvimento do Estado do Rio
Grande do Norte e seus respectivos núcleos urbanos mais importantes.

A partir da Divisa com o Estado do Ceará, a BR-304 propicia acesso a


uma das metrópoles mais importantes do Nordeste, qual seja, a capital do Estado –
C242_VOL.03_Rev00.doc

Fortaleza. A cidade de Mossoró funciona como um entreposto comercial e de serviços,


posicionando-se, equidistante entre as duas capitais – Natal e Fortaleza.

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


122
DNIT / SR - RN

Ressalte-se, ainda, a parcela de fluxo de tráfego decorrente dos fluxos


turísticos internos para o Nordeste, que têm sido intensificados na última década. Natal,
Fortaleza e toda a faixa costeira localizada entre as duas cidades, fazem parte do roteiro
turístico tendo, na BR-304, a principal via de acesso rodoviário.

A melhoria das condições de acesso aos pólos econômicos e núcleos de


atração turística nordestinos está incluida na estratégia desenvolvimentista do Programa
de Aceleração do Crescimento do Governo Federal estando, portanto, melhoramentos na
BR-304/RN, perfeitamente coerente com as metas sócio-econômicas da atual
administração federal.

No seu percurso, entre Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte e


Mossoró, a BR-304 secciona e/ou recebe fluxos das seguintes áreas de produção:

• Região poliindustrial de Natal e Parnamirim;


• Região agrestina tradicional de gado e policultura de Jardim de
Angicos;
• Região agrestina de lavoura comercial sisaleira de São Bento do
Norte e Serra Verde;
• Região do sistema gado-algodão de Angicos;
• Região salineira do Estado, representado pelos municípios praieiros,
especialmente Macau e Areia Branca;
• Pólo de Produtos Petroquímicos de Guamaré
• Pólo frutícola de exportação de Assú/Mossoró.

A ilustração a seguir mostra o posicionamento das referidas Áreas


Produtoras em relação à BR-304.

Fortaleza
(centro metropolitano) ÁREAS PRODUTORAS GERADORAS DE FLUXOS
NA BR-304 - Estado do Rio Grande do Norte

Oceano Atlântico

Pólo Sal-Gás
Áreas agrestinas de
Mossoró lavouras comerciais
(centro regional)

Gado e
ea

BR-30 policultura
oC

4 Natal
od
tad

Parnamirim
Es

Pecuária
Policultura
(a s
BR uplica
er d
-10
1
da)

Estado da Paraíba
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


123
DNIT / SR - RN

3.3.1.3.2 Área de Influência Indireta (AII)

Considerou-se a Área de Influência Indireta, a Mesorregião Oeste


Potiguar que por sua vez abriga a Microrregião Homogênea Vale do Assú, uma sub-
divisão com afinidades fisiográficas e sócio-econômicas.

A Microrregião Vale do Assú tem uma população de 134.236 hab. (IBGE,


estimativa 2006). O próprio município homônimo é o mais importante com mais de 50.000
habitantes.

A mesorregião do Oeste Potiguar é uma das quatro mesorregiões do


estado do Rio Grande do Norte e é a segunda mais importante e segunda mais populosa.
É formada pela união de 62 municípios agrupados em sete microrregiões.

As cidades importantes dessa mesorregião são Mossoró, Assú, Areia


Branca, Apodi, Pau dos Ferros, São Rafael, Janduís, Tibau e Alexandria, sendo Mossoró,
o núcleo urbano mais importante e polarizador das relações sócio-econômicas.

Na ilustração a seguir, posiciona-se o município de Assú na citada


Microrregião e Mesorregião citadas, tendo-se a cidade de Mossoró (cerca de 220 mil
hab.), posicionada na mesma rodovia (BR-364), como o núcleo urbano polarizador da
Mesorregião, a 69 km de distância de Assú.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


124
DNIT / SR - RN

3.3.1.3.3 Área de Influência Direta (AID)

Considerou-se como Área de Influência Direta (AID), o município de Assú,


uma vez que as intervenções são localizadas nas proximidades da sede municipal, não
extrapolando o âmbito do território da municipalidade. Tem as seguintes referências:

Municípios da Área de Influência Direta (AID) – Estado do Rio Grande do Norte

Municípios Fundação Microrregião Área Alt.Sede Mesorregião


(km2) (m)

Assú 1783 Vale do Assú 1.269 27 Oeste Potiguar

3.3.1.3.4 População

O município de Assú tem uma população expressiva na Mesorregião onde


se insere, sendo um dos maiores núcleos urbanos, perdendo apenas para Mossoró.
Observa-se pequena evolução da população no período 1991-2008. A população urbana
é maior que o dobro da rural, conforme tabela a seguir.

População: Evolução, Urbana e Rural

População Total População População


Municípios Urbana Rural
2000 (%) 2000 (%)
1991 2000 2008

Assú 43.591 47.904 52.824 34.645 13.259

Fonte: IBGE, 1991 (Contagem); 2000 (Censo); 2008 (Estimativa)

3.3.1.3.5 Indicadores Sociais

Os indicadores sociais indicam uma evolução na renda per capita no


período 1991-2000 (comum na maioria dos municípios brasileiros), mas, ainda, um
percentual expressivo de pobreza e indigência no município de Assú. Relativamente ao
pólo regional – Mossoró – o IDH é inferior.

Os três Índices de Desenvolvimento Humano – IDH básicos (educação,


longevidade e renda) também demonstraram uma melhoria no período 1991-2000,
conforme dados a seguir.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


125
DNIT / SR - RN

Indicadores Sociais: Renda, Pobreza e IDH

Renda
Per Capita % de Indigentes % de
Municípios (R$) (2000) Pobres IDH
(*) (2000) (**)
1991 2000

Assú 51,16 102,47 36,32 60,84 0,634

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano - PNUD


Obs.:
(**) % de pobres: Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita inferior a R$75,50, equivalentes a 1/2 do
salário mínimo vigente em agosto de 2000. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios
particulares permanentes.
(*) % de indigentes: Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita inferior a R$ 37,75, equivalentes a 1/4 do
salário mínimo vigente em agosto de 2000. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios
particulares permanentes.

A rede de saúde de Assú dispõe de 03 hospitais, 01 Unidade Mista, 02


Centros de Saúde e 02 Postos de Saúde, contando ainda com 122 leitos.

Dentre os hospitais destaca-se o hospital público estadual – Hospital


Regional Dr. Nelson Inácio. As demandas mais especializadas ainda contam com a
proximidade com Mossoró que conta com ampla rede de infraestrutura de saúde de
abrangência regional.

Indicadores de Atenção à Saúde (2006)

Indicadores Gerais Assú

Proporção da população coberta pelo Programa de Saúde (SUS) 20,72

Média anual de consultas médicas por habitante nas 0,43


especialidades básicas

Média mensal de visitas domiciliares por Família 0,36

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano - PNUD


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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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DNIT / SR - RN

IDH (Índices de Desenvolvimento Humano)

IDH Educação IDH Longevidade IDH Renda


Indicadores 1991 2000 1991 2000 1991 2000

Assú 0,604 0,754 0,542 0,678 0,542 0,599

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano - PNUD

3.3.1.3.6 Educação

O ensino fundamental absorve a maioria do alunato no município de Assú.


Por sua vez as taxas de analfabetismo melhoraram substancialmente no período 1991-
2000, conforme tabela a seguir, porém ainda inferior à média estadual.

Educação: Número de Matrículas (2006) e Analfabetismo (1991 e 2000)

Ensino Ensino Ensino Taxa de Analfabetismo


Municípios Infantil Fundamental Médio (% 15 anos a mais)

1991 2000

Piancó 1.020 3.888 1.053 50,160 35,870


Fonte: INEP/MEC

As demandas por ensino universitário podem ser atendidas no próprio


município que conta com a seguinte infraestrutura de ensino superior:

• Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN);


• Universidade para o Desenvolvimento do Pantanal e da Região do
Mato Grosso (UNIDERP);
• Faculdade Católica Nossa Senhora das Vitórias (FCNSV).

Face à proximidade com Mossoró e facilidade de acesso através da BR-


304, a população ainda dispõe da infraestrutura de nível superior daquele núcleo urbano.

3.3.1.3.7 Atividades Econômicas

Dentre os setores econômicos o setor serviços (incluindo os serviços


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públicos) seguido do setor industrial detém maior peso no que tange à contribuição
econômica, no município de Assú, conforme a seguir.

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


127
DNIT / SR - RN

PIB-Produto Interno Bruto / PIB Percapita (R$) - 2005

Municípios Agropecuária Indústria Impostos Serviços PIB Percapita

Assú 11,221.13 80,275.91 14,292.15 139,604.88 4,802.99

Quando se compara com Assú com Mossoró, entretanto, o PIB total e per
capita se mostram bastante inferiores.

Apesar da importância da agricultura (fruticultura voltada para a


exportação) e a pecuária, destacam-se a indústria (cerâmica e a petrolífera, dentre outras)
e o setor de serviços, além do comércio e a pesca.

a) Pecuária

A bovinocultura é o criatório de maior destaque no município. Há


expressão, ainda, na caprino-ovicultura e galináceos.

Efetivo dos Rebanhos (cabeças) - 2007

Municípios Asininos Bovinos Caprinos Equinos Galin- Galos Ovinos Suinos


has

Assú 626 12.569 8.912 388 9.108 12.623 9.398 1.231

Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal – IBGE

b) Lavouras Permanentes

O destaque fica por conta das culturas irrigadas (fruticultura para


exportação) que é muito forte na região de Assú e Mossoró.

Banana, Castanha de Caju, Mamão e Manga são os principais produtos,


conforme tabela a seguir.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


128
DNIT / SR - RN

Agricultura: Lavouras Permanentes (2006)

Municípios Banana Castanha de caju Mamão Manga


(mil cachos) (t) (mil frutos) (mil frutos)

Assú 19.530 90 504 3.600

Fonte: Produção Agrícola Municipal, IBGE

c) Lavouras Temporárias

Estes cultivos têm pouca importância no município em razão da aridez do


clima e poucas terras férteis.

