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LICENCIATURA EM ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

CADEIRA: Engenharia e Ambiente

4º ANO

TEMA:
CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS

&

Convenção de Basileia

Discente: Docentes:
Mahomed Sheldon Belo Nhantumbo Dr. Osvaldo Félix Matavele

Vila de Songo, agosto de 2019


CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS

Como muito bem adverte Danielle Limiro (2008, p. 17) “o fenômeno das mudanças
climáticas vem sendo considerado pela comunidade científica como a mais séria ameaça para
todas as formas de vida do planeta, com impactos adversos sobre o meio ambiente, a saúde
humana, a segurança alimentar, as atividades econômicas”.

O efeito estufa é um fenômeno natural da Terra. É em consequência dele que o planeta


se mantém aquecido, pois gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e os
clorofluorcarbonetos (CFCs), entre outros, impedem que o calor refletido pelo solo terrestre
saia da atmosfera. Assim, a biosfera mantém-se com uma temperatura média acima da que
teria se ele não ocorresse.

Porém, a ação humana tem causado um grande aumento da concentração desses gases
em nosso planeta. Em decorrência disso, surge o chamado efeito estufa antrópico, o qual se
dá em função das atividades desenvolvidas pelo homem, sendo prejudicial a vida terrena, já
que o resultado é um aumento das temperaturas médias, o que pode resultar em variados
desastres ambientais.

A função do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) é elaborar


estudos que relacionem o aumento na temperatura terrestre com as atividades desenvolvidas
pela ação humana. Dois anos após a sua criação, o IPCC publicou seu primeiro relatório,
onde constatou que as mudanças climáticas importam perigos aos seres humanos. Ainda,
nessa ocasião, sugeriu que fosse elaborado um tratado internacional para evitar alterações
nocivas ao clima terrestre.

Dessa forma, em meio aos temores de desastres ambientais causados por mudanças
climáticas decorrentes do efeito estufa antrópico, no decorrer da Conferência das Nações
Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da
Terra, realizada no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de julho de 1992, foram aprovados importantes
documentos, entre o quais a Convenção-quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do
Clima.

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Esta convenção tem por objetivos, conforme ensina Di Trindade (2011, p. 552):
“estabilizar a concentração de gases efeitos estufa na atmosfera num nível que possa evitar
uma interferência perigosa com o sistema climático; assegurar que a produção alimentar não
seja ameaçada; possibilitar que o desenvolvimento econômico se dê de forma sustentável”.

A Convenção-quadro, visa, assim, através da ação conjunta dos países desenvolvidos


e em desenvolvimento, utilizando um sistema de responsabilidades conjuntas, porém
diferenciadas, “proteger o sistema climático em benefício das gerações presentes e futuras
(LOUETTE, 2007, s.p.)”.

A Convenção-quadro das Nações Unidas estabeleceu como braço executivo a


Conferência das Partes (COPs), a qual ocorre anualmente e tem por função decidir sobre
aplicação e funcionamento das diretrizes do tratado, a implementação dos mecanismos
previstos e o cumprimento das metas estabelecidas.

Em decorrência da primeira Conferência das Partes (COP 1), realizada em 1995, na


Alemanha, assim como da segunda (COP 2), que ocorreu em 1996 na Suíça, restou
convencionado a necessidade da elaboração de um Protocolo à Convenção-quadro com
obrigações legais e metas vinculantes para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa.

Assim, foi por ocasião da terceira Conferência das Partes (COP 3), realizada em 1997,
a qual contou com a presença de 159 nações, que restou adotado, por consenso, o Protocolo
de Kyoto.

Portanto, uma vez que a Convenção-quadro não traz obrigações legais em relação as
emissões de gases causadores do efeito estufa, foi assinado o Protocolo de Kyoto. Este tem
por função estabelecer metas vinculantes para os países desenvolvidos, trazendo maior
efetividade para aquela. Sendo, desta forma, um documento com compromissos obrigatórios
e concretos para o combate ao aquecimento global.

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Convenção de Basileia
A Convenção da Basiléia é a legislação ambiental internacional que regulamenta e controla
os movimentos transfronteiriços (migração) de resíduos perigosos, seu tratamento e
disposição final. Essa convenção internacional foi promulgada em 22 de março de 1989 pela
Organização das Nações Unidas, na Basiléia, por 105 países e pela Comunidade Européia.
Contudo, a Convenção da Basiléia só entrou em vigência a partir da ratificação parlamentar
do vigésimo país, fato que ocorreu apenas em maio de 1992. No primeiro semestre de 2006,
168 países já haviam ratificado a Convenção da Basiléia, desse total, apenas 25 países-
membros das Nações Unidas ainda não a ratificaram. Os Estados Unidos é o único país-
membro da OCDE que não a ratificou.

