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d Para converter litros em galões divide-se o volume em litros por 3,788533.

Fig. 3.59 – Tanque cilíndrico horizontal.

Os tanques CILINDRICOS HORIZONTAIS não têm


volume uniforme a variação do nível na altura de 2 m
representa uma variação maior que a variação na altura
de 1 m.

Fig. 3.58 – Tanque cilíndrico vertical.

Não devemos esquecer que:

d A forma do recipiente freqüentemente determina o tipo de instrumento necessário


para se fazer a indicação do nível.
d Um recipiente alto e estreito dá uma indicação mais precisa com relação ao
volume que um recipiente baixo e largo.
d Já uma pequena variação no nível de um recipiente baixo e largo representa
maior variação de volume em um sistema controlado (ver capacitância).
d Em um tanque cilíndrico vertical a variação do nível é proporcional à variação do
volume, pois o volume é uniforme, (figura 3.58).
d E que num tanque cilíndrico horizontal o volume não é uniforme, (figura 3.59).

Classificação

Os dispositivos de medida de nível medem ou a posição da superfície do líquido


sobre um ponto de referência ou a altura hidrostática criada pelo líquido cuja superfície se
deseja conhecer. Baseando-se nesses princípios, os medidores de nível são classificados
como em seguida:

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- Sonda;
a) Medição direta - Visores;
- Flutuadores (Bóias).

- Borbulhamento
- Baseado na pressão - Manômetro em U
hidrostática. - Caixa de diafragma
b) Medição indireta - Por meio de pressão - d/p cell
diferencial - Manômetro em U
- Por meio de medição Corpo imerso
de empuxo

- Contatos de eletrodos
- Capacitância
c) Medidores baseados na - Radioatividade
característica elétrica - Ultra–som
dos líquidos. - Fotoelétrico
- Termistor

3.4.1 Medidores Diretos

d Usa a variação do nível do material (fluido ou sólido granular) como meio de obter a
medição.

Os medidores direto são os que normalmente envolvem os instrumentos mecânicos


de indicação de nível. Os principais são:

3.4.1.1 Sonda

Normalmente é feita de uma vara, haste ou fita métrica metálica (trena) graduadas
em centímetro ou outra unidade apropriada, que pode ser inserida no tanque ou
reservatório; a verdadeira profundidade (altura) do material é dada pela porção molhada na
sonda.

d Este método é bastante utilizado nos navios para medir a altura do fluido nos tanques
de água, de óleo lubrificante, armazenamento de óleo combustível e dalas dos porões
de carga.

Nos tanques de óleos, principalmente os de combustíveis, utiliza-se uma haste


especial ou uma pasta especial que se passa na fita métrica metálica para indicar o nível de
água existente, originado pela condensação. Esta técnica também é empregada para
medição de nível de interface.

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Tal medição é simples e eficiente, porém não é muito prática quando o material é
tóxico ou corrosivo, além de que o indivíduo tem de permanecer sobre a abertura e manejar
a sonda de medição quando esta é retirada do reservatório.

Você sabia?

d Este método não oferece meios de controlar o nível visualmente e requer um cálculo
para se saber a quantidade do produto estocado.

3.4.1.2 Visor

O visor é um método empregado em recipientes abertos ou fechados para os quais é


apropriada a indicação local (visual) do nível do material. Este método exige que haja uma
pessoa de serviço controlando manualmente o nível do líquido dentro dos limites escolhidos.

Tipos:

Tubo de Vidro - Normalmente é um tubo de vidro


simples ou raramente de plástico especial, com as
duas extremidades ligadas por meio de válvulas de
bloqueio ao recipiente que contém o líquido.
Podendo-se proteger os tubos de vidro indicadores
de nível com um revestimento de metal ou com
protetores de mica. A leitura é feita em uma escala
graduada que está presa ao tubo. São empregados
em tanques pressurizados até 7 kg/Cm.
Fig. 3.60 – Visor de nível simples.

Visor de vidro refletivo

Este consiste em duas placas de vidro de alta resistência protegidas por armaduras
metálicas. A superfície de vidro que fica em contato com o líquido é provida de ranhuras que
atuam como prismas de reflexão, indicando a zona de líquido onde a cor for mais escura.
Em alguns casos utiliza-se uma luz especial atrás do visor ou lâminas coloridas, de tal forma
que, para níveis diferentes, são vistas cores diferentes.

São apropriados para suportarem pressões de vapor de até 220 atm e temperaturas
de até 5.300ºC. Variações especiais são empregadas para aplicações a baixas
temperaturas e para líquidos viscosos ou corrosivos.

Para maior segurança as válvulas de bloqueio incorporam uma esfera que atua como
se fosse uma válvula de retenção, no caso de ruptura do vidro.

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Fig. 3.61 – Visor de nível refletivo simples.

Fig. 3.62 – Visor de nível refletivo duplo. Fig. 3.63 – Visor de nível magnético.

Quais são os problemas?

Os problemas que apresentam são os mesmos dos manômetros de coluna liquida.


Deve-se tomar cuidado em manter o diâmetro interno do vidro tão grande quanto possível,
pois se for muito pequeno ocorrerá ação capilar e o nível indicado poderá estar acima do

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real. Um outro problema comum nos indicadores de nível tipo visor é o escurecimento do
vidro com o passar do tempo, o que leva a necessidade de uma manutenção de vez
enquanto. No caso do tipo reflexivo (aplicado a caldeira), é importante que todos os
parafusos do visor sejam apertados uniformemente, para evitar a quebra do vidro por causa
das vibrações e da temperatura de trabalho.

Um visor de vidro indica variações de nível com uma precisão de 0,4mm nas
melhores condições, mas não indica o volume real do líquido no reservatório. Portanto, se
houver necessidade de estabelecer o volume de líquido no recipiente é necessário fazer
uma conta que leva em consideração a área do reservatório, variação da carga hidrostática
e a densidade do líquido.

Para controle automático do nível pode-se acrescentar aos visores, sensores


fotoelétricos em conjunto com relês, que enviam sinais para acionar bombas ou válvulas.
Leituras remotas podem ser feitas com auxilio de espelho ou da televisão.

3.4.1.3 Bóias

O método de medição direta de nível com bóia é empregado para determinar ou


indicar a posição da superfície do liquido (o nível) em tanques abertos, poços, e
reservatórios e para controlar a vazão de entrada ou saída destes, em faixas restritas. A
bóia, juntos com um dispositivo especial, pode ser empregada em tanques pressurizados.

Você sabia?

d Seu princípio de funcionamento baseia-se na mudança de altura de um flutuador à


superfície de um líquido.

O flutuador pode ser um cilindro oco


(figura 3.64) ou uma esfera oca de metal
(figura 3.65 e 3.66) ligada a extremidade de
um sistema mecânico (alavanca). Variações
no nível do líquido fazem a bóia se mover e,
portanto, forçam o movimento da alavanca.
A própria alavanca pode acionar um simples
indicador analógico local, ou transmissores
pneumáticos ou elétricos para indicação
remota, analógica ou digital. Serve ainda,
Fig. 3.64 – Flutuador cilíndrico com transmissor
pneumático. para acionar controladores do tipo tudo ou
nada (on off), assim como alarmes.

Em tanques regulares com área constante, a


medição com bóia permite o cálculo preciso do
volume contido no tanque. Para tanto aplica-se a
fórmula:

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A faixa de indicação de nível independe do formato e das dimensões do recipiente,
ou seja, depende apenas do comprimento da haste de ligação. Assim como, o movimento
da bóia independe da densidade do líquido. Porém, turbulência ou existência de espuma na
superfície do líquido pode causar erro na medição.

A vantagem da bóia é ser praticamente isenta do efeito de variação de densidade do


líquido e ser adequada para medir grandes variações de nível (até 30m). Uma das
desvantagem da bóia é ser muito sensível à agitação do líquido. Por esse motivo a bóia não
deve ser aplicada para indicação de nível ou para comandar válvula de controle em tanques
com líquidos em ebulição, pois estes provocam ondulações na superfície a ser medida.

A bóia deve ser construída de tal forma que flutue no material, isto significa que a
densidade da bóia deve ser menor que a do material onde se imerge. O material da
bóia deve ser escolhido de modo a não ser corroído ou desgastado pelo produto no qual ela
flutua, caso contrário a sua densidade será desgastada.

