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O caminho para liberdade passa diretamente pela luta armada!

Essa afirmação pode assustar


os mais “puros”, quem acredita na conciliação de classe ou ainda, que através do voto e da
democracia representativa burguesa vai haver alguma mudança na estrutura que gera a
miséria do povo.

A liberdade não pode existir meio a fome, a miséria, a pobreza ou meio ao genocídio do povo
preto e ainda mais, quem enriquece com a nossa condição degradante não abrirá mão de seus
privilégios, no máximo ira ceder uma parte de seus privilégios para manutenção da estrutura
que gera as condições que lhe permite continuar existindo como privilegiado, ou seja, um
burguês e, essas cessão é o que se define como conciliação de classe.

Está na moda acusar a marionete que ocupa o cargo de presidente no executivo por todos os
problemas, o que não é real. Bolsonaro é uma marionete do sistema capitalista que agora
vigora em sua fase financeira com um capital que não reconhece fronteira, capital na forma
virtual transitando o tempo todo e se apropriando dos bem da natureza para especular e
controlar territórios e consequentemente suas populações. É necessário ter essa clareza para
identificar quem é o inimigo real e qual a melhor tática e, quanto a estratégia a única possível
tendo a liberdade real como horizonte é a ruptura total e radical.

Nesse sentido o atual gestor da nação brasileira tem a tarefa de levar a cabo todas reformas
que o sistema capitalista precisam para manter sua taxa média de lucro que a tendência é
continuar diminuindo e com isso mais pressão para fragilizar os Estados Nacionais, suas regras
trabalhistas; forçar privatizações de setores estratégico como energia, combustíveis e água e
levar a cabo medidas de austeridades. Só que essas medidas são ou deveriam ser impopulares
e para isso alguma medida de força é necessária e ainda o apoio do congresso nacional e, esse
apoio é o que ainda poupa a frágil democracia brasileira do golpe derradeiro que seria a
intervenção militar e o fechamento do congresso.

E necessário pensar sobre isso para compreender as relações de poder presente. As esquerdas
precisam decidir como elas vão se posicionar porque é possível defender a “democracia” e o
congresso nacional – mesmo ele sendo reacionário e conservador-, e pedir um Impeachment
do presidente. É possível ler que a melhor tática é: organizar o trabalho de base para fazer
enfrentamento em 2022 com uma candidatura progressista e bem articulada e, para qualquer
dessas táticas não faltam argumentos “lógicos” que as justifiquem no entanto, o que mais
motiva as esquerdas ou parcela da esquerda que fazem essas leituras é: o medo, a falta de
vínculo real com a base, o comodismo e principalmente uma pauta reformista, conciliatória e
rebaixada.

Quanto vale uma vida? Essa é uma pergunta crucial para definir uma estratégia e construir
táticas. Porque para o negro vítima de racismo institucional e alvo da política genocida a 520
anos é difícil acreditar que um candidato vá enfrentar esse problema estrutural na canetada,
então apostar que uma candidatura pode acabar com o racismo é reduzir uma vida a um voto,
a um projeto que ela não é protagonista e um representante que não representa ninguém. O
feminicídio aumentou drasticamente no último ano – apenas na cidade de São Paulo
cresceram 167% em comparação a 2018 segundo o mapa da desigualdade publicado na
revista Isto È- esse é outro exemplo de um grave problema provocado pela estrutura
capitalista e, não propor a ruptura total e radical é não valorizar a vida das pessoas vítimas
desses problemas é, tratar apenas como massa de manobra de um projeto maniqueísta que
lucra com a morte e as dores dessa população.

Então vamos organizar as ideias pra facilitar o entendimento:


1º liberdade real só existe e só se manifesta no pleno gozo de seus direitos fundamentais e o
primeiro é o direito a vida e aquilo que é intrínseco a uma vida com dignidade: moradia, saúde,
segurança, alimentação e educação só com esses direito assegurados na prática podemos falar
em vida e liberdade real;

2º a democracia burguesa é uma farsa, uma mentira. Sua estrutura nunca dará espaço a
alterações que ameace a acumulação de capital, mesmo em detrimento a vida;

3º defender a democracia real necessariamente implica em combater o governo e o congresso


nos moldes burgueses e capitalista de organização do estado, eles são elementos da mesma
estrutura e se completam embora superficialmente aparentem diferenças;

4ª a ruptura real e radical se trata de uma revolução baseada na tomada de poder, sem
negociações com a classe dominante, mas com a criação do poder popular a partir de
territórios organizados e autônomos