A incorporação da Convenção da Basiléia ao ordenamento jurídico brasileiro deu-se


pela promulgação do Decreto presidencial de n.875/93, após autorização do Decreto
Legislativo de n.34/92. Contudo, sua implementação no ordenamento jurídico brasileiro só
se deu três anos mais tarde, pela Resolução do Conama n.23/96.
A Convenção da Basiléia, entretanto, não proíbe os movimentos transfronteiriços de
resíduos perigosos nem tenta solucionar o problema da crescente geração desses resíduos. O
próprio governo brasileiro já apresentava ressalvas na ocasião de sua adesão em 1989,
apontando diversas deficiências no texto da Convenção e cobrando um controle mais
rigoroso sobre o movimento de resíduos perigosos e um compromisso dos Estados
envolvidos na exportação dos resíduos perigosos com uma gestão ambientalmente saudável.

O governo brasileiro considerou que a Convenção da Basiléia constituía apenas um


primeiro passo para proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos
dos resíduos perigosos e dos movimentos transfronteiriços desses resíduos. A Convenção da
Basiléia é um acordo entre os países signatários em que as transferências de resíduos
perigosos ficariam sujeitas, apenas, a um consentimento prévio.

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Existe uma forte pressão internacional para a ratificação de uma emenda à Convenção da
Basiléia que prescreve a proibição total do comércio internacional de resíduos sólidos
perigosos, especialmente entre países-membros da OCDE (na condição de geradores) e
países não-membros da OCDE (na condição de receptores). A essa emenda contrapõe-se o
argumento americano de que qualquer restrição ao comércio internacional deve ser analisada
especificamente e não de forma generalizada. A fundamentação para essa argumentação é
basicamente econômica, porque uma proibição generalizada prejudicaria aqueles países
receptores de resíduos perigosos que possuíssem tecnologia e infra-estrutura apropriada para
dar um destino adequado aos resíduos perigosos do ponto de vista socioambiental.

Um risco associado à implementação dessa emenda seria o de que, proibindo o comércio


internacional desses resíduos perigosos, se incentive a transferência de toda a atividade
poluidora e geradora desse resíduo perigoso e não apenas o resíduo perigoso. As empresas,
não podendo exportar e tendo de arcar com os custos elevados de tratamento e destinação
final desses resíduos perigosos, não teriam alternativas senão transferir todas as suas
operações. A expectativa é de que esse tipo de migração ocorra, principalmente, para os
países industrializados da América Latina e Ásia. Contudo, essa migração pode ser
monitorada pelo aumento do investimento direto dessas indústrias poluidoras nos países
receptores (CLAPP, 2001).

Um outro problema da Convenção da Basiléia é a falta de clareza na definição de


resíduos perigosos, o que obriga os países signatários a adotarem diferentes classificações
impossibilitando a compensação entre países. Essa falta de precisão conceitual da Convenção
gerou uma inconsistência de dados, informações incompletas, dupla-contagem e erros de
processamento, ocasionando uma baixa confiabilidade da base de dados.

Mesmo assim, pôde-se notar nos últimos anos que: a quantidade gerada de resíduos
perigosos estaria aumentando; existiria uma tendência de um pequeno número de países
transferir grandes quantidades de resíduos; a Convenção da Basiléia já controla mais de 80%
do total de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos.

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Regras da Convenção de Basiléia

• A proibição de resíduos perigosos para países que não têm condições de tratar e
armazenar corretamente os mesmos;
• A proibição desse tipo de transporte de resíduos para países que não fazem parte da
convenção e para a Antártica;
• Autorização, por escrito, do país receptor em relação a tais resíduos;
• Resíduos que forem considerados perigosos pelo país exportador, importador ou por
algum país pelo qual irá transitar durante o transporte, deve ser considerado perigoso
a todos os envolvidos;
• Para ocorrer a transação dos resíduos é necessário ter a emissão de Licença de
Importação (LI) e Registro de Exportação (RE) através do Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.estudopratico.com.br/convencao-de-basileia/

http://wwws.fclar.unesp.br/agenda-pos/economia/3339.pdf

AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental. 2a ed. São Paulo:


Método, 2011.

PNMC. Plano Nacional Sobre Mudança do Clima. Disponível


em:<http://www.mma.gov.br/estruturas/169/_arquivos/169_29092008073244.pdf>.
Acesso em: 07 ago. 2012.

LIMIRO, Danielli. Créditos de Carbono: Convenção de Basiléia e Projetos de


MDL. Curitiba: Juruá, 2008.

PNMC. Plano Nacional Sobre Mudança do Clima. Disponível


em:<http://www.mma.gov.br/estruturas/169/_arquivos/169_29092008073244.pdf>.
Acesso em: 07 ago. 2012.

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