Os principais elementos operados pelo movimento da bóia são:

a) polias e cabos, fitas ou correntes;


b) válvulas de controle;
c) chave elétrica magnética;
d) transdutor/transmissor pneumático; e
e) transmissores elétricos.
Os níveis podem variar de 0 a 3 metros para os tipos flutuadores e polias, e de 0 a
30 metros, ou mais, para os tipos com fita calibrada. Exatidões são de mais ou menos 3mm.

A) Medidor de nível de bóia com fita calibrada (figura 3.65).

A bóia pode acionar mecanicamente uma fita


calibrada com contrapeso, que passa por um ponto
de referência fixo, em um visor de vidro ou em uma
escala devidamente graduada Ou ainda pode
movimentar um contador, calibrado em unidades de
altura. A indicação remota pode ser feita por um
sistema de transmissão pneumática ou elétrica. O
medidor de nível de líquido do tipo fita-calibrada é
usado mais freqüentemente em grandes tanques de
estocagem a granel e em sistemas automáticos de
Fig. 3.65 – Medidor de nível de bóia tipo
medição de nível em tanques. bola com escala/fita calibrada.

B) Medidor de nível de bóia com polias e cabos com contrapeso (figura 3.66)

Uma bóia metálica encontra-se na superfície de um líquido, em um tanque aberto ou


num poço e é ligada a um cabo de aço inoxidável, que passa por uma polia e termina por
um contrapeso na outra extremidade do cabo.

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Um comando do mesmo eixo da polia também gira com o movimento de rotação da
polia, provocado pelo movimento vertical do flutuador. Um dispositivo nesse comando
movimenta o ponteiro indicador de nível numa determinada escala ou a pena de um
registrador. A polia, o comando e seu dispositivo, encontram-se dentro de uma caixa na
parte de trás do instrumento.

Fig. 3.67 – Nomenclatura.

Fig. 3.66 – Medidor de nível de indicação direta com


registrador tipo bóia com polia, cabo e contrapeso.

C) Mecanismo de Bóia com Válvula de Controle (figura 3.68).

Uma bóia com um sistema de alavanca pode ser


usado para acionar uma válvula que controla o nível de
recipiente. Das aplicações mais comuns desse
mecanismo é controlar o nível do líquido nas caixas de
descarga de sanitários. O dispositivo pode ser ajustado
para fechar a válvula de controle de entrada de água em
qualquer nível desejado.

Pode ser usado tanto em reservatórios abertos


Fig. 3.68 – Mecanismo de bóia
quanto em fechados onde há uma variação de nível acionando válvula de controle.
limitada

D) Medidor de nível de bóia ou chave magnética

É uma outra forma de controle on-off para variações de nível relativamente


pequenas (de alguns centímetros). Consiste em acoplar um imã a um braço de bóia e fazer
o imã acionar uma chave. Quando o imã é levantado pela bóia, coloca a chave na posição
desligada e, quando a bóia desce o imã abaixo da posição da chave, coloca esta última na
posição ligada.

Este tipo pode ser encontrado abordo dos navios para controle da água de
alimentação das caldeiras, ligando e desligando a bomba de água de alimentação. Nos
sistemas magnéticos de indicação de nível, a bóia flutua livremente e qualquer coisa que
restrinja seu movimento ou faça mudar a densidade produz um erro na medição do nível.

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3.4.2 Medidores Indiretos Baseados na Pressão Hidrostática

Sensores de pressão de fluido são utilizados para medir o nível de líquido em


tanques aberto ou fechados, colocando o sensor no fundo de um tanque que contenha
líquido, como mostra as figura 3.69 e 3.70.

Eles mede a pressão hidrostática exercida pela altura (h) do líquido sobre o sensor,
compreendida entre o nível do tanque e o eixo do medidor. A indicação, porém, será de
acordo com o peso específico (Y) desse líquido.

d Baseiam-se no princípio de que “a pressão é diretamente proporcional ao nível


(altura) do líquido no recipiente aberto”.

Nesses medidores, o líquido em recipiente aberto e ao nível mínimo de operação,


atua em qualquer dos elementos elásticos de medição de pressão estática.

O elemento sensor deve possuir uma faixa de trabalho equivalente à pressão


estática do líquido no recipiente, deve ser instalado no mesmo nível horizontal do mínimo
nível de operação e poderá está ligado mecanicamente a um ponteiro indicador, a um
registrador, a um transmissor ou diretamente a um controlador. A pressão detectada é
convertida em unidades de nível por meio de uma escala ou de um gráfico devidamente
calibrados em unidades de nível. Faixas de nível de 0 a 2,5 mm até um máximo ilimitado,
podem ser determinadas com elementos de pressão estática mecânicos ou elétricos.

Esse método pode ser empregado para líquidos límpidos, devido sua simplicidade é
baixo custo. Porém, para líquidos com impurezas, ou viscosos e corrosivos, exigem
separação ou sistemas de purga que são de difícil manutenção e aumenta em muito os
custos.

3.4.2.1 Tipo caixa de diafragma

Estas caixas de bronze com diafragmas, ao serem colocadas em recipientes abertos


e ligadas ao um manômetro de pressão, determinam o nível do líquido. Um diafragma de
Neoprene flexível separa o líquido do ar, em um tubo ligado ao elemento sensor do
instrumento. Variações na pressão estática, exercidas pelas diferentes alturas do líquido,
produzem correspondentes variações da pressão do ar retido na parte superior da caixa de
diafragma e na tubulação para o manômetro.

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As principais características são:
a) não exigem que o instrumento indicador de
pressão seja colocado na mesma linha
horizontal do mínimo nível do tanque;
b) baixo custo;
c) facilidade de limpeza;
d) construção simples;
e) limitação da faixa de nível; e

Fig. 3.69 – Medidor de nível baseado na f) limitação na temperatura do líquido que


pressão hidrostática, tipo diafragma. deve ser inferior a 65ºC.

3.4.2.2 Tipo pressão diferencial

É empregado para medir nível em tanques fechados. Neste caso, a pressão acima
do líquido deve ser compensada. O instrumento diferencial de pressão é conectado em
pontos de níveis máximos e mínimo no tanque. No espaço entre o instrumento e o ponto de
tomada de nível máximo, encontra-se um tubo de referência constante e que é cheio com o
líquido, até que a sua altura seja equivalente a altura do líquido no tanque em seu nível
máximo.

O instrumento determina a
diferença de pressão entre as
duas conexões ao tanque, sendo
que a pressão total detectada em
cada conexão corresponde a
pressão de altura do líquido e
mais a pressão acima do líquido.
Como a pressão acima do lí-
quido, nos dois casos, é a
mesma, seu valor fica cancelado.
Portanto, a pressão diferencial
medida pelo instrumento é aquela
produzida apenas pela altura do
líquido no tanque e independente
de pressão ou vácuo existente
dentro do tanque.

Fig. 3.70a – Medidor de nível de pressão diferencial.

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A) Tipo DP-Cell

Empregado para controle de nível de água em caldeiras. As derivações (saídas) são


feitas nos lados do tubulão de vapor e do tubulão de água da caldeira e equipado com
válvulas de interrupção do tipo gaveta (cunha).

O lado do vapor é ligado a um pequeno condensador contendo um vertedoro no qual


à queda constante da água é aplicada no lado da célula de alta pressão (DP Cell). O lado da
água é ligado no outro lado da célula de baixa pressão em que a variação do nível de água
é balanceada contra uma queda constante.

A variação do nível de operação da célula produz um sinal pneumático ou elétrico.


No exemplo da figura um arranjo de fole com um eixo esta sendo usado. O movimento de
saída do eixo pode operar uma palheta (flap) que através de um bocal de sinal pneumático
atua em um transdutor elétrico. Prevendo a ocorrência de uma excessiva diferença de
pressão sobre a célula, no caso de uma das válvulas se fechar um contrapeso é incorporado
de forma ajustar o sistema.

Fig. 3-70b – Medidor diferencial de pressão – Célula DP Cell.

3.4.2.3 Tipo borbulhamento

É empregado para medição em tanques abertos quando a densidade do líquido for


constante. A faixa utilizável é de 0 até 40 metros, no máximo, dependendo da pressão
disponível do gás de borbulhamento (figura 3.71).

