Você está na página 1de 59

Relatório da Gestão

Fundadora do CAU/BR
2011–2014
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

CONSELHO DE ARQUITETURA Coordenador da Comissão Ordinária


E URBANISMO DO BRASIL – CAU/BR de Ensino e Formação

Sumário
Fernando Diniz Moreira (2014)
(Gestão 2011–2014) Eduardo Cairo Chiletto (2013)
Presidente José Roberto Geraldine Júnior (2012)
Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz Coordenador da Comissão Ordinária
1º Vice-Presidente de Ética e Disciplina
Antônio Francisco de Oliveira (2012-2014) Napoleão Ferreira da Silva Neto
Paulo Oscar Saad (2011-2012) Coordenador da Comissão Ordinária 02 APRESENTAÇÃO: ORGULHO DO QUE FIZEMOS
2º Vice-Presidente de Exercício Profissional
Napoleão Ferreira da Silva Neto (2012-2014) Antônio Francisco de Oliveira 04 PARTE I: UM NOVO CONSELHO PARA OS ARQUITETOS
-----------------------------------
Conselho Diretor
Coordenador da Comissão Especial
de Política Profissional
06 BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA
Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz Cesar Dorfman 12 CONSTRUINDO O CAU
Anderson Fioreti de Menezes
Roberto Rodrigues Simon
Coordenador da Comissão Especial 14 O modelo de gestão do CAU
de Política Urbana e Ambiental
Napoleão Ferreira da Silva Neto Paulo Ormindo David de Azevedo 15 O Fundo de Apoio Financeiro
Antônio Francisco de Oliveira
Fernando Diniz Moreira (2014) Coordenador da Comissão Especial 15 A transparência financeira
de Relações Internacionais
Eduardo Cairo Chiletto (2013)
Paulo Oscar Saad (2012) Roberto Rodrigues Simon (2014)
16 O suporte aos CAU estaduais: Programa Estrutura
José Roberto Geraldine Junior (2012) Miguel Alves Pereira (2012-2014) 17 A inteligência geográfica
----------------------------------- Secretários-Executivos do Colegiado das Entidades 18 A emissão das carteiras profissionais e certificação digital
Coordenador da Comissão Ordinária Nacionais dos Arquitetos e Urbanistas
de Organização e Administração Letícia Peret Antunes Hardt (2014) 18 A gestão do conhecimento: o Sistema SophiA
Sérgio Ferraz Magalhães (2013)
Anderson Fioreti de Menezes
Jeferson Roselo Mota Salazar (2012)
20 A nova identidade profissional
Coordenador da Comissão Ordinária de
Planejamento e Finanças
21 O Projeto ETHOS
Ouvidor-Geral
Roberto Rodrigues Simon José Eduardo Tibiriçá 21 A Matriz de Mobilidade e do Exercício Profissional
21 A implantação do call center
Conselheiros federais 22 Concurso público
UF Titular Suplente 23 Seminário Internacional de Arquitetura e Urbanismo
AC Clênio Plauto de Souza Farias Ulderico Queiroz Junior (2012-2013) 25 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Renato Pena Brana (2013-2014) 30 CENSO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS
AL Heitor Antonio Maia das Dores Pedro Cabral de Oliveira Filho 35 DEFINIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE ARQUITETOS E URBANISTAS
AM
AP
Rodrigo Capelato
Oscarito Antunes do Nascimento
Marcelo de Borborema Correia
Ana Karina Nascimento Silva Rodrigues
39 O MODELO DE FISCALIZAÇÃO DO CAU
BA Paulo Ormindo David de Azevedo Raimundo Lopes Pereira 43 CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CE
DF
Napoleão Ferreira da Silva Neto
Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz
Antonio Martins da Rocha Júnior
Antônio Menezes Junior
46 PARTE II: UMA NOVA ETAPA PARA A ARQUITETURA E URBANISMO NO BRASIL
ES Anderson Fioreti de Menezes Andre Tomoyuki Abe
48 CÓDIGO DE ÉTICA
GO Arnaldo Mascarenhas Braga Daniel Dias Pimentel 51 ENSINO E FORMAÇÃO
MA Roberto Lopes Furtado Maria Lais Cunha Pereira 53 DIREITOS AUTORAIS
MG Claudia Teresa Pereira Pires Rosilene Guedes Souza 55 TABELA DE HONORÁRIOS
MS
MT
Celso Costa
Eduardo Cairo Chiletto
Reginaldo João Bacha
Ana de Cássia Moraes Abdalla Bernardino
57 ARQUITETOS ATUAM EM TODOS DOS MUNICÍPIOS DO PAÍS
PA Raimundo Nonato da Silva Souza Mariano de Jesus Farias Conceição
59 COOPERATIVAS E OUTROS BENEFÍCIOS
PB Antonio Francisco de Oliveira Fabio Torres Galisa de Andrade 61 COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA
PE Fernando Diniz Moreira José Luiz Mota Menezes 67 OUVIDORIA
PI Ana Karine Batista de Sousa Sinvaldo Gonçalves de Moura
PR Laércio Leonardo de Araújo Luís Salvador Petrucci Gnoato 68 PARTE III: ATUAÇÃO POLÍTICA E INTERNACIONAL
RJ Paulo Oscar Saad Jerônimo de Moraes Neto 70 SEMINÁRIOS LEGISLATIVOS
RN Fernando José de Medeiros Costa Josenita Araújo da Costa Dantas 73 MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES
RO Silvio Carvajal Feitosa Ana Cristina Lima Barreiros da Silva 80 DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES
RR Luiz Afonso Maciel de Melo João Nelson Piedade Marques Vicente
RS Cesar Dorfman Gislaine Vargas Saibro
86 ATUAÇÃO INTERNACIONAL
SC Roberto Rodrigues Simon Nelson Saraiva da Silva 93 CONFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUITETURA E URBANISMO
SE Marcelo Augusto Costa Maciel Fabio José de Matos Barbosa 97 ELEIÇÕES PARA A GESTÃO 2015–2017
SP Miguel Alves Pereira Daniel Alberto Catelli Amor
(falecido em maio de 2014) (titular a partir de maio de 2014)
98 PARTE IV: INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS
TO Gilmar Scaravonatti Luis Hildebrando Ferreira Paz
106 PARTE V: HOMENAGENS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
José Roberto Geraldine Junior José Antonio Lanchoti

1
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 APRESENTAÇÃO

Em harmonia com a ABEA, foi elaborada uma inclusão do arquiteto no projeto que trata dos pro-
proposta para novas diretrizes curriculares do ensi- fissionais habilitados para a manutenção predial; e

Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR. Foto de Fernando Alvim.


no de graduação na área. Entre outras ações de inte- a reforma do Código Penal, que trata da corrupção
resse da Arquitetura e Urbanismo, também a tabela entre particulares – onde se enquadram as comis-
de honorários unificada foi proposta pelo CEAU e sões, ou “reservas técnicas”, que estimulam relações
aprovada pelo CAU/BR. condenáveis entre fornecedores e arquitetos.

Orgulho do Cabe ainda relatar com destaque a elaboração


do primeiro Código de Ética e Disciplina específico
para a profissão no país, instrumento de recupera-
A gestão fundadora do CAU/BR se encerra
com boas notícias. Em setembro, o Sistema de In-
formação e Comunicação do CAU (SICCAU) anotou

que fizemos ção da imagem do arquiteto, valorização da profis-


são e qualificação do ensino, a serviço da sociedade.
Há ainda as regras para garantia do Direito Autoral
a emissão de Registros de Responsabilidade Técnica
(RRT) em todos os municípios brasileiros, ou seja, os
arquitetos e urbanistas já atuam em 100% do terri-
em Arquitetura e Urbanismo, também aprovadas tório nacional, ainda que a distribuição geográfica
pelo CAU/BR. deixe a desejar.
O Seminário Internacional de Arquitetura e Ur- Em novembro, o CAU/BR firmou parceria com
banismo, sobre boas práticas em conselhos de Arqui- a Unicred para que os arquitetos possam participar
É um lugar comum, mas não há como esca- tros e certidões, e o desenvolvimento de modelo tetura, realizado em dezembro de 2012, contou com de seu sistema cooperativo, o que possibilitará fi-
par da expressão: parece que foi ontem. O trabalho próprio de fiscalização, com a utilização de sistemas a presença de instituições congêneres das Américas, nanciamentos para compra de equipamentos para
da gestão fundadora do Conselho de Arquitetura e próprios de informação e comunicação (SICCAU) e África, Ásia e Europa, o que levou o CAU/BR a firmar escritórios, para elaboração de projetos e para em-
Urbanismo do Brasil (CAU/BR) foi tão intenso, como de inteligência geográfica (IGEO). O Centro de Ser- uma série de acordos internacionais de cooperação, preendimentos imobiliários. O acordo já está ativo
mostra este Relatório de Gestão, que pouco nos de- viços Compartilhados (CSC), implantado em 2014, voltados para atividades como a defesa do exercício no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e pros-
mos conta de que três anos se passaram. consolida esses avanços. profissional e o aprimoramento do ensino de Arqui- seguirá sendo implantado nos demais estados ao
Aqui estão resumidos alguns episódios que re- Da mesma forma, não nos acanhamos frente tetura e Urbanismo. longo dos próximos três anos.
tratam bem as dificuldades iniciais enfrentadas para às falhas do cadastro herdado do antigo conselho – A 1ª Conferência Nacional de Arquitetura e Ur- No mesmo mês, a Justiça deu ganho de causa
que os arquitetos e urbanistas brasileiros tivessem e fizemos do recadastramento a oportunidade para banismo do Brasil, realizada em Fortaleza, em abril de ao CAU/BR, ao derrubar a liminar obtida por associa-
implantado seu Conselho autônomo e uniprofissio- realizar um censo, para obter dos colegas as infor- 2014, expôs para a sociedade a missão expressa no 1º ção de engenheiros que suspendia os efeitos da Re-
nal. Em alguns estados, não há como negar, fomos mações que hoje nos permitem traçar o perfil social Planejamento Estratégico do CAU, com horizonte até solução N° 51/2013, que definiu com clareza as ativi-
hostilizados ao nos desgarrarmos do nosso conselho e profissional da categoria para desenvolver políti- 2023: garantir “Arquitetura e Urbanismo para Todos”. dades privativas dos arquitetos e urbanistas.
pretérito. Os tempos são outros, as relações estão cas profissionais consistentes. Na época, éramos cer- Nesse aspecto, o CAU/BR tem sido intransi- O relato triste fica por conta da perda dos ilus-
cada vez mais desanuviadas; contudo, é nosso dever ca de 100 mil arquitetos e urbanistas em atividade; gente junto ao Governo Federal na defesa de uma tres colegas Oscar Niemeyer, João Filgueiras Lima (o
com a História registrar um pouco do que se passou. em 2014 somos mais de 123 mil. política de Estado para a Arquitetura e Urbanismo, e Lelé) e Miguel Pereira, ardorosos combatentes na
Hoje podemos dizer com orgulho que sou- O CAU/BR tem sido um espaço democrático mantém um trabalho consistente no Congresso Na- luta pela criação do CAU, entre outros nomes ex-
bemos honrar a jornada que a categoria se propôs que, desde janeiro de 2012, abriga em seu Colegiado cional contrário a mudanças na legislação licitatória pressivos da Arquitetura brasileira.
a empreender por décadas, desde 1958, quando o das Entidades Nacionais dos Arquitetos e Urbanistas que deixem nas mãos das empreiteiras a elaboração Para honrar a memória deles temos que, além
então Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (CEAU) as instituições que se mobilizaram pela cria- dos projetos de obras públicas. de reafirmar o orgulho pelo que fizemos, ter a hu-
(IAB), Ary Garcia Rosa, entregou ao presidente JK a ção do Conselho e seguem dando importante apoio Vale ressaltar a amplamente divulgada cam- mildade de reconhecer que ainda há muito a ser
proposta para a criação do Conselho de Arquitetu- político às suas iniciativas: Instituto de Arquitetos do panha contra a relatoria da Medida Provisória 630, feito. O CAU é um bom projeto, os alicerces foram
ra – o que só viria se efetivar com a promulgação Brasil (IAB), Federação Nacional dos Arquitetos e Ur- que pretendia generalizar o uso do instrumento concluídos, mas a obra está só começando.
da Lei N° 12.378, de 31 de dezembro de 2010, pelo banistas (FNA), Associação Brasileira dos Escritórios da contratação integrada, previsto no Regime Dife- De minha parte, meu muito obrigado aos
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. de Arquitetura (AsBEA), Associação Brasileira de En- renciado de Contratações de Obras Públicas (RDC), demais 27 conselheiros federais com quem tive a
Temos orgulho porque fomos fraternos, ao sino de Arquitetura (ABEA), Associação Brasileira de criado para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas. honra de participar da gestão fundadora do CAU/
criarmos um fundo de apoio financeiro que permi- Arquitetos Paisagistas (ABAP) e Federação Nacional Mais de dez entidades de Arquitetura e Engenharia BR, em paralelo aos 27 presidentes dos CAU/UF e
tiu ao CAU, desde seu primeiro dia, estar presente dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA). se uniram ao CAU na causa e o Senado barrou a pro- centenas de conselheiros estaduais. Meu apreço
de forma digna em todos os 26 estados e no Distrito Ao mesmo tempo, o CAU/BR tem dado sua posta que autorizaria a contratação de obras públi- também aos funcionários temporários que ajuda-
Federal em condições para prestar seus serviços à contribuição na luta pelo cumprimento do salário cas apenas com base em anteprojetos, reformando ram a colocar o CAU/BR de pé em seus primeiros
sociedade e aos profissionais com um mesmo pa- mínimo profissional, encetada pela FNA, ou na defe- decisão da Câmara. tempos e ao quadro de servidores concursados,
drão e qualidade de atendimento. sa da realização de concurso de projetos para obras Em três anos, realizamos dois Seminários Legis- completado em junho de 2014 e que, ao lado dos
Temos orgulho porque soubemos superar a públicas, uma das bandeiras do IAB – entidade ao lativos dentro do próprio Congresso Nacional, com a novos conselheiros, assumem a honra de prosse-
falta de tempo e de recursos com a ousadia. O uso lado da qual participamos ativamente da campa- participação de senadores, deputados e colegas de guir com essa construção coletiva.
intensivo de tecnologias associadas possibilitou nha vitoriosa para a realização no Rio de Janeiro, em todo o país, para discutir igualmente temas variados
prover os CAU/UF de soluções racionais para as ati- 2020, do 27º Congresso Mundial da União Interna- em pauta no Legislativo, como o reconhecimento Haroldo Pinheiro
vidades documentais, como a expedição de regis- cional de Arquitetos (UIA). da carreira de Estado para o arquiteto e urbanista; a Presidente do CAU/BR

2 3
4
Museu de Arte Contemporânea, Niterói/RJ. Projeto de Oscar Niemeyer. Foto de Marcelo Terraza.
TÍTULO TITULO

PARTE I:
Um novo conselho
para os arquitetos
TÍTULO TITULO

5
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA

História
Breve relato de uma longa jornada

“Uma história de mais de 50 anos de debates,


projetos, discussões e muita polêmica”. Assim um
documento do Colégio Brasileiro de Arquitetos, de
março de 2010, resume a luta dos arquitetos e ur-
banistas pela criação de um conselho próprio para
regular a prática da profissão no país.
Naquela altura, a luta estava por terminar, vi-
toriosa. Sua origem vem das primeiras décadas do
século XX. Ciosa da necessidade de se congregar
para debater os rumos da profissão e a grande trans-
formação urbana de cidades como a então capital
federal, o Rio de Janeiro, a categoria cria em 1921 o
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Mais de uma década depois, em 1933, o en-
tão presidente Getúlio Vargas cria, por decreto, o
Conselho de Engenharia e Arquitetura, abarcando
também os agrimensores, para regular essas profis-
sões. Com pouco espaço na entidade, ao decorrer
do tempo os arquitetos e urbanistas começaram a
sonhar com um conselho uniprofissional que ga-
rantisse um maior reconhecimento e valorização da
classe.
Coube ao IAB assumir os primeiros movimen- criando o Conselho Federal de Engenharia, Arquite- (ABAP) e, em 1979, é fundada a Federação Nacional toma ciência de medida provisória (MP 1549-36, Arquitetos e urbanistas
tos. Por decisão de um fórum da instituição, realiza- tura e Agronomia (Confea) e os CREA regionais. Ou- dos Arquitetos e Urbanistas (FNA). de 6 de novembro de 1997) que “desautarquisava” comemoram com
o presidente Lula
do em 1958, o Instituto encaminhou ao presidente tras profissões, ao longo do tempo, seriam agrega- Em 1979, na presidência de Demétrio Ribeiro, os conselhos profissionais e declarou-se em assem- a sanção da Lei
da República Juscelino Kubistchek um projeto de lei das, e hoje o Sistema conta com mais de trezentos o IAB formulou um novo projeto para um conselho bleia permanente. Como a MP dizia que os profissio- N° 12.378, que
que desmembrava o então Conselho de Engenharia títulos profissionais de Engenharia, além de agrôno- próprio da categoria, mas não houve condições do nais reunidos em assembleias nacionais definiriam regula o exercício
da Arquitetura e
e Arquitetura. mos, meteorologistas, geógrafos e geólogos. documento ser levado adiante. Os arquitetos do como se daria a regulamentação profissional, foram
Urbanismo no Brasil
O PL, contudo, foi retirado a pedido do próprio A partir da década de 1970, a categoria dos país tiveram que esperar a redemocratização para tomadas providências para que acontecessem. e cria o CAU/BR e os
IAB, atendendo à solicitação de representantes dos arquitetos ganha novas entidades e o movimento colocarem novamente em debate a reivindicação Em 27 de maio de 1998, após seis reedições, CAU/UF.
engenheiros, para que a questão fosse melhor dis- pela defesa dos valores da Arquitetura e de sua prá- de sua independência. a MP se transforma na Lei N° 9.649, que designa aos
cutida num congresso específico das duas classes, o tica profissional, novos defensores. Em 1971, surgem Em 1994, um novo projeto de lei do Senado próprios conselhos existentes a atribuição da orga-
que nunca acabou sendo realizado. os primeiros sindicatos (SP, RJ e BA). Em 1973, são é engavetado, pouco antes de ser votado, por di- nização das profissões regulamentadas, frustrando-
Chega-se a 1966. Enquanto a imensa maioria criadas a Associação Brasileira de Ensino de Arqui- vergências entre as entidades representativas dos -se mais um caminho da sonhada independência.
dos países optava pela autonomia dos conselhos tetura e Urbanismo (ABEA) e a Associação Brasileira arquitetos e urbanistas. De qualquer forma, o congresso de Curitiba
profissionais, o presidente militar Castello Branco dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). Em 1976, nas- Reunida em Curitiba em novembro de 1997, foi um marco importante ao propor a união da cate-
sancionava a Lei N° 5.194, em sentido contrário, ce a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas no XV Congresso Brasileiro de Arquitetos, a classe goria em torno de um objetivo comum.

6 7
BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA

Primeiros conselheiros peras de deixar seu cargo, o presidente Lula recebe


do CAU/BR são no Palácio do Planalto representantes das entidades
diplomados em
cerimônia realizada da classe e assina a Lei N° 12.378, regulamentando
no auditório Nereu o exercício da Arquitetura e Urbanismo e criando
Ramos, na Câmara dos o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
Deputados, em Brasília
(CAU/BR) e os conselhos de Arquitetura e Urbanis-
mo dos estados e do Distrito Federal (CAU/UF). A Lei
é publicada no Diário Oficial da União do dia seguin-
te, recebendo a data de 31 de dezembro de 2010.
Autarquias federais dotadas de personalidade
jurídica de direito público, os CAU possuem a fun-
ção de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício
da profissão de Arquitetura e urbanismo, zelar pela
fiel observância dos princípios de ética e disciplina
da classe em todo o território nacional, bem como
pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da Ar-
quitetura e Urbanismo” (§ 1º do Artigo 24 da Lei N° Na foto acima, Oscar Niemeyer, Haroldo Pinheiro e Lelé no XXVII Congresso Brasileiro de
12.378/2010). Arquitetos, no Rio de Janeiro. Abaixo, informativo do IAB sobre o processo legislativo que
terminaria com a criação do CAU.
Coordenadas pelas Câmaras de Arquitetu-
ra dos CREA, em outubro de 2011 aconteceram as
eleições para a gestão fundadora do CAU/BR e dos
CAU/UF. Participaram mais de 60 mil profissionais.
Em 17 de novembro de 2011, os conselheiros

Em dezembro de 1997, reunidos na Assem- Apoiado por diversas outras instituições, in-
federais eleitos para a gestão fundadora do CAU/BR
tomam posse em cerimônia histórica realizada no
IAB informa
INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
62
30 SET 2009
bleia do Estado de São Paulo do IAB, os arquitetos clusive internacionais, o anteprojeto foi entregue a Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, Fundado em 1921
Seção Brasileira da União Internacional dos Arquitetos (UIA)
Membro da Federação Pan-americana de Associações de Arquitetos (FPAA)

e urbanistas se manifestaram mais uma vez no sen- diversas autoridades da República. Em 2003, o sena- em Brasília. Membro do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP)

BOLETIM INFORMATIVO PARA COMUNICAÇÃO DAS AÇÕES DO IAB DN


tido da saída do Sistema Confea/CREA. No mesmo dor José Sarney apresentava o PLS 347, com texto No dia seguinte, reunidos na primeira plená- ______________________________________________________
sentido, a Associação Brasileira dos Escritórios de Ar- idêntico ao sugerido pelo Colégio. Em 2005, o PLS ria extraordinária, auto-convocada na posse, apro-
quitetura (AsBEA), reunida em sua Assembleia Anu- foi para a Câmara dos Deputados, onde seguiu a varam o Regimento Geral Provisório do CAU/BR e Grande conquista rumo ao CAU !
al, em maio de 1998, emitiu a Carta de Ilhéus. tramitação de praxe e sofreu alterações, retornando, elegeram Haroldo Pinheiro seu primeiro presidente. Após 7 meses, PL 4.413/08 é aprovado na CTASP
As cinco entidades nacionais dos Arquitetos, assim, para o Senado Federal. Sua posse ocorre na primeira plenária ordinária, em
Após 7 meses de trabalho de relatoria do PL 4.413/2008, pelo
em reunião no IAB, em julho de 1998, resolvem Dois anos depois, o PLS 347/2003 foi aprova- 15 de dezembro, data de nascimento de Oscar Nie- Deputado Luiz Carlos Busato (PDT/RS) que teve interlocução
continua com o CBA (ABAP, ABEA, AsBEA, FNA e IAB), o
então constituírem-se em Colégio Brasileiro de Ar- do pelo Plenário do Senado e seguiu para sanção meyer, em homenagem ao maior arquiteto do país, Projeto de Lei que cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo
(CAU) no Brasil foi aprovado por unanimidade na Reunião do
quitetos (CBA). A FeNEA (Federação Nacional dos presidencial. Em 31 de dezembro de 2007, contudo, e que passou a ser também o Dia do Arquiteto e Ur- dia 30 de setembro de 2009 da Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos
Estudantes de Arquitetura e Urbanismo) também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o pro- banista no Brasil. Deputados em Brasília.

integra o grupo, como ouvinte. jeto, argumentando que a iniciativa de tal matéria Na ocasião, foram discutidas e aprovadas as A Direção Nacional do IAB entende que o trabalho contínuo
com os parlamentares faz parte da luta pelo CAU e
Com a categoria unida e fortalecida, entre é de competência do Executivo e não do Legislati- oito primeiras resoluções, provendo condições para compreende que os percalços sempre existirão, porém, dada a
legitimidade da causa e o entendimento do pleito, com a
1998 e 2003 as cinco entidades discutiram e apro- vo. Porém, reconhecendo o mérito e a necessidade o CAU funcionar, entre elas a criação do Sistema de Reunião do dia 30/09/09 na CTASP, presidida pela 3
a
maioria dos arquitetos unidos, as dificuldades serão vencidas.

varam um anteprojeto de lei para a regulamentação de criação do CAU, determinou a redação de um PL Informação e Comunicação do CAU (SICCAU), ope- Presidente, Deputada Manuela D’ávila (PCdoB/RS).

da profissão e criação do Conselho de Arquitetura com o mesmo teor aos ministérios envolvidos, en- rado pelo CAU/BR, único para todo o país, para ga-
e Urbanismo (CAU). A decisão foi tomada durante caminhado à Câmara dos Deputados quase um ano rantir a uniformidade de procedimentos em todos
o XVII Congresso Brasileiro de Arquitetos, realizado depois - o PL 4.413/2008. os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo.
em 2003 no Rio Centro, no Rio de Janeiro, e expressa Em 2009, a “Carta de Ouro Preto”, assinada pe- A histórica conquista foi relembrada na 1ª
na “Carta do Rio”. O jurista Miguel Reale Júnior foi o las cinco entidades, pede urgência na aprovação Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo
responsável pela redação final do documento. Ha- do projeto, de modo a democratizar o espaço do do Brasil, que o CAU/BR promoveu em Fortaleza em
roldo Pinheiro era o presidente do IAB na época e o profissional em todo o país, em favor da sociedade. abril de 2014. Na ocasião, em nome de todos os pro-
congresso contou com a participação de Oscar Nie- Durante 2010, após diversas audiências públicas na fissionais que fizeram parte dessa luta que se desen- Público presente na Plenária da Reunião da CTASP Os Deputados Busato e Chucre fazem entrega simbólica aos arquitetos do PL-4.413/2008

meyer, Lelé, Severiano Porto, Miguel Pereira, Carlos Câmara e no Senado, o Congresso aprovou o proje- rolou por décadas, foram homenageados os arqui- do dia 30/09/09. aprovado na CTASP.
Na foto, da esq. p/ dir. - Lucio Dantas (IAB/RN), Luis Mendonça (IAB/GO), João Suplicy
(IAB/DN), Fábio Galisa (IAB/PB), Dep Busato, Dep. Fernando Chucre, Luciano Caixeta

Fayet e outros nomes de destaque da Arquitetura e to, encaminhado-o para sanção presidencial. tetos que, à época da edição da Lei N°. 12.378/2010, (IAB/GO, DN/CO), José Tibiriçá (AsBEA), Daniel Amor (Sindarq/SP), Miguel Carranza
(FENEA) e Pietro (Sindarq/SP).

Urbanismo no país. Finalmente, no penúltimo dia de 2010, às vés- dirigiam as entidades nacionais da área. 1

8 9
BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA BREVE RELATO DE UMA LONGA HISTÓRIA

“Prezada Éride,
ALFORRIA E MAIORIDADE DA Perdoe-me pela demora. Essa falta de pressa deve-se ao merecido re-
CATEGORIA pouso dos guerreiros. Uma jornada, assim, de meio século, cansa qualquer
maquis da Arquitetura. Como sobrevivente, nessa longa batalha, já temia
O arquiteto gaúcho Miguel não poder festejar essa grande vitória .
Os homenageados foram: Gilson Paranhos, ex-presidente do IAB Nacional; Lucas Faulhaber, ex-diretor-geral da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Pereira, falecido em 2014, ex-presidente A partir de 31/12/2010, tudo mudou na vida dos arquitetos brasileiros.
Urbanismo (FeNEA); José Antonio Lachoti, ex-presidente da ABEA; Ronaldo Resende, ex-presidente da AsBEA (representado pelo arquiteto e urbanista José Eduardo (por três mandatos) do IAB nacional,
Tibiriçá, ouvidor geral do CAU/BR); Saide Kahtouni, ex-presidente da ABAP; Fernando Costa, ex-coordenador do CBA; Ângelo Arruda, ex-presidente da FNA. A auto-estima e o fragor do patrimônio moral, acumulados ao longo
ex-presidente do IAB do Rio Grande do dessa extenuante batalha, são os responsáveis pela ALFORRIA e a MAIORI-
Sul e ex-vice-presidente da UIA, foi um DADE de uma profissão, nascida bastarda, no interior do Sistema Confea/
dos grandes batalhadores pela criação CREA, decretado por Getúlio Vargas em 1933. Até então, sempre fomos uma
do CAU. Ele, que se tornaria também profissão minoritária, humilhada e ofendida. Agora, temos o respaldo legal,
conselheiro do CAU/BR por São Paulo, promulgado pelo presidente LULA, para podermos discutir e decidir sobre a
Homenagem à criação do CAU em 16 de fevereiro de 2011, escreveu nossa prática profissional, para podermos discutir e decidir sobre nossa for-
a carta ao lado para a jornalista Éride mação profissional. Construiremos o nosso Código de Ética. Construiremos
A abertura da Conferência Nacional de Arqui- no evento pelo arquiteto e urbanista José Eduardo Moura, da revista Projeto, em resposta o nosso Código de Responsabilidade Técnica. Queremos ser uma profissão
tetura e Urbanismo ficou marcada pela homenagem Tibiriçá, ouvidor geral do CAU/BR. a uma pergunta sobre o significado da obediente aos preceitos do Código Civil e do Código de Defesa do Consu-
a um momento histórico da profissão: a aprovação Os arquitetos receberam uma placa comemo- criação do CAU. midor. Queremos ser uma profissão responsável perante a nação brasileira.
da Lei N° 12.378, de 2010, que regula o exercício da rativa do CAU/BR agradecendo pelos esforços pela
Seremos uma profissão protegida, prestigiada e dignificada. Não ha-
Arquitetura e Urbanismo no Brasil e cria o CAU/BR e aprovação da Lei N° 12.378.
verá perdas. Os ganhos serão cotidianos e permanentes.
os CAU/UF. Em nome de todos os profissionais que Em nome de todos os homenageados na Con-
fizeram parte dessa luta histórica que se desenrolou ferência, Fernando Costa, conselheiro do CAU/BR O processo de transição do Sistema Confea/CREA para o CAU deverá
por mais de 50 anos, foram homenageados os ar- pelo Rio Grande do Norte, lembrou dos dias de agi- acontecer pacificamente. A batalha já está ganha. Nossos experts saberão
quitetos que, à época da edição da lei, dirigiam as tação e expectativa que antecederam a aprovação equacionar as estratégias adequadas. Não haverá dificuldades de recursos
entidades nacionais da área. da Lei N° 12.378. que possam ser diferentes daquelas que o próprio Sistema Confea/CREA teve
Os homenageados foram: Fernando Costa, ex- “Estávamos quase toda semana em Brasília. quando de sua implantação.
-coordenador do Colégio Brasileiro de Arquitetos Lembro de momentos marcantes, como a audiência Quanto ao futuro próximo, e aquele distante, penso que o CBA – Co-
(CBA); Gilson Paranhos, ex-presidente do IAB Na- pública na Comissão de Trabalho da Câmara, quan- légio Brasileiro de Arquitetos – deva continuar desempenhando um papel
cional; Saide Kahtouni, ex-presidente da Associação do foi lida a carta de Oscar Niemeyer em defesa da fundamental de convivência entre as entidades nacionais de arquitetos –
Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP); José An- criação do CAU. A aprovação do projeto de lei na Câ- ABAP/ABEA/AsBEA/FNA/IAB. Será a tribuna adequada no trato dos proble-
tonio Lanchoti, ex-presidente da Associação Brasilei- mara dos Deputados, o que levou quase dois anos, e mas comuns de nossa profissão. Explorada adequadamente sua potencia-
ra de Ensino de Arquitetura (ABEA); Ângelo Arruda, dos praticamente trinta segundos que demorou no lidade, poderá vir a ser a grande expressão cultural e política dos arquitetos
ex-presidente da Federação Nacional dos Arquitetos Senado. As oito horas de espera no pilotis do Palá- brasileiros.
e Urbanistas (FNA); Lucas Faulhaber, ex-diretor-geral cio do Planalto, enquanto a lei era sancionada pelo Penso, finalmente, que o Presidente LULA deva ser o grande homena-
da Federação Nacional dos Estudantes de Arquite- Presidente Lula”, disse Fernando. “Esta é uma justa geado pelo CBA, o Colégio das entidades profissionais dos arquitetos.
tura e Urbanismo (FeNEA); e Ronaldo Resende, ex- homenagem a todos que trabalharam 50 anos para
Miguel Pereira”
-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios a realização deste sonho. Estendo-a a todos os cole-
de Arquitetura (AsBEA) – este último representado gas que participaram desta batalha”.

10 11
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 CONSTRUINDO O CAU

• Oferecer o mesmo nível tecnológico para a


atuação do CAU em todo o Brasil, tanto no
atendimento quanto na fiscalização, uma vez
que o Conselho é nacional e não deve haver
diferença de tratamento de uma região do
país para outra.

