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Ricardo Aparecido dos Reis

METODOLOGIA
CIENTÍFICA:
O Desafio Acadêmico

1a Edição
Esboço Editado pelo autor
Fev/2001
Capa:
Organização:
Edição de texto

Dados internacionais de catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil).

Reis, Ricardo A. dos, 1974-


Metodologia Científica: O desafio Acadêmico.
Ricardo Aparecido dos Reis - Ed. do Autor - São Paulo - 1999.

60 p.
Bibliografia
ISBN 85 SLS S
1. Metodologia. 2. Métodos de estudo. 3. Pesquisa. 4. Trabalhos
Acadêmicos/Científicos - Redação. I. Título.

98-0089 CDD-001.42

Índice para catalogo sistemático:

1. Metodologia da pesquisa - 001.42


2. Pesquisa: Metodologia - 001.42

Todos direitos reservados


© 2001. Ricardo Aparecido dos Reis.
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa do
autor.
Impresso no Brasil.
Agradeço

Ao Senhor Jesus Cristo, meu Criador, Salvador e Mestre, que desde os


primeiros passos me conduziu pelos caminhos da sabedoria e da prudência.

Aos meus pais, que sempre me apoiaram na lide ministerial e estudantil.

À minha família, especialmente minha esposa Ester, auxiliadora neste


ministério e a minha pequena filha, Sthefany, que não reclamaram de se ver
privada da minha companhia, em momentos tão preciosos.

Itapevi, 07 de Fevereiro de 2000.


Ricardo Aparecido dos Reis (30/04/1974-)
6

SUMÁRIO
Paginas
INTRODUÇÃO....................................................................................................8
Cap. 1 - METODOLOGIA DA PESQUISA.................................12
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES...............................................12
1.1. PRINCIPAIS ASPECTOS DA PESQUISA.................................12
1.1.1. Acumulação...........................................................................................12
1.1.2. Cooperação...........................................................................................13
1.1.3. Competição...........................................................................................13
1.1.4. Ricos de Insucesso...............................................................................13
1.1.5. Abertura.................................................................................................13
1.2. TIPOS DE CONHECIMENTO........................................................13
1.2.1. Conhecimento Empírico........................................................................13
1.2.2. Conhecimento Científico.......................................................................14
1.2.3. Conhecimento Filosófico.......................................................................14
1.2.4. Conhecimento Teológico.......................................................................14
1.3. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS À PESQUISA..............................14
1.3.1. Preconceito............................................................................................14
1.3.2. Susceptibilidade humana a propaganda...............................................14
1.3.3. Tradicionalismo.....................................................................................14
1.3.4. Autoritarismo.........................................................................................15
2. O PROJETO PESQUISA.....................................................................15
2.1. ESCOLHA DO TEMA/PROBLEMA.............................................15
2.1.1. Fatores Internos....................................................................................15
2.1.2. Fatores Externos...................................................................................16
2.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA..............................................................16
2.3. HIPÓTESE...........................................................................................16
2.4. JUSTIFICATIVA.................................................................................16
2.5. OBJETIVOS........................................................................................17
2.6. METODOLOGIA................................................................................17
2.7. PLANO PROVISÓRIO DE TRABALHO.....................................17
2.8. CRONOGRAMA - Plano de atividades.....................................17
2.9. BIBLIOGRAFIA.................................................................................18
3. TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS............................................18
3.1. QUESTIONÁRIO...............................................................................18
3.1.1. Linguagem.............................................................................................18
3.1.2. Pré-testes..............................................................................................18
3.1.3. Carta Explicação...................................................................................18
3.1.4. Identificação do Respondente...............................................................19
3.1.5. As questões a serem pesquisadas........................................................19
7

3.2. ENTREVISTA......................................................................................19
3.2.1. Quem deve ser entrevistado.................................................................20
3.2.2. Plano de entrevista................................................................................20
3.2.3. Pré-teste................................................................................................20
3.2.4. Diante do entrevistado...........................................................................20
3.2.5. Relatório................................................................................................20
3.3. OBSERVAÇÃO.................................................................................20
3.3.1. Conhecimento prévio do que se observa..............................................20
3.3.2. Planejamento de um método de registro..............................................21
3.4. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA.......................................................21
3.4.1. Locais de coletas..................................................................................21
3.4.2. Registro de documentos.......................................................................21
3.4.3. Organização..........................................................................................22
3.4.4. Internet..................................................................................................22
3.4.5. Biblioteca..............................................................................................22
3.4.6. Sistema de Classificação nas Bibliotecas.............................................23
Cap. 2 - ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA..........................24
1. ETAPAS INICIAIS DA ELABORAÇÃO................................24
1.1. SELEÇÃO DO TEMA.....................................................................25
1.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA............................................................26
1.3. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO........................................26
1.4. PLANO PROVISÓRIO DO TRABALHO...................................26
1.5. CRONOGRAMA..............................................................................26
2. COLETA DE DADOS (PESQUISA BIBLIOGRÁFICA).................27
2.1. LEITURA............................................................................................27
2.2. DOCUMENTAÇÃO.........................................................................27
3. A CONSTRUÇÃO LÓGICA DO TRABALHO...................28
3.1. INTRODUÇÃO.................................................................................28
3.2. DESENVOLVIMENTO...................................................................29
3.2.1. Explicar................................................................................................29
3.2.2. Discutir................................................................................................29
3.2.3. Demonstrar..........................................................................................29
3.3. CONCLUSÃO..................................................................................29
4. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DA MONOGRAFIA........30
4.1. CAPA.................................................................................................32
4.2. FOLHA DE ROSTO.......................................................................32
4.3. AGRADECIMENTOS....................................................................33
4.4. SUMÁRIO.........................................................................................33
4.5. TEXTO...............................................................................................33
4.5.1. Parágrafos...........................................................................................34
4.5.2. Capítulos.............................................................................................34
4.6. CITAÇÕES E NOTAS....................................................................34
8

4.6.1. Citação Literal......................................................................................34


4.6.2. Citação Indireta...................................................................................35
4.6.3. Citação de Citação.............................................................................35
4.7. NOTAS DE RODAPÉ...................................................................35
4.7.1. Notas das citações.............................................................................36
4.7.2. Notas esclarecimento no rodapé........................................................36
4.7.3. Notas de Citações no texto................................................................36
4.8. PAGINAÇÃO...................................................................................36
4.9. FORMATO DA PÁGINA...............................................................37
4.10. BIBLIOGRAFIA..............................................................................37
4.10.1. Livros................................................................................................37
4.10.2. Artigos de Revistas ou Jornais.........................................................39
4.10.3. Outras Publicações Periódicas........................................................40
4.10.4. Internet.............................................................................................41
4.10.5. Vídeos..............................................................................................41
4.11. ANEXOS E APÊNDICES.............................................................41
Cap. 3 - VIDA ACADÊMICA..........................................................42
1. A DISCIPLINA DO ESTUDO....................................................42
1.1. FLUXOGRAMA DA VIDA DE ESTUDO..................................42
1.2. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ESTUDOS........................42
1.2.1. O Principal Tempo do Aluno...............................................................43
1.2.2. Estudar em casa.................................................................................43
2. LEITURAS..........................................................................................43
2.1. TIPOS DE LEITURAS...................................................................44
2.1.1. Leitura Formativa................................................................................44
2.1.2. Leitura Informativa..............................................................................44
2.1.3. Leitura Recreativa...............................................................................45
2.2. O HÁBITO DA LEITURA..............................................................45
2.3. SELEÇÃO DE LEITURA...............................................................45
2.4. QUALIDADE DE LEITURA..........................................................46
2.4.1. Local de Leitura...................................................................................46
2.4.2. Motivação de Leitura...........................................................................46
2.4.3. Horário de estudo...............................................................................46
2.4.4. Preparo para a Leitura........................................................................46
2.5. MOTIVAÇÃO PARA LEITURA......................................................46
3. RESUMO, ESQUEMA E FICHA..............................................47
3.1. RESUMO...........................................................................................47
3.2. TECNICA DE SUBLINHAR..........................................................49
3.3. RESENHA.........................................................................................50
3.4. ABSTRACT, SINOPSE.................................................................50
3.5. FICHA................................................................................................50
3.5.1. Ficha de Leitura...................................................................................51
9

3.5.2. Ficha Catalográfica.............................................................................51


3.5.3. Fichários..............................................................................................51
4. ELEMENTOS DE REDAÇÃO E ESTILO..........................51
4.1. CLAREZA.......................................................................................52
4.2. EXATIDÃO......................................................................................52
4.3. OBJETIVIDADE.............................................................................52
4.4. SIMPLICIDADE..............................................................................52
4.5. CORREÇÃO GRAMTICAL.........................................................52
4.6. LINGUAGEM OBJETIVA E ESTILO DIRETO.......................52
4.7. UNIDADE.........................................................................................52
4.8. ÊNFASE...........................................................................................53
4.9. VARIEDADE...................................................................................53
4.10. IMPESSOALIDADE......................................................................53
4.11. EQUILIBRIO na disposição do tamanho das partes..................53
4.12. DISPOSIÇÃO DE RECURSOS ILUSTRATIVOS..................53
4.13. PARÁFRASE..................................................................................54
5. TIPOS DE REUNIÕES EM GRUPOS..................................54
5.1. SEMINÁRIO....................................................................................54
5.2. CONGRESSO.................................................................................54
5.3. SIMPÓSIO.......................................................................................55
5.4. DEBATE...........................................................................................55
5.5. PALESTRA / CONFERÊNCIA...................................................55
5.6. DISCUSSÃO CIRCULAR / MESA REDONDA......................55
5.7. BRAINSTORMING - tempestade cerebral.................................56
5.8. FÓRUM............................................................................................56
5.9. INSTITUTO.....................................................................................56
5.10. PAINEL............................................................................................56
ANEXOS..................................................................................................58
BIBLIOGRAFIA....................................................................................60
10

INTRODUÇÃO

A
criação deste trabalho foi motivada pela necessidade de um material didático mais
adequado aos objetivos da Metodologia Científica, dentro do curso de Graduação
em Teologia. Necessidade esta, que foi se tornando cada vez mais presente, ao
lecionar, ano após ano, esta matéria em seminários teológicos. Durante vários anos fui
obrigado a recomendar aos alunos, livros disponíveis, porém bastante inadequados. Eram
livros arcaicos e obsoletos. Livros, na sua maioria, escritos na década de 70 ou 80 1, que nem
sequer imaginavam que os alunos poderiam estar usando um computador gráfico. Mesmo a
maioria dos livros escritos mais recentemente estavam igualmente desatualizados e nada
prescrevia quanto às inovações advindas do computador.

Na virada do século 21, em pleno ano 2000, não podemos continuar utilizando livros,
que ensinam a confecção de uma monografia na velha Máquina de Escrever. A Metodologia
Científica precisa estar preocupada com sua própria modernização. Ela não pode ficar de
maneira alguma à margem do progresso, uma vez que ela própria, é a mola mestra deste
progresso.

Hoje em dia, o computador é a ferramenta padrão do acadêmico e já vem afinado com


as principais regras de formatação. Isto faz com que haja uma padronização decorrente e
natural. O uso do computador, porém, não garante a confecção de melhores monografias, nem
mesmo no seu aspecto gráfico. É necessário um esforço para que haja a produção de um
conteúdo racional e uma padronização de linguagem e de apresentação do trabalho.

A modernização na Monografia Científica, precisa ser ante de tudo, uma preocupação


com a padronização. A falta de padronização tem resultado em prejuízo de tempo inestimável.
Monografias mal feitas, fora dos padrões, deixam os leitores desbaratados, garimpando dados
e idéias. Tal situação nos leva a questionar: Quem falhou? Será que a falha foi nossa, dos

1
Estes livros podem ser observados na Bibliografia final deste trabalho.
11

educadores, que não conseguimos informar e conscientizar o aluno a fazer um trabalho de


acordo com padrões mundialmente aceitos e recomendados? Será que a falha foi dos nossos
meios didáticos, nossos livros? Ou foi meramente desleixo dos próprios alunos?

