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Capítulo 1 Transformadores

Um transformador é um dispositivo que converte, por meio da ação de


um campo magnético, a energia elétrica CA de uma dada frequência e
nível de tensão em energia elétrica CA de mesma frequência, mas outro
nível de tensão. Ele consiste em duas ou mais bobinas de fio enroladas em
torno de um núcleo ferromagnético comum. Essas bobinas (usualmente)
não estão conectadas diretamente entre si. A única conexão entre as
bobinas é o fluxo magnético comum presente dentro do núcleo. Um dos
enrolamentos do transformador é ligado a uma fonte de energia elétrica
CA e o segundo enrolamento do transformador fornece energia às
cargas. O enrolamento do transformador ligado à fonte de energia é
denominado enrolamento primário ou enrolamento de entrada e o
enrolamento conectado às cargas é denominado enrolamento secundário
ou enrolamento de saída. Se houver um terceiro enrolamento, ele será
denominado enrolamento terciário.
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Um transformador ideal é um dispositivo sem perdas com um
enrolamento de entrada e um enrolamento de saída. As relações entre a
tensão de entrada e a tensão de saída e entre a corrente de entrada e a
corrente de saída são dadas por duas equações simples. A Figura acima
mostra um transformador ideal. O transformador mostrado tem NP
espiras de fio no lado do enrolamento primário e NS espiras de fio no lado
do secundário. A relação entre a tensão Vp ac aplicada no lado do
enrolamento primário do transformador e a tensão Vs ac produzida no
lado do secundário é:

em que a é definido como a relação de espiras ou de transformação do


transformador

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A relação entre a corrente Ip que entra no lado primário do transformador
e a corrente Is que sai do lado secundário do transformador é:

Ou

Ou

Exemplos de Aplicação:

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Exemplo 1:
Determine o número de espiras do primário de um transformador com
180 espiras no secundário e uma relação de tensão de 120/12 V.

Ns=180 espiras;
Vp=120V;
Vs=12V

Portanto = 1.800 espiras

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Potência em um transformador ideal
A potência ativa de entrada P_entrada fornecida ao transformador pelo
circuito primário é dada pela equação:

em que QP é o ângulo entre a tensão primária e a corrente primária.


A potência ativa P_saída fornecida pelo circuito secundário do
transformador à sua carga é dada pela equação

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em que Qs é o ângulo entre a tensão secundária e a corrente secundária.
Como em um transformador ideal os ângulos entre tensão e corrente não são
afetados, então temos QP = QS = Q. Os enrolamentos primário e secundário
de um transformador ideal têm o mesmo fator de potência.

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De que forma a potência que entra no circuito primário do transformador
compara-se com a potência que sai pelo outro lado?
Isso pode ser obtido através de uma aplicação simples das equações de
tensão e corrente . A potência de saída é
Psaída = Vs. I cos Q
Aplicando as equações que envolvem a relação de espiras, obtemos
Vs = Vp/a e Is = a.Ip, de modo que:

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Portanto, a potência de saída de um transformador ideal é igual à sua
potência de entrada.

Exemplo 2:
Para uma carga de 800 W, determine as correntes
nos enrolamentos do transformador citado no
exemplo anterior. (considere Cos Q =1)

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O CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM
TRANSFORMADOR
Qualquer modelo exato do comportamento de um transformador deve
ser capaz de levar em consideração as perdas que ocorrem nos
transformadores reais. Os itens principais que devem ser incluídos na
construção de tal modelo são:

1. Perdas no cobre ( ). As perdas no cobre são as perdas devido ao


aquecimento resistivo nos enrolamentos primário e secundário do
transformador. Elas são proporcionais ao quadrado da corrente nos
enrolamentos.
2. Perdas por corrente parasita. As perdas por corrente parasita são
perdas devidas ao aquecimento resistivo no núcleo do transformador.
Elas são proporcionais ao quadrado da tensão aplicada ao
transformador. Weber Câmara

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Além de perdas no ferro (núcleo ferromagnético)

3. Perdas por histerese. As perdas por histerese estão associadas à alteração da


configuração dos domínios magnéticos no núcleo durante cada semiciclo,. Elas
são uma função não linear, complexa, da tensão aplicada ao transformador.

4. Fluxo de dispersão. Os fluxos QDP e QDS que escapam do núcleo e passam


através de apenas um dos enrolamentos do transformador são fluxos de
dispersão. Esses fluxos que se dispersaram produzem uma indutância de
dispersão nas bobinas primária e secundária. Seus efeitos devem ser levados
em consideração.

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As perdas no cobre assim como o valor da resistência, da reatância
indutiva dos enrolamentos e o fator de potência são determinados
a partir do ensaio de curto. Podemos utilizar as seguintes
equações:

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É possível construir um circuito equivalente que leva em consideração todas as
imperfeições principais dos transformadores reais. Essas imperfeições serão
analisadas uma de cada vez e seus efeitos serão incluídos no modelo do
transformador. Weber Câmara

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Conheça cada um desses parâmetros:
▪ Xm = reatância indutiva de magnetização
▪ Rm = resistência de magnetização que retrata as perdas do ferro;
▪ R1 = resistência do enrolamento primário;
▪ X1 = reatância indutiva do enrolamento primário;
▪ R2 = resistência do enrolamento secundário;
▪ X2 = reatância indutiva do enrolamento secundário.
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Os valores das impedâncias refletidas são tais que as potências ativa e
reativa são iguais quando sujeitas à corrente I’1, sendo assim, temos as
seguintes relações:

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Exercício:

1)

2)

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3)

4)

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TRANSFORMADORES DE MEDIÇÃO

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TENSÃO PRIMÁRIA E RELAÇÃO NOMINAL:

•A tensão primária nominal depende da tensão entre fases, ou entre fase e


neutro, do circuito em que o TP vai ser utilizado;

•A tensão secundária nominal é, aproximadamente, 115 Volts (fase-fase).


Caso a ligação seja fase-neutro, utiliza-se 115/√3 volts. Outras
possibilidades de tensão no secundário (não muito comum): 110[V], 120
[V], 125[V];
•A relação de transformação é definida como:

= 1 n/U2n
•U1N – é a tensão primária nominal, em [V]
•U2N – é a tensão secundária nominal, em [V].

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