Construindo o CAU O tripé tem uma ideologia solidária, onde to-


dos os CAU contribuem para um fundo de apoio,
Não foram poucos os desafios – todos vencidos constituído para apoiar as unidades federativas sem
condições de manter suas estruturas e prestar servi-
ços de qualidade à categoria e, consequentemente,
Criado no fim de 2010, o CAU foi efetivamente anuidades dos arquitetos. As pesadas dificuldades à sociedade. Além da racionalidade e da fraternida-
instalado apenas no final de 2011, após quase um foram superadas e hoje o CAU é uma realidade, mas de, há também o fator da economicidade, refleti-
ano de transição do antigo para o novo Conselho. O há ainda algumas pendências. Até fins de 2014, os vos no Centro de Serviços Compartilhados do CAU
ano de 2012 foi, assim, ao mesmo tempo marcado CREA de quatro estados não depositaram a parte da (CSC), criado em 2014.
pela construção de um sonho coletivo, um grande arrecadação de 2011 devida ao CAU. Outro fator fundamental para o fortalecimen-
desafio e uma grande vitória. to e enraizamento do CAU/BR foi a instalação, ain-
Às vésperas da estruturação do Conselho, não DESAFIO VENCIDO da em dezembro de 2011, do CEAU (Colegiado das
foram poucos os que receavam um “apagão” que O quadro geral, enfim, era extremamente de- Entidades Nacionais dos Arquitetos e Urbanistas),
poderia ocorrer no dia seguinte à desconexão com safiador. Para um Conselho que já nasceu com qua- constituído pelo Instituto de Arquitetos do Brasil
o Sistema Confea/CREA. A responsabilidade da ges- se 100 mil arquitetos e urbanistas, as ações tinham (IAB), pela Federação Nacional dos Arquitetos e Ur-
tão fundadora do CAU era imensa. Havia um grande que ser rápidas e eficientes para suprir as demandas banistas (FNA), pela Associação Brasileira dos Escri-
temor sobre a impossibilidade dos arquitetos tra- do exercício profissional. Foram suficientes apenas tórios de Arquitetura (AsBEA), pela Associação Brasi-
balharem e registrarem seus projetos, em prejuí­zo alguns dias para os temores se dissiparem. Apesar leira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), diversas salas alugadas no Edifício Central Park, no Instalações atuais
da sociedade, tamanha a reação contrária de uma das condições adversas, o CAU conseguiu, em pou- pela Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas Setor Comercial Norte. Enquanto as estruturas esta- do CAU/BR, no Setor
Comercial Sul, em
parte dos dirigentes da categoria dos engenheiros. co tempo, prover meios de trabalho para os arquite- (ABAP) e pela Federação Nacional dos Estudantes de duais estavam sendo montadas, todo atendimento
Brasília.
Motivos não faltavam. A primeira eleição do tos do Brasil inteiro. Arquitetura e Urbanismo (FeNEA). era feito dali. Apenas em outubro de 2013 houve a
CAU foi realizada em outubro, a diplomação dos Além do call center, a instalação imediata do mudança para a sede atual, o Edifício Serra Doura-
conselheiros ocorreu em novembro e a posse em SICCAU (Sistema de Informação e Comunicação do USO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS da, imóvel cedido pela Secretaria do Patrimônio da
dezembro. Ao contrário do que ocorre quando há CAU) possibilitou dar conta do atendimento aos ASSOCIADAS União (SPU) e localizado no Setor Comercial Sul.
uma subdivisão de um ministério ou secretaria de profissionais, de forma uniformizada, com um mes- A ideia inicial era firmar uma parceria com o Ao atender as necessidades dos profissionais,
governo, por exemplo, não houve um processo de mo padrão de qualidade, em todo território nacio- Confea, para que os CAU/UF começassem a traba- o CAU busca assegurar condições para o cumpri-
transição normal e civilizado em muitos estados. Foi nal. A partir daquele momento, qualquer arquiteto lhar nas instalações dos CREA, de maneira a que mento de sua grande missão, que é servir a socie-
uma ruptura radical. do país poderia acessar, pela internet, o novo Con- houvesse uma transição tranquila e sem desconti- dade, assim como os demais conselhos. Mais pro-
Quando o presidente da primeira gestão do selho e obter, inicialmente, o Registro de Responsa- nuidade dos serviços. Uma reunião do presidente priamente, a defesa da sociedade contra a prática
CAU/BR tomou posse, o Confea e os CREA declara- bilidade Técnica (RRT), o registro de novo profissio- eleito do CAU/BR com os presidentes do Confea e ilegal da profissão, a má conduta e os desvios éticos
ram que não atenderiam mais os arquitetos. A situ- nal e as certidões de acervo técnico e de registro e dos 27 CREA, em Salvador, em fins de 2011, mostrou e disciplinares da corporação. Na medida em que a
ação mais grave era a de São Paulo, o estado que quitação (para participar de licitações públicas). Ou que tal saída era inviável. Também não havia condi- profissão se torna mais reconhecida pela sociedade,
tem um terço dos arquitetos brasileiros. A eleição seja, logo de início já estavam funcionando os três ções das demais entidades da categoria abrigarem o profissional acaba sendo também mais valorizado.
do CAU estadual estava sub judice, o CREA local serviços documentais que atendiam a cerca de 80% o CAU em boa parte do país. As dificuldades encon- Os primeiros meses foram intensos. Normas
se negou a dar posse aos conselheiros eleitos e o das necessidades – e depois sucessivamente foram tradas obrigaram, então, a implementação imediata fundamentais foram aprovadas em frequentes reu-
Ministério Público preocupava-se com o fato dos incorporados os demais. de um sistema de gestão próprio, baseado no uso niões plenárias. Uma força tarefa provisória foi cons-
profissionais ficarem de uma hora para outra sem A implantação do SICCAU, baseado na web, foi intensivo de tecnologias associadas e com interfa- tituida pelo CAU/BR para eliminar a demanda repri-
um órgão disciplinador. A posse teve que ser feita, um importante componente do tripé que balizou a ces que permitem a integração das informações e a mida de análises de documentação dos arquitetos
de forma intempestiva, pelo próprio presidente do criação do CAU: administração do conhecimento institucionais. e urbanistas em todo o país. E as carteiras profissio-
CAU/BR e pelo presidente da Comissão Eleitoral Na- Nas primeiras semanas, o Conselho funcionou nais, que servem como documento de identidade
cional, acompanhados por um advogado, após uma • Garantir a presença do CAU em todo o territó- no escritório particular do presidente do CAU/BR e, civil, foram emitidas e entregues gratuitamente em
tensa reunião com o CREA para a obtenção dos do- rio nacional, com um Conselho em cada esta- posteriormente, também na sede do IAB Nacional, outubro de 2012. Oscar Niemeyer recebeu a carteira
cumentos necessários. do e no Distrito Federal; ambos no Edifício Oscar Niemeyer, no Setor Comer- No 1. Elas possuem um chip com capacidade para
Apostando no pior, em 2012 muitos CREA ain- • Dar condições dignas de funcionamento e cial Sul, em Brasília, com um pequeno grupo de pes- armazenar diversas informações do profissional e
da emitiram irregularmente boletos para receberem atendimento a todos os CAU estaduais; soas. Em fevereiro de 2012, houve a mudança para certificação digital.

12 13
CONSTRUINDO O CAU CONSTRUINDO O CAU

CENSO bre as Atribuições Privativas e novas normas para a O SISTEMA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO CAU (SICCAU)
A emissão das carteiras se deu em paralelo à emissão de RRT. Estreitou-se o relacionamento com foi projetado para centralizar todas as bases de dados utilizadas pelo Conselho,
realização de um censo nacional, onde foi possível o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de desde as informações dos arquitetos até as coordenadas georreferenciadas de RRT.
traçar um perfil amplo da categoria. O censo foi a Educação recebeu sugestões para novas diretrizes Atende aos arquitetos e urbanistas e aos funcionários do CAU em todo o Brasil. OUVIDORIA
maneira encontrada para se superar a carência e curriculares dos cursos da área. Diversas parcerias
• Controle de atendimentos
inconsistência de informações dos cadastros her- com instituições congêneres de outros países foram
dados do antigo Conselho. Mais de 80 mil profissio- assinadas. Um concurso público promoveu a substi- AMBIENTE DO ARQUITETO E
nais participaram, dos cerca de 100 mil da época da
pesquisa. O cruzamento dos dados do censo com
as informações do IBGE e do IGEO (Sistema de In-
tuição de colaboradores temporários por uma equi-
pe permanente.
A 1a Conferência Nacional de Arquitetura e Ur-
URBANISTA
• Emissão de RRT
• Emissão de Certidão de Acervo
SICCAU SICCAU CORPORATIVO
Técnico Sistema de Informação • Módulo administrativo
teligência Geográfica do CAU), que começou a ser banismo do Brasil, realizada em 2014, trouxe a públi- • Emissão de identidade profissional • Emissão de ofícios
e Comunicação do CAU • Controle de processos
implantado no primeiro ano, possibilita hoje saber co a missão do CAU definida em seu planejamento • Consulta de anuidades
quais são os municípios brasileiros que têm arquite- estratégico: “Arquitetura e Urbanismo para Todos”,
tos, quantos são e até os que não têm. inspiradora de importantes e vitoriosas ações junto
O sistema financeiro adotado igualmente ino- ao Congresso Nacional.
FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVO IGEO
vou com a criação provisória de um espelho federa- E FINANCEIRO
tivo do CAU dentro do CNPJ do CAU/BR, de início o • Relatórios de RRTs emitidos • Sistema de Inteligência
• Informações sobre atuação • Controle de pagamentos Geográfica
único existente, permitindo uma partição transpa- O modelo de gestão do CAU dos arquitetos e urbanistas • Compras
rente de recursos entre o CAU/BR e os CAU/UF. • Relatórios das ações de • Patrimônio
Outras ações iniciadas no primeiro ano foram O núcleo principal do modelo de gestão do fiscalização
a criação de um ambiente para guardar a memó- CAU é o SICCAU (Sistema de Informação e Comu-
ria da Arquitetura e Urbanismo brasileiros (Ethos) nicação do CAU), depositário de normas e procedi-
e uma biblioteca de documentos (SophiA Acervo). mentos, além de incorporar uma série de módulos
Uma matriz de mobilidade e exercício profissional adicionais voltados à gestão do CAU. Tais normas tores, aliados a outros de caráter socioambiental, nejamento e Finanças, um presidente representante O SICCAU garantiu o
completa as inovações. subsidiam a operacionalização dos módulos au- que podem explicar a baixa qualidade do espaço dos nove CAU/UF de maior receita, um presidente atendimento, em todo
o país, com um mesmo
Com o intuito de debater pautas e esclarecer tomatizados do sistema. O módulo corporativo e o construído na grande maioria das cidades brasilei- representante dos CAU/UF de receita intermediária padrão de qualidade,
dúvidas junto aos CAU/UF, as comissões do CAU/BR módulo do arquiteto, utilizado pelos profissionais, ras, principalmente nas de menor porte. e um presidente representante dos CAU/UF deman- desde o primeiro dia
promoveram seminários regionais durante os me- provêem os serviços aos arquitetos e urbanistas e O modelo de tecnologia da informação do dantes de recursos do Fundo de Apoio Financeiro. do CAU.
ses de outubro e novembro de 2012. sua gestão pelo CAU. De forma integrada, funcio- CAU foi criado a partir da Resolução N° 05, de 15 de O coordenador da Comissão de Planejamento
Em dezembro, comemorou-se o primeiro nam ainda os demais módulos, como o de inteli- dezembro de 2011. Todos os módulos previstos na e Finanças do CAU/BR dirige o grupo, e o coordena-
aniversário do CAU e o Dia Nacional do Arquiteto gência geográfica e informações gerenciais. criação do SICCAU, que teve o código-fonte com- dor-adjunto é escolhido entre os três presidentes re-
e Urbanista, que passou a ser celebrado em 15 de A criação do modelo informacional do CAU foi prado em 2014, foram implantados total ou parcial- presentantes dos CAU/UF.
dezembro, em homenagem ao grande mestre Os- norteada por algumas premissas conceituais: cria- mente ao longo dos três anos iniciais do Conselho, O Colegiado decide a necessidade e os
car Niemeyer – que completaria 105 anos em 15 de ção de sistemas unificados, centralizados, mas não possibilitando a consolidação do CSC (Centro de valores dos repasses, que diminuem à medida em
dezembro de 2012. Ele faleceu no dia 05 daquele centralizadores, permitindo distribuir o mesmo pa- Serviços Compartilhados), em 2014. que os CAU/UF se consolidam. No início, 13 eram
mês, por coincidência a data de abertura do Semi- drão de serviços a todos os CAU/UF e a progressiva beneficiados pelo Fundo de Apoio; em fins de 2014,
nário Internacional “O estado da arte de conselhos incorporação de novas funções e serviços. As avan- O Fundo de Apoio Financeiro eram nove.
profissionais de Arquitetura e Urbanismo no mun- çadas tecnologias utilizadas incluem a computação A aprovação pelo Conselho, no final de 2014,
do”, promovido pelo CAU/BR em Brasília, com a par- em nuvem, a inteligência geográfica, alta dinâmica Com o objetivo de equilibrar as receitas e des- da regulamentação do compartilhamento entre o
ticipação de renomados conselhos internacionais. A de atualização e a incorporação progressiva de no- pesas dos CAU cuja arrecadação é insuficiente para CAU/BR e os CAU/UF da gestão, manutenção, evolu-
experiência dessas entidades serviram como refe- vas funções e de distintas mídias e ambientes. a implementação e manutenção de suas atividades ção e despesas relativas ao CSC, deverá proporcionar
rencial para a consolidação do CAU. Graças a essas medidas iniciais, pela primeira e estruturas administrativas, foi criado o Fundo de a diminuição do custo do Fundo de Apoio, além de
vez, desde que a profissão existe no país, foi possível Apoio Financeiro aos CAU/UF, com aportes ordiná- garantir uma forma mais eficiente de prestação de
FUTURO saber como os profissionais estão distribuídos no rios permanentes do CAU/BR e dos CAU/UF. serviços aos arquitetos.
Transcorrido o difícil primeiro ano de sua im- território nacional, os municípios que não possuem Ao CAU/BR, coube ainda um aporte inicial da
plantação, o CAU pôde, a partir de 2013, iniciar o arquitetos e urbanistas e a abrangências do exercí- ordem de R$ 3,2 milhões. É o Fundo, em última ins- A transparência financeira
resgate do passivo existente na organização da pro- cio profissional. A inteligência geográfica do CAU tância, quem garante a filosofia do CAU de presta-
fissão e, ao mesmo tempo, olhar e se estruturar para permitiu identificar que 467 municípios com mais ção de serviços, com mesma qualidade, em todo o A circunstância em que o CAU foi implantado
os desafios do futuro. de 20.000 habitantes, onde os planos diretores são território nacional. levou a iniciativas para conceber uma solução para
Entre outras ações, foram editados o Código obrigatórios, não possuem arquitetos. O Fundo é administrado pelo CAU/BR, por meio que, desde o início, a transparência financeira se tor-
de Ética e Disciplina, a Tabela de Honorários, a Re- Esses dados são significativos. A distribuição de um Colegiado de Governança composto pelo co- nasse uma premissa fundamental.
solução sobre os Direitos Autorais, a Resolução so- territorial dos arquitetos e urbanistas é um dos fa- ordenador e mais dois membros da Comissão de Pla- Quanto à arrecadação advinda da emissão

14 15
CONSTRUINDO O CAU CONSTRUINDO O CAU

IGEO

IGEO
Sistema de Inteligência
Geográfica do CAU
TOMADA DE DECISÕES FISCALIZAÇÃO
• Distribuição geográfica • Cruzamento de dados
das atividades de de RRTs e alvarás de
1 2
Arquitetura e Urbanismo O Sistema de Inteligência Geográfica do prefeituras
• Distribuição dos • Montagem de roteiros
profissionais e empresas CAU (IGEO) disponibiliza as principais in- de fiscalização 3
de Arquitetura e formações do CAU em mapas geográfi- • Monitoramento de áreas
Urbanismo cos, permitindo uma visão global da dis- de risco 1) Painéis de indicadores do censo de 2012 de
• Distribuição dos cursos de tribuição das atividades de Arquitetura e • Aplicativos para arquitetos e urbanistas (gráficos pré-definidos)
Arquitetura e Urbanismo recebimento de denúncias
• Análise financeira e Urbanismo em todo o Brasil. A ferramen- e emissão de notificações 2) Tarefa de fiscalização com definição de rota
socioeconômica ta é usada principalmente para tomada e autuações 3) Dados de alvarás da prefeitura de Ribeirão
de decisões e para o planejamento das Preto X RRTs
atividades de fiscalização.

O uso da inteligência de RRT, somente o CAU/BR possuía CNPJ, condição SICCAU, responsável pela emissão dos boletos ad- fila aglutinava 18 mil processos. Adicionalmente, cessamento/análise geográfica com um benchmark
geográfica otimiza o para a abertura de conta bancária. E esta arrecada- vindos do auto atendimento dos arquitetos e urba- todo o atendimento aos arquitetos, atribuição espe- maior que 60% do mercado mundial.
trabalho de fiscalização
dos CAU/UF. ção deveria ser depositada nas contas correntes dos nistas; e o sistema da instituição bancária. cífica dos CAU/UF, estava concentrada no CAU/BR, Hoje já é possível mapear, pelo endereço, to-
CAU/UF que, no entanto, ainda não possuíam os que não possuía recursos humanos para tanto. Para dos os RRT emitidos, certidões e outras variáveis que
respectivos CNPJ, o que levaria, conforme constata- O suporte aos CAU estaduais: rapidamente suprir esta demanda, o CAU/BR con- envolvem o exercício profissional dos arquitetos e
do, meses para acontecer. Programa Estrutura tratou 21 analistas por seis meses, a partir de junho urbanistas, relacionando-as a cada profissional. A
Definitivamente, não foi o desejo do CAU/BR de 2012. Foi alugada uma sala específica para essa partir de acordos de cooperação técnica já firmados
que esta partição de recursos se confundisse em Ciente das necessidades de estruturação dos finalidade no Edifício Central Park, antiga sede provi- e a serem firmados com as prefeituras, também será
uma única conta bancária. Foi quando se optou por CAU em todo o país nas distintas áreas de gestão, o sória do CAU/BR. A fila de demandas foi totalmente possível fazer cruzamentos entre obras com alvarás
criar provisoriamente um espelho da organização CAU/BR criou, ainda em 2012, o Programa Estrutura, eliminada naqueles seis meses, permitindo a absor- e RRT. Estas informações subsidiarão o trabalho fis-
federativa do CAU, dentro do CNPJ do CAU/BR. emergencial, para suprir essa demanda. Ao lado dos ção pelos CAU/UF das novas demandas pendentes. calizador dos CAU/UF, otimizando-o e reduzindo a
Foi uma inovação temporária solicitada ao conselheiros e contando com os colaboradores do Atualmente, os CAU/UF já possuem seus qua- necessidade de saídas a campo.
Banco de Brasil, em caráter de urgência, criando CAU/BR, foram desenvolvidas uma série de ativida- dros de colaboradores, outras necessidades são O CAU/BR já fez os testes para uso de veícu-
todas as contas dos CAU/UF no CNPJ do CAU/BR, e des, em Brasília e nos estados, que capacitaram os emergentes, e o CAU/BR continua realizando semi- los aéreos não tripulados, denominados VANT ou
respectivos convênios de compartilhamento con- CAU/UF a assumir suas responsabilidades legais. Até nários e reuniões, para promover seu desenvolvi- drones (dependendo do formato), que possuem
forme estipulado em lei, que progressivamente fo- o final de 2014, atividades similares ainda persistiam, mento institucional continuado. grande autonomia e capacidade de voar de acor-
ram substituídos pelos próprios CNPJ e convênios numa capacitação continuada dos CAU/UF. do com rotas pré-definidas. Obtêm-se, desta forma,
específicos dos CAU estaduais. Desta forma o CAU/ Uma das atividades mais significativas des- fotografias em tempo real, que são transmitidas ao
BR pôde fazer, de imediato, os repasses da parte de- te programa, com impacto direto na qualidade da A inteligência geográfica IGEO associadas à sua localização. Para tanto, foram
vida aos CAU/UF, para que se estruturassem rapida- prestação dos serviços aos arquitetos e urbanistas, adquiridas as bases de eixos de todos os municípios
mente, com total transparência financeira. foi a força tarefa. Ao se instalar, o CAU/BR constatou O IGEO (Sistema de Inteligência Geográfica) brasileiros, que totalizam 5.570.
O modelo financeiro do CAU, em nada trivial, que já havia filas no antigo conselho para atendi- utilizado no CAU é sustentado pela Plataforma Ar- A ideia é que, progressivamente, os CAU dos
envolveu a interoperabilidade de três sistemas: o sis- mento e análise de documentação de arquitetos e cGIS do ESRI (Environmental Systems Research Ins- 27 estados sejam depositários do maior número de
tema financeiro do CAU; o módulo corporativo do urbanistas em todo o país. Já em julho de 2012, esta titute), atual líder mundial em soluções de geopro- informações nas respectivas cidades, criando salas

16 17
CONSTRUINDO O CAU CONSTRUINDO O CAU

lação das estações de coleta dos dados biométricos.


As regiões metropolitanas foram tratadas iso-
ladamente, pela importância no cenário nacional
quanto à concentração de arquitetos e urbanistas.
Um elemento complicador para o planeja-
mento da emissão das carteiras profissionais foram
as inconsistências do cadastro que o CAU possuia na
ocasião, herdado do conselho anterior, que aponta-
va para um número muito superior de arquitetos e
urbanistas, inclusive incorporando erroneamente
profissionais de nível médio ou superior de outras
áreas profissionais.
O CAU/BR, através do SICCAU, disponibilizou
ambiente para agendamento da coleta de dados
biométricos em todos os locais definidos pelos
A carteira número 1 foi para Oscar Niemeyer. CAU/UF, com respectivos endereços, dias e horários
de coleta. O agendamento estava condicionado ao
prévio cadastramento. Era acessível para conferên-
de situação. Soluções mobile já estão integradas ao cia pelo responsável pela coleta, que priorizava o considera este século como da “sociedade do co- • Conhecimento gera na pessoa habilidades Na despedida, os
IGEO, sendo a primeira para recebimento das or- atendimento dos pré-inscritos. nhecimento” e que a competitividade de uma orga- adicionais; funcionários temporários
foram homenageados
dens de serviço para o trabalho de campo e a se- O modelo da carteira profissional obedeceu o nização está baseada na sua capacidade de prover • Conhecimento de um grupo ou de uma orga- em plenária.
gunda para transmitir informações com fotos para estado da arte das tecnologias para essa finalidade. esse novo conhecimento. Na “era do conhecimen- nização não é igual à soma dos conhecimen-
layer específico do IGEO via iOS (Iphone e Ipad). Foi contratado especialista para o design e previsto to”, os grandes desafios para a construção de uma tos individuais.
Será também integrado a leitoras de RFID para ve- chip com capacidade de 64KB para armazenamento sociedade melhor são a diminuição das “lacunas de Assim, como passos iniciais para a gestão do
rificação das placas de construções e responsabili- de informações Executada em policarbonato, a car- conhecimento” e a eliminação dos problemas de conhecimento, o CAU/BR concentrou ações volta-
dade técnica por obras em campo. Existe também a teira guarda os dados biométricos e a certificação acesso às informações. das ao aparato tecnológico, implantando sistemas
opção de utilização de QRCodes. digital, porta de entrada ao SICCAU. A certificação Como utilizar de maneira mais eficiente o informatizados e interoperáveis, introduzindo a ino-
Várias aplicações já estão disponíveis para, por prevista atende às normas da ICP-Brasil (Infra-Estru- estoque de conhecimento tecnológico disponível vação tecnológica como um fato econômico e, ao
exemplo, apoiar as manifestações técnicas quanto tura de Chaves Públicas Brasileira). A carteira do CAU numa organização? Os órgãos públicos devem ado- mesmo tempo, técnico, para seu desempenho.
ao licenciamento de novos cursos superiores. No serve como documento de identificação civil e tem tar a mesma visão empresarial, onde a competitivi- Como parte integrante deste contexto, o trato
segundo semestre de 2014, a Matriz de Mobilidade fé pública em todo o território nacional. dade é substituida pela eficiência em relação ao seu do acervo documental do CAU/BR, que ainda é rela-
e do Exercício Profissional foi disponibilizada para A certificação digital traz inúmeros benefícios desempenho, com respeito ao orçamento e eficácia tivamente pequeno, já segue política de descarte e
todas as instituições de ensino superior brasileiras. para os cidadãos e para as instituições que a ado- na obtenção de resultados. eliminação de documentos em papel. Estão sendo
Atualmente, o IGEO conta com mais de 500 tam. Com a certificação digital, é possível utilizar a Neste contexto, o CAU/BR entende que tec- incorporados também procedimentos para a trami-
camadas de dados publicados em um ambiente internet como meio de comunicação alternativo nologia é um conjunto organizado de conhecimen- tação e guarda de documentos mediante utilização
corporativo e integrado. Sua interligação com o SIC- para a disponibilização de diversos serviços com tos, utilizado na produção e provimento de bens e de sistema informatizado e certificação digital, dimi-
CAU proporciona uma tomada de decisão em tem- uma maior agilidade, facilidade de acesso e subs- serviços, e que é constituído não somente por co- nuindo a utili­zação de papéis.
po real, baseada nas informações atualizadas sobre tancial redução de custos. Além disso, resolução do nhecimentos científicos, mas também por conhe- Para tanto, está em implantação o sistema So-
o CAU, os arquitetos e urbanistas e o exercício pro- CAU/BR aprovada em setembro de 2014 incorpora cimentos empíricos ou tácitos. E a transferência de phiA Acervo, com classificação inicial de 84 tipolo-
fissional. Todos os CAU/UF foram capacitados para o uso da certificação digital para a emissão das Cer- tecnologia é o um processo pelo qual uma organi- gias de documentos, que contou com a contratação
uso da ferramenta. tidões de Acervo Técnico (CAT). zação passa a dominar o conjunto de conhecimen- de pessoal temporário para, presencialmente, fazer
A campanha publicitária para a emissão das tos que constitui uma tecnologia que ela não pro- o endereçamento e armazenamento desses docu-
carteiras profissionais teve ampla repercussão na- duziu. Para tanto, é necessário que essa tecnologia mentos. Adicionalmente, implantou desde o início
A emissão de carteiras cional. A importância do modelo foi atestada por seja completamente assimilada pela organização. de sua criação o módulo corporativo, parte inte-
profissionais e certificação digital consulta do Itamaraty, o Ministério das Relações Ex- Conceitua-se conhecimento como: grante do SICCAU, onde os usuários têm acesso ao
teriores, solicitando permissão para adotá-lo. • Conhecimento é o estágio seguinte da infor- sistema de protocolo com fluxos automatizados e
A emissão das identidades profissionais dos mação; têm à disposição comandos para a formação auto-
arquitetos e urbanistas só foi factível de ser realizada • Conhecimento só existe em conexão com as mática de processos.
no prazo tão curto de cinco meses em função do A gestão do conhecimento: pessoas; Em breve, será viável o acesso remoto à biblio-
Sistema de Inteligência Geográfica do CAU, que per- o Sistema SophiA • Conhecimento tem valor e utilidade concreta teca do CAU/BR. Em conjunto, esses sistemas são os
mitiu analisar a melhor localização dos municípios para a pessoa; primeiros passos no caminho da construção do co-
polarizadores dos arquitetos e urbanistas para insta- O CAU/BR adota a visão de Peter Drucker, que • Conhecimento cresce ao ser utilizado; nhecimento da instituição.

18 19
CONSTRUINDO O CAU CONSTRUINDO O CAU

1 2
O Projeto ETHOS de Mobilidade e do Exercício Profissional dos arqui-
tetos e urbanistas, priorizando as dez primeiras IES
A preocupação com a memória da Arquitetura que se apresentassem.
e do Urbanismo brasileiros levou o CAU a formatar Paralelamente, o Ministério da Educação ma-
o ambiente ETHOS, onde serão armazenados traba- nifestou grande interesse em receber os dados ad-
lhos para consultas atuais e posteriores. vindos do IGEO e assinou um acordo de cooperação
O projeto possui também um caráter cultural técnica com o CAU/BR, aprovado em reunião ple-
e de fortalecimento da boa prática arquitetônica. nária. Este acordo visa à conjugação de esforços e
Pretende-se constituir a memória da Arquite- o compartilhamento de experiências, conhecimen-
tura brasileira. Os projetos serão classificados por ca- tos e informações com vistas ao fortalecimento da
tegoria e armazenados no ambiente SophiA Acervo, política regulatória na área de ensino da Arquitetura
3
que também provê o Sistema de Biblioteca. Trata-se e Urbanismo e, consequentemente, a melhoria na
do coração do projeto Ethos, que estará interligado qualificação profissional, em observância à Lei N°
ao SICCAU e ao IGEO. 12.378/2010.
Após a elaboração destas matrizes, ficou aber-
ta a solicitação para as IES regularmente cadastradas
A Matriz da Mobilidade e do no CAU, cujas matrizes serão feitas progressivamen-
Exercício Profissional (MME) te. Essa iniciativa é fundamental para a melhoria da
qualidade da profissão no país.
A conjugação do ambiente de inteligência
geográfica (IGEO) com o sistema corporativo de
atendimento aos arquitetos e urbanistas (SICCAU) A implantação do call center
possibilitou o desenvolvimento da Matriz da
1) Anúncios em jornais e revistas Mobilidade e do Exercício Profissional (MME). Implantado em janeiro de 2012, o call center
convocaram os profissionais para o A MME é, em síntese, a correlação territorial, atendeu até o final daquele ano aproximadamente
recadastramento.
em ambiente de inteligência geográfica, entre os 185 mil demandas de todo o país, das quais 150 mil
2) A campanha contou com filmes para A nova identidade profissional arquitetos e urbanistas e suas instituições de ensino foram solucionadas em até 20 segundos. O número
televisão aberta. superior (IES) de origem e destes com o exercício de ligações caiu nos anos seguintes, em função da
3) Cerca de 84 mil arquitetos se profissional. melhor estruturação dos CAU/UF, das aprovações
registraram e responderam a um censo. O maior desafio na estruturação do CAU foi realizar o recadastramento dos ar- As variáveis são decorrentes do exercício normaivas e do aculturamento dos profissionais na
quitetos e urbanistas brasileiros e fornecer a eles uma nova identificação profissional profissional dos arquitetos e urbanistas. Os dados emissão de RRT.
para realizar as suas atividades. Para atingir todos os profissionais ativos à época, foi do SICCAU Corporativo podem ser cruzados com Adicionalmente, o call center pode ser consi-
criada uma grande campanha publicitária para convocá-los a atualizar seus dados e outros advindos de fontes diversas, como do IBGE, derado também uma ferramenta de apoio às ativi-
obter novos documentos. possibilitando análises geográficas que resultam em dades do CAU. Desenvolve tarefas complementa-
O lançamento da campanha foi feito com Oscar Niemeyer, primeiro arquiteto e mapas, gráficos dinâmicos e tabelas. Os mapas re- res de grande importância, como no processo da
urbanista a se registrar no CAU. Ele gentilmente cedeu os direitos de sua imagem para presentam variáveis como a tipologia das atividades emissão das carteiras profissionais, provendo aos
mobilizar os outros profissionais a também se filiarem. Um detalhe: as novas carteiras profissionais dos arquitetos e urbanistas, suas IES de profissionais informações específicas, tais como o
profissionais viriam com uma novidade tecnológica: um chip que armazena a identi- origem e sua localização permitindo avaliar a distri- cronograma de localização das estações de coleta
ficação biométrica do profissional e certificação digital privada. buição territorial dos mesmos. dos dados biométricos.
A convocação dos arquitetos e urbanistas de todo o Brasil foi feita por meio de A MME permite aferir as especificidades do O serviço evoluiu para 14 postos de atendi-
diversas peças publicitárias, como comercial para TV aberta, anúncios em revistas es- exercício profissional, como insumo para a análise mento, dos seis inicialmente previstos, retornando
pecializadas e jornais de grande circulação, cartazes e outdoors espalhados pelas ca- da matriz curricular de sua formação além das ações a este número em 2014, com a queda da demanda.
pitais do país. Para atender aos profissionais, foram montados postos de atendimento de planejamento e gestão das IES, a possibilidade O call center sempre contou com a supervisão
em locais de grande circulação e postos itinerantes, que rodavam principalmente de estágios, análises de regionalização, as progra- de uma arquiteta e urbanista face a especificidade
pelo interior do Brasil colhendo as informações dos arquitetos. mações da Comissão de Ensino e Formação do CAU, das demandas. Os atendentes foram capacitados
A campanha foi um sucesso, com o cadastramento de quase 84.000 profissio- análises do MEC, dentre inúmeras outras. continuamente, buscando, através de reuniões,
nais e a realização do Censo dos Arquitetos e Urbanistas, que aproveitou o recadastra- Em setembro de 2014, o CAU/BR lançou o o alinhamento da condução do serviço, além de
mento para colher a opinião da categoria sobre temas como formação, renda, princi- edital que visava a manifestação de interesse para identificação de estrangulamentos.
pais atividades realizadas e opiniões sobre os rumos da profissão. seleção de instituições de ensino superior (IES) de São elaborados mensalmente relatórios de
Arquitetura e Urbanismo para construção da Matriz desempenho, permitindo o acompanhamento do

20 21
CONSTRUINDO O CAU CONSTRUINDO O CAU

comportamento das ligações por origem, referentes


aos distintos CAU/UF, estabelecendo a relação entre
fevereiro de 2014. Com mais de nove mil candidatos
inscritos, o concurso específico do CAU/BR ofereceu Seminário
atendimentos e número de profissionais, que é um
indicador que permite avaliar a eficiência dos CAU/
62 vagas, para 27 especialidades de nível médio e
superior, para atuação em Brasília. Internacional
UF no atendimento.  Entre os cargos ocupados por arquitetos e ur-
banistas estão os de Analista Técnico, de Ouvidoria, de Arquitetura
Concurso público
 
de Relações Institucionais e de Órgãos Colegiados
com Ênfase em Prática Profissional e com Ênfase em
Ensino, Formação e Relações Internacionais.
e Urbanismo
Em 19 de setembro de 2013, o CAU lançou Em 23 de março de 2014, a primeira funcioná- O estado da arte de conselhos
concurso público nacional para provimento de ria do quadro de concursados do CAU/BR assumiu profissionais de Arquitetura e Urbanismo
cargos do CAU/BR e CAU/UF. Os editais, publica- a função na Assessoria de Relações Institucionais e no mundo – experiências e desafios
dos simultaneamente em 20 CAU estaduais, ofere- Parlamentares. Em junho, o quadro de temporário
ceram  190 vagas para preenchimento imediato e foi completamente substituído pelo quadro efetivo
outras 2.380 para cadastro reserva distribuídas em da instituição.
funções diversas, de fiscalização a administrativas. A Os  estados onde aconteceram o concurso
adoção de concurso público para autarquias fede- simultâneo promovido pelo CAU/BR foram Acre, Gaetan Siew, ex-
rais está previsto no inciso II do artigo 37 da Consti- Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, presidente da União
Internacional de
tuição Federal. Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Arquitetos (UIA), e
A construção do CAU/BR, no seu primeiro ano essenciais para o enriquecimento dos valores da
Organizado pelo Instituto Americano de De- Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Haroldo Pinheiro, de existência, foi reforçada com a colaboração de profissão. Os alunos de Arquitetura da Inglaterra, por
Os primeiros servidores senvolvimento (Iades), o concurso teve provas apli- Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e To- presidente do conselhos e organizações de arquitetos de nove pa- exemplo, recebem suporte da instituição, tornando
concursados assumiram CAU/BR, durante
cadas em 24 de novembro de 2013, com resultado cantins, além do próprio CAU/BR. Os demais sete íses presentes no Seminário Internacional “O estado os estudos acessíveis a todos.
seus postos entre abril e participação
junho de 2014. final divulgado no Diário Oficial da União em 12 de estados realizaram concurso próprio. no Seminário da arte de conselhos profissionais de Arquitetura Jordi Ludevid Anglada, presidente do Conse-
Internacional de e Urbanismo no mundo – experiências e desafios”, lho Superior de Colégios de Arquitetos da Espanha
Arquitetura e realizado em Brasília entre os dias 05 e 07 de de- (CSCAE), falou das políticas públicas naquele país e
Urbanismo.
zembro de 2012. O evento contou com palestras e da necessidade de discussão dos diversos aspectos
mesas-redondas sobre as estruturas e as funções de da Arquitetura. A instituição conta com 50 mil ar-
instituições da América e da Europa e serviu como quitetos filiados, 900 funcionários e tem como um
referência para ações a serem promovidas no Brasil. de seus principais objetivos a criação de uma lei da
Foram convidados arquitetos e instituições de Arquitetura na Espanha que estabeleça os princípios
nove países: Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Uni- e valores que moldam as políticas públicas para o
dos, França, Ilhas Maurício, México, Portugal e Reino habitat humano, o meio ambiente e o patrimônio
Unido. Gaetan Siew, ex-presidente da União Interna- construído.
cional dos Arquitetos (UIA), trouxe números revela- Miguel Rodriguez, do Instituto Americano de
dores sobre a realidade da Arquitetura e do Urba- Arquitetos (AIA) ressaltou que a criação do CAU, a
nismo ao redor do mundo. Existem hoje 1,5 milhão partir do zero, representa uma grande oportunidade
de arquitetos, com 70% do trabalho sendo realiza­do para o país incorporar novos sistemas tecnológicos
em países emergentes como Ásia, Brasil e China. Po- e acomodar as necessidades contemporâneas da
rém, 70% da população mundial de arquitetos vive profissão. Ele enfatizou que as características prin-
na América do Norte e na Europa. “Isso significa que cipais de um órgão regulador devem ser a clareza
esses arquitetos são treinados em um ambiente em e a transparência para que a sociedade e, principal-
termos de educação, contexto jurídico, mas traba- mente, os profissionais, possam entender as normas
lharão em um local diferente”, disse Gaetan, nativo e incorporá-las ao cotidiano. Também explicou que,
das Ilhas Maurício, no Oceano Índico. como os Estados Unidos possuem um sistema fede-
Richard Graham Brindley, diretor-executivo do ralista em que cada estado possui leis próprias sobre
Instituto Real dos Arquitetos Britânicos (RIBA), falou quase todos os temas, é preciso tirar uma licença
de temas como ética, normas, sistemas de ensino e para trabalhar em cada estado que se deseja atuar.
de qualificação e sobre como o apoio do RIBA ao O presidente da Ordem dos Arquitectos (OA)
desenvolvimento da prática da Arquitetura. Para ele, de Portugal e do Conselho Internacional dos Arqui-
a valorização da educação é um dos componentes tetos de Língua Portuguesa (CIALP), João Belo Ro-

22 23
CONSTRUINDO O CAU RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

tínua, que o arquiteto deve continuar aprendendo


durante toda a sua carreira.
O acordo de exercício profissional firmado
pela UIA foi tema da palestra de Germán Suaréz
Betancourt, ex-presidente da Sociedade Colom-
biana de Arquitetos (SCA). O acordo define políti-
cas sobre a prática da Arquitetura, o arquiteto, os
fundamentos, educação, acreditação, validação,
reconhecimento e destaca a necessidade da ex-
periência prática e treinamento durante a forma-
ção acadêmica. O documento, que pretende servir
como referência de regulação para todos os países,
aborda alguns pontos acerca do processo de con-
tratação, do estabe­lecimento de códigos de ética
e de conduta profissional. Germán também falou
sobre prêmios, bienais e mostras de Arquitetura
promovidos pela SCA, com o objetivo de aprofun-
dar o debate sobre diferentes contextos e técnicas
envolvidas nos trabalhos contemporâneos.
Lionel Carli, presidente da Ordem dos Arquite-
tos Franceses (OAF), falou sobre a lei na França que
determina que as obras públicas sejam feitas por
meio de concursos de Arquitetura. A lei existe desde Reuniões e oficinas
1977. Hoje, estima-se que, em 90% das obras contra- com todos os
conselheiros federais
tadas, o arquiteto vencedor do concurso é o manda- e CAU/UF definiram o
tário do contrato do início ao fim. O projeto final deve Mapa Estratégico.
conter todas as especificações técnicas, inclusive
de materiais, e a empreiteira contratada para a obra
deve atender estritamente a essas especificações. A
OAF dispõe de 125 milhões de euros subvencionados
Planejamento estratégico
pelo estado para os processos de concursos. CAU define seus objetivos estratégicos até 2023 a partir da missão de levar
Na foto superior, o Representando a Federação de Colégios de Ar- a Arquitetura e Urbanismo para toda a sociedade
arquiteto João Belo deia, contou que seu país acaba de aprovar uma lei quitetura da República do México (FCARM), Mauricio
Rodeia, presidente da
Ordem dos Arquitectos garantindo que apenas arquitetos podem realizar Rivero Borrel relatou alguns momentos importan-
(OA) de Portugal. atividades relacionadas ao projeto arquitetônico. tes da história da Arquitetura daquele país, como as “Promover a Arquitetura e Urbanismo para todos”. O Mapa se desdobra em 16 objetivos estraté-
Abaixo, o presidente Em Portugal, a OA concede o registro profissional, Olimpíadas de 1968, em que o presidente do Comitê Essa é a missão do CAU definida em seu Planejamento gicos que abrangem a sociedade, processos inter-
do Instituto Americano
avalia a abertura de novos cursos, acompanha o Olímpico do México era um arquiteto, Pedro Basquez. Estratégico elaborado e aprovado em 2013, implemen- nos, gestão de recursos humanos e infraestrutura.
de Arquitetos (AIA),
Miguel Rodriguez. comportamento profissional dos arquitetos segun- Em 1985, após um grave terremoto, todo o processo tado a partir de 2014 e que tem como horizonte 2023. O trabalho, coordenado pelas Comissões de
do uma série de regras deontológicas e coordena de edificações parou para que fossem estabelecidas A missão está aliada, no Mapa Estratégico, Organização e Administração e de Planejamento e
o estágio profissionalizante, que dura de 12 a 18 novas normas de construção. O debate teve partici- com a visão do CAU: “ser reconhecido como referên- Finanças, foi desenvolvido pela consultoria Symne-
meses após a formatura. pação intensa dos arquitetos. Porém, as entidades cia na defesa e fomento das boas práticas da Arqui- tics, com a participação de todos os CAU estaduais
Ao espanhol Fernando Ramos Galino, da Rede profissionais do país perderam relevância nas últimas tetura e Urbanismo”, servindo a sociedade com ética e do DF, além de conselheiros federais, por meio de
Universitária para Sustentabilidade Urbana e da Ar- décadas. Para Mauricio, é necessária uma participa- e transparência, excelência organizacional, compro- oficinas e reuniões com as comissões e apresenta-
quitetura (UNAUS), falou da Carta Unesco-UIA para ção político-social por parte dos arquitetos, com lide- metimento com a inovação, unicidade e integração, ções nas Plenárias do CAU/BR.
a Educação em Arquitetura. A carta foi aprovada em ranças capazes de dialogar com os governos. democratização da informação e conhecimento e As atividades começaram em fevereiro de
1996, no Congresso da UIA, em Barcelona, e atualiza- Durante o Seminário Internacional, os parti- interlocução permanente. 2013 e foram concluídas em novembro de 2014.
da em 2005, em Istambul, e em Tóquio, em 2011. Ela cipantes receberam a notícia da morte de Oscar Dessa forma, em conjunto com a valorização O projeto contou com a participação do professor
deve ser utilizada para a criação de uma rede mundial Nimeyer, aos 104 anos. O evento, que ocorria no do trabalho dos arquitetos e urbanistas, o CAU pre- Robert Steven Kaplan, da Harvard Business School,
de formação em Arquitetura e entende que se trata no Memorial Juscelino Kubitscheck, projetado tende “impactar significativamente o planejamento autor da metodologia de gestão empregada, o Ba-
de uma área multidisciplinar, portanto deve ser ensi­ por Niemeyer, foi interrompido para uma home- e a gestão do território”. lanced Scorecard.
nada em um nível universitário, onde seja o objeto nagem ao maior arquiteto brasileiro, referência
principal. Também determina que a formação é con- mundial do modernismo.

