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AULAS Do

ANTIGO TESTAMENTO I
Professor: Pr. Samuel Silva

10/04/2014

Rev 1.0
AULA 1 –  O que é Teologia do Antigo Testamento

Este estudo de Teologia do Antigo Testamento é   de aplicação


pratica. Datas, números, nomes serão eventualmente citados, mas
não terão tanta ênfase como a pesquisa sobre Deus ao longo do
Antigo Testamento.

Teologia significa o estudo de Deus. A Teologia do Antigo


testamento é   um conceito criado por filósofos gregos. Mas foi no
cristianismo que o assunto se transformou em objeto de estudo,
sobretudo das religiões judaico-cristãs.

Temos que respeitar a diferença entre conhecer a Deus como está  


escrito:

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a


sua saída, como a alva, é   certa; e ele a nós virá   como a chuva,
como chuva serôdia que rega a terra. Oséias 6:3

E a Sua grandeza que não nos permite dimensionar sua essência


na totalidade.

Eis que Deus é  grande, e nós não o compreendemos, e o número


dos seus anos não se pode esquadrinhar. Jó  36:26

Teologia do Antigo Testamento é  o Estudo de Deus através dos


seus 39 livros. (Visão protestante. Para os católicos são inclusos
os livros apócrifos). Não se detém em descrever simplesmente a
história de Israel e o que Deus fez com Israel e para Israel. Mais
sim, atinge a todos os povos em todos os tempos. É  uma reflexão
e uma aplicação.

A forma atual da Teologia do Antigo Testamento tem cerca de 200


anos, mas apesar disso, ela tem servido de campo de pesquisa há  
muito mais tempo.

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Ao longo dos anos, a preocupação em querer entender com os
próprios olhos, com sua própria inteligência, levou grandes
estudiosos a debaterem, discutirem divergirem e atrasarem um
processo de revelação que Deus talvez tivesse para eles. (MESMO
SEM EXPLICAÇÃO, TEMOS QUE CRER)

O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo


testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o
espírito vivifica. 2 Coríntios 3:6

O apostolo Paulo falava da aplicação da lei de maneira radical,


sem atualização para aqueles dias, principalmente após o advento
de Cristo. A Bíblia, as leis, os evangelhos, o Antigo e o Novo
testamento devem ser explicados pela própria Bíblia.

Jesus entendeu a Lei e se predispôs a cumpri-la.

Não penseis que vim para revogar a lei ou os profetas, não vim
para revogar, vim para cumprir. Mateus 5:17

Jesus não considerava o Antigo Testamento a ultima palavra de


Deus, e por isso se colocava acima dele, mais sempre o respeitou
como a primeira palavra de Deus, entendendo o seu propósito
para o homem.

No sermão do monte, Jesus colocou sua autoridade acima da lei


sem anulá-la, mais a preenchendo com um significado mais amplo
e pleno.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que
matar será   réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que,
sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será  réu de juízo; e
qualquer que disser a seu irmão: Raca, será   réu do sinédrio; e
qualquer que lhe disser: Louco, será   réu do fogo do inferno.
Mateus 5:21 e 22

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A Teologia Bíblica Hoje continua em crise, mais de 1970 pra cá,
varias vertentes teológicas baseadas no Antigo Testamento
surgiram. Conhecer, questionar, debater não é   errado, mais crer
está  acima de tudo.

Hebreus 11:6  –  Sem fé  é  impossível agradar a Deus.


1 Corítios 2:9 - Mas, como está  escrito: As coisas que o olho não
viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem,
São as que Deus preparou para os que o amam.

AULA 2 –  O Conhecimento de Deus

Por onde poderíamos começar a Teologia do Antigo Testamento?


Começaríamos com a revelação de Deus como o Criador de tudo?

Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o


derradeiro. Apocalipse 22:13

O povo de Israel conhecia mais a Deus pelos seus feito imediatos


do que pela criação de tudo. Eles valorizavam os atos que os
atingiam no momento, se esquecendo as vezes de tudo o que
Deus já  havia feito no principio.

Nenhum profeta ao longo do Antigo Testamento tentou provar a


existência de Deus. O povo cria e ponto final. O conhecimento da
existência de Deus é  encontrado em todas as partes.

Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros;


As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; Reis da terra e
todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; Moços e
moças, velhos e crianças. Louvem o nome do SENHOR, pois só  o
seu nome é   exaltado; a sua glória está   sobre a terra e o céu.
Salmos148: 9-13

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No antigo Testamento, é   tão clara a existência de Deus que em
nenhum momento a sua origem ou seu desenvolvimento é  
questionado.

O antigo testamento não só   nos mostra Deus conhecido, como


também nos mostra Deus se fazendo conhecido. Ele sempre se
revelou e sempre se revelará  ao homem.

No hebraico não existe uma palavra que signifique revelação,


possui o verbo galâ, que significa revelar. Este texto é  usado em:

E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto


Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu
irmão. Gênesis 35:7

É   usado em Isaias 40:5 para revelar a glória de Deus, em Isaias


53:1 para revelar o seu braço e em Isaias 56:1 para revelar sua
salvação.

O antigo testamento fala com freqüência em conhecer ou não


conhecer ao Senhor (Javé). O termo usado tem uma aplicação
totalmente diferente do usado por nós. Conhecimento não
significa compreender as coisas com o intelecto, buscando
relação de causa e efeito para analisar. Mais sim comunhão,
familiaridade intima.

De todas as famílias da terra só   a vós vos tenho conhecido;


portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades. Amós 3:2

Apesar de toda clareza a cerca da existência de Deus, não


podemos nos confundir, achando que encontraremos a Deus em
qualquer momento. Deus é   soberano, e muitas vezes trabalha em
silêncio. Jamais sua falta aparente significará  que Ele não existe
ou não se compadece de nós.

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Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar
perante mim, e não o sinto. Eis que arrebata a presa; quem lha
fará  restituir? Quem lhe dirá: Que é  o que fazes? Jô  9: 11-12

Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o


Salvador. Isaias 45:15

Deus jamais se tornará  totalmente visível no Antigo Testamento.


Acima de tudo Ele é  Deus.
 