Agricultura: Lavouras Temporárias (2006)

Municípios Algodão Arroz Feijão Mandioca Melancia Milho


Arbóreo (t) (t) (t) (t) (mil frutos) (t)

Assú 80 -- 120 -- -- 80

Fonte: Produção Agrícola Municipal, IBGE

3.3.1.3.8 Comércio e Telecomunicações

O comércio é compatível com a dimensão populacional do Município.


Entretanto, face à proximidade com Mossoró, esta se impõe em várias setores, haja vista
tratar-se de centro distribuidor regional.

Comércio e Telecomunicações (2001)

Municípios Livraria Lojas Shopping Locadora Estação Estação Geradora Provedor


Rádio Rádio de TV Internet
AM FM

Assú Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não

Fonte: IBGE - Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Gestão Pública 2001


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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


129
DNIT / SR - RN

3.3.1.3.9 Infraestrutura

Assú dispõe de uma infraestrutura considerada básica considerável. Com


efeito, 100% das residências são atendidas por energia elétrica. Encontra em fase de
conclusão obras de saneamento com o objetivo de atender 100% da área urbana, e ainda
está sendo finalizada a ampliação na rede de abastecimento d'água do município para
atendimento a todos os bairros.

3.3.1.3.10 Cultura/Turismo/Patrimônio Histórico

a) Cultura

O município de Assú é conhecido pela sua riqueza cultural e, graças à


movimentos culturais locais, tornou-se conhecida como a “Atenas Norte-Rio-Grandense”.

b) Turismo

O turismo religioso é um dos pontos fortes de Assú. No mês de junho,


recebe milhares de fiéis para os festejos dedicados ao Padroeiro São João Batista. O São
João da cidade, já chegou a ser um dos maiores do Nordeste/Brasil, mas vem caindo nos
últimos anos, e perdendo muitos turistas para o São João de Mossoró, município vizinho
que tem criou fama de deter o terceiro melhor São João do país.

Dentre as atrações, destacam-se:

• Chapada do Palheiro;
• Trilhas pelas grutas e cavernas da Lagoa do Piató;
• Delta do Rio Assú;
• Carnaubais;
• Monumentos históricos;
• Artesanato (palha de carnaúba, bordados, macramé, pintura em tela,
ponto de cruz, tapeçaria, cerâmica, vagonite, madeira, reciclagem de
jornal);
• Lagoa do Piató, que já foi o principal eixo da economia do vale do
Assú, deixou de receber água do rio Piranhas/Assú com a conclusão
da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, em 1983, no
município de Assú;
• Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (a montante do local da
ponte), foi construída pelo DNOCS, sendo o segundo maior
reservatório de água construído pelo DNOCS, com capacidade de 2,4
bilhões de metros cúbicos. Está localizada no Rio Piranhas (também
chamado Rio Assú), 6 km a montante da cidade de Assú;
• Comunidade de Mendubim, ao redor do rio Mendubim;
• Praça São João Batista, já foi considerada a mais bela praça do Rio
Grande do Norte, e ponto de encontro dos jovens da cidade e palco
das festividades juninas.
C242_VOL.03_Rev00.doc

Importante ressaltar, que, face ao distanciamento do local da ponte objeto


deste estudo em relação ao núcleo urbano da cidade de Assú, não há risco de se atingir
edificações tombadas como patrimônio histórico.
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
130
DNIT / SR - RN

3.3.1.3.11 Terras Indígenas/Quilombolas

De acordo com relação da FUNAI e do Conselho Indigenista, não existem


terras indígenas no município de Assú. Da mesma forma não existem terras de
quilombolas no município, de sorte que não há risco de se atingir tais comunidades.

3.3.1.3.12 Unidades de Conservação

No entorno da ponte não existem Unidades de Conservação legalmente


instituídas. Vale ressaltar que o bioma Caatinga ainda não é considerado de preservação
permanente - a exemplo da Mata Atlântica, latu sensu. - salvo em Unidades legalmente
instituídas., o que não ocorre na área do projeto. Entretanto as matas ciliares, tanto no
local da ponte quanto no entorno dos reservatórios e lagoas presentes na região são de
preservação permanente, devendo-se evitar intervenções nestes locais, de acordo com a
legislação ambiental vigente.

3.3.1.3.13 Patrimônio Espeleológico

A formação de grutas e cavernas (patrimônio espeleológico) depende de


condições geológicas peculiares, ou seja, da existência de calcário (não metamórfico) o
qual está sujeito à formação destes bens ambientais através do fenômeno da dissolução
pelas águas.

Reportando-se ao Mapa Geológico do presente estudo, conclui-se pela


improbabilidade de existência tal patrimônio haja vista que litologias subjacentes no lado
direito do Rio (no local da ponte) são pré-cambrianas, ou seja, cristalinas (metamórficas)
gnáissicas e granulíticas. No lado esquerdo do rio, as litologias são da Formação Assú,
referidas ao Cretáceo, onde se inclui arenitos com e intercalações de folhelhos.

3.3.2 Síntese e Avaliação Ambiental

Com base no Diagnóstico Ambiental dos Meios Físico e Biótico e


Antrópico torna-se possível inferir a viabilidade ambiental das melhorias que se pretende
implantar na ponte sobre o Rio Assú.

Para melhor visualização expositiva apresenta-se, a seguir, as


características ambientais e respectivos riscos nos meios Físico, Biótico e Antrópico, no
formato de tabela, envolvendo os seguintes temas, comuns em projetos rodoviários:

a) Meio Físico

• Alteração do relevo
• Risco de erosão
• Cursos d’água e nascentes
C242_VOL.03_Rev00.doc

• Reservatórios
• Lagos e lagoas
• Patrimônio espeleológico (grutas e cavernas)
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
131
DNIT / SR - RN

b) Meio Antrópico

• Interferências em reservas/terras indígenas


• Interferências em comunidades quilombolas
• Interferências em aglomerados urbanos
• Interferências em patrimônio histórico
• Interferências em patrimônio arqueológico

c) Meio Biótico

• Vegetação
• Interferências em Unidades de Conservação
• Desertificação
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


132
DNIT / SR - RN

AVALIAÇÃO DOS RISCOS/IMPACTOS AMBIENTAIS

Parâmetros Características do Entorno do Riscos Ambientais e Legais


Traçado

A. Meio O relevo no entorno da ponte varia Baixo risco de descaracterização


Físico de plano a suave ondulado com do relevo (ver Mapa
declividades variando entre 5 a 12 Geomorfológico).
1. Relevo % e menor que 5%. O leito do rio é
um vale de fundo plano (ver Mapa
Geomorfológico), de sorte que não
existem taludes de altura
significativa nas margens.

2. Risco de Risco de erosão hídrica baixo nas Risco mediano de erosão hídrica
Erosão duas margens da ponte, face aos no trecho rodoviário, tendo como
seguintes fatores (SUDENE/DRN): principal fator de erosão a
erodibilidade intrínseca dos solos
. Erodibilidade do solo: mediana; (mediana)
; Erosividade das chuvas: fraca;
. Relevo: plano a suave ondulado;
. Risco de erosão hídrica: fraco a
mediano

3. Cursos A ponte localiza-se no baixo cursoAs margens dos cursos d’água são
d’água e do Rio As ou Piranhas, não protegidas pelo Código Florestal e
Nascentes havendo proximidade com Resolução CONAMA n. 303 e 302
nascentes de modo que não há de 20/03/02, sendo de preservação
riscos de conflitos com a permanente a faixa marginal dos
legislação ambiental que prevê cursos d’água nas seguintes
proteção de raio mínimo de 50 m larguras:
no entorno das nascentes. . 30 m para curso d’água com
menos de 10 m de largura;
Quanto às matas ciliares das .... 50 m para curso d’água com até
margens do rio, haverá 50 m de largura.
degradação para ampliação da ...
ponte, o que deverá ser Risco inexistente para as
compensado com a recomposição nascentes;
das margens, o que será objeto do Risco mediano para as matas
Projeto Ambiental. ciliares no local da ponte a serem
ampliada
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


133
DNIT / SR - RN

4. A ponte é próxima de uma grande O distanciamento de reservatórios


Reservatórios barragem (Barragem Armando foi regulamentado pela Resolução
Ribeiro Gonçalves) que se localiza CONAMA n. 302 de 20/03/02,
a montante (a cerca de 6 km) e de estabelecendo Área de Preservação
um Açude menor no Rio Paraú, Permanente o entorno de
também a montante, a cerca de 5 reservatórios medido a partir do
km. Nível Máximo Normal (cota máxima
normal de operação do
(ver Mapa de Localização dos reservatório):
Corpos d’Água no item Recursos
Hídricos) . 30 m para reservatório em áreas
urbanas, e 100 m para reservatórios
em áreas rurais.

Risco inexistente, pelo fato dos


reservatórios localizarem-se a
montante e com distanciamento
bem superior ao legal.
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


134
DNIT / SR - RN

AVALIAÇÃO DOS RISCOS/IMPACTOS AMBIENTAIS

Parâmetros Características do Entorno do Riscos Ambientais e Legais


Traçado

5. Lagos, A resolução CONAMA n. 303 de Risco inexistente, face ao


lagoas 20/03/02 considera de distanciamento da ponte em relação
preservação permanente a área às lagoas.
de 100 m ao redor dos lagos e
lagoas naturais e áreas rurais.

A jusante da ponte existem: a


lagoa do Piató num afluente do
Rio Assú; Lagoa da Ponta Grande,
também a jusante, num afluente
do Rio Pataxós.