24 25
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O CONTEXTO SOCIAL
Entre os quatro cenários, o melhor é o “É nós” e o pior a “Degradação da Arquitetura”
Foram cinco etapas: Quanto aos movimentos (que possam ain-
Protagonismo do arquiteto nos desafios 1. Análise de contexto da estar incipientes ou não tão nítidos hoje) que
urbanos e reconhecimento social
2. Exploração poderão se tornar relevantes em cinco ou dez
3. Formulação da Estratégia anos, foram apontados especialmente:
4. Planejamento e execução da estratégia • Eficiência energética;
5. Implementação do processo de gestão estraté- • Retrofitagem;

DO ARQUITETO NA SOCIEDADE
À luz da gica, sistema de gestão e estrutura de pessoal • Preservação da natureza;

ENTENDIMENTO DO PAPEL
É nós! arquitetura. • Obras de baixo custo;
• Construções que permitam adaptações.
Projeto como Análise de contexto
coadjuvante O PROJETO COMO PARADIGMA DA PROFISSÃO Projeto como O trabalho prosseguiu com uma oficina com
(foco no protagonista
produto final) Na primeira etapa, foram feitas entrevistas presidentes e conselheiros federais do CAU/BR e
presenciais ou online com conselheiros federais dos CAU/UF, onde foram traçados quatro cenários
Degradação da A cidade colapsa. e estaduais, presidentes de CAU/UF e arquitetos futuros.
arquitetura. de vários estados. Constou de: Em dois deles, o arquiteto tem sua formação
multidisciplinar valorizada e assume o protagonis-
a) Análise de tendências de ambiente (econômi- mo no enfrentamento dos desafios urbanos. Nos
co, social, tecnológico, meio ambiente e polí- dois outros, é prevista a possibilidade de que a so-
tico) nos âmbitos da Arquitetura e Urbanismo, ciedade venha a perder a visão da importância da
Menor relevância/valorização do Brasil e do mundo; Arquitetura e o profissional, sendo assim vítimas de
do arquiteto pela sociedade
b) Elaboração de cenários com horizonte de dez cidades colapsadas.
JORNADA DO ARQUITETO anos (2023); Esses cenários, imaginados, têm a função de
O gráfico mostra a “Jornada do Arquiteto”, desde sua formação, c) Projeções sobre a atuação do CAU até 2023, permitir monitorar o ambiente externo ao CAU e
indicando as dificuldades e as opções de caminhos a percorrer. em cada um dos cenários. acompanhar qual caminho a sociedade está migran-
do. É papel do CAU lutar para que os cenários mais
Em relação às tendências futuras para o se- positivos à Arquitetura e Urbanismo sejam os mais
tor, foram mencionadas principalmente: próximos à realidade no futuro.
• Novas tecnologias voltadas à sustentabilidade
predial e urbana;
• Busca por profissionais mais atualizados e qua- Jornada do arquiteto
lificados;
• Importância da mobilidade urbana; Na segunda etapa, além do mapeamento e
• Importância do planejamento urbano; análise da estrutura do CAU, foram realizadas en-
• Importância da habitação de interesse social. trevistas em campo, em cinco diferentes cidades,
com stakeholders: profissionais, escolas de Arquite-
Entre as oportunidades e ameaças que po- tura e Urbanismo e professores, alunos e profissio-
dem surgir nesse contexto futuro forma aponta- nais atuando em órgãos governamentais. Eles fo-
das como principais: ram acompanhados em seu dia-a-dia no trabalho
• Amplo crescimento do mercado de trabalho ou no estudo.
da Arquitetura e Urbanismo, tanto nas esferas O resultado foi a identificação das principais
públicas quanto no setor privado; expectativas e caminhos a seguir dos estudantes
• Banalização/desvalorização dos serviços de e, ao mesmo tempo, as principais dificuldades e
Arquitetura e Urbanismo; etapas de qualificação dos profissionais, como de-
• Instituições de ensino formando”profissionais talha o gráfico “Jornada do Arquiteto e Urbanista”.
cada vez mais desqualificados; Ele pode ser útil para definir as futuras ações do
• Excessiva valorização de profissionais e escritó- Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil em
rios de fora do estado e, muitas vezes, do país; atenção às preocupações e momentos de vida dos
• Participação no mercado de baixa renda. profissionais.

26 27
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

• Devem ser desenvolvidos produtos e serviços Mapa Estratégico


para o fortalecimento da Arquitetura e Urba-
nismo, considerando todos os públicos ativos; Na quarta etapa, utilizando os insumos das Ao longo do primeiro semestre de 2014, essa
• Pode ser necessário o uso de parceiros para o fases anteriores, foram estabelecidos os objetivos proposta de indicadores foi utilizada para fazer o des-
desenvolvimento de produtos e serviços; estratégicos de longo prazo correlacionados em dobramento da estratégia nos CAU/UF e, finalmente,
• Deve ser reforçado o uso de canais de entre- relações de causa e efeito nas perspectivas de um em agosto ela sofreu mais algumas mudanças devido
ga dos produtos e serviços por meios digitais. Mapa Estratégico definido e aprovado para o CAU. ao processo de desdobramento da estratégia.
Porém, esses não são suficientes. Devem ser Definido o Mapa, a consultoria iniciou a cons- A implementação integral do planejamento
usados também meios presenciais (via CAU trução de uma proposta de indicadores para os ob- estratégico começou pelo Plano de Ação do CAU/
direto ou parceiros) para melhor atendimento jetivos estratégicos do CAU. Essa proposta foi revista BR e dos CAU/UF para 2015, que já utilizaram suas
do público alvo; com o núcleo gestor e no dia 25 de janeiro de 2014 coordenadas e indicadores.
• Os canais de entrega e atendimento devem foi refinada e validada pela liderança do CAU em Além da estratégia, o estudo envolvem propos-
ter uma gestão compartilhada entre CAU/BR, Plenária. tas de mapa de cargos e salários e plano diretor de TI.
Anderson Fioreti de Missão, visão e valores CAU/UF e entidades;
Menezes, coordenador • O relacionamento com o público alvo deve ser
da Comissão de
Organização e A terceira etapa consistiu na formulação dos suficientemente amplo (meios digitais e pre-
Administração do pontos chaves do Planejamento Estratégico: missão, senciais) com entendimento das especificida- MAPA ESTRATÉGICO
CAU/BR. visão e valores, modelo de atuação do CAU e estrutu- des de cada público alvo, com foco na eficácia O Mapa Estratégico define 16 objetivos para se cumprir e a missão de servir a sociedade e a visão de
ra organizacional e funcional. e excelência e que gere satisfação e reconhe- transformar o CAU em referência na defesa das boas práticas de Arquitetura e Urbanismo.
Reuniões com o núcleo gestor do trabalho re- cimento do público alvo;
finaram propostas apresentadas pela consultoria. O • Devem ser encontradas fontes alternativas de
próximo passo envolveu quatro reuniões regionais receitas para financiar os custos;
com os CAU/UF das regiões Norte (Manaus), Sul e • Estruturar processos para as novas atividades
Sudeste (São Paulo), Nordeste (Recife) e Centro-Oeste chave;
(Brasília). Em cada uma das regiões, houve a partici- • Para o desenvolvimento dos novos produtos,
pação de presidentes dos CAU/UF, conselheiros esta- serviços e canais de relacionamento e entre-
duais e sempre um conselheiro federal para garantir ga, será necessária a estruturação de novos
a qualidade das discussões e o alinhamento com o parceiros e a definição de quais entidades es-
CAU/BR. pecíficas serão consideradas parceiras;
Após as reuniões regionais, foi realizada uma • Os custos gerais devem ser compatíveis com
oficina no dia 04 de outubro de 2013, com o grupo as receitas – ou seja, no desenvolvimento de
de presidentes dos CAU/UF e conselheiros federais, novos produtos, serviços e canais de relacio-
que compõem a Plenária Ampliada. Durante essa ofi- namento e entrega, os custos podem aumen-
cina, foram realizadas dinâmicas de trabalho para refi- tar, contanto que haja um aumento equivalen-
nar mais ainda a missão, visão, os valores e o modelo te de receita;
de atuação do CAU. Os resultados foram os seguintes: • Buscar o melhor balanceamento dos custos
dentro do sistema CAU – ou seja, entre CAU/
BR e CAU/UF.
MISSÃO
Essa etapa constou ainda da análise da estru-
Promover a Arquitetura e Urbanismo
tura organizacional e funcional do CAU/BR e dos
para todos.
CAU/UF, em muitos locais ainda incipientes, objeti-
VISÃO 2023 vando uma nova proposta para atender ao cenário
Ser reconhecido como referência na planejado. Foram feitas entrevistas e oficinas, além
defesa e fomento das boas práticas de pesquisas de referências nacionais e estrangeiras
da Arquitetura e Urbanismo​. de estruturas organizacionais.
Um organograma inicial foi elaborado e colo-
cado em prática no CAU/BR e nos CAU/UF, levando
Ato contínuo ao refinamento e finalização do em consideração três tipos de portes possíveis para
modelo de atuação do CAU, a consultoria utilizou os CAU/UF: grande, médio e pequeno. Esses orga-
esse conteúdo para desenvolver os direcionadores nogramas passaram por refinamentos posteriores e
estratégicos: continuam em aperfeiçoamento permanente.

28 29
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 CENSO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS

A grande maioria dos População de arquitetos e urbanistas


profissionais se concentra é formada principalmente por

Censo dos Arquitetos nas regiões Sul e Sudeste pessoas do sexo feminino e com
menos de 40 anos

e Urbanistas Distribuição geográfica Gênero e idade


Realizada junto com o recadastramento dos profissionais na ativa, pesquisa O Brasil possuía, em 31 de dezembro de 2012, quase 100 Há uma prevalência de arquitetas e urbanistas mulheres
revelou um completo perfil socioprofissional da categoria mil arquitetos e urbanistas exercendo a profissão. Quase todos no Brasil. Na época do censo, elas representavam 61% do total
os 83.754 profissionais entrevistados pelo censo (92%) traba- de profissionais em atividade no país, contra 39% de homens.
lhavam efetivamente na área de Arquitetura e Urbanismo. Essa expansão se tornou mais forte a partir de 2001 e deve se
Existia uma grande concentração de arquitetos e ur- acentuar nos próximos anos.
A maioria dos arquitetos e urbanistas no Brasil O Censo revelou, em síntese, que: banistas no Sudeste (54%), o que é compatível com o eleva- Se entre os profissionais com idades entre 41 e 50 anos
é composta por mulheres, jovens e com grande inte- • A grande maioria dos profissionais se concen- do poder aquisitivo, o fato de ser a região mais populosa do as mulheres eram pouco mais que a metade (57,4%), entre
resse por atividades de atualização e formação profis- tra nas regiões Sul e Sudeste; país, os altos índices de urbanização e o desenvolvimento os 20 e 25 a anos essa taxa era de 78,3%. Os homens eram
sional. Gostam da profissão que exercem e acreditam • A população de arquitetos e urbanistas é for- da indústria da construção civil. O maior contingente estava maioria apenas na faixa acima de 61 anos, na qual eles repre-
que o mercado pode crescer mais nos próximos anos. mada principalmente por mulheres e tem ida- no estado de São Paulo, com 24.978 profissionais ativos no sentavam 71% do total.
Esses são alguns dados do inédito Censo dos de menor que 40 anos; CAU à época. Em relação à idade, os arquitetos e urbanistas jovens já
Arquitetos e Urbanistas do Brasil, realizado pelo • Um quarto do total possui pós-graduação; A relação maior número de habitantes/maior quanti- representavam uma parcela expressiva do mercado. Por oca-
CAU/BR entre os meses de outubro e dezembro de • A concepção de projetos é a atividade princi- dade de arquitetos nem sempre é verdadeira. Embora o Nor- sião do censo, eram 58% com menos de 40 anos, sendo que
2012. A pesquisa socioeconômica, feita via internet, pal de um terço dos profissionais; deste seja a segunda região mais populosa do país, era o Sul 40% dos profissionais tinham entre 26 e 35 anos. Esse fator é
obteve a resposta de 83.754 profissionais de um uni- • Mais da metade trabalha por conta própria e (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) que possuía o creditado ao crescimento demográfico e econômico do país e
verso de 99 mil na ativa registrados no país àquela ganha menos que oito salários mínimos; segundo maior número de arquitetos e urbanistas registra- ao grande aumento das faculdades de Arquitetura e Urbanis-
época. • É quase unânime a ideia de que falta uma cul- dos no CAU (22,61%). mo nas últimas décadas.
O CAU, em sua fase de implantação, recebeu tura arquitetônica no país; Em diversas localidades, principalmente na região Norte,
os cadastros encaminhados pelo conselho anterior, • O arquiteto gosta de sua profissão. havia um pequeno número de arquitetos em relação à popu-
em boa parte incompletos ou com inconsistências lação. Em Roraima, por exemplo, existiam apenas 60 profissio- Gênero
nas informações, inclusive com inúmeras pessoas Eis alguns exemplos de aplicação das informa- nais registrados (0,13 por mil habitantes). Já Brasília detinha Dados de 2012
de nível médio ou superior de outras áreas profissio- ções do censo: uma posição de destaque (2761 profissionais; 1,07 arquiteto
nais registradas como arquitetos. A necessidade de • Política salarial da categoria; por mil habitantes), por sua história ligada à Arquitetura mo-
alimentação dos dados do Sistema de Informação e • Profissionais de outras áreas desenvolvendo derna do país e por ter sido considerada patrimônio histórico 39% 61%
Comunicação do CAU (SICCAU) possibilitou a opor- atividades de atribuição exclusiva dos arquite- da humanidade no mesmo século em que foi construída.
tunidade única de realização do censo. Como o reca- tos e urbanistas; Os dados, assim, apontam para uma aglomeração de
dastramento era essencial para a emissão das cartei- • Identificação da geografia dos profissionais arquitetos e urbanistas nos grandes centros e nas maiores ci-
ras de identidade profissional, a pesquisa teve caráter no país, além da mobilidade para subsídio da dades de cada estado.
obrigatório. A opção por um sistema de autopreen- conferência das instituições de ensino supe-
chimento de um questionário, via internet, permitiu a rior brasileiras; Faixa etária por gênero Dados de 2012
varredura do universo a baixos custos e sem incomo- • Visão mais abrangente da fiscalização, que Arquitetos e urbanistas por região geográfica
Faixa Etária
dar as pessoas com a presença de um entrevistador transcende a questão operacional e se trans- Dados de 2012 Total F M

ou longas entrevistas por telefone. forma em modelo de qualificação da Arquite- a) Abaixo de 20 anos 100% 57,14% 42,86%
Região Qtde %
O resultado foi divulgado em junho de 2013, tura e Urbanismo no país; b) De 20 a 25 anos 100% 78,34% 21,66%
M
em parceria com as revistas ProjetoDesign e aU. O • Fornecimento aos CAU/UF de visão da classe Sudeste 45.057 53,80% c) De 26 a 29 anos 100% 72,02% 27,98%

levantamento trouxe um importante subsídio para para políticas específicas. Sul 18.935 22,61% d) De 30 a 35 anos 100% 65,96% 34,04%

o Conselho na definição de políticas para o desen- e) De 36 a 40 anos 100% 62,29% 37,71%


Nordeste 10.162 12,13%
volvimento da Arquitetura e Urbanismo no país, de Pela logística empregada, o levantamento foi f) De 41 a 50 anos 100% 57,40% 42,60%
interesse dos profissionais e da sociedade, no mo- de baixo custo e a coleta de informações por auto- Centro-oeste 6.598 7,88%
g) De 51 a 60 anos 100% 51,80% 48,20%
mento em que o mercado passa por uma grande preenchimento das 46 questões não tomou muito Norte 2.986 3,57% h) Acima de 61 anos 100% 28,73% 71,27%
transformação em razão da necessidade de novos tempo dos profissionais. A pesquisa contou com i) Não informada a idade 100% 52,78% 47,22%
Não Informado 16 0,02%
planos para as cidades e de se construir alternativas suporte técnico da Parolle Comunicação e Serviços Total 100% 60,59% 39,41%
para as questões habitacionais. Especializados. Total 83.754 100%

30 31
CENSO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS CENSO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS

Arquitetos e urbanistas buscam Maiores remunerações estão


atualização frequente: um quarto concentradas em grupos que
do total possui pós-graduação trabalham com execução de obras
e têm pessoas jurídicas próprias

Formação feiras e eventos afins. É comum arquitetos buscarem Renda


informações em revistas especializadas (90%), perió- Faixa de renda individual (SM = R$ 622,00)
A maior parte (66%) possuia apenas a gradua- dicos acadêmicos (70%) e livros técnicos (82%). Mais da metade dos arquitetos e urbanistas (53%) ga- Dados de 2012
ção e havia um grande número de profissionais que O domínio de ferramentas profissionais tam- nhava até oito salários mínimos por mês – R$ 4.976,00, con-
realizaram cursos de especialização, 25,49%. Cursos bém é alto. Dos arquitetos brasileiros, na época 86% siderando-se o salário mínimo de R$ 622,00 (valores de 2012, 8 a 10 salários mínimos Até um salário mínimo

de mestrado e doutorado eram menos frequentes, dominavam softwares de desenho por computador, quando foi feito o censo). Quase um quarto dos profissionais 10 a 15 salários mínimos 1 a 3 salários mínimos
com taxas de 6,8% e 1,2%, respectivamente. Existia e 28% usava, bem programas de geoprocessamen- (24%) recebia entre 8 a 15 salários mínimos (R$ 4.976,00 a
15 a 20 salários mínimos 3 a 5 salários mínimos
ainda uma parte dos arquitetos (7,69%) que possuia to. 63% disseram dominar também outros softwares 9.330,00). Parte significativa dos entrevistados (13,8%) preferiu
diplomas de outras áreas. de uso profissonal. não informar a renda média. Acima de 20 salários mínimos 5 a 8 salários mínimos

Outros dados indicavam que os arquitetos Já no que se refere ao domínio


Arquitetos e urbanistas de outro idio-
buscam atualização A pesquisa revelou elevado o número de profissionais Prefiro não informar
e urbanistas buscam constantemente aperfeiço- mas, quase metade (48%) Um
frequente. tinham
quarto boadofluência em pós-graduação.
total possui ganhava até cinco salários mínimos (R$ 3.110,00 à época),
ar seus conhecimentos e se manter atualizados. A inglês, 33% emA espanhol, 9% em francês
apenas aegraduação
10% eme há um grande número de possivelmente devido ao fato de a maioria da categoria ser

10,87%

%
maior parte (66%) possui

4,32

2%
grande maioria (82%) frequenta cursos, seminários, outras línguas,profissionais
predominantemente
que realizaram o italiano.
cursos de pós-graduação, 25,49%. Cursos de composta de arquitetos e urbanistas muito jovens, portanto

3,6
13
mestrado e doutorado são menos frequentes, com taxas de 6,8% e 1,2%, nas fases iniciais da carreira. Outros fatores que contribuem ,81
%
para essa situação: há grande quantidade de aposentados e 81%
respectivamente. Existe ainda uma parte dos arquitetos (7,69%) que possuem 13,
diplomas de outras áreas. pessoas que trabalham em tempo parcial.
Nível de escolaridade Um dos principais fatores que faz diferença na renda de 1,86%
Nível
Dados dede Escolaridade
2012 arquitetos e urbanistas é o fato do profissional ser dono ou 11,
76% 62%
Conhecimento de Softwares de sócio de uma empresa. Segundo as informações do censo, a 19,
Arquitetura e Urbanismo Superior Completo - Graduação
maior parte dos profissionais de renda mais alta são os que
Dados de 2012 Superior Completo - Pós-Graduação possuem escritório próprio.

20,33%
Um dos principais fatores que faz diferença na renda de arquitetos e urbanistas
a) Desenho por computador b) Geoprocessamento c) Outros Superior Completo - Mestrado Combinando dados de renda e atividades realizadas
nos dois anos anteriores ao recenseamento (2011 e 2010), foi é o fato do profissional ser dono ou sócio de uma empresa. Segundo as
Superior Completo - PHD
possível elaborar algumas informações sobre trabalhos asso- informações do Censo, a maior parte dos profissionais de renda mais alta são
Bom Superior Completo - Pós-PHD
ciados a uma remuneração melhor. Algumas das atividades os que possuem pessoa jurídica própria, conforme pode ser observado na
86,22%
0,29%
mais frequentes entre os arquitetos que ganhavam acima de Faixas de renda de arquitetos e urbanistas
tabela abaixo:
28,04% 1,21% cinco salários mínimos eram: Dados de 2012
6,86%
Faixa de Renda Não Sim - Mista Sim - Uniprofissional
63,65%
• Execução de obras em Arquitetura e Urbanismo; Até um salário mínimo 90,61% 3,95% 5,44%

Ruim
• Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho; 1 a 3 salários mínimos 90,89% 4,18% 4,92%
25,49% • Geoprocessamento e correlatas; 3 a 5 salários mínimos 86,46% 5,90% 7,64%
11,25% • Ensino; 5 a 8 salários mínimos 80,88% 8,04% 11,07%
33,81% 66,14% • Planejamento urbano e regional; 8 a 10 salários mínimos 75,62% 9,59% 14,79%

17,20%
• Sistemas construtivos e estruturais; 10 a 15 salários mínimos 69,55% 12,10% 18,34%
• Tecnologia e resistência dos materiais. 15 a 20 salários mínimos 62,34% 14,57% 23,09%

Acima de 20 salários mínimos 48,34% 22,06% 29,59%


Não conheço Entre aquelas mais associadas a rendas até cinco salários
Total 79,41% 8,52% 12,06%
2,53% mínimos estavam:

38,15%
• Arquitetura de interiores;
19,14% • Arquitetura paisagística.

32 33
CENSO DOS ARQUITETOS E URBANISTAS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Concepção de projetos é a principal Profissionais gostam da profissão,


atividade, mas campo de atuação mas acreditam que sociedade deve
revela-se bastante variado valorizar mais a cultura arquitetônica
e urbanística

Atuação profissional Opiniões

Em 2012, um terço (34%) dos profissionais trabalhavam ma- Quando indagados se trabalhavam na área de Arqui-
joritariamente com concepção de projetos, sendo que 20,24% fa- tetura e Urbanismo, 92,30% dos pesquisados responderam
ziam apenas o projeto de aprovação (básico) e 22,32% afirmaram afirmativamente. A informação é positiva, pois no percentu-
realizar o básico e o executivo. Apenas 11,28% declararam atuar al restante estão incluídos aqueles profissionais que, mesmo
na coordenação dos projetos complementares. Um número signi­ aposentados, refizeram o cadastro, o que amplia o total de
ficativo, 15,88%, participava regularmente na fase de execução. pessoas que efetivamente trabalham na área para a qual re-
A Arquitetura de interiores é também uma demanda ceberam formação.
frequente, com quase 15% dos profissionais dedicados a essa Em geral, os arquitetos e urbanistas brasileiros estão
área na época. Pequenas parcelas do total da categoria dedi- satisfeitos com a sua profissão. Quase 70% dos entrevistados
cavam-se a atividades como planejamento urbano (3,99%) e pelo censo deram avaliações positivas sobre a atuação na
Arquitetura paisagística (3,36%). área de Arquitetura e Urbanismo.
Pouco mais da metade dos arquitetos e urbanistas do Bra- Quando perguntados sobre o status social da profissão,
sil trabalhava por conta própria. Enquanto 34% forneciam ser- 58% se diziam satisfeitos. Outra questão mostrou que 42%
viços como autônomos, outros 20% eram donos de escritórios estão satisfeitos com a sua remuneração profissional, contra
e empresas ligados a Arquitetura e Urbanismo. Os assalariados 24,5% de insatisfeitos e 23,5% que não manifestaram uma
Concepção somavam de 38%,
projetos
enquanto é8%a possuiam
principal atividade,
outras mas
fontes de renda. avaliação nem positiva nem negativa.
Entre os contratantes de projetos,
campo de atuação revela-se bastante variado. Um terço a maior parte era Há também boas expectativas quanto ao futuro da pro-
composta por empresas e instituições (56,16%). Pessoas físi- fissão. Entre os entrevistados, 58% acreditam que o mercado
(34%) dos profissionais trabalha majoritariamente com concepção de
cas correspondiam a 43,83%. de Arquitetura e Urbanismo iria continuar crescendo nos
projetos. Um Era número menor,
significativo mas
o total dos significativo,
que trabalhavam 15,88%, participa
como docen- anos seguintes à pesquisa. Apenas 8% previam uma retração.
tes na
regularmente na fase
área.de
Deexecução.
acordo com o recenseamento,
A Arquitetura 6.135
de Interiores arquitetos
é também uma A maioria (72%) também acreditava que os arquitetos e urba-
eram professores, sendo que a maior parte deles se dividia entre nistas podem expandir seu campo de atuação em diversas “É honroso fazer a
demanda frequente, com quase 15% dos profissionais dedicados a essa área. história e foi isso o
a carreira acadêmica e o trabalho como profissional de projeto. áreas. As mais citadas foram: projetos inovadores, sustentabi-

Definição das atribuições


que fizemos aqui”,
Pequenas parcelas do total da categoria dedicam-se a atividades como lidade e urbanismo. disse o presidente
Atividades
Planejamento realizadas
Urbano (3,99%) nos últimos
e Paisagismo dois anos
(3,36%). do CAU/BR, Haroldo
Dados de 2012 Principais obstáculos ao exercício da profissão Pinheiro, no

de arquitetos e urbanistas
Seminário Confea/
Atividades realizadas nos últimos dois anos
de arquiteto e urbanista Dados de 2012 CAU.
%
Arquitetura e Urbanismo – Concepção 34,73% Pouca valorização do arquiteto e
52,12% -
urbanista e pela sociedade
Arquitetura e Urbanismo – Execução 15,88%
32,11% - Má remuneração Resolução N° 51 define atividades privativas da categoria; diálogo com Confea avança
Arquitetura de Interiores 14,92%
9,02% - Não acesso ao mercado de trabalho
Serviço Público 5,29%
6,74% - Outros
Planejamento Urbano e Regional 3,99% A busca de soluções para os problemas do O objetivo maior é a proteção da sociedade
Arquitetura Paisagística. 3,36% Satisfação com a profissão Dados de 2012 histórico “sombreamento” entre as atribuições profis- e o interesse público. “É honroso fazer a história e foi
Instalações e Equipamentos 2,90%
sionais dos arquitetos e engenheiros foi um objetivo isso que fizemos aqui”, disse o presidente do CAU/BR,
49,05% Parcialmente Satisfeito permanente da gestão fundadora do CAU/BR. Além Haroldo Pinheiro, ao final do seminário, realizado em
Ensino 2,76%
20,09% Totalmente Satisfeito da edição de duas resoluções sobre as atribuições Brasília, em julho de 2014. “Este encontro representa
Sistemas Construtivos e Estruturais 2,11% gerais e as privativas dos arquitetos, o Seminário o primeiro e definitivo passo para melhor atender à
14,80% Nem Satisfeito, Nem Insatisfeito
Patrimônio Histórico 1,78% Confea/CAU encaminhou os entendimentos sobre as sociedade – juntos, como fazemos nos canteiros de
12,39% Parcialmente Insatisfeito atividades privativas e compartilhadas entre as duas obras e em nossos escritórios. Tenho certeza que saí­
Engenharia de Segurança do Trabalho 0,86%
3,66% Totalmente Insatisfeito categorias profissionais a cada conselho. mos daqui melhores e mais otimistas. A harmoniza-
Outros 12,28%
Satisfação: 69,14
Total 100%

34 35
DEFINIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE ARQUITETOS E URBANISTAS DEFINIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE ARQUITETOS E URBANISTAS

ção é necessária e possível”, completou. rio, tratou de forma genérica as atividades, atribui- ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS E COMPARTILHADAS
“O fruto do nosso trabalho, de engenheiros ções e campos de atuação de cada uma delas. A lei
e arquitetos, são realizações de interesse social e regulamentou apenas parcialmente o exercício de
humano. Estudamos e nos preparamos para fazer tais profissões, deixando para o Confea a competên- Conforme a Lei N° 12.378/2010, os arquitetos e urbanistas
o bem à sociedade, garantir qualidade de vida, o cia de especificar o que seria próprio de cada uma constituem categoria uniprofissional de formação generalista.
desenvolvimento e o progresso do país”, declarou delas, o que acabou não resolvendo as confusões A Resolução N° 21, de 5 de abril de 2012, atribui suas atribui-
o presidente do Conselho Federal de Engenharia e previamente existentes. ções e campos de atuação.
Agronomia (Confea), engenheiro civil José Tadeu Em 2010, com a Lei N° 12.378, de 2010, que
da Silva. criou o CAU/BR e os CAU/UF, surgiram enfim as As atribuições:
Para José Augusto Viana, presidente do Con- condições para a efetiva individualização da Arqui- I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica;
selho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) tetura e Urbanismo e para sua diferenciação em II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especi-
e coordenador do Fórum dos Conselhos Federais relação às demais profissões regulamentadas. Esta ficação;
de Profissões Regulamentadas, o Seminário Con- lei estabelece quais as atividades e atribuições dos III - estudo de viabilidade técnica e ambiental;
fea/CAU representou um momento histórico, um arquitetos e urbanistas, bem como seus campos de IV - assistência técnica, assessoria e consultoria;
evento que servirá de exemplo para todos os ou- atuação. E também determina que o Conselho de V - direção de obras e de serviço técnico;
tros 29 conselhos profissionais existentes no Brasil. Arquitetura e Urbanismo do Brasil especifique as VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer
“Isso mostra para a sociedade que temos interesse áreas de atuação privativas e aquelas de atuação técnico, auditoria e arbitragem;
em resolver nossas questões comuns”. compartilhadas com outras profissões regulamen- VII - desempenho de cargo e função técnica;
As normas e o diálogo com o Confea são de tadas no país. VIII - treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;
enorme importância para a Arquitetura e Urbanis- Nesse sentido, o CAU/BR editou duas Resolu- IX - desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, pa-
mo, seus profissionais e a sociedade. Há décadas, ções. A Resolução N° 21, de 5 de abril de 2012, lista dronização, mensuração e controle de qualidade;
várias das atividades técnicas que historicamente e especifica as atribuições e os campos de atuação X - elaboração de orçamento;
foram reconhecidas como da alçada dos arquitetos dos arquitetos e urbanistas. Por sua vez, a Resolução XI - produção e divulgação técnica especializada; e
– projeto arquitetônico, urbanístico e paisagístico, e N° 51, de 12 de julho de 2013, especifica quais des- XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e
aquelas do âmbito do patrimônio histórico – sendo sas atividades são as de exercício privativo dos arqui- serviço técnico.
indevidamente exercidas por outros profissionais tetos e urbanistas.
que não têm a necessária formação acadêmica que Ambas tomam como referência as diretrizes Os campos de atuação previstos na Resolução N° 21 fo-
os credencie para tal. Uma situação que atenta con- curriculares nacionais dos cursos de graduação da ram detalhados na Resolução N° 51, de 12 de julho de 2013,
tra a segurança das pessoas e do meio ambiente e profissão de arquiteto e urbanista vis-à-vis às cor- que especifica como áreas privativas dos arquitetos e urbanis-
inviabiliza o adequado atendimento das necessida- respondentes diretrizes dos cursos referentes às tas:
des sociais. demais profissões técnicas regulamentadas. Cui-
O “sombreamento” é uma questão antiga. A dou-se, ao mesmo tempo, de verificar e respeitar os I - Arquitetura e Urbanismo: concepção e execução de
origem foi o Decreto Federal N° 23.569, de 11 de de- dispositivos legais e as resoluções que especificam projetos;
zembro de 1933, do primeiro marco regulatório das as atividades, atribuições e campos de atuação das II - Arquitetura de Interiores: concepção e execução de
profissões tecnológicas. A regulamentação, as ativi- demais profissões técnicas, de modo a assegurar projetos;
dades, atribuições e campos de atuação dos arqui- aos profissionais nelas legalmente habilitados seus III - Arquitetura Paisagística: concepção e execução de
tetos foram marcados por várias e amplas áreas de legítimos direitos. projetos para espaços externos, livres e abertos, privados
“sombreamento” com os de outros profissionais, tais Além disso, pela Deliberação Plenária N° 9, de ou públicos, como parques e praças, considerados isola-
como engenheiros civis e agrimensores, também 6 de junho de 2012, foi criado um Grupo de Traba- damente ou em sistemas, dentro de várias escalas, inclu-
regulamentados pelo decreto e fiscalizados pelo lho de Harmonização entre o CAU/BR e o Confea, sive a territorial;
Sistema Confea/CREA. considerando a conveniência de haver entendi- IV - Patrimônio Histórico Cultural e Artístico: projeto arqui-
A situação não foi alterada de forma significa- mentos para a harmonização de normas relaciona- tetônico, urbanístico, paisagístico, monumentos, restauro,
tiva com a publicação da Lei N° 5.194, de 24 de de- das ao exercício profissional de atividades em áreas práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização,
zembro de 1966, que, além de incluir a Agronomia de atuação compartilhadas entre os profissionais reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restau-
no rol de profissões inseridas neste marco regulató- vinculados aos dois conselhos. ro e valorização de edificações, conjuntos e cidades;

Projeto arquitetônico: uma das atividades debatidas


no Seminário Confea/CAU.

