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Caderno de apoio
Professor:
Profa Célia Regina Moretti Meirelles
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E
A madeira por ser material natural apresenta como características uma beleza própria pois
apresenta diferentes cores, cheiro, textura, de origem vegetal encontrada em florestas
naturais e em florestas artificiais resultantes de reflorestamentos.
A madeira pode ser considerada um material estrutural muito resistente quando utilizamos
uma espécie adequada na classificação, associado a um sistema estrutural apropriado. A
característica estrutural da madeira mais importante é chamada de anisotropia. A anisotropia
é responsável por diferentes comportamentos de acordo com a direção de aplicação da
carga em relação às fibras.
Muitas pesquisas foram realizadas nas últimas duas décadas no Brasil e com isso realizou-
se a revisão da norma brasileira para estruturas de madeira com grande contribuição da
Escola de Engenharia da USP/ São Carlos e o LAMEM que resultou na aprovação da atual
norma brasileira para projeto de estruturas de madeira, NBR 7190:1997. Muitas pesquisas
precisam ser realizadas para o desenvolvimento da tecnologia da madeira no Brasil e a
parceria entre as indústrias e as instituições de pesquisas, gerando publicações e criando
um melhor envolvimento de arquitetos e engenheiros.
...as seivas brutas, retiradas do solo, sobem pela camada periférica do lenho, o
alburno, até as folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva
elaborada que desce pela parte interna da casa, o floema, até as raízes. Parte
dessa seiva elaborada é conduzida radialmente até o centro do tronco por meio
dos raios medulares. As substâncias não utilizadas pelas células são
lentamente armazenadas no lenho. A parte do lenho modificada por essa
substância é designada como cerne, geralmente mais densa, menos permeável
a líquidos e gases, mais resistentes ao ataque de fungos apodreceres e insetos,
apresenta maior resistência mecânica. Em contraposição, o alburno, menos
denso, constituído pelo conjunto das camadas externas do lenho, mais
permeáveis a líquidos e gases está mais sujeito ao ataque de fungos
apodrecedores e insetos, além de apresentar menor resistência mecânica.
A) TEOR DE UMIDADE
m1 - m2
w= .100
m2
Onde:
M1= massa úmida em gramas
M2= massa seca em gramas
W= umidade (%)
Na árvore, a célula da madeira apresenta água de duas formas, água livre contida nas
cavidades das células (lumens), e água impregnada contida nas paredes das células. No
momento que a árvore é cortada tende a perder a água na forma livre rapidamente enquanto
que a água na forma de impregnação é perdida lentamente. A umidade da madeira tende a
encontrar um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que se encontra.
Para as aplicações na construção civil a madeira é considerada seca quando seu teor de
umidade estiver entre de 12% a 15%. Este teor de umidade do depende do local da obra.
B) RETRATIBILIDADE
A retratilidade é definida como sendo a redução das dimensões em uma peça de madeira
pelo processo de secagem, devido a saída da água de impregnação. A retração ocorre em
porcentagens diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal. A retração
longitudinal ocorre com valores de 0,5% de variação dimensional, a retração tangencial
ocorre em valores de até 10% de variação dimensional, podendo causar problemas de
torção nas peças de madeira. A retração radial ocorre com valores da ordem de 6% da
variação dimensional, podendo causar problema de rachaduras nas peças de madeira.
D) DURABILIDADE NATURAL
A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie, das
características anatômicas de onde a peça de madeira foi retirada e do projeto
arquitetônico. Algumas espécies apresentam uma grande durabilidade natural ao ataque de
fungos, em geral madeiras nativas como por exemplo o ipê, o jatobá, a cupiúba, enquanto
outras espécies como as madeiras de reflorestamento apresenta uma pequena durabilidade
em relação ao ataque de fungos e bactérias e geralmente precisam ser tratadas.
Quando a peça é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente ao
comprimento das células. As células reagindo em conjunto conferem uma grande resistência da
madeira à compressão. No caso de solicitação normal ou perpendicular às fibras, a madeira
apresenta resistências menores que na compressão paralela, pois a força é aplicada na direção
normal ao comprimento das células, direção na qual possuem baixa
A) COMPRESSÃO
B) TRAÇÃO
TRAÇÃO PARALELA (ft0º): alongamento das células da madeira ao longo eixo longitudinal.