 
AULA 3 –  O Nome de Deus

O Conhecimento do nome de Deus confirma a sua existência no


Antigo Testamento. Entre os povos primitivos, o nome denota a
existência de algo. Chamar alguém pelo nome significa conhecê-
lo. Esaú  diz que as ações de Jacó  refletiam seu nome.

Então disse ele: Não é   o seu nome justamente Jacó, tanto que já  
duas vezes me enganou? A minha primogenitura me tomou, e eis
que agora me tomou a minha bênção. E perguntou: Não
reservaste, pois, para mim nenhuma bênção?
Genesis 27:36

No antigo Testamento era necessário invocar o nome de Javé  para


aproximar-se Dele. O Novo Testamento herdou este costume, o
próprio Senhor Jesus ensina os discípulos a invocar o “Pai
Nosso”. O nome de Deus revelado, deu ao homem a condição de
prestá-lo culto. Sem a revelação de seu nome, não haveria culto.

O nome Javé   parece vir da forma imperfeita do verbo hebraico


hãyâ  = ser ou tronar-se. Mais existe um argumento de que o nome
vem da forma hifil (causativa) do verbo = Aquele que causa
existência (criador).

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A forma causativa do verbo ser (fazendo do significado Criador)
não aparece em nenhum lugar no Antigo Testamento, levando
Teólogos a afirmar que o nome Javé   significa presença, Estarei
convosco.

E o SENHOR disse a Josué: Hoje começarei a engrandecer-te


perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que, assim
como fui com Moisés, assim serei contigo. Josué  3:7

O nome de Deus é   grandioso demais para buscarmos um único


significado. Talvez o que mais se adequasse fosse Deus é  tudo.
O Nome de Deus é  mais antigo que Moisés? O Nome Javé  aparece
em Genesis, mais vejamos o que diz a Bíblia.

E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-


Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui
perfeitamente conhecido. Êxodo 6:3

Moisés ao escrever o Pentateuco já   havia se encontrado com


Deus, tendo condição de escrever o seu nome, mais há  quem diga
que o nome de sua mãe, Joquebede da a entender um uso bíblico
(Já  - Yah), antes de Moises. Nem por indícios bíblicos, ou extra-
bíblicos podemos afirmar quem veio primeiro.

Mas o lugar que o SENHOR vosso Deus escolher de todas as


vossas tribos, para ali pôr o seu nome, buscareis, para sua
habitação, e ali vireis. Deuteronômio 12:5

Israel não podia contar com certeza com a presença de Deus em


sua adoração, a presença de Deus dependia do próprio Deus. Ter
seu nome nas reuniões significava ter seu poder e sua autoridade.

No período pós-exílio, o nome Javé, parece ter saído do


vocabulário do povo, talvez pelo temor de invocá-lo em vão.

Ao revelar seu nome a Moisés, Deus escolhe ser descrito como


indivíduo, definível, dessa forma a fé  israelita opõe-se ao conceito

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abstrato de divindade e também contra uma base de existência
sem nome.

Diversas seitas religiosas têm feito a questão do nome de Deus


como um ponto principal de sua doutrina. Determinam, por estudo
ou interpretação das Escrituras, que um determinado nome é  
usado para identificar Deus. Daí  começam pregar que aquele nome
é   o único que deve ser usado para descrever o Senhor.
Freqüentemente, estes nomes são traduções das quatro letras
hebraicas usadas (YHWH) no Antigo Testamento para identificar o
Senhor. Este nome é  traduzido na maioria das Bíblias atuais como
SENHOR, e em algumas como Jeová.

Que este é   um nome certo para Deus não se discute. É   a palavra


mais comum no Velho Testamento quando se fala de Deus, e é  
freqüentemente usado como um nome pessoal de Deus. Mas, é  
errado concluir que YHWH, ou alguma tradução, é  a única maneira
aceitável de identificar o Senhor. As próprias Escrituras, dadas
por Deus utilizam diversos outros termos para identificar Deus.

Traduções gregas do Antigo Testamento, usadas na época de


Jesus e dos apóstolos, geralmente usavam uma palavra que tem o
sentido de "Senhor" no lugar do tetragrama YHWH. Daí   vem a
tradução comum em muitas Bíblias atuais.

Mas a nossa pergunta não é  se YHWH ou Jeová pode ser usado
para identificar Deus. A pergunta é   se este é   o único nome que
deve ser usado. Algumas pessoas acreditam que pecamos em
chamar Deus por outro nome. Tal doutrina não tem apoio bíblico.

O simples fato que a Bíblia, inclusive nos textos hebraicos e


gregos, usa outros nomes, mostra que nós podemos usar outros
nomes para Deus. Muitos dos nomes são descrições de diversos
aspectos do caráter de Deus, como seu poder, santidade e

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domínio. Podemos usar todas as descrições bíblicas para
identificar Deus, e ele continuará  sendo muito maior do que nossa
compreensão.

Um versículo é  suficiente para provar o erro da doutrina de "um


único nome" para Deus. Amós 5:27 diz: "...diz o SENHOR, cujo
nome é   Deus dos Exércitos". Se o próprio SENHOR   (YHWH) diz
que seu nome é  Deus (Elohim) dos Exércitos, nenhum homem tem
direito de proibir o uso de descrições bíblicas de Deus.  
 
AULA 4 –  Eleição

Em 1980, Rowley lamentou o fato da doutrina da eleição ser pouco


notada por estudos bíblicos modernos. Antes disso em 1928
Galling afirma a existência de duas tradições, de dois momentos
para o inicio da eleição de Israel. Uma na época de Abraão e outra
na época de Moises. Duvidas como essas só   atrapalham o
processo de aprendizado, não dá   pra estudar Deus, esperando
receber Dele todas as respostas

O fato é   que sempre que se examina o antigo testamento,


encontra-se a convicção mantida de que Javé   chamou para si
Israel e a livrou da escravidão. Em todo o Antigo Testamento fica
claro que o Senhor chamou Israel dentre todas as nações e a fez
seu povo escolhido.

Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que
outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias
da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos.

Isaias 65:22

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A Eleição de Israel não retratava uma preferência de Deus para
com um único povo, depreciando assim os outros. Mais sim um
ponto estratégico de partida para alcançar as nações.

