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APOSTILA FLORESTAL N0 13
Pág.
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... 4
LISTA DE TABELAS................................................................................................... 5
1. Ecossistemas............................................................................................................ 6
1.1. Ecossistemas terrestres..................................................................................... 6
1.2. As comunidades vegetais de terra firme........................................................... 7
1.3. O solo como elemento básico do ecossistema.................................................. 7
1.3.1. Processos de formação de desenvolvimento do solo................................ 8
1.3.2. Humificação e transformação da matéria orgânica do solo...................... 8
1.3.3. Perfil do solo............................................................................................. 9
1.4. Os solos e as comunidades vegetais................................................................. 11
2. Degradação de ecossistemas florestais.................................................................... 12
3. Recuperação de ecossistemas florestais.................................................................. 14
3.1. Planejamento..................................................................................................... 14
3.1.1. Levantamento topográfico........................................................................ 14
3.1.2. Diagnóstico florístico e ambiental............................................................ 14
3.1.3. Metodologia operacional........................................................................... 15
3.2. Descrição das técnicas operacionais................................................................. 15
3.2.1. Remodelagem do terreno.......................................................................... 15
3.2.2. Conservação do terreno............................................................................. 15
3.2.3. Revegetação arbórea................................................................................. 20
4. Espécies para revegetação de ecossistemas florestais degradados....................... 29
4.1. Espécies arbóreas.............................................................................................. 30
4.2. Grupos ecológicos de espécies florestais......................................................... 30
4.2.1.Espécies pioneiras restauradoras............................................................... 30
4.2.2.Espécies pioneiras e secundárias iniciais................................................... 31
4.2.3.Espécies secundárias tardias...................................................................... 32
5. Literatura consultada............................................................................................. 34
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LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1 – Perfil hipotético de um solo, com representação dos principais horizontes................ 10
Figura 2 – Canal de drenagem secundária, para área com declividade inferior a 30%................ 16
Figura 4 – Paliçada com cordões de ramos vivos entrelaçados, para estabilização de encostas
instáveis...................................................................................................................... 18
Figura 5 – Paliçada com mudas de raiz nua, para estabilização de encostas instáveis................ 18
Figura 6 – Muro de arrimo com madeira roliça e com vegetação para estabilização de taludes. 19
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LISTA DE TABELAS
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Tabela 1 – Escala de degradação de ecossistemas florestais..................................................... 13
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1. Ecossistemas
Os seres vivos associados ao seu ambiente específico podem ser agrupados em níveis de
organização escalonados do protoplasma celular ao sistema global dos seres vivos ou biosfera.
No nível inferior à biosfera encontram-se os ecossistemas, conceituados como sistemas
ecológicos que integram as comunidades bióticas e o ambiente abiótico.
Qualquer entidade reconhecível na natureza, desde que os principais componentes estejam
presentes e interatuando de forma a resultar na estabilidade funcional do sistema, ainda que
temporariamente, pode ser considerada um ecossistema (ODUM, 1971 ).
O ecossistema está formado basicamente pela massa orgânica de seres vivos animais e
vegetais, e pelo espaço vital ou habitat. Estruturalmente pode-se distinguir em cada ecossistema
os seguintes constituintes:
* Substâncias abióticas: elementos básicos e integrantes do ambiente.
* Componentes produtores: são os organismos antotróficos, principalmente as plantas
verdes, capazes de fixar energia luminosa e produzir alimento a partir de substâncias inorgânicas
simples.
* Componentes consumidores: organismo heterotróficos, que alimentando-se de outros
organismos rearranjam e decompõem os materiais complexos sintetizados pelos produtores.
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Afinal quando surgiram as angiospermas ou plantas com flores, desenvolveram-se as
florestas e outras comunidades atuais.
A evolução das plantas e da vegetação como um todo originou desta maneira, associações
cada vez mais complexas, capazes de transformar com maior eficiência a matéria prima
disponível, contando sempre com variadas combinações de calor, luz, umidade e de solo.
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1.3.1. Processos da formação e desenvolvimento do solo
A meteorização física desagrega as rochas e os minerais, aumentando a superfície
específica, tornando o material mais exposto aos processos químicos e bioquímicos. A
meteorização química transforma os minerais em compostos mais estáveis.