Uma forma comum, estabelecida de maneira racional e criteriosa é uma ferramenta


prestimosa na produção e disseminação do saber e no enriquecimento da cultura. É preciso
padronizar a formatação de livros, revistas, periódicos, monografias, dissertações e teses, para
tornar mais ágil a comunicação entre leitor e escritor. Padronização esta feita à luz dos
recursos atuais.

Este trabalho foi produzido especialmente para você que busca o conhecimento e o
desenvolvimento intelectual. Você que está entrando numa faculdade e não quer apenas mais
um diploma, mas quer de fato adquirir mais conhecimento, mais experiências. Trata-se de um
esforço visando mais que informar, mas formar e também conscientizar. Como disse
Monteiro Lobato: "Um grande país se faz com homens e livros". Eu acrescentaria, com bons
livros. Livros que possam formar uma consciência de qualidade e grandeza de caráter neste
país. Que possam ajudar a levantar uma geração voltada para a nobreza de caráter e seriedade
no que faz. Desejamos e ansiamos por conscientizar esta nova geração de escritores e
pesquisadores que vão surgir, a buscar mudar o ruma da nossa nação. Deixando para trás a
mediocridade, precisamos caminhar diligentemente em direção a excelência.

A Metodologia Científica é uma matéria que está presente em todo bom


currículo de qualquer curso de nível superior. Ela busca desenvolver no acadêmico,
a capacidade de observar, selecionar e organizar cientificamente os fatos da
realidade. Ela visa ensinar como confeccionar uma monografia, como fazer e
organizar uma pesquisa para a monografia, como planejar o tempo de estudo, como
organizar um seminário e outras atividades com grupos. Busca criar e estimular o
espírito crítico, observador e organizador do aluno. É uma matéria eminentemente
prática e deve estimular os alunos para que busquem motivações a encontrar às
respostas às dúvidas e indagações, através da pesquisa.
A Metodologia Científica busca desenvolver no acadêmico, a capacidade de observar,
selecionar e organizar cientificamente os fatos da realidade. Busca criar e estimular o
espírito crítico, observador e organizador do aluno.
Etimologicamente, a palavra vem do grego Methodos mais Logia. A palavra Methodos
é formada pela união da palavra Meta, que tem o mesmo significado em português e hodos
que significa caminho, portanto, caminho para se atingir uma meta. E a palavra Logia que
12

quer dizer estudo. Portanto, Metodologia é o estudo de um caminho para se atingir uma meta.
É uma forma ordenada e sistemática de proceder ao longo de um caminho, para se atingir um
determinado fim.

Metodologia é o estudo de um caminho para se atingir uma meta. É uma forma


ordenada e sistemática de proceder ao longo de um caminho, para se atingir um
determinado fim.

A palavra metodologia em si expressa a idéia de uma seqüência metódica de operações


dentro de um processo. O dicionário define o verbete metodologia como: "Conjunto de
técnicas e processos utilizados para ultrapassar a subjetividade do autor e atingir a obra
literária" e "A arte de dirigir o espírito na investigação da verdade".2

A metodologia está presente diariamente em nossas vidas. Sem nos apercebermos,


estamos diariamente fazendo coisas através de métodos adequados que já aprendemos e o
fazemos de uma maneira quase automática. Por exemplo: Diariamente eu tiro o carro da
garagem. Primeiramente eu preciso pegar as chaves, abrir o portão, abrir o carro, por a chave
no contato, verificar se a marcha não esta engatada, ligar o carro, engatar a marcha ré, olhar
para trás e para os lados para não esbarrar no portão, nem bater em um carro estacionado do
outro lado da rua, e assim por diante. Há toda uma metodologia que devo obedecer para ser
bem sucedido neste objetivo. Quando vamos realizar trabalhos novos e inéditos precisamos,
então, estudar nova metodologia para realizarmos com sucesso.

Algumas vezes notamos que surge uma certa rejeição, a esta disciplina por parte dos
alunos. É, mais ou menos, como aquele velho chavão do "odeio matemática", mesmo que a
matemática não seja tão terrível assim. Certamente, essa rejeição à Metodologia Científica
não se dá pela disciplina em si, pois ela é muito interessante e seu conteúdo é simples e
prático; mas talvez, a culpa seja nossa, dos professores que ministram as aulas, e da didática
que aplicamos.
Este trabalho também tem a pretensão de tentar modificar esta situação, mudando a sua
disposição, meu caro leitor, em relação à Metodologia Científica. Desde já lhe pedimos, um
pouco de crédito, uma predisposição positiva para com esta matéria, que tem sido a chave do
sucesso para muitas pessoas. As possibilidades que hoje temos, através do computador,
tornam esta matéria ainda mais criativa, onde você poderá liberar todo o seu potencial
inventivo e inovador.

2
AURÉLIO, Buarque de Holanda Ferreira. Dicionário Aurélio Eletrônico, V. 1.4, Editora Nova
Fronteira, baseado no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 1994.
13

Dentro da intenção aqui almejada que é também de conscientizar, moldar um caráter de


seriedade e determinação, no objetivo de se fazer o melhor, relembramos as palavras sábias de
“... Tudo o que você faz bem, sempre fará bem a alguém". Além disso, queremos também
incentivar e desafiar os alunos de nível superior, a se aplicar à leitura, à produção de
monografias, teses e livros. Como está escrito na Bíblia Sagrada:

"Não há limites para fazer livros, e o muito estudar


é enfado da carne". Eclesiastes 12.12

1
14

Cap.

METODOLOGIA DA PESQUISA

O conceito de pesquisa vem do latim "perquirese" que quer dizer buscar, indagar,
descobrir, investigar. No contexto acadêmico é o exame cuidadoso, para descobrir
novas informações.

A atividade de pesquisa busca verificar e ampliar o conhecimento existente, procurando


sempre acrescentar algo novo e inusitado ao que já está estabelecido. Busca também, corrigir
conceitos e teorias existentes. (Doutrina e Dogma). Por isso, todo trabalho deve oferecer
algum grau de originalidade, quer seja no campo da ciência, da arte, da tecnologia, da
filosofia, da teologia, etc.

A atividade de pesquisa está baseada também no fator de que, até aqui, muitos caminhos
já foram percorridos. Por isso, precisamos levantar o estado atual da questão. Antes de sair
por aí apavorado, buscando resolver um problema, é necessário verificar se alguém já não o
solucionou antes.

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1.1. PRINCIPAIS ASPECTOS DA PESQUISA
1.1.1. Acumulação - A pesquisa é cumulativa no sentido vertical porque, ficando
raízes no que já foi feito, desenvolve e soma novos conhecimentos àquela área. O
pesquisador procura ver tudo o que já foi dito antes no
assunto e acrescenta suas própria conclusões, publicando-
as. Horizontalmente, ela compara e utiliza o conhecimento
de todas as outras áreas correlatas para fundamentar seus
postulados ou conclusões.

1.1.2. Cooperação - De uma certa maneira a


pesquisa é coletiva. O caráter cumulativo
determina o progresso da ciência a partir
da comunhão dos esforços de inúmeros
pesquisadores.
15

1.1.3. Competição - A pesquisa é também competitiva. Paradoxalmente à cooperação,


verifica-se também um aspecto altamente competitivo.
Isto decorre do fato de se conferir valor imediato
incontestável a um novo resultado.

1.1.4. Risco de Insucesso - Nem sempre o objetivo do


pesquisador será atingido. Muitas vezes ele acaba
sendo conduzido para um outro aspecto que ele nem
tinha pensado antes e que pode igualmente contribuir para o progresso. Porém,
pode também acontecer algumas vezes, dele se encontrar num beco sem saída.
Não resultar em nada.

1.1.5. Abertura - O trabalho é publicado e está aberto para novos desenvolvimentos.

1.2. TIPOS DE CONHECIMENTO


Podemos imaginar a construção do primeiro machado de pedra. A habilidade humana
de lascar uma pedra torna-la pontiaguda e amarra-la a um cabo de madeira. Este
conhecimento passou de pai para filho, até que alguém descobriu que poderia por fogo em
determinada pedra (metal) que poderia deixa-la mais pontiaguda ainda. E assim o
conhecimento foi se acumulando e se desenvolvendo. E o ser humano pode vencer obstáculos
com mais facilidade.
O processo de transmissão e acumulação de conhecimento é a mola propulsora da
ciência e do pregresso da humanidade. Sem a contribuição do conhecimento anterior,
acumulado por nossos antepassados em séculos e séculos de experiências, observação e
pesquisa, estariam ainda vivendo na idade da pedra.
A transmissão e acúmulo de conhecimento têm se tornado também, cada vez mais
eficiente. Primeiramente com a invenção da escrita, e dia após dia, como atingir uma
metodologia de tam maneira que esta escrita esteja transmitindo este conhecimento mais
eficientemente.
Hoje em dia, em pleno século XXI, é impossível exagerar a importância do
conhecimento. Fala-se que estamos vivendo a "sociedade do conhecimento". O homem vale o
quanto sabe. Aqui mostramos os quatro principais tipos de conhecimento.
16

1.2.1 - Conhecimento empírico


É o conhecimento simples e prático das coisas. Também denominado
conhecimento vulgar e cotidiano. É em geral obtido através de experiências
casuais de acertos e erros sem qualquer metodologia. Embora o conhecimento
empírico é inferior ao científico, não deve ser menosprezado, pois se constitui a
base do conhecimento humano.

1.2.1 - Conhecimento Científico


Resulta da investigação metódica e sistemática da realidade. Estuda os
fenômenos com efeitos imediatos e através da experimentação em laboratório busca construir
leis gerais que o regem.

1.2.3 - Conhecimento filosófico


Tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo o
raciocínio. É o conhecimento metafísico, buscam as causas primeiras, os fins
últimos. Baseado principalmente na razão e na lógica, pode ir além dos limites da
ciência. Pode estudar não apenas o objeto concreto, mas também o abstrato.

1.2.4 - Conhecimento Teológico


Vem de revelação divina, especial ou geral, aceito pela fé, podendo ou não ser
demonstrada pela razão. De um modo geral o conhecimento teológico apresenta respostas que
o homem não pode obter através do conhecimento empírico, científico ou filosófico.

1.3. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS A PESQUISA


1.3.1. - Preconceito - é a tendência mental que leva o pesquisador a ignorar ou minimizar
certas partes da evidência e a enfatizar demasiadamente outras. O preconceito significa um
juízo formulado previamente, que mesmo as evidências mais fortes não conseguem demover.

1.3.2. - Susceptibilidade humana a propaganda - O pensamento do ser humano pode


ser manipulado ou condicionado por pessoas ou grupos interessados. O indivíduo torna-se
condicionado ao "jargão" particular e a ótica daquela ideologia. A pesquisa assim torna-se um
instrumento de propagação de uma ideologia, perdendo dessa forma a sua finalidade.

1.3.3. - Tradicionalismo - Tendência de apegar-se às formulações do passado. Medo de


mudanças em conceitos e estruturas do pensamento. Vide O Caminho do Bezerro no
apêndice.
17

1.3.4. - Autoritarismo - Aceitação não crítica de uma fonte de autoridade, considerando


apenas a sua origem.

2. O PROJETO PESQUISA
2.1. ESCOLHA DO TEMA/PROBLEMA
Na maior parte dos casos, nos cursos de graduação, o
tema para a pesquisa e redação da monografia é
apresentado pelo professor da cadeira. Neste caso cabe ao
aluno apenas compreende-lo e delimita-lo corretamente.

Quando o tema da pesquisa não é especificado, como


é o caso da pós-graduação, o pesquisador deve procurar um
problema em potencial cuja solução, ainda inexistente,
parece estar dentro de suas possibilidades.

O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Pois, no seu trabalho, o


pesquisador deve estar procurando resolver um suposto problema, ou chegar a uma conclusão
nova que modifique a visão da realidade. A partir deste problema será definido o tema,
levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou
negada através do trabalho de pesquisa.
A confecção de um bom projeto de pesquisa deve ser ensinado nos cursos de graduação,
pois, ele é a chave que abre portas para a pós-graduação. É necessário, pois, que o
bacharelando esteja preparado para confeccionar um projeto de pesquisa caso queira seguir
para um curso de mestrado ou doutorado.