Javé  não era o Deus de Israel no sentido de possessão, mais sim


Israel era o povo de Javé. A todo instante, profetas se levantavam
para lembrar a Israel que, apesar de povo de Deus eles não eram
poderosos e careciam da misericórdia divina.

Se voltares, ó  Israel, diz o SENHOR, volta para mim; e se tirares as


tuas abominações de diante de mim, não andarás mais
vagueando. Jeremias 4:1

A eleição não faz de Israel melhor do que povo algum, não faz de
nós melhor do que homem algum. A eleição só   nos faz
privilegiados de influenciar primeiro, para que outros continuem a
influenciar.

DEPOIS disto me fez voltar à  porta da casa, e eis que saíam águas
por debaixo do umbral da casa para o oriente; porque a face da
casa dava para o oriente, e as águas desciam de debaixo, desde o
lado direito da casa, ao sul do altar.
Ezequiel 47:1

O rio nasce no altar, espalha a benção de Deus por onde passa,


mais começa no altar, abençoando primeiro o ministro do altar. Só  
ministra no altar os eleitos.

Vocabulário da Eleição:

bãhar, escolher (Dt. 4:37)

qãra, chamar (Is. 51:2)

yãda, conhecer (Gn. 18:19)

Bãdal, separar (Lev. 20:24)

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Mãsa, encontrado (Dt. 32:10)

Lãqah, tomar (Dt. 4:34)

Existe uma diferença entre ser chamado e escolhido, eleito (bãhar,


escolher). Esta diferença é   esclarecida por Jesus. A idéia de
eleição nem sempre foi entendida por aqueles que eram
“chamados”. Os profetas do pós-exílio raramente citavam o
conceito de eleição, e quando faziam, pronunciavam julgamento
contra os “escolhidos”  (eleitos) por rejeitarem o seu chamado.

A eleição de Israel não foi por mérito, mais sim por causa da graça
de Deus. Sua realidade é  confirmada no êxodo do Egito, e no exílio
babilônico. Deus escolheu a Israel para ser luz para as nações, nós
somos o Israel de Deus.
 

AULA 5 –  Aliança parte 1

Aliança  –  Como a maioria dos pontos, a aliança (bêrît) também é  


um ponto instável no estudo do antigo testamento. O termo
aliança é  usado de modo desigual no Antigo Testamento. Partes
fazem uso amplo do termo e outras, como os profetas pré-exílio e
a literatura da sabedoria empregam raramente.

A aliança no inicio do Antigo Testamento referia-se a um


relacionamento entre duas partes desiguais, aonde o mais forte
dava ao mais fraco a garantia de amizade e proteção.

Exigências quanto à   santidade, quanto à   adoração, quanto ao


serviço, foram surgindo para facilitar o entendimento da
necessidade de comprometimento de Israel com Javé.

Aliança com Noé  - A primeira vez que o termo aliança aparece no


Antigo Testamento é  em Genesis 6:18

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Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e
os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.

A aliança de Deus com Noé  inclui toda sua descendência, e dura


para sempre. Deus promete nunca mais destruir a terra com chuva
e liberar o sinal do arco nas nuvens. A aliança de Deus com Noé  
foi na verdade a aliança de Deus com a humanidade. O homem
poderia comer a carne, mais não o sangue de animais, qualquer
pessoa que matasse uma pessoa deveria morrer, e teria a
obrigação de multiplicar. (ler Gn. 9: 4-7).

Apesar de ter sido estabelecida com humanidade, temos que


dividir o que era exigido para Noé, e o que é  exigido para nós.

Beber o sangue dos animais do sacrifício era usar aquilo que fazia
parte do culto. O que é  do culto, é  do culto. O sangue aspergido
sobre o altar não podia ser usado para outro fim. O sentido hoje a
ser aplicado é  estritamente espiritual.

Matar era e é  proibido até  hoje.

E multiplicar continua sendo uma ordem de Deus para o homem.

Aliança com Adão – Gênesis nada fala sobre uma aliança de Deus
com Adão, mais vários estudiosos vêem com clareza a
possibilidade de sua existência.

Conner afirmou que a aliança de Deus com Adão foi baseada nos
termos de que Adão devia obedecer a Deus, e seus descendentes
teriam a vida eterna, se desobedecesse, seu pecado seria
imputado a eles também. Outros estudiosos dizem que isso seria
totalmente injusto para com quem não pecou. A máxima da
exegese bíblica é  que a Bíblia explica a própria Bíblia, e em alguns
textos fica claro para nós que através de Adão o pecado entrou na
humanidade e se alastrou, passando a ser praticado por todos.

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(Rom. 3:23 –  Todos pecaram - empréstimo do Novo Testamento).

Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos
que praticam a iniqüidade.
Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a
verdura.
Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e
verdadeiramente serás alimentado.
Deleita-te também no Senhor, e te concederá   os desejos do teu
coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará.
E ele fará  sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o
meio-dia.
Descansa no Senhor, e espera nele; não te indignes por causa
daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que
executa astutos intentos. Salmo 37:1-7  
 
 

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AULA 6 –  Aliança parte 2

Aliança com Abraão – Teoricamente a segunda aliança da bíblia é  


entre Deus e Abraão. A primeira vez que Deus estabelece sua
aliança com Abraão está   em Genesis 12. A obrigação implícita de
Abraão é   sair da sua terra e ir para onde Deus queria. Além do
capitulo 12, o 15 e o 17 também falam da mesma aliança. A
obrigação de Abraão no capitulo 17 é   de guardar a aliança divina
pela circuncisão de todo macho (v. 10).

E aconteceu que, acabando de circuncidar a toda a nação, ficaram


no seu lugar no arraial, até  que sararam.
Disse mais o SENHOR a Josué: Hoje retirei de sobre vós o
opróbrio do Egito; por isso o
nome daquele lugar se chamou Gilgal, até  ao dia de hoje. Josué  
5:8-9

Sem duvida a aliança de Deus com a Abraão foi uma aliança de fé  


e compromisso.