36 37
DEFINIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE ARQUITETOS E URBANISTAS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

V - Planejamento Urbano e Regional: planejamento fí- UMA IMPORTANTE DECISÃO JUDICIAL


sico-territorial, planos de intervenção no espaço urba-
no, metropolitano e regional fundamentados nos siste-
mas de infraestrutura, saneamento básico e ambiental, Em 28 de novembro de 2014, sessão de julgamento
sistema viário, sinalização, tráfego e trânsito urbano e da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região de-
rural, acessibilidade, gestão territorial e ambiental, par- cidiu, por maioria de votos, dar provimento a recurso de
celamento do solo, loteamento, desmembramento, agravo de instrumento interposto pelo CAU/BR contra  de-
remembramento, arruamento, planejamento urbano, cisão que, em ação proposta pela Associação Brasileira de
plano diretor, traçado de cidades, desenho urbano, in- Engenheiros Civis (ABENC), suspendia a vigência da Reso-
ventário urbano e regional, assentamentos humanos e lução N° 51 do CAU/BR. A Resolução especifica as atribui-
requalificação em áreas urbanas e rurais; ções privativas dos arquitetos e urbanistas, entre essas o
VI - Conforto Ambiental: técnicas referentes ao estabe- projeto arquitetônico nas mais diversas modalidades.
lecimento de condições climáticas, acústicas, lumínicas
e ergonômicas, para a concepção, organização e cons- A ação anulatória de ato normativo, com pedido de
trução dos espaços. tutela antecipada, foi proposta pela ABENC em meados
de 2013, sob o argumento de que a Resolução N° 51 teria
Também conforme a Resolução N° 51, as demais áre- apontado como privativas dos arquitetos e urbanistas
as de atuação dos arquitetos e urbanistas constantes da Lei “inúmeros” campos de atuação dos engenheiros civis, en-
N°12.378/2010 constituem áreas de atuação compartilhadas tre eles a concepção e execução de projetos de Arquitetura.
entre os profissionais da Arquitetura e Urbanismo e os de
outras profissões regulamentadas, como a Engenharia: Nas diversas fases de tramitação do processo, po-
rém, o CAU/BR argumentou que a ação proposta pela
I – Topografia: elaboração e interpretação de levanta- ABENC baseia-se na Lei N° 5.194/1966 e na Resolução N°
mentos topográficos cadastrais para a realização de 218 do Confea, que atribuem ao engenheiro a elaboração
projetos de Arquitetura, de Urbanismo e de paisagis- de “projetos”, de modo genérico, enquanto a Resolução N° Fiscais do CAU/PI
mo, foto-interpretação, leitura, interpretação e análise 51 do CAU/BR trata especificamente de “projetos arquite- utilizam tablets

O modelo de
nos trabalhos de visita
de dados e informações topográficas e sensoriamento tônicos”. Dessa forma, a resolução do CAU/BR, que seguiu às obras.
remoto; a Lei 12.378/2010, não contradiz norma do Confea, inclu-
II - Tecnologia e resistência dos materiais: elementos sive porque a Resolução Confea N° 1.010/2005  já previa
e produtos de construção, patologias e recuperações;
III - Sistemas construtivos e estruturais: estruturas,
desenvolvimento de estruturas e aplicação tecnológi-
que a concepção e execução de projetos de Arquitetura
seriam de incumbência do arquiteto. fiscalização do CAU
ca de estruturas; Na sessão de julgamento, o juiz Federal Mark Ychida Tecnologias aplicadas à fiscalização facilitam
IV - Instalações e equipamentos referentes à Arquite- Brandão, substituindo o relator, desembargador Marcos planejamento, gestão e operacionalização das ações
tura e Urbanismo; Augusto de Souza, votou pela manutenção da decisão que
V - Meio Ambiente: estudo e avaliação dos impactos suspendia a vigência da Resolução N° 51. O Ministério Pú-
ambientais, licenciamento ambiental, utilização racio- blico, por sua vez, acompanhou a tese do CAU/BR. Ao julgar, O desafio da fiscalização do exercício da Ar- A ênfase recaiu em dois aspectos que são
nal dos recursos disponíveis e desenvolvimento sus- a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, presidente quitetura e Urbanismo no país é proporcional ao fundamentais: o planejamento da fiscalização e as
tentável. da 8ª Turma, divergiu do relator e votou pelo provimento território brasileiro e os 5570 municípios que o cooperações estratégicas visando a otimização das
do agravo de instrumento. O desembargador Novely Vila- constituem. Para dar conta do desafio, sem dispor atividades. A tecnologia de Inteligência Geográfica
Os campos da atuação profissional são vinculados às nova, que completa a Turma, acompanhou a presidente, de recursos financeiros suficientes para tais ativi- já implantada, permitiu a visão nacional e compar-
diretrizes curriculares nacionais que dispõem sobre os nú- resultando no provimento do recurso, o que significa que dades, o CAU/BR e os CAU/UF investiram em ferra- timentada, estado por estado, da localização dos ar-
cleos de conhecimentos, de fundamentação e de conhe- a Resolução N° 51 do CAU/BR voltou à sua vigência plena. mentas tecnológicas para seu planejamento, ges- quitetos e do exercício profissional. Esta visão, pos-
cimentos profissionais exigidos para cada área de atuação tão e operacionalização, principalmente quando se sibilitou identificar áreas prioritária de atuação, em
profissional. O advogado Carlos Mário Velloso Filho atua na defesa trata de trabalhos de campo. Estas ferramentas são função da maior ou menor concentração de ativida-
do CAU/BR no caso. constituídas por diversos sistemas sincronizados e des relacionadas com os fatores socioeconômicos
disponibilizados pelo CAU/BR, via Web, para uso advindos do IBGE, tais como IDH (Índice de Desen-
dos CAU/UF, responsáveis pela fiscalização. volvimento Humano), PIB e Coeficiente de Gini.

38 39
O MODELO DE FISCALIZAÇÃO DO CAU O MODELO DE FISCALIZAÇÃO DO CAU

MODELO DE FISCALIZAÇÃO DO CAU


As alianças estratégicas recaíram inicialmente Plano de tecnologias aplicadas à fiscalização do CAU
sobre as prefeituras municipais, responsáveis pela
emissão das permissões de construir e de instalação
de atividades, dentre outras. Adicionalmente, as pre-
feituras, principalmente daqueles municípios acima
2o Componente 1o Componente
de 20 mil habitantes, eram objeto de fiscalização SISTEMAS INTEGRADOS
quanto a existência de arquiteto e urbanista respon-
sável pela condução e gestão dos planos diretores,
em correlação com a exigência do Estatuto da Cida-
de, e da exclusividade da atribuição profissional em IGEO
relação a este objeto. Drones ajudarão a identificar irregularidades nos espaços construídos. Inteligência SICCAU
O primeiro passo da fiscalização foi no senti- Geográfica
do de analisar os termos das permissões emitidas,
quanto à responsabilidade técnica em relação a vas às construções que envolvem intensos trabalhos
autoria de projetos. Para surpresa do CAU, a ques- de campo e grande volume de investimentos. Fiscalização
tão do projeto era desconsiderada neste processo, A integração de dados do CAU com as prefei- Gestor Fiscal CEPs
fato levado ao conhecimento dos responsáveis, que turas foi testada em parcerias estratégicas em gran-
imediatamente corrigiam a falha. des cidades, como Curitiba (PR), Goiânia (GO), Ribei-
Foram firmados diversos termos de cooperação rão Preto (SP) e Jaraguá do Sul (SC).
com os municípios, disponibilizando para os mesmos Outras cooperações possuem caráter mais INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
o ambiente do IGEO, para concorrer com o aprimo- abrangente, como aquelas firmadas com os órgãos
ramento da fiscalização municipal, principalmente responsáveis para o tombamento do patrimônio
quanto à logística de campo, cujo ônus financeiro é histórico edificado. Em Teresina, encontram-se em
muito alto tanto para as prefeituras quanto para o CAU. desenvolvimento acordos de cooperação nos dis- DRONES TABLET APP MobiArq
O princípio dessa cooperação é simples. Primei- tintos níveis governamentais sobre esta temática,
ro se faz o cotejamento dos dados dos RRT (forneci- envolvendo o Instituto do Patrimônio Histórico e
dos pelo módulo corporativo do SICCAU) com a lo- Artístico Nacional (IPHAN) e as secretarias Estadual ACORDOS INSTITUCIONAIS
calização dos alvarás e termos de “habite-se” emitidos e Municipal de Cultura. O objetivo é sobrepor no
pelas prefeituras. Quando existe a sobreposição de IGEO todo o patrimônio da cidade, resultando na 3o Componente 4o Componente
ambos, constata-se a conformidade da obra. Quando fiscalização específica de cada órgão, quando é emi-
não existe, estabelece-se um fluxo de informações tido um RRT de restauro ou qualquer outra interven-
entre o CAU e a prefeitura para verificação. ção no patrimônio tombado. O CAU informará a tais
Antes de mais nada, é importante o objetivo instâncias a necessidade de fiscalização.
da fiscalização do CAU em proteger a sociedade, As recentes catástrofes devido à ocupação ir-
através da constatação de que existe um profissio- regular do território, principalmente quanto a escor-
nal responsável por aquela atividade. Já o objetivo regamentos e outros acidentes ambientais, levaram
da prefeitura vai mais além, pois ela tem o dever de o CAU a priorizar, para sua fiscalização, o mapea-
verificar se a construção segue as normas urbanís- mento das áreas de risco. Um layer específico será
ticas e estão condizentes com o projeto aprovado. armazenado dentro do IGEO, delimitando estas áre-
Constatadas as discrepâncias, são criadas rotas de as e permitindo identificar o exercício profissional
verificação em campo com apoio do módulo do nas mesmas. Imediatamente, o fato será comuni-
coordenador de fiscalização do IGEO. Essas rotas cado ao Ministério Público e à Defesa Civil, para que
são enviadas, como ordens de serviço, aos tablets fiscalizem a atividade.
usados pelos fiscais, especificamente dirigidos a tais A Receita Federal também possui levanta-
pontos. Ou seja, o sistema possibilita uma fiscaliza- mentos sobre as transformações do espaço cons-
ção planejada, distribuindo as demandas de manei- truído que são importantes para o CAU. Esses
ra inteligente e otimizada. acordos estão previstos, entre outros, nas alianças O sistema cruza
O sistema resulta, assim, em menores gastos e estratégicas do CAU. Assim, a fiscalização do Con- as informações
dos RRT com
na sustentabilidade da fiscalização, substituindo as selho assume a forma tentacular, aumentando sua dados das
práticas tradicionais, principalmente aquelas relati- abrangência e efetividade. prefeituras.

40 41
O MODELO DE FISCALIZAÇÃO DO CAU RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Centro de Serviços
Compartilhados
Sistema unificado segue conceito utilizado na administração privada
para prestação de serviços comuns a vários usuários

O Centro de Serviços Compartilhados é o mo- Com a instalação dos CAU nos estados e no Dis-
Sistemas sincronizados delo de atendimento do CAU aos arquitetos, com trito Federal, foram sendo criados serviços de atendi-
otimizam as atividades inovações operacionais e de gestão. O CSC geren- mento locais. Com esses novos custos, os conselheiros
de fiscalização.
cia serviços como o Sistema de Comunicação e do CAU/BR e os presidentes dos CAU/UF pensaram
Informação do CAU (SICCAU), o 0800-883-0113 e o em uma forma de racionalizar a operação, visto que o
ARQUITETO PROTAGONISTA Sistema de Inteligência Geográfica (IGEO), além de CAU é nacional e os serviços que devem ser prestados
O sistema conta também com a colaboração CAU. Os primeiros testes já foram feitos, mas ainda é informações contábeis e gerenciais internas do CAU. pelos CAU/UF a seus profissionais em todo o Brasil são
ativa de arquitetos e urbanistas. Com o aplicativo necessária sua normatização, já que o uso de drones O sistema unificado segue um conceito já uti- os mesmos. O CSC, pela economia de escala, também
para celular MobiArq Protagonista, os profissionais é regulado pela Agência Nacional de Aviação Civil lizado em algumas instituições públicas e privadas reduz o custo do Fundo de Apoio Financeiro destinado
que observarem indícios de irregularidades podem (ANAC), face a sua responsabilidade sobre o uso e no Brasil para compartilhamento da prestação de a equilibrar as receitas e despesas dos CAU/UF que não
enviar fotos georreferenciadas das mesmas direta- segurança do espaço aéreo. serviços comuns a vários órgãos, diferenciando-se possuem recursos suficientes para a manutenção de
mente para o IGEO, onde são mapeadas em layer Os drones serão usados para sobrevoar a cidade do modelo adotado pelo antigo conselho. Além de suas estruturas em nível compatível com a eficiência
específico, permitindo aos CAU/UF integrar essas e coletar imagens aéreas, que o IGEO sobreporia em garantir a prestação de serviços aos profissionais de de funcionamento planejada para todo o CAU. 
informações à sua rotina de trabalho de fiscalização. seguida às informações de RRT e alvarás, fornecendo todo o Brasil com a mesma qualidade, o CSC tem A implantação do CSC envolveu uma série de
O aplicativo está em fase de teste pela comu- um mapa em tempo real das obras e suas autoriza- menor custo que os sistemas separados. debates e grupos de trabalho sob a coordenação da
nidade do CAU para ser disponibilizado à prática ções. No futuro, tão logo viabilizadas imagens de sa- O compartilhamento existiu desde o primeiro Comissão de Organização e Administração. 
cotidiana para dispositivos móveis. Outra inovação télites óticos em tempo real e com alta resolução, elas momento do CAU e até 2013 foi integralmente ge- O CSC compreende os seguintes serviços com-
é a possibilidade de o arquiteto imprimir, por meio poderão substituir os drones. Hoje, tais serviços têm a rido pelo CAU/BR e custeado com recursos vindos partilhados:
do SICCAU, um adesivo com um QR Code tamanho periodicidade muito grande e dependem das condi- dos 90% de arrecadação dos CREA em 2011. Em a)  Sistema de Informação e Comunicação do
A4 para ser colado em placas de obras. O QR Code ções climáticas favoráveis, pois geram imagens a cen- 2014, as despesas e o gerenciamento passaram a ser Conselho de Arquitetura e Urbanismo (SIC-
é uma imagem que, se fotografada pelo aplicativo tenas de quilômetros de altura. Por sua vez, os drones compartilhadas entre o CAU/BR e os CAU/UF, con- CAU), nos módulos:
leitor, disponível gratuitamente para smartphones e fotografam em baixa altura, e a baixo custo, dentro do solidando o CSC. 1 – Gerencial: Orçamentário, Financeiro e Con-
tablets, acessa todas as informações do RRT daquela espaço aéreo não controlado para aeronaves, a não A criação dessa estrutura foi consequência de tábil, Centro de Custo, Patrimônio, Passa-
obra. As fotos podem ser tiradas de uma distância ser nos cones de aproximação dos aeroportos. Mes- uma série de entendimentos dos CAU/UF entre si e gens e Diárias, Almoxarifado, Compras e
de até cinco metros, reduzindo custos e economi- mo assim, necessitam regulamentação, principalmen- com o CAU/BR. Contratos;
zando tempo nas ações dos fiscais, além de possi- te quanto aos dispositivos de segurança. O Conselho foi criado em 2010, mas as condi- 2 – Corporativo e Ambiente Profissional; e
bilitar a verificação das informações por qualquer Devido à alta complexidade que envolve os ções de sua implantação, com a transferência de ca- 3 – Sistema de Inteligência Geográfica do CAU
cidadão interessado. sistemas disponibilizados e sua interoperabilidade, dastros e recursos do Sistema Confea/CREA, só foram (IGEO);
A possibilidade de levantamentos fotográficos foram executadas capacitações dos CAU/UF para dadas no final de 2011. Para evitar o que poderia ser b) Serviço de data center;
com a utilização de drones para a identificação deta- atingir os objetivos da fiscalização e a sua missão de um “apagão” na emissão de registros e certidões para c) Rede Integrada de Atendimento (RIA)
lhada de irregularidades no espaço construído tam- “ser o vetor da melhoria da qualidade da Arquitetura os arquitetos e urbanistas em todo o Brasil, além de 1 – Serviço de Teleatendimento Qualificado
bém está na pauta dos processos de fiscalização do e do Urbanismo” no país. registrar os novos profissionais, o CAU/BR realizou (TAQ);
contratações para instalar o mais rápido possível o 2 – Central de Atendimento Telefonônico
Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SIC- 0800;
CAU), que gerencia a emissão de RRT e outros do- 3 – Rede Social Corporativa dos Arquitetos e
cumentos técnicos, e um serviço 0800 que pudesse Urbanistas;
receber as demandas de todo o país. 4 – Atendente virtual.

42 43
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
d) Serviços a serem prestados pelo pessoal alocado pelo Colegiado de Governança do CSC dos CAU COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CAU/BR na gestão e execução dos serviços relaciona- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS O CSC sintetiza a
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
dos nos itens “a”, “b” e “c”;
e) Funcionamento do Colegiado de Governança do Centro
O Centro de Serviços Compartilhados dos CAU con-
ta com um Colegiado de Governança, criado e constituído
COMO FUNCIONA
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
filosofia fraterna
do CAU.
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
de Serviços Compartilhados dos CAU (CG-CSC);
f ) Apoio institucional aos CAU/UF na elaboração de plano
pela Resolução CAU/BR N° 60, de 7 de novembro de 2013,
tendo direito a voto representantes do CAU/BR e presiden-
O CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
diretor de tecnologia da informação; e tes dos CAU/UF. São entes institucionais do compartilha- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
g) Apoio institucional aos CAU/UF para assessoria técnica mento o CAU/BR e os CAU/UF. COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
em processos e treinamento na implantação do módulo CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
gerencial. O Colegiado de Governança do CSC dos CAU possui COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
O Centro de Serviços Compartilhados conta com um
Colegiado de Governança, criado e constituído pela Resolu-
natureza consultiva, com responsabilidades de cunho es-
tratégico e executivo. São de sua competência, ouvidos os COMPARTILHADOS Todos os Serviços
CENTRO (SICCAU,
DE SERVIÇOS 0800 e
COMPARTILHADOS SICCAU
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
ção CAU/BR N° 60, de 7 de novembro de 2013, tendo direito entes institucionais do compartilhamento (EIC): CENTRO DE SERVIÇOS
IGEO)COMPARTILHADOS
são geridos por um CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
Colegiado
a voto representantes do CAU/BR e presidentes de CAU/UF.
COMPARTILHADOS de CENTRO DE SERVIÇOS
Governança COMPARTILHADOS
composto por CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO
Conselheiros do CAU/BR DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
São entes institucionais do compartilhamento o CAU/BR e os • Coordenar a formulação de propostas de políticas, di-
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
e Presidentes dos CAU/UF. CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CAU/UF. retrizes, objetivos e estratégias de TI de natureza cor- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
REDE INTEGRADA DE ATENDIMENTO
porativa e compartilhada;
• Coordenar a elaboração dos planos e a definição dos CG
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
A experiência vivida pela Ouvidoria demonstrou que o indicadores de desempenho dos serviços comparti- COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
público do CAU é especial porque se dispõe a encaminhar lhados de TI, bem como a implementação das ações CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
não só suas dificuldades como sugestões de aperfeiçoa- planejadas e a mensuração dos resultados obtidos; COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS 0800 IGEO
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
mentos e correções. Isso trouxe a convicção de que a unifi- • Avaliar, deliberar e encaminhar para apreciação dos
cação e qualificação do atendimento, com a criação de um EIC as demandas quanto a sua inclusão no Portfólio COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
instrumento que pudesse colocar a inteligência coletiva dos de Serviços Compartilhados, definindo a prioridade e CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
arquitetos a serviço de toda categoria, poderia reduzir signi- designando a unidade gestora e a unidade provedora
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
ficativamente as dificuldades identificadas. Assim nasceu o da solução de TI, e aprovar, quando couber, as atuali- COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
projeto RIA (Rede Integrada de Atendimento), desenvolvido zações nos planos pertinentes; CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
pela Ouvidoria em conjunto com as demais áreas técnicas e • Avaliar e propor a alocação dos recursos orçamen- COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
de administração do CAU/BR. Aprovada em 2014, a RIA será tários destinados aos serviços compartilhados de TI, CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
implementada em 2015, passando a fazer parte do CSC. bem como alterações posteriores que provoquem COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
A RIA propõe uma intensificação e qualificação dos serviços impacto significativo sobre a alocação inicial e enca- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
de atendimento, unificados a nível nacional, através de um Telea- minhar para aprovação dos entes institucionais; COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS CSC COMPARTILHADOS
tendimento Qualificado (TAQ) e de uma Rede Social Corporativa • Compartilhamento (EIC), nos termos do Regimento CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
dos Arquitetos e Urbanistas. O TAQ será um sistema de de elevada Geral do CAU/BR; COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
qualidade, com alta especialização, equipes treinadas em acom- • Analisar e manifestar-se a respeito e encaminhar aos
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
O CSC recebe CENTRO DE
e atende demandas deSERVIÇOS
todo COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
o país, consolidando informações e CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
panhar e resolver os problemas dos arquitetos e urbanistas, com EIC para aprovação e priorização as demandas que
CENTRO DE SERVIÇOSpadronizando
COMPARTILHADOS CENTRO DE
a qualidade do SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
capacitação no atendimento e compreensão das especificidades tratem da ampliação das soluções de TI de natureza COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
de cada região do país. corporativa e compartilhada, assim como demandas atendimento.
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
A Rede Social Corporativa dos Arquitetos e Urbanistas de manutenção com impacto significativo sobre os COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
será uma plataforma virtual de comunicação e relaciona- planos de TI; CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
mento de última geração que irá colocar à disposição dos ar- • Submeter periodicamente aos EIC, com as propostas COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
quitetos e urbanistas do Brasil inteiro as informações e opor- de melhorias e ajustes julgados necessários, informa- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
tunidades até hoje só possíveis nos grandes centros. ções consolidadas sobre a situação da governança, da COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
A RIA terá possibilidade de gerenciar as informações em gestão e do uso dos serviços compartilhados de TI, CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
O objetivo
COMPARTILHADOS é unificar
CENTRO a prestação
DE SERVIÇOS de serviços aos
COMPARTILHADOS arquitetos
CENTRO e à sociedade
DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
âmbito nacional, consolidando as demandadas e qualificando em especial sobre: consolidando a defesa da Arquitetura e Urbanismo para Todos.
os procedimentos para todo o Brasil. Essa unificação de esforços a) a execução dos planos e das ações corporativas e
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
e informações permitirá ao CAU elevar em muito a qualidade e compartilhadas relativos a TI; CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
a eficiência dos serviços prestados aos arquitetos e à sociedade. b) a evolução dos indicadores de desempenho de TI; COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
A RIA trabalhará em cooperação com a Ouvidoria e c) o tratamento de riscos relacionados a TI; CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
vice-versa, mas sem uma ligação hierárquica. d) a capacidade e a disponibilidade de recursos de TI; COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
e) resultados de auditorias de TI a que se submete- CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
rem as unidades. COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS
COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS
44 45
Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), São Paulo/SP. Projeto de Paulo Mendes da Rocha. Foto de Nelson Kon.

46
TÍTULO TITULO

PARTE II:
Uma nova etapa

Urbanismo no Brasil
para a Arquitetura e
TÍTULO TITULO

47
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 CÓDIGO DE ÉTICA

COMISSÃO SOBRE ESPECIFICAÇÕES deve evitar a degradação do meio ambiente urba-


O arquiteto também não deve solicitar ou rece- no, estabelecer um compromisso com a cidade e
ber quaisquer honorários, remunerações, comissões, nunca alegar que recebeu ordens sem ter o discer-
gratificações, vantagens, retribuições ou presentes de nimento de suas responsabilidades.
qualquer tipo. Essa regra visa acabar com a prática Essa postura deve determinar, ainda, a escolha
da “reserva técnica”, espécie de comissão ou propina de certos materiais de construção, evitando inclusi-
para indicar fornecedores e produtos específicos para ve aqueles que a lei permite o uso, mas que o ar-
um projeto. A Lei N° 12.378 já previa essa proibição, quiteto pode, por consciência, abster-se de usá-los,
impedindo o profissional de “locupletar-se ilicitamen- sabendo de seus riscos.
te, por qualquer meio, às custas de cliente, direta- Outra indicação do Código de Ética e Dis-
mente ou por intermédio de terceiros”. ciplina que pretende melhorar as relações entre
Essa é uma prática que degrada a responsabi- arquitetos e clientes é a obrigatoriedade do pro-
lidade do arquiteto e urbanista, compromete a ima- fissional de condicionar seus serviços à apresenta-
gem da profissão perante a sociedade e põe em dú- ção de proposta técnica que inclua com detalhes
vida a qualidade do que foi especificado. Uma dúvida os produtos oferecidos, etapas, prazos e a remu-
que não pode existir, em nome da imagem da cole- neração requerida. Recomenda-se ainda que os
tividade dos arquitetos, é se um determinado pro- profissionais calculem suas propostas tomando
Foram realizados cinco duto foi indicado pela sua qualidade, dentro de uma como referência as tabelas indicativas de hono-
seminários regionais prática coerente, ou apenas por que o arquiteto está rários aprovadas pelo CAU/BR. Não deve ocorrer
e um nacional para
discutir as bases do
recebendo uma remuneração indireta do fornecedor. aviltamento de valores.
Código de Ética e As denúncias de infrações éticas deverão ser
Disciplina. MEIO AMBIENTE encaminhadas aos CAU/UF. As sanções aplicáveis

Código de Ética e Disciplina A preocupação com a sustentabilidade também


está expressa no documento. De acordo com o Códi-
go, o arquiteto e urbanista deve contribuir para a me-
(advertência, multa, suspensão ou cancelamento
do registro profissional) foram definidas pelas reso-
luções do CAU/BR N°s 58, 82 e 86.
Pela primeira vez os arquitetos e urbanistas contam com um código de lhoria do ambiente construído ou natural, consideran- A elaboração do Código, coordenada pela
autorregulação, em defesa da sociedade e da profissão do os princípios de sustentabilidade socioambiental. Comissão de Ética e Disciplina, contou com a con-
O profissional deve ser consciente de que suas sultoria do arquiteto e urbanista João Honório de
decisões profissionais terão decorrências. Por isso, Mello Filho.

Em 2013, os arquitetos e urbanistas brasi- internet, de forma a garantir que o Código trouxesse
leiros ganharam pela primeira vez um Código de uma construção coletiva da categoria profissional Orientações do Código
Ética e Disciplina. Considerado um dos principais dos arquitetos e urbanistas. de Ética e Disciplina
fundamentos para a autorregulação profissional, O texto alinha os compromissos históricos da • Respeito ao meio ambiente e ao
o Código traz princípios, regras e recomendações profissão com propósitos humanistas, de preserva- patrimônio histórico;
que orientam a conduta dos arquitetos com os ção socioambiental e identidade cultural. Também • Defesa do direito à Arquitetura e
clientes, colegas, a profissão, o interesse público e atende ao momento social e político que o Brasil ao Urbanismo, à moradia, à mo-
com o CAU. vive, com a sociedade cobrando o restabelecimen- bilidade e à identidade cultural;
A elaboração da norma, aprovada pela Reso- to de valores e comportamentos éticos. • Proibição de cobrança de “reser-
lução N° 52 do CAU/BR, ocorreu com ampla parti- As seções contém tanto princípios, que são nor- va técnica” ou vantagens para in-
cipação de arquitetos e urbanistas de todo o Brasil, mas de aplicação genérica, teórica ou abstrata, como dicação de materiais;
em diversos encontros públicos realizados nas cinco também as regras, que serão de aplicação específica, • Honestidade, imparcialidade, pru-
regiões do país. Os seminários aconteceram no Rio mais voltadas a casos concretos. Há ainda recomen- dência e decoro na relação com
de Janeiro, Goiânia, Recife, Belém e Curitiba, onde dações, que servem para orientar os profissionais. os clientes;
foram recolhidas sugestões dos participantes e dos Um dos princípios que o Código de Ética esta- • Arquitetura e Urbanismo em fa-
representantes das entidades nacionais de Arquite- belece é a defesa do interesse público, respeitando vor da cultura, do desenvolmen-
tura e Urbanismo que compõem o CEAU (IAB, FNA, o teor das leis que regem o exercício profissional e to e da justiça social;
AsBEA, ABEA, ABAP e FeNEA), além da Associação considerando as consequências sociais e ambientais • Profissionais devem colaborar
Brasileira dos Arquitetos de Iluminação (AsBAI). Hou- de suas atividades. Uma das obrigações do profis- com o aperfeiçoamento do CAU
ve ainda o Seminário Nacional de Ética e Disciplina, sional é manter informações públicas e visíveis dos e de suas atividades.
realizado em Brasília e com transmissão ao vivo via projetos e obras sob sua responsabilidade técnica.

48 49
CÓDIGO DE ÉTICA RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Ensino e
Reserva
e imparcial, reconhecer e defender o conjunto do
patrimônio ambiental e cultural e os direitos fun-
damentais da pessoa humana, entre outros com-
formação
Técnica promissos. Em favor do interesse público, precisam
buscar a boa qualidade das edificações e das ci-
dades, que só existe quando se respeita o ordena-
Preocupado com a qualidade do ensino,
o CAU/BR propôs novas diretrizes
curriculares para os cursos de graduação
Artigo de Paulo Markun mento territorial e a inserção harmoniosa no entor- em Arquitetura e Urbanismo
no e no ambiente. Afinal, casas e prédios não estão
soltos no mundo.
A reserva técnica inscreve-se nos termos da Na área de ensino e formação, o primeiro triê-
regra 3.17: “O arquiteto e urbanista deve recusar-se nio de existência do CAU/BR foi marcado por ações
Você, que não é arquiteto, conhece o signi- a solicitar, aceitar ou receber quaisquer honorários, com o objetivo de dotar a profissão de Arquitetura
ficado da expressão “reserva técnica”? Eu nunca proventos, remunerações comissões, gratificações, e Urbanismo de cursos de formação profissional e
tinha ouvido, pelo menos com o sentido que o vantagens, retribuições ou presentes de qualquer educacional de qualidade.
termo adquiriu entre essa categoria que aprendi a tipo, sob quaisquer pretextos, de fornecedores de in- Uma das primeiras iniciativas foi realizar um
respeitar na casa de João Batista Villanova Artigas, sumo aos seus contratantes sejam constituídos por cadastramento das instituições de ensino superior
um dos papas da profissão. Corresponde a uma consultorias, produtos, mercadorias ou mão de obra.” com cursos da área, incluindo os currículos ofere-
prática usual no feroz mercado da construção. O Tem muito mais, mas isso já seria muito. Num cidos e os projetos pedagógicos. Em fins de 2014,
profissional indica determinado produto, insumo país onde médicos são premiados com viagens para tínhamos no país cerca de 400 cursos de graduação
ou material, e ganha uma, digamos, bonificação do congressos em verdadeiros paraísos (com direito a em Arquitetura e Urbanismo, dos quais 158 cadas-
fabricante ou vendedor. acompanhante) desde que prescrevam determina- tradas no CAU. O Brasil forma, por ano, cerca de sete
 Em português claro: recebe uma propina. Ou dos medicamentos e onde licitação pública virou in- mil novos arquitetos.
uma comissão, se quiserem, por ter indicado a mar- feliz sinônimo de acerto por baixo dos panos, é um O cruzamento dos dados do levantamento
ca A em vez da B. O dinheiro vai para a conta do grande avanço. com as informações georeferenciadas do Sistema
escritório que projetou a obra ou para o bolso do  Não é uma revolução, mas nos ajuda a lembrar de Inteligência Geográfica do CAU (IGEO), sobre a
arquiteto e não para seu cliente, que paga a conta, de Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, que localização dos profissionais em atividade e a de-
seja ele pessoa física, empresa privada, ou pior, o go- empenhou até seus bens pessoais para pagar os cre- manda de serviços em cada município, possibilitam
verno – isto é, nós todos. dores quando seu banco quebrou. No outro corner identificar as regiões com maior déficit de arquite-
 A boa notícia é que entre oito e nove de agos- está Francisco Inácio de Carvalho, seu contemporâ- tos. Conforme termo de cooperação assinado com
to, em Brasília, o Conselho de Arquitetura e Urbanis- neo. Representante diplomático na Grã-Bretanha, o o MEC no final de 2014, o CAU/BR disponibilizará
mo – CAU – aprovou o Código de Ética e Disciplina barão de Penedo vivia num palacete de três andares, tais informações ao Ministério, o que irá ajudar o na
de Arquitetura e Urbanismo. E condenou a reserva perto do Palácio de Buckhingham, o endereço mais análise de pedidos de autorização, reconhecimen-
técnica à condição de infração. caro de Londres, em cuja sala de jantar, capaz de re- to ou renovação de reconhecimento de cursos de
 Esse Código é o primeiro resultado efetivo do ceber comodamente 60 pessoas, dava altas festas. Arquitetura e Urbanismo. O MEC também poderá
conselho criado em 2010 – antes, arquitetos e ur- Tudo pago com a grana dos financistas britânicos. O examinar a sobrecarga de escolas em determinadas
banistas gravitavam em torno da entidade que rege barão de Penedo negociou sete dos 11 financiamen- regiões do país. 
engenheiros e agrônomos, permitindo uma ação tos ingleses feitos ao governo brasileiro e cobrava O CAU/BR também formulou proposta de re-
mais específica. Um dos primeiros filhotes do Con- reserva técnica – só não usava o termo. visão das Diretrizes Curriculares Nacionais para os
selho é o novo código de ética. cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
O Código parte do princípio de que que ar- A proposta – construída conjuntamente com a As-
quitetos e urbanistas prestam serviços de caráter sociação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Ur-
intelectual de interesse público e social e como tal, Paulo Markun é jornalista. Esse artigo foi publicado originalmente banismo (ABEA) – envolveu a realização, em 2013,
devem priorizar o julgamento profissional erudito no jornal “Diário Catarinense”, de Florianópolis, em 31/08/2013. de três seminários regionais (João Pessoa, Brasília e
Rio de Janeiro) e um nacional (em São Paulo). Em
O Brasil forma atualmentente cerca de sete mil novos arquitetos por ano. fins de 2014, as contribuições foram encaminhadas
FAU/USP, em São Paulo. Projeto de Vilanova Artigas. ao Conselho Nacional de Educação, que solicitou

50 51
ENSINO E FORMAÇÃO RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

a adesão ao documento do CEAU (Colegiado das almente necessita.