6. Patrimônio A existência de grutas e cavernas Risco improvável.


Espeleológico está condicionada, naturalmente, a
(grutas e presença de calcáreo no substrato
cavernas) geológico (fenômeno da
dissolução). De acordo com o
diagnóstico da Geologia (ver Mapa
Geológico) as litologias
subjacentes são todas cristalinas
(Pré-Cambriano) na margem
direita e sedimentar com arenitos
na margem esquerda (Formação
Assú) inexistindo a presença do
calcáreo.
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


135
DNIT / SR - RN

AVALIAÇÃO DOS RISCOS/IMPACTOS AMBIENTAIS

Parâmetros Características do Entorno do Riscos Ambientais e Legais


Traçado

B. Meio De acordo com listagem da Risco inexistente.


Antrópico FUNAI, 2008, e CIMI (Conselho
1. Indigenista) não existem terras
Reservas/Terras indígenas no município de Assú.
Indígenas

2. Comunidades Não existem terras quilombolas no Risco inexistente.


Quilombolas município de Assú.

3. Aglomerados Impactos do tipo “intrusão visual”, Risco Inexistente, face ao


Urbanos “segregação urbana” e distanciamento da cidade de Assú
“incômodos decorrentes de e ausência de edificações no
tráfego” uma vez que o entorno da ponte.
aglomerado urbano mais próximo
é a cidade de Assú, localizada a
cerca de 6 km do local da ponte
com acesso próprio a partir da
BR-304

4. Patrimônio Não existem edificações ou outros Risco inexistente.


Histórico bens tombados como patrimônio
histórico (nem tampouco
quaisquer edificações) no entorno
da ponte.

5. Patrimônio De acordo com a Lei Federal Risco a ser averiguado.


Arqueológico 3929, e Portaria 230 do IPHAN
para que seja expedida a Licença
Prévia (LP) é necessário que haja
levantamento arqueológico de
campo ao longo do traçado de
rodovias a implantar para
averiguação da existência e
resgate de eventual acervo
arqueológico.

Levando-se em conta que a


margem esquerda do rio Assú, no
local da ponte assenta em
terrenos do Cretáceo, poderia
C242_VOL.03_Rev00.doc

haver algum patrimônio


arqueológico

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


136
DNIT / SR - RN

AVALIAÇÃO DOS RISCOS/IMPACTOS AMBIENTAIS

Parâmetros Características do Entorno do Riscos Ambientais e Legais


Traçado

C. Meio Todo o entorno da rodovia insere- . As matas ciliares presentes na


Biótico se no Domínio Fitoecológico da margem do rio Assú, são de
Caatinga variando apenas no que preservação permanente (APP –
1. Vegetação se refere à densidade e presença Áreas de Preservação Permanente),
de palmeiras ou não (ver Mapa de devendo haver recuperação destas
Vegetação). matas quando da ampliação da
ponte.
Há vegetação ciliar nas cabeceiras
da ponte a serem alargada Risco Mediano que será mitigado
com a recomposição das matas
ciliares de acordo com as faixas de
proteção do Código Florestal e nas
jazidas de materiais a serem
utilizadas.

2. Unidades No entorno da ponte não existem Risco Inexistente.


de Unidades de Conservação
Conservação legalmente instituídas. Ressalte-se
(Áreas de que a Caatinga ainda não é
Proteção vegetação de preservação
Ambiental, permanente a exemplo da Mata
Reservas Atlântica (latu sensu), excetuando-
Ecológica, se quando forma “franjas” de
Parques vegetação ciliar ou Unidades de
Nacionais, Conservação.
etc.)

3. De acordo com o Mapa Risco de Risco mediano.


Desertificação Desertificação o município de
Assú está inserido em área de
“grave” risco de desertificação, o
que reforça a necessidade de
recomposição das matas ciliares
no pós-obras.
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


137
DNIT / SR - RN

3.3.3 Conclusões e Recomendações

3.3.3.1.1 Conclusões

O Diagnóstico Ambiental do Meio Antrópico leva a concluir que não


existem restrições importantes do ponto de vista sócio-econômico relativamente às
melhorias na ponte sobre o Rio Assú, uma vez que não existirão desapropriações
importantes, nem tampouco risco de atingimento de terras indígenas, patrimônio histórico
e espeleológico (grutas e cavernas).

O Diagnóstico do Meio Físico faz inferir que existe mediano risco de


erosão nas margens da ponte, o que deve ser mitigado com o plantio de matas ciliares. A
geologia indica que não há risco de se atingir patrimônio espeleológico (grutas e
cavernas) face ao substrato cristalino com ausência de rochas calcáreas, susceptíveis ao
fenômeno da dissolução formador de tais bens e que os terrenos cristalinos se mostram
bastante estáveis. Por sua vez não há risco de se atingir nascentes, lagos e lagoas
protegidos pela legislação ambiental.

O Diagnóstico do Meio Biótico, indica que a vegetação de Caatinga


presente no trecho em que pese encontrar-se pouco degradada pelas atividades agrárias
é pouco densa e não forma Unidades de Conservação legalmente instituídas.

Neste contexto, infere-se que os melhoramentos da ponte torna-se


ambientalmente viável, embora haja necessidade se prever recomposição das matas
ciliares para minimizar a degradação das matas ciliares, o que será objeto do projeto
ambiental.

3.3.3.1.2 Recomendações

• Nas margens da ponte (área de APP), correspondente às matas


ciliares nas margens, revegetar a área das cabeceiras com
vegetação ciliar (ingazeiras, gameleiras, carnaubeiras, dentre outras)
após a construção numa área equivalente a largura da faixa de
domínio x a faixa de proteção do Código Florestal que varia em
função da largura do Rio Assú;

• Nos areais, nas margens/leitos de rios, promover a revegetação de


uma área equivalente a 35m x 35m = 1.225 m2, o que equivale
àquela a ser degradada nas margens em razão da estocagem de
materiais, implantação de acesso e movimentação de máquinas e
veículos;

• As densidades e espaçamentos de mudas de vegetação nativa


deveser: para áreas de APP (areais nas margens de rios e cabeceiras
da ponte – 3m x 3m = 9m2/muda, ou 1.111 mudas por hectare;
nas áreas fora de APP (jazidas e empréstimos), deve-se adotar o
C242_VOL.03_Rev00.doc

espaçamento de 5m x 5m = 25m2/muda, ou 400 mudas/hectare, em


quincôncio;

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


138
DNIT / SR - RN

• Todas as áreas a serem degradadas deverão, também, ser


protegidas por gramíneas associadas a leguminosas;

• As inclinações de taludes nas áreas de jazidas e empréstimos, caso


as espessuras médias ultrapassem os 2,00 m deverão ter fator de
inclinação de 1.8 e suas superfícies deverão ser tratadas também
com gramíneas; nestes casos deverá também ser previsto a
implantação de valetas de proteção, tipo VPC-02;

• Em todas as jazidas e empréstimos, no processo de recuperação


ambiental, deve-se estocar a camada fértil e, posteriormente espalha
no interior da ocorrência, e, seqüencialmente, se proceder a
revegetação com espécies nativas da Caatinga;

• Deverá ser implantado uma “Residência Ambiental”, no sentido de


monitorar as obras garantindo o fiel cumprimento do Projeto
Ambiental a ser elaborado e aprovado pelo DER.

• Deve-se utilizar, preferencialmente, jazidas de materiais de


construção já parcialmente exploradas, comerciais, com caminhos
de serviço já consolidados; as áreas já exploradas e ainda não
recompostas deverão ser incorporadas à sua recuperação geral, no
Projeto Ambiental.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


139
DNIT / SR - RN

3.3.4 Projeto Ambiental

O Projeto Ambiental contempla a recuperação:

. das cabeceiras da ponte sobre o Rio Assú alargadas;


. areal e acesso, e
. da área do acampamento.

Conforme referido nos Estudos Ambientais, não existem ocorrências de


Passivo Ambiental nas margens da ponte não gerando, portanto, quantitativos neste
Projeto Ambiental. De outro lado, a pedreira (ver fotos em anexo) é comercial, de sorte
que a recuperação desta área de uso não é contemplada neste projeto.

3.3.4.1 Recuperação das Ocorrências de Materiais

A reabilitação ambiental das áreas deverá se pautar pelas seguintes


especificações gerais do DNIT e particulares e croquis de projetos-tipo apresentados
adiante:

DNIT 102/2009 ES - Proteção do Corpo Estradal - Proteção Vegetal;

DNIT 073/2006-ES - Plantio de Árvores e Arbustos

O diagnóstico do item Vegetação dos Estudos Ambientais, bem como as


inspeções em campo, indica a presença de vegetação nativa, com predomínio de
C242_VOL.03_Rev00.doc

vegetação do Bioma Caatinga, razão porque se optou pelo replantio da vegetação nativa
típica daquele Domínio (ver Escolha das Espécies Vegetais e Anexo à EP-01).

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


140
DNIT / SR - RN

Apresenta-se, a seguir o quadro “Detalhamento dos Serviços de


Recuperação Ambiental”, contemplando cada ocorrência de per si. O resumo dos
quantitativos foi incorporado ao Quadro de Quantitativos do Projeto de Engenharia.