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O sistema de medição apresentado
na figura ao lado usa um medidor de pressão
ligado a uma tubulação alimentada por ar de
controle, que está imersa no líquido, sendo
que a parte da tubulação imersa no líquido
termina no mínimo nível. O ar comprimido em
quantidade e pressão constante, sendo
admitido na linha, borbulha lentamente pela
Fig. 3.71 – Medidor de nível tipo borbulhamento. ponta livre ao nível mínimo em que não haja
contrapressão. Para cada centímetro de nível
acrescido desenvolve-se uma pressão.

Como a pressão desenvolvida depende da altura do líquido e do seu peso


específico, então a pressão na linha de ar detectada pelo medidor é a pressão de retorno
exercida pela altura do líquido, a qual é indicada em unidade de nível.

A extremidade submersa do tubo de ar é fechada e o ar borbulha através de uma


série de furos cuidadosamente calculados, circulares ou cortados em forma de "V" ao redor
da parede do tubo.

Esse tipo de instrumento, normalmente é empregado com transmissores de pressão


pneumáticos e requer atenção aos seguintes pontos:

a) o tubo de interligação deve ter diâmetro apropriado para não dar perda de carga;
b) é importante manter a vazão do gás constante, especialmente quando o nível
varia amplamente, para evitar o entupimento da extremidade do tubo
mergulhado;
c) a extremidade inferior do tubo mergulhado deve ter uma forma dentada para
fazer borbulhamentos suaves.

3.4.2.4 Tipo manométrico com sistema pneumático

Durante a carregamento e descarregamento de um navio tanque é essencial que o


sensor envie ao controlador imediatamente (on line) a informação exata do nível de carga no
tanque, na medida em que esse dado pode fomentar ações corretivas apropriadas
impedindo derramamentos de óleos .

Um sistema que fornece essa informação e ao mesmo tempo é seguro eficiente e


simples é o sistema pneumático mostrado na figura 3.72. Este pode ser considerado um
medidor manométrico de nível de líquido, visto que utiliza um manômetro de cuba (cisterna).
Nesse tipo de medidor de nível é absolutamente necessário que o líquido do tanque e o
líquido do manômetro não se misture.

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" Exemplo
d A figura 3.72 mostra um
sistema que pode ser
encontrado em um navio tanque.
O ar sob pressão força a água
para fora do tubo existente no
tanque de medição. A pressão
do ar necessária para realizar
esse trabalho é função da altura
da água no tanque. Então a
pressão do ar corresponde ao
nível da água no tanque e, é
transmitida ao instrumento
indicador de nível, que pode ser
um manômetro com escala
correspondente de nível.

Fig. 3.72 - Medidor de nível tipo manométrico com sistema


pneumático.

d A válvula reguladora permite ligar o manômetro à atmosfera para calibrar e pode ligar o
sinal da linha do tubo de alta pressão o qual permite o fluxo de purga de ar ser
introduzido na linha de sinal enquanto que as leituras do manômetro são mantidas
constantes. Esta pode também ligar as linhas de sinal com o manômetro.

3.4.2.5 Medidores de nível baseados no deslocamento

Mede o empuxo que esta submetido um flutuador parcialmente mergulhado e unido


através um tubo de torção a um transmissor exterior ao tanque. O funcionamento desses
medidores baseia-se no princípio de Arquimedes. Ou seja há uma mudança da altura de
um flutuador colocado na superfície de um líquido, com as modificações de nível do líquido.

Você sabia?

dO princípio de AQUÍMEDES estabelece que “um corpo total ou parcialmente


mergulhado em um líquido, sofre um empuxo, cuja força é igual ao peso do líquido
deslocado pelo corpo”.

A ação desses medidores é similar aos medidores de bóia só que o seu movimento é
mais restrito. Pode ser empregado para indicação do nível em tanques de fermentação ou
que tenha muita agitação e borbulhamento.

O deslocador tem a vantagem sobre a bóia flutuante simples por ser mais sensível a
pequenas variações de nível e estar menos sujeito a atrito mecânico. Os deslocadores e os

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recipientes são construídos em aço, monel e aço inoxidável. O comprimento dos
deslocadores variam de 35cm até 4,5 metros.

Fig. 3.73 - Medidor de nível tipo flutuador tubular de deslocamento.

" Exemplo

dA figura 3.73 nos mostra um medidor desse tipo, quando varia o nível do líquido,
também varia a camada submersa do deslocador. A força de impulsão que atua no
deslocador é cada vez maior quanto mais submerso ele estiver. Esta força é transmitida
a um sistema pneumático através de um tubo torque ou de um eixo fletor. Para cada
nível de líquido haverá uma força diferente atuando no eixo. Isto fará com que o eixo
assuma nova posição. O sistema pneumático é concebido de tal forma que para cada
posição do eixo haverá uma pressão de ar diferente.

Funcionamento

d O recipiente com o deslocador acha-se ligado com o fundo e o topo do tanque. Uma
haste com suporte é presa em um dos lados do flutuador e a outra é sustentada por
ponto de apoio fixado a um tubo-torque que fica a 90 graus da haste.

d O tubo-torque possui no seu interior uma conexão que prende uma extremidade do eixo
giratório. Esse se projeta para o exterior por meio de um flange de vedação,
aparafusado, a prova de pressão. A outra extremidade do eixo giratório pode ser ligada a
um ponteiro, se for apenas indicador local de nível, mas em geral acha-se conectada a
um transmissor pneumático ( conjunto bico-palheta).

d Não havendo líquido no recipiente do deslocador, o seu peso total exerce uma força na
extremidade livre da haste de suporte, o que provoca um movimento de giro no tubo-
torque e no eixo giratório em seu interior. Entrando líquido no recipiente do flutuador,
provoca um empuxo no deslocador, cuja força é igual ao peso do líquido deslocado. Esta
ação diminui o movimento giratório do tubo-torque e do eixo giratório, proporcional ao
nível.

161
dO movimento é convertido em um sinal pneumático, por meio de um conversor (relé
piloto) pneumático ou por um transmissor de equilíbrio de forças, para um controlador.

Quais são as vantagens e as desvantagens?

Esses medidor de nível possuem a faixa de medida é muito ampliada; a exatidão e a


sensibilidade são excelentes; suportam pressões mais elevadas e temperaturas mais altas
do que os demais tipos com bóias. Contudo, o deslocador deve ser limpo com muita
freqüência, para remover sólidos que se depositam ou para impedir corrosão. O medidor
deve possuir um ajuste para peso específico.

3.4.3 Medidores de Nível Elétricos

Estes medidores de nível são de dois tipos:

a) condutivos, e
b) capacitivo.

3.4.3.1 Medidores de nível por condutividade elétrica

Este sistema de medição baseia-se na propriedade da condutividade elétrica de


alguns líquidos. O circuito é formado pelo líquido, por um relé controlador, pelo eletrodo
metálico e pela ligação com a parede metálica do recipiente.

Suas principais vantagens são:


a) custo relativamente baixo;
b) flexibilidade; e
c) faixa de nível sem limite.
As limitações são de não serem empregados com líquidos:
a) não condutores;
b) condutores mais viscosos, pois que formam depósitos nos eletrodos, dando
curto-circuito com as paredes do tanque; e
c) corrosivos ao aço inoxidável.

Fig. 3.74b - Eletrodos de nível.

Fig. 3.74a - Medidor de nível que faz uso da condutividade elétrica.

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Como é o funcionamento?

Permanecendo o líquido em contato com o eletrodo, passa uma corrente elétrica


pelo circuito. Baixando o nível, o circuito se desliga no instante em que o liquido não alcança
mais o eletrodo. Como o relé controlador faz distinção entre estas duas condições, ele liga
ou desliga a operação de uma válvula de controle, atuando como um controlador on-off,
acende um sinal luminoso ou soa um alarme

Basta um só eletrodo para líquido que não tenha espuma. Em líquidos com
turbulência ou com espuma são necessários dois eletrodos, colocados aproximadamente no
mesmo nível. Um eletrodo atua abrindo a válvula e o outro fechando a válvula.

3.4.3.2 Medidores de Nível Capacitivos

Esse tipo de medidor detecta variações de nível, pelas variações de capacitância.