O acadêmico deve ter em mente a escolha de um tema para o trabalho de pesquisa,


especialmente dois tipos de fatores:

2.1.1 - Fatores internos


Gosto pessoal - São fatores de motivação pessoal que devem ser observados. Sua afetividade
em relação a um determinado tema ou seu grau de interesse pessoal em relação àquele
assunto.

Tempo disponível - Seu tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa. Para o
desenvolvimento do tema escolhido e os seus desdobramentos. É preciso avaliar os
limites das suas capacidades intelectuais, conhecimento e recursos, em relação ao tema
pretendido.
18

Curiosidade - Um tema que você tem curiosidade em vê-lo desenvolvido melhor.

2.1.2 - Fatores externos


A importância e a pertinência do tema escolhido, para o seu tecido social.

Disponibilidade de Fontes. Material de consulta e dados necessários ao pesquisador. Dados


bibliográficos.

A novidade do tema, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e práticos.

Problema latente - você pode estar visualizando um problema latente. Uma tendência, que
precisa ser alertada.

O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho.

2.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA


Uma vez definido o tema a ser trabalhado, é preciso agora delimita-lo corretamente.
Procurando definir o que é o tema, o que nele está contido, e o que não é, o que não esta
contido nele.
A decisão ou a opção por determinada posição dentro da problemática escolhida deve
aguardar uma visão mais completa e adequada fornecida pela pesquisa. Um conceito
precipitado pode distorcer os resultados. O posicionamento maduro surgirá após a discussão
das possíveis alternativas.
Este cuidado sempre será necessário, pois um preconceito pode desviar da verdade e
produzir uma pesquisa tendenciosa. É claro, porém, que deve ser levantada, de antemão, uma
hipótese, que poderá ser confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.

2.3. HIPÓTESE
Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação, que tende
dar uma resposta satisfatória ao problema levantado, dentro do tema escolhido para pesquisa.
O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição)
levantada.

2.4. JUSTIFICATIVA
A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, tem o objetivo de
convencer que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo
19

pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância. Para a sociedade como um todo
ou para determinados seguimentos sociais em especial.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a
hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de
pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a
necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.

2.5. OBJETIVOS
A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização
do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser separados
em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.

2.6. METODOLOGIA
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa.
É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista,
pesquisa bibliográfica, etc.), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do
trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se
utilizou no trabalho de pesquisa.

2.7. PLANO PROVISÓRIO DO TRABALHO


O Esquema do Trabalho ou plano provisório é propedêutico, e serve como guia ao
pesquisador na elaboração do texto final. Este Esquema é apenas um esboço, é um sumário
provisório, podendo ser totalmente alterado durante o desenvolvimento do trabalho.
Ele é baseado em grandes idéias, oriundas dos vários aspectos que podem ter os
problemas. O aluno deve usar a intuição e a dedução na sua confecção. Depois de concluída a
pesquisa, este plano provisório vai ser tornando o Sumário do trabalho final.

2.8. CRONOGRAMA - Plano de atividades


Depois de realizadas as fases da escolha do tema, levantamento bibliográfico, hipótese
de solução do problema e plano provisório do trabalho é necessário fazer um planejamento do
tempo necessário para cada etapa da pesquisa e sua execução.
20

Cronograma é "a distribuição planejada das fazes de execução de um projeto em


determinado período de tempo".3 É necessário fazer um planejamento de todas as atividades e
estipular uma duração prevista para cada uma delas.

2.9. BIBLIOGRAFIA
Fazer o Levantamento da Literatura existente e a Localização de fontes em potencial
nas principais bibliotecas disponíveis. Verificar a possibilidade de acesso a documentos e
avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.
Fontes são também documentos escritos, não somente livros, mas também, jornais,
artigos, relatórios, atas, anais, etc., que podem reforçar a nossa hipótese ou refuta-la. A
pesquisa bibliográfica é também chamada de pesquisa documental, nela também estão
incluídos filmes, fotos, gravações, etc.

3. TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS


3.1. QUESTIONÁRIO
O Questionário, numa pesquisa, é um instrumento precioso de coleta de dados. Se sua
confecção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento é realizado pelo informante.

3.1.1. Linguagem - A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para
que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é
recomendado o uso de gírias, a não ser se faça necessário por necessidade de
características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, por exemplo).
3.1.2. Pré-testes - Todo questionário a ser enviado, deve passar por uma etapa de pré-
teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de
formatação.
3.1.3. Carta Explicação - Você deve enviar junto com o questionário, uma carta
explicativa que possa motivar seu respondente a devolve-la pronto o mais rápido
possível. A Carta Explicativa deve conter:
 A proposta da pesquisa;
 Instruções de preenchimento;
 Instruções para devolução;
 Incentivo para o preenchimento e;
 Agradecimento.

3
ENCICLOPÉDIA LARROUSE CULTURAL, Nova Cultura, SP, 1998, (Verbete: Cronograma), p.
1709.
21

3.1.4. Identificação do Respondente - Para que as respostas possam ter maior


significação é interessante não identificar diretamente o respondente com
perguntas do tipo NOME, ENDEREÇO, TELEFONE, etc., a não ser que haja
extrema necessidade, como para selecionar alguns questionários para uma
posterior entrevista. Neste caso, coloque a identificação no final.
3.1.5. As questões a serem Pesquisadas - A criação de itens no formulário segue as
regras abaixo:
 Formulário de Itens sim/não, certo/errado e verdadeiro/falso;
Ex: Trabalha? ( ) Sim ( ) Não
 Respostas livres, abertas ou curtas;
Ex: Bairro onde mora: _________________________________
 Formulário de múltipla escolha;
Ex: Renda Familiar:
( ) Menos de 1 salário mínimo.
( ) 1 a 3 salários mínimos.
( ) 4 a 6 salários mínimos.
( ) 7 a 11 salários mínimos.
( ) Mais de 11 salários mínimos.
 Questões mistas:
Ex: Quem financia seus estudos?
( ) Pai e Mãe
( ) Outro parente
( ) Outra pessoa
( ) O próprio aluno
Outros: ______________________________________________.

3.2. ENTREVISTA
É necessário ter um plano para a entrevista para que no
momento em que ela esteja sendo realizada as informações
necessárias não deixem de ser colhidas.
As entrevistas podem ser de caráter exploratório ou ser
de coleta de informações. Se for uma entrevista de caráter
exploratório pode ser relativamente estruturada, porém se for
para coleta de informações, deve ser altamente estruturada.
22

Sugestões de planejamento para se realizar uma entrevista

3.2.1. - Quem deve ser entrevistado - Procure selecionar pessoas que realmente têm o
conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação.

3.2.2. - Plano da entrevista e questões a serem perguntadas - Prepare com


antecedência as perguntas a serem feitas ao entrevistado e a ordem em que elas devem
acontecer.

3.2.3. - Pré-teste - Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica
de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha.

3.2.4. - Dante do entrevistado - Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate
de idéias.
 Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do entrevistado para que
isto não venha prejudicar a relação entre entrevistador e entrevistado.

 Deixe que as questões surjam naturalmente, evitando que a entrevista assuma um


caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se
torne um "questionário oral".

 Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem se tornar cansativas para o
entrevistado.

 Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele se sinta falando
sozinho.

 Vá anotando as informações do entrevistado, sem deixar que ele fique esperando sua
próxima indagação, enquanto você escreve.

 Caso use um gravador, não deixe de pedir sua permissão para tal. Lembramos que o
uso do gravador pode inibir o entrevistado.

3.2.5. Relatório - Mesmo tendo gravado procure fazer um relatório o mais cedo possível.

3.3. OBSERVAÇÃO
Sugestões para uma observação satisfatória.

3.3.1. Conhecimento prévio do que observar - Antes de iniciar o processo de


observação, procure examinar o local.
23

Determine que tipo de fenômenos merecerá registros.

3.3.2. Planejamento de um método de registro - Crie, com antecedência, uma


espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas
categorias dignas de observação.
3.3.3. Fenômenos não esperados - Esteja preparado para o registro de fenômenos
que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento.
3.3.4. Registro fotográfico ou vídeo - Para realizar registros de iconográficos
(fotografias, filmes, vídeos, etc.), caso o objeto de sua observação sejam
indivíduos ou grupos de pessoas, procure-os para tal ação. Eles não devem ser
pegos de surpresa.
3.3.5. Relatório - Procure fazer um relatório o mais cedo possível.

3.4. PESQUISA BIBLIOGRAFICA


É a ciência, a técnica e a arte da pesquisa de documentos. Livros, revistas, dicionários e
especializadas enciclopédias, catálogos, jornais, boletins, etc., são fontes que procuramos.
Os documentos, como fonte de pesquisa, podem ser primários ou secundários. As fontes
primárias são os documentos que gerarão análises para posterior criação de informações.
Podem ser decretos oficiais, fotografias, cartas, artigos, etc. As fontes secundárias são as
obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas, teses, monografias, etc.,
por exemplo).

"São considerados fontes primárias os documentos


fotográficos, recursos audiovisuais, tais como programas
radiofônicos televisivos, desenhos, pinturas, músicas,
estruturas e objetos de arte, em geral".4

Sugestões para análise de documentos:

3.4.1. Locais de coletas - Determine com antecedência que bibliotecas, agências


governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados.

3.4.2. Registro de documentos - Ao abrir um livro procure no sumário, os capítulos que


tenham relação com o seu tema. Na maioria das vezes não temos tempo para ler o livro todo,
por isso lemos apenas os capítulos que potencialmente contém o que nos interessa.

4
Maria Margarida de Andrade. "Introdução à Metodologia do Trabalho Científico". p. 38
24

Esteja preparado para copiar os documentos encontrados, seja através de xerox,


fotografias ou outro meio qualquer (Notebook, Scanner, etc.). A cópia (xerox) está a um preço
muito acessível e, hoje em dia, há sempre uma copiadora por perto. Mas, quando não é
possível dispor de qualquer um desses recursos, faça à mão num rascunho, copie o resuma
tudo que tiver relacionado com o tema (não esqueça de anotar a referência bibliográfica).
Servem de Matéria prima para uso do seu trabalho. Utilize folhas de rascunhos soltas que
podem ser arquivadas em qualquer ordem num fichário (Pasta A-Z). Deixe espaço para
desenvolvimento próprio (Brainstorming). Procure imprimir todo material conseguido através
da Internet, e guardar como fonte, junto a outras anotações e cópias, para futuras pesquisas.

3.4.3. Organização - Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua


pesquisa e coloque-os em uma ordem lógica.

3.4.4. Internet - A Internet representa uma novidade nos meios de pesquisa. Trata-se de uma
rede mundial de comunicação via computador, onde as informações são trocadas livremente
entre todos.

Sem dúvida, a Internet representa uma revolução no que concerne à troca de


informações. A partir dela, todos podem informar a todos. Mas, se ela pode facilitar a busca e
a coleta de dados, ao mesmo tempo oferece alguns perigos; na verdade, as informações
passadas por essa rede não têm critérios de manutenção de qualidade da informação.

Explicando melhor: qualquer um pode colocar sua "Homepage" (ou sua Página) na
rede. Vamos supor que um indivíduo coloque sua página na "net" (rede) e o objetivo desta
página seja falar sobre a História do Brasil: ele pode perfeitamente, sem que ninguém o
impeça, dizer que o Brasil foi descoberto "por Diogo da Silva, no ano de 1325". Sendo assim,
devemos levar em conta que toda e qualquer informação colhida na Internet deverá ser
confirmada antes de divulgada.

3.4.5. Biblioteca - Decreto 1.807 de 1907: "todas editoras estão obrigadas a remeter uma
cópia a BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO".
Acervo é o conjunto de obras que formam o patrimônio de uma biblioteca.
25

3.4.6. Sistema de Classificação nas Bibliotecas - CDD - Classificação decimal de


Dewey, Melvil Dewey.

CDD DERIVADO DISCIPLINA


GERAL
000 Obras Gerais
010 Bibliografia
020 Biblioteconomia
030 Enciclopédia
100 Filosofia
200 Religião
300 Ciências Sociais
310 Estatísticas

350 Administração
400 Lingüística Filologia
469 Língua Portuguesa
500 Ciências Puras
510 Matemática
520 Astronomia
530 Física

900 História, Geografia.

920 Biografia

CAP

ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA
26

onografia é trabalho escrito, resultado de uma pesquisa, dentro de um único tema ou


Mproblema. Freqüentemente solicitado ao nível de graduação. Trata-se de um estudo
minucioso de um tema relativamente restrito.

