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Métodos de Estudo Bíblico - 1

Pr. Delvacyr Bastos Costa

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 2

I. INTRODUÇÃO

O objetivo desta matéria é fornecer ao aluno as ferramentas necessárias para que ele
mesmo descubra por si mesmo de primeira mão, as verdades na Palavra de Deus. O estudante
deve compreender que todo e qualquer estudo bíblico tem como premissa levar o leitor para
um contato direto com as Escrituras, de tal maneira que sua vida seja moldada pela Palavra
de Deus.

a. Importância da Bíblia
1. Ela é a revelação de Deus – Hb 1.1;
2. Contém o plano de Deus para a nossa vida – Mq 6.8;
3. O que ela é e faz – Sl 19.7-8;

b. Como tem sido o Estudo Bíblico


1. Fragmentário;
2. Fraco;

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO BÍBLICO


Eis algumas razões para que se estude a Bíblia:

1. Para o nascimento espiritual – 1 Pe 1.23;


2. Para o crescimento espiritual – 1 Pe 2.1-3; Hb. 5.12-14;
3. Para o alimento cotidiano – Mt 4.4;
4. Para sabermos o “andar” – Mq 6.8;
5. Para ganharmos almas
a. É com o pincel que o pintor tem destreza;
b. É com o fuzil que o soldado é perito;
c. É com a Bíblia que o crente deve manejar bem – 2 Tm 2.15

6. A Bíblia fala sobre o estudo bíblico:


a. Deuteronômio 6.6-9; 11.18-20;
b. Josué 1.3,7-8;
c. Neemias 8.3,7-8;
d. Salmos 1.2;
e. 2 Timóteo 2.15;
f.Colossenses 3.16;
g. 1 Pedro 4.11.

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ATITUDES PARA COM O ESTUDO BÍBLICO


A. Atitude Errônea.
1. Negativa: eu não serei capaz de entender;
2. Preguiça: eu não tenho tempo.

B. Atitude Correta.
1. Positiva: com a ajuda de Deus irei entender – Sl 119.18;
2. Receptiva: eu vou receber o que Deus para mim na Sua Palavra – 1 Sm 3.10

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II. CONHECIMENTOS ÚTEIS

A Bíblia continua a ser o Best-Seller mais vendido e lido no mundo.

O Alcorão já foi traduzido para 128 línguas, enquanto que a Bíblia toda já foi traduzida
para 275 línguas, o NT para 495, e pelo menos um livro da Bíblia para mais 940.

A Bíblia foi escrita em 1.600 anos, por uns 40 autores, e contém 66 livros.

Originalmente a Bíblia não se subdividia em capítulos. A primeira divisão em capítulos foi


feita pelo Cardeal Hugo de Saint Cher, Abade dominicano em 1250.

A divisão em versos foi feita em duas etapas:

O VT em 1445 pelo Rabi Nathan; o NT em 1551 por Robert Stevens, um impressor


parisiense que publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos.

A Bíblia protestante possui 1.189 capítulos e 31.101 versos.

O maior livro é o de Salmos com 150 capítulos e o menor é a segunda epístola de João
com apenas 13 versículos.

O maior capítulo é o Salmo 119 com 176 versos e o menor é o Salmo 117 com 2 versos.

O maior verso é de Ester 8.9 e o menor Êxodo 20.13.

O verso central é Salmo 118.8.

Os livros de Ester e Cantares não fazem menção ao nome de Deus.

A expressão "Assim diz o Senhor" aparece cerca de 3.800 vezes.

A expressão "Não temas" aparece 366 vezes.

A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 1452 em
Mainz na Alemanha.

O VT possui 39 livros com um total de 929 capítulos, 23.144 versos e teve pelo menos
uns 30 autores. Sua mensagem central é a vinda do Messias Jesus Cristo.

O NT possui 27 livros com 260 capítulos e 7.957 versos. Foi escrito por uns 8 ou 9
autores e sua mensagem central é o cumprimento da promessa de Deus ao enviar o seu Filho
Jesus.

Jesus é o assunto central das Escrituras. Ele é citado praticamente em todos os livros,
uns citam seu nome e seus feitos, outros, todavia, falam dele por meio de figuras.

O livro de Salmos é um agrupamento de cinco livros, sendo assim divididos:

Livro I - de 1 a 41
Livro II - de 42 a 72
Livro III - de 73 a 89
Livro IV - de 90 a 106
Livro V - de 107 a 150

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Os dois primeiros livros são atribuídos à autoria davídica. Os demais foram escritos por
Salomão, um por Moisés - o 90 - e outros pelos levitas e sábios da época do rei Ezequias.

O Salmo 119 possui 176 versos divididos em 22 seções de 8 versos cada. Em cada seção
os versos são iniciados com uma determinada letra do alfabeto hebraico, formando assim um
dos mais belos acrósticos que se conhece.

O livro de Lamentações de Jeremias nos capítulos 1,2,4 e 5 há 22 versos, cada um deles


iniciando com um letra do alfabeto hebraico. Já o capítulo 3 possui 66 versos onde cada grupo
de 3 versos é iniciado com a mesma letra do alfabeto hebraico. O acróstico do livro é perfeito e
devidamente ordenado.

Os textos que estão entre parêntese (na ARA) ou em itálico (na ARC) não constam nos
melhores manuscritos, sendo na verdade alguns acréscimos encontrados em outros
manuscritos e ali colocados pelo tradutor para auxiliarem a compreensão do texto.

As expressões encontradas no cabeçalho dos salmos são orientações dadas pelos músicos
sobre a nota em que deve ser tocada a canção, ou ainda para que tipo de voz ou instrumento
de música foi composta a canção.

O salmo 136 possui 26 versos que terminam com a mesma expressão "...porque a sua
misericórdia dura para sempre".

A expressão "Selah" significa "elevação" e provavelmente, indica o lugar onde deveria


haver uma interrupção das vozes para um interlúdio instrumental.

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III. INSPIRAÇÃO E UNIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A Bíblia Sagrada é o registro inspirado da Palavra de Deus. O que nela se encontra é o


que o Senhor Deus, mediante a inspiração do Espírito Santo, determinou que fosse escrito
para nosso conhecimento (Veja II Pe 1.21; 2 Tm 3.16).