FONTE: RITTER,1990
FONTE: RITTER,1990
D) CISALHAMENTO
E) FLEXÃO SIMPLES
Na flexão simples ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração
paralela às fibras, cisalhamento horizontal e nas regiões dos apoios compressão normal às
fibras. A madeira apresenta uma alta resistência na flexão devido ao fato dos esforços
internos ocorrerem paralelos a fibra da madeira.
Na flexão o carregamento atua na direção perpendicular a fibra, entretanto o esforço interno
ocorre paralelo a fibra longitudinal da madeira. A madeira apresenta uma ótima eficiência
estrutural quando utilizada como viga.
1.6 - MADEIRAS UTILIZADAS COMO ESTRUTURA
TIPO DIÂMETRO
COMPRIMENTO (M)
BASE (CM) TOPO (CM)
7 Leve 18,5 13,7
8 Leve 19,7 14,0
20,8 14,3
9 Leve 23,6 17,2
27,7 21,3
Primeira categoria: são peças cujas características mecânicas são iguais a, pelo menos,
85% das obtidas em pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de
qualidade excepcional, sem nós e retilínea.
Segunda categoria: apresenta características mecânicas iguais a, pelo menos, 60% dos
valores correspondentes aos obtidos em ensaios com pequenos corpos de prova isentos de
defeitos. A madeira é de qualidade estrutural corrente, com pequenas incidências de nós
firmes e outros defeitos.
Terceira categoria: madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces.
E) PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Observa-se que o pré-dimensionamento permite uma noção inicial das dimensões das peças
estruturais mas não é o dimensionamento final. Portanto deve-se consultar um engenheiro
especialista para determinar o dimensionamento das pecas.
A estrutura das casas em madeira pode ser composta de pilares portantes e vigas principais
como no desenho abaixo. As vigas secundarias estão posicionadas unidirecionalmente
sobre as vigas principais. Em geral, essas estruturas possuem um vão máximo de madeiras
maciças de 4 a 5 m em vão. Quando os vãos são maiores, recomenda-se trabalhar com
madeiras laminadas. As vigas secundárias apresentam uma distância que varia de 40 a
60cm uma da outra. Em geral a estrutura de madeira deve ser contraventada e estabilizada
ao vento.
Figura: Pilar em tora com chapa externa. Para uso em pilar externo.
C) PILARES COMPOSTOS
ENTALHES OU ENCAIXES CONSIDERADOS NA NORMA BRASILEIRA
COBERTURAS E PASSARELAS
3.1 - TRELIÇAS
São estruturas planas verticais, pois recebem cargas paralelamente ao seu plano,
transmitindo-as aos seus apoios. As treliças apresentam formas triangulares, com nós
articulados e carregamento aplicados nos nós. As treliças podem ser aplicadas em
coberturas ou passarelas, em treliças retas e planas (pratt, howe ) tesouras, arcos, pórticos,
etc....
A) TRELIÇA PRATT
Em geral mais utilizada na estrutura metálica, pois suas diagonais são tracionadas.
B) TRELIÇA HOWE Em geral é mais utilizada nas estruturas de madeira, pois suas
diagonais são comprimidas podendo ser confeccionada no sistema de sambladuras
(encaixes). A madeira quando aplicada na treliça é tão eficiente quanto o aço, pois as
barras da treliça são pequenas barras, e apresentam compressão, ou tração pura na
direção paralela a fibra da madeira.
3.2 – TESOURAS
D) TESOURA PRATT:
E) TESOURA HOWE:
3.3 - COMPONENTES DA COBERTURA DE MADEIRA PARA TELHAS CERÂMICAS
Podemos utilizar diversas espécies de naturais brasileiras para a estrutura entre elas como
a itaúba, a cupiuba, a timborana, o Jaraná, o jatobá, o cumaru entre outras. No entanto a
peroba rosa foi a madeira mais utilizada nas coberturas ao longo do tempo no Brasil.