O trabalho tem por objetivo último transmitir uma mensagem, comunicar o resultado
final de uma pesquisa e de uma reflexão. Por isso deve demonstrar uma idéia, comprovar uma
única hipótese, defender uma única tese.
"Dissertação é o resultado de pesquisa exigido
para obtenção do título de Mestre. Trata-se de um
trabalho de pesquisa, com o qual o candidato deve
demonstrar sólidos conhecimentos sobre a área de
estudos a que se dedica”.

“Tese é o relato de pesquisa exigido para


obtenção do título de Doutor. Constitui-se num trabalho
de pesquisa, com o qual o candidato deve demonstrar
capacidade de fazer avançar a área de estudo a que se
dedica”.

1. ETAPAS INICIAIS DA ELABORAÇÃO


1.1. SELEÇÃO DO TEMA
A primeira etapa na elaboração de uma monografia é ter o assunto a ser tratado. Na
maior parte dos casos, o tema para a pesquisa e redação da monografia é apresentado pelo
professor da cadeira. Neste caso cabe ao aluno apenas compreende-lo bem e delimita-lo
corretamente.

As etapas da pesquisa, já foram desenvolvidas mais pormenorizadamente no capítulo


anterior. Aqui vamos dar apenas um resumo dirigido para a monografia.

FASES DA CONFECÇÃO DA MONOGRAFIA

Seleção do
Tema

1a FASE
1a FASE Delimitação
do Tema

Levantament
o Biográfico

Pesquisa
Bibliográfica
27

Plano
provisório do
Trabalho
Questionário
Cronograma

Entrevistas
Coleta
de
Dados
2a FASE Observação
2a FASE de
Fenômenos

Pesquisa
Bibliográfica

Conexão e Desenvolvimento
Construção Construção Lógica
3a FASE Lógica
3a FASE Redação
Introdução
Provisória do
Desenvolvi
texto
Conclusão

Redação da Revisão
Introdução Final

4a FASE
Texto Final
4a FASE Redação da Editoração e
Conclusão Digitação.

1.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA


Quando o tema é proposto pelo professor, cabe ao aluno delimitar, com precisão o tema
indicado.

O tema deve ser problematizado. Definição. O que é, O que não é.

O trabalho tem por objetivo último transmitir uma mensagem, comunicar o resultado
final de uma pesquisa e de uma reflexão. Por isso deve demonstrar uma única idéia,
comprovar uma única hipótese, defender uma única tese. É preciso discorrer sobre o tema
com objetividade e evitar divagação.
Obs: A decisão, a opção por determinada posição é posterior a discussão de possíveis
alternativas.
28

1.3. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO


Verificar a disponibilidade de Literatura existente no tema, dentro de suas
possibilidades. Na sua biblioteca, na biblioteca da escola, na biblioteca da sua cidade, na
biblioteca do pastor, de um amigo, etc. Verificar a possibilidade de acesso a outras fontes
além de livros. Talvez jornais, revistas e outros documentos que também possam contribuir
para o seu tema. Fotos e quadros são excelentes para ilustrar seu trabalho.

1.4. PLANO PROVISÓRIO DO TRABALHO


O Esquema do trabalho ou o plano provisório é propedêutico, e ser como guia para
orientar a pesquisa até a elaboração do texto final. Este Esquema é apenas um esboço, é um
sumário provisório, podendo ser totalmente alterado durante o desenvolvimento do trabalho.
Ele é baseado em grandes idéias, oriundas dos vários aspectos que podem ter o
problema. O aluno deve usar a intuição e a dedução na sua confecção.

1.5. CRONOGRAMA
Após o aluno ter tomado conhecimento prévio de todo o trabalho que ele vai ter para
desenvolver o tema, ele deve fazer um planejamento, um cronograma, para ter a idéia de
como vai cumprir o prazo dado pelo professor.
Planejamento - Ação ou efeito de planejar. Organizar segundo um plano, planificar.
Plano de trabalho pormenorizado.
Projetar, programar, planificar.5
Cronograma é a distribuição planejada das fases de execução de um projeto em
determinado período de tempo.6

O aluno deve fazer um plano das atividades colocando as datas previstas para sua
conclusão até a data final da entrega.

2. COLETA DE DADOS (PESQUISA BIBLIOGRÁFICA)


Esta é a fase da pesquisa em si. Nesta fase o pesquisador tem à mão 4 principais
recursos: O Questionário (assunto que já foi exposto mais minuciosamente no capítulo
anterior), as entrevistas, a observação de fenômenos e a pesquisa bibliográfica.

5
ENCICLOPÉDIA LARROUSE CULTURAL. Nova Cultural, SP, 1998, p. 4642, (verbete:
Planejamento).
6
Ibid, p. 1709 (verbete: Cronograma).
29

A pesquisa bibliográfica é a técnica e a arte da


pesquisa de documentos. Em livros, revistas,
dicionários e especializadas enciclopédias, catálogos,
jornais, boletins. Procure no sumário, os capítulos
que tenham relação com o seu tema. Na maioria das
vezes não temos tempo para ler o livro todo, por isso
lemos apenas os capítulos que potencialmente contém
o que nos interessa.

2.1. LEITURA
Fazer uma pré-leitura: Além do título que deverá ter alguma relação com o tema da
pesquisa, deve-se analisar o sumário e a contracapa para ver se a obra trata realmente do
assunto pesquisado. Algumas vezes estas informações precisam ser garimpadas em pequenas
partes do livro, um ou dois capítulos, que o pesquisador deve ter "faro" para descobrir.

2.2. DOCUMENTAÇÃO
Esteja preparado para copiar os documentos encontrados, seja através de xerox,
fotografias ou outro meio qualquer (Notebook, Scanner, etc.). A cópia (xerox) está a um preço
muito acessível e, hoje em dia, há sempre uma copiadora por perto. Mas, quando não é
possível dispor de qualquer um desses recursos, faça à mão num rascunho, copie ou resuma
tudo que tiver relacionado com o tema (não esqueça de anotar a referência bibliográfica).
Servem de Matéria prima para o seu trabalho. Utilize folhas de rascunhos soltas que podem
ser arquivadas em qualquer ordem num fichário (Pasta A-Z). Deixe espaço para
desenvolvimento próprio. Procure imprimir todo material conseguido através da Internet, e
guardar como fonte, junto a outras anotações e cópias, para futuras pesquisas.
Acesso à biblioteca, ajuda de um funcionário, computadorizado. Fichas?

3. A CONSTRUÇÃO LÓGICA DO TRABALHO


Nesta etapa do trabalho, após a coleta de dados e documentação, o acadêmico precisa
ter um alto grau de análise e organização. Disciplina.

Ao começar a redação do seu trabalho, você não precisa necessariamente começar pela
introdução. Pelo comentário, na maioria das vezes, a redação da introdução só sairá no final.
Comece pelo mais fácil. Vá redigindo conforme a inspiração, de uma maneira provisória, em
rascunhos ou diretamente no computador, que permitirá posteriormente alterações. Um "plano
30

de trabalho provisório" bem feito torna possível redigir o trabalho por partes e depois ordena-
lo convenientemente. Este procedimento é especialmente útil para trabalhos em grupos, pois
cada um de seus componentes pode ficar encarregado de redigir uma das partes, e depois
todos podem colaborar na redação final.

A construção lógica do trabalho é a coordenação inteligente das idéias conforme as


exigências racionais da sistematização. O mais importante é o entrosamento entre as partes.
Deve haver uma fluidez natural dos assuntos tratados em cada parte. Uma transição natural,
que matem uma linha de raciocínio lógica, coerente e clara.
A ordem lógica do pensamento dentro do tema deve manter uma estrutura orgânica,
formando uma unidade. As partes do trabalho, seus capítulos e parágrafos devem ter uma
seqüência lógica e proporcional determinada pela estrutura do trabalho.
O aluno, após realizar as leituras, deverá apresentar sua contribuição pessoal, fruto de
sua reflexão sobre o assunto.
As diretrizes aqui apresentadas são gerais e aplicáveis a todo trabalho de natureza
teórica, científica ou filosófica, escrito ou oral. A necessidade de apresentar um
desenvolvimento lógico de pensamento se faz necessário em todas as áreas da atividade
humana. No seu trabalho, na sua igreja e na sua escola, etc.
A numeração dos tópicos e sub-tópicos ajuda a formar uma estrutura lógica no trabalho
e fornece parâmetros para o acadêmico não ficar divagando.

3.1. INTRODUÇÃO
A Introdução pode conter todos esses itens ou apenas alguns deles.
 Esclarecer o tema do trabalho. Dar definições.
 Levantar o estado da questão.
 Assinalar a relevância e o interesse do tema.
 Manifestar as intenções do autor e os objetivos do trabalho.
 Justificação do trabalho.
 Devem ser apresentados os objetivos do trabalho.
 Deve-se mencionar a importância do trabalho, justificando sua imperiosa necessidade
de se realizar tal empreendimento.
 Deve ser bem explicada toda a metodologia adotada para se chegar às conclusões.
31

 Evitar retrospectos históricos.


 Evitar a apresentação precipitada dos resultados. Deve ser sintética e objetiva.

3.2. DESENVOLVIMENTO
É o corpo do trabalho, composto de seus capítulos e suas partes redacionais. O corpo do
trabalho é onde o tema é discutido e desenvolvido pelo autor do trabalho.
Deve ser enumerado simetricamente, e dividido logicamente, para a fundamentação da
tese.
"A construção racional tem por objetivo: explicar, discutir, e demonstrar. Precisa
envolver objetividade, clareza e precisão".
Devem envolver os 3 estágios do raciocínio:

2.2.1. Explicar - É tornar evidente o que estava implícito, obscuro ou complexo. É descrever,
classificar ou definir.
2.2.2. Discutir - É comparar as várias posições que se entrechocam dialeticamente.
2.2.3. Demonstrar - É aplicar a argumentação apropriada à natureza do trabalho. É partir de
verdades garantidas para novas verdades. 6.6.2. - Desenvolvimento do Texto.
- As hipóteses a serem testadas devem ser claras e objetivas.
- A revisão de literatura deve resumir as obras já trabalhadas sobre o mesmo
assunto.

3.3. CONCLUSÃO
A conclusão é à parte onde o autor se coloca com liberdade científica, avaliando os
resultados obtidos e propondo soluções e aplicações práticas.
A Conclusão pode conter todos esses itens ou apenas alguns deles.
 É a síntese para a qual caminha o trabalho.
 Recapitula os resultados da pesquisa.
 Confronta com a introdução.
 Faz aplicação prática.

4. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DA MONOGRAFIA


Normas para composição e uniformização.
ESTRUTURA DE UM TRABALHO
 Capa (*)
 Folha de rosto
32

 Dedicatória (*)
 Agradecimento (*)
 Sumário
 Abreviaturas
 Texto - introdução
 Desenvolvimento
 Conclusão
 Apêndices (*)
 Anexos
 Referências bibliográficas
 Glossário (*)
 Modelos de estrutura de um trabalho completo.

 Os itens assinalados (*) são opcionais.

Nome do Aluno, autor da monografia.

Foto do Autor
da monografia
(opcional)

Monografia apresentada por exigência


da cadeira de Metodologia Científica,
1o ano do curso de Bacharel em
Teologia, Prof. Ricardo Aparecido
dos Reis
33

TÍTULO DA OBRA, TEMA

ESCOLA
Local, mês/ano

4.1. CAPA
Hoje em dia, está a nossa disposição e a preço bem acessível, belas pastas plásticas
com a primeira capa transparente e a contracapa fosca ou transparente também. Esta é a
moderna solução para termos o trabalho protegido, com a folha de rosto à vista. Se você
mandar encadernar ficará melhor ainda.

4.2. FOLHA DE ROSTO


A confecção da folha de rosto deve obedecer a um padrão, porém, padrão com
flexibilidade. Deve haver campo para a criatividade. Como num navio de 300m de largura.
Você pode ir à piscina, ao salão de jogos etc. você tem ampla liberdade dentro do navio. Mas
34

na hora que o navio chegar ao porto, você deve chegar também. Assim é a padronização da
folha de rosto.
Deve conter:
 Nome do autor (na margem superior);
 Título do trabalho (mais ou menos centralizado na folha);
 Caracterização;
 Instituição onde o trabalho foi executado (na margem inferior);
 Cidade e ano de conclusão do trabalho (na margem inferior).