1. A necessidade de uma revelação escrita

Embora “os céus manifestem a glória de Deus e o firmamento anuncie a obra de suas
mãos” (Sl 19.1) e ainda que a criação revele a existência e o infinito poder de um Criador,
nada disso revela com precisão o caráter e a pessoa deste Criador que, naturalmente está
infinitamente acima e além da Criação. Para que o conhecêssemos, era absolutamente
necessária uma REVELAÇÃO que o tornasse conhecido e acessível a nós. Essa revelação
deveria ter uma forma permanente, que não sofresse alterações à medida que fosse
transmitida de geração em geração e de um povo para outro povo. Daí o Senhor determinar
que fosse escrita.

2. Evidências da inspiração das Escrituras

As provas evidenciais de que as Escrituras são inspiradas por Deus, revelando Sua
Palavra eterna, são incontáveis e as encontramos ao longo da vida e ao largo da leitura e do
estudo da mesma Bíblia. Consideremos as que se seguem:

a. A Bíblia se declara Palavra de Deus. Além dos textos já citados, mais de 2.500 vezes
lemos “- Assim diz o Senhor...”, ou expressão equivalente. Vários de seus escritores
confessam: “O Senhor me disse: Escreve!”.

b. Seus escritores são fidedignos. Moisés, Isaías, Daniel, João, Pedro, Paulo, e trinta
outros foram homens de expor suas vidas pela verdade, e eles afirmam ter recebido de Deus
suas mensagens e revelações (Ap 1.9-11).

c. Unidade humanamente impossível. Seus “autores” humanos são quase quarenta e


escreveram em épocas, situações lugares e condições as mais diversas, durante quase 16
séculos (de cerca de 1.500 a.C. até cerca de 100 d.C.). No entanto a concisão e a unidade da
Bíblia são admiráveis.

Há céticos que alegam haver contradições. Estas, porém, são aparentes e explicáveis no
contexto das Escrituras.

d. Objetivo único. Complementando o parágrafo acima, percebe-se, na divina Palavra


um único escopo, um objetivo comum, que é a salvação do homem, mediante sua conversão a
Deus. Uma única Mente a idealizou e inspirou (literalmente: “soprou”) os autores humanos.

e. Seu cumprimento é incontestável O nascimento de Cristo fora predito havia uns


4.000 anos (Gn 3.15). Durante aqueles quase quatro milênios pormenores de toda ordem
foram acrescentados pelos profetas, até que o TEMPO EXATO chegou (Gl 4.4). Então, as
profecias se cumpriram em seus mínimos detalhes. Por exemplo:

1. O Messias (Cristo) seria da tribo de Judá (Gn 49.10);

2. Descendente de Davi (II Sm 7.16). Isto se cumpriu tanto Legal, como Naturalmente,
uma vez que tanto José, seu padrasto era descendente de Davi, por Salomão (aspecto legal,
Mt 1.1-16), como Maria era “filha” de Davi por Natã (aspecto natural, ou carnal, Lc 3.23-31;
Rm 1.3).

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3. Nasceria de uma virgem (Is 7.14, comp. Mt 1.18; Lc 1.36-38);

4. Nasceria em Belém (Mq 5.2; Lc 2.11);

5. Deveria descer ao Egito (Os 11.1; Mt 2.15);

6. Iluminaria, com sua presença e sua mensagem a entenebrecida Galiléia (Is 9.1-2;
Mt 4.13-16);

7. Curaria enfermos e libertaria oprimidos, etc. (Is 61.1-3; Mt 8.16,17; Lc 4.18-21).

Leia Mateus com atenção, cotejando-o com o Velho Testamento e verá como se cumpriu o
que fora predito, tanto antes, como depois do nascimento de Jesus.

Mesmo hoje as profecias continuam a se cumprir. Além dos sinais do fim que sempre se
acentuam, como o crescimento da ciência e da iniqüidade, apostasia, depravação
generalizada, guerras, terremotos, etc, temos que um dos mais impressionantes exemplos de
cumprimento das Escrituras na atualidade foi a retomada de Jerusalém pelos judeus na
“Guerra dos Seis Dias”, em 1967. Na ocasião, o mundo inteiro temia por Israel, pois tudo
indicava que seu extermínio era iminente e certo (veja Lc 21.24; Is 35.10; 43.6).

Finalmente – entre tanto que se teria a dizer – cremos que a Bíblia é a inspirada Palavra
de Deus, pela poderosa transformação que exerce na vida dos que, de coração, aceitam sua
mensagem.

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IV. OS LÍVROS APÓCRIFOS

APÓCRIFOS - Lit. Ocultos, de Origem duvidosa, de Autoria suspeita.

Existiam diversos livros apócrifos, conforme somos informados por Josefo. Todavia, o
Cânon Católico Romano adotou apenas os sete incluídos por Jerônimo em sua versão latina.

Os demais apócrifos foram rejeitados no Concílio de Trento. Dentre os muitos rejeitados


em Trento destacamos os seguintes:

1 - III ESDRAS - uma descrição pormenorizada de liberalidade de Ciro, o Persa, e Dario, o


Medo, para com os judeus. Estas citações foram feitas para servirem de modelo aos
Ptolomeus.

2 - IV ESDRAS - São visões dadas a Esdras sobre o governo do mundo por Deus - Uma
nova era e a restauração de Escrituras perdidas.

3 - A ORAÇÃO DE MANASSÉS - Um acréscimo ao texto de II Crônicas 32.

OS SETE DA LISTA DE JERÔNIMO - Como já dissemos, Jerônimo a contragosto,


Jerônimo incluiu em sua versão sete livros apócrifos encontrados por ele na versão grega - a
Septuaginta. Estes foram aceitos em Trento e passaram a fazer parte do Cânon Romano. Algo
digno de nota é que o próprio Concílio que os recomendou ordenou que se fizesse uma clara
distinção entre eles e os demais da lista de Josefo.

Aos 22 da lista de Josefo a Igreja denominou de Canônicos e aos sete da lista de


Jerônimo de Deuterocanônicos - lit. segundo Cânon.

São eles:

TOBIAS - Com 13 capítulos - Conta a história de um jovem israelita, filho de Tobias, que
vivia cativo em Nínive e que foi guiado pelo anjo Rafael e contraiu núpcias com uma viúva
virgem que perdera seus 7 maridos por causa de uma perseguição de um demônio chamado
Asmodeu. Na verdade, o texto todo fala mesmo é de uma certa dívida que um tal Gabelo tinha
com Tobias, o pai, e que este dera incumbência a seu filho Tobias de receber. No caminho é
que o anjo muda a história e faz com que Tobias e a viúva se encontrem e se casem.

JUDITE - Com 16 capítulos - Conta a história de uma viúva israelita, rica, bela e devota,
que nos dias da invasão babilônica, jeitosamente, penetrou na tenda do general babilônico
Holofernes e, fingindo entregar-se a ele, decepou-lhe a cabeça e deste modo salvou a cidade de
Jerusalém.