Entidades Nacionais dos Arquitetos e Urbanistas), o A médio prazo, o CAU/BR objetiva criar um sis-
que daria mais agilidade ao processo de deliberação tema de acreditação de cursos, nos moldes do que
do assunto. já existe nos Estados Unidos. Para tanto, foi firmado
Tais diretrizes foram atualizadas pela última um termo de cooperação entre o CAU/BR e National
vez em 2010. Contudo, a edição aprovada pelo CNE Architectural Accreditation Board (NAAB), visando
apresentou alterações importantes e conflitantes maior conhecimento da experiência dos EUA.
com o percurso de qualificação do ensino e forma- A acreditação é uma espécie de “selo de qua-
ção na área que ocorreu nos últimos 20 anos, princi- lidade”, ao qual as faculdades se candidatariam vo-
palmente se levarmos em conta a criação do CAU e a luntariamente. Para a criação do sistema, contudo, é
atualização da Carta da Unesco/UIA para a Formação preciso definir critérios de uniformização técnica de
dos Arquitetos. Entre os assuntos tratados, estão as procedimentos voltados à habilitação, atribuições,
atividades que só podem ser realizadas por arquitetos atividades e competências profissionais.
e urbanistas, definidas pela Resolução N° 51 do CAU/ Em 2015 será assinado um acordo com o Na-
BR. Uma delas é justamente a coordenação de cursos tional Council of Architectural Registration Boards
de graduação na área e o ensino de teoria, história e (NCARB), também dos Estados Unidos, que possui Anteprojeto do
projeto de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo. uma longa história de desenvolvimento de padrões Hospital Sarah - Lago
Norte, no Distrito
Além de subsidiar as decisões do MEC e ór- de ensino de Arquitetura, de exame de ordem (para Federal, do arquiteto
gãos a ele relacionados, proposta objetiva estimular licenciamento inicial) e de estabelecimento de pa- João Filgueiras Lima.
as instituições de ensino de Arquitetura e Urbanis- drões para educação continuada, outras preocupa-
mo a tratarem a questão da qualificação profissional ções do CAU/BR.
como um processo contínuo. Outra temática importantíssima é a residên-
Os estudos foram também um importante cia técnica, um assunto que une formação e prática
primeiro passo para aproximar mais o CAU/BR da
realidade da formação em Arquitetura e Urbanis-
mo. Muitos recém-formados saem da graduação
profissional com o objetivo de assegurar melhor ser-
viço a sociedade pelos arquitetos e urbanistas. A re-
sidência poderia ser feita em prefeituras e órgãos de
Direitos autorais
sem condições de atuar no mercado por falta de governo, ou mesmo em escritórios, e inclusive estar Norma permite o registro de obras intelectuais protegidas, recuperando
conhecimento básico de edificações, em razão da relacionada à Lei de Assistência Técnica, que prevê a noção de Arquitetura como produto cultural
inexistência de mais trabalhos finais de graduação assistência gratuita aos moradores de baixa renda
voltados às grandes demandas da sociedade, ou para a autoconstrução de suas casas.
seja, do cotidiano. É preciso repensar, por exemplo, Também foram disciplinadas as homologa- Em 2014, entrou em funcionamento no ambien- A Resolução especifica dois tipos de direitos
a necessidade de trabalhos finais de curso muito ções de profissional diplomado por estabelecimen- te do SICCAU o sistema para Registro de Direito Auto- autorais: os morais, relativos à paternidade da obra
complexos, como estádios e hospitais. O aluno deve to estrangeiro de ensino. ral (RDA) de projetos e demais trabalhos técnicos no intelectual; e os patrimoniais, que são os direitos
ter o conhecimento, mas o trabalho final precisa ser Todas as ações foram implementadas por âmbito da Arquitetura e do Urbanismo. Regido pela de utilização do produto. Assim, projetos e outros
voltado para o dia a dia, aquilo que a sociedade re- meio da Comissão de Ensino e Formação. Resolução CAU/BR N° 67, de 5 de dezembro de 2013, trabalhos técnicos de criação somente podem ser
o RDA constitui o registro de obras intelectuais protegi- repetidos com a concordância do detentor do di-
das que conferem ao autor, o direito autoral. reito patrimonial – que pode ser transferido pelo
A norma recupera a ideia de Arquitetura como autor a outra pessoa. Porém, os direitos morais são
23% TOTAL DE CURSOS = 158 Informações produção cultural, valorizando não apenas o caráter inalienáveis.
Cadastro do curso finalizado: 158 do IGEO singular de uma obra, mas o trabalho do arquiteto Toda peça de publicidade, placa ou meio
42% Coordenador Cadastrado, RRT aprovado: 50 mostram de visualizar soluções inovadoras. Além disso, tem de comunicação produzidos por arquiteto ou por
1% Coordenador Cadastrado, RRT em diligência: 16 situação dos como objetivo ajudar na melhoria dos projetos ar- outra pessoa física ou jurídica, seja da área de Ar-
Coordenador Cadastrado, não possui RRT: 62 cursos de quitetônicos. quitetura e Urbanismo ou não, que utilizarem um
Não possui registro no CAU: 4 Arquitetura A Resolução foi construída com a participação projeto ou obra, devem especificar o nome do au-
17% Coordenador ainda não conhecido: 84 e Urbanismo de especialistas, consultas à legislação nacional e in- tor original, protegendo seus direitos morais.
no país. ternacional, além das contribuições encaminhadas Será considerado plágio em Arquitetura e Ur-
4% Fonte: CEF-CAU/BR - 13/11/2014
pelos CAU/UF e pelos arquitetos. banismo a reprodução de pelo menos dois dos se-
13%

52 53
DIREITOS AUTORAIS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

guintes atributos do projeto ou obra dele resultante:


1. Partido tipológico e estrutural;
2. Distribuição funcional;
3. Forma volumétrica ou espacial, interna ou COMUNICAÇÃO PÚBLICA DA AUTORIA
externa.

A Resolução N° 67 complementa outros atos do


CAU/BR na defesa dos direitos autorais: a Resolução
Tabelas de Honorários
N° 52 (Código de Ética) e a Resolução N° 58 (sanções Editada em 10 de abril de 2014, a Resolução N° 75 do CAU/ Entidades nacionais de Arquitetura e Urbanismo elaboraram referências
para as infrações ético-disciplinares). Elas determina- BR, que dispõe sobre a indicação da responsabilidade técnica para formação de preços de serviços na área, válidas em todo o país
ram que um arquiteto que plagiar obra arquitetônica, em peças publicitárias e outros elementos de comunicação,
ou se apropriar de propriedade intelectual de outro complementou a Resolução N° 67 (direitos autorais), ao deta-
profissional, poderá ter registro profissional cancela- lhar a maneira como as informações sobre a autoria de projeto,
do, ficando impedido do exercício da atividade de Ar- obra ou serviço técnico no âmbito da Arquitetura e Urbanismo Uma das missões do CAU/BR, estabelecida O Módulo II inclui a remuneração de projetos
quitetura e Urbanismo em todo o território nacional. devem ser divulgadas. pela Lei N° 12.378, era a criação e divulgação de de Urbanismo, de Arquitetura Paisagística, de Arqui-
“Foi uma mudança significativa, pois durante o A norma, válida para todo o Brasil, regulamenta o Artigo uma tabela de honorários para servir de referência tetura de Interiores e de projetos complementares
tempo em que os arquitetos foram vinculados ao Sis- 14 da Lei N° 12.378, de 2010, e tem o objetivo de garantir dois para as negociações entre arquitetos e clientes. A diversos. O Módulo III ajuda o profissional que, além
tema Confea/CREA, as únicas sanções que o este con- direitos: o da sociedade, de ser informada sobre a responsabili- Tabela de Honorários de Arquitetura e Urbanismo, de projetar, também é responsável pela construção.
selho profissional podia aplicar eram a advertência dade técnica daquela obra; e o direito dos arquitetos, de ter sua que pode ser consultada pela internet, calcula orça- O software está disponível para todo público
reservada e a censura pública”, esclarece o advogado autoria reconhecida. mentos de 231 atividades de competência profis- no site do CAU/BR. Seu objetivo é coibir a concor-
Leandro Flores, especialista na matéria e consultor do Devem constar nas placas que ficam afixadas em fren- sional dos arquitetos e urbanistas. Ela complementa rência desleal de preços e assegurar um padrão de
CAU/BR.   te às obras, documentos e materiais de divulgação (anúncios o referencial oficial para as contratações de obras qualidade para os serviços prestados. Uma tabela
Em caso de violação de direitos autorais, a Re- em jornais, outdoor, folders, etc) o nome do responsável técni- da indústria da construção civil, o Sistema Nacional única, nacional, torna mais claros para a sociedade
solução também recomenda indenizações mínimas co, junto do título profissional, e o número de registro no CAU, de Preços, Custos e Índices (SINAPI), da Caixa Eco- o escopo do trabalho de Arquitetura e Urbanismo,
a serem requisitadas à Justiça além da atividade desenvolvida. É preciso, ainda, discriminar o nômica Federal. bem como a remuneração justa para cada tipo de
A Comissão de Exercício Profissional coordenou endereço, email ou telefone do profissional ou empresa. O texto A Tabela, válida para todo país, possui três serviço, valorizando o profissional como agente da
os estudos a respeito do assunto. também prevê que essas informações sejam expostas em ca- módulos. Sua versão completa foi lançada na 1ª boa qualidade de nossas edificações e cidades.
racteres legíveis ao público. Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo, A ferramenta não tem a função de se sobrepor
Ao garantir à sociedade o direito à informação sobre a realizada em Fortaleza pelo CAU/BR, em abril de à negociação entre arquiteto e cliente, uma vez que
responsabilidade de qualquer empreendimento, a Resolução 2014. O Módulo I trata da Remuneração de Projetos um orçamento criterioso deve ser ponderado em
N° 75 incentiva boas práticas, previne riscos, ajuda a quem pos- Arquitetônicos de edificações; o Módulo II trata da relação à conjuntura econômica, à capacidade de
sa sofrer qualquer dano e facilita denúncias de irregularidades. Remuneração de Projetos e Serviços Diversos; e o produção, ao potencial criativo e à capacidade ad-
Em peça de publicidade veiculada em veículos de comu- Módulo III aborda Remuneração de Obras e Outros ministrativa de cada empresa ou profissional, dentre
nicação, as informações e as logomarcas que indicam a respon- Serviços. outros fatores. Porém, o Código de Ética e Disciplina
sabilidade técnica de arquitetos e urbanistas deve ser exposta Avalia-se que o Módulo I da Tabela abranja do CAU/BR recomenda que o arquiteto e urbanista
utilizando-se caracteres de tamanho, no mínimo, igual ao da pelo menos 80% das atividades dos arquitetos e ur- apresente suas propostas de custos de serviços de
indicação das demais pessoas físicas ou jurídicas constantes banistas brasileiros. Ele faz ainda a compatibilização acordo com a Tabela, igualmente importante para
da veiculação. entre os três elementos constituintes do trabalho: nortear decisões em eventuais disputas judiciais.
A Resolução estabelece multa de 5% a 10% do valor dos a definição conceitual das atividades de projeto, o O sistema é resultado de uma longa discus-
honorários cobrados pelos serviços em questão para quem des- escopo dos serviços e a tabela com o cálculo dos são entre as entidades do setor e levou cinco anos
cumprir a norma. honorários. São apresentadas duas modalidades para ficar pronto. Sua elaboração começou dentro
É fundamental que os arquitetos compreendam o sentido básicas de remuneração para a realização de pro- do IAB e foi aprovada pelo Colegiado das Entidades
e o espírito da Resolução para a promoção da prática profissio- jetos de edificações: percentual sobre o custo de Nacionais dos Arquitetos e Urbanistas (CEAU): IAB,
nal. A sociedade precisa ser informada e, o trabalho dos arqui- execução da obra (critério recomendado interna- FNA, AsBEA, ABEA e ABAP, com participação da Fe-
Especialista em direito autoral em Arquitetura e Engenharia, tetos, reconhecido. cionalmente) e remuneração através da soma das NEA. O trabalho foi coordenado pelo arquiteto Odi-
o advogado Leandro Flores atuou como consultor do CAU/BR despesas (estimadas ou contabilizadas) de produ- lo Almeida Filho, diretor do IAB do Ceará e, após o
na elaboração da Resolução No 67.
ção dos projetos, direitos autorais e lucro. consenso das entidades, foi aprovado pelo CAU/BR.

54 55
TABELA DE HONORÁRIOS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Software disponível no site


honorario.caubr.gov.br
permite aos arquitetos e urbanistas planejar
orçamento de forma automática, a partir
das especificações dos serviços.
Critérios de formação de preços podem
ser consultados nos livros das tabelas,
disponíveis para download no sistema.
Arquitetos atuam em todos
dos municípios do país
Informações do SICCAU mostram que mercado de Arquitetura e Urbanismo
vem crescendo de forma consistente em todo o Brasil

Em setembro de 2014, o CAU alcançou um não significa que em 2014 o CAU expediu RRT para
novo estágio em sua presença nacional. Conforme todo país.  Os dados são do SICCAU.
as emissões de Registro de Responsabilidade Técni- Como só 2.313 dos 5.564 municípios brasilei-
ca (RRT) feitas naquele mês, 100% dos municípios ros possuem arquitetos residentes atuantes, o levan-
brasileiros têm ao menos um registro de atividade tamento demonstra também uma grande mobilida-
profissional exercida por arquiteto e urbanista. de de profissionais, que atuam fora de suas sedes
O total de RRT emitidos, desde a instalação do para atenderem às demandas por serviços de sua
CAU, em 2012, até 31 de dezembro de 2014, era de especialidade.
2,29 milhões, entre todas atividades profissionais O cartograma dessa página mostra a quan-
exercidas por arquitetos e urbanistas (existem 231 tidade de RRT emitidos por municípios. As man-
diferentes). É preciso ressaltar que o número repre- chas vermelhas revelam as áreas com maior es-
senta a quantidade acumulada no período, isto é, cassez de registros.

56 57
ARQUITETOS ATUAM EM TODOS DOS MUNICÍPIOS DO PAÍS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

CAU em números
NOVAS REGRAS PARA O RRT
Cooperativa
Entrará em vigor em 1º de março de 2015 a Re-
solução N° 91 do CAU/BR, que consolida e atualiza e outros benefícios
as normas que disciplinam o Registro de Responsa-
bilidade Técnica (RRT) referente a atividades técni- 123,5 mil CAU/BR busca parcerias com outras instituições para oferecer melhores
cas no âmbito da Arquitetura e Urbanismo.  
Elaborada pela Comissão de Exercício Profis-
Arquitetos condições de trabalho para os arquitetos e urbanistas brasileiros

sional do CAU/BR, a nova Resolução foi bastante en- e urbanistas


riquecida pelas contribuições encaminhadas pelos
diversos estados brasileiros, tendo como base a ava-
no Brasil Uma cooperativa para financiar projetos, des-
contos na obtenção de normas da ABNT, planos de
financeiros, com o objetivo de incentivar o exercício
profissional e o empreendedorismo na área de Ar-
liação resultante dos dois anos e meio de aplicação saúde e odontológicos e condições favoráveis de quitetura e Urbanismo. Os primeiros estados atendi-
das atuais normas em todo o país. O principal ob- assinatura de revistas especializadas são alguns dos dos são Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
jetivo da Resolução N° 91 é aperfeiçoar e simplificar benefícios disponíveis para os arquitetos e urba- De início, são dois os serviços específicos dis-

15 mil
os procedimentos relativos ao RRT, além de tornar nistas registrados no CAU. O Conselho nada aufere ponibilizados para os arquitetos:
mais fácil e precisa a compreensão dos conceitos e com tais parcerias. • Novos Arquitetos: Foco na aquisição e estrutura-
definições dos diversos tipos, modalidades e formas Em novembro de 2014, o CAU/BR firmou par- ção de escritórios, equipamentos e softwares; e
de participação do RRT.  Empresas cadastradas ceria com a Unicred do Brasil, instituição financeira • Imobiliário: Linha de crédito para arquitetos
A nova Resolução deixa claro que cabe ex- cooperativa, presente em diversos estados brasilei- investirem em empreendimentos imobiliários.
clusivamente ao arquiteto (ou à pessoa jurídica ros e com aproximadamente 200 mil cooperados,
de Arquitetura e Urbanismo, por meio de seu res-
ponsável técnico) a responsabilidade pela emissão 2,29 milhões para ofertar produtos e serviços para os profissio-
nais do setor.
Além disso, a parceria negociada pela Comis-
são de Planejamento e Finanças, permitirá aos arqui-
do RRT e pelo pagamento da taxa correspondente
junto ao CAU.
Registros de Parceria com editora
Arco dá desconto na
A parceria prevê disponibilizar aos arquitetos
e urbanistas e às sociedades profissionais de arqui-
tetos e urbanistas viabilizarem a antecipação dos va-
lores dos projetos contratados pelos seus clientes
 A Resolução define novos tipos, modalidades Responsabilidade Técnica assinatura de revistas
especializadas. tetos e urbanistas registrados e vinculados ao CAU através do mecanismo de desconto de recebíveis.
e formas de participação de RRT; os prazos para seu
requerimento, conforme a natureza da atividade; os
(RRT) emitidos o acesso a linhas de crédito e a produtos e serviços Ou seja, o profissional assume a linha de crédito e
negocia com a cooperativa a cobrança direto, por
tipos de registro no SICCAU e os procedimentos para boleto, do cliente.
baixa, cancelamento ou anulação. Há ainda a pos- A parceria do CAU/BR com a Associação Bra-
sibilidade do arquiteto e urbanista efetuar RRT de
atividade realizada no exterior. 121 mil sileira de Normas Técnicas (ABNT) permite ao pro-
fissional registrado no Conselho acesso às normas
Os Registros de Responsabilidade Técnica são
igualmente importantes para os profissionais obte-
Certidões de Acervo Técnico técnicas do Brasil e do Mercosul com desconto de
50%. Os profissionais de Arquitetura e Urbanismo
rem a Certidão de Acervo Técnico (CAT), instrumento (CAT) emitidas também têm direito a um desconto de 15% nos cur-
que certifica, para efeitos legais, que consta dos as- sos da grade da ABNT.
sentamentos do CAU o acervo técnico de um arqui- Desde janeiro de 2014, os profissionais registra-
teto e urbanista, constituído por obras e serviços téc- Dados de 2012 a 2014 dos no CAU/BR têm condições especiais na contrata-
nicos devidamente registrados e realizados por ele. ção de planos de saúde e odontológicos, com cober-
tura em todo o Brasil. A parceria fechada com a Aliança
Administradora oferece cinco opções de planos.
Acordo firmado com a editora Arco, responsá-
vel por revistas como a ProjetoDesign e a Finestra,
possibilita a assinatura de suas publicações e portais
de conteúdo especializado em Arquitetura e Urbanis-
mo com desconto superior a qualquer canal de ven-
da da empresa.

58 59
COOPERATIVAS E OUTROS BENEFÍCIOS RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Comunicação e transparência
Ações do CAU/BR trabalham com jornalismo e publicidade, com o objetivo de
aproximar o Conselho dos arquitetos e urbanistas e da sociedade

As principais características que o CAU/BR pre- ções ligadas à área, estabelecendo-se como referência
tendeu imprimir em sua primeira gestão foram a trans- para arquitetos e urbanistas. Além das notícias, o site
parência e a ampla publicidade de seus atos. Por isso, publica todos os documentos oficiais do CAU/BR,
o CAU/BR estabeleceu, desde o início, uma política de como resoluções, editais de licitação, atas de reuniões
comunicação que privilegia o acesso da sociedade a e prestação de contas.
informações sobre o Conselho e sobre temas de inte-
resse de Arquitetura e Urbanismo, política executada CLIPPING DIÁRIO COM AS PRINCIPAIS
por meio de uma diversidade de ações e produtos: NOTÍCIAS SOBRE ARQUITETURA E URBANISMO
As principais notícias de interesse da Arqui-
Mais Parcerias TRANSMISSÃO AO VIVO DAS REUNIÕES tetura e do Urbanismo veiculadas na imprensa na-
Acordo com a Unicred PLENÁRIAS DO CAU/BR cional são enviadas todos os dias para funcionários,
permite que arquitetos Todos os meses, o site do CAU/BR transmite conselheiros e presidentes do CAU/BR e dos CAU/
e urbanistas se associem em tempo real as reuniões plenárias que acontecem UF, e também para os dirigentes das entidades na-
a cooperativas de em Brasília. Assim, os arquitetos e urbanistas podem cionais da área.
crédito para financiar acompanhar todas as discussões e decisões que
projetos, montagem acontecem no âmbito do Conselho. NEWSLETTER PARA DE 120.000 ARQUITETOS
de escritórios e E URBANISTAS
incorporações. ATUALIZAÇÃO DIÁRIA DE NOTÍCIAS NO SITE O CAU/informa é um boletim eletrônico en-
WWW.CAUBR.GOV.BR viado duas vezes por semana para todos os profis-
Descontos na compra A página do CAU/BR na internet traz as principais sionais registrados no CAU. É o principal produto de
de normas da ABNT e notícias produzidas pelo Conselho, pelas entidades na- informação do CAU/BR, utilizado inclusive para avi-
condições especiais cionais de Arquitetura e Urbanismo e demais institui- sos oficiais sobre RRT, anuidades, eleições, etc.
para contratar planos de
saúde também fazem
parte dos benefícios
oferecidos pelo CAU/BR.
Site do CAU/BR é
referência para quem
busca informações
sobre Arquitetura e
Urbanismo.

60 61
COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA

FACEBOOK
O CAU/BR mantêm uma página na rede social que
conta com mais de 100.000 seguidores e notícias diárias
sobre os mais diversos temas relacionados a Arquitetura e
Urbanismo. Em fevereiro de 2014, chegou-se à marca de 3,5
milhões de pessoas atingidas pela página, a partir de visuali-
zações dos posts do CAU/BR. O Conselho também mantém
páginas do tipo no Twitter e no LinkedIn.

RELEASES PARA IMPRENSA


O CAU/BR possui cadastro com 10.000 veículos de
imprensa e 50.000 jornalistas de todo o Brasil, que recebem
periodicamente avisos de pauta e press releases sobre as
principais ações do Conselho.

INFORMES PUBLICITÁRIOS
Mensalmente, o CAU/BR publica um informe publi-
citário de página inteira das revistas aU e ProjetoDesign, as
duas maiores publicações especializadas na área de Arquite-
tura e Urbanismo, que somam quase 30.000 exemplares de
circulação por edição.

CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS O portal Arquitetura e


Com o objetivo de valorizar a profissão de arquiteto e Urbanismo para Todos
exibe entrevistas
urbanista, o CAU/BR realiza periodicamente grandes campa- com profissionais
nhas nacionais para esclarecer ao público as ações do Conse- O portal www.arquiteturaurbanis- INTRANET de renome. Na
lho e as atividades pertinentes à profissão. motodos.com.br foi criado a partir da A política de comunicação do CAU/ página oposta, telas
do Facebook do
Em 2012, foi feita uma campanha em TV e revistas es- constatação de que não existe no Brasil BR tem como um de seus objetivos in- CAU/BR, da Intranet
pecializadas para que os arquitetos e urbanistas fizessem uma “cultura arquitetônica”, o que leva formar também a seus conselheiros e e da newsletter
novo cadastro junto ao CAU. Em 2013, o Código de Ética e governos, empresas privadas e cidadãos colaboradores sobre o que acontece no CAU/Informa,
distribuída para
Disciplina foi tema de uma série de anúncios na revista Veja, a negligenciar ou deixar em segundo Conselho e na Arquitetura e Urbanismo
120.000 arquitetos
a de maior circulação no país. No mesmo ano, também foi plano a qualidade das obras que con- brasileiros. A principal ferramenta desti- e urbanistas.
veiculada na TV Globo uma série de anúncios para o Dia do tratam. Em apenas seis meses, o site foi nada ao público interno é a intranet do
Arquiteto, relembrando as principais conquistas da categoria visitado por mais de 90 mil internautas CAU/BR. A página disponibiliza links para
Números da internet desde a criação do CAU. de 50 países. aplicativos, tutoriais de uso de sistemas e
Em 2014, uma série de anúncios em jornais de grande Responsável pelo portal, o jorna- serviços utilizados pelo corpo de funcio-
274.925 usuários circulação comunicavam à sociedade os perigos da aprova-
ção da MP 630/2013, que instituía o Regime Diferenciado de
lista Paulo Markun entrevistou 14 profis-
sionais de estados e gerações distintos
nários, além das mais recentes informa-
ções institucionais.
do site do CAU/BR em um mês
Contratação (RDC) para todas as obras públicas do país. No sobre questões relevantes, como o que O portal conta com uma área es-
final do ano, outra campanha comemorativa do Dia do Arqui- é Arquitetura, as razões para a perda de pecífica e exclusiva para atender as de-
106 mil seguidores teto e Urbanista foi lançada, desta vez esclarecendo a popula- prestígio profissional após o período mandas dos conselheiros federais, possi-
na página de facebook ção sobre as atividades realizadas pelos profissionais da área. modernista e as perspectivas do planeja- bilitando acesso a todos os documentos
Essa campanha foi a maior da história do CAU, com inserções mento das grandes metrópoles. Esta é a produzidos elas comissões, colegiados e
118 newsletters em TV aberta, TV fechada, revistas e internet. lista dos entrevistados: Alberto Botti (SP), pelo Plenário.
encaminhadas Alvaro Puntoni (SP), Bruno Ferraz (PE), Entre as funcionalidades disponí-
PORTAL ARQUITETURA E URBANISMO PARA TODOS Décio Tozzi (SP), Gustavo Penna (MG), Lu- veis, estão o calendário de eventos do

3.041 notícias publicadas Durante a 1ª Conferência Nacional de Arquitetura e Urba-


nismo, o CAU/BR criou mais uma nova forma de interagir com
ciano Margotto (SP), Lilian Dal Pian (SP),
Luiz Eduardo Indio da Costa (RJ), Marco
Conselho, modelos de documentos, lista
de contatos, acesso ao ponto eletrônico,
no site www.caubr.gov.br
os arquitetos e urbanistas e divulgar os principais conceitos li- Antonio Borsoi (PE), Renato Dal Pian (SP), organograma da organização, aniversá-
(Dados de novembro de 2014) gados à profissão: um portal na internet com partir de entrevis- Roberto Moita (AM), Rosa Kliass (SP), Sér- rios, além de botões de acesso rápido ao
tas e depoimentos de profissionais destacados. gio Parada (DF) e Sylvio Podestá (MG). site do CAU/BR, ao SICCAU e ao IGEO.

62 63
COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA

CAU na mídia: presença dos arquitetos


e urbanistas no debate público

Em contato permanente com a imprensa nacional, o


CAU/BR colocou a defesa da Arquitetura e Urbanismo em
discussão nas páginas dos principais jornais, revistas e por-
tais de internet do Brasil. Ações como a criação do Código
de Ética e Disciplina e da Tabela de Honorários ganharam
destaque dos veículos especializados, como a revista aU e
o portal Arcoweb, enquanto temas de maior abrangência,
como a MP 630/2013 e o desenvolvimento urbano, foram
objeto de interesse da Veja, Folha de S. Paulo e Estado de
S. Paulo.
A presença do CAU/BR nas reportagens e artigos
O Povo, 22/04/2014. publicados pela imprensa nacional é fruto de conversas
Agência Brasil, 25/05/2014. permanentes com os jornalistas que cobrem a área, in-
formando os meios de comunicação sobre a posição do
Conselho em temas da sua área de interesse. Esse traba-
lho aumenta a visibilidade dos arquitetos e urbanistas no
debate público, valorizando a profissão, e também cria
canais de diálogo com outros setores da sociedade. Trata-
-se de uma ação fundamental para desenvolver uma nova
etapa para Arquitetura e Urbanismo no Brasil.

aU, março/2014.

Veja.com, 04/08/2014.

CAU Conversa com


Na sua gestão fundadora, o CAU/BR convidou arquitetos
de renome para conversas abertas sobre Arquitetura e Ur-
banismo e o papel do novo Conselho na construção de
uma nova realidade para os profissionais na área. As pa-
Folha de S. Paulo, 28/04/2014. lestras estão todas disponíveis pelo canal no YouTube do
CAU/BR (www.youtube.com.br/comunicacaocaubr).

Edições:

1. João Filgueiras Lima (Lelé)


2. Ruy Ohtake
3. Rosa Kliass
4. Zezéu Ribeiro
5. Nestor Goulart Reis Filho
6. Sérgio Magalhães
7. Sérgio Parada
O Estado de S. Paulo, 02/05/2014. ArchDaily, 05/11/2014. 8. Carlos Bratke
9. German Suarez Betancourt

64 65
COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Ouvidoria
Um relatório de 3.430 páginas Serviço que recebe críticas e sugestões sobre
para o TCU a atuação do CAU/BR tem como objetivo
levar a voz dos arquitetos e urbanistas para
O Relatório de Gestão do CAU/BR refe- as decisões do Conselho
rente ao exercício de 2013, encaminhado ao
Tribunal de Contas da União, possui 3.430
páginas com os relatórios agregados do
CAU/BR e de todos os CAU/UF. A implantação da Ouvidoria foi mais um desafio duplo
Presidente Haroldo  A estrutura estabelecida pelo TCU para para o CAU/BR. Primeiro pelo entendimento do que deveria
Pinheiro debate com Afinidade de propósitos o relatório é composta dos seguintes itens: ser a Ouvidoria. Segundo pela compreensão interna e externa
Augusto Nardes,
presidente do Tribunal
com O TCU e o MPF • Identificação e atribuitos da entidade; de seu papel.
de Contas da União • Planejamento e resultados alcançados; Por ser um Conselho novo e com espírito inovador, a op-
(TCU), a falta de A intensa atuação do CAU/BR na discussão de • Estrutura de governança e de autocon- ção do CAU/BR foi pela montagem de um canal de diálogo,
planejamento público
legislações e políticas públicas, com boa repercus- trole da gestão; fugindo da concepção ultrapassada de um guichê de registro
no Brasil.
são na mídia, tem aberto portas para audiências e • Programação e execução orçamentária de reclamações – mesmo sendo a porta principal de entrada
debates com órgãos como o Tribunal de Contas da e financeira; das queixas dos profissionais e da sociedade como um todo.
União e o Ministério Público Federal, além de am- • Gestão de pessoal, terceirização de Ocorrências da ouvidoria Para ter credibilidade, o canal de diálogo deveria ter inde-
pliar o leque de parceiros em algumas lutas comuns, mão de obra e custos relacionados; Período: 01 de janeiro a 04 de dezembro de 2014 pendência interna e transparência externa. Não para afastar, ao
como a revisão da Lei de Licitações. • Conformidades e tratamento de dispo- contrário: para se valer da cultura do diálogo para aproximação,
Em julho de 2014, o presidente do CAU/BR foi sições legais e normativas; apuração da verdade e cooperação e na implantação de me-
recebido em audiência pelo presidente do Tribunal • Informações contábeis; lhorias na prestação de serviços.
RRT 18,00%
de Contas da União, ministro Augusto Nardes. A reu- • Outras informações sobre a gestão. Um dos avanços foi a criação do Canal da Ouvidoria no
nião comprovou haver uma grande afinidade de pro-   Outros 16,00% site do CAU/BR e replicado também por alguns CAU/UF que
pósitos entre as instituições. O presidente do TCU tem A Resolução CAU/BR N° 29/2012 (Capí- Dúvida 14,00% implantaram ouvidorias estaduais: Minas Gerais, Mato Grosso
defendido um pacto de governança de gestão para tulo VI) estabelece que o prazo para apresen- do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
o país, objetivando o atendimento com qualidade tação da prestação de contas pelos CAU/UF Anuidade 13,00% Estreando baseada apenas no atendimento telefônico, a
das demandas da população. Levantamentos do TCU ao CAU/BR é até o dia 31 de março no ano Denúncia 13,00% registrou um crescimento da demanda de 0,6 cha-
Ouvidoria
mostram uma enorme defasagem na capacidade dos subsequente, contendo em sua estrutura mados por dia, no início do serviço, em meados de 2012, para
funcionários públicos exercerem plenamente e com informações como o rol de responsáveis, o Registro Profissional 10,00% 15 por dia, em dezembro de 2014.
competência suas funções. Nesse contexto, segundo relatório de gestão (com detalhamento das Carteira Profissional 8,00% As demandas recebidas são respondidas pela própria Ou-
o ministro Augusto Nardes, a revalorização do plane- informações administrativas, estratégicas e vidoria ou por setores responsáveis por serviços específicos. A
Registro de Empresa 3,00%
jamento pelo setor público é fundamental. contábeis), assim como as deliberações da maior parte é atendida em até 48 horas A Ouvidoria tem feito
Para o presidente do CAU/BR, a mitigação do Comissão de Planejamento e Finanças e do Plano de saúde 2,00% um trabalho constante junto aos demais setores para encurtar
planejamento público também se reflete na queda Plenário do CAU/UF quanto à prestação de ainda mais esse prazo.
Acesso SICCAU 1,00%
de qualidade de vida de nossas cidades. E ao invés contas do exercício respectivo. Outra melhoria já aprovada pela Plenária do CAU/BR será
de resgatar o que foi perdido, o Estado brasileiro Portanto, o relatório apresentado aten- CAT 1,00% implementada em 2015. Trata-se da Rede Integrada de Atendi-
está prestes a transferir para as empreiteiras seu de- de tanto aos critérios estabelecidos pelo TCU Resolução 1,00% mento (RIA), para gerenciar o relacionamento e o atendimen-
ver de planejar os espaços públicos urbanos, caso a quanto às normas estabelecidas pelo CAU/ to prestado aos profissionais. A RIA trabalhará em cooperação
nova lei de licitações inclua a possibilidade de licitar BR para a prestação de contas anual. Registro de Pessoa Física 0,04% com a Ouvidoria e vice-versa, mas sem uma ligação hierárqui-
obras com base apenas em anteprojetos. É a cha- ca. Por ter uma filosofia semelhante e complementar ao Centro
mada “contratação integrada” – que tem sido, inclu- Total de ocorrências: 1.979 de Serviço Compartilhado (SCS), a RIA ficará a ele vinculado.​
sive, objeto de críticas por auditores do TCU. A mes-
ma situação acontece no MPF, com quem o CAU/
BR mantem um canal de diálogo e troca de infor-
mações sobre o valor do projeto nas obras públicas.

66 67
Câmara Legislativa do Distrito Federal. Projeto do escritório Projeto Paulista de Arquitetura. Foto de Nelson Kon.