Detalhamento dos Serviços de Recuperação Ambiental

Serviços a Realizar
Localização
Discriminação Vegetação
Atual Mudas Hidrossemeadura
Dist. (ud) (m2)
Est. Lado Eixo
(m)

a) Mata Ciliar (cabe- - LD/LE margens Caatinga ciliar – caatinga 2.666 -


ceiras da ponte – esparsa
ver memória
adiante)

b) Areal - - - Ciliar nas margens 136 -


(Leito Rio Assú)

c) Pedreira

P.1 (comercial) - - - - -

d) Canteiro - - - - 5.000

TOTAIS
2.802 5.000
C242_VOL.03_Rev00.doc

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


141
DNIT / SR - RN

3.3.4.2 Resumo das Quantidades

RESUMO DAS QUANTIDADES

Itens de Serviço Unid. Quant. Especificação

. Plantio de Mudas ud. 2.802 EP-01


. Hidrossemeadura m2 5.000 DNIT 102/2009 ES

3.3.4.3 Memória de Cálculo

Esta Memória de Cálculo, encontra-se compatibilizada com as


recomendações do DNIT em análises de projetos similares, a exemplo: cálculo de
densidade de mudas para APP e fora de APP; distanciamento de mudas; aplicação de
hidrossemeadura; área de recuperação de matas ciliares nas cabeceiras de pontes, etc.

a. Cálculo do Plantio por Mudas :

Levando-se em conta que previu-se apenas o plantio de mudas nas


margens do Rio Assú (Área de Preservação Permanente – APP), considerou-se a
densidade de 1.111 mudas/hectare, ou espaçamento de 3m x 3m = 9m2 por muda. O
tamanho das mudas a serem utilizadas deverá ser de, no mínimo, 30cm, do coleto até o
último broto apical.

b. Cálculo da Área do Canteiro

Considerou-se uma área total do canteiro de 5.000 m2. A área do Canteiro


deverá se localizar, fora da área de APP do Rio Assú, ou seja, com distanciamento
mínimo de 200 m do leito do rio.

c. Cálculo de Recuperação de Matas Ciliares das Cabeceiras da Ponte

Levando-se em conta que as intervenções de construção e alargamento de


pontes necessariamente implicam na erradicação de parcelas da vegetação ciliar, tanto
em razão da própria implantação das cabeceiras das pontes (erradicação definitiva), bem
como da movimentação de máquinas, equipamentos e deposição de materiais de
construção no entorno das cabeceiras, impacto que pode ser reversível, torna-se
imperioso, para que não se incorra em confronto legal, que se proceda a uma
revegetação compensatória da faixa de APP suprimida.
C242_VOL.03_Rev00.doc

O próprio DNIT, em análise de projetos viários anteriores, tem sugerido um


modelo espacial de compensação destas intervenções, através de um croqui ilustrativo, o
que será tomado como base neste projeto.
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
142
DNIT / SR - RN

Na ilustração a seguir (originário do novo Código Florestal) tem-se o


enquadramento da ponte sobre o Rio Assú nas respectivas faixas de proteção legal, o
que será tomado como base para o cálculo do número de mudas a ser implantado
(memória de cálculo subsequente).

Determinação das Faixas de Proteção:

Ponte a Faixa Largura Faixa de


Construir do Rio Proteção

Ponte R.Assú 200 a 600 m 200 m

Nas cabeceiras da ponte (OAE), tratando-se de área de APP, considerou-


se o plantio por mudas conforme indicado no item a: 1.111 mudas/ha, levando-se em
conta a faixa de proteção do curso d’água conforme Código Florestal (acima) x área da
faixa de domínio de 30 m em cada cabeceira.

Na tabela a seguir apresenta-se os quantitativos dos serviços de


revegetação no entorno da ponte considerando-se:

. a faixa de proteção transversal do Código Florestal para cada uma


das quatro cabeceiras da ponte a ser construída;

. uma faixa longitudinal de 30 m que corresponde a faixa de domínio


cujas matas ciliares serão degradadas em razão das obras de
implantação das cabeceiras das pontes, movimentação de máquinas
e veículos, deposição de materiais de construção, etc.,

. a indicação do Projeto-Tipo concebido a partir da recomendação do


DNIT já referida anteriormente.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


143
DNIT / SR - RN

Memória de Cálculo da Área e Número de Mudas para Recuperação de Matas Ciliares –


Cabeceiras da Ponte sobre o Rio Assú

Vão Faixa de Faixa de Faixa Área a Área a Mudas


Ponte a Locali- da Largura do Proteção Domínio Recuperar Recuperar (1.111/ha)
Ampliar zação Ponte Recurso do Código em cada em cada ou 01 muda a
(m) Hídrico Florestal (m) uma das 04 Cabeceira x cada 9m2
(Código (m) cabeceiras 4 lados (espaçamento de
Florestal) “A” “B” “AxB” “AxB” x 3x3m=9m2)
(m2) (ud.)
4

Ponte sobre Km 580,00 200 a 600 200 30 6.000 24.000 2.666


o Rio Assú 115,34 m

Total (ver esquema no croqui do Projeto-Tipo 1) 2.666

3.3.4.4 Projetos-Tipo

A seguir apresenta-se o projeto-tipo para recuperação das áreas a serem


degradadas nas cabeceiras da ponte:

Projeto-Tipo 1: Recuperação de Matas Ciliares – Pontes;


Projeto-Tipo 2: Recuperação Acesso ao Areal
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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DNIT / SR - RN
C242_VOL.03_Rev00.doc

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DNIT / SR - RN

3.3.4.5 Escolha das Espécies Vegetais

As espécies vegetais a serem introduzidas na revegetação das áreas


degradadas, após o tratamento dado conforme procedimentos constantes do item
anterior, inclui:

. gramíneas associadas a leguminosas por hidrossemeadura visando


fornecer uma proteção imediata contra a erosão e prover o estrato
graminoso e sub-arbustivo nas áreas;

. arbustos e árvores nativos por mudas, conforme Especificação EP-01


anexa.

a) Gramíneas/Leguminosas a ser Utilizadas na Hidrossemeadura para


Recuperação da Área do Canteiro

A Especificação DNIT 102/2009 – ES deverá nortear os procedimentos de


plantio, ali constando, inclusive, uma listagem de gramíneas e leguminosas que têm maior
capacidade de consorciação e atributos desejáveis como agressividade e rusticidade,
rápido desenvolvimento, fácil propagação, baixo custo de implantação, pouca exigência
nas condições dos solos e nos cuidados de manutenção, fácil aquisição comercial,
consorciabilidade. São as seguintes as espécies vegetais constantes da especificação:

Gramíneas Leguminosas
Braquiaria Humidícola, Decumbens ou Brizantha Pueraria Phaseoloides (kudzu tropical)
Paspalum notatum (grama Batatais) Calopogonium Muconoides (calopo)
Axonopus Obtuzifolius Cajanus Cajan (feijão guandu)
Eragrostis Curvula (capim chorão) Centrosema Pubescens (centrosema)
Milinis Minitiflora (capim gordura ou meloso) Estizolobium anterrinum (mucuna)
Lolium Multiflorum (azevêm)
Setária anceps (capim sectária)

Pesquisa efetuada pelo IRI – Internacional Research Institute para o DNIT, à


época DNER, foi conclusiva quanto às seguintes consorciações:

. Brachiaria Humidicola com Pueraria Phaseoleides: melhor comportamento


e vantagens sobre todos os aspectos constantes dos atributos básicos
desejáveis (já referido);

. Brachiarias com Centrosema Pubescens ou Calopogonium Muconoides:


resultados satisfatórios, ficando em segundo plano.

Por sua vez, conforme Alcântara, Pedro Jr. Donzelli, 1993, as gramíneas
capim gordura e as braquiárias são os mais resistentes a condições adversas de solos,
além de deterem maior poder de proteção contra a erosão.
C242_VOL.03_Rev00.doc

A equipe encarregada da supervisão ambiental, na fase de

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


146
DNIT / SR - RN

obras deverá promover a análise dos solos de cada ocorrência, no sentido aferir a
consorciação mais produtiva para cada área a ser tratada.
A recuperação da bio-estrutura do solo, devida ao sistema radicular
bastante expansivo das gramíneas e leguminosas, produzindo e depositando no solo
grande quantidade de matéria orgânica, faz aumentar a capacidade de retenção do
oxigênio e da água das precipitações pluviométricas, vitais para o desenvolvimento e
manutenção da vida vegetal.

O revestimento vegetal do solo funciona como anteparo natural da


incidência solar e a quebra do impacto das gotículas das chuvas, bem como, diminui a
velocidade dos fluxos d’água devido as mesmas, protegendo, portanto, o solo, do
processo erosivo e conseqüentemente o carreamento do mesmo para formação de
assoreamento das regiões baixas da topografia local.

b) Espécies Arbustivas e Arbóreas para Plantio por Mudas nas Cabeceiras da


Ponte e no Acesso ao Areal

A seguir apresenta-se uma relação de espécies vegetais do Bioma Caatinga, cujo hábito
de ocorrência se dá nas margens de cursos d’água, de acordo com bibliografia
consultada, fornecendo um leque de opções de plantas de famílias diversas a serem
introduzidas na margens do Rio Assú. Vale ressaltar que as plantas na família
Leguminosae têm a propriedade de fixar nitrogênio no solo o que concorre para o melhor
desenvolvimento das demais.

Espécies Vegetais da Caatinga com ocorrência frequente nas Margens de Rios


(para utilização nas margens do rio Jequitinhonha)

Família Espécie Espécie Porte


(nome científico) (nome comum

ACANTHACEAE Ruellia panicula L. Mato-fedorento sub-arbustivo


BIGNONACEAE Tabebuia aurea Craibeira arbóreo
CAPARACEAE Capparu flexuosa Feijão-brabo arbustivo
EUPHORBIACEAE Cnidoscolus lorfgrenii Cansanção sub-arbustivo
EUPHORBIACEAE Cnidoscolus quercifolius Faveleira arbóreo
EUPHORBIACEAE Jatropha malíssima Pinhão-grande arbustivo
LEGUMINOSAE Erythrina velutina Mulungu arbóreo
LEGUMINOSAE Lonchocarpus sericeus Ingazeira arbóreo
RAMNACEAE Zizipus joazeiro Juazeiro arbóreo
SAPINDACEAE Sapindus saponária Saboneteira arbóreo
SOLANACEAE Nicotiana glauca Salgueiro sub-arbustivo

Fonte: RADAMBRASIL e JUSSARA, Adriana Novaes Souza. Levantamento florístico vegetação ripária de caatinga. Universidade
Federal Rural do Semi-Árido. In Revista Caatinga. Dez. de 2010

Nas partes mais altas das margens do rio, especificamente, na área do Canteiro de
Obras, além destas opções, podem ser acrescentadas, plantas que ocupam o relevo
tabular, e comuns na região de Itaobim, destacando-se conforme citado em “Problemas
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de Reflorestamento do Nordeste Brasileiro - Romildo F. de Carvalho em As Regiões


Naturais do Nordeste e o Meio e a Civilização, J. Vasconcelos Sobrinho, Recife, 1971”:

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Jurema (Mimosa sp)

“Graças à sua abundante sementação, regenera-se admiravelmente por


semente, embora brote pelo tronco depois de cortada. Tem a vantagem de adaptar-se a
qualquer condição de solo, propagando-se por isso em terras de aterros ou mineralizados,
rochosas e solos pedregosos, secos e úmidos (não encharcados)”

Marmeleiro (Croton sp)

“Regenera-se abundantemente por semente, cuja produção é imensa, nas


caatingas do Sertão, Seridó, Agreste, Caatinga Verdadeira e Cariris Velhos. Perpetua-se
violentamente por brotação de tronco depois de cortada. Invade grandes áreas abertas
depredadas, bem assim, nas áreas de lavouras abandonadas, margens de estradas,
caminhos, veredas e aceiros.”

. Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) - Família Leguminosas Mimosóideas

“Árvore de até 7 m de altura... comum em todo o Semi-Árido. Pelo seu


rápido desenvolvimento, recomenda-se como essência indispensável a qualquer trabalho
de reflorestamento do Nordeste seco. Multiplica-se por sementes e estacas. Três anos
depois, já fornece madeira pesada, de cerne roxo-escuro. Um sabiazal praticamente não
se acaba”.

Pode-se, ainda, incluir a palmeira Carnaubeira (abundante na região e


propícia para as áreas úmidas de margens de rios) e Cajarana.
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3.3.4.6 Recomendações para Preservação do Curso d’Água

Estas recomendações, diante da natureza das obras devem ser


consideradas principalmente nas margens da ponte sobre o Rio Assú, devendo-se adotar
os seguintes procedimentos:

. evitar o lançamento de materiais resultantes das atividades e


terraplenagem e/ou pavimentação nos cursos d’água;

. evitar a lavagem de veículos e equipamentos nas margens dos cursos


d’água;

. construir instalações sanitárias adequadas nos canteiros de obras,


evitando o lançamento “in natura” nos cursos d’água.

A adoção das medidas acima relacionadas deverá contribuir para a


contenção da erosão e do consequente assoreamento dos cursos d’água, além de
proteger a qualidade dos mananciais da área.

3.3.4.7 Implantação, Operação e Remoção de Acampamentos e Áreas Industriais

a) Condições Gerais

A Implantação dos acampamentos e áreas industriais deverá se pautar


pelas seguintes condições a seguir descritas.

A camada vegetal (solo de topo), oriunda das operações de


desmatamento, limpeza e preparo do terreno, será removida para estocagem em áreas
previamente escolhidas. Este material (estocado e protegido de modo a evitar o
carreamento) será utilizado, futuramente, na recuperação ambiental das áreas afetadas
pelas obras que deverá ser através do plantio de gramíneas a lanço manual.

Os locais próximos a áreas de interesse ambiental serão evitados, ou seja,


deve-se evitar a instalação do acampamento na área de APP da margem do Rio Assú
(faixa de proteção do Código Florestal) que é de 200 m para cada margem .

A distribuição das instalações deve ser projetada de modo a reduzir ao


mínimo necessário a supressão de vegetação e o movimento de terra, mantendo-se,
sempre que possível, as formações vegetais nativas nos espaços não utilizados e no seu
entorno.

b) Infraestrutura

Infraestrutura de Abastecimento de Água: Todos os sistemas de


abastecimento, inclusive as áreas de captação, serão implantados com dispositivos de
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proteção contra contaminações, sendo protegidos por cercas, fechamentos, coberturas e


outras intervenções que se fizerem necessárias.

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Infraestrutura de Esgotamento Sanitário, Doméstico e Industrial: Os


efluentes líquidos, normalmente gerados nos acampamentos e áreas industriais,
compreendem:

Efluentes Sanitários – de escritórios, alojamentos e demais instalações de


apoio;
Efluentes Domésticos – das cozinhas e refeitórios;
Efluentes Industriais – das oficinas, das instalações de manutenção, das
instalações industriais de apoio e dos pátios de estocagem de materiais.

Deverão ser obedecidas as seguintes condições básicas para sua


implantação:

. As redes de coleta de efluentes líquidos serão implantadas


distintamente, uma para os efluentes domésticos e sanitários e outra
para os industriais. Em nenhuma hipótese deverão ser interligados os
sistemas de drenagem de águas pluviais e sistemas de esgotamento
sanitário;

. Para óleos, graxas, etc. serão implantadas caixas de separação,


acumulação e adotados procedimentos de remoção especiais. Os
locais de disposição final serão aprovados pela fiscalização, já na
fase de implantação do acampamento;

. Para o tratamento de efluentes domésticos serão implantadas fossas


sépticas;

. Não será permitido o uso / implantação de valas a céu aberto para


esgotamento de efluentes.

A disposição final de resíduos sólidos será realizada em locais pré-


definidos, de acordo com a fiscalização. As áreas de descarte serão implantadas nas
seguintes condições:

. Distância de pelo menos 200m de corpos hídricos;

. Em função das características do material de descarte, o terreno


destinado a execução de bota-foras será objeto de compactação
prévia e / ou outro tipo de preparo que se fizer necessário
(concretagem, revestimento plástico, outros);

. Caso necessário, implantar sistema de drenagem no maciço;

. Evitar áreas com vegetação, talvegues, nascentes ou outras áreas de


interesse antrópico e biótico.
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O sistema de drenagem das águas superficiais tem por objetivo evitar a


formação de processos erosivos e assoreamentos. Para sua implantação deverão ser
obedecidas as seguintes condições:
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. Serão adotadas soluções específicas aos deságües, por dispositivos


de proteção dos terrenos e terraplenos, assegurando a interface da
drenagem superficial com o terreno natural;

. Não serão interligados sistemas de águas servidas ao de drenagem;

. Em pontos pré-definidos, a montante dos deságües, serão dispostas


caixas coletoras distintas para óleos e graxas de forma a permitir seu
correto manejo;

. Por se tratarem de instalações temporárias, deve-se adotar a


implantação sistemas de drenagem simplificados (drenagem de
serviço), dispensando-se obras padronizadas em concreto, por serem
onerosas e de difícil remoção.

c) Higiene e Saúde e Contratação de Pessoal

Para implantação de estrutura voltada à higiene e saúde dos


acampamentos e funcionários, serão adotadas as seguintes diretrizes básicas:

. As cozinhas serão projetadas e construídas de forma a permitir total


higiene e dispor de todos os equipamentos e recursos necessários,
privilegiando a limpeza do local;

. As instalações dos refeitórios serão protegidas pelo uso de telas e


equipadas por sistema de ventilação;

. A contratada disporá de ambulatório para tratamento de doenças,


endemias e acidentes, sendo capaz de oferecer socorro emergencial.

. No processo admissional de funcionários haverá total interação com


os programas do meio sócio - econômico e cultural, em especial com
o Programa de Treinamento e Capacitação da Mão de Obra, sendo
repassado aos colaboradores, população residente na área de
influência direta da rodovia e ao contingente contratado para as
obras, incluindo suas famílias, informações relativas às
características, necessidades e mudanças decorrentes das obras e
também em relação aos Programas Ambientais a serem implantados;

. Todo o pessoal contratado será submetido aos exames médicos


previstos no Programa de Segurança e Saúde dos Trabalhadores;

. O início dos trabalhos se fará após treinamento admissional de


prevenção de acidentes do trabalho e preservação ambiental,
conforme o Programa específico de Treinamento e Capacitação da
Mão – de – Obra e o Programa de Educação Ambiental.
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Operação dos Acampamentos e Áreas Industriais

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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a) Abastecimento d’Água:

. A água destinada ao uso humano terá a qualidade atestada


periodicamente, por instituição idônea;

. No caso de tratamento pela utilização de produto(s) químico(s), os


armazenamento e manipulação serão efetuados de acordo com as
normas vigentes;

. Serão adotados equipamentos especiais, definidos de acordo com as


condições locais, para proteção ao sistema de abastecimento e
depósito de água, impedindo contaminações;

. Efetuar monitoramento e manutenção do sistema implantado.

b) Esgotamento Sanitário, Doméstico e Industrial:

. As atividades operacionais para o tratamento de efluentes envolverão


o monitoramento e manutenção sistemática do sistema implantado;

. Não será permitida lavagem de veículos, peças e equipamentos em


corpos d'água.

c) Coleta e Disposição de Resíduos Sólidos:

. Será procedida a seleção / separação do lixo orgânico do inorgânico,


com freqüências de coleta, tratamento e destino final realizado de
modo a não permitir a criação de odores ou proliferação de vetores
nocivos à saúde;

. Os resíduos que não oferecerem riscos de contaminação dos solos


poderão ser dispostos em aterros apropriados;

. O lixo hospitalar será obrigatoriamente coletado diariamente, disposto


e posteriormente incinerado em instalação apropriada e exclusiva;

. Os resíduos sólidos industriais compostos de peças de reposição


inutilizadas, filtros e embalagens de papel, plástico e outros derivados
de petróleo, pneus e peças de madeira, panos utilizados em limpezas,
etc., serão objeto de coleta seletiva, para posterior destinação de
acordo com sua categoria;

. Entulhos de obras (alvenarias, concretos, madeiras) restos de


materiais dos pátios de estocagem (pedras, areias, solos) e restos
das usinas de solos e concretos, serão lançados em bota-foras
especiais. A recuperação ambiental destas áreas compreenderá,
obrigatoriamente, cobertura por solo orgânico, (estocado por ocasião
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das operações de limpeza do terreno) previamente a implantação de


cobertura vegetal.