Entretanto hoje a peroba rosa corre risco de extinção e os pesquisadores do instituto de
pesquisas tecnológicas IPT(2003) recomendam aplicação de outras espécies de madeiras
em substituição à peroba rosa. Veja a Tabela (NBR 7190/1997) que apresenta outros tipos
de madeira em substituição a peroba rosa. Observar com atenção que a espécie que tem as
mesmas características físicas e mecânicas da peroba rosa é a cupiúba, vendida muitas
vezes como peroba rosa ou peroba do Pará. Esta madeira apresenta como característica
física um odor característico.
d = altura da peça
a = recorte, a > 2cm
1/8d < a < 1/4 d
A figura abaixo mostra a tensão de cisalhamento paralelo à fibra, gerado pelo banzo
inclinado:
ETAPAS PARA GERAR UM ENCAIXE POR SAMBLADURA (1 DENTE):
- Traçar primeiro linhas de eixo.
-
DETALHE COM 2 DENTES:
FONTE: MOLITERNO, A
FONTE: MOLITERNO, A. FONTE: MOLITERNO, A.
Fonte: PFEIL, adaptado por MEIRELLES; SILVA.
DETALHE 3
CONCEITO DE NÓ:
3.2 COMPOSIÇÃO DA RETA TRELICA NO ESPAÇO EM COBERTURAS E
PASSARELAS
A distância b entre duas treliças planas - elementos secundários b = de 3 a 6,00 m ideal 4,2 metros
para madeira nativa
Como pré-dimensionamento a altura da treliça h ≥ 0,06 L a 0,1 L = 6 % a 10% do Vão
principal ( passarela em treliça aplica-se 10% )
3.3 LIGAÇÕES NAS
ESTRUTURAS EM TRELIÇAS
MADEIRA LAMINADA
A) CARACTERÍSTICAS
Laminas de madeira maciças coladas com espessuras inferiores a 4,5cm. As laminas são
retiradas na direção longitudinal da fibra da madeira e coladas compondo uma viga de altura
maior mantendo a direção longitudinal ao longo do comprimento da viga.
As colas mais utilizadas são as resorcinas, melanina, uréia e acetato. Sendo que resorcina e
a melanina podem ficar expostas ao tempo (podem ser usadas como estruturas externas),
exemplo: a estrutura do barco.
A madeira laminada é muito utilizada em estruturas curvas como os arcos e cascos dos
barcos. As madeiras utilizadas são madeiras de reflorestamento.
Encontramos fabricantes que produzem em vigas de comprimento 6 metros ou 12 metros
em São Paulo como a ITA construtora e a Redwood e outros
Bitolas Padronizadas:
PÓRTICOS
TIPOS DE PÓRTICOS:
Vãos usuais em pórticos de madeira no formato capelinha: 30 a 40 metros.
A) Ligação por conector:
Nos pórticos o momentos fletores máximos ocorre no encontro do elemento pilares com a
viga. E este deve ser realizado com dimensões para resistir aos momentos fletores e com
ligação rígida.
No tri-articulado é necessário duas peças para termos estabilidade. Caso aplique um único
elemento em balanço devemos engastar a base e aumentar a base.
Como um pré-dimensionamento
Como um pré-dimensionamento:
A altura centro pode central deve ter de h = 6% L a 8 % L.
A peça superior em compressão a madeira na parte superior da viga teria uma altura em
torno de 2%
Ideal α ≥ 300 mas existem diversas autores que apontam um ângulo superior a 150 neste
caso deve-se tomar cuidado de verificar a protensão exigida no cabo.
Com madeira nativa a viga vagão podemos fazer compor uma viga vagão de doze metros,
entretanto associado a madeira laminada encontramos viga vagão em obras com vãos
superiores 12 metros.
Bibliografia
________REVISÃO ABNT NBR 7190 NBR 7190 - Projeto de estruturas de Madeira. Rio de
Janeiro: 2011
CALIL Jr. C.: BARALDI, L. T. STAMATO, G. C.; FERREIRA, N. dos S.; Notas de Aula Set
406 Estruturas de Madeira. USP/EESC/ LAMEM, São Carlos, 1999
IPT. Madeira – uso sustentável da madeira na construção civil. São Paulo: IPT, 2003