SABEDORIA DE SALOMÃO - Com 19 capítulos - É muito semelhante ao livro de Jó,


Provérbios e Eclesiastes, uma espécie de mistura de pensamento hebreu e filosofia grega. Foi
escrito por um certo judeu que dizia viver em Alexandria.

SABEDORIA DE JESUS BEN SIRAC OU ECLESIÁSTICO - Com 51 capítulos - Muito


semelhante a Provérbios. Apresenta regras de conduta para todos os particulares da vida civil,
religiosa e doméstica, e ainda enaltece os heróis do VT.

BARUC - Com 6 capítulos - foi endereçado aos exilados. Parafraseia Jeremias, Daniel e
outros profetas.

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I MACABEUS - Com 16 capítulos - Narra a luta histórica dos judeus sob o comando dos
irmãos Macabeus entre 175 a 135 AC. Escrito em 100 AC por judeus palestinianos. Tem
grande valor histórico.

II MACABEUS - Com 15 capítulos - Resumo da obra de Jason de Cirene. Serve de


suplemento a I Macabeus e é muito inferior a este por conter muitos erros históricos e
contradições.

OS ACRÉSCIMOS

Além dos Apócrifos, na versão latina foram incluídos alguns acréscimos aos livros de
Ester e Daniel. Ei-los:

ESTER 10.4 A 16.24 - Narra um sonho de Mardoqueu, sua oração, sua apresentação ao
rei Assuero e a cópia do Edito de Assuero em favor dos judeus.

CÂNTICO DOS TRÊS VARÕES - Daniel 3.23 a 90 - Narra a oração dos três amigos de
Daniel na fornalha de fogo ardente e o cântico triunfal pelo livramento. O verso 91
corresponde a Daniel 3.24 em nosso Cânon.

A HISTÓRIA DE SUZANA - Daniel 13 - Suzana, esposa piedosa de um judeu rico em


Babilônia é acusada falsamente de adultério por alguns líderes religiosos que a desejavam
sexualmente. Ela foi inocentada pela intervenção sábia do jovem Daniel que não somente a
inocentou como condenou os velhos caluniadores.

BEL E O DRAGÃO - Daniel, com sua imensa sabedoria, prova aos sábios babilônicos que
Bel - ou Baal - e o Dragão que eles adoravam, e a quem ofereciam comida não eram deuses e
que na verdade não eram eles quem comiam os manjares oferecido a eles pelos sábios.

PORQUE OS APÓCRIFOS FORAM REJEITADOS ?

Os reformadores rejeitaram os livros apócrifos por algumas razões:

1 - Foram escritos após a cessação do ministério profético, conforme Josefo afirmou em


seu livro.

2 - Os judeus não os reconheciam como canônicos. Para os rabinos a leitura deles era
apenas recomendada e não obrigatória.

3 - Embora tenham sido agrupadas na Septuaginta, os setenta fizeram distinção entre


eles e os demais da lista de Josefo.

4 - Jerônimo foi obrigado a incluí-los na sua versão latina e fê-lo, todavia, o próprio
Jerônimo fez algumas ressalvas quanto ao caráter diferenciado deles em relação aos 22 da
lista de Josefo.

Jerônimo afirmou que os apócrifos eram apenas apropriados para leitura particular, tal
como dissera Atanásio e quanto aos acréscimos, esta é a ressalva que ele fez na introdução
deles:

"Com toda fidelidade trasladei o que se acha no hebraico. Mas o que segue achei
escrito na edição dos setenta... como se encontra nos exemplares gregos. Entretanto, no
fim do livro estava posto este capítulo; o que segundo o nosso costume, notamos com
uma vírgula”.

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5 - Eles somente foram aceitos pela Igreja a partir de 18 de Abril de 1546, no Concílio de
Trento, quando se lançada a Contra-reforma. Ademais, eles foram aceitos porque contêm
certos ensinamentos que a Igreja Romana já havia incorporado a seus dogmas, como é o caso
da intercessão pelos mortos.

O Concílio de Trento foi convocado visando fornecer uma resposta ao movimento de


Reforma da Igreja. Mas ao invés de se verificar a posição reformada e analisar os erros da
Igreja, o que foi feito foi apenas reforçar os pontos que os reformadores condenavam.

Dentre os muitos erros que foram reforçados se encontram os seguintes:

- A doutrina da Transubstanciação foi reforçada.

- A doutrina da justificação pela fé foi rejeitada.

- Os sete sacramentos foram instituídos como dogma.

- A doutrina da sucessão apostólica foi dogmatizada.

Como se pode ver além de atribuir autoridade canônica aos apócrifos o Concílio de Trento
serviu tão somente para reforçar a teimosia da cúpula romana diante da verdade pregada
pelos reformadores. Neste sentido, o Cânon romano deixa muito a desejar.

6 - A própria Igreja Romana fez distinção entre eles e os demais, chamando-os de


Deuterocanônicos.

7 - Nenhum deles foi citado por Jesus.

8 - A Igreja Primitiva e os Pais da Igreja, em sua maioria, não os citava, e os que ousavam
citá-los, faziam distinção entre eles e os da lista de Josefo.

9 - Eles possuem muitos erros históricos, contradições e exageros. Vejamos alguns


exemplos:

a) I Macabeus 6.16 com II Macabeus 1.16 e 9.28 - Três relatos diferentes a respeito da
morte de Antíoco.

b) Tobias 5.7, 18 e 12.15 - O anjo Rafael mentindo.

c) II Macabeus 12.41 a 45 - Incentivo à intercessão pelos mortos.

d) Judite 13.19 e 20 - Exaltação à mentira.

e) Judite 13.29 a 31 - Judite é adorada.

f) II Macabeus 14.42 - Elogio ao suicídio.

g) Eclesiástico 30.6 - Exortação à vingança.

h) Prática de feitiçaria - Tobias 3.8, 8.2 e 3, 11.13 a 15.

i) Tobias 2.10 - Andorinhas não fazem ninhos em casas habitadas.

j) II Macabeus 15.40 - Exortação a se beber vinho para esquecer as mágoas.

k) Tobias 4.9 a 12 - Esmola salvífica.

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l) A História de Suzana é lida para reforçar a idéia de que há dois caminhos para a
salvação.

m) I Macabeus 9.27 - Sem profetas.

n) Na conclusão do II livro de Macabeus há um pedido de desculpa caso algum engano


tenha sido cometido.