Nas regiões temperadas onde ocorrem geadas, o congelamento da água infiltrada nas fendas
é um expressivo agente de desagregação e sua ação é tanto mais intensa quanto mais porosa for a
rocha, quanto maior o conteúdo hídrico e quanto mais freqüente ocorrer o congelamento. Nas
regiões quentes e secas as rochas desagregam-se por tensões térmicas quando, estando aquecidas
intensamente pelos raios solares, esfriam-se repentinamente. O fenômeno é tanto mais intenso
quanto mais grosseiro seja o material e mais densa sua estrutura, quanto mais diferentes os
coeficientes de dilatação térmica dos compostos minerais, quanto maiores sejam as diferenças de
temperatura e quanto mais rápidas e freqüentes sejam as mudanças de temperatura.
Existem outros agentes de desagregação de menor importância como a hidratação de sais, o
crescimento das raízes, e o movimento de fatores meteorológicos.
A meteorização química principia com a penetração da água na parte superficial dos cristais
ou hidratação. Os compostos mais solúveis são deslocados no meio aquoso podendo suprir os
organismos por absorção ou difusão ou serem alocados em outros componentes por adsorsão ou
combinação química.
A hidrólise decompõe silicatos complexos em formas mais simples como ácidos silícicos e
hidróxidos de alumínio. Silicatos de estrutura laminar ou em camadas podem transformar-se
diretamente em minerais de argila por intercâmbio de cations metálicos. Minerais muito estáveis
decompõem-se quando compostos orgânicos formam complexos ou quelatos com os
componentes da rede mineral.
A formação de minerais de argila, como a transformação de mica (estrutura laminar) em
argila por intercâmbio iônico, é fundamental para o solo. Muitos sedimentos ou rochas
metamórficas contém minerais de argila que se formaram em ciclos de meteorização precedentes
e que são liberados após a decomposição do material cimentante, especialmente dos carbonatos.
Este processo de liberação de argila não deve ser confundido com o processo de formação
de argila, mas em solos jovens pode predominar o primeiro.
A decomposição dos minerais de argila ocorre tal como os demais silicatos, ou seja, por
hidrólise ou formação de quelatos.
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peso molecular (polímeros) em oligomeros e manomeros constituintes, que serão ainda mais
decompostos ou transformados, ou serão absorvidos e assimilados diretamente.
A participação dos organismos e seus enzimas é fundamental na decomposição dos
formadores de húmus, podendo a decomposição química direta ser preponderante em
determinadas condições como as turfas de altitude, muito ácidas.
As huminas formam-se possivelmente a partir de produtos simples da decomposição como
açúcares, aminoácidos e compostos aromáticos, por polimeração. Devido às grandes
possibilidades de combinação, possivelmente não se encontrará materiais químicos de elevado
peso molecular, com idêntica constituição.
A medida que aumenta o peso molecular, as moléculas de humina tornam-se mais escuras
aumentando proporcionalmente o peso equivalente e diminuindo a solubilidade.
A formação de huminas ocorre simultânea e paralelamente ao processo de decomposição e
deposição dos formadores de húmus. A quantidade e composição destes e as condições de
humificação são decisivas para a forma em que se apresentará a matéria orgânica do solo.
Segundo KUBIËNA, citado por BLANQUET (1979) pode-se distinguir nove formas de
húmus nos solos terrestres, podendo agrupar-se em três formas principais:
A - nos solos com nível adequado de umidade e ricos em bases, os formadores de húmus são
decompostos rapidamente, principalmente por bactérias e a matéria orgânica mistura-se
perfeitamente com os componentes minerais por ação das minhocas e outros vermes.
B - nos solos ácidos ou secos os formadores de húmus são desintegrados a princípio por
artrópodos e logo decompõem-se parcialmente por ação de fungos. A matéria orgânica mistura-se
pobremente ao material mineral.
C - em condições muito desfavoráveis, solos ácidos pobres em bases, clima frio, a decomposição
é muito lenta e não mistura-se com os materiais minerais. Acumula-se húmus bruto, composto
por um estrato superior de formadores de húmus, uma zona de decomposição que gradualmente
transmuta-se na zona de materiais húmicos.