68
TÍTULO TITULO

PARTE III:

e internacional
Atuação política
TÍTULO TITULO

69
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 SEMINÁRIO LEGISLATIVO

No 2º Seminário Legislativo, foram feitas ava- sário. O CAU/BR trabalhou, então, para emendar o
liações dos encaminhamentos do primeiro semi- projeto, mas a pressão política do Governo impe-
nário, bem como levantamento das novas ações diu qualquer modificação. Sem desistir do assunto,
necessárias para efetivação da atuação do Conselho o CAU/BR passou a apoiar iniciativa da Secretaria
de Arquitetura e Urbanismo do Brasil no Congresso da Micro e Pequena Empresa da Presidência visan-

Seminários Nacional.
Os principais encaminhamentos do 2º Semi-
nário Legislativo foram:
do a revisão da tabela das alíquotas de impostos
para a maioria das prestadoras de serviço.
O CAU/BR igualmente tem acompanhado

Legislativos 1 - Buscar atuação junto à Presidência da Repú-


blica e ao Ministério do Planejamento, Orça-
mento e Gestão para intervir no processo le-
a tramitação do projeto do novo Código Penal
brasileiro, que inova ao prever a corrupção entre
particulares, o que reforça os preceitos do Código
Evento anual promovido pelo CAU/BR gislativo da nova lei de licitações (revisão da de Ética e Disciplina do Arquiteto e Urbanista, que
busca influenciar produção de leis em Lei 8.666/1993); condena o pagamento de comissões por fornece-
defesa dos interesses da Arquitetura 2 - Buscar aproximação com o TCU e com o Minis- dores aos profissionais.
e do Urbanismo tério Público para atuar conjuntamente contra Vários outros projetos também foram objeto
a “contratação integrada” prevista no RDC; de debate e aprimoramento. Para sistematização
Haroldo Pinheiro 3 - Divulgar no âmbito da administração pública desse trabalho conjunto, foi composta uma rede
(CAU/BR), deputado federal a modalidade de concurso público parlamentar de representantes estaduais, alimenta-
Fernando Ferro (PT-PE)
Como parte de sua responsabilidade cidadã, e compartilhadas do arquiteto e urbanista; e Jeferson Salazar
para contratação de projetos para obras de da virtualmente, por meio de envio de informativos
técnica e profissional no processo legislativo, o CAU/ 4 - Acompanhar a regulamentação dos tecnólo- (FNA) na abertura do I edificações; e divulgação da estratégia de atuação em cada es-
BR promoveu em maio de 2013 e em março de 2014, gos na área de Arquitetura e urbanismo; Seminário Legislativo 4 - Discutir e negociar alterações ao PL 4.692/2012, tado da federação.
do CAU/BR.
respectivamente, o 1º e o 2º Seminários Legislativo de 5 - Atuar para que a Segurança do Trabalho seja que regulamenta a profissão de designer de in- Os Seminários, organizados pela Assessoria
Arquitetura e Urbanismo. Nos eventos, realizados nas considerada uma especialização; teriores no Brasil; de Relações Institucionais e Parlamentares, são um Arquitetos e urbanistas
dependências do Congresso Nacional, reuniram-se re- 6 - Discutir a qualidade de ensino na Arquitetura 5 - Quanto ao PL 2.043/2011, que regula a profis- exemplo que a assessoria legislativa deve ser feita circulam pelo
Congresso Nacional
presentantes do CAU/BR, CAU/UF e entidades do setor, e Urbanismo, acesso e permanência na profis- são de paisagista, foi sugerida elaboração de de forma profissional, ética e organizada e de que o para conversar
que analisaram e elaboraram encaminhamentos para são e exame de proficiência ou ordem; um parecer sobre seus conflitos com a Lei N° trabalho coletivo entre CAU, entidades e profissionais com deputados e
projetos de lei que influenciam a Arquitetura e Urbanis- 7 - Analisar e contribuir com as discussões que o 12. 378/2010. Se não for possível arquivar o PL, pode contribuir para a elaboração de políticas de Es- senadores.
mo no Brasil. Com o apoio da Frente Parlamentar em Congresso tem feito sobre o Estatuto da Cida- o CAU/BR deve propor emendas para impedir tado voltadas para a Arquitetura e Urbanismo e res-
Defesa da Engenharia, Arquitetura e Agronomia, foram de (Lei 10.257/2001) e o Estatuto da Metrópo- a atuação dos paisagistas nas competências ponsáveis pela construção de cidades melhores.
promovidas audiências com diversos parlamentares. le (PL 3460/2013, em tramitação na Câmara). dos arquitetos e urbanistas;
Em ambos os seminários, grupos se reuniram O teor principal do Estatuto da Cidade, uma 8 - Quanto PLC 13/2013, que caracteriza como
para discutir os cinco eixos temáticos: 1. Exercício conquista importante, encontra-se em risco carreira típica de Estado a Arquitetura e Urba-
profissional da Arquitetura e Urbanismo; 2. Regula- em razão da falta de uma implementação nismo, foi sugerida a elaboração de emendas,
mentação de Profissões e Controle Ético; 3. Educa- total, bem como da existência de projetos si- para incluir a Lei N°. 12.378/2010, bem como
ção, Ensino e Formação; 4. Administração, Finanças multâneos de alterações. Portanto, sugere-se agendar reunião com o Senador Romero Jucá,
e Relações Trabalhistas; 5. Urbanismo. o assessoramento do CAU para a estruturação relator da matéria na Comissão de Constitui-
especifica de leis mais amplas e detalhadas so- ção e Justiça.
Os principais encaminhamentos do primeiro bre o assunto;
Seminário foram: 8 - Participar do Conselho Nacional das Cidades Quanto ao projeto do Simples Nacional, a con-
1 - Revisar o Estatuto dos Portadores de Necessi- – projeto de lei que cria o Sistema Nacional de clusão do Seminário foi que este beneficiaria vários
dades Especiais e a ABNT NBR 9050, que tra- Desenvolvimento Urbano; arquitetos pela simplificação tributária, o que foi
ta da acessibilidade a edificações, mobiliário, 9 - Tornar como um dever dos arquitetos e urbanis- confirmada por declarações do senador José Pimen-
espaços e equipamentos urbanos; e trabalhar tas o apoio à Carta Brasileira da Paisagem e futu- tel (PT-CE), líder do Governo, ao grupo de trabalho
para apensar projetos que tratem do mesmo ramente à Convenção Mundial da Paisagem; que o visitou.
assunto, facilitando a discussão em bloco; 10 - Defender que projetos de Arquitetura e Urbanis- Posteriormente, entretanto, o corpo técnico
2 - Trabalhar na fiscalização de pessoas que atu- mo e de Engenharia precedam qualquer obra, do CAU/BR verificou que, em razão de algumas
am em atribuições dos arquitetos e urbanistas não sejam produtos e sim serviços e não possam mudanças solicitadas pela Receita Federal, o pro-
de forma irresponsável e, muitas vezes, até cri- ser contratados por meio de pregão eletrônico; jeto não iria diminuir a carga tributária para os ar-
minosa, sendo eles profissionais ou não; 11 - Participar ativamente do Fórum dos Conselhos quitetos, apesar de conter itens importantes para
3 - Regulamentar urgente as atividades privativas de Profissões Regulamentadas (“Conselhão”). desburocratizar a vida do micro e pequeno empre-

70 71
SEMINÁRIO LEGISLATIVO RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Senador José Pimentel


(PT-CE) conversa sobre
pautas de interesse de
arquitetos e urbanistas
com Gilson Paranhos,
chefe da Assessoria de
Relações Institucionais e
Parlamentares do CAU/
BR; Haroldo Pinheiro,
MP 630 e nova
presidente do CAU/BR;
e José Eduardo Tibiriçá,
ouvidor-geral do
Conselho.
lei de licitações
Defesa da qualidade e eficiência nas obras
públicas no Brasil foi a principal pauta
política do CAU/BR

Estudantes protestam no Congresso Nacional contra a aprovação da MP 630/2013.

Envolvimento da categoria Revisão e divulgação de normas da ABNT


dá força ao CAU/BR O dia 20 de maio de 2014 entrou para a histó- OS MALES DO RDC
As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ria do CAU/BR. Nessa data, um acordo de lideranças Um dos problemas do RDC é a “contratação
O envolvimento da categoria no amparo a es- (ABNT) que tratam de projetos de Arquitetura e Urbanismo, estu- do Senado levou a senadora Gleisi Hoffmann (PT- integrada”, modalidade que permite a licitação de
sas lutas também tem sido importante aliado nas do preliminar, anteprojeto, projeto completo e projeto executivo -PR) a recuar de sua proposta de generalizar o uso obras públicas com base apenas em anteprojetos,
conquistas obtidas. Em dezembro de 2014, depois estão sendo revisadas por iniciativa do CAU/BR. Oficialmente ins- do RDC (Regime Diferenciado de Contratações Pú- deixando para as empreiteiras a incumbência de
de uma petição online promovida pelo CAU/BR, que tituídas em setembro de 2014, as comissões reativadas tratam das blicas) para todas as obras públicas do Brasil. “projetar, construir, fazer os testes e demais ope-
em dez dias recebeu 6.516 assinaturas, o senador seguintes normas: Foi uma vitória de todas as entidades de Arqui- rações necessárias e suficientes para a entrega da
Francisco Dornelles (PP-RJ) mudou o relatório sobre tetura e Engenharia do país, que se opuseram desde obra”. A proposta da senadora acrescentava ainda ao
o projeto de lei que estabelece a Política Nacional de • CE-02:138.42 (Comissão de Estudo de Elaboração de Proje- o início à iniciativa. O CAU/BR teve protagonismo “pacote” a possibilidade das empreiteiras, caso qui-
Manutenção Predial, o PLC 31/2014. Seu primeiro pa- tos, Representação Gráfica e Atividades Técnicos de Arqui- marcante em boa parte das iniciativas contrárias à sessem, manterem ou operarem por até cinco anos
recer excluía a participação de arquitetos e urbanistas tetura): medida, promovendo debates, audiências, petições os empreendimentos por elas erguidos. Além disso,
em inspeções técnicas obrigatórias em edificações. - ABNT NBR 6492:1994 – Representação de projetos de Arquite- de protesto e manifestações públicas (inclusive no a modalidade dispensa as construtoras de apresen-
Apenas os engenheiros civis seriam habilitados para tura; Congresso), além de publicação de nota oficial, arti- tarem ao poder público suas matrizes de custos, ao
a função, conforme proposto no projeto original. - ABNT NBR 13531:1995 – Elaboração de projetos de edifica- gos e entrevistas na imprensa. contrário do método convencional.
Essa foi a segunda petição pública lançada ções – Atividades técnicas; O início de tudo foi a MP 630/2013, apresen- Na prática, isso significa transferir para as cons-
pelo CAU/BR. A primeira, contra a MP 630/2013, em - ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos de edifica- tada ao Congresso pela presidente da República, trutoras responsabilidades governamentais, “o me-
maio, obteve 4.828 assinaturas em uma semana. ções – Arquitetura. Dilma Rousseff, em dezembro de 2013. Editada na lhor caminho para o aumento dos custos, para a
Outra matéria em tramitação no final de 2014 • CE-02:139.09 (Comissão de Estudo de Participantes dos In- esteira da crise dos presídios do Maranhão, seu ob- diminuição da qualidade e para a consagração da
na mesma CCJ do Senado é o projeto que conside- tervenientes em Serviços e Obras de Engenharia e Arquite- jetivo era possibilitar o uso do RDC na construção corrupção nos contratos de obras”, como enfatizado
ra as carreiras públicas de arquiteto, engenheiro e tura): ou reformas de estabelecimentos penais e unida- no documento “As Obras Públicas e o Direito à Cida-
engenheiro agrônomo como essenciais e exclusivas - ABNT NBR 5671:1990 – Participação dos intervenientes em des socioeducativas para adolescentes infratores. de”, divulgado na mesma época por onze entidades
de Estado. serviços e obras de Engenharia e Arquitetura. Criado inicialmente para atender as obras “com dos setores de Arquitetura e Engenharia, entre elas
Após aprovado por 8 votos a 6 na CCJ, o projeto data marcada” da Copa do Mundo de 2014 e das o CAU/BR e as demais componentes do CEAU (Co-
deveria seguir direto para sanção presidencial, mas O objetivo central é debater e atualizar normas relacionadas Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, o RDC já legiado Permanente das Entidades Nacionais dos Ar-
o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) apre- ao projeto, consolidando-as em uma proposta que passará por tinha sido expandido aos poucos para obras do quitetos e Urbanistas): IAB (Instituto de Arquitetos do
sentou dias depois recurso de pauta, com adesão consultas públicas antes de entrar em vigor. As normas revisadas PAC, do SUS e alguns outros grandes empreendi- Brasil), FNA (Federação Nacional de Arquitetos e Ur-
de outros pares, no sentido da matéria ser encami- deverão colaborar para a consolidação das terminologias de Ar- mentos considerados estratégicos. banistas), AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios
nhada à discussão em plenário. O CAU/BR e diversas quitetura, como anteprojeto e projeto completo, além de valorizar Nomeada relatora da matéria, logo após deixar de Arquitetura), ABEA (Associação Brasileira de Ensino
outras entidades do setor, como a ANSEAF (Asso- o projeto como instrumento de qualificação de nossas cidades e a Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sur- de Arquitetura), ABAP (Associação Brasileira de Arqui-
ciação Nacional dos Servidores Engenheiros(as), edificações públicas. preendeu a todos ao propor em fevereiro de 2014, a tetura Paisagística) e FeNEA (Federação Nacional dos
Arquitetos(as) e Agrônomos(as) do Poder Executivo Entre outras entidades, participam dos trabalhos de revisão a liberação do uso do instrumento para todas as obras Estudantes de Arquitetura e Urbanismo).
Federal) e o Sistema Confea/CREA, trabalharam pela FNA, o IAB, a AsBEA, a ABEA, a ABAP, o SECOVI-SP e o SINAENCO. públicas, em todas as esferas administrativas, trans- A contratação apenas com anteprojeto encurta
aprovação da proposta ainda em 2014. formando em regra o que deveria ser exceção. só o prazo da licitação, sem reflexo real no prazo de

72 73
MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES

entrega das obras, “enquanto seus custos têm sofrido grandes das cidades.  Para ela, a MP 630/2013 atrofiaria o po-
aumentos”, como ressaltado no documento. Em contraponto, der, “fazendo o governante prisioneiro de um sistema
o CAU/BR e demais instituições defendiam a independência que não lhe permite exercer o papel para o qual ele
entre quem projeta e quem constrói, devendo as obras serem foi eleito”. No limite, a MP 630 entrega o governo da
licitadas apenas após a elaboração de projetos completos, “con- cidade a alguém que não foi eleito para isso. A própria
dição indissociável de uma boa obra, de menores prazos e me- dimensão da política sairá chamuscada”.
nores preços”. A Conferência de Fortaleza ampliou a exposi-
ção e debate do tema, que passou a ganhar maior
PROTESTOS espaço na mídia, com frequentes citações da atua-
Apesar das manifestações públicas contrárias ao parecer ção do CAU/BR e publicação de três diferentes arti-
da senadora - inclusive editorais de grandes jornais do país - o gos de seu presidente em três semanas.
documento foi aprovado pela Comissão Mista do Congresso No dia 14 de maio, dos 18 senadores que
e, em seguida, pela Câmara dos Deputados. Uma semana an- usaram a tribuna, 15 se colocaram contra o projeto
1 tes, o CAU/BR havia promovido um protesto de profissionais e defendido pela relatora, senadora Gleisi Hoffmann
estudantes na frente do Congresso. (PT-PR). No dia anterior, o CAU/BR e o Sinaenco
Em nova reação, o CAU/BR, em sua 9ª Plenária Ampliada, (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e
no início de abril, divulgou uma nota oficial do Conselho em Engenharia Consultiva) divulgaram dados compro-
repúdio à ampliação do uso do RDC para todas as licitações vando o fracasso do uso do RDC nas obras do “le-
públicas de contratos de Engenharia e Arquitetura – tanto de gado da Copa”. Para impedir a derrota da proposta
obras como serviços. Publicado nos cinco maiores jornais do naquela sessão, parlamentares do PT se retiraram
país, o informe enfatizava que a contratação da obra antes da do Plenário e a votação foi adiada por falta de
existência de projeto envolve grandes riscos, como: quórum. Antes, o senador Aloysio Nunes Ferreira
• A falta de transparência da contratação, prejudicando o (PSDB-SP) requisitara votação nominal para o texto
cidadão de acompanhar como seu dinheiro é emprega- original da MP 630/2013, enviado pela Presidência
do pelo governo; da República. Um destaque  foi apresentado pelo
• A negligência com a qualidade da obra em favor do lucro senador Pedro Taques (PDT-MT). Nele, se propunha
maior, o que interessa só às construtoras; a ampliação do RDC apenas para a construção de
• A inexistência de parâmetros para garantir o preço justo presídios e unidades socioeducacionais. PMDB,
2
e controlar o aumento dos custos; DEM, PSC, PSOL, PSB, PP, PDT e a liderança da mi-
• A inviabilidade de tribunais de contas exercerem seu noria apoiaram a ideia.
papel de fiscalização. E, finalmente, no dia 20 de maio, com 57 parla-
mentares presentes no Plenário do Senado, depois
“Em respeito aos brasileiros, é preciso que o Senado de negociações com as lideranças partidárias, a se-
Federal reverta esse temeroso cenário”, dizia o comunicado, nadora Kátia Abreu (PMDB-TO) pediu a palavra, fez
apoiado por todas as entidades que compõe o CEAU. (Leia a um apelo para Gleisi Hoffmann recuar de seu pare- Na foto de cima,
íntegra na página 79) cer e não se opor ao requerimento apresentado na As entidades do setor de Arquitetura e En- entidades nacionais
de Arquitetura e
Mesmo fora de pauta, o assunto foi um dos destaques sessão anterior, dando preferência à votação do tex- genharia são a favor da revisão da lei em vigor, a Urbanismo conversam
da 1ª Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo do to original proposto pela presidente da República. A 8.666/1993, desatualizada em vários aspectos, mas com a ministra da
Brasil, promovida pelo CAU/BR em Fortaleza, de 22 a 25 de senadora paranaense aceitou. A decisão do Senado defendem uma discussão sem açodamento, de ma- Secretaria de Relações
Institucionais, Ideli
abril de 2014. O jornalista Washington Novaes, um dos deba- foi referendada pela Câmara em regime de urgência, neira a que a sociedadade possa democraticamente
Salvatti, sobre licitações
tedores, disse que a proposta era “um deboche com a socie- resultando na Lei N° 12.980/2014, sancionada pela participar do debate, uma vez que as decisões im- sem projeto completo.
3 dade brasileira”. presidente da República em 28 de maio. pactarão em todas as licitações e contratações do Na imagem de baixo,
Também palestrante, o jornalista Paulo Markun concla- Como parte do acordo entre as lideranças dos poder público, em todas as esferas. arquitetos e urbanistas
são recebidos pelo
mou o Conselho a chamar para a luta “os profissionais de ou- partidos, a discussão do PLS 559/2013, que trata da A base aliada do governo, contudo, tentou presidente da Câmara
A VOZ DO CAU NA IMPRENSA tros conselhos, pois essa é uma causa acima de profissões, é revisão da Lei de Licitações, ganhou prioridade no aprovar o projeto às pressas, levando-o a votação dos Deputados,
Em reportagens e artigos, Conselho mostrou problemas e prejuízos uma causa da sociedade”. Senado. O projeto é fruto do trabalho de uma Co- em agosto de 2014. Uma nova movimentação do Henrique Eduardo
que o RDC traria para o país. Alves (PMDB-RN), para
Por sua vez, a sociológica Maria Alice Rezende de Carvalho missão nomeada pelo presidente do Senado, Renan CAU/BR, com ampla divulgação pela mídia nacional, discutir tramitação da
1) Artigo de Haroldo Pinheiro no Correio Braziliense (05/05/2014). foi enfática ao afirmar que a MP 630/2013 era um instrumento Calheiros, em junho de 2013, e teve como relatora levou o governo a solicitar uma análise do projeto, MP 630/2013.
2) Artigo de Haroldo Pinheiro no jornal O Globo (03/08/2014). que vai em sentido oposto a tudo o que os movimentos sociais a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Entre seus 175 congelando sua tramitação no Senado. Após as elei-
3) Reportagem da revista IstoÉ (01/08/2014). e a Constituição Federal de 1988 haviam fixado: uma boa regu- artigos, o PLS 559/2013 incorpora alguns instrumen- ções nacionais de outubro, o projeto voltou à pauta,
lação urbana que combina o fortalecimento do controle social tos do RDC, inclusive generalização da “contratação não tendo sido examinado até a primeira quinzena
com a dinamização de iniciativas que promovam a revitalização integrada”. de dezembro de 2014.

74 75
MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES

CRONOLOGIA 26/02/14 matérias estranhas ao objeto inicial da matéria – e olhando a paisagem de arranha-céus, que não se
DE UMA CONQUISTA HISTÓRICA Levantamento do jornal “Valor Econômico” prometeu fazer isso. vê uma única figura nas janelas e sacadas – quem
revela que o RDC trouxe pouca vantagem de re- quer contemplar seus arredores?”.
dução de custos em 106 obras em que foi utilizado 09/04/14
24/12/13 pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestru- O Plenário da Câmara aprova a MP 630/2013 05/05/14
A Presidência da República envia ao tura de Transportes). Nas grandes obras, de valor da forma proposta pela Comissão Mista, rejeitando O “Correio Braziliense” publica o artigo “Na
Congresso a MP 630/2013, alterando a Lei acima de R$ 100 milhões, a diferença entre o valor por 168 votos contra 166 a conversão para o texto contramão das ruas”, do presidente do CAU/BR,
12.462/2011, que criou o Regime Diferenciado estimado e o contratado foram mínimas, o que co- original proposto pela Presidência da República. em defesa do projeto completo elaborado antes e
de Contratações Públicas (RDC), propondo a uti- loca em questionamento os argumentos dos de- de forma independente da contratação das obras
lização do mecanismo na contratação de obras fensores do regime. 11/04/14 públicas para que essas tenham qualidade. Caso
e serviços de Engenharia para construção, am- A 9ª Reunião Plenária Ampliada do CAU/BR, contrário, afirma, estaremos caminhando na con-
pliação e reforma de estabelecimentos penais 25/03/14 em Brasília, com a presença dos conselheiros fede- tramão do que pediram os manifestantes de 2013.
e unidades de atendimento socioeducativo. Em Comissão Mista do Congresso aprova pare- rais e presidentes dos CAU/UF, aprovou manifesto A pedido do senador Pedro Simon (PMDB-RS), sua
sua versão original, o RDC seria utilizado só nas cer da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora público em repúdio à aprovação pela Câmara dos íntegra foi incluída nos anais do Senado.
obras do “legado da Copa” de 2014 e das Olimpí- da MP 630/2013, ampliando o escopo da proposta Deputados da MP 630/2013, apelando para o Se-
adas e Paraolimpíadas de 2016. da Presidência da República ao permitir o uso do nado rejeitar a medida. O texto é publicado no dia 08/05/14
mecanismo para todas as obras públicas do país 13 nos jornais “O Globo”, “Folha de S. Paulo”, “O Esta- O “Valor Econômico” publica o editorial “Os
10/02/14 (da União, dos estados e dos municípios). do de S. Paulo” e “Correio Braziliense” e no dia 14 no riscos da generalização da contratação integra-
Onze entidades de Arquitetura e Engenha- “Valor Econômico”. (Leia íntegra na página 79) da”, chamando a atenção para o fato das licitações
ria, entre elas o CAU/BR, lançam o documento “As 25/03/14 serem uma das principais fontes de corrupção no
Obras Públicas e o Direito à Cidade” (*), com críticas O jornal “O Estado de S. Paulo” publica o edi- 22 A 25/04/14 Brasil, o que a “contratação integrada” do RDC não
e sugestões para a revisão do RDC e das licitações torial “O fim da lei de licitações?”, onde critica a de- Mesmo não constando da programação ini- resolve, pois o poder público terá apenas uma vaga
(8.666/93), destinado ao governo federal, aos par- cisão dos congressistas e as seguidas medidas pro- cial, a MP 630/2013 ganha destaque e repúdio unâ- noção do que contratará por falta de um projeto
lamentares do Congresso Nacional e aos ministros visórias do governo que possibilitaram a extensão nime na 1ª Conferência Nacional de Arquitetura e completo. Além disso, diz o jornal que, ao contrário
do Tribunal de Contas da União (TCU). do RDC para diversos tipos de empreendimentos, Urbanismo, promovida pelo CAU/BR em Fortaleza. do que dizem seus defensores, a MP 630/2013 não
não apenas para a Copa do Mundo e para as Olim- acaba com artifícios de contratos de obras.
(*) Além do CAU/BR, são signatários do docu- píadas e Paraolimpíadas, seu objetivo inicial. 23/04/14
mento IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), FNA (Fe- O CAU/BR disponibiliza petição pública onli- 12/05/14
deração Nacional dos Arquitetos e Urbanistas), AsBEA 27 e 28/03/14 ne, dirigida aos senadores, contra a aprovação da O CAU/BR divulga nota contestando discur-
(Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), O CAU/BR promove, no Congresso, o 2º Semi- MP 630/2013, que obteve 4.819 assinaturas. so da senadora Gleisi Hoffmann de 09/05, pelos “di-
ABEA (Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura), nário Legislativo, reunindo arquitetos e parlamen- Em paralelo, o portal do CAU/BR divulga os versos equívocos e inacreditável desconhecimen-
ABAP (Associação Brasileira de Arquitetura Paisagísti- tares para debater os principais projetos de lei que emails de todos os senadores, convocando os arqui- to das atividades dos arquitetos e urbanistas”. Com
ca), FeNEA (Federação Nacional dos Estudantes de Ar- afetam a profissão. Estiveram presentes os presiden- tetos de todo o país a enviarem suas manifestações. o objetivo de defender a “contratação integrada”, a
quitetura e Urbanismo), Confea (Conselho Federal de tes de todas as entidades do CEAU. A MP 630/2013 senadora afirmara, entre outras coisas, que o ante-
Engenharia e Agronomia), ANSEAF (Associação Na- é um dos tópicos principais. Com a colaboração da 28/04/14 projeto “basta para dar linha e dizer o que quere-
cional dos Servidores Públicos Engenheiros, Arquite- Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia, Ar- A “Folha de S. Paulo”, em sua edição onli- mos daquela obra”.
tos e Agrônomos do Poder Executivo Federal), FEBRAE quitetura e Agronomia, foram realizadas audiências ne, publica o artigo “Bom senso nas licitações”,
(Federação Brasileira de Associações de Engenheiros) com diversos deputados e senadores. do presidente do CAU/BR. Ele afirma que a MP 13/05/14
e a AEP/SP (Associação dos Arquitetos, Agrônomos e 630/2013 significa entregar tudo aos empreitei- CAU/BR e o Sinaenco (Sindicato Nacional
Engenheiros Públicos de São Paulo). 02/04/14 ros, inclusive o planejamento dos espaços públi- das Empresas de Arquitetura e Engenharia Con-
Um grupo de cerca de cem arquitetos, urba- cos de nossas cidades. sultiva) divulgam o “placar da Copa”, mostrando
21/02/14 nistas, engenheiros e estudantes de Arquitetura o fracasso do uso do RDC nas obras do chamado
As entidades que compõem o CEAU (Cole- realiza um ato público em repúdio à MP 630/2013 02/05/14 “legado da Copa”. Restando um mês para o início
giado das Entidades Nacionais dos Arquitetos e diante do Congresso. Para marcar o protesto, os “O Estado de S. Paulo” publica o artigo “Cui- do torneio da FIFA, dos 16 contratos de mobili-
Urbanistas), entre elas o CAU/BR, entregam o do- manifestantes utilizam mascaras de Oscar Nie- dar das cidades para onde ninguém mais olha”, dade urbana feitos via RDC (correspondentes a
cumento “As Obras Públicas e o Direito à Cidade” meyer e Lucio Costa. do jornalista Washigton Novaes, que considera a nove obras ou 27 por cento dos investimentos
à então ministra Ideli Salvati, da Secretaria de Re- Em audiência com o presidente do CAU/BR e MP 630/2013 uma aberração por ir contra o pla- totais nesse campo), só um tinha sido concluído
lações Institucionais da Presidência. Ela promete representantes das entidades do setor, o presiden- nejamento urbano, algo decisivo para restabelecer no prazo. Na área de aeroportos, de um total de
agendar encontro das entidades com os relatores te da Câmara, Henrique Alves, revela que a Secreta- a qualidade de vida nas cidades. “Hoje, já temos 26 contratos feitos via RDC (abrangendo 11 obras
das revisões das leis do RDC e das licitações, o ria-Geral da Mesa havia recomendado expurgar da uma indicação de que as pessoas estão perdendo em sete aeroportos), só três estavam dentro do
que acaba não acontecendo. MP 630/2013 as mudanças propostas, por serem o prazer de viver nos espaços urbanos: basta ver, cronograma físico-financeiro planejado. Os nú-

76 77
MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES MP 630 E NOVA LEI DE LICITAÇÕES

meros desmentem o argumento do governo de Após acordo entre as lideranças do Senado INFORME PUBLICITÁRIO Nota oficial do CAU/BR
que o uso do RDC agiliza a entrega das obras. – incluindo partidos da base aliada – a senadora em repúdio à MP 630
foi publicada nos
Kátia Abreu (PMDB-TO) apela para a senadora Glei- jornais Folha de S.
14/05/14 si Hoffmann (PT-PR) recuar em seu parecer, acei- Paulo, O Estado de S.
Primeira votação no Senado, quatro horas tando a aprovação apenas do texto original dado Paulo, O Globo, Correio
Braziliense e Valor
de debates. Dos 18 senadores que usaram a tri- à MP 630/2013 pela Presidência da República. A Econômico.
buna, 15 se colocaram contra o projeto defendido senadora paranaense cede. O projeto original é
pela relatora, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), aprovado, obtendo o referendo da Câmara cinco
inclusive membros da base aliada. O que disseram dias depois. O CAU/BR e demais entidade da Ar- ARQUITETOS E URBANISTAS REPUDIAM
alguns deles: quitetura, Urbanismo e Engenharia comemoram a
• Pedro Simon (PMDB-RS): “De tudo o que co- conquista histórica e iniciam uma nova vigília para AMPLIAÇÃO DA CONTRATAÇÃO DIFERENCIADA
nheço, há 35 anos nesta Casa, não conheço
matéria que vai envergonhar mais quem votou
monitorar o encaminhamento do PLS 559/2013,
que trata da revisão da Lei 8.666/1993), cuja urgên-
PARA TODAS AS OBRAS PÚBLICAS
nela do que esta”; cia na tramitação fez parte do acordo das lideran-
• Lindbergh Farias (PT-RJ): “Os manifestantes ças para convencer a senadora paranaense. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) repudia veementemente
que foram às ruas em junho de 2013 reclama- a aprovação pela Câmara dos Deputados da MP 630/13, que amplia o Regime Diferenciado
vam da falta de debate do poder público com 26/05/14 de Contratações Públicas (RDC) para todos os tipos de licitações e contratos de engenharia e
arquitetura – tanto de obras quanto de serviços – em todas as esferas administrativas.
a sociedade. Vocês acham que a empresa vai Editorial “Demais até para o Senado”, do jornal
fazer debates com a sociedade?”; “O Estado de S. Paulo”, destaca que nem a base mais O RDC permite a “contratação integrada” das obras públicas, o que deixa por conta das
• Roberto Requião (PMDB-PR): “Este projeto re- fiel e articulada no Congresso “engoliu com docili- empreiteiras a incumbência de “projetar, construir, fazer os testes e demais operações
necessárias e suficientes para a entrega da obra”.
voga o planejamento no Brasil. É a consagra- dade a tentativa do governo de estender o Regime
ção da anarquia no governo federal, nos gover- Diferenciado de Contratações para todas as licita- Em outras palavras, a contratação da obra é feita antes de existir projeto! Dai, sem
nos estaduais e nas prefeituras”; ções públicas”. O CAU é citado e, vários de seus ar- conhecer o que contratou, o governo não tem como fiscalizar nem como ter certeza dos
• Pedro Taques (PDT-MS): “Só a existência de um gumentos contrários à MP 630/2013, mencionados. custos reais da obra.
projeto completo coíbe aos aditivos contratu-
ais. Sem projeto, a administração pública não SÃO MUITOS OS RISCOS ENVOLVIDOS.
terá qualquer meio para prevenir a oferta de • A qualidade da obra é negligenciada em favor do lucro maior;
propostas vexatórias”; • Sem um projeto completo elaborado antecipadamente à licitação das obras, a
• Rodrigo Rollemberg (PSB-DF): “O RDC não administração não tem parâmetros orçamentários para garantir o preço justo e
funcionou. Temos obras inacabadas, perdemos controlar o aumento de custos;
capacidade de controle”; • Os tribunais de contas terão seus trabalhos praticamente inviabilizados.
• Alvaro Dias (PSDB-PR): “A aprovação da medi- Parceria com Sinaenco produz
da seria um crime lesa-pátria”; importantes dossiês A MP 630/13 compromete o dever do Estado de planejar as áreas públicas de nossas
• Randolfe Rodrigues (PSOL-AP): “A exceção cidades, transferindo-o para as empreiteiras. Argumenta-se que o RDC agiliza as
passará a virar regra. Será a festa das emprei- O Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas construções, no entanto, a experiência na pratica não comprovou a eficiência e eficácia desse
instrumento. Ao contrário, é fato reconhecido por todos que é a falta de projeto o principal
teiras. Os financiamentos de campanha são de Arquitetura e Engenharia Consultiva) e o
fator de atrasos e de aumento de custos de obras.
cumplices de votações como esta”. CAU/BR elaboraram conjuntamente, em 2014,
dois dossiês comprovando a ineficiência dos Em respeito aos brasileiros, é preciso que o Senado Federal, a quem cabe agora
examinar a MP 630/13, reverta esse temeroso cenário.
Para impedir a derrota da proposta naquele instrumentos diferenciados de licitação. O
dia, parlamentares do PT se retiraram do Plenário e primeiro, de maio, revelou que um mês antes Esta manifestação é apoiada pelas entidades que integram o CEAU (Colegiado
a votação foi adiada por falta de quórum da Copa do Mundo apenas um contrato para Permanente das Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas):
obra de mobilidade urbana, entre 16 licitados Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB),
20/05/14 via RDC, tinha sido concluído. No setor aero- Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA),
Em sua edição online, a revista “Veja” publica portuário, entre 26 contratos licitados via RDC, Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA),
no blog do jornalista Augusto Nunes o artigo “O só três terminaram no prazo. Em novembro,
Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA),
que (e quem) está por trás da MP 630?”, do presi- outro dossiê analisou 251 contratos realiza-
Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP),
dente do CAU/BR. Ele cobra os defensores da MP dos em dois anos pelo DNIT (Departamento
630/2013: “Se apreciam a democracia, essas forças Nacional de Infraestrutura de Transportes) e  Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA).
deveriam aparecer e apresentar seus argumentos. comprovou que a contratação integrada é a
Por que se escondem?”. mais ineficiente das modalidades do RDC.
  www.caubr.gov.br

78 79
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES

Conferência, em 2005. O SNDU, entre outros itens,


especifica mais claramente a competência e respon-
sabilidade participação de cada ente federativo nas
questões urbanas, aproxima os cidadãos da gestão
urbana e viabilizaria o debate de uma Política Nacio-
nal de Desenvolvimento Urbano.
O CAU/BR também coordenará a elaboração
de propostas do ConCidades para a pré-conferên-
cia da Habitat III, que se realizará em 2016. O Con-
selho esteve representado no VII Fórum Urbano
Mundial, promovido pela Habitat em Medellin, na
Colômbia, em 2014.
Da maior importância foi a participação do
CAU/BR no Seminário de Política Urbana Q+50, uma
iniciativa do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) que
visa a reforçar decisivamente a agenda política das
cidades brasileiras. O evento, realizado em agosto de
2013, comemorou os 50 anos do histórico Seminário
Nacional de Habitação e Reforma Urbana, realizado
no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, em 1963. Haroldo Pinheiro,
O documento final faz a defesa do conceito econômico, devem possuir o Estatuto da Metrópole presidente do CAU/
BR, toma posse
de qualidade urbana como elemento indutor de e políticas que articulem seus problemas essenciais: como conselheiro do
desenvolvimento econômico e de investimentos a mobilidade, a habitação, a questão ambiental e Conselho das Cidades
públicos sempre mediados pela cidadania organiza- a desigualdade social, elementos interligados que (ConCidades). A
engenheira eletricista
da. Entre as propostas apresentadas e apoiadas pelo não podem ser tratados de forma isolada. “Falta a Michelle Palladino,
Região central CAU/BR, estão a criação de uma meta nacional de governança territorial como instrumento de articu- do Confea, é a sua
da cidade de São urbanização de favelas; o juro zero subsidiado para lação formal dos governos locais que constituem a suplente.
Paulo. Foto de
Nelson Kon. a habitação, sem intermediação de construtoras; e a metrópole, com a participação do respectivo estado
restrição de ocupação de programas como Minha e da União”, tem repetido em entrevistas e seminá-
Casa Minha Vida em áreas consolidadas, dentro do rios o presidente do CAU/BR.
tecido urbano, com variações tipológicas. Outra ação do CAU/BR tem sido combater