A capacitância de saída depende da altura do dielétrico (ou líquido) entre as placas. Maior
altura corresponde a maior capacitância e vice-versa. Portanto, a capacitância é
diretamente proporcional ao nível de líquido do tanque.

Fig. 3.75 - Medidor de nível capacitivo.

Como é o funcionamento?

d A variação de capacitância causa uma variação correspondente na freqüência de um


oscilador, que produz um sinal por meio do circuito eletrônico, o qual indica a condição
de nível; máximo ou mínimo, ou ativa e desativa o dispositivo apropriado de controle.

Este sistema é capaz de medir nível tanto de líquidos como de materiais secos ou
medir interface de líquidos e pode fornecer um sinal de saída para indicação remota e/ou
registro bem como para um controlador.

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O sensor de nível de líquido capacitivo mostrado na figura 3.75 é um sistema que
consiste em um eletrodo de metal com isolante, fixado próximo e paralelo à parede de metal
do tanque. Se o líquido não é condutivo, o eletrodo de metal e a parede do tanque formam
as placas de um capacitor, e o líquido entre eles atua como um dielétrico.

3.4.4 Medidor de Nível Radioativo

Medidores radioativos podem ser usados para medição de níveis contínuos e para
indicação de simples pontos. Eles são primordialmente usados quando o material a ser
medido é também corrosivo ou a temperatura no ponto do processo é muito alta ou em geral
quando a situação se mostra inadequada instalar o elemento primário dentro do tanque de
armazenamento.

Você sabia?

d A absorção dos Raios Gama é proporcional ao produto da densidade e da espessura


do material colocado entre a fonte radioativa e o detetor, o qual pode ser um contato
Geiger, uma câmara de ionização ou de cintilação.

Fig. 3.76 - Medidor de nível radioativo.

Portanto, se colocar a fonte no fundo do tanque e o contador no seu topo, a


intensidade detectada por ele é proporcional à espessura ou, nesse caso, ao nível do
material estocado no tanque.

Funcionamento para detecção do ponto de nível

Para essa aplicação, o material radioativo é montado num lado do tanque de


armazenamento e o detetor é montado no lado oposto, como mostra a figura 3.76 A, B, C.
O sistema é instalado para o nível requerido pelo processo. Quando o material no tanque de
armazenamento sobe ao nível dos raios radioativos, ou acima, intercepta os raios ao
detetor. O relé no detetor fecha o contato interrompendo o fornecimento de material para o

164
tanque. Um ou mais pontos de sensores radioativos são usados quando requer-se medição
de nível continuo.

3.4.5 Medição de Nível de Sólidos

É necessário medir o nível dos sólidos, geralmente em forma de pó ou grãos, nos


porões de carga dos navios graneleiros, em silos, em alto-fornos, etc., pelos mesmos
motivos da medição de nível dos líquidos.

Esta medição comumente é feita por um dos seguintes métodos ou dispositivos:

a) eletromecânicos;

b) radioatividade (Raios gama); e

c) pressão diferencial.

3.5 MEDIDORES DE VAZÃO

Introdução

Das grandezas importantes dos fluidos, estudamos até aqui a medição da


temperatura, da pressão e do nível. Agora vamos estudar a medição da vazão. Porém,
devemos lembrar que outras grandezas, tais como velocidade, ondas de choque,
gradiente de massa específica, turbulência , viscosidade etc. também são determinadas
mas, neste curso não iremos estudar.

Para uma boa compreensão da medição da vazão, estudaremos os princípios de


funcionamento e as características principais dos medidores mais empregados e
analisaremos alguns pontos importantes da mecânica dos fluidos, visto serem importantes
para compreensão dos princípios de funcionamento dos instrumentos.

A medida da quantidade (vazão) de um fluido, para fins contábeis e para


verificação do rendimento do processo, é um fator tão importante a bordo dos navios e nas
industrias, quanto ao consumo de energia elétrica. Ela nos permite estabelecer relações
corretas de materiais em processos, para o controle de qualidade da produção, controle de
custo e controle de estoque. A vazão também é denominada de fluxo, e é expressa em
unidades, tais como, m3/h ou l/min.

3.5.1 Generalidades

d Vazão é a quantidade (volumétrica ou gravimétrica) do fluido em relação ao tempo.


d Vazão é um fluído ( líquidos, ar, gases e vapor de água) em movimento.

165
Quando ligamos uma bomba ou abrimos uma válvula para escoar um liquido
qualquer que esteja num nível superior ao seu plano horizontal, estamos modificando o
estado de energia desse líquido da condição estática para condição de movimento, e isto
resulta no escoamento do líquido. Portanto, sempre é necessário uma força para
modificar o estado de energia de um fluido.

d A força, devido à pressão sobre a superfície do líquido, é igual à pressão multiplicada


pela área superficial.

Nos navios a medição da vazão tem sua aplicação nos processo de controle da água
potável e do consumo de combustível dos motores e das caldeiras, e no carregamento e
descarregamento da carga em navios tanques. Em geral a bordo do navios, essa medição
torna-se difícil porque o meio de trabalho que se controla pode ter diferentes temperatura e
pressão. E isto influencia sobremaneira na escolha do método e do tipo de aparelho.

A medição de vazão é a única que deve ser feita com fluido em movimento, ao
passo que todas as outras medições podem ser feitas em fluidos no estado estático.
Basicamente há duas maneiras de ser feita: em função da quantidade em volume de
líquido num determinado período de tempo e em função do fluxo do líquido na unidade de
tempo.

Onde:
F = força
F=PxA P = pressão
A = área

Fig. 3.78 – Relação da força nos fluidos.

A) Em função da quantidade em volume (peso total) de líquido num determinado


período de tempo

Essa técnica é empregada de duas forma:

a) Determinando o volume por tempo, que é expresso em unidade de volume, tais


como:

a.1) metro cúbico por minutos (m3/min), adequado para medições de ar e gases;
a.2) litros por minutos (lit./min.), adequado para medições de líquidos; e
a.3) barril por hora (Barril/h), utilizado na medição dos produtos derivados do
petróleo.

b) Determinando o peso total por tempo, que é expresso em unidades de massa,


tais como:

b.1) quilograma por hora (kg/h), aplicado na medição de vapor de água; e


166
b.2) toneladas por horas (t/h), utilizada na medição de líquidos.

Cada uma dessas medidas é feitas na suposição de que permanecem constantes


certos fatores como:

a) peso específico;
b) densidade;
c) viscosidade;
d) temperatura;
e) pressão barométrica; e
f) supercompressibilidade.

No caso de líquidos homogêneos, é fácil obter seu volume mediante seu peso e sua
densidade. Mas no caso de vapores e gases, onde as densidades variam dependendo das
condições de trabalho, tais como temperatura e pressão, é prudente medir as vazões em
unidades gravimétricas.

B) Em função da medição do fluxo do líquido na unidade de tempo

Nessa técnica os valores medidos são expressos em unidades de volume e de


massa.

Para medir a vazão, na maioria dos casos, deve-se colocar algum obstáculo ao fluxo
na tubulação, o que irá provocar perturbação no mesmo, causando perdas de carga. Na
prática existem numerosos dispositivos para medição dessas grandezas e empregam-se
diversos métodos, tais como:

a) método direto;
b) método indireto;
c) gravimétrico;
d) volumétrico;
e) eletrônico;
f) eletromagnético; e
g) óptico.

d O método direto da medição da vazão consiste na determinação do volume ou peso


do fluido que atravessa uma seção num dado intervalo de tempo.

Os principais medidores de vazão baseados no método direto são:

d de deslocamento positivo do fluido:


d disco nutante;
d pistão flutuante;
d rodas ovais; e
d roots.

167
d O método indireto da medição do vazão exige a determinação da carga, diferença da
pressão ou velocidade em diversos pontos numa seção transversal.

Os principais medidores de vazão baseados no método indireto são:

a) por perda de carga variável (área constante).

d Tubo de Pitot
d Placa de Orifício
d Tubo de Venturi
d Tubo Dall
b) por área variável (perda de carga constante)

d Rotâmetro
c) por velocidade de impacto do fluido

d Tipo hélice;
d Tipo turbina; e
d) medidores especiais.

d Eletromagnético;
d Ultra Sônico;
d Mass Flow; e
d Fio Quente;
d Os métodos de determinação gravimétricas ou volumétricas são os mais precisos,
neles o peso ou o volume é medido por balança ou por tanque calibrado num intervalo
de tempo que é contado por um cronômetro.