10 - Nenhum deles alega possuir caráter inspirado.

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V. PALAVRAS CHAVES NO ESTUDO BÍBLICO

OBSERVAÇÃO

Exame completo e cuidadoso; dar atenção completa ao que se está vendo; estar
mentalmente alerta e concentrado naquilo que está vendo.

 Ler o texto
 Reler o texto
 Tornar a ler o texto
 Ler o texto em diferentes versões da Bíblia
 Ler, se possível, o texto em outros idiomas
 Anotar todos os detalhes que lhe despertarem a atenção.

Seis perguntas básicas:

1ª Quem?

 Quem são as pessoas do texto

2ª O que?

 O que está acontecendo?


 Quais são as idéias?
 Quais são os resultados?

3ª Onde?

 Cidade ou lugar onde aconteceu?


 Qual a localização geográfica?

4ª Quando?

 Qual a época?
 Qual o pano de fundo histórico?

5ª Por quê?

 Qual o propósito?
 Quais as conseqüências?

6ª Como?

 Como as coisas se realizaram?


 Com qual rapidez?
 Com que métodos?

Descubra a forma literária usada pelo escritor

1. Preste bem atenção:

 Faz perguntas e responde?

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 Relaciona coisas que devemos evitar?
 Poesia
 Narrativa
 Discurso
 Conselho
 Parábola
 Provérbios
 Etc.

Descubra as palavras chaves:

Palavras que resumam o texto ou mostrem claramente o assunto abordado.

Considere comparações e contrastes:

Comparação – Mostra com que as coisas se parecem


 Assim também
 Assim como
 Semelhantemente
 Como também

Contrastes – mostra em que as coisas diferem


 Mas
 Nem
 Porém
 Não

Esteja atento para as proporções no sentido de tempo:

Livro Atos dos Apóstolos


Capítulo 1 2 3-8 9-12 13-14 15 16- 18.23- 21.16-
18.22 21.15 28
Tempo 50 dias 1 dia 2 anos 9 anos 1 ano e Alguns 2 anos 4 anos 5 anos
meio dias e meio

Repetições:

Anotar todo o tipo de repetições que houver

Palavra ou frase Número de repetições Versículos onde se repetem

Visualize os verbos:

 Caminhar
 Viajar
 Falar
 Amar
 Escrever
 Orar
 Etc.

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INTERPRETAÇÃO

Trata-se de interpretar, traduzir, entender o que o texto quer dizer.


 O que significa
 Qual é a mensagem contida no texto?
 Qual a idéia dominante (pensamento chave)?
 Qual o propósito do autor?
 Como o autor desenvolver o texto (fluxo)?
 Quais são os princípios aplicáveis à nossa época?

CORRELAÇÃO

Trata-se de estabelecer relação com outros textos.

 Referências paralelas – passagens idênticas.


 Referências correspondentes – Escritor do Novo Testamento citando escritor
do Velho Testamento
 Referências de idéias – Escritos que mostra o mesmo pensamento sobre o
assunto (Jo 3.1-8 – I Pe 1.23)

APLICAÇÃO

O objetivo da aplicação é trazer o texto para mim mesmo e provocar a transformação, a


mudança, o aperfeiçoamento.

Na aplicação:
 Ouça a voz do espírito Santo
 Seja pessoal – eu, me, mim, comigo, etc.
 Não use desculpas para fugir a uma aplicação pessoal.
 Coloque a aplicação em prática

Quais aplicações sugeridas pelo próprio texto?


 Exemplos a serem seguidos
 Ordens a obedecer
 Erros a evitar
 Pecados a abandonar
 Promessas a esperar
 Conceitos novos a respeito da pessoa de Deus
 Etc.

Observação – Papel do investigador


Interpretação – Papel do promotor
Correlação – Papel do coordenador
Aplicação – Papel do executor

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VI. MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO

MÉTODOS

INDUTIVO

SINTÉTICO ANALÍTICO TEOLÓGICO HISTÓRICO BIOGRÁFICO TÓPICO DEVOCIONAL

MENSAGEM

Como se nota, iremos estudar vários métodos, mas a base de todos é o método
“INDUTIVO”, isto é, a nossa grande ênfase será no processo de raciocínio que leva o aluno a
formular conclusões gerais partindo de fatos particulares.
É impossível evitar a repetição, pois, no desenvolvimento de um método estaremos
utilizando partes de outro método, isto é, muitas vezes eles se sobrepõem.
Em todos eles, a chave é a observação. É necessário que o aluno aprenda muito bem a
observar o texto que se está estudando.

MÉTODO INDUTIVO

O Método Indutivo é aquele que leva o aluno a estudar o texto cuidadosamente,


observando todos os particulares e pormenores, para então tirar uma conclusão
Distinção entre dedução e indução:
a) Dedução: “A dedução conclui do geral para o particular”.
b) Indução: “Método de raciocinar que consiste em tirar dos fatos particulares uma
conclusão”.
Em poucas palavras, na indução a gente observa primeiro e depois conclui. Na dedução
concluímos primeiro, pois observamos.
A indução vai das partes para o todo, enquanto que a dedução vai do todo para as
partes.

P
A

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R TODO
T
E
S
INDUTIVO

P
A
TODO R
T
E
S
DEDUTIV
O

Indução é o método científico.


a. Determina-se o alvo;
b. Coleta-se informações;
c. Classifica-se as informações;
d. Chega-se à teoria ou hipótese;
e. Faz-se inúmeras experiências;
f. Declare-se lei ou fato.

OBSERVAÇÃO

I. DEFINIÇÃO:
Exame completo e cuidadoso; dar atenção completa ao que se está vendo; estar
mentalmente alerta e concentrado naquilo que está vendo.

II. PROPÓSITO:
Fazer com que o estudante fique permeado com o conteúdo da passagem.

III. OBSERVAÇÃO DEMANDA:


a. Vontade – deixar a preguiça de lado;
b. Precisão – ver o que realmente está no texto. Não inventar.
c. Persistência – gastar tempo.

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IV. COMO COMEÇAR A OBSERVAÇÃO:
Começamos a observação lendo a passagem várias vezes. Depois de termos uma visão
geral do “todo”, passamos então aos detalhes. Nunca devemos estudar os detalhes antes de
termos uma visão do “todo”.

A. Ler
1. Lendo, lendo, lendo mais e muito o texto;
2. Ler como um artista – visualizando;
3. Ler como um dramaturgo – dramatizando;
4. Ler como um músico – experimentando.