OBS: A Associação Brasileira de Normas Técnicas não determina a disposição destes


dados na folha. Esta distribuição deve ser definida e padronizada pelo professor ou pela
Instituição, para uniformização de seus trabalhos acadêmicos.

Caracterização: Exemplos de informações essenciais sobre a origem do trabalho:

Monografia apresentada por exigência da disciplina


Metodologia Científica, do curso Bacharel em
Teologia, ministrada pelo Prof. Ricardo Aparecido
dos Reis.

Monografia apresentada como pré-requisito de


conclusão do curso de Bel. em Teologia, tendo
como orientador o Prof. Ricardo Aparecido dos Reis.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Educação, do Centro Pedagógico,
da Universidade Federal do Espírito Santo, como pré-
requisito de conclusão do curso de Mestrado em
Educação, tendo como orientadora a profa. Isa Chiabai.
35

OBS: Diferença entre monografia, dissertação e tese, ver início deste capítulo.

4.3. AGRADECIMENTOS
É a revelação de gratidão àqueles que contribuíram na elaboração do trabalho. É um
item dispensável, especialmente em monografias.

4.4. SUMÁRIO
Mostra toda a estrutura do trabalho. É o esqueleto do trabalho. Pode conter a paginação,
como o índice. Deve conter todos os tópicos e sub-tópicos. É diferente do índice, pois, para o
sumário a paginação é optativa, ao passo que neste, optativa é a demonstração de todos os
tópicos e sub-tópicos. O sumário deve dar uma visão geral do conteúdo do trabalho.
Segundo a ABNT, sumário é "Enumeração das principais divisões, seções e outras
partes de um documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede" (NBR 6027).

A numeração deve ser:


1., 1.1, 1.1., Use números arábicos e pontos.
Não dividirás por um. Não existe tópico sub-dividido por um.
 O título de cada seção deve ser formatado com o mesmo tipo de letra em que
aparece no campo do texto.
 A indicação das páginas localiza-se à direita de cada seção (Opcional).

4.5. TEXTO
O texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem estruturado, com o uso de uma
linguagem simples, clara e objetiva. Fuja do pedantismo intelectual.
Abreviaturas - deve-se evitar o uso de abreviaturas e siglas no decorrer do texto, exceto
casos reconhecidamente conhecidos como os livros da Bíblia, ou caso contrário, estas
abreviaturas devem ser caracterizadas no início do trabalho, antes da introdução. No caso dos
livros da Bíblia deve ser abreviada em duas (2) letras conforme abreviação detalhada pela
Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), Edição Revista e Atualizada, 2a Ed.

O texto normal deve ser digitado em espaço um e meio (1,50 ou dois (2) e corpo letra
tamanho 12).

4.5.1. Parágrafos
Recuo de aproximadamente 8 letras na primeira linha ou a tabulação automática que
vem nos programas de computador.
36

É uma unidade de pensamento que contém uma idéia mais ou menos completa. Ele
sempre deve começar com uma oração chave, chamado "tópico frasal" ou "lead", que indica
qual a direção de pensamento que o texto seguirá.
Um parágrafo deve ter unidade, coerência, suficiência. Com unidade queremos dizer,
que contém apenas uma idéia e o seu desenvolvimento. Como coerência entende-se frase
disposta segundo uma ordenação lógica. Há necessidade de certa forma, conter a introdução,
o desenvolvimento, e a conclusão da idéia. Como suficiência esta necessidade do parágrafo
conter uma idéia completa.

4.5.2. Capítulos
Caso o trabalho tenha divisões de capítulos, ele deve sempre começar numa nova
página.
Monografia pequena (até 30 páginas), não deve ser dividida em capítulos.
Os capítulos costumam ser numerados com algarismos romanos, porém este costume
esta se desvanecendo.
Títulos devem estar com letras maiúsculas e destacadas na página.
Uso de MAIÚSCULAS, TÍTULOS E SUBTÍTULOS.

4.6. CITAÇÕES E NOTAS


Citações são transcrições ou apresentações de idéias de outrem que servem para
fortalecer e apoiar a tese ou para se contrapor dialeticamente em debate.
As citações breves devem ser inseridas no texto. Se forem literais (citação direta)
sempre irão entre aspas. Porém, se forem prolongadas devem ser inseridos em parágrafos
próprios, margem recuada e corpo de letra menor.

4.6.1. Citação Literal


É a citação na qual você transcreve literalmente as palavras do autor da fonte, sem
modificar, aumentar ou diminuir.
 Citação Literal Curta (com menos de 4 linhas) - Deve ser feita na continuação do
texto, entre aspas, e em itálico. Exemplo:
Embora não fique claramente expressa na passagem Bíblica, a estratégia dada pelo
Senhor a Joquebede, mão de Moisés, foi sobremaneira perfeita. Logo após jogar o menino
na água, sua mãe foi acompanhando-o para ver o que lhe acontecia. A filha de Faraó após
aceita-lo como filho, aceitou a sugestão de Miriam e entregou o menino aos cuidados de
sua própria mãe que, como sua "ama" teve a oportunidade de transmitir a ele as tradições
37

de seu povo, e semear no coração de Moisés o amor a Deus e ao povo eleito. "Moisés foi
criado num lar piedoso, pelo menos durante os primeiros cinco ou sete anos de sua vida,
e assim aprendeu a ter fé, não somente em Deus, mas também simpatia e amor ao seu
povo oprimido."

 Citação Literal Longa (com 4 linhas ou mais) - As margens são recuadas à direita, e
corpo de letra menor (10, por exemplo):
"Claude Bernard, médico e teórico do positivismo e do método experimental evocado
anteriormente, deixava entender que a abordagem positiva poderia ser aplicada, com sucesso, a todos os
objetos de conhecimento, tanto naturais quanto humanos. Ora, nas ciências humanas, isso não se deu sem

problemas”.7

 Citação Bíblica - Sempre transcreva o texto Bíblico, evite dar apenas a referência,
para que o leitor não tenha que ficar consultando a Bíblia constantemente.

4.6.2. Citação Indireta


 É a citação que sofre uma interpretação por parte do autor. É uma paráfrase do
texto original, feita pelo autor da obra atual.

4.6.3. Citação de Citação


 É a citação por outro pesquisador.
Exemplo:
"De acordo com Josefo, o nascimento de Moisés fora predito por mágicos egípcios, porquanto as
coisas haveriam de modificar-se radicalmente por causa dele. Josefo em acréscimo, diz que o pai

de Moisés teve um sonho muito significativo, referindo-se ao seu nascimento e a sua grandeza."8

Obs: apud = citado por.

4.7. NOTAS DE RODAPÉ


As notas devem ser colocadas no rodapé para facilitar a vida do leitor. As notas no final
do capítulo ou da obra dificultam e desestimulam o leitor e acabam não sendo consultadas.
Causam mais dificuldade e confusão que esclarecimento.

4.7.1. Notas das citações

7
LAVILLE, Christian & DIONNE, Jean. A Construção do Saber: Manual de Metodologia da
Pesquisa em Ciências Humanas. p. 31.
8
JOSEFO apud CHAMPLIN, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Verbete "Moisés", p.
332.
38

No rodapé da página deve aparecer a nota da citação. Neste caso coloca-se


um número sobrescrito que servirá de chamada e deverá ser repetido no rodapé da
página. O corpo de letra da nota de rodapé deve ser menor (por exemplo, 10) e deve
ser separada do texto por um traço.
 Ibid. - obra do mesmo autor.
 Idem ou Ibidem - assinala que o trecho citado foi extraído da mesma obra já
referenciada em citação imediatamente anterior.
 Op. Cit. = Opus Citatum (obra citada). Usada para indicar que a expressão foi
extraída do mesmo lugar anteriormente citado.
 Apud = citado por.

4.7.2. Notas esclarecimento no rodapé


Caso no decorrer do trabalho torne-se necessário, para efeito de clareza ou para
documentar o que se está afirmando, deve-se colocar nas notas de rodapé as informações
adicionais ou explicações, que se fazem necessárias, mas caso fossem incorporadas ao texto,
quebrariam sua continuidade ou fluência.

4.7.3. Notas de Citações no texto


Modernamente está em uso também a forma "(HOFF, 1993: 108)". Quando você vir
esta notação siba que HOFF é o autor da fonte citada. 1993 é o ano de publicação da obra
deste autor na bibliografia, 108 refere-se ao número da página onde o autor fez a citação.

4.9. FORMATO DA PÁGINA


Não há uma determinação rígida para os critérios aqui apresentados. No entanto é usual,
e tende a ser um padrão as seguintes características:

1. Papel formato A-4 (210 X 297 mm) - branco. A tendência para padrão mundial
é o A-4 branco. Não é, nem carta nem sulfite ou ofício 1, nem é o ofício 2.
Pode-se até aceitar um trabalho feito em papel carta ou ofício, mas não é o
padrão. A tend6encia mundial e moderna é o A-4, este é o padrão.
2. Margens: O ideal é o 3x2. Três, três, dois, dois.
Margem esquerda = 3,0 cm
Margem superiro = 3,0 cm
Margem direita = 2,0 cm
Margem inferior = 2,0 cm
39

3. Corpo da letra: 12

4. Tipo de letra: Times News Roman (em computador) e eventualmente o Arial.

5. Espaço entrelinhas: 1,5 linhas.

Obs: Não esquecer que o espaço entrelinhas em uma citação longa (mais de cinco linhas) deve
ter espaço simples. Com letras menores.

4.10. BIBLIOGRAFIA

É uma lista de livros e obras consultadas para a elaboração do trabalho, citadas ou não,
colocados em folha própria, no final do trabalho, em ordem alfabética e numerada. Este
conjunto de indicações de obras possibilita a identificação de documentos e publicações, no
todo ou em parte.

4.10.1. Livros
1. DUZILEK, Darci. A Arte da Investigação Criadora. 2a ed. Rio de Janeiro: JUERP,
1978.
- NOME do autor. Título da Obra. Edição. Local da publicação: Editora, ano da
publicação (número de pp).
 Autor (ou coordenador, ou organizador, ou editor) - Escreve-se primeiro o
sobrenome paterno do autor, em caixa alta, e, a seguir, o restante do nome,
após uma separação por vírgulas.

 Título e subtítulo - O título deve ser realçado por itálico negrito, ou


sublinhado. O subtítulo deve ser separado do título por dois pontos.

 Número da edição (somente a partir da segunda edição) - Não se costuma usar


o sinal de decimal (2a).
 Local da publicação - É o nome da CIDADE onde a obra foi editada e, após a
referência de local deve, ser grafada dois pontos (:). Somente coloque estado
ou país se a cidade não for muito conhecida.
 Editora - Só se coloca o nome da editora. Não se costuma colocar a palavra
Editora. Ed., Ltda, ou S.A., etc. Por exemplo: a Editora Ática Ltda, colocar-se-
ia apenas Ática.

 Ano da Publicação - É o ano em que a obra foi editada.

 Número de volumes (se houver).


40

 Nome da série, número da publicação na série (entre parênteses).

Observação:
 Dois espaços devem separar os diversos campos de uma referência.
 A 2a linha e as subseqüentes se iniciam em baixo da 3a letra da 1a linha.
 Em obras avulsas são usadas as seguintes abreviaturas:
 org. ou orgs. = organizador (es)
 ed. ou eds. = editor (es)
 coord. ou coords. = coordenador (es)
Exemplos:
Até três autores:
COSTA, Maria Aída B., JACCOUD, Vera, Costa. COSTA, Beatriz. MEB: Uma História de
muitos. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 125. (Cadernos de Educação Popular, 10).

LAKATOS, Eva Maria., MARCONI, Mariana de Andrade. Metodologia científica. 2 ed., São
Paulo: Atlas, p. 231, 1991.

Mais de três autores:


OLIVEIRA, Armando Serafim et al. Introdução ao pensamento filosófico. 3 ed. São Paulo:
Loyola, p. 211, 1991.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: Método e Técnicas. São Paulo: Atlas, 2
ed. p. 287, 1989.

