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Ártemis

 Como muitas Deusas, Ártemis tem atributos múltiplos, e embora tenha chegado até nós
retratada como Deusa lua virgem, é provável que ela, como ocorre com muitas deusas,
incorporasse originalmente todos os aspectos da Grande Mãe.
Como deusa guerreira foi patrona das amazonas, e como Ártemis de Éfeso, de muitos
seios, incorporava a  fecundidade. Era também guardiã das mulheres no parto.

O mito conta a respeito do  caçador Actéon, que se aproximou da adorável deusa enquanto
ela se banhava. Ao vê-la ficou trespassado, paralisado. Ela era tão bela, personificando todo o
poder da terra primordial, e no, entanto, era etérea e encantadora. Ártemis o viu e, com um
relâmpago dos seus olhos orgulhosos, converteu o num cervo. Os Próprios cães de caça de
Actéon se precipitaram sobre ele e o rasgaram em pedaços.

E, desse modo, embora Ártemis possa abençoar atos de amor e de prazer, não se deixa
subjugar e não permite que se intrometam no seu domínio.

As mulheres podem invocá-la, quando necessitarem de toda auto-afirmação ou independência


disponíveis. Ártemis está nas proximidades de todos os locais silvestres, inabitados. Procure-a
longe da trilha batida, em companhia de seus animais; procure seu rosto na folha e na pedra,
respire-a com o aroma do solo, e cavalgue com ela no vento.

Ártemis
A mais popular das deusas do panteão grego, Ártemis era a filha de Zeus e Leto, e irmã
gêmea de Apolo. A etimologia do seu nome permanece desconhecida. Como uma deusa virginal
da caça, ela gradualmente assimilou diversas características que eram transferidas para ela a
partir de deusas locais. Acompanhada de ninfas, ela vagava por bosques e prados com seu arco
e flechas em sua representação como protetora dos caçadores e Senhora dos Animais.*

A tradição formal relata que Leto deu à luz Ártemis e Apolo em Delos, que anteriormente era
chamada Asteria ou Ortygia. Porém no Hino Homérico dedicado à Apolo o autor distingue
Ortygia de Delos, afirmando que enquanto Apolo nasceu em Delos, sua irmã nasceu em Ortygia.
Nesta versão, Ortygia é provavelmente identificada com Rhenia, uma ilha desabitada próxima a
Delos, onde eram localizadas as grutas dos Delios.
Narrada por Apolodorus, a lenda conta que imediatamente após o seu nascimento, Ártemis
ajudou o seu irmão mais novo a nascer, sendo esta a razão pela qual a donzela Ártemis era
invocada para auxiliar no trabalho de parto das mulheres.

Qualquer um que a ofendesse era severamente punido. Assim ela matou as filhas de Niobe e os
filhos de Aloades. Matou (ou fez os cães matarem) Acteon porque a viu banhando-se nua e
Órion, porque a desafiou para uma competição de arremesso de disco. Entre diversos
exemplos, o de Agamêmnon é especialmente notável: porque ele havia matado um cervo
consagrado à deusa, ela exigiu o sacrifício de sua filha Ifigênia. Este fato é usado para justificar
o argumento que sacrifícios humanos eram parte do culto à deusa em tempos primordiais.

"Eu sou a mãe sem esposo, a Mãe Original; todos são meus filhos, e, portanto ninguém jamais
ousou se aproximar de mim; o imprudente que tentar, envergonhará a Mãe - e é esta a razão
para a maldição".

Oeneus, Rei de Calidon, ao sacrificar os primeiros frutos da terra na colheita anual dos campos
à todos os deuses, esqueceu-se apenas de Ártemis. Furiosa, ela enviou um javali de tamanho
e força descomunais, que impedia que a terra fosse semeada e atacava o gado e os moradores
do lugar. Para atacar o javali, Oeneus convocou os guerreiros mais nobres da Grécia, e
prometeu a pele do animal ao homem que o matasse. Esse javali foi caçado e morto por um
grupo de heróis famosos, que incluía os Dioscuri, Jasão, Teseu, Atalanta e outros.

"Eu canto a Ártemis, cujas setas são de ouro, que se alegra com os cães de caça, a pura
donzela, caçadora de veados, que se deleita com a arte de atirar flechas, irmã de Apolo com a
espada dourada. Sobre os morros sombreados e picos batidos pelo vento ela saca seu arco
dourado, alegrando-se na perseguição, e lança severas setas”.
Os cumes das altas montanhas tremem, e pela floresta em sombras ecoa os gritos assustados
das feras dos bosques; a Terra treme, assim como o faz o mar, cheio de peixes. Mas a deusa
de valente coração se vira para todos os lados destruindo a raça das feras selvagens: e quando
está satisfeita e alegrou seu coração, esta caçadora solta seu arco e parte para a grande casa
do seu querido irmão Apolo Febo, para a rica terra de Delfos, para lá comandar a dança das
Musas e das Graças".

"Para Ártemis" - Hinos Homéricos

Se em uma mão ela trazia a ruína, na outra ela protegia a vida. Em seu papel como Eileithyia,
ela ajudava as mulheres grávidas a darem à luz sem dor. Se uma mulher morresse no trabalho
de parto, acreditava-se que ela havia sido atingida por uma flecha de Ártemis; ainda assim, as
roupas da mulher falecida eram oferecidas à deusa. Noivas e noivos, principalmente jovens
donzelas, pediam sua proteção fazendo sacrifícios à deusa antes do casamento.

Ártemis também aparece na mitologia como deusa da vegetação e da fertilidade. Era a deusa
da natureza intocada. Em conexão com o culto de árvores, sua imagem era pendurada em
galhos e arbustos. "Aonde não dançou Ártemis?" - era um ditado popular na Grécia Antiga.
Importantes em seu culto eram a dança e o ramo sagrado - muito provavelmente derivados do
culto antigo da árvore da lua, fonte de imortalidade, conhecimento secreto e inspiração. A dança
mascarada realizada por jovens e donzelas em sua honra (muitas vezes com máscaras de
urso), que possuía um caráter fálico, apontava para Ártemis em sua manifestação como deusa
da vegetação, assim como o fazem suas imagens de culto adornadas com muitos seios.*
Apesar de Ártemis ser venerada por toda a Grécia, seu culto era especialmente forte na
Arcádia. Lá ela vivia afastada nos bosques selvagens e intocados, e era a mais virginal das
deusas. Outro centro importante de adoração era Éfeso, na Anatólia, onde eram enfatizadas
suas qualidades de Grande Mãe.** Os moradores de Éfeso acreditavam que uma imagem da
deusa com vários seios havia caído do céu.

Em um estágio bastante posterior, Ártemis passou a ser identificada com a deusa da lua
Selene em cujo caráter ela visitava seu amante Edymion noite após noite.*

Sua participação na Guerra de Tróia não foi muito gloriosa, e ela finalmente se refugiou ao lado
de seu pai Zeus*. Homero deu a Ártemis um caráter fraco e até mesmo ridículo na Ilíada.

Originalmente, a deusa era representada flanqueada por dois leões ou em posição de dança,
com um veado. Um pouco mais tarde, ela passou a ser representada montada em um leão.
Finalmente a deusa foi retratada com seu arco e flechas, segurando um veado morto em ambas
as mãos.**

A deusa era associada pelos romanos com Diana.

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