Discussões sobre as cidades O Q+50 recomendou ainda a criação de me-


canismos que obriguem a licitação de obras públi-
cas somente a partir de projetos completos, a obri-
tentativas de desfiguração e eficácia do Estatuto da
Cidade, uma conquista importante. O Estatuto não
foi implementado de forma total e existe hoje no
Com a eleição para participar do Conselho das Cidades, CAU/BR conquista novos gatoriedade da realização de concursos públicos Congresso uma série de projetos simultâneos pre-
espaços de atuação para discutir o desenvolvimento urbano no país nessas intervenções e a implantação de sistemas de vendo alterações de alguns de seus pontos.
planejamento urbano ou metropolitano permanen- Outra frente em que o CAU/BR tem atuado
tes como função de Estado. nesse sentido é junto à Justiça. Existe um risco sério
Em conformidade com as atribuições dadas foram tiradas sugestões para o Seminário das Cida- Esses temas passaram a guiar as principais de o Supremo Tribunal Federal declarar constitucio-
aos arquitetos e urbanistas pela lei que regulamen- des Sustentáveis, do Ministério do Meio Ambiente, ações do CAU/BR em sua atuação junto ao governo nais regras isoladas que criam direitos e obrigações
tou a profissão, a gestão fundadora do CAU/BR lide- e para a 5ª Conferência Nacional das Cidades (Con- federal e ao Congresso. O exemplo mais destacado urbanísticas fora do contexto global estabelecido
rou uma série de iniciativas em relação às políticas Cidades), realizados em 2013. foi a luta contra a “contratação integrada”, o instru- pelos planos diretores. Trata-se do julgamento de
públicas que tratam das cada vez mais desafiado- Em 2014, o presidente do CAU/BR tomou pos- mento que permite a licitação de obras públicas um caso de Brasília, mas a decisão criaria, potencial-
ras questões urbanas, incluindo atuações junto aos se como conselheiro do ConCidades (Conselho das com base apenas em projetos. (Veja capítulo especí- mente, uma jurisprudência nacional que, na prática,
ministérios das Cidades, do Meio Ambiente e do Cidades) do Ministério das Cidades, o que abriu mais fico a respeito na página 73 e, na página 83, as ações tornaria sem efeito a exigência de que cidades com
Planejamento, além da Casa Civil e da Secretaria de uma oportunidade para os arquitetos e urbanistas em favor dos concursos de projeto) população acima de 20 mil habitantes tenham pla-
Relações Institucionais da Presidência da República, serem ouvidos e colocarem seus conhecimentos O CAU/BR defende que uma Política Urbana nos diretores, elaborados com participação popular.
no executivo federal, e ao Congresso Nacional, na técnicos à disposição da sociedade das entidades e de Estado, para todo o país, com uma visão interdis- A crise de nossas cidades tem, entre outras ori-
esfera legislativa. movimentos sociais ali reunidos. ciplinar, articulada com as políticas de desenvolvi- gens, o desrespeito ao planejamento público. O que
Sob coordenação da Comissão de Política O CAU/BR apoia a criação do Sistema Nacio- mento econômico e social, pode reverter o quadro o próprio Estado induz ao desconsiderar o valor das
Urbana e Ambiental, o CAU/BR realizou em 2013 a nal de Desenvolvimento Urbano, base de uma re- alarmante a que chegaram nossas cidades. As re- carreiras técnicas dentro de sua estrutura.
reunião “Polis XXI – Paradigmas do Porvir”, de onde forma urbana proposta pelo ConCidades desde a 2ª giões metropolitanas, lugares de maior dinamismo Para reverter o quadro, o CAU/BR é uma das

80 81
DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES

das. As autoridades municipais preferem concentrar A defesa do concurso de projetos consequência da primeira colocação. A contratação
esforços na adesão ao Minha Casa Minha Vida, cujos pode ser entendida, inclusive, como parte integran-
conjuntos, em geral, são feitos nas franjas das cida- Em seguidas manifestações, o CAU/BR tem te da premiação”.
des, sem conexão com o tecido urbano consolidado defendido publicamente a necessidade de um Diante da decisão, o TCU anulou as multas
e, consequentemente, sem infraestrutura de sanea- projeto completo para a contratação de obras pú- aplicadas aos responsáveis pela universidade e pelo
mento, transporte, escolas e comércio. blicas, destacando como melhor caminho para isso escritório projetista.
Por proposta da Comissão de Política Profis- a realização de concursos de projeto de Arquitetu- A decisão marcou também uma nova posi-
sional, o Plenário do CAU/BR aprovou a inclusão ra e Urbanismo. ção do TCU a respeito dos concursos. Até 2012, a
da modalidade de apoio à assistência técnica para Há quem afirme que os projetos implicam em jurisprudência do TCU sobre a matéria se funda-
habitação de interesse social entre os projetos de custos maiores e alargamento de prazos, o que é mentava na Súmula 157, que dizia que a licitação
terceiros que podem se candidatar a patrocínio do uma falácia. O projeto completo custa de 5% a 10% de projeto de Engenharia e Arquitetura está sujeita,
Conselho. Só serão aceitas candidaturas de ativida- do orçamento total da obra. Com o projeto com- a princípio, ao concurso, como previsto na Lei de
des desenvolvidas e/ou coordenadas por arquitetos pleto, não há definições a posteriori, como no caso Licitações (8.666/1993). O Acórdão 3468, daquele
e urbanistas, como exigido por lei. O valor do patro- do anteprojeto ou mesmo no projeto básico e, por- ano, contudo, criou uma incerteza sobre a matéria,
cínio é de até R$ 150 mil. tanto, não há motivos para atrasos e aumentos de ao dizer que o concurso, enquanto modalidade de
No fórum internacional, o CAU/BR se engajou custos. licitação, não garantiria ao autor do projeto vence-
em iniciativa da UIA (União Internacional de Arquite- Um projeto completo, detalhado, facilita aos dor o seu direito de desenvolver as demais etapas
tos) para a redução a zero, em 2050, da emissão de órgãos de controle do Estado um melhor acompa- do projeto.
gás carbônico pelo ambiente construído. Trata-se nhamento do que acontece na obra. O projeto com- Temerosos de que o acórdão firmasse uma
de “imperativo” ditado pela Declaração de Durban, pleto vale como um selo de qualidade. jurisprudência, alguns órgãos públicos cancela-
firmada em agosto de 2014 pela UIA. A Declaração Maior será a qualidade quanto mais ampla a ram seus concursos e, em outros casos, tiraram dos
diz que, hoje, as áreas urbanas são responsáveis por lista de opções, na opinião do Conselho de Arqui- autores dos projetos vencedores o direito de de-
mais de 70% do consumo de energia e das emissões tetura e Urbanismo do Brasil e de entidades como senvolver o projeto executivo. O acórdão de 2012
de CO2 globais, a maioria dos edifícios. Uma área o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A obriga- defendia, inclusive, a contratação de projetos por
aproximadamente igual a 60% do estoque atual de toriedade de concursos públicos de projetos para menor preço ou pregão. O Acórdão 2230/2014
construção do mundo está projetada para ser cons- equipamentos públicos cria tais opções. Com isso, veio pacificar o assunto.
O CAU/BR lidera a truída e reconstruída nas áreas urbanas em todo o as construções públicos atenderiam a critérios de
luta pela assistência mundo, o que proporciona uma oportunidade sem qualidade, e não somente de preço, resultando em MELHOR CAMINHO
técnica para
habitação de entidades que tem defendido o projeto em trami- precedentes para reduzir as emissões de CO2 fóssil cidades mais bonitas, acessíveis e democráticas. O concurso público como procedimento para
interesse social, em tação no Senado que inclui as carreiras de arquiteto, combustível, definindo um caminho para o setor da licitação de projetos e Arquitetura e Urbanismo é
favor da população engenheiro e agrônomo como típicas de Estado, construção colaborar progressivamente para a sus- VITÓRIA NO TCU uma recomendação da UNESCO aos países mem-
de baixa renda.
com ingresso por concurso, o que atrairia e garan- tentabilidade ambiental e social. As ações do CAU/BR a favor do concurso pú- bros da ONU. Os procedimentos foram regulamen-
tiria a permanência na administração de profissio- Também em Durban, reunida em paralelo ao blico de projetos não tem se limitado à retórica. O tados pela UIA (União Internacional de Arquitetos) e
nais qualificados, dificultando aos governantes o 25º Congresso Mundial da UIA, o Conselho Interna- CAU/BR também tem atuado de forma prática na adotados pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil),
desmonte de equipes de planejamento de órgãos cional dos Arquitetos de Lingua Portuguesa (CIALP) Justiça na defesa de outro aspecto da questão, a que já lutava pelo concurso desde sua fundação,
públicos, como tem ocorrido nas últimas décadas. oficializou a admissão do CAU/BR como observador integridade dos projetos, ou seja, que os arquitetos nos anos 1920. No entanto, o Brasil lamentavelmen-
E isso significa obras e serviços melhor concebidos da entidade, o que permitirá uma maior troca de ex- vencedores de concursos sejam também os respon- te, ainda não adotou o procedimento como regra.
e, consequentemente, melhor orçados, com prazos periências com outros países com raízes semelhan- sáveis pelo seu desenvolvimento. Nos países do Mercado Comum Europeu, se-
bem definidos, resultando em economia para a ad- tes ao Brasil, em especial na área habitacional. Em 2012, o CAU/BR solicitou ao Tribunal de guindo o modelo adotado pela França, o Plano de
ministração pública Contas da União (TCU) ser admitido como parte inte- Qualificação da Arquitetura Francesa, todas obras
Ao mesmo tempo, o Conselho tem incenti- ressada em processo que questionava a contratação públicas obrigatoriamente têm projetos licitados
vado a colocação em prática da assistência técnica O CAU/BR tem do escritório de Arquitetura Libeskindlovet Arquite- pela modalidade de concurso público de projeto.
pública e gratuita para o projeto e a construção de combatido as tos Ltda., ganhador de concurso de projeto, para o Mesmo não obrigatório, o concurso tem sido uma
habitação de interesse social, prevista pela Lei N° tentativas de desenvolvimento dos projetos executivo e comple- prática cada vez mais comum em países como a Co-
11.888/2008, como parte integrante do direito social desfiguração e eficácia mentares do campus da Universidade Federal do ABC lômbia, que hoje se destaca como referência mun-
à moradia previsto na Constituição Federal. do Estatuto da Cidade, (UFABC), em Santo André (SP). dial em Urbanismo pela recuperação que conseguiu
O Fundo Nacional de Habitação de Interesse uma conquista Acatando argumentos de memorial do Con- promover, em duas décadas, em cidades como Bo-
Social (FNHIS) concede recursos aos municípios para importante da selho, o vice-presidente do TCU, ministro Aroldo gotá e Medelim.
prover a assistência técnica à sua população carente, sociedade brasileira. Cedraz, por meio do acórdão 2230/2014, validou a Em contraponto, no Brasil, prospera a defe-
mas as prefeituras não têm se mostrado interessa- contratação. Segundo ele, “é precipitado falar em sa da “contratação integrada”, prevista no Regime
impossibilidade legal de se contratar o vencedor do Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), que
concurso, já que a contratação estava prevista como permite à administração contratar obras com base

82 83
DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES DISCUSSÕES SOBRE AS CIDADES

Alguns concursos de referência


somente em anteprojeto, ficando os projeto básicos em 2008.
e executivo por conta das empreiteiras. Ou seja, o O concurso de projetos para obras do Estado Mesmo não sendo profícuo em concursos de projetos,
governo terceiriza seu dever constitucional de pla- é o antidoto contra a corrupção. Um projeto de qua- o Brasil tem um histórico de bons exemplos de uso da mo-
nejar os equipamentos e espaços públicos em todo lidade e bem detalhado, com especificações claras, dalidade. O Plano Piloto de  Brasília, feito por Lucio Costa, em
o país. acompanhado de uma fiscalização de obra eficaz, 1957, é o mais conhecido. A ideia do presidente JK era atri-
Além disso, o PLS 559/2013, referente à revi- inevitavelmente conduz a uma melhor qualidade buir a Oscar Niemeyer a função de projetar toda cidade, mas
são da Lei das Licitações (8.666/93), insiste na ideia do empreendimento, à maior facilidade para o cum- ele recusou, sugerindo a realização de um concurso e assu-
absurda de que os projetos de Arquitetura podem primento de prazos e à diminuição de custos pela mindo o compromisso de projetar os principais edifícios. JK
ser contratados pelo critério de preço, via pregão ou previsibilidade do processo – com consequente er- concordou e designou à Novacap a promoção do concurso
pela chamada ata de registro de preços. radicação de reajustes nos custos. com a participação do presidente do IAB no júri. 
A licitação de um projeto de Arquitetura bus- Vinte anos antes, os irmãos Marcelo e Milton Roberto
ca a solução de um problema a ser resolvido, daí por OPINIÃO DE AUDITOR venceram concurso da Aeronáutica, também organizado
que não deve receber o mesmo tratamento ofere- Levada a debate em diversos fóruns, a posição pelo IAB, para o projeto do terminal do Aeroporto Santos
cido à compra de automóveis ou de mobiliário, por do CAU/BR tem repercutido e somado forças. Em Dumont, no Rio de Janeiro.
exemplo – casos em que fornecedores diversos têm sua edição de novembro de 2014, a revista “Infra- Em 1981, a Prefeitura de São Paulo pretendia cons-
equipamentos prontos, com normas de fabricação rí- estrutura Urbana” publicou artigo o auditor federal truir novas passarelas sobre o Vale do Anhangabaú, no
gidas, para comparar com os de outros concorrentes. do TCU André Pachioni Baeta criticando o uso da centro da cidade, para eliminar o intenso conflito do  trân-
Explicando melhor: numa licitação de proje- contratação integrada para licitações de projetos de sito dos veículos com o dos pedestres. Crítico da solução,
to por menor preço, um arquiteto é selecionado a Arquitetura e em defesa da realização de concursos o IAB propôs um concurso de projeto, que o prefeito  da
partir da proposta comercial para, depois de con- públicos. Baeta tem autoridade para falar do assun- época só aceitou realizar após insistência de um jornalista
tratado, apresentar o objeto solicitado (anteprojeto, to, pois é autor de livros de referência sobre controle do Jornal da Tarde. Os arquitetos Jorge Wilheim, Jamil José
projeto básico ou completo e projeto executivo). Só de preços de obras públicas e sobre o RDC. Kfouri e Rosa Grena Kliass foram os vencedores, com a pro-
então o contratante poderá aferir a qualidade do Segundo ele, a principal causa de insucesso posta de criação de uma grande laje ligando os dois lados
produto adquirido. na execução de obras públicas são os projetos de- do vale, transformando a parte  superior em uma grande
A linguagem do arquiteto é o desenho. O ficientes, o que não se resolve com a contratação esplanada entre os viadutos do Chá e Santa Efigênia, en-
CAU/BR não vislumbra maneira mais honesta para pelas modalidades de “menor preço” ou “preço e téc- quanto os veículos teriam caminho livre na parte inferior.
a avaliação de uma proposta arquitetônica que não nica”. Tampouco a contratação integrada instituída As obras foram realizadas na década seguinte.
seja a apresentação de plantas, cortes, perspectivas pelo RDC, na prática, não tem sido a solução. Atualmente, o IAB organiza, em média, de 10 a 15
e croquis que demonstrem os aspectos diversos de Ele afirma que “ao utilizar anteprojetos com concursos por ano.
uma ideia para edificação ou espaço urbano. nível de definição precário, em vez de oferecer aos
licitantes projetos básicos completos e consisten-
VANTAGENS COMPETITIVAS tes, a administração pública suprime informações
Na licitação por concurso, a principal vanta- imprescindíveis para avaliação de riscos e dos reais
gem para o contratante é dispor de propostas técni- custos da obra, fato que trará problemas diversos na Aeroporto Santos
cas em condições de serem avaliadas e cotejadas a execução contratual”. Dumont, no Rio de
Janeiro; o Vale do
partir dos critérios pré-estabelecidos. Daí, após veri- Além disso, o auditor acentua que “está se Anhangabaú, em
ficar qual atende melhor aos objetivos pretendidos, colocando a raposa para tomar conta do galinhei- São Paulo; e o Plano
a administração pública contrata o profissional com ro, pois há um conflito de interesses nesse regime Piloto de Brasília são
exemplos de grandes
segurança, sabendo o que está contratando. Nesse de execução contratual, uma vez que o construtor
projetos urbanos
contexto, o concurso ajuda o desenvolvimento tec- assume o encargo da elaboração dos projetos, pre- realizados por meio
nológico e cultural do pais. ferindo implantar soluções construtivas de menor de concursos públicos
A Lei de Licitações em vigor (8.666/1993) cita custo em vez daquelas que assegurem maior dura- de Arquitetura e
Urbanismo.
o concurso como modalidade adequada para con- bilidade, qualidade e utilidade para o proprietário da
tratação de projetos, mas inexiste uma regulamen- obra”.
tação oficial que oriente as administrações públicas  A solução, defende o auditor, é a contratação
a realizá-los. de projetos pela modalidade de concurso, como já
A revisão proposta pelo PLS 559/2013 man- adotado em vários outros países e sugerido como
tém o concurso como alternativa, mas o CAU/BR en- caminho preferencial na Lei N° 8.666/1993 sem, con-
tende que a modalidade deva ser obrigatória, como tudo, ter sido regulamentado, o que ele sugere, seja
exigiu o relatório final da 3ª Conferência Nacional feito pelo PLS 559/2013, que trata da revisão da lei
das Cidades, promovida pelo Ministério das Cidades de licitações, em tramitação no Senado Federal.

84 85
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 ATUAÇÃO INTERNACIONAL

Conselheiros do Em Durban, na África


CAU/BR reúnem-se do Sul, delegação
no Estados Unidos brasileira comemora
com representantes escolha do Rio
do AIA e do NABB de Janeiro como
para discutir acordos sede do Congresso
de cooperação e Mundial da União
aproximação entre Internacional de
os dois países. Na Arquitetos (UIA).
foto
Abaixo, participante
do Congresso de
Durban mostra
apoio à candidatura
brasileira.

em que foi construída) 60 anos e o IAB estará às vés- de 2013, durante reunião plenária do CAU/BR, em
peras de seu centenário. Brasília. O evento reuniu cerca de 100 pessoas no Bra-
Representando o IAB, o arquiteto Roberto Si- sília Palace Hotel, projetado por Oscar Niemeyer.
mon (conselheiro federal do por SC e coordenador Herdeira de uma história associativa inicia-

Atuação internacional da Comissão de Relações Internacionais), foi eleito


para o Conselho da UIA para o período 2014-2017.  
Ao todo, o Conselho da UIA tem 28 membros dos
da em 1863, a Ordem dos Arquitectos de Portugal
possuía, na ocasião, 16.800 arquitetos inscritos, en-
quanto no Brasil eram mais de 107 mil profissionais
CAU/BR busca parcerias com instituições de Arquitetura e Urbanismo de vários cinco continentes e se reuniu pela primeira vez em registrados no CAU.
países para abrir mercados aos profissionais brasileiros 10 de agosto de 2014. O acordo é um resultado prático do Tratado
de Amizade, Cooperação e Consulta entre o Brasil e
O Seminário Internacional “O estado da arte rou as candidaturas de Paris e Melbourne (Austrália). PORTUGAL, O PRIMEIRO ACORDO Portugal, de 22 de abril de 2000.
de conselhos profissionais de Arquitetura e Urba- O evento, o maior congresso mundial da categoria, Em março de 2013, o CAU/BR assinou proto-
nismo no mundo – experiências e desafios”, pro- terá como tema “Todos os mundos. Um só mundo. colo de colaboração com a Ordem dos Arquitectos ACORDO COM O AIA
movido pelo CAU/BR em dezembro de 2012, no Arquitetura 21”. A expectativa é de participação de de Portugal (OA), com o objetivo de estreitar as rela- O CAU/BR assinou, em cerimônia realizada em
Memorial JK, em Brasília, permitiu um maior co- 15  mil arquitetos de todo o planeta. ções de intercâmbio entre as instituições. junho de 2014, em Chicago, nos EUA, memorando
nhecimento das experiências de diversos países Ao apoiar a candidatura apresentada pelo IAB, O presidente do CAU/BR esteve em Lisboa, a de entendimento com o American Institute of Archi-
em termos de regulamentação do exercício da Ar- o CAU/BR se comprometeu a contribuir para a im- convite do Conselho Internacional dos Arquitetos tects (AIA). O acordo viabilizará contratos padrões e
quitetura e Urbanismo. plementação dessa, que é uma grande vitória da de Língua Portuguesa (CIALP), da OA e do Laborató- arcabouço jurídico para disponibilização de serviços
A partir daí, o CAU/BR assinou acordos de união dos arquitetos brasileiros, representados tam- rio Nacional de Engenharia Civil de Portugal (LNEC), de Arquitetura, responsabilização, seguro e gestão
cooperação com instituições de Portugal, dos Es- bém pelas entidades de seu Colegiado:  Federação para a assinar o acordo e participar de uma série de de riscos, acessíveis aos arquitetos de ambos os pa-
tados Unidos, da Espanha, da União Europeia e do Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Associa- eventos e visitas técnicas, incluindo o 2º Congres-
Reino Unido. Em paralelo, o Conselho deu integral ção Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), so Internacional de Habitação no Espaço Lusófono
apoio ao IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) na Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e (CIHEL), cujo tema era “Habitação, cidade, território
vitoriosa campanha para que o Rio de Janeiro se- Urbanismo (ABEA), Associação Brasileira dos Arqui- e desenvolvimento”.
die, em 2020, o 27º Congresso Mundial de Arquite- tetos Paisagistas (ABAP) e Federação Nacional dos Pela OA, assinou o compromisso seu presiden-
tos da UIA (União Internacional de Arquitetos). As Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA), te, João Belo Rodeia. O protocolo beneficia ambas
ações foram coordenadas pela Comissão de Rela- além do próprio Instituto de Arquitetos do Brasil. as instituições ao possibilitar programas, projetos e
ções Internacionais. O CIALP (Conselho Internacional dos Arquitetos de ações de colaboração técnica. A cerimônia ocorreu
Língua Portuguesa) e a Federação Panamericana de durante visita ao secretário de Estado da Cultura de
RIO 2020 Associações de Arquitetos (FPAA) fizeram parte do Portugal, ministro Jorge Barreto Xavier.
O anúncio da vitória do Rio ocorreu em 10 de grupo desde o início. Como resultado do protocolo, foi redigido um
agosto de 2014, último dia da Assembleia Geral da Em 2020, o CAU/BR e os CAU/UF completarão Acordo de Cooperação, homologado pelos órgãos
União Internacional de Arquitetos (UIA),  que se rea- 10 anos de existência, Brasília (que se tornou Patri- colegiados superiores do CAU/BR e da OA.
lizou em Durban, na África do Sul. A Rio 2020 supe- mônio Mundial da Humanidade no mesmo século A assinatura aconteceu no dia 6 de dezembro

86 87
ATUAÇÃO INTERNACIONAL ATUAÇÃO INTERNACIONAL

íses. O acordo abriu caminho para o diálogo direto Já foram iniciados os contatos para outros acor-
entre as duas instituições e formalizou a cooperação dos com Rússia, Itália, Angola, Cabo Verde, Moçambi-
nas áreas de regulação e proteção profissional, facili- que e os países do Mercosul. A preocupação comum
tando a fiscalização dos arquitetos dos Estados Uni- é a criação de interlocutores para a discussão de te-
dos que executam projetos para empreendimentos mas de interesse da categoria, como a melhoria do
no Brasil e vice-versa. ensino, e o combate ao exercício ilegal da profissão.
O documento foi assinado pelo presidente do
CAU/BR, Haroldo Pinheiro, e pela presidente da AIA, 100+ FORUM RUSSIA
Helene Combs Dreilling. A cerimônia ocorreu du- A convite dos organizadores do Fórum Russia
rante o encontro do Conselho Diretor do AIA que 100+, realizado em setembro de 2014 em Ecate-
precedeu à convenção do instituto. Em seu discurso, rimburgo, nos Urais, o CAU/BR se fez representar
a presidente do AIA enalteceu a criação do CAU/BR por seu presidente e pelo coordenador da Comis-
como um importante passo para a melhoria da prá- são de Relações Internacionais, que participaram
tica da Arquitetura no país, destacando o desafio da como palestrantes e debatedores. O tema “Arra-
implantação, em curto prazo, de um conselho com nha-céus em ambiente urbano” foi a tônica das dis-
mais de 100 mil profissionais. cussões, que analisaram os impactos dos edifícios
Na ocasião, o presidente do CAU/BR recebeu a com alta densidade sobre as cidades e sua infraes-
Medalha Presidencial pelos seus serviços em prol da trutura. Ambos participaram também de reuniões
Arquitetura no continente. Além dele, foram home- Assinatura do acordo Representantes do nas sedes da United Nations Industrial Develop-
nageados o presidente do Australian Institute of Ar- áreas nos países membros do Mercosul (Argentina, de cooperação CAU/BR assinam ESPANHA, GRÃ BRETANHA E ACE ment Organization (UNIDO) e da União Russa de
entre a Ordem dos memorando de
chitects, David Karotkin, e o presidente do Conselho Brasil, Paraguai e Uruguai). Conforme previsto nos Arquitectos de entendimento com As profundas transformações na área tec- Arquitetos, em Moscou.
de Arquitetos da Europa, Luciano Lazzari. protocolos de Ouro Preto e Montevidéu, firmados Portugal e o CAU/BR. Helene Dreiling, nológica e, em particular, na Arquitetura, abriram Organizado pelo Ministério da Construção,
pelo governo brasileiro há mais de uma década, presidente do AIA. caminhos para uma melhor qualificação no re- Habitação e Serviços da Rússia, a Deutsche Messe
ACORDOS COM O NAAB entra em vigor, a partir de 2015, a livre circulação sultado do projeto. Ao mesmo tempo, essas mu- RUS, a Federação Russa de Arquitetos e a Associação
O CAU/BR assinou também memorando de de profissionais e serviços no bloco econômico. Na danças impuseram a necessidade de um maior Nacional de Incorporadores na Discussão da Capi-
entendimento com o National Architectural Accre- reunião, foram aprovados os documentos de orien- relacionamento e de um nivelamento dos conhe- talização do Espaço e pela UNIDO, o evento contou
ditation Board (NAAB), dos EUA, visando adquirir tação da CIAM (International Brochure) e discutida cimentos entre os profissionais de diferentes paí- com a participação de prefeitos, arquitetos e empre-
conhecimento para a futura criação de um sistema a nova versão do regimento da CIAM, que inclui o ses.  O acordo com  o Architects Council of Europe endedores imobiliários.
de validação de cursos de Arquitetura brasileiros. O Acordo Marco, prevendo as regras básicas de circu- (ACE),  da Comunidade Européia, criado em 1990, Além de se tratar de um importante evento
acordo foi assinado pelo presidente do CAU/BR e lação de profissionais e serviços. foi assinado assinado em 8 de dezembro de 2014. para o país, o 100+ Forum Russia  é um evento inter-
por Andrea Rutledge, diretora executiva do NAAB. Na reunião, foram ainda escolhidos os novos Assim como nos demais casos, o CAU/BR busca nacional, com uma exposição paralela orientada aos
A acreditação é um processo de avaliação ex- coordenadores de cada profissão. O conselheiro fe- uma maior troca com países de reconhecida expe- profissionais da construção, um ponto de encontro
terna que visa certificar a qualidade acadêmica dos deral José Roberto Geraldine Junior, representante riência no setor, para atender melhor a sociedade, das atividades de concepção, construção, financia-
cursos de Arquitetura e Urbanismo, que aderem de das instituições de ensino superior, foi eleito coor- objeto de nossa atenção maior, e ao arquiteto, na- mento e exploração do que diz respeito a arranha-
forma voluntária ao processo. Os cursos passam por denador da área de Arquitetura da Comissão de In- turalmente. -céus, seu passado, presente e futuro, seus proble-
uma rigorosa avaliação, que inclui vários aspectos, tegração para Arquitetura, Agronomia, Engenharia e Em 11 de dezembro de 2014, foi assinado mas, vantagens, perspectivas e influência sobre o
além de atenderem os requisitos mínimos estipula- Geologia do Mercosul (CIAM). acordo com o Conselho Superior dos Colégios de sistema global de negócios.
dos pelo Departamento de Educação. Nos Estados Arquitetos da Espanha (CSCAE) e, em 15 de dezem- A escolha de Ecaterimburgo para sediar o
Unidos, apenas arquitetos formados por escolas 13th INTERNATIONAL PRESIDENTS’ FORUM bro de 2014, com o Royal Institute of British Archi- evento teve uma forte razão. A cidade, fundada
acreditadas pelo NAAB, entidade criada em 1940, Em paralelo à Convenção Anual do AIA (Ame- tects (RIBA), da Grã-Bretanha. Trata-se do conselho em 1723, está localizada estrategicamente na par-
podem se candidatar ao exercício profissional. rican Institute of Architects), realizado em Chicago, de arquitetos mais antigo do mundo, com origem te central do continente euro-asiático, na fronteira
em junho, foi promovido o 13th International Presi- em 1834. entre Europa e Ásia, no meio da Cordilheira dos
INTEGRAÇÃO NO MERCOSUL dents’ Forum, que reuniu os presidentes de 10 or- Na 36ª Reunião Plenária Ordinária, realizada Urais. É a capital dos Urais, e a principal região in-
Em 2014, o CAU/BR participou pela primeira ganizações nacionais e 3 continentais de Arquite- em novembro de 2014, os Conselheiros do CAU/BR dustrial e científica da Rússia. As principais artérias
vez de encontro da CIAM (Comissão de Integração tura,  além da instituição mundial dos arquitetos. O aprovaram a assinatura desses últimos três acordos de tráfego da Rússia central, para a acessar a Sibé-
para Arquitetura, Agronomia, Engenharia e Geologia tema do fórum foi o período pós-recessão econô- de cooperação com entidades congêneres de ou- ria, têm que passar necessariamente por Ecaterim-
do Mercosul), realizada em Mendonza, na Argentina. mica, que está sendo chamado de “New Normal”, e tros países, ficando somente o National Council of burgo. Sua população é de mais de 1,4 milhões de
A CIAM tem como missão implementar os procedi- a proposta de resposta dos arquitetos, chamada de Architectural Registration Boards (NCARB), dos Esta- pessoas – o que faz dessa cidade a quarta maior
mentos de registro temporário de profissionais das “Design with Purpose”. dos Unidos, a ser assinado em janeiro de 2015.  da Rússia.

88 89
ATUAÇÃO INTERNACIONAL ATUAÇÃO INTERNACIONAL

Resumos American Institute of Architects (AIA) Royal Institute of British Architects


(RIBA)
Conselho Superior dos Colégios de
Arquitetos da Espanha (CSCAE)
dos acordos O acordo entre o CAU/BR e o AIA viabiliza con-
tratos padrões e arcabouço jurídico para disponibili- O memorando de entendimento assinado O acordo de cooperação com o Conselho

firmados zação de serviços de Arquitetura, responsabilização,


seguro e gestão de riscos. São previstas também
ações de cooperação para:
pelo CAU/BR e pelo RIBA reconhece que ambas as
instituições concordam em cooperar nas áreas de:
• Padrões profissionais (incluindo sistema de re-
Superior dos Colégios de Arquitetos da Espanha
busca transpor os obstáculos ou barreiras que se
oponham ao intercâmbio profissional entre o Brasil
com as • Desenvolvimento de padrões para o projeto e
a construção;
clamações de clientes e de procedimentos de
conduta profissional);
e aquele país.
Entre outras cláusulas, estão previstas:

entidades • Formulação de políticas que criem melhores


legislações e ambientes;
• Regulação e proteção (como desenvolvimen-
to de padrões para o projeto e a construção,
• Colaboração em organizações internacionais
como UIA, UNESCO, DOCOMOMO e outras;

internacionais • Desenvolvimento da boa Arquitetura e pro-


moção de palestras, exposições e programas
objetivando a melhor performance da obra e
proteção ao público);
• Estudos sobre a reciprocidade das condições
de regulamentação da profissão da Arquitetu-
de intercâmbio. • Educação e conhecimento (com intercâmbios ra em ambos os países, de acordo com a legis-
de estudantes e acadêmicos, entre outros itens) lação vigente;
• Apoio prático ao atendimento ao público • Prevenção de irregularidades e combate ao
(como aconselhamentos sobre seguros e ges- exercício ilegal da profissão;
National Architectural tão de riscos); • Intercâmbio de alunos, docentes e pesquisado-
Accreditation Board (NAAB) • Alcance público e influência política (participa- res; de experiências e boas práticas dos colegia-
Ordem dos Arquitectos ção em exposições, premiações e ações junto a dos; de informações e experiências profissio-
de Portugal (OA) Pelos termos do acordo assinado com o NAAB, formadores de opinião). nais; e de atividades culturais.
representantes do CAU/BR poderão observar as ati-
Em decorrência do acordo firmado entre o vidades de acreditação da instituição dos Estados
CAU/BR e a OA, desde 1º de janeiro de 2014 os pro- Unidos, a fim de conhecer melhor sua experiência.
fissionais de um país podem requisitar a inscrição As duas instituições deverão ainda: Architects Council of Europe (ACE) National Council of Architectural
em outro, tendo que atender aos seguintes requisi- • Realizar oficinas, cursos e seminários para pro- Registration Boards (NCARB)
tos de reciprocidade: mover os princípios de acreditação; O memorando de entendimento assinado pelo
• Ter registro ativo e definitivo em seu país de • Facilitar a formação de avaliadores de progra- CAU/BR com o Architects Council of Europe (ACE) Considerando que o National Council of Ar-
origem; mas arquitetônicos brasileiros; objetiva auxiliar na consolidação das ações e dos chitectural Registration Boards (NCARB), dos Esta-
• Profissionais brasileiros devem possuir pelo • Promover e facilitar a participação de cada uma esforços para tratar de questões de interesse mútuo dos Unidos, possui uma longa história de desen-
menos um ano de registro no CAU. Já os por- das partes em seminários e workshops sobre relacionadas à Arquitetura – ao ensino da Arquitetura, volvimento de padrões de ensino de Arquitetura,
tugueses precisam ter cumprido o estágio sistemas de acreditação em todo o mundo; à pesquisa, aos padrões profissionais e regulatórios, de exame de ordem (para licenciamento inicial)
profissional obrigatório de um ano; • Trocar informações sobre procedimentos, nor- à mobilidade profissional, às questões ambientais, à e de estabelecimento de padrões para educação
• Inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) mas e as melhores práticas em matérias de cur- prática e ao desenvolvimento profissional, à influên- continuada, o acordo a ser firmado pelo CAU/BR
no Brasil, para os membros da OA; ou Número sos de Arquitetura e processos de acreditação, cia política, entre outras. com a instituição objetiva:
de Identificação Fiscal (NIF) em Portugal, para incluindo documentos, artigos e pesquisas. Entre os pontos acordados, estão os seguintes: • Intercambiar informações sobre procedimen-
os inscritos no CAU; O CAU/BR deverá reconhecer os processos de • Convidar e incentivar representações nos res- tos padrões e melhores práticas relacionadas à
• O acordo vale apenas para profissionais brasi- equivalência substancial do NAAB para programas ar- pectivos corpos funcionais das instituições e o regulamentação da Arquitetura, sendo a contri-
leiros e portugueses, natos ou naturalizados; quitetônicos oferecidos por universidades brasileiras, compartilhamento de informações de interes- buição brasileira o sistema de monitoramento
• Para registro definitivo, o profissional deve ao mesmo tempo em que o NAAB incentivará o de- se mútuo; do exercício profissional no país;
comprovar residência no país de destino e senvolvimento do CAU/BR como signatário do Acor- • Desenvolver ações políticas efetivas para in- • Permitir que representantes das partes ob-
apresentar diploma de graduação ou de for- do de Canberra. Este é um acordo multilateral, firma- fluenciar formadores de opinião e elabora- servem, reciprocamente, as atividades desen-
mação revalidado nos termos legais. do em 2008, entre agências acreditadoras de vários dores de políticas para que criem melhores volvidas a fim de compartilhar informações e
O acordo também cria condições para uma países do Pacífico (Estados Unidos, Canadá, México, normas e condições para a disseminação da adquirir conhecimentos .
fiscalização efetiva da prática profissional de estran- Nova Zelândia, Coreia do Sul e China) que reconhe- Arquitetura de qualidade;
geiros nos dois países, buscando eliminar o exercício cem mutuamente seus processos de acreditação, de • Estudar um acordo para facilitar aos respecti-
ilegal de Arquitetura e Urbanismo, protegendo a so- acordo com os princípios da Carta Unesco-UIA para a vos membros a prática profissional na Europa
ciedade de más práticas. Formação dos Arquitetos. e no Brasil.