Aliança com Israel no Sinai   –   Esta aliança é   uma extensão da


aliança feita com Abraão. Diante da tribulação, devemos renovar a
aliança. Sem duvida essa aliança fala da necessidade de um
frescor, de um renovo. Fala de polimento. Uma lembrança de algo
antes prometido.

E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito,


os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram;
e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão.
E ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus da sua aliança
com Abraão, com Isaque, e com Jacó; Êxodo 2:23-24

Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o SENHOR.


E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-
Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui
perfeitamente conhecido.

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E também estabeleci a minha aliança com eles, para dar-lhes a
terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram
peregrinos.
E também tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais
os egípcios fazem servir, e lembrei-me da minha aliança. Portanto
dize aos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR, e vos tirarei de
debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos
resgatarei com braço estendido e com grandes juízos.
E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis
que eu sou o SENHOR vosso Deus, que vos tiro de debaixo das
cargas dos egípcios;
E eu vos levarei à   terra, acerca da qual levantei minha mão,
jurando que a daria a Abraão, a Isaque e a Jacó, e vo-la darei por
herança, eu o SENHOR. Êxodo 6:2-8

Aliança com Davi - O rei precisava da aprovação divina, Deus fez


uma aliança com Davi, pela qual um de seus descendentes
ocuparia sempre o trono.
Davi fazia a vontade de Deus essa era a sua parte no acordo. Ele
amava a Deus acima de todas as coisas. A palavra aliança aparece
nas ultimas palavras de Davi, 2 Samuel 23:5. O compromisso de
Deus era que o reino de Davi seria estabelecido para sempre, e
que Jerusalém ou Sião seriam morada de Deus para sempre. Com
a morte de Salomão o reino se dividiu em reino do norte, formado
pelas 10 tribos, e reino do sul, que manteve sua capital em
Jerusalém e tinha um descendente de Davi no trono.
Em Jerusalém, no reino do Sul a aliança era Davidica. No reino do
norte a aliança era do Sinai.
A aliança Davidica aponta para a liderança, para a entrega maior,
para a submersão de Ezequiel 47.
Sem duvida essa aliança aponta para a nova aliança, onde a graça
se manifesta como favor não merecido.

Aliança e os profetas – Oseias foi o único profeta do século VIII a


usar a palavra aliança. Mesmo assim fez pouquíssimo uso da
mesma. Talvez a falsa impressão do povo ao achar que a aliança
era automática, fez o os profetas não usarem o termo. Todos eles
pregavam o arrependimento, e era claro que os delitos eram
provenientes de falta de compromisso com a aliança de Deus.

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Nova aliança – A nova aliança seria a definitiva. Com a mesma
base das antigas, a graça de Deus, a nova aliança não era muito
compreendida pelo povo, mais muito esperada.

Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei uma aliança nova
com a casa de Israel e com a casa de Judá. Jeremias 31:31
 

AULA 7 –  Quem é  Deus parte 1

Quando Moisés e Arão ordenaram em nome de Javé  que libertasse


a Israel, a pergunta de faraó  foi: “quem é  Javé  para que lhe ouça, e
deixe ir Israel. Faraó  não conhecia Javé, por isso não obedeceu.
Sua desobediência resultou no juízo de Deus, nas pragas. Existem
pessoas que perguntam quem é  Deus, por não conhecê-lo. Outros
perguntam afirmando, quem é   esse Deus, afirmando sua
existência e sua “pequenez”, outros dizem, quem é   Deus, como o
nosso Deus? Afirmando sua existência e grandeza.

Ó   SENHOR, quem é   como tu entre os deuses? Quem é   como tu


glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando
maravilhas? Êxodo 15:11

O nome Javé  ocorre mais de 6.500 vezes no Antigo Testamento, e


o nome Elohim, ocorre mais de 2.500 vezes. Indiscutivelmente,
Javé  é  o centro de todo o Antigo Testamento, e não há  Deus maior
que Ele, não há  outro Deus.

Pois quem no céu se pode igualar ao SENHOR? Quem entre os


filhos dos poderosos pode ser semelhante ao SENHOR?
Salmos 89:6

O Antigo Testamento certamente procura apresentar a Deus como


um ser sobrenatural singular que se revelou a Abraão, Moisés e
outras grandes figuras da vida de Israel, sendo Javé   o único
criador do universo.

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Uma rápida inspeção nos livros básicos de Teologia do Antigo
Testamento deixa claro que tal, não mostra um modo único de
apresentar dados sobre Deus. Seria praticamente impossível tratar
de tudo o que o Antigo Testamento fala a respeito de Deus. Por
isso a apresentação desse material deve ser seletiva,
representando os conceitos mais significativos e singulares de
Deus.

Um Deus que salva – Começamos pelo tema salvação, porque


antes de Israel ver Javé   como criador, Israel o vê   como Salvador.
No Egito, verdadeiramente o povo de Israel conheceu o seu Deus.

Todavia, eu sou o SENHOR teu Deus desde a terra do Egito;


portanto não reconhecerás outro deus além de mim, porque não
há  Salvador senão eu.
Oseías 13:4

A palavra salvação vem da raiz em hebraico “YSH”, que tem o


significado básico de ser amplo, tornar-se espaçoso, ter muito
espaço. Um significado amplo, que propõem liberdade, libertação
de inimigos, doença, pecado, morte.
A maioria das ocorrências de salvação no Antigo Testamento
estão relacionadas com Deus. E também na maioria dos casos
essa salvação é   dispensada a Israel como povo, em relação a
inimigos externos ou a pecados internos. Mais mesmo não sendo
na maioria dos casos, existe também uma relação entre Deus e o
homem como humanidade, apontando para o novo testamento e a
salvação definitiva em Cristo.

Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os limites da terra;


porque eu sou Deus, e não há  outro. Isaias 45:22

Um Deus que abençoa – Existe uma diferença entre salvação e


benção. Como prevenir e remediar. No inicio, no momento da
criação, nenhum mal se manifestou, tudo o que Deus fazia para o
homem, não tinha o objetivo de salvar, mais sim de simplesmente
abençoar. Na criação do mundo, vemos um exemplo amplo da
manifestação da benção de Deus. Ali Deus dá  ao homem a benção
da fertilidade.