5º a via institucional tem seu papel e deve ser disputada. O que não se deve fazer é acreditar
que ela fará a revolução, ou ainda que uma candidatura pode resolver os problemas da
população. E a esquerda brasileira adora criar messias, o salvador da pátria não existe, não
existira;

6º e necessário construir uma luta de ruptura. E isso se dará pelo enfrentamento baseado na
consolidação de territórios e de autonomia. Esse é o ponto que dialoga diretamente com a
primeira oração desse texto: O caminho para liberdade passa diretamente pela luta armada! E
isso é obvio que já que o capital se apropriou desse território para especular os bens da
natureza presente nele como terra, água, minerais, flora e fauna. Eles não têm pudor para
ostentar armas e ameaçar os que discordam ou denunciem e para matar que tiver a coragem
de ocupar e retomar o que é do bem comum e necessário para vida na terra.

A leitura da necessidade dessa tática de luta não é aventureira ou irresponsável mas, a única
capaz de oferecer resposta para as demandas objetivas do povo no curto e longo prazo e
principalmente a única luta que cria condições para o protagonismo popular, para a
consolidação de um povo livre, isso porque não oferta um messias que vai fazer o milagre
acontecer. O que essa tática oferta é a condição para resolução do problema imediato e
construção de uma estrutura política, econômica e social que não gere mais problemas, porém
é o povo que precisar construir, é ele a força motor da mudança, não se transfere a
responsabilidade e não precisa de herói e sim de líder que precisa construir com o povo e não
para o povo.

E preciso plantar a esperança, cuidar, cultivar e nutri o que não é tarefa fácil, mas
extremamente urgente e necessária. O militante que não for capaz de cumprir essa tarefa não
serve para luta afinal ou ele não tem esperança ou não está nítido o caminho que precisa
trilhar para sair desse obscurantismo e pior pode ser os dois. Essa é a realidade de vários
militantes em várias organizações nas várias esquerdas. Ainda há outro limite que incapacita
militantes de construir lutas efetivas que a o pensamento reformista e eleitoreiro que basta
eleger outro presidente em 2022 que tá resolvido problema, a população vai perceber o erro e
vota num progressista.

Necessariamente plantar a esperança e nutri- lá passa obrigatoriamente pela luta


emancipadora, onde você diz: a moradia é um direito constitucional mas você não tem por que
um burguês especula com ela e esse é um problema estrutural, então a menos que você se
organize e junto com outras pessoas ocupem um prédio ou terreno não terão casa, no
entanto, o objetivo não e demandar do Estado o reconhecimento desse direito ou consolidar
um política pública para moradia e sim retomar o quê é de direito à revelia da vontade do
Estado e de seus agentes. Porquê não se destrói quem te alimenta, seria suicídio esse é o
ponto, se os movimentos socias não tiveram coragem de enfrenta esse capítulo da luta de
classe de maneira a construir sua luta autonomamente não serão capazes destruir o estado
burguês já que suas pautas estão atrelada a vontade dos agentes do estado e manutenção
desses.

De maneira sintética tenho dito e cada vez mais mim convenço que os trilhos que nos
levaram a ruptura total e radical passa pela construção de um estado dentro estado para
destruir estado burguês. As condições matérias estão dadas, elas existem. O contexto social e
econômico também e um elemento importante é a tecnologia que nos permite gerir toda essa
construção. Qual a quantidade de terra que o MST, MPA, CETA, MAB, FETAG, CONTAG tem
sobre seu “controle” quantas hectare os povos originários tem protegido e assim as
comunidades quilombolas e pesqueiras. De onde vem produção que chega nas feiras da cidade
e nos mercados? Falo da comida da produção real, então, essa produção vem de áreas sobre
influência de quem está na mira do estado burguês e de seu representante no executivo o
presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, já temos território, povo e comida só e necessário
organização e unidade. Essa análise a direita e seus representante já fizeram e identificaram as
fragilidades individuais e coletivas para poder enfrentar e separa o que é seria um potência
real de ruptura.

Nesse caminho de construção de autonomia precisa ficar evidente que a defesa desses
territórios e consolidação passará pela luta armada, pelo enfrentamento das forças
repressoras do Estado e também suas estruturas paramilitares. Os movimentos socias do
campo já enfrentam esse ataque, numa condição de resistência menor e sempre pautando o
diálogo em detrimento a reação também armada. Contudo agora não há espaço apenas para o
diálogo, ele não dá conta dos conflitos e por isso a necessidade de se reconhecer o
enfrentamento e a resistência também pelo uso de armas e treinamento militar de nossas
forças. Falar abertamente sobre essa tática e importante para que possamos pensar de
maneira objetiva e com maturidade evitando heroísmo e escolhendo bem as armas que devem
ser usada, quando e quem vai usar.

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