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FACULDADES IESGO
CURSO DE PSICOLOGIA
ESTÁGIO BÁSICO SUPERVISIONADO
PROFESSOR SUPERVISOR: PAULO LIRA

A Lata Vazia
Vivências de uma Psicoterapia em Grupo de Pais

Gabriela Sobral Cortat

Ione Magalhães Antonini


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JUNHO/ 2016.

1. INTRODUÇÃO

O Estágio Clínico I faz parte da estrutura curricular do Curso de Psicologia, com

vista a estabelecer uma associação entre os fundamentos teórico-metodológicos das

disciplinas e a prática, proporcionando o desenvolvimento de habilidades fundamentais

no contexto cliente/terapeuta e terapeuta/supervisor.

O Estágio I foi realizado na Clínica-Escola de Psicologia - CIEPPsi, oferecido

pelas Faculdades Integradas IESGO, atendendo as orientações educacionais da

instituição, no período de fevereiro a março de 2016, cumprindo uma carga horária de

80 horas, realizado com a supervisão especializada do Professor Psicólogo MSC Paulo

Lira, em duas modalidades de atendimento psicoterápico: o plantão psicológico e a

psicoterapia em grupo, com foco no atendimento a grupos de Pais. Ambos os

atendimentos oferecidos gratuitamente à sociedade.

O foco desse relatório técnico é explicitar a experiência realizada no Grupo de

Pais, com base nas perspectivas da abordagem Analítica Comportamental. Tal

abordagem fundamenta-se na ideia de que cada participante é um organismo

processados de informações, recebendo estímulos e reforçadores e gerando apreciações

(Zimmerman & Osorio, 1997) nos processos interacionais com o meio. Uma

característica da abordagem analítico comportamental que aumenta sua eficácia e que

fica evidente no trabalho com grupos é o seu aspecto pedagógico ou instrucional

(Borges, Cassas & cols., 2012, pp. 260). Foram, por suas premissas, valorizadas as

expectativas dos participantes à luz da técnica terapêutica, a qual busca: reeducação, em

nível consciente, das concepções errôneas; treinamento de habilidades comportamentais

e modificação no estilo de vida e nas relações entre pais e filhos.


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Zimmerman e Osorio (1997, pp. 28) defendem que um grupo não é um mero

somatório de pessoas, mas sim algo que deve ser entendido como uma nova entidade,

com leis e mecanismos próprios e específicos. Apesar de se constituir como uma nova

entidade, a individualidade dos integrantes foi preservada em todos os momentos do

trabalho de modo que a linguagem e os exemplos foram adaptados às suas vivências.

Das ações estruturadas ocorreu um campo grupal dinâmico, marcado por uma interação

afetiva entre os seus componentes, o que se faz de grande valia, pois, na situação de

grupo terapêutico, a interação social entre os indivíduos promove auto-observação,

autoconhecimento, mudanças nos indivíduos e, consequentemente, no próprio grupo

(Borges, Cassas & cols., 2012, pp. 259), além de seus membros servirem como uma

fonte adicional de reforçamento positivo social, fazendo com que o clínico não seja

mais o único determinante do comportamento dos clientes (Borges, Cassas & cols.,

2012, pp. 260).

Todas as sessões foram discutidas e trabalhadas de forma cuidadosa e criativa,

sempre levando em consideração as contribuições pessoais e a garantia de um espaço de

reexperimentação e ressignificação das experiências compartilhadas de forma interativa.

As ações foram desenvolvidas por comunicação verbal e não verbal, por intermédio de

apoio tecnológico e fundamentadas no conhecimento técnico e compromisso ético e

legal.

A oportunidade foi disponibilizada a estas estagiárias pela supervisão. Os

processos de definição de horários e público-alvo foram estabelecidos junto à

responsável técnica pela CIEPPSI, sendo disponibilizadas inscrições à comunidade. A

psicoterapia de grupo faz parte do Programa de Qualidade na Interação Familiar.