Excluindo-se as influências climáticas a forma e o conteúdo de húmus estão determinados
essencialmente pela cobertura vegetal dominante, mas pode haver grandes variações em uma
mesma comunidade vegetal.
Os solos da maioria das comunidades apresentam uma forma característica de húmus, mas
não se pode detalhar quanto a forma de húmus influencia a comunidade e quanto esta condiciona
a forma de húmus. Intervém substâncias estimuladoras e inibidoras, o suprimento de nutrientes, o
pH, a água, a temperatura e a aeração.
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Aoo
Ao
A1
A2
A3
B1
B2
B3
10
C = é a rocha matriz, constituída pelo material que formou o solo, sem ter sido afetada pelos
processos de edafogenesis. As vezes considera-se como horizonte C apenas o material já
desagregado.
A origem e a constituição distinguem os horizontes em biogênicos e petrogênicos. Os
horizontes biogênicos estão determinados principalmente pelo quimismo, pela cobertura vegetal e
pela fauna que depende desta cobertura. Os horizontes petrogênicos, dependem do subsolo ou
horizonte C e dos fatores climáticos como a precipitação pluviométrica e a temperatura.
Os horizontes biogênicos tem especial importância na diferenciação das comunidades
vegetais. Cada associação bem desenvolvida nas comunidades florestais, está relacionada à
determinadas características do perfil do solo, sobretudo da parte biogênica do mesmo.
Quanto mais “específica” for a comunidade (posição inferior na escala sociológica) mais
estreita são suas relações com o solo, ou seja, mais refletem as condições do solo em que se
desenvolvem.
As comunidades pioneiras, de transição e também as permanentes em sentido estrito, tem o
maior valor indicador com relação ao solo.
Por outro lado, as comunidades climáticas estão mais relacionadas a um clima específico, e
menos aos solos. Quanto mais aproxima-se uma comunidade ao limite de sua região climática,
mais estreita torna-se sua relação com um determinado solo.
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2. DEGRADAÇÃO DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS
As áreas de vegetação natural, florestas e outras formações tem sido submetidas a processos
de deterioração em grau alarmante, seguindo-se ao aumento da população humana, que exerce
pressão sobre todas formações vegetais. Nas últimas décadas as atividades econômicas e o
crescimento da população mundial tem evoluído a um ponto tal que os efeitos das atividades
antropicas sobre o ambiente não pode ser mais desconsiderados. A qualidade dos elementos
básicos dos recursos naturais, ar, água e solo, está sendo deteriorada (LUPO & BROWN, 1980).
A degradação dos ecossistemas pode abranger parcial ou integralmente a biomassa e ser
mais ampla ainda atingindo também o habitat.
A exploração de minerais a céu aberto, as construções civis como represas, rodovias,
instalações industriais e mesmo os aglomerados urbanos, em geral resultam na degradação total
do ecossistema na área abrangida.
A exploração florestal em forma extrativista degrada o ecossistema florestal parcialmente,
porque afeta principalmente a biomassa.
A supressão dos ecossistemas florestais para as atividades agrícolas, resultam a princípio
em degradação parcial, se o solo for racionalmente utilizado, de acordo com a sua capacidade de
uso. Inicialmente a biomassa é eliminada, mas se o solo for inadequadamente utilizado, como
normalmente ocorre, a degradação passará a ser total, atingindo o habitat.
Na Tabela 1 apresenta-se uma escala gradativa da degradação que pode ocorrer em um
ecossistema terrestre florestal.
A escala inicia com um nível de intervenção mínima, decorrentes da extração de produtos
florestais não madeiráveis, como frutos, flores e alimentos e outras. A degradação máxima é
decorrente das ações antrópicas para a extração de minerais a céu aberto e construção civis,
suprimindo a biomassa com máxima degradação do habitat.
Até um determinado nível (DG3) a natureza por seus próprios recursos será capaz de
recompor o ecossistema quase sem seqüelas, e m tempo razoavelmente curto.
Nos níveis intermediários (DG4 e DG7) o tempo necessário será maior e dependerá do
tempo e da forma de utilização do recurso solo. Da mesma forma, a qualidade da regeneração
(biodiversidade) será afetada em função das citadas circunstâncias.