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E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-
vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do
mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move
sobre a terra. Genesis 1:28

A benção do alimento e do domínio

E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê  semente,
que está  sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há  
fruto que dê  semente, ser-vos-á  para mantimento.
E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o
réptil da terra, em que há  alma vivente, toda a erva verde será  para
mantimento; e assim foi.
Genesis 1:29-30

Deus também abençoou o sábado o tornando um dia separado


para descanso e lembrança de sua criação.

A idéia de benção aparece com freqüência com sua oposta, a


maldição. Noé   em um mesmo momento abençoa e amaldiçoa
filhos diferentes.

E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus
irmãos. E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe
Canaã  por servo. Genesis 9:25-26

No livro de números, a bíblia conta a historia de Balaão, que


parece ser um abençoador e amaldiçoador profissional.
Contratado para amaldiçoar Israel, toda vês que tentava abrir a
boca, só   conseguia liberar palavra de benção. No Antigo
Testamento, Javé   aparece com o controle firme da benção e da
maldição. Ou Ele é   que fazia, ou outros faziam a Seu mando o
debaixo da sua permissão.

Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como


denunciarei, quando o SENHOR não denuncia? Números 23:8

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A pronuncia de bênçãos e maldições não aparecem muito nos
livros históricos e nos profetas. Ali Javé  era conhecido como Rei e
Juiz. Já   os Salmos e a Literatura da Sabedoria falam com
veemência. Jó  se preocupa do inicio ao fim em descrevê-las.

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AULA 8 – Quem é Deus – Um Deus Criador

No Antigo testamento, o Deus que salva e abençoa,  é  também o


Deus que cria. Muitos estudiosos afirmam que Israel conheceu a
Deus como Salvador por causa da experiência do êxodo, antes
conhecê-lo como criador.

CRIAÇÃO SECUNDÁRIA E NÃO PRINCIPAL, NA HISTÓRIA


SAGRADA

A opinião que prevalece entre os estudiosos do antigo


Testamento, é que “a criação não vem em primeiro lugar na fé  
israelita, desempenhando papel secundário na redenção, não é  o
centro”. Karl Barth colocou a aliança antes da criação em sua
dogmática.

Outro estudioso (Christoph Barth) disse que para Israel, a criação


é  um fato salvador, mas não ocupa um lugar central entre os
tópicos da fé  israelita.

O desenvolvimento da Igreja primitiva é  paralelo ao credo israelita.


Os credos da igreja não fazem referência à  criação, tornou-se o
assunto só  por volta de 150 d.C. Recebendo destaque
complementar apenas em Nicéia, em 325 d.C. A relação
secundária entre a criação e aliança tem sido contestada em anos
recentes.

Para Crenshaw a criação desempenha uma função secundária no


Antigo Testamento, mas não na história da salvação, conforme
ensinava Von Rad. Creshaw alegou que a função da teologia da
criação é  escorar a crença na justiça divina. “Afirmou que a criação
diz respeito à  questão fundamental da existência humana, a saber,
a integridade de Deus”.

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TIPOS DE LINGUAGEM DE CRIAÇÃO

O Antigo Testamento fala sobre a história da salvação e


notavelmente uniforme e sem ambigüidades, mas o que diz acerca
de Javé  como criador é  mais variado.

Existem quatro tipos claros e definido de linguagem de criação


comum no Antigo oriente próximo.

1º  Tipo de linguagem: É  a criação em que se faz. Linguagem de


criação empregada pelo Antigo Testamento o de Deus “fazer”,
(asa) algo ou alguém. Destaque para a criação do homem:
“Façamos...”  Gn1. (7,26; 2.2,4, 18,22; 3.1; 6.6).

2º  tipo de linguagem: É  a criação por nascimento e concepção. Os


outros povos vizinhos falavam da criação em termos de sexo,
concepção e nascimento, “no culto cananeu, a cópula e
apropriação eram consideradas de maneira mística, como
acontecimentos divinos, mas Israel não participava da divinização
do sexo; Javé  permanência além da polaridade do sexo”.

O fato de Israel ter sido capaz de usar a linguagem do nascimento


em referência à  criação mostra claramente que existiu em Israel
em período bem remoto, uma doutrina muito definida da criação.

3º  tipo de linguagem: Israel e seus vizinhos empregavam em


relatos da criação batalhas entre os deuses; o relato mais famoso
desse tipo de batalha é  quando marduque mata o velho dragão
tiamat, e o corta em duas partes, e uma metade faz os céus e da
outra faz a terra. Embora o Antigo Testamento não faça menção de
que Israel tenha pensado na criação como uma batalha de Javé  
com um outro deus, a linguagem daquela antiga batalha ocorre de

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quando em quando; Raabe ou leviatã  parece um inimigo que javé  
derrotou e mantém aprisionado. Jo. 38; 9.23; 26.12; 38.10,11; Sl
46.2-3; 74.22-27.

4º  tipo de linguagem: É  a linguagem da criação por uma palavra;


Oito vezes em Gn.1 lemos “Disse Deus”... A criação pela palavra de
Deus reflete a absoluta ausência de esforço da ação criativa
divina. O Antigo Testamento refere-se a criação pela palavra.
Salmo 33.6; 148.5; Is 42.4

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Aula 9 - Um Deus de ira

O Velho Testamento nos dá   uma revelação profunda da ira de Deus,


podemos imaginar as pessoas fazendo a seguinte objeção, que Deus é  
esse que manifesta ira, se Ele é  um Deus de amor?

A Bíblia está   cheia de declarações sobre a sua ira . Deus uma vez
abalou a terra. Ele enviou o dilúvio sobre a terra e matou a todos, com
exceção de Noé  e mais sete almas.

A ira é   um dos sentimentos de Deus mais freqüentes no Antigo


Testamento.

Este sentimento é   baseado na necessidade de estabelecer regras e


limites para o povo de Israel no antigo testamento. Existia um aspecto
didático no trato de Deus com o seu povo.

Ciúme e Vingança –  duas palavras ligadas de perto à  ira de Deus


no Antigo Testamento.

O ciúme de Deus não é  igual ao do homem, Deus zela pelo seu


povo, ama-nos incondicionalmente, nos abriga debaixo das suas asas
potentes, antes de Deus agir Ele nos adverte dando-nos chance de nos
redimir de nossos pecados, a todos é  dada uma oportunidade.