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d) Higiene e Saúde

. A estocagem de alimentos será em local permanentemente limpo,


arejado e, quando necessário, refrigerado;

. Serão implantados sistemas de proteção que garantam a


inacessibilidade a animais e insetos;

. O transporte das refeições para as frentes de serviço deverá ser feito


em embalagens hermeticamente fechadas;

. Todo o lixo será recolhido e transportado ao acampamento.

e) Segurança

. Quando necessário, será implantado sistema de sinalização,


complementar as medidas de segurança usuais, com a utilização de
placas / faixas / cartazes;

. As áreas consideradas de risco serão objeto de sinalização ostensiva


e controle restrito;

. Todos os estabelecimentos terão Planos de Prevenção contra


incêndio;

. Os veículos leves e equipamentos pesados serão equipados com


extintores de incêndio adequados à seus portes.

Remoção dos Acampamentos e Áreas Industriais

Na fase de Desmobilização, os Acampamentos e Áreas Industriais serão


removidos, salvo por determinação contrária da fiscalização e/ou órgãos ambientais (em
função de estabelecimento de convênios/compensações) para repasse destas
instalações, ou parte delas, para as comunidades.

Ao se proceder as remoções serão adotadas, obrigatoriamente, as seguintes


providências:

. Remoção total de todas as edificações, incluindo pisos e superfícies


em concreto;

. Remover todas as cercas, muros e outros equipamentos


delimitadores de áreas;

. Executar desmonte seletivo, agrupando por lotes: fiação,


encanamentos, madeiras, alvenarias, coberturas, louças e ferragens;
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. Verificar junto às comunidades, interesse pelo material descartado;

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. Transportar o entulho restante para áreas de bota-foras pré-


selecionadas;

. As fossas sépticas serão lacradas ou preenchidas em camadas,


paulatinamente, evitando o transbordamento;

. Só proceder a remoção das redes de efluentes líquidos após sua


limpeza;

. Não será permitida, a permanência de quaisquer vestígios das


construções, tais como: alicerces, pisos, bases e muros de concreto
para britagens e usinas de solos e concreto, cimentados para
estocagem de agregados, tubulações enterradas ou aéreas, etc.;

. Erradicar áreas potenciais para acúmulo de águas pluviais;

. Remoção de dispositivos que possam causar o bloqueio das águas


superficiais;

. Remoção de dispositivos para transposição de linhas de drenagem


natural;

. Quanto aos sistemas de drenagem superficial implantados, deve-se


proceder a avaliação para decidir pela sua permanência, adequação
ou erradicação;

. Executar a recuperação ambiental das áreas conforme o tratamento


recomendado para as jazidas: áreas consideradas planas ou de
pouca declividade por vegetação herbácea.

Desmobilização de Mão de Obra

Os contingentes de funcionários demitidos em função de paralisações ou


conclusão das obras, serão devidamente orientados em relação a oportunidades de
empregos locais, se assim o desejarem, ou serem encaminhados seus locais de origem.

A orientação aos funcionários desmobilizados será realizada por assistente


social em contato com o governo, para que possam ser disponibilizados programas de
emprego e apoio em várias áreas.

O objetivo destes procedimentos e evitar que, nas paralisações / término das


obras os operários demitidos se reúnam em aglomerações carentes e/ou ocupem áreas
de maneira irregular, formando núcleos desordenados nos estornos dos antigos
acampamentos conduzindo a processos de marginalização / aumento da criminalidade.
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ANEXO
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA
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LOCAIS DAS ÁREAS DE USO

Local do Canteiro de Obras


Local próximo a ponte de Açu-RN, em torno de 3 km da rodovia BR-304. O local está cedido a
Construtora CLC para as atividades do Crema.
Ponto GPS n° 24M 731236.00 m E - 9379438.00 m S – P2
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Local do Bota-Fora
Local próximo a ponte de Açu-RN. Na 2ª entra da Cidade de Assu em torno de 4,5km Área
pertencente a Prefeitura de Assu. – Contato Sec. De Obras – Sr. Sergio – 84 9419.4596 –
sergiorochapsl@gmail.com

Ponto GPS n° 24M 730626.00 m E- 9381383.00 m S - P20

Bota fora Bota fora

Bota fora Acesso ao bota fora

Acesso ao bota fora 2ª. entrada da cidade de Assu


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Local da Pedreira (comercial)


Local próximo a ponte de Açu-RN. Em torno de 11km e denominada como Pedreira Itajá(Norte
Mineração). Com o contato. 84 – 9957.7953(Fabio) –(81) 9700.9108(Samuel) e
(84)9853.4014(Thiago)

Ponto GPS n° 24M 741482.00 m E- 9373785.00 m S – P4

Acesso Licença

Britadores Local de extração

Entrada na rodovia BR-304


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4. PROJETOS
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4.1 Projeto de Reforço Estrutural e Alargamento

4.1.1 Geometria Existente

Extensão = 585,62m

Largura = 8,30m

4.1.2 Características Geométricas e Estruturais

Trata-se de uma ponte rodoviária existente, em concreto armado, que foi


implantada pelo DNOCS no ano de 1952.

O sistema estrutural longitudinal pode ser descrito como dividida em 02


segmentos extremos, com 02 vãos contínuos cada, com 01 balanço voltado para o trecho
interno e 05 segmentos intermediários com 02 vãos contínuos cada e 02 balanços, iguais,
e intercalados por 03 vãos isostáticos tipo gerber.

São 05 trechos de vigas contínuas sobre os apoios intermediários sempre


com 02 vãos contínuos sobre os apoios de 30,00m cada, com balanços de 7,50m cada,
nos segmentos intermediários e com 22,50 nos vãos das extremidades, onde, nos
balanços, apóiam-se 06 vãos isostáticos do tipo gerber de 15,00m. Todas as medidas
acima são teóricas, sendo que nos levantamentos foram demonstradas as variações
construtivas, com suas dimensões reais.

Com isto, a ponte é constituída por 18 vãos de 30,00m cada e mais 02


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vãos extremos com 22,50m cada. Totalizando a extensão teórica de 585,00m. Mas que,
pelos levantamentos realizados, indicaram comprimento total de 585,62m.

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A obra situa-se em uma região tangente da rodovia e foi construída,


originalmente com seu tabuleiro em nível.
As 12 juntas transversais, nos 06 vãos tipo gerber, não possuem qualquer
vedação, estando todas com acentuadas dimensões em suas aberturas, preenchidas ou
não, somente com a pavimentação asfáltica, proporcionando total infiltração das águas
pluviais e, conseqüentemente, a deterioração avançada dos elementos de concreto
nestas regiões, que são as transversinas e apoios das longarinas dos vãos tipo gerber.

A seção transversal, composta por 02 vigas longarinas de alturas variáveis


parabólica, tabuleiro em laje superior efetiva, isto é, para as 02 faixas de rolamento e para
as regiões dos guarda rodas, possui a largura total de apenas 8,30m. Os balanços laterais
da laje sob os guarda rodas e passeios de pedestres, elevados, são apoiados sobre a laje
estrutural efetiva e com larguras, em ambos os lados da pista, de 132,5cm cada. Havendo
os tradicionais guarda corpos de concreto, semelhante ao velho padrão do DNER à
época, em ambos os bordos.

As longarinas, além de ligadas pela laje superior do tabuleiro, em concreto


armado, ainda o são por transversinas, também de concreto armado, posicionadas nos
apoios e nos 1/12 dos vãos e ligadas à laje do tabuleiro.

A mesoestrutura é totalmente composta por pilares tipo parede maciços de


concreto com seção transversal retangular variável.

Quanto ao tipo de infraestrutura, são todas as originai, em estacas pré-


moldadas de concreto, coroadas por blocos de concreto armado. Exceto as fundações
dos apoios P.17 e P.18 que já sofreram alguma intervenção de reforço com a implantação
de tubulões de concreto.

4.1.3 Observações e Comentários

A obra apresenta-se com grave e elevado índice de incidências de


deteriorações e anomalias. Verifica-se que a implantação de reforços localizados, com a
implantação de tubulões adicionais na região dos apoios P.17 e P.18. Porém não foram
encontrados documentos relativos à construção destes reforços.

Nas inspeções no local foram observadas muitas fissuras localizadas no


blocos originais, indicativas de recalques diferenciais.

Além de graves deteriorações e anomalias causadas por ações de origem


superficial, tal como as infiltrações das águas pluviais vindas do tabuleiro, devido à falta
de revestimentos e vedações para a adequada estanqueidade das juntas transversais do
tabuleiro, em todos os vãos do tipo gerber, muitas outras e mais graves, foram
observadas.

Elevado abatimento, não somente nos vãos gerber, foi observado no vão
entre os apoios P.15 e P.16. Onde a viga longarina, de forma mais acentuada, a de
montante, apresenta grande deterioração do concreto em sua face lateral inferior e junto à
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região central do vão com fissuras de flexão, indicando grave situação já pela falta de
capacidade estrutural e pelas deformações observadas.

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4.1.4 Características do Projeto de Recuperação, Reforço e Alargamento do


Tabuleiro

O projeto de recuperação, reforço e de alargamento do tabuleiro é


justificado pelos fatos acima descritos e pelo Termo de Referência de contratação do
projeto, visando a implantação de intervenções e serviços para não somente garantir a
estabilidade das estruturas como também, ampliar a sua capacidade portante, bem como
a vida útil em serviço e ainda, proporcionar maior segurança ao tráfego pela inclusão de
maiores espaços além das pistas de rolamento para criação de faixas de acostamentos
laterais, passeios laterais para pedestres / ciclistas e implantação de barreiras de concreto
tipo New Jersey, conforme padrões atuais das OAE do DNIT, garantindo, assim, maior
capacidade, durabilidade e reduzidas necessidades de intervenções de manutenção ao
longo do tempo de utilização em serviço. Isto é, ampliando ou renovando a vida útil
daquelas estruturas, inclusive com a previsão de reforços das estruturas para o tráfego do
novo veículo TB-45 previsto pela Norma NBR-7188/1985.