Finalmente nos níveis mais altos de degradação (DG8 e DG10) a regeneração ocorrerá
lentamente, tanto mais lento e descaracterizada quanto mais intensa tiver sido a degradação.
A interferência do homem, acelerando ou proporcionando qualidade ao processo de
regeneração pode ser importante, mas tanto mais alto o grau de degradação, quanto mais
complexo será o processo e mais incertos os resultados.
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Tabela 1. Escala de degradação de ecossistema florestal
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3- RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS DEGRADADOS
3.1 Planejamento
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* perfil das camadas de solo ou substrato, caracterizando principalmente a estrutura e
composição de cada camada;
* características físicas e químicas das camadas superficiais principalmente: densidade,
capacidade de infiltração de água, conteúdo de matéria orgânica, nutrientes minerais, elementos
acidificantes, agentes poluidores como metais pesados e outros;
* características físicas e químicas das águas correntes e estagnadas, destacando-se os
elementos acidificantes e os agentes poluidores;
* características biológicas da camada superficial (presença de microorganismos, pequenos
animais, insetos).
3.2.1 Remodelagem
Quando a área é severamente alterada, com revolvimento de subsolo e materiais primários,
como na extração de carvão mineral ou minérios a céu aberto, a paisagem resultante é uma
sucessão de montes ou pilhas e cavidades ou poços. Os montes em geral são constituídos por
rochas, rejeitos, e camadas superficiais de subsolo e solo, se não foram previamente removidos
para posterior restituição.
Nestes casos busca-se através de remodelagem horizontal a sistematização do relevo em
pendentes com menor declividade possível e com sistema de drenagem capaz de escoar
eficientemente as águas das chuvas.
Nos taludes e encostas íngremes a remodelagem vertical tem como objetivo conferir
estabilidade, principalmente desviando e conduzindo o escoamento superficial das águas das
chuvas.
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3.2.2.1 Medidas físicas - aplicáveis para o controle do processo erosivo a curto prazo e
imprescindíveis nas áreas em estado avançado de degradação, com vossorocas e com taludes
instáveis. Requerem projeto específico e execução criteriosa. Destacam-se os canais de drenagem
superficial, com objetivos específicos de desviar e conduzir gradualmente o escoamento
superficial em cananis apropriados, reduzindo o processo erosivo da drenagem natural.
A - Canais de drenagem secundária - são canais de desvio com desnível mínimo e com redutores
de velocidade, construídos com material de baixo custo, como madeira roliça tratada e pedras
(Figura 2). Não são indicados para locais de aterro e com declividade superior a 30%.
Figura 2. Canal de drenagem secundária, para área com declividade inferior a 30%.
Figura 3. Tipos de canais de drenagem em alvenaria para áreas com declividade superior a 30%.
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3.2.2.2 Medidas físico-biológicas - são medidas que combinam o uso de plantas lenhosas
arbóreas ou plantas herbáceas com medidas físicas para o controle da drenagem superficial, na
estabilização de taludes instáveis e na conservação de superfícies desprotegidas.
Procedimentos: Cobrir a área do talude, total ou em faixas, com plantas herbáceas, de germinação
e crescimento rápidos e adaptadas à condições adversas. Pode ser executado por semeadura,
plantio de mudas ou aplicação de placas de gramas.
A.1 – Semeadura - a semeadura pode ser feita a lanço ou pelo método de almofadas de
sementes.
Semeadura a lanço:
• preparar a superfície do talude escavando pequenas plataformas distantes 20 a 30 cm
entre si.
• aplicar uma mistura de material argiloso e orgânico na proporção de 1:1, enriquecida
com calcário ( 1 a 2 kg/m3) e adubo da fórmula 05-20-10 ou similar (250 a 300 g/m3) . A
mistura deve ser lançada de formas a ser retida nas pequenas plataformas escavadas.
• a semente deve ser tratada com gelatina micronizada a seco.
• semear logo após a ocorrência de chuva ou irrigar previamente.