Obs.: et al. (et alli) quer dizer "e outros" em latim.

Sem nome do autor:


O pensamento vivo de Nietzsche. São Paulo: Martin Claret, p. 110, 1991.

Dissertação / Tese:
BELLO, José Luiz de Paiva. Lauro de Oliveira
Lima: um educador brasileiro. Vitória, 1995, 210 p. Dissertação (Mestrado em Educação) -
Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE-UFES, Universidade Federal do
Espírito Santo, 1995.

Autor corporativo:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Programa de Pós-Graduação em
Educação / PPGE-UFES. Avaliação educacional: necessidade e tendências. Vitória,
PPGE/UFES, 1984. 143 p.
41

Citações que parte de uma obra:


BARBOSA, M. A. Lexicologia: aspectos estruturais e sintático-semânticos. In: PAIS, C. T.
et. All. Manual de Lingüística. Petrópolis: Vozes, 1979.

HORTA, José Silvério Baía. Planejamento educacional. In: MENDES, Dumerval Trigueiro
(org). Filosofia da Educação Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
p. 195-239.

Dicionário:
Educação. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini-dicionário da língua
portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 185.

Enciclopédia:
Divórcio. In: Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1997. v. 29, p. 107-162.

4.10.2. Artigos de Revista ou Jornais


CAMPOS, Roberto. Dois desapontamentos. A Folha de São Paulo, SP, Caderno 1, p. 4.
Domingo, 02 jan. 2000.
 Autor (es) do artigo:
 Título do artigo:
 Título da revista:
 Local da publicação:
 Editor: (opcional):
 Indicação do volume:
 Indicação do número ou fascículo:
 Indicação de página inicial e final do artigo:
 Data:
Exemplo:
Artigo de um autor:
BORTOLETTO, Marisa Cintra. O que é ser mãe? A evolução feminina na maternidade
através dos tempos. Viver Psicologia, São Paulo: vol. I, n. 3, p. 25-27, out. 1992.

Obs: No caso de mais de um autor, segue-se a mesma regra das referências dos livros.

Artigo não assinado (sem nome de autor):


TARIFAÇÃO camuflada. A folha de S. Paulo, SP, 1o Caderno, p. 2, 14 ago 1993.
Obs: Escreve-se em maiúscula até a primeira palavra significativa do título.

Artigo de jornal assinado:


DINIZ, Leila. Leila Diniz, uma mulher solar. Entrevista concedida ao Pasquim. Almanaque
Pasquim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 10-17, jul. 1982.
42

Artigo de jornal não assinado (sem nome de autor):


MULHERES têm que seguir código rígido. O Globo, Rio de Janeiro, 1 caderno, p. 40,31 jan.
1993.
Obs: A referência de mês é reduzida a apenas três letras e um ponto. O mês de janeiro ficaria
sendo jan., o de fevereiro fev. etc., com exceção do mês de maio que se escreve com todas as
letras (maio) e sem o ponto. (veja o exemplo em artigo não assinado).

4.10.3. Outras Publicações Periódicas

Decretos-Leis, Portarias, etc.


BRASIL, Decreto 93.935, de 15 de Janeiro de 1987. Promulga a convenção sobre
conservação dos recursos vivos marinhos antárticos. Diário Oficial (da Republica
Federativa do Brasil), Brasília, v. 125, n. 9, p 793-799, 16 de jan. 1987. Seção 1, pt. 1.

Pareceres, Resoluções, etc:


CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n. 1.406 de 5 de out. 1979. Consulta
sobre o plano de aperfeiçoamento médico a cargo do Hospital dos Servidores de São
Paulo. Relator: Antônio Paes de Carvalho. Documenta, n. 227, p. 217-220, out. 1979.

Trabalho publicado em anais de congresso e outros eventos:


CHAVES, Antônio. Publicação, reprodução, execução: direitos autorais. In: Congresso
Brasileiro de Publicações, 1., São Paulo, 5 a 10 de jul. 1981. Anais do I Congresso de
Publicações. São Paulo: FEBAP, 1981. p. 11-29.

Anais de congresso no todo:


SEMINÁRIO DO PROJETO EDUCAÇÃO, 5., 24 out. 1996, Rio de Janeiro. Anais do V
Seminário do Projeto Educação. Rio de Janeiro: Fórum de Ciência e Cultura - UFRJ,
1996.
Anuários:
Matrícula nos cursos de graduação em universidades e estabelecimentos isolados, por áreas de
ensino, segundo as universidades da Federação - 1978-80. In: Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro,
1982. Seção 2, cap. 17, p. 230: Ensino.

4.10.4. Internet
Não existem regras para referências de "sites" da Internet. No entanto, o autor deste
trabalho esteve na Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e recebeu a informação
43

que até o final do ano de 1998 as normas já estariam estabelecidas. Neste momento também
foi instruído, verbalmente, a proceder da seguinte maneira:
BELLO, José Luiz de Paiva. Estrutura de Apresentação do Trabalho. In: Pedagogia On Line,
Cap. 6. 1999.
Obs.: O endereço do "site" deve estar entre parêntese, no final das referências possíveis.
4.10.5. Vídeos

4.11. ANEXOS E APÊNDICE


Apêndices
- É todo material suplementar de sustentação ao texto, de maneira do próprio
pesquisador (itens do questionário aplicado, roteiro de entrevista ou
observação).
Anexos
- (uma lei discutida no corpo do texto, etc.).
Glossário
- É a explicação dos termos técnicos, verbetes ou expressões que constem do
texto. Sua colocação é opcional.

CAP.

VIDA ACADÊMICA

1. A DISCIPLINA DA VIDA DE ESTUDO


A disciplina na vida do estudante visa maior eficiência na aprendizagem.
44

Iniciação metodológica - Normas praticas para o estudo. É necessário buscar a criação


de bons hábitos de estudo.

Autodidata, atividade criadora - desenvolver.


Biblioteca pessoal - Revista brasileiras Evangélicas: Raio de Luz, Eclésia, Lar Cristão,
Ultimato, Identidade. Livros necessários na biblioteca, Dicionário Bíblico, Manual Bíblico,
Concordância Bíblica, Comentários Bíblicos em várias versões.

Preparação para a aula


Ao chegar em casa o estudante deve rever a matéria anotada em classe e documentar
em fichas ou fichários. Deve ser igualmente documentados elementos complementares as
anotações inclusive de pesquisa posterior.

As anotações devem ser submetidas a um processo de correção e complementação e


transcritas nas fichas de documentação (fichários).

1.1. FLUXOGRAMA DA VIDA DE ESTUDO


AULA ESTUDO EM CASA AULA
Participação Revisão Preparação Participação
Reorganização, Releitura da
Documentação documentação
Exposição da matéria,
em fichas. da aula Perguntas, debates.
Discussão/Debates.
Complementação anterior.
com pesquisa. Contato

1.2. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ESTUDO

Planejamento do tempo
Tempo é uma questão de prioridade.
Prioridade é uma questão de organização.
Se possível, reserve um horário de estudo, e cumpra-o fielmente.
Sempre que o período de estudo ultrapassar 2 h deve-se fazer um intervalo de 0,5 h.

Planejamento do tempo para o desempenho das atividades acadêmicas é fundamental.


Sem o tempo suficiente, método algum será eficiente.

1.2.1. O Principal Tempo do Aluno


45

O Principal tempo do Aluno é aquele que está na sala de aula. Este tempo é vital e
precioso. É preciso ter um aproveitamento intenso da aula. Neste tempo ele deve procurar
aplicar uma atenção aguçada, para uma completa compreensão e até uma reflexão do assunto.
O aluno deve procurar participar, dialogar, questionar e esclarecer suas dúvidas.

1.2.2. Estudar em casa


Repensar os tópicos desenvolvidos na aula.
Memorizar conceitos imprescindíveis à compreensão da matéria.
Rever, organizar apontamentos da aula, matéria.
Fazer exercícios de fixação.
Rever as aulas e complementá-las com pesquisas e exercícios.

Estudar
Estudar é concentrar todos os recursos e habilidades pessoais na captação e
assimilação dos dados, técnicas e relações.

Envolve um processo volitivo e dirigido conscientemente a aprender através da


reflexão atenta e proposital sobre determinado assunto.

Envolve também um processo de assimilação ou de apropriação. Aprender é assimilar


os dados do assunto e suas relações com a realidade.

2. LEITURA
Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de
comunicação, principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é,
fundamentalmente através da leitura que se realiza o processo de
transmissão/aquisição de cultura. Daí a importância capital que se atribui

ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável, nos cursos de graduação.9

9
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho Científico: Elaboração
de trabalhos na graduação. SP, Atlas, 1993 p. 15.
46

Leitura é a arte de decifrar e apreender um texto. Decodificar e captar a mensagem


do autor, aprendendo com a sua experiência. A leitura busca a assimilação, o conhecimento e
a preparação intelectual para melhores posicionamentos do indivíduo diante da sua realidade.

"Ler faz a cabeça"

"Uma grande nação se faz com homens e com livros" Monteiro Lobato.

1Tm 4.13 "Até a minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino".

Toda leitura deve produzir alguma mudança em nós. É um processo de aprendizagem.

A Bíblia é uma leitura especial. Sem pressa, meditativa, reflexiva e com oração.
Aprenderá mais aquele que tem no coração uma atitude quebrantada, humilde, contrita e de
desejo sincero (desejando com a sua vontade dominante).

Há textos inteiramente inteligíveis ao leitor e texto que não são tão inteligíveis assim.
Cabe ao leitor tentar superar tais dificuldades. Caso a razão desta dificuldade seja um
vocabulário excessivamente esmerado, ou um vocabulário excessivamente técnico, tenha à
mão um dicionário. Isto fará com que seu vocabulário se enriqueça. Livros de uma área
técnica, à qual nós não estamos familiarizados, causam uma dificuldade inicial na leitura.
Caso a razão seja um livro mal escrito, cabe ao leitor a decisão de continuar ou não a leitura.
Depende da riqueza das ideais.

2.1. TIPOS DE LEITURAS

2.1.1. Leitura Formativa


É aquele tipo de leitura que visa impregnar a mente do indivíduo com preceitos de
moral, com exemplos de boa conduta e que visam o bem estar social. A leitura da Bíblia,
livros devocionais, biografias de grandes servos de Deus incluem-se neste tipo de leitura.

2.1.2. Leitura Informativa


Seria um tipo de leitura analítica, com o fim de pesquisar determinado assunto mais a
fundo, porém, em última análise todo tipo de leitura é informativa.
2.1.3. Leitura Recreativa
É a leitura despreocupada, geralmente feita em horas de lazer e com o objetivo de
entretenimento. Embora também contenha informação a sua finalidade é aliviar o intelecto de
47

questões mais profundas. Romances, e obras fictícias estão nessa categoria, além de revistas e
periódicos.

2.2. O HÁBITO DA LEITURA


No Brasil, pouca gente tem o hábito de leitura. Após o advento da Televisão e do
Cinema, este hábito ficou ainda mais restrito. Estas coisas também trazem conhecimento, mas
mesmo hoje em dia, em pleno Século XXI, a leitura ainda é a principal fonte de transmitir
conhecimentos.
A falta de hábito de leitura tem prejudicado muita gente. Porém, é necessário
desenvolver hábitos adequados de leitura.
Características básicas da boa leitura:
Esforço mental;
Disciplina;
Tempo.
Elementos que estão presentes numa boa leitura:
Entender o que Lê.
Avaliar o que Lê.
Discutir o que Lê.
Aplicar o que Lê.

2.3. SELEÇÃO DE LEITURA


A produção gráfica cresce assustadoramente a cada dia. Cada
vez, se torna mais necessário que o leitor faça uma seleção prévia
para sua leitura. Milhares e milhares de periódicos, livros, panfletos
e outros tipos de impressos chegam às nossas mãos. Faltaria tempo
para lê-los todos de uma maneira sistema'tica e analítica. É preciso selecionar o que mais está
dentro de nosso interesse.

Ao comprar um livro, analise o tema, se é realmente pertinente ao seu interesse. O


título já define as linhas gerais da obra.
Olhe o sumário para que você tenha uma visão geral do conteúdo.
Leia a orelha do livro ou a capa traseira.
Leia a ficha cartográfica do autor. A Data da publicação e edição.