Porque Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus ciumento e não terei
outros deuses diante de Mim!. Deut 5:7,9.

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Deus não é   egoisticamente ciumento do nosso amor, mas Ele é  
ciumento por amor a nós, porque sabe que a única maneira de nós
encontrarmos sentido, felicidade e realização na nossa vida é   se
colocarmos o nosso amor por Ele em primeiro lugar! O Apóstolo Paulo
disse:

Porque estou ciumento de vós com ciúmes de Deus, porque vos tenho
preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a
saber, a Cristo! 2 Co 11:2.

Outra palavra hebraica ligada de perto a ira é  nãqam, geralmente


traduzida por “vingança”   ou desforra”. Albright disse que a palavra
hebraica nãqam raramente significa “vingar”; antes; “salvar”.

No Antigo Testamento Deus diz:

Minha é  a vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé;


porque o dia da sua ruína está   próximo, e as coisas que lhes hão de
suceder, se apressam a chegar” (Deut. 32:35)

Há  muitas outras passagens do Antigo Testamento que duma maneira


ou doutra falam de vingança da parte de Deus; dentre elas no livro do
profeta Naum:

O Senhor é  um Deus zelozo e vingador; o Senhor é  vingador e cheio de


furor; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a
ira contra os seus inimigos (Naum 1:2)

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Como podemos ver a Escritura testifica de maneira eloqüente
e poderosa que o nosso Deus é  um Deus vingador.

Mas aliás, se não fosse assim, como poderia a mesma Escritura


afirmar que Deus é   justo? Não poderia, portanto a vingança se faz
necessária a Deus para manifestar a sua justiça que é  excelsa. Deus é  
vingador, piedoso e misericordioso, sabemos que Ele nos fará justiça
das maldades que recebemos fazendo cair o mal sobre quem o fez.
Mas Deus dá  por vezes a quem pratica o mal também tempo para se
arrepender; mas uma coisa é  certa, se ele não se arrepende o juízo de
Deus lhe cairá  em cima.

A razão aparente para ira de Deus é  o pecado.

Entre os pecados que provocam a ira de Deus estão:

• A adoração de outros deuses (Ex 32; Nm 25; Dt 2:15; 4:25-26...);


• o derramamento de sangue (Ez 16:38; 24:7-8);
• o adultério (Ez 16:38; 23:25);
• injustiças sociais (Ex 22:21-24).

Mas a ira não é  a última palavra de Deus no Antigo Testamento.

Nós podemos ver o quanto Deus é  amoroso, misericordioso e justo ao


lidar com os homens pecadores, em todos os tipos de situação.

Ele é   um Deus de Graça e misericórdia, tardio em irar-se e cheio de


amor, bondade e verdade.

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A ira de Deus é  modificada ou condicionada por seu amor. São
palavras de Amós:

Eis que os olhos do Senhor Deus estão contra este reino pecador, e
Eu o destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a
casa de Jacó, diz o Senhor. (Am 9:8);

Ao longo do Velho Testamento, observamos que Deus lida com


Israel como um Pai amoroso lida com seu filho. Quando eles pecaram
contra Ele Deus os disciplinou, mas mesmo assim os livraram cada
uma das vezes, quando se arrependiam de suas idolatrias.

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AULA 10  – Deus de Amor

Diversas palavras hebraicas expressam os vários aspectos do


amor. São elas:

1) “ahab”: A palavra mais vezes traduzida por “amor’  e “ahab”. A


palavra é  usada mais de 200 vezes no Antigo Testamento. Refere-
se 32 vezes ao amor de Deus. “ahab”  (“amor”) é  encontrado em
todos os tipos de literatura e esteve em uso durante todo o
período do Antigo Testamento. A Septuaginta a traduz por
“agapao”. É  o amor incondicional de Deus. O amor por escolha, Ele
nos amou primeiro (1 João 4:19).

2) “hesed”: O que se vê  é  que “hesed”  contém dois elementos


básicos. Um é  a idéia de força, lealdade, fidelidade. O outro é  a
idéia de bondade, piedade, misericórdia e graça. Talvez,
“dedicação”  capte os dois elementos da palavra. O Antigo
Testamento fala, com freqüência da “abundância”  ou
“grandiosidade”  do “hesed”  de Deus (Êx 34:6; Nm 14:19; Ne 9:17 e
etc.). Mesmo que o sentido primário de hesed seja “força”,
“firmeza”  e “fidelidade”, ele contém também o elemento de amor,
compaixão e graça.

3) “rahamim”: Outra palavra hebraica, às vezes, usada para


expressar o “amor”  de Deus é  um termo rico em figuras da família
“rahamim”. Westermann disse que, quando fala de Deus, o Antigo
Testamento contém uma peculiaridade que torna as ações de

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Deus, em certas ocasiões muito humanas. Contrastando com a
idéia da

santidade de Deus, que enfatiza Seu aspecto não humano, atribui-


se com “raham”  (“compaixão”) uma emoção humana a Deus. A
palavra na verdade significa “o ventre de uma mãe”. Phyllis Trible
disse que “compaixão”  é  o amor de uma mãe pelo filho do seu
ventre. Ele não conhece exigências do ego, de posse, nem
mesmo de justiça. Trible disse: “O ventre protege e nutre, mas não
possui nem controla. Ele entrega seu tesouro, para que haja
integridade e bem-estar. Verdadeiramente, esse é  o caminho da
compaixão.”  

Referências bíblicas: Sl 18:1; Sl 116:1; Gn 43:14,30; Dt 13:17 e etc.