Princípios Físicos

A velocidade de um líquido escoando de uma abertura no fundo de um tanque pode


ser expressa pelo teorema de TORRICELLI, em que:

d “a velocidade é igual a raiz quadrada do produtos de duas vezes a constante


gravitacional, vezes a altura do líquido, vezes a sua densidade.”
Onde:
v = velocidade
g = constante gravitacional.
h = altura do líquido.
δ = densidade do líquido

168
d De acordo com a Lei da Continuidade, a vazão de um fluido em movimento, dentro de
uma tubulação, é igual em todos os seus pontos. Quando se diminui a seção
transversal em um dos pontos da tubulação, a velocidade de escoamento naquele
ponto aumenta.

dO princípio de BERNOULLI estabelece que “a pressão em um fluido escoando é


menor quando a velocidade de escoamento for maior e será maior quando a
velocidade for menor.”

Número de Reynolds

Ocorrem dois tipos de escoamento do fluido em tubos:

a) escoamento laminar oferece pouca resistência e ocorre em baixa velocidade


(escoamento viscoso).

b) escoamento turbulento - quando o movimento do fluído for irregular e


desordenado e ocorre em alta velocidade.

d Com o aumento da temperatura os líquidos escoam mais facilmente, porém os


gases tendem a escoar mais vagarosamente. Esta característica da facilidade de
escoamento é chamada viscosidade.

A natureza do fluxo de um fluído depende :


a) do diâmetro do tubo (D);
b) da densidade (δ);
c) da viscosidade (µ ); e
d) da velocidade de escoamento (v).

d O valor numérico destas quatro grandezas é conhecida como número de Reynolds (R).
Este é um numero não dimensional e dado pela expressão:
O escoamento lâminas ocorre com o número de
Reynolds inferior a 2000, e o escoamento turbulento
apresenta um número de Reynolds acima de 4000.

d Fluidos escoando em tubulações apresentam uma queda de pressão ao longo do


tubo na direção do fluxo. A queda de pressão é devido, à fricção entre as partículas do
fluido e as paredes do tubo.

Coeficiente de Descarga

d O coeficiente de descarga é a relação entre a descarga real através do medidor e a


descarga ideal.

O coeficiente de descarga também pode ser definido em torno do coeficiente de


velocidade e do coeficiente de contração. O coeficiente de descarga não é constante. Para
um dado medidor, ele varia com o número de Reynolds.

169
Coeficiente de Velocidade

d O coeficiente de velocidade é a razão entre velocidade média real na seção reta de


um fluxo e a velocidade média ideal que ocorreria se não houvesse atrito. Assim temos:

Coeficiente de Contração

d Coeficiente de contração é a relação entre a área da seção contraída de um fluxo e a


área da abertura através da qual o fluido se escoa. Assim temos:

3.5.2 Medidores de vazão do tipo pressão diferencial

Os medidores de pressão diferencial caracterizam-se por possuir uma restrição na


linha de fluxo. Junto à restrição haverá um aumento da velocidade do fluido e em
conseqüência uma queda de pressão, produzindo assim a pressão diferencial, que varia
com a quantidade que escoa pelo tubo. O que nos permite dizer que:

d A quantidade de fluxo na linha de escoamento é proporcional à raiz quadrada da


pressão diferencial, equação (5.4).

Devido à relação que existe entre a pressão e a velocidade expressa na equação de


energia, nesses instrumentos basta medir a pressão diferencial para se ter a vazão.

d A pressão estática medida em um fluido em movimento é igual a sua pressão, sempre


que a sua velocidade não seja afetada pela mesma medição.

Nesse tipo, o sistema de medida possui um elemento primário, que é a restrição na


linha de fluxo, e um elemento secundário, que é um manômetro, ligado ao elemento primário
por uma tubulação. O elemento secundário é quem mede a pressão diferencial, a qual
determina o escoamento volumétrico, pode ser conectado diretamente a um indicador, um
registrador, um transmissor, ou um controlador.

O elemento primário que produz a depressão e gera a diferença de pressão, pode


ser um dos seguintes instrumento:

a) tomada piezométrica (bocal de fluxo);


b) tubo estático (tubo pitot);
c) tubo venturi; e
d) placa de orifício.

3.5.2.1 Tomada piezométrica

d Empregado para fazer medição da pressão estática de um fluido em movimento,


quando o fluxo é paralelo, (figura 3.78).

A variação da pressão normal as linhas de corrente é hidrostática, portanto, ao medir


a pressão na parede pode-se determinar a pressão em qualquer outro ponto da mesma
seção transversal.

170
A tomada piezométrica deve ser
pequena com o seu comprimento pelo menos
o dobro do diâmetro e deve ser perpendicular
(normal) à superfície, sem rebarbas
(rugosidade) nas extremidade, pois estas
formam pequenos vértices que distorcem a
medida. Um pequeno arredondamento da
abertura é permitido. Qualquer
desalinhamento ou rugosidade na tomada
pode provocar erros na medida. A tomada Fig. 3.78 - Tomada piezométrica.
piezométrica pode ser conectada a um
manômetro de Bourdon, para uma indicação
local ou a um transdutor eletrônico.

3.5.2.2 Tubo Pitot

d Mede a pressão estática de um fluido em movimento quando o fluxo é turbulento.


Isto é segundo a fórmula de Bernoulli .

Um tubo Pitot possui duas tomadas para medir as pressões:

d uma delas, com abertura frontal, montada em direção do fluxo (a montante), e


fornecendo o ponto de impacto ou de alta velocidade que reage à pressão total
(estática ou cinética).

da outra com aberturas radiais na parte cilíndrica (a jusante do nariz), ou seja,


perpendicular ao eixo do fluxo reagindo apenas à baixa pressão, ou pressão estática.

O tubo Pitot penetra na linha de escoamento do fluido através de uma conexão à


prova de pressão e que permite mover o tubo ao redor da seção. As pressões em cada uma
das aberturas são transmitidas a um elemento secundário por meio de uma tubulação
comum. Faz-se a hipótese de que o escoamento passe pelas aberturas como se não fosse
perturbado. Entretanto, existem perturbações devidas ao ramo vertical, que é perpendicular
(normal) ao fluxo.

d O tubo estático de Pitot mede apenas a velocidade do ponto de impacto e não a


velocidade média do fluxo.

Fig. 3.79 – Tubo Pitot.

171
Portanto, para a indicação da vazão ser correta o tubo de impacto deverá ficar no
ponto onde se encontra a velocidade média do fluxo. Devem ser calibrados, pois podem
apresentar medidas muito altas ou muito baixas. O alinhamento com o escoamento não é
crítico, de modo que o erro esperado será de alguns por cento para um desalinhamento de
15 %.

Tais tubos são relativamente insensíveis ao número de Reynolds e ao número de


Mach menores que a unidade, ou seja, o tubo de Pitot é usado para grandes vazões de
fluidos sem sólidos em suspensão, onde a precisão de medida não é exigida e a confecção
de outros dispositivos é antieconômica. Material estranho como poeira, sedimentos ou
sólidos, pode obstruir o tubo e causar leituras falsas. Dadas essas limitações, ele não
encontra grande aplicação industrial, mas é bastante utilizado em odômetros de navios e
aviões. Os tubos Pitot são construídos em latão ou aço inoxidável.

3.5.2.3 Tubo Venturi

O tubo Venturi é um outro tipo de elemento primário que produz uma pressão
diferencial empregada para medir a vazão em tubulações. São usados nas medições de
escoamento de polpa de papel, de líquidos com cristais, de esgotos e de água.

Fig. 3.80 - Tubo Venturi.

Um tubo Venturi é montado entre as flanges da tubulação e consiste em três partes,


em uma ou mais seções cilíndrica, a saber:

1) um cone de entrada com convergência angular fixa, que se acopla ao diâmetro


interno da tubulação do sistema;
2) uma seção em garganta usinada com precisão; e
3) um cone de saída que possui uma divergência angular fixa até se acoplar ao ao
diâmetro interno da tubulação do sistema.

O diâmetro dos cones é igual ou próximo ao diâmetro interno da tubulação ligada a


ele. O cone da entrada e o estrangulamento possuem, aproximadamente, as mesmas
características de um bocal de vazão. O cone de saída recupera uma grande parte da perda
de carga.