Concomitantemente ao processo de inscrição dos interessados foi realizado uma

preparação técnica das estagiárias em relação ao programa a ser desenvolvido. O


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trabalho desenvolveu-se e obteve resultados significativos na melhoria da relação e

superação de dificuldades encontradas entre pais e filhos.

2. JUSTIFICATIVA

A sociedade passa por inúmeras dificuldades nos processos e nas relações entre

pais e mães no educar de seus filhos e, consequentemente, na interação saudável entre

os membros, tanto na esfera familiar como junto à sociedade. Problemas

comportamentais, desajustes, adoecimentos, conflitos, violência, precocidades no

tocante ao sexo, estudos, prospecções futuras, carreiras, profissão, ausência de tempo,

questões dialógicas, hierarquias, papeis sociais, enfim, um universo de questões, são

responsáveis ou são frutos de intensas e constantes dificuldades relacionais e

transgeracionais. A cidade de Formosa não se exígue dessa realidade, visto importantes

informações e dados vivenciados nas práticas terapêuticas dos atendimentos

psicoterápicos realizados no âmago da CIEPPsi.

Lançar mão de uma orientação especializada por intermédio de psicoterapia de

grupo tem demonstrado que uma boa interação familiar propicia um desenvolvimento

mais saudável do individuo nos ciclos vitais por onde perpassa. “Atualmente são muitas

as dificuldades encontradas por tantos pais e mães em educas seus filhos e manter uma

interação saudável na esfera familiar, o que torna os grupos de orientação essenciais”

(Weber, Salvador & Brandenburg, 2011). O clínico, no contexto da terapia grupal, pode

ensinar a seus clientes sobre princípios do comportamento com o objetivo de torná-los

capazes de identificarem as relações existentes entre seus comportamentos e

consequências, descreverem contingências e construírem suas próprias regras (Borges,

Cassas & cols., 2012, pp 260), o que é de grande importância no que tange a busca por

efeitos terapêuticos, já que sabe-se que os resultados mais duradouros e generalizados


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são obtidos quando o cliente aprende a analisar as contingências envolvidas em suas

queixas (Borges, Cassas & cols., 2012, pp 260). Além disso, a disposição do apoio em

forma de grupo traz ao setting um ambiente rico em estímulos diferentes, o que pode

facilitar a emissão de comportamentos clinicamente relevantes – CRBs (Kohlenberg e

Tsai, 2001). Importa citar também que, segundo Delitti e Derdcky (2008), a terapia

disposta em grupo é muito importante por proporcionar a possibilidade de

aprendizagem tanto através de uma participação ativa quanto através da simples

observação.

As práticas educativas parentais e as diferentes concepções sociais das relações

familiares produzem uma vasta literatura sobre a psicologia e as respostas da análise do

comportamento nas interações. Nosso trabalho vem de encontro á aplicação,

supervisionada e com cuidadoso preparo, do programa elaborado e aplicado em vários

grupos no Projeto de Extensão Universitária da Universidade Federal do Paraná (Projeto

Criança: Desenvolvimento, Educação e Cidadania). Sua aplicação já foi efetivada em

semestres pretéritos, basilando essa nova edição.

Ante a isso escolhemos como título para este relatório a expressão “Lata Vazia”

formulada por uma das componentes do grupo ao referir-se, em um trabalho de artes

plásticas relativo ao sétimo encontro com o tema Autoconhecimento e Modelo, como

sua visão de si, vazia e em sofrimento ao perceber-se como modelo de comportamento

para seus filhos.

3. OBJETIVOS

A partir de um espaço terapêutico e pedagógico, proporcionar melhora na

qualidade das relações familiares, em especial, entre pais e filhos.


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Os objetivos terapêuticos giram em torno de orientar e treinar pais; melhorar as

relações familiares; prevenir adoecimentos e conflitos; desenvolver estruturas que

propiciem mudanças de comportamento no trato familiar ; valorizar as interações entre

os integrantes do grupo como forma de trocas de experiências, conhecimentos,

estratégias e habilidades úteis para a melhoria das relações familiares e encaminhar

casos com sérios problemas ou adoecimento para psicoterapia individual.