Almofada de sementes:
• misturar material orgânico (esterco curtido, composto, húmus de minhoca) com areia,
na proporção de 5 a 3:1 e incorporar as sementes (gramíneas e leguminosas
adaptadas à condições adversas).
• acondicionar a mistura em sacos de estopa ou aniagem de fácil decomposição,
formando almofadas com 10 a 15 cm de altura.
• dispor as almofadas em faixas, fixando-as pelas extremidades com estacas.
A.3 - Placas de grama – podem ser aplicadas sobre a superfície total do talude ou em faixas
formando pequenos terraços. Dispor as placas, transversalmente ao declive, apoiando a fileira de
placas em varas de bambu ou fixando cada placa com estacas.
Procedimentos:
B.1 - paliçada com cordões de ramos vivos entrelaçados (Figura 4).
• cravar estacas de 80 a 100 cm em curvas de nível , espaçadas de 80 a 100 cm, e intercalar
estacas menores a cada 30-40 cm.
• entre as estacas entrelaçar ramos de espécie arbórea de fácil enraizamento, formando cordões
ou feixes. Podem ser dispostas em sulcos ou rente à superfície e cobertas para facilitar o
enraizamento.
• a distância entre os cordões dependerá da declividade.
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Figura 4. Paliçada com cordões de ramos vivos entrelaçados, para estabilização de
encostas instáveis.
Figura 5. Paliçada com mudas de raiz nua, para estabilização de encostas instáveis.
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C – Contenção de taludes, sulcos e vossorocas – estas medidas tem como objetivo a estabilização
através de estruturas instaladas na base dos taludes ou no leito de valetas ou vossorocas.
Procedimentos:
Figura 6. Muro de arrimo com madeira roliça e com vegetação para estabilização de taludes.
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C.2 – paliçada de estacas de madeira, com vegetação (Figura 7).
• utilizar estacas vivas de espécies com boa capacidade de enraizamento e brotação;
• cravar as estacas formando uma paliçada, e sob condições que favoreça, o enraizamento
(enterrar 20 a 30 cm);
• a parte superior das estacas deve ser fixada (amarrada) em linha transversal engastada
solidamente nas laterais da valeta, no caso de vossorocas, ou escorada quando utilizada para
estabilização de encostas.
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B- Plantio de espécies recuperadoras.
A- Área escalvada ou com cobertura
herbácea.
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3.2.3.1 Definição do sistema de intervenção – o sistema de intervenção depende do grau de
degradação, por sua vez relacionado ao estado da cobertura vegetal remanescente na área (Tabela
2).
• sistema de intervenção para área escalvada ou com cobertura herbácea rala;
• sistema de intervenção para áreas com cobertura arbustiva ou arbórea incipiente;
• sistema de intervenção para áreas com cobertura arbórea estabelecida.
GRAU DE DEGRADAÇÃO
sistematização
1 cobertura herbácea
FASE DE INTERVENÇÃO
OBJETIVOS
2 formação
cobertura arbórea
formação
3 sub-bosque
4 formação
dossel superior
REPOSIÇÃO...LIMPEZA...PROTEÇÃO
FLORESTA EM TRANSIÇÃO
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A - Sistema de intervenção para área escalvada ou com cobertura herbácea rala
Este sistema destina-se à áreas escalvadas ou áreas cuja vegetação arbórea original foi
substituída por atividade agropastoril, ou suprimida para qualquer outro fim, encontrando-se sem
vegetação ou em fase inicial de regeneração.
Neste ambiente de alta insolação (céu aberto), de solo pobre e degradado, de pouco ou
nenhum banco de semente no solo, deve-se iniciar a revegetação com espécies florestais de
crescimento rápido e adaptadas à estas condições.
Utilizar a seguinte estratégia:
• Formar cobertura arbórea transitória utilizando espécies ou grupos de espécies
especializadas para esta função. São indicadas espécies restauradoras Fabáceas,
Mimosáceas ou Caesalpináceas (ex-família Leguminosas) que fixam nitrogênio do ar,
além de possuírem um sistema radical especializado para condições adversas. Estas
espécies são de rápido crescimento e provocam um bom derrame foliar sobre o solo.
Nesta fase o plantio pode ser simples (uma espécie) ou combinado (várias espécies),
sistematizado ou disperso (3-5m²/panta). Estas espécies tem ciclo curto.