Quando se quer fazer um estudo sério da Bíblia, como e por onde devo começar? A
ordem deve ser esta:
1. Ter uma visão geral do “todo” da Bíblia.
2. Escolher um livro e ler este livro várias vezes até Ter uma idéia geral do livro
como um todo.
3. Fazer um gráfico de cada capítulo daquele livro.
4. Estudar cada parágrafo.
5. Examinar cada verbo.
6. Pesar cada palavra.

B. Bombardear o Texto com Perguntas:


Use as palavras:
1. Quem?
2. Quando?
3. Onde?
4. Como?
5. Por que?
6. Para que?

C. Devemos estar alerta para as Quatro partes envolvidas no Estudo Bíblico.


1. A estrutura;
2. A forma literária;
3. A atmosfera;
4. Os termos.

V. DESCOBRINDO A ESTRUTURA

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A. Definição.
Estrutura é o esqueleto da passagem, a relação entre as formas do conteúdo: [frase,
oração, sentença, parágrafo, etc.]

B. A Importância da Estrutura.
Livro
1. Unidade material – conteúdo.
2. Relação entre estas unidades – estrutura.

C. Observando a Estrutura.
Maneiras práticas para se encontrar a estrutura. Esteja alerta procurando as relações,
tais como:
a) Comparação: A associação das coisas parecidas – (Hb 5.1-10; 1 Pe 3.5).
b) Contrastes: A associação dos Opostos – (Rm 5.12-21) – Adão contra Cristo.
c) Repetição: A associação das mesmas palavras, frases, orações, etc. – (1 Co
7.1,25; 8.1; 12.1).
d) Continuidade: O uso repetido de palavras semelhantes: frases, orações, etc.
Parábola em (Dn 2.7; Lc 15).

VI. OBSERVAÇÃO DA FORMA LITERÁRIA


Logo que começar a ler o livro, eu devo estar alerta para a forma literária do livro. Devo
perguntar se estou lendo:
2. Um discurso. O discurso apela para o intelecto. Notar tópicos.
3. Uma prosa. A prosa, apela para a imaginação – emoção – (Gn).
4. Uma poesia. (Sl).
a) Linguagem figurada.
b) Natureza emocional.
c) Paralelismo.
5. Linguagem apocalíptica – revelar.

VII. OBSERVAÇÃO DA ATMOSFERA


Devo estar alerta para com o tom ou espírito da passagem. É uma passagem escrita em
desespero, e, tom de urgência, de alegria, de humildade, de mansidão, ou ação de graças? Ou
às vezes a passagem envolve vários tons – (Fp 3.1-2).

VIII. OBSERVAÇÃO DE TERMOS


A. Definição.

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 19
Termo é a palavra indicada pela idéia que ele encerra no contexto. (C u i d a d o! Num
texto, a palavra só tem um significado, embora a palavra isoladamente possa significar muitas
coisas. Exemplo: Casa.

B. Classificação de termos.
1. Termo de rotina.
2. Termos especiais – (Ef 1.1-14).
a) Os que são difíceis de entender.
b) Cruciais na passagem.
c) Que expressam profundos conceitos – (Rm 12.1-2).
3. Temos literais e figurativos – (Jo 1.29).
4. Identificar o termo – se verbo, pronome, etc.

MÉTODO SINTÉTICO DE ESTUDO BÍBLICO

I. DEFINIÇÃO.
É o método que estuda um livro como uma unidade, procurando entender a mensagem
do livro como um todo.

II. IMPORTÂNCIA DO MÉTODO SINTÉTICO.


A. Ele é a base e o alvo de toda a análise (observação). Assim, é o método inicial e
também o método final, quando estudamos as Escrituras.
B. Síntese é uma ajuda indispensável para o ensino e a pregação.
C. Síntese é o melhor meio de se aprender a mensagem de um livro.

III. COMO USAR ESTE MÉTODO?

A. Exame Cuidadoso do Livro


1. Ler o livro todo de uma sentada.
2. Ler o livro três vezes.
a) Para descobrir o tema principal.
b) Para ver como o tema foi desenvolvido.
c) Para fazer um esboço do livro (os parágrafos da sua Bíblia podem lhe ajudar nisto).

B. Analisar a estrutura do livro e procurar descobrir o princípio organizador, o qual


dá unidade ao livro.

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 20

1. Fazer as perguntas:
a) O que estava na mente do autor quando ele escrevia este livro?
b) Qual a mensagem que ele queria transmitir? O que queimava no seu coração?

2. Verificar de que maneira o autor desenvolveu o tema.


a) Polêmico? – Como Gálatas.
b) Usa Perguntas? – Como Malaquias.
c) Lógico? – Como Romanos.
d) Tópico? – Como Mateus.

C. Relacionar o livro que está se estudando com outros livros ou porções das Escrituras
que lhe são semelhantes. Exemplos:
1. Apocalipse – tem que ser estudado com Daniel.
2. Marcos – tem que ser estudado com 1 e 2 Pedro.
3. Reis – tem que ser estudado com Crônicas.
4. Profetas Menores – tem que ser estudado com Reis e Crônica.

CONCLUSÃO

Ficamos satisfeitos, tão facilmente com a mensagem de textos isolados. Exemplo:


Malaquias 3.10. não há dúvida, no valor de um único versículo, mas um livro inteiro da
Bíblia nos causará um impacto maior ainda, se o lermos do princípio ao fim tentando
apreender sua mensagem como um todo.

OBSERVAÇÃO DO LIVRO DE MALAQUIAS

Malaquias profeta que atuou no período final do Antigo Testamento. Ele é o último, tanto
na história, como no lugar que ocupa na disposição dos livros do Antigo Testamento. O povo
vivia em pobreza e dominação. Zorobabel e Josué tinham morrido e o templo havia sido
concluído. No dia-a-dia, o povo não experimentava nada de extraordinário, assim como nos
tempos de Elias. O culto no templo seguia sua rotina de sacrifícios. Será que Deus vai mesmo
cumprir suas promessas? Wilkinson revela-nos alguns problemas existentes no período do
profeta Malaquias. “Havendo aprendido pouco de seu cativeiro, o povo logo transgrediu em
muitos dos mesmos pecados que resultaram em seu exílio na primeira instância: cobiça,
idolatria, casamento misto com pagãos, abuso dos pobres, coração empedernido. Em forma de

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 21
pergunta e resposta, Malaquias põe em realce a desumanidade de Judá e pronuncia a maldição
divina sobre todos quantos praticam tais coisas”.1

Observe o exemplo a seguir, e procure fazer o gráfico do livro de Filipenses.