Os objetivos pedagógicos e de aprendizagem são constituídos por conhecer uma

nova forma de psicoterapia, tendo o grupo como foco, suas premissas, técnicas e

recursos afins; acompanhar o desenvolvimento o processo da aplicação da técnica;

participar dos debates durante a supervisão como forma de interação entre estagiários-

aprendizes e supervisor; efetuar feedback com o grupo de estagiários como base à

sugestões, críticas e debates; dirimir, junto à supervisão, as duvidas advindas das

sessões e da sua preparação; viabilizar avaliação ao longo do período.

4. METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido a partir do Programa de Qualidade na

Interação Familiar - Eduque com Carinho. Todo o processo de formulação e aplicação

ocorreu nas dependências das Faculdades Integradas IESGO, a saber: formação da

dupla de aprendizes/estagiários; estudo do Programa em questão e planejamento das

atividades a serem realizadas a partir da busca de recursos; elaboração de material

didático e técnico; uso de recursos tecnológicos como datashow, notebook e caixas de

som; adequação do espaço; formação de receptivo e apoio, por intermédio de materiais

próprios às crianças que, porventura, acompanharem seus pais; definição das inscrições

formalizada em grupo por seis inscritos, sendo dois participantes do sexo masculino e

quatro participantes do sexo feminino; definição do horário, ficando este de oito horas
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às dez horas e trinta minutos em oito terças-feiras subsequentes, no período de março a

maio do ano de 2016; criação de uma estrutura para comunicação dos membros

inscritos, estagiárias, supervisor, por meio da formação de um grupo no Whatsapp e

distribuição dos oito temas por encontros, sendo: primeiro encontro – princípios da

aprendizagem; segundo encontro – regras e limites; terceiro encontro – consequências

para comportamentos adequados; quarto encontro – consequências para

comportamentos inadequados; quinto encontro – relacionamento afetivo e

envolvimento; sexto encontro – voltando no tempo; sétimo encontro –

autoconhecimento e modelo e oitavo encontro – revisão e encerramento. Todos os

encontros foram realizados em um clima favorável ao pleno desenvolvimento do

conteúdo e das relações dos participantes.

5. APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS

5.1 “A dama do coque”, por Gabriela Sobral Cortat

A cliente, aqui denominada de dama do coque, é uma senhora de 52 anos, mãe

de 2 filhos e viúva. A dama do coque chegou ao grupo logo no final do segundo

encontro. Ela fora encaminhada pela responsável técnica da CIEPPsi e nos pareceu

cercada de orientações e recomendações (p. ex., não requerer sua participação ativa

dentro do grupo) relativas à suas queixas e demandas advindas do setting terapêutico,

como evitar reforçar demonstrações e comportamentos com características de

menosprezo, vitimização, descrédito pessoal, desqualificação como mãe, autopunição,

falta de autocontrole, comportamentos inadequados com o filho e desesperança. A

cliente, em seu atendimento psicológico, acabara de ameaçar atirar-se pela janela, fato

que corrobora com as informações coletadas acerca de suas pretéritas tentativas de

matar o filho e suicidar-se logo após com a justificativa de ser uma péssima mãe.
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Nos primeiros momentos não houve sequer vislumbre de seu rosto, nada se via

além de seu cabelo já grisalho amarrado em forma de coque no alto de sua cabeça.

Cabisbaixo como chegou, a dama do coque permaneceu durante todo o encontro, sem

interações com os demais participantes. Notava-se uma aparência cansada, sofrida e

pouco cuidada, acompanhada por um ar de infelicidade e dor. Já no final do primeiro

encontro demonstrou uma reação positiva nas relações com os demais participantes e

com as estagiárias ao permitir-se participar da leitura de um texto e do abraço coletivo

que sempre finalizava os encontros.