Talvez o maior capítulo sobre o amor de Deus no Antigo


Testamento seja Oséias 11. De muitas maneiras ele se aproxima
do conceito neotestamentário da natureza de Deus. Podemos
esboçá-lo assim:

1. AMOR QUE ESCOLHE: (V.1)


2. AMOR REJEITADO (V.2)
3. AMOR PROTETOR (V. 3-4)
4. AMOR DISCIPLINADOR: (V. 5-7)
5. AMOR SOFREDOR: (V. 8-9)
6. AMOR REDENTOR: (V. 10-11)

B.W Anderson disse que aqui Oséias “apela a todos os recursos


de linguagem na tentativa de atingir a profundeza incompreensível
do amor santo de Deus, amor que inclui tanto juízo quanto
misericórdia”

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O amor de Deus por Israel e pelo mundo, apesar de não ser
mencionado muitas vezes no Antigo Testamento, é  muito
poderoso. Oséias tem sido chamado o profeta do amor de Deus.
Ele usa as quatro principais palavras correspondentes a amor
(“ahab”, “hesed”, “raham”  e “naham”.)

Será  que o Deus do Antigo Testamento é  um Deus de amor, ou


Márcion estava certo ao dizer que o Deus do Novo Testamento era
de amor, e o Deus do Antigo Testamento, de ira? Tertuliano citou
Márcion dizendo que o Deus do Antigo Testamento era “judicial,
duro, poderoso na guerra (...) severo (...) e cruel”, enquanto o Deus
revelado em Jesus Cristo era “carinhoso, calmo, simplesmente
bom, e amoroso.”  Até  hoje ouvimos que o Deus do Antigo
Testamento é  um Deus de ira. Mas a ira é  apenas um lado do
retrato que o Antigo Testamento faz de Deus. O amor é  o outro.
Como bem disse Charles Finney “A justiça de Deus não é  antítese
ou oposto de Seu amor. Não é  algo que colocamos lado a lado
com o amor a fim de contrabalançá-lo. Deus é  Deus de justiça,
porque é  Deus de amor. A justiça é  um elemento vital de Seu amor,
uma parte de Seu compromisso total com o supremo bem de todo
o universo. É  verdade que a justiça se equilibra com a
misericórdia, mas tanto a justiça como a misericórdia são
expressões do amor de Deus.”

Servimos a um Deus que cuida de nós, nos corrige quando


necessário, nos direciona, e nos ama. Enfim, servimos a um Deus
de amor.  
 

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Aula 11 - Um Deus que julga

O papel de Deus como juiz

Se Deus é  um Deus que salva, abençoa, Criador, Santo, Amoroso será  
que não é  também um Deus que julga?

O que de fato é  um juiz?

É  aquele que tem o poder de aplicar a lei determinando o que é  correto


como base em princípios apropriados de equidade, retidão e a
recompensa sobre o julgamento.

Porém sabemos que tem que ter virtude para julgar e dar a cada um

aquilo que é  seu.

Tomar decisões vai mais que ouvir o depoimento das testemunhas. Por
isso é  sabido que para salvar tem que ter o controle da situação e ser
soberano.

Existem três coisas essenciais de um bom juiz:

-Autoridade, soberania

-Decisões justas e imparciais

-Capacidade de perceber e interpretar corretamente todas as


evidências.

Abraão em sua intercessão pelos poucos homens justos revelou a


virtude do julgamento de Deus, como elemento de um caráter justo,
generoso, simpático, com sensibilidade e preocupação. Ele queria agir

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de acordo com a justiça em Deus e no homem, ou seja, ele sabia que
podia esperar que “JAVÉ”  agisse de acordo com sua natureza santa.

Mas, quando o numero exigido não foi encontrado nada pode evitar a
catástrofe.

Neste momento podemos observar a experiência de uma ”Amizade”  


com Deus que nos leva a perceber que Ele quis aconselhar-se com
Abraão que lhe concedeu uma revelação especial antes que a
sentença fosse executada.

Que amor é   esse? Um ser: supremo, Soberano e que cuida


especialmente com:

-Julgamento entre indivíduos (Gn 16:5)

-Nações (Zc 9:10; IICr 2:24)

-Julga indivíduos (I Sm 2:2-3)

-Famílias (I Sm 3:13)

-A terra (Gn 15:14)

-deuses e as pessoas importantes (Sl 82:1-2)

E assim vemos que a coisa que mais qualificou JAVÈ  para ser juiz foi
sua capacidade de olhar dentro das pessoas, conhecendo sua
motivação e caráter verdadeiro.

“O homem vê  o exterior, porém o Senhor, o coração”  (I Sm 16:7)

Justiça e a Retidão de Deus

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Justiça (mishpat) e a retidão (tseudãgâ) de Deus freqüentemente tem
relação com seu papel como juiz.

Julgar, restaurando, uma qualidade que só   “Aquele”   que ama muito


pode ter.

A justiça é   rígida e exata como a lei, mais a retidão implicam:


benevolência, gentileza, generosidade, etc.

A condição de “equilíbrio”   só   pode vir de Deus. Alguns homens, de


Deus, também foram justos e retos diante do Senhor (Gn 6:9) Noé  era
varão justo e reto.

Um Deus que perdoa

O perdão é  necessário, a experiência der ser perdoado pode ser uma


das mais alegres.

Uma raiz hebraica é  sãlan =nperdoar e a outra em Acadiano, salãne =


aspergir é  usada no sentido médico e cultural, por ter sido usada com
sentido de “aspergir”, e depois “perdoar”.

O perdão é  um processo de purificação espiritual e mental que restaura


o relacionamento entre Deus e o ser humano e entre as pessoas.

Outra raiz hebraica nãsá  = perdoar e tem o sentido literal de “levantar”,


“carregar”.

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Aula 12 - Um Deus Santo

Se nós tivéssemos condições de separar os atributos de Deus, a


santidade teria com certeza um lugar de destaque porque é  assim que
o Senhor quer que vivamos.

Deus é  santo porque ele é  o criador e esse atributo, a santidade,


o distingue de nós como criaturas e faz Dele quem ele é.   Deus.   A
nossa santidade como criatura, nos é  dada por Ele.

Em Amós 4.2 e 6.8 vemos o Senhor jurando pela sua santidade e


por si mesmo e em Salmos 89.35 mais uma vez pela sua santidade.  

Por várias vezes no antigo testamento o senhor é   chamado de


santo mas em Oséias, 11.9 (“Eu sou Deus e não homem”) fica claro
que o que distingue Deus das pessoas é  a sua  santidade.