Se possível veja a introdução e o prefácio.


48

O título do livro é a primeira informação que temos sobre seu conteúdo, mas não deve
figurar como critério único de escolha para a leitura.
"Devemos examinar sumariamente o livro cujo título nos interessa á
primeira vista; devemos ver o nome do autor, seu currículo; devemos ler a sua

orelha. A convergência destes vários elementos ajuda a selecionar o que ler".10

2.4. QUALIDADE DA LEITURA

A boa leitura depende:

2.4.1. Local de Leitura:


Ambiente, Iluminação, ventilação, silêncio, acomodação própria. Escrivaninha com
todo o material. Sem interferência.
2.4.2. Motivação da Leitura:
Determine um objetivo para alcançar com a leitura. Isto ajuda a selecionar a leitura.
2.4.3. Horário de Estudo:
2.4.4. Preparo para a Leitura:
Faça uma leitura de contato com a obra. Procure primeiro uma visão global de idéias
principais. Tenha um Dicionário à mão.

2.5. MOTIVAÇÃO PARA LEITURA


A necessidade é a principal motivação que temos para ler. Quer seja como tarefa
escolar, quer seja por um imperativo profissional, na maior parte das vezes procuramos
determinado livro ou periódico por um imperativo do dever. Estamos procurando
conhecimentos específicos, neste caso.
O prazer vem em segundo lugar. Além de um grande número de pessoas que gostam
de ler e o fazem por prazer, cada vez mais se produz revistas e periódicos bem elaborados,
buscando conquistar leitores para momentos de lazer.
A curiosidade também tem levado, principalmente alguns autodidatas a buscar a
leitura para satisfazer a sua curiosidade e a sua necessidade de conhecimento.

Uma pesquisa feita numa biblioteca, de uma forma bem empírica, sem a observação
estrita de critérios científicos de amostragem, constatou a seguinte composição em relação ao
hábito da leitura.

10
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. P. 35.
49

5%
26% Curiosidade
Prazer

Necessidade 69%
Prazer 26%
Curiosidade 5%

69%
Necessidade

3. RESUMO, ESQUEMA E FICHA.


3.1. RESUMO
Resumo é a condensação do texto. É a apresentação condensada das idéias do autor. O
assunto é apresentado de forma sucinta, compacta, mas sem perder as idéias mais importantes.
Todo resumo deve apresentar com fidelidade às idéias do autor.

A Norma NBR 6082, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo


como "Apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto".11

Esquema é a colocação dos tópicos. Enumeração dos elementos. Esquema é a estrutura


lógica do trabalho. Antes de começar a fazer o resumo, é necessário conhecer o esquema da
obra, ter uma visão geral dela através do Sumário ou Esquema.

Resumo é solicitado por um educador com o objetivo de ajudar o aluno na


compreensão do texto em questão. Busca levar o estudante a refletir melhor a leitura, meditar
sobre ela, mastiga-la melhor, forçando uma memorização e melhor apreensão do seu
conteúdo.
O grau de condensação do resumo em relação à obra é dado pelo professor que
especifica um número de páginas alvo para o resumo.
Quando o texto a ser resumido é curto e o nível de redução é de aproximadamente 1/4
pode-se resumir parágrafo por parágrafo, uma vez que cada parágrafo deve conter uma idéia
em si.
O resumo de textos mais longos ou de livros inteiros, evidentemente, não poderá ser
feito por parágrafo, ou mesmo capítulos inteiros precisam ser bem resumidos. Neste caso as
seguintes sugestões devem ser seguidas.

11
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica, p. 61.
50

 Faça a leitura de todo o texto antes, para conhecimento do assunto. Esclareça


todas as dúvidas de vocabulário.
 Aplique a técnica de sublinhar, para ressaltar as idéias importantes e os
detalhes relevantes, em cada capítulo.
 Identifique pelo sumário as principais partes dos livros e faça um esquema
conforme necessário, refletindo as principais idéias do livro.
 Neste caso não há a necessidade de manter todos os títulos e subtítulos do
livro.
Nunca esquecer de por a folha de rosto ou o cabeçalho na folha do fichário. Nome do
Aluno, Nome da Obra, etc. (identificação).
"Não se admite acréscimos ou comentários ao texto, mas somente as opiniões e pontos de vista do autor
(do original) devem ser respeitadas".12

Num resumo: "Nem sempre há a necessidade de manter todos os títulos e subtítulos; a natureza da
obra, do processo de raciocínio do autor e de sua forma de argumentação é que apontarão a necessidade de se
13
conservar ou não a divisão do livro em partes e capítulos”.

O resumo deve procurar conter:


- O assunto do trabalho. Qual é o tema? De que forma e ponto de vista é tratado
o problema.
- O objetivo.
- Qual é o objeto de estudo da obra.
- As conclusões do autor.
- Use sempre frases breves, objetivas.
- Evite enumerar tópicos e construir parágrafos.
- Não coloque juízo crítico.
- Não perca nenhum assunto relevante, nenhuma idéia importante.
- O resumo não pode depender do original para sua compreensão.
- Não use longas citações do original.
- Respeite a ordem das idéias e fatos apresentados.
- Não escreva expressões como "Conforme o autor", "de acordo com o nosso
autor". O texto do resumo deve ser como se fosse saído do próprio autor.

3.2. TÉCNICA DE SUBLINHAR


12
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico, p. 29.
13
Ibid, p. 34.
51

Resumir é uma arte, que cada um desenvolve dentro do seu estilo próprio. Muitos o
fazem ao ler o texto da primeira vez, outros o fazem ao ler o texto da segunda vez, outros vão
sublinhando o texto para, em seguida, fazer o resumo através das principais idéias já
sublinhadas.
A técnica de sublinhar se impõe cada vez mais, devido o corre-corre da vida moderna.
Além disso, hoje em dia, está bem mais fácil adquirir livros ou tirar cópias de documentos
onde o pesquisador pode tranqüilamente ir sublinhando, pois o livro é seu. Ao ler um livro de
sua propriedade, o leitor que grifa as principais idéias, tem facilidade de encontra-las e
memoriza-las para posterior estudo ou citação.

Sublinhar é a técnica indispensável não só para elaborar esquemas e resumos, mas


também para ressaltar as idéias importantes de um texto, com a finalidade de estudo, revisão
ou memorização dos assuntos. Bem como é muitíssimo importante para o pesquisador que
pretende citar estas idéias em uma monografia.

É fundamental na técnica de sublinhar, que se tenha uma compreensão básica do


assunto. Só assim pode-se identificar as idéias principais e selecionar aquilo que é realmente
importante.

Há, portanto, princípios e normas que devem ser obedecidos para que a técnica de
sublinhar produza resultados eficazes.
- Leia todo o texto antes, para tomada de contato. Esclareça todas as dúvidas de
vocabulário.
- Releia o texto e sublinhe as idéias principais, através da palavra-núcleo.
- Tenha sempre a mão um lápis macio para sublinhar (preto ou colorido). Evite
caneta hidrocor (marca-texto), pois afeta o verso da página do livro.
- Evite sublinhar a frase inteira, sublinhe apenas palavras chaves, ou expressões
chaves. Sublinhar em excesso produz mais poluição visual que o destaque
desejado.
- Num parágrafo muito importante, assinale-o na margem esquerda.
- Nos casos de dúvida ou discordância, ponha uma interrogação.

3.3. RESENHA
É a apresentação condensada das idéias do autor, acrescentando-se a elas, a avaliação
de quem esta escrevendo a resenha.
52

“É um tipo de redação técnica que avalia precisa e sinteticamente a importância de


uma obra científica ou de um texto literário”.14

A resposta além de apresentar uma visão geral da obra deve também conter um juízo
valorativo. Alguns a chamam de resumo crítico. Deve resumir as idéias da obra, avaliando as
informações e conteúdo e a forma como foram expostas. Muitas vezes pode até compara-la a
outras obras.

A resenha não vem sendo muito usada hoje em dia, exceto em setores culturais
específicos.

3.4. ABSTRACT, SINOPSE.


Trata-se de um resumo bem curto, elaborado apenas pelo autor da obra ou por seus
editores. Serve para identificar o assunto e as partes principais da obra. Muito usado
atualmente, em inglês, para a Internet.

3.5. FICHA
"As fichas constituem valioso recurso de estudo de que se valem os pesquisadores
para a realização de uma obra didática. Científica e outras".15 (?).

Muitos escritores pensam assim, como João B. Medeiros, eu, porém, acho as fichas
inadequadas para os dias de hoje e tendem a desaparecer, tanto como elementos de registro de
dados, como também, como elementos didáticos.
3.5.1. Ficha de Leitura
As fichas de leitura buscam registrar anotações das principais idéias, como também
juízo valorativo a respeito da obra.

O tamanho padrão é o 10x15.

Coloque primeiro sua identificação, acima da primeira linha. Nome do aluno, escola e
data. Coloque na linha vermelha o Nome do livro e as páginas lidas. Normalmente as fichas
são manuscritas. Procure fazer o fichamento em uma ou duas fichas. Não precisa também
espremer a letra para caber mais anotações. Fichas não são resumos. Elas oferecem apenas
uma breve visão da obra.

3.5.2. Ficha Catalográfica


14
MEDEIROS, João Bosco, Redação Científica, p. 73.
15
Ibid, p. 50.
53

M439c Andrade, Maria Margarida de


Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: elaboração de
trabalhos na Graduação / Maria Margarida de Andrade. - SP, Atlas,
1993.

Bibliografia.
ISBN 85.224.0327-09

1. Metodologia 2. Métodos de estudo 3. Pesquisa 4. Trabalhos


Científicos I. Título II. Título: Elaboração de trabalhos de
graduação.

3.5.3. Fichários
O uso de fichários, semelhantes à pasta A-Z, onde podemos arquivar folhas de
anotações, constitui um valioso recurso. Anotações feitas em folhas pautadas ou não,
simplesmente folhas de rascunho, podem ser arquivadas ali sem problemas. Além disso, é
fácil encaixar a folha na ordem certa.

4. ELEMENTOS DE REDAÇÃO E ESTILO


Redigir é uma atividade que faz parte da rotina da maioria das pessoas. Quer seja um
bilhete, uma carta, até textos literários e sermões.
"Mas só é capaz de escrever bem, aquele que sabe bem o que vai escrever".16

4.1. CLAREZA
Espera-se que todo trabalho escrito seja claro na apresentação de suas idéias. Como
regra geral à clareza é obtida em função do conhecimento que se tem de determinado assunto.
Escrever com clareza, antes de tudo é pensar com clareza. Você tem que ter uma idéia bem
nítida do que pretende expor. Se não estiver claro para você, nunca estará claro para o leitor.

4.2. EXATIDÃO

16
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica. p. 89.
54

Exatidão é o desejo de oferecer a verdade e somente a verdade ao leitor. Deve-se


buscar o emprego de palavras apropriadas e adequadas. Bem como verificar se as fontes
utilizadas são fidedignas.

4.3. OBJETIVIDADE
Como a própria definição de monografia indica, o nosso trabalho deve trater de um
único tema. Cuidado com as divagações. Devemos no policiar e nos disciplinar neste sentido.
Evite também a subjetividade. Seja objetivo no seu assunto. Não saia do assunto.

4.4. SIMPLICIDADE
Toda monografia ou relatório de pesquisa deve primar pela simplicidade e
objetividade. Evite literatices e rodeios inúteis. Seja conciso e preciso. As frases
demasiadamente longas dificultam o entendimento, exigindo do leitor uma ginástica mental.
Evite o acúmulo de frases subordinadas, use no máximo, duas ou três. Prefira as frases curtas
na ordem direta.

4.5. CORREÇÃO GRAMATICAL


O acadêmico deve manejar bem o vernáculo, pois é o seu instrumento de trabalho.
Especialmente se ele pretende também ser um pregador, deve dominar a gramática do seu
país.