A filosofia do projeto de reforço é a implantação de protensão aplicada


externamente às estruturas e posteriormente, pelos seus envolvimentos, torná-las
aderente ao concreto existente.

As unidades de protensão serão constituídas de instalação em


monocordoalhas de diâm. 12,7mm em aços CP-190RB, em traçados poligonais e laterais
às vigas longarinas, que se darão através de dispositivos metálicos particularmente
projetados e previstos de serem instalados para servirem de ancoragens e desviadores.
Estes serão os reforços propriamente ditos para as vigas longarinas.

Para o alargamento do tabuleiro, passando dos atuais 8,30m para uma


largura total de 12,80m, a fim de se prever espaços ideais para 02 pistas de 3,50m cada e
acostamentos laterais de 2,50m cada e, ainda, barreiras de concreto tipo New Jersey de
0,40m cada. Com tais dimensões, ou seja, acréscimos efetivos de 2,25m para cada lado,
serão previstos além de reforços nas lajes do tabuleiro, como também nas transversinas.
Estas serão prolongadas para ambos os lados, em concreto armado protendido. O
mesmo tratamento será dado às lajes do tabuleiro, onde, além de um prolongamento da
região em balanço, será previsto uma sobrelaje estrutural em concreto armado e
protendido transversalmente ao tabuleiro.

Na análise do sistema de reforço e para sua implantação é prevista a total


eliminação das juntas, tornando a obra contínua e sem juntas estruturais em toda a
extensão original em 18 vãos contínuos de 30m cada e mais 02 de 22,50m cada, nas
extremidades.

Com o acréscimo significativo não somente de maior peso próprio, mas


pela previsão de maiores espaços de tabuleiro para o tráfego de veículos e passeios de
pedestres / ciclistas, se farão necessários os serviços de reforço da infra e, além disto, a
ampliação da mesoestrutura. Bem como, as indicações de falhas na capacidade das
fundações existentes.
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Para os apoios das longarinas serão previstas as implantações de novos


aparelhos de apoio do tipo metálicos móveis unidirecionais e fixos no topo dos pilares,
pela ampliação das travessas de apoio, para escoramento provisório e transferência de
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cargas, durante os serviços de corte e de demolição das seções de concreto nas regiões
dos apoios hoje existentes sobre os pilares parede.

Com relação a infraestrutura vale salientar e registrar que o DNIT


contratou em caráter emergencial a empresa Arteleste Construções Ltda no ano de 2010,
para proceder serviços de reforço da infraestrutura e recuperação das vigas longarinas do
vão entre os apoios P.15 e P.16. Assim sendo, a infraestrutura constante deste projeto
refere-se a implantação dos encontros (estacas raiz, blocos e encontros) os quais
apoiarão as passarelas que ali serão implantadas.

Estes novos elementos de reforço das fundações foram implantados ao


lado do tabuleiro existente e sem a interferência com o tráfego sobre a obra.

Demais serviços de recuperação estrutural, tais como tratamentos de


armaduras, seções de concreto desagregadas, aplicação de novos revestimentos e
injeção de fissuras deverão ser previstos de serem implantados para a mais perfeita
correção de todas as anomalias observadas e para uma total recuperação da capacidade
portante e da vida útil daquelas estruturas.

Para as novas superestruturas independentes e laterais, para os novos


passeios de pedestres / ciclistas, foi projetada uma viga em seção caixão unicelular em
concreto armado protendido. Cuja geometria longitudinal e alturas de longarinas, foi
idealizada conforme a geometria existente, isto é, com altura variável de forma parabólica
ao longo dos vãos. Objetivando total harmonia com a obra existente.

Para a construção destas novas superestruturas, contínua, em 20 vãos,


com 18 vãos intermediários de 30m e 02 extremos com 22,50m, idealizou-se a construção
por escoramentos diretos e parciais. Projetando-se protensões de trechos parciais e com
a previsão de ancoragens de emendas intermediárias.

Em ambas as extremidades foram previstos novos encontros de concreto


armado para, além do reforço sob a obra existente, a ampliação devido ao grande
acréscimo de largura do tabuleiro modificado e ampliado.

Pintura superficial protetora com tinta mineral e a execução de uma


pavimentação em concreto asfáltico são também parte dos serviços previstos para
proporcionar uma maior durabilidade e qualidade, reduzindo a necessidade de constante
manutenção da obra, pela sua total recuperação e acréscimo de capacidade.

A solução, assim descrita, conforme projetada, pode-se considerar, como


a mais adequada à total recuperação, reforço e alargamento daquelas estruturas. Sendo
a que menor acréscimo de cargas permanentes poderia gerar e maior capacidade e
durabilidade poderá proporcionar. Garantindo-se para a capacidade e para a durabilidade,
tal qual uma nova obra, sem quaisquer restrições de carga ou de vida útil em serviço.

Concretos Utilizados:
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. Blocos e travessas - fck>35MPa(CML) a/c<0,50


fck>35MPa - a/c<0,50

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. Encamisamento pilares - fck>35MPa (CML) a/c<0,5

. Envolvimentos reforços - fck>35MPa (CML) a/c<0,5

. Prolongamento transversinas - fck>35MPa (CML) a/c<0,5

. Cortinas - fck>35MPa (CML) a/c<0,5

. Alargamento da laje e sobrelaje - fck>35MPa (CML) a/c<0,5

. Superestrutura dos passeios de pedestres / ciclistas -


fck>40MPa - a/c<0,45

Nota :
Todos os concretos a serem utilizados, quando em contato com concretos
existentes, foram especificados concretos modificados com látex tipo CML, com adição de
produto a base de látex tipo SBR na água de amassamento na proporção 1:4(SBR:água);

Estaca tipo raiz :


. Em solo ∅410mm com camisas recuperáveis;
. Especificações gerais e de materiais conforme NBR-6122/1996;

4.1.5 Apresentação do Projeto de Iluminação

O projeto de Reforço Estrutural e Alargamento, bem como dos acessos as


passarelas está apresentado no capítulo 2 do Volume 2 – Projeto de Execução TOMOS I,
II e III.
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4.2 Projeto de Sinalização

4.2.1 Considerações Iniciais

O projeto de sinalização foi elaborado de acordo com os requisitos da IS-


215 do DNIT. Obedeceu as instruções contidas no Manual Brasileiro de Sinalização de
Trânsito – Versão 2007 – CONTRAN inerentes a sinalização horizontal e as do Manual de
Sinalização Rodoviária Versão 1999 - DNIT referentes à sinalização vertical de indicação
e dispositivos auxiliares.

É composta pela sinalização vertical, sinalização horizontal e dispositivos


auxiliares.

4.2.2 Sinalização Vertical

4.2.2.1 Tipos e materiais

A sinalização vertical é realizada através dos sinais de trânsito, cuja


finalidade essencial é transmitir na via pública, normas específicas, mediante símbolos e
legendas padronizadas, com o objetivo de advertir (sinais de advertência), regulamentar
(sinais de regulamentação) e indicar (sinais de indicação) a forma correta e segura para a
movimentação de veículos e pedestres.

As placas de sinalização vertical serão confeccionadas em chapas planas


de aço zincado no 16 , na espessura de 1,25mm, com o mínimo de 270g/m² de zinco, que
deverão atender a Norma ABNT NBR 11904/92. As chapas serão revestidas com película
refletiva constituída por microesferas de vidro aderidas em resina sintética (flat top com
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garantia mínima de 7 anos), O verso das chapas será revestido com tinta esmalte sem
brilho na cor preta, de secagem a 140o. Serão fincadas em suportes de madeira duplos
(placas indicativas).
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
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4.2.2.2 Sinalização de indicação

CORES

Fundo: Verde retrorrefletivo para mensagens de localidades


Azul retrorrefletivo para mensagens de rodovias
Orla: Branco retrorrefletivo
Verso: Poroso fosco

4.2.3 Sinalização Horizontal

A sinalização horizontal é realizada através de marcações no pavimento,


cuja função é regulamentar, advertir ou indicar aos usuários da via, quer sejam
condutores de veículos ou pedestres, de forma a tornar mais eficiente e segura a
operação da mesma. Entende-se por marcações no pavimento, o conjunto de sinais
constituídos de linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores diversos,
opostos ao pavimento da via.

Com relação à sinalização horizontal projetada para a rodovia, foram


adotados os seguintes padrões:

• Linhas de Bordo : serão contínuas, na cor branca, com largura


de 0,15m, afastadas do bordo da pista de
0,15m.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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• Linhas de Divisão de : Serão contínuas, na cor amarela de


Fluxos proibida ultrapassagem, com largura de
0,15m, em segmentos de 4,00m de
comprimento, espaçados de 12m;

A sinalização horizontal deverá ser executada com tinta a base de resina


acrílica emulsionada em água, retrorefletorizada com micro esferas tipo “ Drop On” , com
espessura úmida de 0,4 milímetros.

4.2.4 Dispositivos Auxiliares

• Tachas bidirecionais brancas nos bordos, com elementos refletivos


brancos, a cada 16 metros nos trechos.

• Tachas bidirecionais amarelas no eixo da rodovia, com elementos


refletivos amarelos, espaçadas a cada 4,0.

4.2.5 Apresentação do projeto de sinalização

O projeto de sinalização está apresentado no capítulo 3 item 3.1 –


Sinalização de Viária do Volume 2 – Projeto de Execução TOMO III.
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4.3 Projeto de Dispositivos de Proteção (Defensas)

4.3.1 Considerações Iniciais

O projeto Executivo de dispositivos de proteção compreende as defensas


metálicas semi maleáveis a serem utilizadas ao longo dos aterros de acesso da ponte
sobre o Rio Assú.