Privilégio
Foco da Nação Poluição da Nação Promessa à Nação
1.1 1.6 3.16 4.6
1.5 3.15

Advento de Elias
Livro de Memória

Advento de Cristo
O Pecado do Povo
O Pecado dos Sacerdotes
Amor de Deus pela Nação
1.5

3.15

4.6
3.18

4.3
2.9
1.1

2.10
Divisões

3.16

4.4
4.1
1.6

Passado Presente Futuro


Tópicos
Preocupação de Deus Reclamação de Deus Advento de Deus

Local Jerusalém

Tempo c. 432-425 a.C.

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Métodos de Estudo Bíblico - 22

MÉTODO BIOGRÁFICO DE ESTUDO BÍBLICO

I. DEFINIÇÃO.
É a aproximação de um livro, para retratar as suas personalidades e deduzir os
princípios que regulam e governam as suas vidas.

A. Objetivamente: Colocar em ordem os eventos da vida de um homem, como uma


biografia.
B. Subjetivamente: Tomar os eventos da vida de um homem e deduzir dele o seu
caráter interior
a. Que tipo de homem foi, ou é, este?
b. O que aconteceu para que ele chegasse a ser o que é?
c. Quais foram os resultados de sua vida, sendo este tipo de homem?
d. Qual a marca que deixou sobre a sociedade?

II. IMPORTÂNCIA DO MÉTODO BIOGRÁFICO

A. Revela a fascinação dos caracteres bíblicos – Abraão, positivo e negativo.


B. Traduz a verdade em termos de vida – Perdão – Manasses.
C. O estudo da vida dos homens bíblicos nos deixa:
a. admirados e maravilhados;
b. sem desculpas – não...
c. com esperança - (Tg 5.17);

III. COMO USAR ESTE MÉTODO

A. Coletar todo o material concernente ao homem a ser estudado. Cuidado!


1. Muitos homens tem mais de um nome – Zacarias, mais de 30; Pedro,
Simão, Cefas.
2. Mais de uma pessoa com o mesmo nome. – Judas.

B. Tente organizar a vida da pessoa, claramente, definindo as unidades.


1. Cronologicamente. – A vida de Moisés.
2. Estudo da crise – antes e depois. – Pedro.

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Métodos de Estudo Bíblico - 23

C. Determine as lições e princípios a serem derivados da vida daquela pessoa e do


trabalho dela. – Jacó – Não adianta enganar.

IV. SUGESTÃO PARA PREGAÇÃO EM SÉRIE

A. Novo Testamento – Pedro, Judas, João, André, etc.


B. Homens comuns – José de Arimatéia.
C. Hebreus 11 – Na Galeria da Fama.
D. Reis de Israel.
E. Os filhos de Jacó.
F. Os Juizes.

MÉTODO BIOGRÁFICO AVANÇADO

1. Nenhum detalhe é trivial.


a. Quais os fatos concernentes ao nascimento?
b. Onde se deu o nascimento?
c. Quando se deu o nascimento?
d. Há algo diferente a ser notado?

2. Quem são os pais?


a. Eram santos ou impuros?
b. Quais as suas características? Exemplo: os pais de Sansão.

3. Qual o ambiente do lar do biografado?

4. Qual a sua ocupação nos primeiros anos de sua vida?


a. Que influência exerceu essa ocupação na sua vida futura?

5. Quem foram os seus contemporâneos ou associados?


a. Examine os seus amigos e inimigos.
b. O que disseram a respeito dele?

6. Estudar o tempo em que a pessoa viveu (condição social, religiosa, política,


econômica, etc.).

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Métodos de Estudo Bíblico - 24
7. Determinar a principal realização e contribuição da pessoa que está sendo
biografada.
a. Influência sobre nação, igreja, família, etc.

8. Fazer um gráfico das viagens e dos lugares em que a pessoa viveu.

9. Quais as qualidade do seu caráter? (Houve pecado na sua vida?).

10. Pode-se notar crescimento em sua vida?

11. Quem foi sua esposa? E seus filhos? Teriam sido ajuda, ou foram empecilhos?

12. Qual a sua filosofia? (Que motivos permearam as suas ações? Era egoísta?).

13. Estude a maneira e a causa de sua fonte. Há algo extraordinário aí?).

14. Compare as passagens bíblicas sobre a pessoa. Qual dessas passagens é um


comentário divino sobre a sua vida? (Jó 1.8).

O POR QUE E COMO DE UM GRÁFICO

I. VALOR DE UM GRÁFICO
É um dos melhores métodos para registrar, resumir, e preservar as descobertas e os
pensamentos. Segue-se assim no seguinte caminho:
1. É uma ajuda visual, ajudando-nos a gravar.
2. É um meio para registrar descobertas a qualquer tempo.
3. Ajuda na perspectiva – torna-se fácil ver o esqueleto e as idéias como um todo.
4. Cria originalidade e maneiras novas no estudo.
II. O CONTEÚDO DE UM GRÁFICO
Na esquematização de um gráfico observe:
1. Principais divisões do livro, do parágrafo, do verso, etc..
2. Tema e propósito – porque?
3. Pessoas, eventos, e versos chaves.
a. Pessoas: Quem?
b. Eventos: Onde? O quê?
c. Localização: Onde?

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Métodos de Estudo Bíblico - 25
d. Tempo: Quando?
e. Quantidade: Quantos?
4. Lições principais. (aplicação).
5. Comparações: começo e fim.
6. Títulos dos capítulos e o Tema do livro.
7. Resumo da lista de observações.
8. Cite as fontes. Coloque seu nome e data no canto direito do papel.

III. COMO DESENVOLVER UM GRÁFICO

826 a.C. * Jonas * Mateus 12.39


PRIMEIRA VIAGEM SEGUNDA VIAGEM
Navio / Peixe

Jonas Mar Perguntas Aflição Cidade Rei Oração Planta


Fuga Marinheir Confissão Descrição Pregador Nobres Razão da
fuga
os
Fugindo Dormindo Caindo Orando Mensage Povo Confessa Conclusã
m ndo o
Um Uma Um Uma Uma Um Uma Uma
Fugitivo Tempesta Peixe Oração Cidade Aviament Confissão Lição
de o
1.1-3 1.4-10 1.11-17 2.1-10 3.1-4 3.5-10 4.1-5 4.6-11

A HISTÓRIA DE UM AVIVAMENTO

MÉTODO HISTÓRICO

I. INTRODUÇÃO
E, Dana., diz:
“Todos os livros ou discursos do Novo Testamento tem certo traço de conexão
com uma situação histórica definida. Com exceção de alguns poucos exemplos, podemos
discernir, com um nível elevado de certeza, o que eram estas situações. Homens no meio
das experiências de suas vidas, para fazer face aos problemas e exigências que lhes
eram impostas pelo meio ambiente, escreveram ou proferiram suas desapaixonadas
mensagens. O conhecimento dessas situações históricas aumenta num grau imensurável
a compreensão e a apreciação do livro ou passagem que se estiver considerando 2”.