172
O cilindro do tubo Venturi é equipado com tomadas piezométrica em um anel de
pressão para calcular a média da pressão à montante, e neste ponto se faz a ligação do
manômetro de alta pressão. Um anel similar é projetado para a garganta onde se faz a
ligação de baixa pressão. A pressão diferencial é o resultado da diferença de pressão entre
o cilindro e a garganta.

3.5.2.4 Bocal ou tubo de vazão

Os bocais de vazão são instrumentos com funcionamento semelhante ao tubo


Venturi, exceto que não possui o cone de recuperação e que provocam uma maior perda de
carga que o tubo Venturi, entretanto menor perda em relação as placas de orifícios. São três
os tipos:

a) tubo de vazão;
b) bocal de vazão Gentile; e
c) tubo de vazão Dall.
Os tubos e os bocais de vazão são ambos empregados para medir fluxos de alta
velocidade (usualmente água e vapor) além da capacidade de uma placa de orifício, e
necessitam de uma menor extensão reta de tubo. O bocal de vazão opera bem em fluidos
com quantidades moderadas de sólidos em suspensão.

Os tubos Gentile e Dall são melhores para fluidos límpidos, gases e líquidos com
sólidos e para as mais baixas perdas de pressão. Pelo fato de apresentarem uma menor
obstrução ao escoamento, os sólidos não se acumulam na seção de estrangulamento. Os
tubos de vazão são construídos de aço, aço inoxidável e Monel. A seção de
estrangulamento é feita de bronze ou aço inoxidável.

Os tubos Dall conduzem a uma perda permanente de pressão de cerca de 15%,


porém têm formas especialmente concebidas para que o fluido possa escoar suavemente
pela tubulação, numa velocidade muito maior, sem a turbulência inerente a uma placa de
orifício. No entanto, essa técnica acarreta altos custos, maior tamanho e inflexibilidade. Por
conseguinte, são empregados quando resultam em menores dispêndios de investimento em
equipamento de bombeamento ou quando a economia em energia justifique o elevado custo
inicial.

Fig. 3.81 – Tubo de Fluxo Gentile. Fig. 3.82 – Tubo de Fluxo tipo Bocal.

173
3.5.2.5 Placa de Orifícios

A placa de orifício é o dispositivo de medição de fluxo mais largamente utilizado,


devido à sua simplicidade, baixo custo de fabricação e instalação. Também produz a mais
elevada perda de carga, mas na maioria das medições de vazão esta perda não tem muita
importância.

As placas de orifício, quando bem fabricadas e instaladas adequadamente fornecem


leituras precisas e, se usadas com coeficiente de correção, podem ser tão precisas quanto a
maioria dos medidores de vazão. O tipo mais comum é uma chapa fina do tipo orifício
concêntrico de bordas vivas. São ainda usados os orifícios excêntricos ou segmentos de
orifício.

Quando se deseja obter a pressão


diferencial máxima, usam-se tomadas
de seção contraída. A localização
dessas depende do diâmetro da
tubulação e da razão entre o orifício e
esse diâmetro. A distância varia em
cada aplicação. Assim a tomada de
jusante tem que ser perfurada na
seção contraída e a tomada de
montante feita num ponto que forneça
a pressão estática real da linha de
fluxo.
Fig. 3.83 - Medidor de vazão tipo placa de orifício.

Fig. 3.84 - Medição da vazão com placa de orifício.

3.5.3 MEDIDORES DE VAZÃO DE ÁREA VARIÁVEL

São medidores utilizam o mesmo princípio dos medidores de pressão diferencial, isto
é, a relação entre energia cinética e energia de pressão, sendo que:

174
d No medidor de área variável, a área da restrição se modifica à medida em que muda
a vazão e o diferencial de pressão permanece constante. A quantidade de fluido
(vazão) é uma proporção linear da área do orifício.

Ou seja, nestes medidores, a vazão é deduzida da modificação da área de um


orifício na linha de escoamento e com uma pressão diferencial constante. Os medidores
mais comuns que obedecem a esse princípio são os:

a) rotâmetros; e
b) tipos de cilindro e pistão.

3.5.3.1 Rotâmetros

Um rotâmetro é um medidor que possui um flutuador colocado dentro de um tubo


de diâmetro variável. Este tubo é rosqueado ou provido de flanges para montagem em
posição vertical, diretamente na linha de escoamento do fluido. A extremidade de diâmetro
menor está na parte inferior e é a entrada do fluido. A folga ou o espaço anular, que fica
entre o diâmetro interno do tubo e o flutuador e que aumenta na extensão do tubo, forma um
orifício de área variável.

dO flutuador alcança uma posição de equilíbrio que é proporcional ao escoamento


quando a força ascendente do fluido, passando pelo espaço anular, torna-se igual à
força descendente do flutuador.

A vazão pode ser lida diretamente da posição


do flutuador no fluido, em uma escala graduada
regularmente no próprio tubo, ou ao lado dele. O
movimento do flutuador pode também ser transferido
por meio de uma extensão a um sistema que atua em
um ponteiro indicador, um registrador ou um
transmissor pneumático ou elétrico.

Os tubos dos rotâmetros são de vidro boro-


silicato ou de vários metais como aço inoxidável. Os
flutuadores são de metais duros e resistentes a
corrosão, como aço inoxidável, liga hastelloy, ou monel
e níquel e apresentam vários formatos e características
de vazão.

Os rotâmetros podem medir vazões de água


extremamente pequenas como 0,08 mm/min. até
enormes quantidades, como 23 m3/min. Tubos de vidro
de paredes grossas e de pequenas dimensões podem
suportar pressões de 30 atm. e temperaturas de 95oC.
A exatidão é de mais ou menos de 1 a 2% da leitura
Fig. 3.85 – Rotâmetro.
instantânea de vazão para uma faixa de 10 para 1. A
perda de pressão é constante e pequena.

175
3.5.4 MEDIDORES VOLUMÉTRICOS

d Estes medidores baseiam-se na medição do volume no meio em que se consome.


Podemos dizer que dividem-se em dois grupo, a saber:

Grupo 1, que engloba os tanques medidores e aparelhos especiais de medição.

Grupo 2, que são os contadores volumétricos, também conhecidos como medidores


de vazão de deslocamento positivo.

3.5.4.1 Tanque medidor

Esses medidores são simples e dependem da aplicação da equação abaixo para


definir a quantidade da vazão.

▪ a = Valor de uma divisão da escala do indicador de nível


axh (Kg/Cm).
Q = --------- x d ▪ h = Número de divisões do vidro indicador no qual muda o
2 nível do líquido.
▪ d = Densidade do líquido.

3.5.4.2 Disco nutante

Nesse tipo de medidor certo volume predeterminado é deslocado continuamente pelo


movimento rotativo do disco, cujo centro é uma esfera, como mostra a figura 3-86.

O número de rotações do disco


é contado por meio de uma série de
engrenagens e indica a quantidade
de líquido deslocada de montante
para jusante.
Trata-se, pois, de um integrador
de vazão, sendo apropriado para
medir vazões não muito grandes de
líquidos limpos.
Emprega-se com tubulações de
Fig. 3.86 – Medidor de vazão volumétrico tipo disco nutante.
½” até 4”, para vazões de 0,2 até
100m3/h, com a precisão de ± 1%.

176
3.5.4.3 Movimento Alternativo

É um tipo de bomba de êmbolo de


movimento retilíneo alternativo. Consiste em 4
ou 5 êmbolos acionados pelo próprio impacto do
fluido progressivamente. Emprega-se com
tubulações de 1” a 3”, para vazões de 101 até
75m3/h, com a precisão de ± 0,25%.

Fig. 3.87 - Medidor de vazão do tipo movimento


alternativo com pistão.

3.5.4.4 Movimento rotativo oscilante

Esse consiste em um corpo especial e de um


êmbolo oco, dotado de um eixo central (A) que
lhe é solidário. O êmbolo tem um rasgo axial que
desliza sobre uma guia enquanto o eixo A varia
em torno de outro eixo (B) do corpo, deslocando
um volume predeterminado do fluido da entrada
para a saída. Emprega se com tubulações de 1
½” até 6”, para vazões de 2 a 150m3/h, com
precisão de 0,25%.
Fig. 3.88 - Medidor de vazão do tipo movimento
rotativo oscilante.