• Na fase seguinte, decorridos três a cinco anos, e formada a cobertura arbórea transitória,
iniciar o processo de recomposição da floresta por plantios de enriquecimento, com
espécies nativas selecionadas, buscando a maior diversidade possível.
• Desenvolvido ambiente com sombreamento adequado, introduzir através do plantio
de enriquecimento, espécies secundárias tardias e clímaces em forma dispersa (50 a
60m2/planta).
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Fase 1
Situação: área escalvada ou com vegetação herbácea incipiente
Ação: remodelar e conservar a superfície
Operações: sistematização, práticas de conservação de superfície
Fase 2
Situação: área escalvada, superfície remodelada e conservada
Ação: formar cobertura arbórea transitória com espécies pioneiras restauradoras (Figura 8-B)
Operações: coveamento, plantio, proteção
(3 a 5 anos)
Fase 3
Situação: cobertura arbórea transitória formada (Figura 8-C)
Ação: formar dossel do sub-bosque com espécies pioneiras e secundárias iniciais, sob
a cobertura das pioneiras restauradoras (Figura 8-D)
Ação complementar: plantar espécies frutíferas nas bordas do reflorestamento
Operações: coveamento, plantio, proteção
(15 a 30 anos)
Fase 4
Situação:dossel do sub-bosque formado (Figura 8-E)
Ação: introduzir espécies eseiofilas que integrarão o dossel superior
Ação complementar: plantar espécies frutíferas
Operações: coveamento, plantio, proteção
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B - Sistema de intervenção para áreas com cobertura arbustiva ou arbórea rala
Este sistema é usado em áreas cuja vegetação original foi degradada pela atuação de
fatores antrópicos diversos, estando a área ocupada por capoeira, com domínio de espécies
características de estágios iniciais de sucessão. O solo está parcialmente recuperado, a
luminosidade é média, existe banco de sementes no solo e a fauna dispersora começa a
aparecer. A estratégia indicada é a seguinte:
• Quando houverem clareiras, completar a cobertura arbórea com o plantio de espécies
recuperadoras.
• Iniciar o reflorestamento com o plantio de espécies pioneiras e secundárias iniciais formando
o dossel do estrato médio.
• formado o ambiente adequado fazer a introdução de espécies de ciclo longo, esciófilas,
secundárias tardias e clímaces.
Fase 1
Situação: cobertura arbórea rala ou incipiente
Ação: uniformizar cobertura arbórea com espécies recuperadoras
Operações: limpeza, coveamento, plantio, proteção
(2- 3 anos)
Fase 2
Situação: cobertura arbórea uniformizada
Ação: formar dossel do sub-bosque com espécies pioneiras e secundárias iniciais sob a
cobertura das pioneiras restauradoras
Ação complementar: plantar espécies frutíferas nas bordas do reflorestamento
Operações: coveamento, plantio, proteção
(15 – 30 anos)
Fase 3
Situação: dossel do sub-bosque formado
Ação: introduzir espécies esciófilas que integrarão o dossel
superior
Ação complementar: plantar espécies frutíferas
Operações: coveamento, plantio, proteção
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C - Sistema de intervenção para áreas com cobertura arbórea estabelecida
Este sistema é usado quando a cobertura florestal foi alterada mas mantém a maioria das
características bióticas e abióticas das formações originais. Existindo condições ambientais
propícias de luminosidade, solo e microclima, bem como banco de sementes no solo e fauna
dispersora, a estratégia adequada pode ser a regeneração espontânea, complementada por
plantios de enriquecimento.
• Dinamizar a regeneração, através da limpeza, por corte dos cipós, trepadeiras, taquaras,
árvores doentes, secas e defeituosas.
• Havendo excesso de indivíduos de uma mesma espécie ou distribuição espacial inadequada
eliminar o excesso por meio de raleio.
• Se a regeneração ocorrer com pouca diversidade de espécies, fazer o enriquecimento com
plantio de espécies secundárias tardias e clímaces, em forma dispersa.