4.6. LINGUAGEM OBJETIVA E ESTILO DIRETO


O estilo direto tem muito a ver com a estrutura da frase, tamanho de períodos e a
organização de parágrafos. Evite frases longas, contendo várias idéias, rodeios, etc. Utilize
frases curtas e simples, não subordinadas e com vocabulário adequado. Use uma linguagem
científica, técnica, racional, sem rodeios literários, figuras de retórica ou frases de efeito.

4.7. UNIDADE
A unidade no parágrafo é conseguida pela utilização de uma frase inicial, que define a
idéia central de cada parágrafo (lead).
A unidade no trabalho é obtida através da coesão de todas as diferentes partes do
trabalho em torno de seu tema.
Os tópicos e parágrafos devem manter uma correlação de seqüência e unidade,
formando um todo.
55

4.8. ÊNFASE
É a qualidade de fazer ressaltar a verdade. Ou também ressaltando as verdades mais
importantes.

4.9. VARIEDADE
Deve-se evitar um mesmo padrão na redação de frases e parágrafos. Evite também um
mesmo vocabulário e um mesmo estilo. Quando você segue sempre uma mesma linha, um
mesmo ritmo e um mesmo vocabulário, seu estilo torna-se maçante.

4.10. IMPESSOALIDADE
Procure EVITAR expressões como "na minha opinião", "eu penso que", "o meu
trabalho". Estas expressões apresentam uma conotação de subjetividade inerente ao uso da
primeira pessoa.

Na página 57, o parágrafo: "Uma pesquisa feita numa biblioteca, de uma forma bem
empírica, sem a observação estrita de critérios científicos de amostragem, constatou a
seguinte composição em relação ao habito da leitura". Poderia ter sido escrito num tom
pessoal da seguinte forma: "Fiz uma pesquisa numa biblioteca, de uma forma bem empírica,
sem a observação estrita de critérios científicos de amostragem, e constatei a seguinte
composição em relação ao hábito da leitura". Portanto evite sempre o estilo pessoal. Se o
trabalho é seu, a opinião é sua, a pesquisa é sua.

4.11. EQUILÍBRIO NA DISPOSIÇÃO E TAMANHO DAS PARTES


Procure manter a proporção entre as diversas partes que constituem o trabalho.

4.12. DISPOSIÇÃO DE RECURSOS ILUSTRATIVOS


Sempre que possível utilize o recurso ilustrativo: gráficos, desenhos, fotos, ilustrações,
tabelas.

4.13. PARÁFRASE
A Paráfrase é a tradução livre de um texto procurando manter as idéias originais, mas
sem obedecer a regras rígidas de tradução. Um resumo em especial, se constitui uma paráfrase
de um texto mãe. Ex: de paráfrase: A Bíblia Viva.

5. TIPOS DE REUNIÕES EM GRUPOS


56

5.1. SEMINÁRIO
Definição - Palestra apresentada por um especialista que pode expor determinado
assunto, em profundidade. Pode também ser proferida por alguém ou um grupo de estudo que
pesquisou o assunto profundamente. Após a palestra é aberto um amplo debate, onde o
assunto é ainda mais amadurecido.
O Seminário busca levar os participantes a reflexão aprofundada de determinado
problema/tema, ou investigar e desenvolver um tema a partir de determinado texto
(embasamento). É feito, principalmente em equipe, grupos de trabalhos / grupo de pesquisa /
seminaristas. Apresenta os resultados para o grupo e faz-se uma discussão global.

Lugar onde germinam as idéias lançadas.17

No caso da vida universitária o professor pode determinar um assunto a ser trabalhado


por um grupo que vai pesquisar e apresentar os resultados à classe. Este grupo deve ser capaz
de compreender e explicar o tema problema e os seus desdobramentos.

Elaborar um plano de investigação.


Definir fontes bibliográficas.

Realizar a pesquisa, para obter uma visão global do assunto, poder fazer análise mais
aprofundada e ter um poder de síntese. Torna-se um especialista.
O professor pode elaborar um texto roteiro-didático. A maioria dos seminários tem um
texto básico, como ponto de partida. Este texto deve ser distribuído previamente aos
participantes ou seminaristas, que se prepararão para discutir-lo ou questiona-lo.

Principais aspectos
Texto Roteiro - O coordenador do seminário prepara esmeradamente o texto-roteiro e
fornece aos participantes apostilas buscando estabelecer o tema e o campo de discussão.
Problematização - Levanta questões para a discussão das idéias do texto/seminário. É
preciso criar contextos problematizadores.
Texto roteiro de questões - para fins didáticos, o coordenador do seminário exige que
os participantes tragam por escrito suas abordagens e tratamentos das questões.
Apresentação e debates gerais - todos devem ter a oportunidade dentro da dinâmica do
seminário de expor seu ponto de vista e debate-lo.

5.2. CONGRESSO
17
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica p. 17.
57

Grupo seleto de pessoas ou especialistas se reúnem para apresentar o que descobriram


ou desenvolveram. Tem um tema que disciplina e direciona as apresentações levando a uma
conclusão e proposição ou tomada de decisão quanto ao futuro.

5.3. SIMPÓSIO
Partem tão somente de problemas / temas e não de textos.
Grupos de especialistas num assunto desenvolvem e apresenta ao auditório, aspectos
diferentes ou especiais de um determinado problema / tema.

5.4. DEBATE
Duas pessoas dialogando sobre determinado assunto do qual são especialista diante de
um grupo ou uma emissora de TV / Rádio. Envolve uma discussão, contestação, tema,
especialista.
O público só assiste o debate entre especialistas.
A publicação pode enviar perguntas escritas aos especialistas.
Há um moderador ou dirigente.
Exemplo - debate político na TV.

5.5. PALESTRA / CONFERÊNCIA


Especialista fala sobre um tema. Pode ser diversas noites. Ao final de cada palestra
abre-se oportunidade para perguntas.
É um tipo de reunião destinada a grupos profissionais específicos ou a pessoas com
identidade de interesse, para consulta e elaboração de planos de trabalho.

5.6. DISCUSSÃO CIRCULAR / MESA REDONDA


Cada pessoa do grupo gala sobre uma pergunta específica, num tempo breve e
determinado. Tema, perguntas específicas, grupo de participantes, cada participante fala 3
minutos.

5.7. BRAINSTORMING - tempestade cerebral


O Brainstorming é a técnica para geração de idéias em grupo, que envolve a
contribuição espontânea de todos os participantes. Busca soluções criativas e inovadoras para
58

problemas específicos, rompendo com paradigmas estabelecidos, são aceitas todo tipo de
idéias, das mais inovadoras possíveis.

Brainstorming é um termo americano que vem das palavras brain (celebro) e storm
(tempestade). Pode ser traduzido como tempestade de idéias.
Um dos modos mais fáceis de gerar uma lista de idéias é fazer uma reunião de
Brainstorming. Um Brainstorming bem sucedido permite às pessoas a maior criatividade
possível e não restringe de forma alguma qualquer idéia colocada.

O clima de envolvimento e motivação gerado pelo Brainstorming assegura melhor


qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior comprometimento com a ação e um
sentimento de responsabilidade compartilhada por todos.
O objetivo de uma seção de Brainstorming é o de coletar idéias de todos os
participantes sem criticas ou julgamentos.

ALGUMAS REGRAS PARA SE CONDUZIR UMA REUNIÃO DE Brainstorming.


1. Incentive todos a se sentirem livres. Não rejeite qualquer idéia, mesmo que no
momento elas pareçam tolas. Quanto mais idéias melhor.

2. Não deve haver discussão durante uma seção de Brainstorming. Isto ficará para mais
tarde.

3. Não se deve fazer julgamento. Ninguém tem o direito de criticar as idéias dos outros
(nem mesmo com um resmungo ou careta).

4. Deixe as pessoas pegarem carona - desenvolverem idéias dadas por outros membros
da equipe

5. Escreva todas as idéias em um "flip-chat" (cavalete de madeira com folhas de


cartolina), de modo que o grupo todo possa visualizá-las facilmente.

As Reuniões de Brainstorming podem ser estruturadas e desestruturadas. No primeiro


caso, cada pessoa fala de cada vez. Isso força os mais tímidos a colocarem suas idéias, mas
também cria a obrigatoriedade de falar, o que pode não deixar as pessoas à vontade. No caso
das reuniões desestruturadas cada um expressa sua idéia sem uma ordem de seqüência.

COMO SE DESENVOLVE UMA REUNIÃO DE BRAINSTORMING


59

1. Selecione o tópico definindo o assunto do Brainstorming. Normalmente isto é feito


melhor na forma de perguntas do tipo "Por que", "como", ou "o que".
2. Peça para cada um dar as suas idéias. (O facilitador da reunião de exigir o
cumprimento das regras básicas: nada de discussões ou críticas).

5.8. FÓRUM
É uma forma de reunião na qual um especialista ou autoridade disserta sobre um
assunto previamente determinado, seguindo-se discussão, da qual os presentes podem
participar.

5.9. INSTITUTO
É um recurso educacional em que o programa ou material de ensino é preparado para
atender as necessidades de um grupo especial.

5.10. PAINEL
É uma técnica educacional em que um grupo de especialistas discute um problema,
diante de um auditório sob diferentes pontos de vista, depois disso é permitida ao auditório a
participação na discussão geral.

ANEXOS
“Nem toda mudança implica em progresso, mas
todo progresso implica em mudança”. SRO.

O Caminho do Bezerro
Sam Walter Foss

Um dia, através da floresta virgem, um bezerro emigrou para o seu curral distante, a
exemplo dos bons bezerros.
Mas fez uma picada sinuosa, corcoveada, a exemplo de todos os bezerros.
Trezentos anos escoaram-se desde então, e deduzo que o bezerro esteja morto.
Mas atrás de si ele deixou o seu rastro, e nisso se estriba a moral do meu conto.
Seu rastro foi seguido, no dia seguinte por um cão vagabundo, que percorreu a mesma
trilha.
60

E depois um prudente carneiro-guia, segui-o por vales e montes.


E desde esse dia, por sobre outeiros e planícies, foi-se abrindo um caminho através
daquela vetusta floresta. Muitos homens molestavam-se por dentro e por fora, esquivavam-se,
voltavam e perambulavam.
E proferiam palavras de justa indignação, por causa de tão sinuoso caminho.
Mas, ainda assim continuavam repetindo - não se ria! - O caminho do bezerro. Aquela
primeira imigração daquele errante bezerro.
E por esse caminho sáfaro e encaracolado eles andavam lentos, cambaleantes e
trôpegos...
O caminho da floresta tornou-se uma alameda, com curvas, dobras e redobras.
A tortuosa alameda transformou-se numa estrada, onde muitos pobres cavalos,
arqueados sob pesadas cargas troteavam penando ap sol ardente e andavam três milhas para
avançar uma.
E assim, durante um século e meio, todos seguiram as pegadas do bezerro.
Os anos passaram em célere vôo, e estrada converteu-se numa viela de aldeia.
Em sem que os homens o percebessem, a viela metamorfoseou-se numa movimentada
via pública de cidade.
E logo se erigiu em rua central de uma famosa metrópole.
E durante dois séculos e meio têm os seres humanos se submetidos às pegadas do
bezerro errante.
Dia a dia centenas de milhares de homens repetem o mesmo ziguezigue do bezerro.
E por essa corcoveada trajetória desenvolveu-se o tráfego de um continente.
Centenas de milhares de homens tem se orientado por um bezerro morto há quase três
séculos.
E ainda seguem seu saracoteado trajeto, e em cada dia perdem umas centenas de anos.
Pois tal e tanta são a reverência que tributam a um precedente estabelecido.
Uma lição de mortal isso poderia ensinar, se eu fosse um pregador ordenado.
Pois os homens se inclinam a seguir cegamente o caminho do bezerro imaginado.
E trabalham a morrer, de sol a sol, no afã de imitar o que os outros fizeram.
Só palmilha pista já batida. E oscilando para dentro e para fora, para diante e para traz.
Seu tortuoso curso segue sempre, para conservar o trajeto iniciado por outros.
Faz do caminho uma rota sagrada, pela qual se movimentam durante toda a vida.
E como deles riem os antigos deuses da floresta, que testemunhara, o andar incerto do
bezerro primevo!
61

Ah! Quantas coisas poderiam essa história ensinar...


Mas não sou um pregador ordenado.

Rev. Ricardo Aparecido dos Reis


Doutor em Teologia

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