Mas nós vimos citações sobre os olhos de Deus, seu rosto, pés,
braços e mãos o que poderia, para alguns, humanizar a Deus mas isso
não acontece graças a sua santidade, ela o separa de nós.  A palavra
santo ou santidade nos remate a algo irrepreensível em tudo e nesta
área só  há  um único ser que se enquadra que o próprio Deus.

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A História da Santidade

A santidade vem de longa data, desde o antigo testamento e no


antigo oriente próximo, talvez seja este termo mais antigo do que
Israel.

O conceito de santidade mais antigo nos leva a conotações


primitivas e negativas como algo misterioso, perigoso, temível e
inacessível pois objetos pertencentes a Deus eram sagrados e mortais
para qualquer um que o tocasse.  Vemos em 1 Samuel 6.19 quando 70
homens em Bete-Semes que morreram ao olhar dentro da arca e Uzá,
em 2 Samuel 6:6,7 que morreu ao tocar a arca.

O Lado Espiritual da Santidade

  No Antigo Testamento a palavra santidade é   a essência da Divindade


e uma característica de Deus.

A santidade é  um atributo que mantém a distinção entre Deus e a


criatura. Deus está   separado do homem quanto a natureza   e ao
caráter, pois Deus é   perfeito, o homem imperfeito, ele é   divino, e o
homem humano.

As escrituras revelam a santidade de Deus e expressam o desejo


de que seus filhos  desenvolvam santidade semelhante.

Deus se revela santo para nós, em Isaías 6: 1~ 3 –  diz: Que os


serafins formando um grande coral cantaram: Santo, santo, santo é   o
Senhor dos Exércitos, e no cap. 57. 25,16 mostra que ele é   sublime,
cujo nome é  Santo.

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A palavra Santidade tem diferentes significados em termos de
relacionamentos individuais com nosso Deus.   Isso significa ser
“separado”, ser totalmente diferente. Santidade também descreve o
modo de vida, e podemos ver em números 24 .21 que mesmo o povo
tendo sido desobediente recusando-se a confiar em Deus, Ele
prometeu que encheria a terra de sua glória

Ezequiel 36. 26 mostra que o povo de Israel contaminou a terra


com suas ações, e Deus disse que iria reivindicar sua Santidade
perante ele. Deus se mostrou misericordioso, prometendo dar coração
novo e um Espírito novo, mas não por amor ao povo, e sim pelo

seu santo nome.  

   

  O que é   monoteísmo? Na verdade, tem sido definido como a


crença em uma divindade incriada, suprema, totalmente beneficente,
onipotente, onisciente, onipresente e isso exige a exclusão completa de
todos os outros deuses.

Robert L. Cate definiu o monoteísmo como “   a crença em um Deus


único e a adoração e o serviço prestados a Ele, que existe sozinho
como Criador e Senhor Soberano do Universo”.

Dennis Baly alistou cinco importantes áreas em que a experiência de


Israel no êxodo e no Sinai lançou ou alicerces para o monoteísmo
hebreu.

1) A rejeição do mundo natural como a base da realidade e do sentido


de tudo. Todas as outras sociedades do mundo antigo buscavam a
chave do sentido e da ordem da vida nos fenômenos da natureza, mas
Israel encontrou-a nos atos redentores de Deus e na sua eleição por
Ele para ser Seu Povo especial.

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2) A criação de uma nova comunidade por meio de uma aliança entre
Deus e Israel.

3) A não localização de Deus, ou seja, Deus não está   preso a lugar


algum no céu ou na terra.

4) O conceito de poder como realidade final.

5) A idéia de que Deus é   um Deus ciumento. Exclusividade e


intolerância são necessários ao monoteísmo.

  Deus no Antigo Testamento é   Santo, O Único nessa categoria.


Ele é   Pessoal, descrito por antropomorfismos e antropopatias, mas,
não é   humano ou parte da sua criação, com. Ele é   Gracioso, Bom,
Amável, Fiel, Confiável e sempre presente, apesar de as pessoas
poderem não estar cientes da Sua Presença. Ele é   Eterno e Todo
Poderoso. Ele tem um propósito, mas podemos nem sempre percebe-
lo ou compreende-lo. Ele não deixará   de atingir seu objetivo. Ele é  
realmente Incomparável.

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Aula 13 - Um Deus Único

Descrever Deus como único não é tarefa fácil quando se fala a


um ímpio mas Deuteronômio 6.4 nos revela a existência de um único
Deus e Deuteronômio 4.35 nos diz que não há outro. Somos os
menores querendo entender o maior. Somos os imperfeitos buscando a
compreensão do perfeito e os finitos tentando definir o infinito. Para
afirmarmos a unicidade de Deus precisamos conhecê-lo, de maneira
plena, para nos relacionarmos melhor com Ele e para definirmos Deus
como único, como perfeito, e infinito, temos que conhecê-lo através
daquilo que nos foi apresentado por Ele mesmo. A sua palavra!
E a pergunta continua... Quem é Deus? Nós não somos capazes
de captar a magnificência de Deus, de entendermos a complexidade
divina.
Deus se apresenta de forma que muitas vezes não podemos
compreender e nem podemos questionar. Só nos resta acreditar
A unicidade de Deus além de torná-lo único é a base para
entendermos os seus demais atributos.
O que se pode comparar a Deus? Nada!
Deus não pode ser parte porque é pleno.
Mas também não podemos comparar Ele a um todo, porque o todo é
feito de partes. Deus simplesmente é único. Independe de espaço e de
lugar.
Em (Jó 23:9) a palavra diz:” Procuro-o a esquerda, onde ele opera,
mas não o vejo; viro-me para a direita e não o diviso.”
O filósofo Orígenes afirma que não via a necessidade de
demonstrar a existência de Deus mas deixar claro a unicidade de
Deus.
Ele ia contra a tese gnóstica de que havia dois deuses. Um do
Velho Testamento que era justo, mas não bondoso e o do Novo
Testamento que era bondoso, mas não justo. Ele faz referência de que
bondade e justiça, de forma alguma são incompatíveis.

Desde o começo da sua história, Israel creu que seu Deus é só


um, eles não chegaram a essa conclusão por meio de dedução
racional, mas pela observação das ações de Deus na história. Deus é
só um e tem em si todas as prerrogativas da divindade, não pode
haver outro.

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