Fase 1
Situação: dossel do sub-bosque existente, regeneração espontânea
inadequada
Ação: favorecer regeneração espontânea
(2 a 3 anos)
Fase 2
Situação: condições adequadas para regeneração espontânea
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3.2.3.2 Seleção de espécies - as espécies arbóreas para revegetação de ecossistemas
degradados devem ser selecionados basicamente segundo as condições (grau de degradação)
do ecossistema e segundo as características do grupo a que pertencem (Tabelas 3,4,5).
• recuperadoras/pioneiras = 3 a 5m2/planta;
• secundárias = 20 a 30 m2/planta;
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• clímaces = 50 a 60 m2/planta.
B.1 - área escalvada: dependendo do grau de degradação devem ser aplicadas medidas físicas
ou fisico-biológicas para remodelagem ou sistematização da área e conservação da superfície.
B.2 - área com vegetação herbácea: conforme o arranjo de plantio definido, a limpeza, por
roçada ou capina, deverá ser feita em linha ou no local de plantio (coroamento).
B.3 - área com cobertura arbórea em desenvolvimento ( estágios iniciais de sucessão).
- supressão das plantas herbáceas nos locais de plantio,
- raleio de espécies pioneiras em excesso, se necessário.
B.4 - área com cobertura densa ( estágios avançados de sucessão)
- supressão de plantas herbáceas e arbustivas que limitam a germinação das sementes e
crescimento das plantas das espécies importantes.
- raleio de indivíduos de espécies arbóreas em excesso.
C - Preparo de covas
C.1 - áreas escalvadas ou com vegetação herbácea, solos compactados: abrir covas com
dimensões aproximadas de 30x30 cm e 40 cm de profundidade, de formas a ultrapassar a
camada compactada.
C.2 - áreas com vegetação arbórea, solos não compactados: nesta situação as covas podem ter
dimensões menores, o suficiente para adubação e colocação da muda.
D - Adubação
Em áreas com solos degradados a adubação pode ser importante para a rápida implantação do
reflorestamento. Recomenda-se:
• calcário dolomítico = 300 - 500 g/cova, aplicados 30-60 dias antes do plantio
• fosfato = 100g superfosfato simples ou 200 g de fosfato natural por cova.
• adubo orgânico = 2-3 litros de cama de aviário ou 5 a 6 litros de esterco de gado
curtidos; em caso de solo degradado, com ausência dos horizontes superficiais
(orgânicos ) ou no caso de aterros, a quantidade de matéria orgânica deve ser
aumentada.
E - Proteção
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4. ESPÉCIES PARA REVEGETAÇÃO DE ECOSSISTEMA DEGRADADO
A revegetação de ecossistemas degradados depende do nível de degradação, da espécie e da
interação. Quanto mais degradado estiver o ecossistema tanto mais crítico será a relação com a
espécie vegetal. A partir do nível DG 7, em que a camada “Ao” esta suprimida, a espécie vegetal
deverá ter características de adaptabilidade à condições adversas, alto grau de acidez (pH abaixo
de 4,0, alto teor de Alumínio livre), níveis muito baixo de nutrientes, características físicas
alteradas e condições desequilibradas de umidade e temperatura do microclima rente à superfície
do solo.
No nível máximo de degradação poderá ocorrer a agregação de agentes poluidores,
acidificantes, metais pesados, substâncias tóxicas e outros fatores adversos.
A adaptabilidade das plantas à estas condições está relacionada a mecanismos bioquímicos
adquiridos no processo evolutivo de cada espécie. Entre estes mecanismos destacam-se relações
de dependência ou consórcio vegetal, em que os componentes dependem mutuamente de algum
modo, como a simbiose entre o grupo de plantas das leguminosas e as bactérias de solo do gênero
Rhizobium.
A multiplicação destes microorganismos na rizosfera é estimulada pelas excreções da
raiz. As bactérias aderem a superfície da raiz através de mecanismo ainda pouco conhecido,
desenvolvendo-se um processo de infecção dos pelos absorventes da raiz. Forma-se o cordão de
infecção, sendo induzido nas células do hospedeiro o processo de poliploidia, que resulta na
formação e desenvolvimento dos nódulos. No interior dos nódulos desenvolve-se então um
processo bioquímico de fixação de N2 em NH3, que pode ser assimilado pela planta hospedeira da
bactéria ( FRANCO, 1982).