90 91
ATUAÇÃO INTERNACIONAL RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

BRASIL ENTRA NO FÓRUM


INTERNACIONAL DOS PRESIDENTES
3. A responsabilidade dos arquitetos e urbanistas
A Convenção de Chicago do AIA, entidade se engajarem em soluções para as mudanças
fundada em 1857, reuniu 23 mil participantes. Em climáticas, redução da emissão do carbono e
paralelo, foi realizada uma feira de materiais e ser- resilência das edificações em benefício da so-
viços na área de construção. Outra atividade foi o ciedade e da construção do meio ambiente
13th International Presidents’ Forum, que reuniu os do futuro.
presidentes de 10 organizações nacionais e 3 conti-
nentais de Arquitetura, além da União Internacional PARTICIPARAM DO FÓRUM, COM AS
dos Arquitetos (UIA). RESPECTIVAS ASSESSORIAS:
O Fórum teve como tema o período pós-
-recessão econômica, que está sendo chamado de Presidentes de conselhos nacionais
“New Normal”, e a proposta de resposta dos arqui- Austrália: David Karotkin (Australian Institute of Ar-
tetos, chamada de “Design with Purpose”. Ao parti- chitects – AIA);
cipar pela primeira vez do Fórum, o presidente do Brasil: Haroldo Pinheiro (Conselho de Arquitetura
CAU/BR afirmou que o “New Normal” no Brasil tem e Urbanismo do Brasil – CAU/BR);
uma característica paradoxal: a crise nas cidades, Canadá: Jean Pierre Pelletier (The Royal Architec-
decorrente do crescimento econômico e da falta de tural Institute of Canada – RAIC);
regulação urbana. China:  Che Shujian (The Architectural Society of
Neste contexto, o CAU/BR faz um grande es- China – ASC);
forço em conscientizar e cobrar a atuação dos seus Coreia do Sul: Kwang Man Lee (Federaction of Ins-
membros, principalmente nos governos locais, tan- titutes of Korean Architects – FIKA);
to no planejamento quanto na gestão das cidades. Costa Rica:  Marianela Jiménez Calderon (Colegio
Através das tecnologias que dispõe, principalmente de Arquitectos de Costa Rica – CAC);
de inteligência geográfica, o CAU/BR contribui com EUA: Helene Combs Dreilling (The American Insti-
a construção de uma matriz da mobilidade e do tute of Architects – AIA); Manifestantes
exercício profissional, que expõe o perfil da atuação Japão:  Yoshihiko Sano (Japan Institute of Archi- protestam no
Congresso Nacional
e distribuição profissional em todo o país – insumo tects – JIA); em junho de 2013.
fundamental para as análises e definição de políticas México:  Guillermo Marrufo Ruiz (Federación de Foto de Fabio
voltadas às cidades e à qualificação profissional.

Ao final do encontro, foi firmada uma de-


Colegios de Arquitectos de la República Me-
xicana – FCARM);
Reino Unido: Angela Brady (The Royal Institute of
Pozzebom/Agência
Brasil.
Conferência Nacional de
claração ressaltando três pontos:
1. A importância da colaboração global na troca
de conhecimento e informação que possibi-
Architects – RIBA).

Presidentes de organizações continentais


Arquitetura e Urbanismo
litem aos arquitetos agirem de forma efetiva América: João Suplicy Neto (Federação Paname- Evento reuniu arquitetos e urbanistas de todo o país para discutir as diretrizes
e coordenada para responder aos significati- ricana de Associações de Arquitetos – FPAA), de ação do CAU para os próximos três anos
vos desafios enfrentados pelas sociedades de Ásia: Tah Pehi Ing (Conselho Regional da Ásia – AR-
todo mundo; CASIA),
2. A liderança que os arquitetos devem assumir a Europa: Luciano Lazzari (Conselho de Arquitetos Desde o seu nascimento, o CAU teve como Urbanismo. Em Fortaleza, 850 participantes debate-
defesa e implementação de políticas públicas da Europa – CAE). objetivo promover a discussão democrática sobre ram temas de interesse da profissão, como políticas
que valorizem o projeto e atendam aos requi- os rumos da instituição. O marco dessa relação com públicas, ensino, exercício profissional, ética e cida-
sitos sociais, sustentáveis, culturais e éticos de Presidente de organização mundial as organizações de arquitetos e urbanistas, profis- dania. Ao final, foram aprovadas diretrizes de ação
nosso tempo; Albert Dubler (União Internacional de Arquitetos). sionais, estudantes e com a sociedade civil foi a re- para o CAU nos próximos três anos, quando será
alização da I Conferência Nacional de Arquitetura e realizado uma nova edição do evento.

92 93
CONFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUITETURA E URBANISMO CONFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUITETURA E URBANISMO

De acordo com a Resolução CAU/BR N° 53, os


objetivos da Conferência são:
• Posicionar o CAU e as entidades de arquitetos
e urbanistas sobre políticas nacionais de Ar-
quitetura e Urbanismo, temas de interesse da
área, normas e fiscalização;
• Promover a comunicação com arquitetos e
urbanistas.
Nesta primeira edição, o evento do CAU foi
realizado no mesmo local do XX Congresso Bra-
sileiro de Arquitetos (CBA), encontro promovido
1 pelo IAB – o Centro de Convenções de Fortaleza,
a maior instalação do gênero no Brasil. Em horários
alternados, de 22 a 25 de abril de 2014, profissio-
nais e estudantes de todo o Brasil se engajaram
nas discussões sobre a construção das cidades e
da profissão.
Os debates da Conferência dividiram-se em
três eixos temáticos, guiados por textos elaborados
pela Comissão Organizadora do evento. Cada eixo
tomou um dia de debates, seguidos por uma plená-
ria final que redigiu as propostas de ação para o CAU
e um documento final que sintetizou as opiniões ex-
postas durante todo o encontro. Com o objetivo de
2 tornar o debate o mais plural possível, foram con-
vidados especialistas de diversas áreas do conheci-
mento para dialogar com os arquitetos e urbanistas.
Os três temas principais foram os seguintes: Participantes da
EXERCÍCIO PROFISSIONAL, ENSINO E ÉTICA E CIDADANIA Conferência votam
na plenária final;
O CAU, A SOCIEDADE E AS POLÍTICAS FORMAÇÃO O principal foco de discussões sobre este propostas aprovadas
PÚBLICAS O eixo temático abordou os rumos da profis- tema foi o Código de Ética e Disciplina do Conselho servem para nortear
O tema abrangia as relações do conselho com são e como os estudantes de Arquitetura e Urba- de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, lançado em as ações do CAU/BR
e dos CAU/UF.
governos, organizações sociais e com a população nismo estão sendo preparados para o mercado de 2013, que contém orientações para os profissionais
em geral, tendo como ponto de partida um extenso trabalho. O debate citou conquistas importantes do arquitetos e urbanistas se relacionarem de maneira
marco regulatório aprovado nos últimos anos, com CAU/BR, como a definição das atribuições privativas justa e honesta com clientes, com os colegas e com
o Estatuto das Cidades, a Lei de Assistência Técnica e da profissão e o acordo firmado entre o Conselho e o interesse público.
a Lei N° 12.378, que regula o exercício da Arquitetura o Ministério da Educação que permite a troca de in- Segundo a professora de Filosofia Márcia Ti-
3 e Urbanismo no Brasil. formações entre as duas instituições com o objetivo buri, da Universidade Mackenzie, esse é um debate
O painel contou com a participação da his- de aperfeiçoar o ensino na área. permanente, que nunca se esgota. Para ela, não se
toriadora e socióloga Maria Alice Rezende de Convidado para falar sobre prática profissional, pode obrigar ninguém a ser ético, a ética depende
MESAS DE DEBATES Carvalho, professora da PUC-Rio, e do jornalista o professor de Educação Nilson José Machado, da de uma reflexão pessoal sobre o outro, desde se sa-
Washington Novaes. Maria Alice destacou a neces- Universidade de São Paulo, destacou as duas princi- ber que vivemos em sociedade e que nossas ações
1) Washington Novaes, jornalista; Jeferson Salazar, presidente da FNA;
Claudia Pires, conselheira federal do CAU/BR; e Maria Alice de Carvalho,
sidade de promover a gestão democrática das ci- pais características que fazem um bom profissional afetam o mundo e as pessoas.
historiadora e socióloga. dades estimulando a participação de diversos gru- (de qualquer área): competência, técnica e com- O jornalista Paulo Markun, ex-apresentador
2) Nilson José Machado, professor de Educação da USP; Antonio Francisco pos sociais no debate sobre temas que atingem promisso público. O jornalista Hélio Campos Mello do programa Roda Viva (TV Cultura), lembrou a li-
de Oliveira e Fernando Costa, conselheiros federais do CAU/BR; e Hélio a toda a população, como a mobilidade urbana também foi um dos convidados da mesa. Diretor ção de seu colega de profissão, Claudio Abramo,
Campos Mello, jornalista. e a qualidade do planejamento das cidades. Wa- de redação da revista Brasileiros, ele lembrou que que dizia que a ética do jornalista não pode ser di-
3) Marcia Tiburi, professora de Filosofia e escritora; Napoleão Ferreira, shington Novaes apresentou diversos estudos que as manifestações de junho de 2013 merecem uma ferente da ética do marceneiro – a ética deve ser a
conselheiro federal do CAU/BR; Luciano Guimarães, presidente do CAU/ indicam uma crise de sustentabilidade no modelo profunda reflexão sobre o papel de cada um na so- mesma para todos. E destacou a importância de os
CE; e Paulo Markun, jornalista.
de desenvolvimento atual. Segundo o jornalista, ciedade. Para ele, profissionais de todas as áreas pre- arquitetos e urbanistas liderarem um amplo deba-
debates como o da Conferência devem propor cisam ter um conceito mínimo de cidadania, e seu te público sobre a ética que cerca a construção das
mudanças no padrão industrial vigente. trabalho representar algum tipo de engajamento. cidades brasileiras.

94 95
CONFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUITETURA E URBANISMO RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

Propostas

Ao final de três dias de debates, os 850 arqui- • Firmar convênios de cooperação técnica com as
tetos e urbanistas reunidos em Fortaleza realizaram prefeituras municipais com o objetivo de aproxi-
uma plenária final onde foram aprovadas as propos- mar e elucidar as crianças e adolescentes (futuros
tas de ação para o CAU nos próximos três anos, além profissionais) sobre a profissão do arquiteto e ur-
de um documento que resumiu as opiniões apresen-
tadas durante a Conferência. As propostas aprovadas
são as seguintes:
banista e suas atribuições profissionais;
• Construir uma estratégia comum entre o CAU
e os cursos de Arquitetura e Urbanismo para a
Eleições para a gestão
Eixo I
O CAU, A SOCIEDADE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS
utilização dos sistemas IGEO e SICCAU na avalia-
ção e no planejamento do compromisso social
da profissão;
2015–2017
• Estudar metodologias ou ações que ajudem a so- Processo eleitoral contou com maciça participação dos arquitetos
ciedade a expressar suas dificuldades, anseios e EXERCÍCIO PROFISSIONAL e urbanistas na escolha dos novos conselheiros federais e estaduais
expectativas em relação à construção das cidades; • Reforçar o repúdio à MP 630/2013;
• Incentivar a articulação política entre as entida- • Empreender ações junto à União, estados e mu-
des de caráter coletivo, baseado na solidarieda- nicípios, no sentido de criar mecanismos que
de no sentido amplo; possam induzi-los a formarem quadros técnicos
• Conscientizar os arquitetos e urbanistas sobre permanentes compostos por arquitetos e urba- As eleições para escolha dos novos conse- se dos conselheiros federais ocorreu em solenida-
as necessidades de adotar posturas e práticas nistas, contratados através de concursos públi- lheiros federais, estaduais e distritais do CAU para de realizada no Clube Naval, em Brasília, em 15 de
mais inclusivas e participativas no contexto po- cos, em proporção a respectiva população; o triênio 2015–2017 contou com a participação de dezembro, Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista. A
lítico local e nacional; • Melhorar a divulgação das ações do CAU com 97.125 arquitetos e urbanistas de todo o Brasil. Rea- posse dos conselheiros estaduais e distritais se deu
• Participar da construção da valorização profis- foco na sociedade como um todo. lizado via internet, no dia 5 de novembro de 2014, conforme programação definida em cada CAU/UF.
sional, promovendo a mudança gradual através o pleito foi coordenado por uma Comissão Eleito- As eleições para a escolha dos presidentes do CAU/
dos avanços de uma governança efetiva; Eixo III ral Nacional e por Comissões Eleitorais Estaduais e BR e dos CAU estaduais e distrital foram marcadas
• Garantir que as cidades e o território sejam su- ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA Distrital (no caso de Brasília), que atuaram de forma para o início de janeiro de 2015.
portes físicos estratégicos para o desenvolvi- • Criar um plano estratégico para que o CAU seja independente das direções da instituição. As eleições tiveram o suporte tecnológico da
mento ambiental, cultural, social e econômico; visto como um Conselho pró-ativo na garantia As novas composições dos plenários do Con- empresa Scytl e foram auditados de forma indepen-
• Combater a descontinuidade das políticas pú- da segurança da sociedade; selho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) dente pela Security Labs Intelligent Research, aten-
blicas; • Divulgar o repúdio à MP 630/2013 para a socie- e dos 27 CAU/UF, contendo indicação de titulares e dendo a normas constantes do Regimento Eleitoral
• Garantir a participação efetiva do arquiteto e dade por meio de uma rede de contatos; respectivos suplentes, foram divulgados nos primei- definido na 31ª Reunião Plenária Ordinária do CAU/
urbanista na construção de políticas públicas • Criar um fórum permanente, inclusive de forma ros minutos da madrugada do dia 6 de novembro. BR, que estabeleceu o calendário e as regras para o
urbanas consistentes. virtual, que fomente e torne oportuna a reflexão Da mesma forma como o representante das institui- pleito.
sobre “’Ética, Exercício Profissional e Relaciona- ções de ensino superior (IES) junto ao CAU/BR, elei-  O CAU/BR é a instância normativa e recursal
Eixo II mento com a Sociedade”; to na mesma ocasião por arquitetos delegados das do Conselho. Nele, os conselheiros federais repre-
FORMAÇÃO, EXERCÍCIO E COMPROMISSO SOCIAL • Trabalhar para garantir a mudança de compor- universidades e escolas. sentantes de todas as unidades da federação e das
ENSINO E FORMAÇÃO tamento da atual e futuras gerações de arqui- No total, 42 chapas participaram do pleito. instituições de ensino superior determinam as nor-
• Incentivar a participação dos estudantes de tetos para que apropriem do Código de Ética O número total de candidatos inscritos (titulares e mas a serem cumpridas pelos CAU/UF. E os CAU/
Arquitetura e Urbanismo na exigência de uma como como instrumento inspirador e não so- suplentes) foi de 1.220, sendo 54 para conselheiros UF são as instâncias executivas do CAU, às quais
formação de qualidade; mente punitivo; federais. cabem as ações de atendimento e orientação di-
• Buscar estreitar os laços com o Ministério da • Montar um ciclo de palestras sobre a ética como Três chapas concorreram em dois estados (GO reta aos arquitetos, assim como as de fiscalização
Educação (MEC) e entidades de Arquitetura e inspiração, para que os CAU/UF fortaleçam a re- e SP); duas chapas em 11 estados (AM, MS, PE, RJ, RS, sobre a prática profissional de todas as atividades
Urbanismo objetivando garantir a qualidade do lação e apoio à sociedade; SC, MG, SE, TO, PB e RO); e apenas uma chapa em 13 de Arquitetura e Urbanismo.
ensino e a aplicação da legislação educacional; • Buscar interferir e ajustar os prazos impraticáveis estados (AC, AL, AP, BA, CE, ES, MA, MT, PA, PI, RN, RR Existem hoje cerca de 120 mil arquitetos e ur-
• Buscar a criação de uma comissão conjunta com exigidos pelas licitações e que vão de encontro e PR) e no DF. Uma única chapa concorreu para a es- banistas ativos no país, conforme registros no Con-
todos os conselhos profissionais do Brasil, objeti- às exigências e normas que hoje os arquitetos e colha do representante das IES no Plenário do CAU/ selho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Todos
vando agir junto aos órgãos do governo federal urbanistas são submetidos; BR.  O número de vagas de conselheiros estaduais aqueles em dia com suas obrigações puderam se
em prol da melhoria da educação básica; • Adaptar o Sistema de Informação e Comuncia- variou conforme o contingente de profissionais de candidatar ao pleito e votar. O voto foi obrigatório
• Promover e apoiar ciclo de palestras envolven- ção do CAU (SICCAU) para comportar um fluxo cada unidade da federação. para todos os profissionais registrados no CAU e
do conselheiros e convidados do CAU nos cur- maior de trâmites processuais e o arquivamento A diplomação dos eleitos em cada CAU/UF com menos de 70 anos, conforme determina a le-
sos de Arquitetura e Urbanismo do país; de processos digitalizados. ocorreu entre 10 e 12 de dezembro de 2014. A pos- gislação brasileira.

96 97
Sesc Pompeia, em São Paulo. Projeto de Lina Bo Bardi. Foto de Markus Lanz (Sesc-SP).

98
TÍTULO TITULO

PARTE IV:

e administrativas
Informações financeiras
TÍTULO TITULO

99
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS

GRÁFICO 2 - COMPARATIVO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS POR TIPO - CAU/BR

Entre 2012 e 2014 houve uma evolução da receita da cota parte oriunda de 20% da
arrecadação de anuidade, RRT e outros. Para 2014, o montante verificado é superior

Informações financeiras à arrecadação de 2013. O valor de R$ 21,3 milhões de 2012, referente ao grupo de
despesas “Transferências Correntes”, refere-se ao repasse pelo Sistema Confea/CREA
das receitas de arrecadação referentes a arquitetos e urbanistas e posteriores à Lei

e administrativas 12.378/2010.

Gráficos apresentam os principais indicadores financeiros


e administrativos do CAU/BR no período 2011–2014

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do terceiro trimestre. Houve crescimento das princi-


Brasil finalizou o ano fiscal de 2014 com um superá- pais fontes de arrecadação em 2014, possibilitando
vit financeiro de R$ 11,1 milhões, valor que possibili- um maior direcionamento das despesas para a ativi-
tará ao Conselho avançar e investir em seus grandes dade-fim. Os gastos com pessoal, contudo, sempre
projetos institucionais. Em 2012, as transferências do estiveram abaixo dos 55% da receita corrente esta-
Sistema Confea/CREA se consolidaram apenas no belecido pelo Plenário.

GRÁFICO 3 - COMPARATIVO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS DE 2012 A 2014 - CAU/BR


(ACUMULADO POR TRIMESTRE)
GRÁFICO 1 - COMPARATIVO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS - CAU/BR
A arrecadação total do CAU/BR em 2014 se consolidou em patamares superiores à
Em 2012, principalmente no 3o trimestre, houve um forte repasse de recursos oriun- observada no execício de 2013.
dos do Sistema Confea/CREA. Já em 2013, o CAU consolidou seu processo de co-
brança e, em 2014, houve um substancial acréscimo em relação ao exercício de 2013.

100 101
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS

GRÁFICO 6 - COMPARATIVO DA DESPESA PAGA DE 2012 A 2014 - CAU/BR


GRÁFICO 4 - COMPARATIVO DE DESPESAS TOTAIS - CAU/BR (ACUMULADO POR TRIMESTRE)

Com a estruturação do processo de cobrança, o CAU/BR direcionou mais despesas para a Evolução das despesas totais de forma acumulada.
sua atividade-fim. O gráfico demonstra o total de despesas realizadas.

GRÁFICO 7 - COMPARATIVO DO COMPROMETIMENTO DE DESPESAS COM PESSOAL -


GRÁFICO 5 - COMPARATIVO DE DESPESAS COM PESSOAL - CAU/BR CAU/BR

Evolução das despesas de pessoal entre 2012 e 2014.


Ao se analisar o comprometimento de despesas de pessoal em relação à Receita Lí-
quida, o CAU/BR manteve o gasto de pessoal em patamares muito inferiores ao limite
estabelecido pelo Plenário. O Conselho finaliza 2014 com um comprometimento de
37%, embora o limite definido em Plenário seja de 55%.

102 103
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E ADMINISTRATIVAS

GRÁFICO 8 - EVOLUÇÃO DAS RECEITAS - CAU/BR Funcionários


das gerências
O CAU/BR finalizou o ano fiscal de 2014 com um superávit financeiro de R$ 11,1 mi- financeiras dos
lhões. CAU de todo o
Brasil se reuniram
em Brasília
para melhorar
processos e fluxo
de informações
entre as
instituições.

Processos administrativos
e financeiros
Com o objetivo de melhorar os processos ad- orçamento e tesouraria), Sispat.net (sistema de patri-
ministrativos e financeiros do Conselho, foi realizado mônio) e Sialm.net (sistema de almoxarifado).
em 2014 um encontro dos contadores e gestores fi- Foram mapeados o nível de utilização das tec-
nanceiros de todos os CAU. No evento, com grande nologias de todos os CAU/UF, o que orientou um
presença dos responsáveis das áreas, discutiu-se os processo de informatização conforme o nível de
principais processos e desafios envolvidos. complexidade de cada um deles.
No final, foi feito um documento com as opor- Até fins de 2014 tinham sido capacitados, em
tunidades de melhoria para todo o CAU. Na conti- encontros realizados em Brasília, 20 CAU/UF. O pró-
nuidade, o CAU/BR promoveu uma forte ação de im- ximo passo é uma forte ação de informatização dos
plantação e capacitação de sistemas administrativos processo de compras, contratos, licitações e passa-
e financeiros: Siscont.net (sistema de contabilidade, gens e diárias.

104 105
Praça das Artes, São Paulo/SP. Projeto do escritório Brasil Arquitetura. Foto de Nelson Kon

106
TÍTULO TITULO

PARTE V:
Homenagens
TÍTULO TITULO

107
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 HOMENAGENS

VETERANOS

Na festa de comemoração de seus dois anos


de existência, o CAU prestou homenagens a três
dos primeiros arquitetos a se registrarem no Con-
selho pelas décadas de dedicação à área de Arqui-
tetura e Urbanismo.
Receberam uma placa comemorativa do
CAU/BR os profissionais Emil Achutti Bered,
formado em 1949, registro CAU N° A0004; Le-
onardo Musafir, formado em 1950, registro CAU
N° A0010; e Vera Fabricio Carvalho, formada em

Oscar, Miguel Oscar Niemeyer, Miguel Pereira e João


Filgueiras Lima (o Lelé) foram alguns dos grandes
nomes da Arquitetura e Urbanismo nacionais
MIGUEL E LELÉ
Miguel Pereira e Lelé faleceram, respectiva-
mente, em 15 e 21 de maio de 2014. Eles foram ho-
1951, registro CAU N° A0012.

e Lelé falecidos nos primeiros três anos de existência


do CAU, que lhes prestou homenagens especiais.
Oscar Niemeyer morreu em 05 de dezembro
menageados pelo CAU/BR na 10ª Plenária Amplia-
da, realizada no dia 18 de julho seguinte.
A arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima, fi-
Três grandes nomes na luta de 2012, justamente o primeiro dia em que o Con- lha de Lelé, e o também arquiteto Tagore Leite Alves
pela criação do CAU receberam selho promovia, em Brasília, o Seminário Internacio- Pereira, filho de Miguel, representaram as famílias e
homenagens dos colegas nal “O estado da arte de conselhos profissionais de receberam placas com o registro da homenagem.
Arquitetura e Urbanismo no mundo – experiências Entre tantos depoimentos emocionados de
e desafios”, com a presença de representantes de vá- colegas, um momento especial foi a apresentação
rias entidades congêneres de outros países. de um vídeo da série “CAU Conversa com”, produ-
A notícia, ao final do primeiro dia do Seminá- zida em 2012. Ali, Miguel reverenciava seu amigo
rio, emocionou profundamente os arquitetos pre- Lelé pelo homem e profissional, enaltecendo a sus-
sentes – brasileiros e estrangeiros –, que tiveram a tentabilidade da obra de Arquitetura que ele sem-
oportunidade de participar das cerimônias em ho- pre propôs e, principalmente, o compromisso social
menagem a Niemeyer realizadas durante a passa- que acompanhou as propostas do arquiteto.
gem de seu corpo por Brasília. Para Miguel, ex-conselheiro federal do CAU
Em sua homenagem, o CAU/BR instituiu o “Dia por São Paulo, Lelé deveria ter sido indicado ao Prê-
Nacional do Arquiteto e Urbanista”, a ser comemora- mio Nobel da Paz pela sua produção pautada pelos
do todo 15 de dezembro, data natalícia do arquiteto. seus compromissos sociais, pela proposta natural e
Niemeyer também recebeu do CAU o registro pro- pujante de sustentabilidade. “A cidade e a Arquite-
fissional Nº 1, por ter sido por mais de 50 anos um tura têm uma dimensão capaz de produzir paz, por
dos grandes defensores da criação de um conselho isso o nosso candidato deve ser um arquiteto cha-
próprio de Arquitetura e Urbanismo. mado Lelé”, finaliza Miguel no vídeo.

108 109
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014 COMISSÕES E COLEGIADO DAS ENTIDADES NACIONAIS DOS ARQUITETOS E URBANISTAS

Comissões e Colegiado das Entidades Nacionais


dos Arquitetos e Urbanistas (CEAU)

2012 2013 2014

Comissão Ordinária de Organização e Administração Comissão Ordinária de Organização e Administração Comissão Ordinária de Organização e Administração Comissão Temporária Eleitoral das Instituições
Anderson Fioreti de Menezes (coordenador) Anderson Fioreti de Menezes (coordenador) Anderson Fioreti de Menezes (coordenador) de Ensino Superior
Ana Karine Batista de Souza Ana Karine Batista de Souza Ana Karine Batista de Souza Wilson Ribeiro dos Santos Junior
Celso Costa Celso Costa Celso Costa Ester Judite Bendjouya Gutierrez
Eduardo Cairo Chiletto Fernando José de Medeiros Costa Oscarito Antunes do Nascimento Enio Moro Junior
Clênio Plauto de Souza Farias Oscarito Antunes do Nascimento Cesar Dorfman
Comissão Temporária de Regulamentação Eleitoral
Comissão Ordinária de Planejamento e Finanças Comissão Ordinária de Planejamento e Finanças Comissão Ordinária de Planejamento e Finanças Fernando José de Medeiros Costa (coordenador)
Roberto Rodrigues Simon (coordenador) Roberto Rodrigues Simon (coordenador) Roberto Rodrigues Simon (coordenador) Paulo Oscar Saad
Cláudia Teresa Pereira Pires Roberto Lopes Furtado Laércio Leonardo de Araújo Ana Karine Batista Sousa
Laércio Leonardo de Araújo Cláudia Teresa Pereira Pires Roberto Lopes Furtado  Napoleão Ferreira da Silva Neto
Roberto Lopes Furtado Laércio Leonardo de Araújo Cláudia Teresa Pereira Pires Rodrigo Capelato
Rodrigo Capelato Rodrigo Capelato Rodrigo Capelato
Comissão Temporária Organizadora da I Conferência
Comissão Ordinária de Ensino e Formação Comissão Ordinária de Ensino e Formação Nacional de Arquitetura e Urbanismo
José Roberto Geraldine Júnior (coordenador) Eduardo Cairo Chiletto (coordenador) Comissão Ordinária de Ensino e Formação Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz (coordenador)
Fernando José de Medeiros Heitor Antônio Maia da Silva Dores Fernando Diniz Moreira (coordenador) Silvio Carvajal Feitosa
Fernando Diniz Moreira José Roberto Geraldine Junior Fernando José de Medeiros Costa Celso Costa
Oscarito Antunes do Nascimento Fernando José de Medeiros Costa José Roberto Geraldine Junior Claudia Teresa Pereira Pires
Marcelo Augusto Costa Maciel Cesar Dorfman Heitor Antonio Maia das Dores Marcelo Augusto Costa Maciel
Clênio Plauto de Souza Farias Napoleão Ferreira da Silva Neto
Comissão Ordinária de Ética e Disciplina Comissão Ordinária de Ética e Disciplina
Napoleão Ferreira da Silva Neto (coordenador) Napoleão Ferreira da Silva Neto (coordenador) Comissão Ordinária de Ética e Disciplina Comissão Mista Gestora do Fundode Apoio
Paulo Oscar Saad Luiz Afonso Maciel de Melo Napoleão Ferreira da Silva Neto (coordenador) Financeiro aos CAU/UF
Arnaldo Mascarenhas Braga Paulo Oscar Saad Luiz Afonso Maciel de Melo Roberto Rodrigues Simon (coordenador)
Heitor Antônio Maia da Silva Dores Arnaldo Mascarenhas Braga Arnaldo Mascarenhas Braga Roberto Lopes Furtado
Luiz Afonso Maciel de Melo Miguel Alves Pereira Daniel Amor Laércio Leonardo de Araújo
Eduardo Cairo Chiletto Cláudia Teresa Pereira Pires
Comissão Ordinária de Exercício Profissional Comissão Ordinária de Exercício Profissional Rodrigo Capelato
Antônio Francisco de Oliveira (coordenador) Antônio Francisco de Oliveira (coordenador) Comissão Ordinária de Exercício Profissional
Cristina Evelise Vieira Alexandre
Gilmar Scaravonatti Gilmar Scaravonatti Antônio Francisco de Oliveira (coordenador)
Afonso Celso Bueno Monteiro
Paulo Ormindo David de Azevedo Paulo Ormindo David de Azevedo Heitor Antonio Maia das Dores
Guivaldo D’Alexandria Baptista
Raimundo Nonato da Silva Souza Raimundo Nonato da Silva Souza Celso Costa
-----------------------------------
Silvio Carvajal Feitosa Silvio Carvajal Feitosa Napoleão Ferreira da Silva Neto
Raimundo Nonato da Silva Souza
Comissão Especial de Política Profissional Comissão Especial de Política Profissional Colegiado Permanente das Entidades Nacionais
César Dorfman (coordenador) Cesar Dorfman (coordenador) Comissão Especial de Política Profissional
dos Arquitetos e Urbanistas do CAU/BR
Laércio Leonardo de Araújo Gilmar Scaravonatti Cesar Dorfman (coordenador)
Letícia Peret Antunes Hard (secretária-executiva)
Gilmar Scaravonatti Laércio Leonardo de Araújo Gilmar Scaravonatti
Sérgio Ferraz Magalhães
Napoleão Ferreira da Silva Neto Raimundo Nonato da Silva Souza Laércio Leonardo de Araújo
Gilberto Silva Domingues de Oliveira Belleza
Raimundo Nonato de Souza Celso Costa Raimundo Nonato da Silva Souza
Jeferson Roselo Mota Salazar
Celso Costa
Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental Cicero Alvarez
Paulo Ormindo David de Azevedo (coordenador) Paulo Ormindo David de Azevedo (coordenador) Comissão Especial de Política Urbana e Ambiental Eduardo Sampaio Nardelli
Roberto Lopes Furtado Roberto Lopes Furtado Paulo Ormindo David de Azevedo (coordenador) Henrique Cambiaghi Filho
Claudia Teresa Pereira Pires Cláudia Teresa Pereira Pires Eduardo Cairo Chiletto  Fernando José de Medeiros Costa
Antônio Francisco de Oliveira Antônio Francisco de Oliveira Antônio Francisco de Oliveira Gogliardo Vieira Maragno
Silvio Carvajal Feitosa Eduardo Cairo Chiletto Luiz Afonso Maciel de Melo  Saide Kahtouni
Silvio Feitosa Carvajal Vítor Halfen Moreira
Comissão Especial de Relações Internacionais Comissão Especial de Relações Internacionais
Miguel Alves Pereira (coordenador) Miguel Alves Pereira (coordenador) Comissão Especial de Relações Internacionais
Roberto Rodrigues Simon Fernando Diniz Moreira Roberto Rodrigues Simon (coordenador)
Fernando Diniz Moreira Roberto Rodrigues Simon José Roberto Geraldine Júnior
Paulo Oscar Saad Paulo Oscar Saad Daniel Amor
José Roberto Geraldine Júnior Arnaldo Mascarenhas Braga Fernando Diniz Moreira
----------------------------------- ----------------------------------- Roberto Lopes Furtado
Comissão Especial Eleitoral Nacional
Colegiado Permanente das Entidades Nacionais Colegiado Permanente das Entidades Nacionais Amilcar Coelho Chaves (coordenador)
dos Arquitetos e Urbanistas do CAU/BR dos Arquitetos e Urbanistas do CAU/BR Rodrigo Capelato
Jeferson Roselo Mota Salazar (secretário-executivo) Sérgio Ferraz Magalhães (secretário-executivo) Luís Salvador Petrucci Gnoato
Ângelo Marcos Vieira de Arruda Gilberto Silva Domingues de Oliveira Belleza Ângela Canabrava Buchmann
Orlando Busarello Jeferson Roselo Mota Salazar Valeska Peres Pinto
Saide Kahtouni Ângelo Marcos Vieira de Arruda
Gogliardo Vieira Maragno Eduardo Sampaio Nardelli
João Carlos Correia Henrique Cambiaghi Filho
Eduardo Sampaio Nardelli Fernando José de Medeiros Costa
Henrique Cambiaghi Filho Gogliardo Vieira Maragno
Ivan Zanatta Kawahara Jonathas Magalhães Pereira da Silva
Gilson José Paranhos de Paula e Silva Saide Kahtouni
Jeronimo de Moraes Neto José Henrique Pereira de Freitas

110 111
RELATÓRIO DA GESTÃO FUNDADORA DO CAU/BR: 2011–2014

EXPEDIENTE

ORGANIZAÇÃO, REDAÇÃO, EDIÇÃO E REVISÃO


Assessoria de Comunicação Integrada do CAU/BR
Júlio Moreno
Leonardo Echeverria
Emerson Fonseca Fraga
Amanda Cunha
Bárbara Elizabeth (estagiária)
Yone Macedo (estagiária)

ASSESSORIA ESPECIAL DA PRESIDÊNCIA


Mirna Cortopassi Lobo

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Agência Comunica
Joaquim Olímpio Martins

FOTO DE CAPA
Hospital Sarah - Lago Norte, Brasília/DF
Projeto de João Filgueiras Lima (Lelé). Foto de Nelson Kon.

2ª Edição (Brasília: CAU/BR, maio de 2015)


Praça das Artes, São Paulo/SP. Projeto do escritório Brasil Arquitetura. Foto de Nelson Kon

112
A sede do CAU/BR está localizada no Setor Comercial Sul (SCS), Quadra 02, Bloco C –
Ed. Serra Dourada, Salas 401 a 409 | CEP: 70.300-902 Brasília/DF | Telefone: (61) 3204-9500
www.caubr.gov.br

Você também pode gostar