3.5.5 Deslocamento Positivo do Fluido

Os medidores de deslocamento positivo funcionam separando um volume conhecido


de fluido que é transportado da entrada para a saída e contando o número de “pacotes” de
fluido que assim escoam. Um eixo de saída impele, mediante transmissão por engrenagem,
um contador de mostrador local; com a seleção de engrenagens adequadas, obtém-se a
leitura em unidades volumétricas. Um gerador de impulsos, ótico ou eletromagnético,
também pode ser incorporado para transmissão remota.

Em virtude das tolerâncias de produção, os medidores devem ser calibrados


individualmente, a fim de estabelecer o verdadeiro volume por rotação. Também é possível,
por meio de jogo de engrenagens apropriado, um ajuste fino de indicação do medidor, a fim
de compensar variações de tolerância de fabricação e o desgaste mecânico.

Um medidor por deslocamento positivo (DP) é extremamente exato e passível de


repetição, contanto que seja mantido adequadamente. De fato, nos líquidos de alta
viscosidade, um medidor DP oferece precisão e faixa de vazão inigualáveis. Na medida em
que aumenta a viscosidade o escorregamento e, portanto, o erro, se reduz e o medidor pode
ser operado em vazões mais reduzidas.

177
Em razão de seu alto desempenho, os medidores DP são muito usados na medição
de vazão de óleo combustível e outros produtos à base de hidrocarbonetos em tubos de
pequenos diâmetros. Ademais, por ser um medidor auto-operado e dispensar a energia
auxiliar, é ele adequado idealmente para aplicações em veículos tanque.

A limitação básica de um medidor de deslocamento positivo é que o mesmo tem


peças móveis com folgas restritas, limitando seu uso aos líquidos limpos e necessitando
manutenção constante. Também é limitada a escolha de materiais adequados, restringindo
a sua resistência à corrosão. Temperaturas e pressões altas podem resultar também em
problemas de distorção, a menos que seja utilizado um medidor dotado de carcaça dupla, o
que aumenta mais ainda seu custo já elevado.

Algumas vantagens:
a) boa precisão e ampla faixa de medição;
b) repetibilidade boa;
c) adequado para fluidos de alta viscosidade;
d) aceita grande variação de viscosidade;
e) não requer energia auxiliar;
f) possibilidade de alta resolução de impulso;
g) ampla faixa de vazão.

Algumas desvantagens:
a) componentes móveis com tolerância estritas sujeitos a desgaste;
b) exige manutenção e atendimento regular;
c) não adequado a líquidos abrasivos sujos ou não lubrificantes;
d) grande e volumoso quando para diâmetros grandes;
e) capacidade limitada para um dado tamanho;
f) peças de reposição dispendiosas;
g) instalação difícil; e
h) alta perda de pressão.

3.5.5.1 Medidores de turbina

Um medidor de vazão de turbina consiste, basicamente, em um rotor provido de


palhetas, suspenso numa corrente de fluido com seu eixo de rotação paralelo à direção do
fluxo.

dO rotor é acionado pela passagem dos fluidos sobre as palhetas em ângulo; a


velocidade angular do rotor é proporcional à velocidade do fluido que, por sua vez,
é proporcional à vazão do volume.

Uma bobina sensora na parte externa do corpo do medidor, detecta o movimento do


rotor. Esta bobina tem um imã formando um campo magnético. Como as palhetas do rotor
são feitas de material ferroso, à medida que cada palheta passa em frente à bobina corta o
178
campo magnético e produz um impulso. O sinal de saída é um fluxo de impulsos de tensão
em onda sinuosoidal contínua, em que cada impulso representa um pequeno volume
discreto de líquido. Unidades eletrônicas associadas permitem indicar a vazão unitária ou
volume totalizado, podendo efetuar a correção automática da temperatura e/ou pressão e
outras funções.

Embora a teoria básica de um medidor a turbina seja muito simples, o projeto


detalhado é muito trabalhoso e complexo; o desempenho final depende de numerosos
fatores, tais como o ângulo da palheta, o tipo dos mancais, o número de palhetas, bem
como a usinagem e montagem dentro de tolerâncias rígidas.

Um medidor de turbina corretamente projetado e fabricado tem uma elevada


precisão numa faixa de vazão superior a 10:1 e excelente repetibilidade. Ademais, é
pequeno e leve (relativamente ao tubo) e tem alta capacidade de vazão para um dado
tamanho de medidor.

A instalação de um medidor de turbina é uma operação simples. Por conseguinte, os


medidores de turbina são amplamente usados em medições de transferência com fins de
faturamento para produtos tais como óleo cru ou petróleo bruto.

Uma limitação potencial do medidor de turbina é o fato de ter um componente móvel


(o rotor) e um mancal sujeito a desgaste. Usando mancais de carboneto de tungstênio e
stellite, a sua vida útil pode chegar a vários anos sem exigir manutenção, mesmo no caso de
aplicações em líquidos não-lubrificantes.

Fig. 3.89 – Medidor de vazão tipo turbina.

Algumas vantagens:
a) alta precisão;
b) repetibilidade muito boa;
c) faixa de vazão de 10:1;
d) versátil e adequado para funcionamento sob condições severas;

179
e) adequado a pressões virtualmente limitadas e faixa de temperatura muito
ampla;
f) alta confiabilidade;
g) saída digital linear;
h) resposta rápida;
i) dimensão e pesos reduzidos; e
j) fácil instalação.
Algumas desvantagens:
a) inadequado a viscosidade elevada;
b) requer aferição;
c) pode ser danificado por velocidade excessiva ou formação de gases;
d) relativamente dispendioso;
e) requisitos grandes quanto a contrapressão;
f) componente móvel sujeito a desgaste;
g) exige indicador separado; e
h) requer instalação de filtro.

3.5.6 MEDIDORES ELETROMAGNÉTICO

Esses medidores são os únicos que não têm obstruções de qualquer espécie no
percurso do líquido. Portanto, a perda de carga é quase nula. Por este motivo constituem os
elementos primários ideais para medidas de vazões de líquidos viscosos ou com sólidos em
suspensão. A única condição é que o líquido tenha uma condutividade elétrica acima de um
certo mínimo.

dO funcionamento destes medidores baseia-se no fenômeno da indução


eletromagnética. Um condutor elétrico, movendo-se com a velocidade V,
perpendicularmente a um campo magnético de indução B, produz uma f.e.m.

O condutor em movimento é o próprio líquido o qual circula num tubo de medida


isolado interiormente e não-magnético, com o mesmo diâmetro da tubulação externa. O tubo
de medida é normalmente constituído por aço inoxidável. Os materiais do forro interior e os
eletrodos são escolhidos em função do fluido a medir. Há dois eletrodos implantados no
tubo de medida que fazem contato com o líquido. Perpendicularmente à linha dos eletrodos,
é aplicado um campo magnético produzido por duas bobinas exteriores ao tubo de medida.
As bobinas são alternadas com a tensão da rede. Sendo o campo alternativo, a f.e.m.
induzida entre os eletrodos é também alternativa.

A f.e.m. induzida que é proporcional à vazão do líquido é amplificada por


componentes eletrônicos. Uma das dificuldades nesta medida reside no baixo valor da f.e.m.
induzidas pelos campos magnéticos existentes nos meios fabris. Outra dificuldade está
relacionada com as variações de tensão da rede as quais originam variações da indução
magnética. Também as alterações na condutividade do líquido podem introduzir erros.

180
Fig. 3.90 – Medidor de vazão eletromagnético.

Circuitos de compensação e artifícios vários permitem que este método conduza a


uma precisão à volta de 1%. É muito útil na medida de vazão de líquidos com sólidos em
suspensão, pastosos ou corrosivos. Há atualmente primários eletromagnéticos cujos
eletrodos não tem contato ôhmico com o líquido mas somente capacitivo.

Algumas vantagens:
a) sem componentes móveis;
b) passagem completamente desobstruída;
c) quimicamente compatível com virtualmente todos os líquidos;
d) não é afetado pela viscosidade, pressão, temperatura, densidade ou
condutividade;
e) saída analógica/digital linear;
f) aumento do custo com o tamanho não é tão violento como em muitos outros
medidores; e
g) possibilidade de fluxo bidirecional.
Algumas desvantagens:
a) líquido deve ser eletricamente condutor;
b) não adequado para gás;
c) exige energia auxiliar;
d) difícil adaptação para áreas perigosas;
e) pode ser sensível ao perfil de fluxo assimétrico; e
f) requer calibragem.