4.3.2 Apresentação do Projeto de Dispositivos de Proteção

O projeto de dispositivos de proteção está apresentado no capítulo 4 do


Volume 2 – Projeto de Execução TOMO III.
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Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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DNIT / SR - RN

4.4 Projeto de Iluminação

4.3.2 Considerações Iniciais

Este projeto define o sistema de iluminação a ser utilizado na reforma da


Ponte sobre o rio Assú na BR-304. A ponte possui um comprimento de 585 metros e uma
largura de 17,2 metros. Serão especificando os tipos e disposição das luminárias,
circuitos de alimentação e materiais utilizados. Como premissa serão utilizados os valores
máximos de iluminação definidos na NBR 5101 (Iluminação Pública) por tratar-se de uma
ponte com tráfego misto pedestre e veículos em mão dupla.

6.4.2 Definição do Tipo e Disposição das Luminárias

As lâmpadas utilizadas serão a Vapor de Sódio, tubular, com potência de


400W, instaladas em luminárias em alumínio fundido, de facho aberto e com vidros planos
para minimizar o ofuscamento.

As luminárias serão montadas em postes telecônicos, curvos, em tubos


de aço galvanizado com 12 metros de altura com dimensões e detalhes de fixação
conforme PI-02, apresentado do Volume 2 – Projeto de Execução.

Foi escolhido o POSICIONAMENTO BILATERAL ALTERNADO. Esta


configuração é recomendada para vias com largura entre 15 e 25 metros e adéqua-se
perfeitamente para as dimensões da ponte sobre o rio Assú.
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Os postes terão um espaçamento de 45 metros garantindo uniformidade


na iluminação e aproveitando a simetria da estrutura da ponte. Nesta configuração serão
instalados 26 postes sendo 13 em cada lado da ponte, localizados na extremidades da
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DNIT / SR - RN

passarela de pedestres.

45 m 22,5 m

22,5 m 45 m

4.4.3 Resultados Luminotécnicos

Pista de Rolamento

Valores Projetados Requisitos da NBR 5101


E(med) 26,5 20,0
U0 0,6 0,5

Passarela de Pedestres

Valores Projetados Requisitos da NBR 5101


E(med) 18,5 10,0
U0 0,621 0,2

Nos diagramas a seguir estão apresentadas a distribuição da iluminação na


pista de rolamento e na passarela de pedestres.
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4.4.4 Distribuição dos Circuitos

Em função das distâncias envolvidas e quedas de tensão resultantes, são


necessários dois pontos de alimentação monofásicos, instalados nas extremidades da
ponte, onde serão instalados postes de concreto duplo T e os quadros de medição
monofásico e os quadros de comando da iluminação.

As medição será feita em baixa tensão, através de medidor monofásico,


fixado do quadro de medição em policarbonato e Noryl padrão COSERN.
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As luminárias foram numeradas de 01 a 13, para cada lado das


alimentações, em cada uma das extremidades. A distribuição das cargas entre os
circuitos das duas medições está representada na figura abaixo.
Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN
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QUADRO DE CARGAS ITAJÁ


POTÊNCIA CORRENTE
CIRCUITO MEDIÇÃO ALIMENTAÇÃO LUMINÁRIAS
(W) (A)
1 ITAJÁ CHAVE DE IP. 7 3080 22,4
2 ITAJÁ 2x60A 6 2640 19,2
TOTAL ITAJÁ DISJ. 63A 13 5720 41,6

QUADRO DE CARGAS ASSÚ


POTÊNCIA CORRENTE
CIRCUITO MEDIÇÃO ALIMENTAÇÃO LUMINÁRIAS
(W) (A)
1 ASSÚ CHAVE DE IP. 7 3080 22,4
2 ASSÚ 2x60A 6 2640 19,2
TOTAL ASSÚ DISJ. 63A 13 5720 41,6

4.4.5 Dimensionamento dos Condutores

O dimensionamento dos condutores foi baseado no critério de queda de


tensão, pois as correntes nominais dos condutores dimensionados sob este critério, em
função das distâncias envolvidas superam em muito as correntes de carga projetadas.

Para garantir uma queda de tensão de no máximo 4% os condutores


especificados são de 10 mm².

S = 2.ρ. [1/(e%.V²)].∑(P1.L1+P2.L2+...)

Onde:

S=Seção do condutor em mm²


P = Potência em W
L = Distância em metros
ρ = Resistividade do cobre (1/58)
C242_VOL.03_Rev00.doc

e% = queda de tensão percentual (0,04)


V = Tensão do circuito (220)
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4.4.6 Dimensionamento dos Eletrodutos

Para garantir uma ocupação de no máximo 30% os eletrodutos


especificados para os ramais principais e cruzamentos da ponte são na bitola 1.1/2“. Os
eletrodutos de derivação para os postes são na bitola 3/4.

6.4.8 Proteção Contra Sobrecorrente

Os circuitos serão protegidos por disjuntores termomagnéticos


monofásica de 63A e pelos dispositivos existentes nas chaves de comando da iluminação.

6.4.9 Apresentação do Projeto de Iluminação

O projeto de iluminação está apresentado no capítulo 6 do Volume 2 –


Projeto de Execução TOMO III.
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4.5 Projeto de Sinalização de Obras

4.5.1 Considerações Iniciais

A sinalização de obras tem por finalidade assegurar aos usuários e


operadores de obras as devidas seguranças para a circulação do tráfego ao longo do
trecho a ser executado.

Para tal, foi realizado um planejamento para a execução dos serviços e


deste planejamento, foi desenvolvido o projeto de desvios de trânsito, mantendo-se o
cuidado na sinalização, para obter um controle seguro do fluxo de tráfego.

De acordo com o Manual de Sinalização de Obras (DNIT, 2010), a


sinalização de obras em rodovias deve:

• advertir, com a necessária antecedência, a existência de obras ou


situações de emergência e a situação que se verificará na pista de
rolamento;

• regulamentar a velocidade e outras condições para a circulação


segura;

• canalizar e ordenar o fluxo de veículos junto à obra, de modo a


evitar movimentos conflitantes, evitar acidentes e minimizar
congestionamento;

• fornecer informações corretas, claras e padronizadas aos usuários


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da via.

Volume 3 – Memória Justificativa BR-304/RN


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DNIT / SR - RN

4.5.2 Apresentação do Projeto de Sinalização de Obras

O projeto de sinalização de Obras está apresentado no capítulo 3 item 3.2


– Sinalização de Obras do Volume 2 – Projeto de Execução TOMO III.
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4.6 Projeto de canteiros de obras

4.6.1 Considerações Iniciais

Para a obra de Recuperação, Reforço e Construção de Passarela da


Ponte Felipe Guerra sobre o Rio Assú, optou-se pela implantação dos seguintes tipos de
canteiros, a saber:
• Canteiro Fixo e
• Canteiro de Apoio.
A seguir são apresentadas as descrições dos canteiros acima propostos.
4.6.2 Canteiro Fixo
O canteiro fixo permanecerá em funcionamento durante toda a obra,
dando total apoio em execução dessa.

4.6.3 Canteiro de Apoio

O canteiro de Apoio é indicado para dar suporte direto a obra no que diz
respeito à proteção em caso de chuva, necessidades fisiológicas dos operários, guarda
de materiais e ferramentas para uso diário, etc.

Para essa obra estão previstos 2 canteiros de Apoio, sendo um em cada


cabeceira da ponte.
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Esses canteiros serão compostos por um barracão de 30 m² e 3 banheiros químicos


instalados ao lado desse.
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4.6.4 Alojamento de Pessoal

Existem duas maneiras de alojar o pessoal que trabalha na obra, uma é


no próprio canteiro e a outra é em casas nas cidades localizadas na área de influência
dessa. No caso deste projeto optou-se pelo alojamento do pessoal na cidade de Assú.

4.6.5 Manutenção de Canteiro

Está previsto neste projeto o item de Manutenção de Canteiro, o qual será


medido e remunerado a partir do segundo mês de obra.

Para o canteiro fixo foi prevista a relação de pessoal abaixo descrita:

• Equipe de pessoal formada por: pedreiro(80h/mês), eletricista(80h/m),


e servente(2 em tempo integral) para fazer manutenção e conservação
de todas as edificações e limpeza das áreas externas.

Para aquisição de materiais a serem utilizados na manutenção foi


considerado o custo de 01 (um) metro quadrado de construção por mês (tabela
SINAPI/RN).

4.6.6 Demolições

Após o termino das obras a construtora deverá fazer a demolição de


todas as estruturas dos canteiros.

4.6.7 Mobilização e Desmobilização

Este item se aplica ao traslado de pessoal especializado e máquinas a


serem alocadas na obra no sentido: Natal – Canteiro – Natal.

Para a mobilização/ desmobilização de pessoal deverá ser adotada o


preço da passagem intermunicipal entre Natal e Assú.

Para o pessoal a ser mobilizado foi considerado as seguintes categorias:


Encarregados em geral e profissional qualificado, conforme relação apresentada a seguir:
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CODIGO DESCRIÇÃO QUANTIDADE


T312 Operador de equipamento leve 2:
Operador de compressor de ar 02

T501 Encarregados de turma:


Encarregado de OAE 02

T6 Pessoal qualificado:
- Montador 04
T602 Armador 08
T605 Soldador 04
T608 Serralheiro 05
Carpinteiro 06
Técnico em Enfermagem 01
Técnico em Segurança do 02
Trabalho
Pessoal Administrativo:
Chefe de Escritório 01
Chefe de Almoxarifado 01
Laboratorista Chefe 01
Cadista 01

TOTAL 38

As demais categorias tais como: pedreiros, serventes, eletricistas,


mecânicos, ajudantes em geral, etc serão contratadas na região.

Para a mobilização de equipamento o memorial descritivo está


apresentado a seguir:
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4.5.8 Apresentação do Projeto de Canteiro de Obras

O projeto de canteiro de obras está apresentado no Capítulo 7, Volume 2


– Projeto de Execução TOMO III.
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5.0 QUADRO DE QUANTIDADES


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6. TERMO DE ENCERRAMENTO
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Este documento contém o Volume 3 – Memória Justificativa, com folhas


numeradas eletronicamente, do nº 01 ao nº 203.
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