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ESTRIAS e AJUSTES CÔNICOS

1. Estrias:
Em utilizações onde torques maiores devem ser transmitidos, chavetas
podem não ter capacidade suficiente para tal. Essencialmente, as estrias são
chavetas integrais uniformemente espaçadas em torno da parte externa de eixos
ou internamente a cubos, como ilustrado na figura 1.

Figura 1: Geometria da estria.

Estrias em eixos são freqüentemente usinadas com alturas reduzidas


para diminuir os efeitos de concentração de tensões. Estrias podem ser tanto
retas, como ilustrado na figura 1(b), quanto ter dentes com perfis evolventes,
como mostrado na figura 1(c). Tal como nas conexões enchavetadas, os modos
de falha potenciais para estrias incluem o escoamento para utilizações de torque
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constante ou se cargas ou torques variáveis estão envolvidos, a fadiga ou


afadiga por fretagem. Adicionalmente, o desgaste ou o desgaste por fretagem
podem ser representativos em alguns casos, visto que deslizamentos são
comuns em conexões estriadas.
Três classes de ajuste são padronizadas para estrias retas:
1. Ajuste classe A: conexão permanente — para não ser movida após a
instalação.
2. Ajuste classe B: acomoda deslizamento axial sem torque aplicado.
3. Ajuste classe C: acomoda deslizamento axial com carregamento de
torque aplicado.
Para tolerâncias típicas de fabricação, a experiência tem mostrado que
apenas cerca de 25 por cento dos dentes de conexões estriadas realmente
suportam a carga.
Estrias evolventais são amplamente utilizadas na prática moderna. Elas
são tipicamente mais fortes, tendem a ser mais autocentrantes e mais fáceis de
usinar e ajustar que as estrias retas. Os dentes têm um perfil evolvental
semelhante aos dentes de engrenagem, normalmente com ângulo de pressão
de 30° e a metade da profundidade do dente padrão de engrenagem. Estrias
internas são tipicamente usinadas brochando ou aplainando e estrias externas
por fresagem ou aplainamento. Estrias são "ajustadas" tanto pelo diâmetro maior
quanto pelas laterais, como mostrado na 1igura 1(c). As dimensões e as
tolerâncias são normatizadas.

2. Ajustes Cônicos:
Ajustes cônicos são algumas vezes utilizados para a montagem de
componente de entrada ou de saída de potência na extremidade de um eixo.
Em geral, uma ponta roscada e uma porca são usadas para forçar o
aperto axial do cone, como ilustrado na figura 2.
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Figura 2: Típica conexão com ajuste cônico entre o eixo e o cubo.

Ajustes cônicos geram uma boa concentricidade, mas apenas uma


moderada capacidade de transmissão de torque por eles mesmos. Contudo, a
capacidade de torque pode ser aumentada pelo acréscimo de uma chaveta à
conexão cônica.
Um posicionamento axial preciso de um componente sobre o eixo não é
possível quando uma conexão cônica estiver sendo utilizada. Os cones típicos
utilizados nessas conexões são autotravantes, de forma que o projetista pode
prover os meios para inserir ou fixar um "extrator" que facilite a desmontagem da
junta cônica se necessário.

Referência Bibliográfica:
• COLLINS, JACK A. Projeto mecânico de elementos de máquina: uma
perspectiva de prevenção da falha. 1ª edição. Rio de Janeiro. Editora:
LTC. 2017.

Prof°. Hermano L. Pantaroto

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