Algumas espécies de fungos como os basidiomicetos, unem-se às raizes de plantas
superiores resultando na associação micorrízica ou micorriza. Trata-se de associação simbiótica
entre raizes finas, não lenhosas e fungos altamente especializados, que utilizam substâncias
sintetizadas pelo hospedeiro e em contrapartida proporcionam maior absorção de nutrientes do
solo. Existem dois tipos de micorrizas ocorrendo em diferentes espécies florestais.
As ectomicorrizas têm o crescimento das hifas entre as celulas do córtex das raizes e
formam externamente, na superfície das mesmas um tipo de manta micelial, de espessura
variada. Em geral modificam o hábito de crescimento das raizes laterais curtas, que se bifurcam e
se ramificam intensamente. As endomicorrizas tem o crescimento das hifas no interior das
celulas do córtex e não alteram o crescimento das raizes, dificultando sua detecção visual.
As ectomicorrizas ocorrem naturalmente em muitas espécies florestais, como as espécies de
Pinus, enquanto que espécies de Eucalyptus podem associar-se com ectomicorrizas, dependendo
das condições do solo (KRÜGNER, 1982).
Outra forma de associação simbiótica ocorre entre espécies vegetais superiores e o
actinomiceto Frankia. O fungo infecta os pelos absorventes das raizes finas fixando nitrogênio
atmosférico tal como na associação das espécies de leguminosas com a bactéria Rhizobium. São
cerca de 170 espécies lenhosas entre elas as espécies de Casuarina (NATIONAL RESEARCH
COUNCIL, 1984).
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4.1 Espécies arbóreas
As espécies arbóreas, pelo maior porte e maior volume de biomassa podem ter maior
eficiência na reabilitação de ecossistemas degradados. O maior volume de biomassa resulta em
reciclagem mais intensa de nutrientes, maior deposição de serapilheira e maior influencia sobre o
microclima acima do solo. Assim o maior desempenho ambiental das espécies arbóreas pode
estar relacionado a uma das seguintes características:
Dada a dificuldade em tratar individualmente cada espécie, para fins ambientais são
estabelecidos grupos em que as espécies são reunidas por características da altura do dossel,
índice de luminosidade e condições edafoclimáticas. A utilização das diversas espécies para cada
circunstância de sítio, deve seguir as condicionantes do respectivo grupo ecológico.
Uso ecológico: as espécies destes grupos devem ser utilizadas nos estágios iniciais de sucessão
quando o ecossistema começa a regenerar sua vegetação arbórea. Sob condições naturais o
indicativo é a ocorrência de vassouras (Baccharis spp). As condições edáficas devem estar pouco
alteradas ou em fase adiantada de recuperação, com a camada “Ao”, presente no perfil. As
secundárias iniciais podem ser utilizadas no inicio do declínio das espécies recuperadoras. São
relacionadas algumas espécies, entre outras, com menos restrições (Tabela 4).
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Tabela 4 - Espécies pioneiras comuns e espécies secundárias iniciais de formações
florestais de Santa Catarina.
Uso ecológico: as espécies secundárias tardias podem ser utilizadas nas fases intermediárias de
sucessão, quando a vegetação apresenta dossel arbóreo formado principalmente pelas espécies
secundárias iniciais. Já as espécies clímaces devem ser introduzidas nas fases mais adiantadas de
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sucessão, com as espécies secundárias tardias em pleno desenvolvimento, tendo formado com as
secundárias iniciais um dossel mais fechado (Tabela 5).
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5 - LITERATURA CONSULTADA
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RUSSO, R. O. Efecto de la poda de Erythrina poeppigiana sobre la nodulación,
productión de biomassa y contenido de nitrogeno en el suelo en un sistema
agroforestal café-poró. CATIE/UCR, 1983. 108 p. Tese Mestrado.
YANTASATH, K. et allii. Acacias for Fuelwood and Charcoal. In Acacias for Rural,
Industrial and Enviromental Development, 2.,1993, Udorn Thani, Thailand.
Proceedings. Bangkok, Thailand: Winrock International/FAO, 1993.p. 144-
152.
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