181
3.5.7 MEDIDOR DE VAZÃO ULTRA-SÔNICO

d Um feixe de ondas sonoras estreito (na faixa acústica ou na ultra-sônica) lançado


através de um fluido em movimento sofre um efeito de arrastamento.

Na forma mais simples, é constituído por um transdutor transmissor de ultra-sons


(TT) e por um transdutor receptor (TR).

Funcionamento

A onda ultra-sônica, en-


viada em pulsações, atravessa
o fluido duas vezes, após refle-
xão na parede oposta. Como a
onda é arrastada pelo movi-
mento do líquido, o percurso
total e a atenuação da onda de-
pendem da velocidade do fluido.

Fig. 3.91 – Medidor de vazão ultra-sônico.

Este tipo de medidor tem uma precisão melhor que a placa de orifícios e não introduz
qualquer obstrução, identicamente ao medidor eletromagnético. Serve, pois, para líquidos
viscosos e pastosos ou perigosos (alta pressão, corrosivos, radioativos). Necessita de uma
correção automática de temperatura por meio de um termistor porque a velocidade do som é
alterada em função da temperatura.

182
3.6 - EXERCÍCIO PROPOSTOS

1) De acordo com a norma S5.1 da ISA e aceita pela SAMA e ABNT, o símbolo mostrado
na figura abaixo representa:

(A) chave de fluxo.


(B) chave de nível.

(C) chave de pressão.

(D) termostato.

2) Qual dos símbolos abaixo representa um transmissor de pressão pneumático:

(A)

(B)

(C)

(D)

3) A razão entre a mudança na magnitude de saída e a mudança do sinal de entrada é a


definição de:

(A) rage.
(B) span.

(C) precisão.

(D) sensibilidade.

183
4) A característica do instrumento que define os limites que o erro não deve exceder,
quando este é empregado em condições normais de serviço, é definido como:

(A) accuracy.
(B) rage.

(C) span.

(D) sensitivity.

5) “As substâncias minerais contraem-se e expande-se a um montante definido com


mudança de cada grau de temperatura”. Este é o princípio da expansão térmica do
fluido e no qual esta baseado o funcionamento dos termômetros de :

(A) Bourdon.
(B) coluna líquida.

(C) bulbo de vidro.

(D) as respostas A e B estão corretas.

6) A resistência de um condutor elétrico é diretamente proporcional a área de sua seção.


É nesse princípio que se baseia os sensores :

(A) capacitivo.
(B) resistivo.

(C) placa de orifício.

(D) strain gauge.

7) O medidor de temperatura construído pela junção de duas ligas metálicas com


características físicas diferentes: uma com alto grau de dilatação térmica e a outra com
baixo grau de dilatação térmica é denominado de:

(A) termopar.
(B) resistência.

(C) strain gauge.

(D) bimetálico.

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8) O ____________________ é muito utilizado como elemento amplificador de sinal nos
sistemas de controle automático de processos industriais.

(A) diafragma.
(B) tubo venturi.

(C) termopar.

(D) bimetálico.

9) Nos sensores do tipo _______________, uma corrente elétrica, circulando no mesmo


sentido, ao passar pela junção quente_____________ calor e na junção fria
____________ o calor absorvido, proporcionalmente a quantidade de corrente que
atravessa a junção.

(A) resistivo, absorve, libera.


(B) resistivo, libera, absorve.

(C) termopar, absorve, libera.

(D) termopar, libera, absorve.

10) Devido suas característica o medidor tipo ____________________ é muito utilizado


como elemento de compensação nos sistemas de medição.

(A) termopar.
(B) placa de orifício.

(C) bimetálico.

(D) diafragma.

11) A pressão dinâmica de um fluido em uma tubulação, é proporcional ao quadrado da


velocidade do fluido. O instrumento que mede essa pressão baseando-se na diferença
entre a pressão total e a pressão estática é denominado de:

(A) rotâmetro.
(B) placa de orifício.

(C) tubo Pitot.

(D) tubo Ventúri.

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12) O instrumento que faz a medição da pressão diferencial em uma tubulação, baseando-
se na pressão detectada entre a tomada de montante e a tomada de jusante, cuja
resultante é proporcional à raiz quadrada da vazão é denominado de:

(A) tubo ventúri.


(B) placa de orifício.

(C) tubo pitot.

(D) rotâmetro.

13) A figura a seguir, representa um manômetro do tipo:

(A) Bourdon formato “U”.

(B) Bourdon formato “L”.

(C) coluna líquida de pressão absoluta.

(D) Coluna líquida de pressão diferencial.

14) O princípio físico em que se baseia o funcionamento do instrumento mostrado na figura


a seguir, é o da:

(A) lei de Hook.


(B) pressão hidrostática.

(C) capilaridade.

(D) expansão volumétrica de um fluido.

15) Na figura a seguir, o instrumento de medição da variável é classificado como do tipo:

(A) termômetro de Bourdon modelo


espiral.

(B) manômetro de Bourdon, formato


C.

(C) manômetro de Bourdon, formato


fole.

(D) termômetro de coluna líquida.

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16) A figura a seguir representa um manômetro de:

(A) Bourdon espiral.

(B) coluna líquida.

(C) Bourdon formato C.

(D) diafragma

17) O funcionamento do medidor de temperatura denominado de bimetálico está baseado


no princípio de que:

(A) a resistência de um condutor elétrico é diretamente proporcional à área de sua


seção.

(B) uma corrente elétrica, circulando no mesmo sentido, ao passar pela junção quente,
absorve calor e na junção fria libera o calor absorvido, proporcionalmente à
quantidade de corrente que atravessa a junção.

(C) a alteração da resistência de um condutor elétrico sob carga mecânica depende da


alteração geométrica do condutor.

(D) a uma diferença de coeficiente de dilatação térmica dos metais suficiente para
provocar um movimento.

18) O princípio físico em que esta baseado o funcionamento do medidor de temperatura


denominado de termopar é:

(A) de que as substâncias minerais contraem-se e expandem-se a um montante


definido com mudança de cada grau de temperatura.

(B) de que uma corrente elétrica, circulando no mesmo sentido, ao passar pela junção
quente, absorve calor e na junção fria libera o calor absorvido, proporcionalmente à
quantidade de corrente que atravessa a junção.

(C) da resistência de um condutor elétrico ser diretamente proporcional à área de sua


seção.

(D) da capilaridade.

19) “As deformações são diretamente proporcionais às tensões que as produzem”, ou seja,
que a deflexão do elemento elástico e o movimento resultante são proporcionais à
pressão aplicada”. Esse princípio é aplicado ao instrumento de medição de pressão tipo:

(A) tubo em “U”.


(B) diafragma.

(C) tubo Pitot.

(D) Piezorresistivo
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20) Os instrumentos de medição baseados nos princípios físicos da expansão volumétrica
de um fluido, da capilaridade e da deformação proporcional às variações de tensão,
tanto podem ser aplicados para indicação da variação de temperatura ou para indicação
da variação da pressão como também como elemento de controle liga-desliga (on-off).
Concordando ou não com essa afirmação, justifique sua posição.

21) Um medidor “Burdon formato espiral” pode ser utilizado como controlador de
temperaturas? Justifique.

22) Um “medidor de pressão de coluna líquida” se diferencia de um medidor “Burdon


formato C”, porque seu princípio físico de funcionamento está baseado na diferença de
pressão a montante e a jusante do ponto de estrangulamento. Concordando ou não
com essa afirmação, justifique sua posição.

23) Com relação à instrumentação de controle automático, diferencie “span” de “ranger ”.

24) Explique como é feita a medição da temperatura em um sensor do tipo termopar.

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25) Qual é a finalidade do tubo capilar nos sensores de temperatura?

26) Explique como funciona um instrumento de medição do tipo “placa de orifício” e


indique qual a sua aplicação mais comum nos sistemas de controle de processo.

27) Explique como é feita a medição com tubo Venturi .

28) Qual é a função do diafragma em um sistema de medição com placa de orifício?

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