II. DEFINIÇÃO

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 26
O Método Histórico é o método usado para se aproximar do livro que se quer estudar,
para reconstruir a situação histórica na qual o livro foi produzido, e para determinar as
implicações que tem para a nossa época.

ORIGEM 2006

OBSERVAÇÃO * APLICAÇÃO * INTERPRETAÇÃO

III. IMPORTÂNCIA DO MÉTODO HISTÓRICO

A. É de grande valor na interpretação. Para se entender um livro, é necessário


conhecer o seu “background”. Exemplos:
1. Salmos 51 e 52.
2. Os profetas Menores.
3. As cartas de Paulo em relação com Atos – (1 Co 5). Nenhum deles nasceu
sem um fundo histórico.

B. Fornece ilustrações. A Bíblia é rica em ilustrações.


C. Fornece Material para Uso da Imaginação.

IV. COMO USAR ESTE MÉTODO

A. Desenvolver uma história bíblica.


1. Cronológica.

Sofrimento Jó Gênesis Começo


Adoração Levítico Êxodo Redenção
Revisão da Lei Deuteronômio Números Vagueando
Fé e Amor Rute Josué Vitória

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Métodos de Estudo Bíblico - 27

MÉTODO TÓPICO DE ESTUDO BÍBLICO

No Método Tópico de Estudo Bíblico você “caça” um tópico (tema, assunto) escolhido
através da Bíblia. A amplitude do estudo vai depender de seu tempo e propósito.

Dependendo do Tópico escolhido você pode abordar apenas parte do ensino bíblico sobre
ele.
Exemplo: Pecado – Para estudarmos este tópico, usando a Bíblia toda, precisaríamos
realizar um trabalho colossal, despendendo muito tempo e esforço. A solução é analisarmos
apenas parte do assunto. “O ensino de Jesus a respeito do Pecado”, ou, “O pecado nas
epístolas de João”.
Uma ótima ajuda neste método é uma boa Concordância Bíblica. Às vezes, entretanto, o
tópico tem sinônimos: leis, estatutos, mandamentos, preceitos, etc. Por esta razão, muitas
vezes um índice tópico enciclopédico pode ser mais útil do que uma concordância.
Passos:
 Defina o tópico a ser estudado
 Defina o propósito do estudo
 Defina os limites a serem observados dentro do assunto. Estes limites podem
ser a Bíblia toda, um dos testamentos, uma parte da Bíblia (Pentateuco,
Profetas, Maiores, Profetas Menores, Livros Poéticos, Epístolas), um livro ou
mesmo um capítulo.
 Busque e examine o maior número de referências possível. Escreva numa
folha as principais ou aquelas que melhor se adaptarem a seu estudo.
 Selecione as referências e prepare seu esboço.
 Para cada ponto principal uma referência
 Para cada ponto principal uma aplicação específica. Anote inicialmente todas
as aplicações possíveis dentro do tópico estudado, depois selecione aquela(s)
que melhor servir ao seu propósito.

MÉTODO ANALÍTICO DE ESTUDO BÍBLICO

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 28
Analisar algo é estudar o objeto em seus pormenores, tendo o cuidado de notar até os
mais diminutos aspectos. É este o objetivo do estudo analítico da Bíblia. Com ele procuramos
examinar cuidadosa e completamente uma passagem. O propósito é compreender o que o
escritor tinha em mente quando escreveu àqueles a quem se dirigia.
De muitos modos se pode contrastar o método analítico de estudo bíblico com o método
sintético. No estudo sintético você olha para um quadro maior, como por um telescópio. Aqui
no método analítico você estuda as partes como por um microscópio. Usando a ilustração de
uma biblioteca, na abordagem sintética você olha a biblioteca em conjunto, enquanto que na
abordagem analítica você estuda o conteúdo de cada livro.
O estudo analítico da Bíblia é o “feijão com arroz” do seu estudo da escritura. Conforme
avançam os anos, com toda a possibilidade você se apoiará nele como sustentáculo do seu
programa de estudo da Bíblia. É básico para o completo conhecimento da Palavra, permitindo
ao estudante deparar-se com o porque o escritor disse o que disse do modo como o disse.
Outra vez, o objetivo é reconstruir tão claramente quanto possível o pensamento original do
escritor.

Passos para o Estudo Analítico:

Passo 1 –
 Leia a passagem cuidadosamente
 Repita a leitura em versões diferentes
 Anote todo e qualquer detalhe que achar interessante e relevante
 Observe as referências correlatas
 Consulte um comentário sobre o assunto ou passagem.

Passo 2 –
 Bombardeie o texto com perguntas (Quem? Como? Onde? Quando? Por quê?
O que?)
 Anote substantivos, verbos e outras palavras chaves.
 Escreva o texto na íntegra e procure memoriza-lo. É um trabalho duro, mas
lhe ajudará a ter o todo em mente enquanto estiver analisando as partes.
 Faça uma paráfrase do texto e escreva-a na íntegra. Isso será um recurso
muito útil para melhor compreender o texto e depois para explica-lo.

Passo 3 –
 Selecione suas anotações e prepare seu esboço.

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 29
 Semelhantemente ao sermão textual, o estudo analítico seguirá as divisões
(em seus tópicos) apresentadas pelo próprio texto.

ESTUDO POR LIVROS DA BÍBLIA


Não é propriamente um método de estudo, mas um roteiro estabelecido para se estudar
os livros da Bíblia.
I. Autor
A. Quem é o autor do livro?
B. Qual é o significado do seu nome?
C. Há provas internas ou externas de sua autoria? (Veja I Co 16.21)
D. Quais os outros livros que ele escreveu?
E. Quais outros livros mencionam seu nome ou feitos?
F. Qual sua profissão?
G. Que tipo de pessoa ele era? (Veja Jr 1,6)
II. Os destinatários
A. A que grupo racial o livro se dirige?
B. Qual a perspectiva religiosa deles?
C. Que palavras são usadas para caracteriza-los?
D. Qual era a posição social/política deles?
E. Quem eram seus líderes?
F. De que eles viviam?
III. Data e época
A. Em que ano o livro foi escrito?
B. Que guerra, ação inimigas, acontecimento político ou catástrofe natural ameaçava
ou aconteceu?
C. Que líder secular dominava o cenário político?

IV. Contexto geográfico


A. Quais países e cidades se destacam no livro?
B. Quais locais específicos são citados?
C. Que rios, montanhas ou planícies formam o palco onde Deus atua para se revelar?

V. Confirmações arqueológicas
A. Quais objetos ou inscrições arqueológicas confirmam os eventos e/ou
personagens do livro?

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Métodos de Estudo Bíblico - 30
B. A cidade (lugar) ainda existe ou seu sítio arqueológico já foi localizado?

VI. Cenário Cultural


A Quais superstições, tabus ou elementos de magia aparecem?
B. Qual valor conferido à família?
C. Quais costumes aparecem quanto à alimentação, vestuário, comércio, guerra,
religião, idioma, etc?
D. Qual o código ético/moral demonstrado?

VII. Tema teológico


A. Qual o assunto geral do livro?
B. Que frase ou combinação de palavras se repete? Que tema isto sugere para o livro?
C. Segundo os livros técnicos, qual é o seu tema?

ESTUDO BÍBLICO DEVOCIONAL - MANÁ PELA MANHÃ

Como anda a sua hora devocional? Por “maná pela manhã”, ou “hora devocional”
queremos dizer daquele momento – de 15 a 30 minutos diários – quando você ora, lê, e medita
sobre a Palavra de Deus.
Alguns alegarão que não tem tempo. Mas tudo realmente depende daquilo que você julga
Ter prioridade, você sempre encontrará tempo para aquilo que queria mesmo fazer.
Bob Foster diz: “Os grandes homens de Deus na Bíblia tinham uma coisa em comum.
Cada um deles gastava bastante tempo, regularmente, em comunhão com Deus, procurando
conhecê-lo melhor.
 Daniel: primeiro ministro de um império foi, sem dúvida, um homem
muito mais ocupado do que você e eu. Se alguém pudesse dizer, “eu não tenho
tempo para encontrar-me com Deus”, Daniel seria esta pessoa. No entanto, Daniel
encontrava-se com Deus três vezes por dia. (Dn 6.10).
 Davi: O grande rei de Israel, foi outro dos poucos homens que chegaram a
conhecer Deus tão intimamente como ele. Mas ele gastava muito tempo na presença
do Senhor. O livro de Salmos é quase um diário de Davi, contando dos momentos
que ele passava com Deus. “Pela manhã ouviste a minha voz, ó Senhor, pela manhã
me apresentarei a ti e vigiarei”. (Sl 5.3).

ALGUMAS RAZÕES PORQUE O ALUNO DEVE TER A SUA HORA DEVOCIONAL

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Métodos de Estudo Bíblico - 31
1. Porque Jesus, o professor dos professores, deixou-nos o exemplo. “E, levantando-
se pela manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali
orava ”. (Mc 1.35). Jesus não somente tinha à sua hora quieta com Deus, mas aconselhou
os seus discípulos a fazerem o mesmo. (Mt 6.6).
2. Porque sua vida tem um efeito direto sobre tudo o que você faz. Se você vive de
pão, e tão somente para o pão, a sua vida é fraca, o seu exemplo negativo. Sua vida não
terá aquela autoridade que deve caracterizar o homem de Deus.
3. Porque você mesmo sabe que a sua vida espiritual depende da leitura bíblica,
comunhão com o Senhor, e oração. E nada melhor do que a “hora devocional” para
aquietar o seu coração diante do Senhor. “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”. (Sl
46.10).

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS DE “COMO FAZER A SUA HORA DEVOCIONAL”

1. Decida agora onde e quando, isto é, resolva agora onde será o seu encontro diário
com Deus, e que hora será. Talvez seja preciso levantar-se meia hora mais cedo, mas vale a
pena pagar o preço.

2. Comece com oração. Peça ao Senhor para abrir os olhos do seu coração, o seu
entendimento espiritual, para que você possa aprender a aprender as verdades espirituais.
Davi orou: “desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.

3. Depois de orar tome a Bíblia, escolha o texto (+/- 10 versículos) e leia várias
vezes a passagem escolhida, se possível, em voz alta.

4. Procure as seguintes coisas no texto e as anote:


a. A divisão natural da passagem.
b. Dê um título para cada divisão que expresse o conteúdo.
c. Encontre a verdade central do texto.
d. Marque e memorize o verso chave ou o que você achar melhor.

5. Aplicação: há de ser muito mais prático. É necessário então que você faça as
seguintes perguntas ao texto:
a. Quais são os ensinos deste texto para eu crer e como isto mudará minha vida?
b. Qual o pecado indicado aqui que eu devo evitar?
c. Que ordem há neste texto que devo obedecer?
d. Está aqui uma promessa que Deus o faz? Que diferença ela fará em minha vida?

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Métodos de Estudo Bíblico - 32

A “hora devocional” é vital no seu desenvolvimento. Você não pode dar-se ao luxo de viver
sem ela. Peça força e orientação do alto para que este salutar hábito seja formado na sua vida.
E, lembre-se, que todo estudo bíblico deve levar o leitor para um contato direto com as
Escrituras, de tal maneira que sua vida seja moldada pela Palavra de Deus. (2 Tm 3.16-17).

Conclusão:

Procure usar os recursos apresentadas nessa disciplina para enriquecer seus estudos e
aumentar seu aproveitamento, também para transmitir a outros um estudo verdadeiramente
bíblico, relevante e profundo.
Todavia, não permita que a metodologia o domine. Não há nada de sagrado na
metodologia. Seu valor jaz no seu poder de ajuda-lo a ser mais hábil estudante da Palavra de
Deus. Seja criativo, estude regular e sistematicamente a Palavra e procure fugir da
superficialidade e do “comum” na ministração da Palavra.

Pr. Delvacyr B. Costa


Métodos de Estudo Bíblico - 33

BIBLIOGRAFIA

HENRICHSEN, Walter – Métodos de Estudo Bíblico – Editora Mundo Cristão – São Paulo,
1980
REIS, Ricardo Aparecido – Métodos de Estudo Bíblico – Apostila Faculdade Teológica
Cristã Reformada – Botucatu, SP, sem data
MEER, Antônia L. – O Estudo Bíblico Indutivo – ABU, São Paulo, 1986
Apostila sem autor identificado – Instituto Bíblico Filadélfia, Astorga, PR, sem data

Pr. Delvacyr B. Costa

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