O trabalho com a dama do coque girou em torno, principalmente, do

reforçamento de relatos positivos acerca de si mesma e de sua maternagem, além dos

ensinamentos básicos do grupo acerca da interação pais-filhos. Daí a diante a dama do

coque participou proativamente de todos os encontros a ponto de desfilar imitando

modelos e relatar impressões, posicionamentos, planos e demais relatos de história de

vida de forma serena, harmoniosa, respeitosa e simples. Demonstrou também maior

cuidado pessoal, seus sorrisos e gargalhadas tornavam-se mais frequentes a cada

encontro, além de emocionar-se diante de elogios de seu colega de grupo, o qual se

referiu a ela como uma mulher forte e uma mãe guerreira.

Sob o olhar terapêutico seus progressos foram visíveis e repercutiram em sua

terapia individual. A dama do coque deixou significativas marcas e contribuições neste

grupo terapêutico.

5.1.1 Comportamentos Clinicamente Relevantes

Na sua apresentação ao grupo relata que ama muito o filho, mas não é amada por

não ser boa o bastante para isso. Tal comportamento sinaliza um CRB1 1, pois a cliente

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CRBs l referem-se aos problemas vigentes do cliente e cuja frequência deveria ser reduzida ao longo da terapia
(Kohlenberg & Tsai, 2006)
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demonstra vitimização e desmerecimento, comportamentos que estão totalmente

relacionados com suas demandas.

No sétimo encontro – Autoconhecimento e Modelo uma das atividades

propostas foi construir um objeto que representassem os participantes. A cliente

construiu, de forma primorosa, repleta de detalhes, costuras, colagens, fitas e flores, o

que ela relatou como sendo uma mulher bela e radiante (Anexo1). Tal fato sinaliza um

CBR22, pois a cliente demonstra comportamentos de melhora diante de suas demandas

de vitimização, autopunição e descrédito pessoal.

No sexto encontro – Voltando no Tempo, após a técnica de relaxamento, a

cliente analisa que muitos dos comportamentos que ela tem com os filhos são frutos da

sua própria educação. A forma como foi educada na sua infância, com rigor desmedido

e postura punitiva de seu pai, tem sido o modelo seguido por ela no tratamento de seus

filhos, repetindo repertórios disfuncionais, dolorosos e pouco assertivos. Tal

comportamento indica um CRB33, pois a cliente demonstrou a capacidade de analisar

seu próprio comportamento.

5.2 “A Moça da Lata Vazia”, por Ione Magalhães Antonini

A cliente, denominada aqui por Moça da Lata Vazia é uma jovem de 31 anos,

mãe de três filhos sendo um adolescente, mora na casa materna e integrou-se ao grupo

com queixa de profundo sofrimento sem qualquer expectativa positiva para o futuro,

seja este afetivo ou profissional, vivenciando muitas dificuldades nas relações com seus

filhos e sua mãe e com ênfase em uma separação litigiosa de grandes repercussões para

ela e, consequentemente, para os filhos. Sua postura emblemática traduzia uma

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Progressos do cliente que ocorrem n a sessão (Kohlenber & Tsai, 2006)
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Observação e interpretação do próprio comportamento e dos estímulos reforçadores, discriminativos e eliciadores
associados a ele (Kohlenberg & Tsai, 2006)
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expressiva e harmoniosa beleza física ante a uma gritante tristeza e falta de perspectiva,

conforme seu relato.

As atividades do grupo foram incisivas no tocante ao seu autoconhecimento e

observação de seus próprios comportamentos. Colocava-se como Lata Vazia em função

de uma atividade criativa onde enfeitou lindamente uma lata, dando-a um aspecto de

uma boneca repleta de adereços, vestida com bom gosto e com um rostinho alegre e

prazeroso, mas que ao observá-la com critério chegaríamos à conclusão de que não

possuía nenhum conteúdo que a preenchesse, deixando-a despida interiormente dando

ênfase a um profundo vazio (Anexo 2). Refletia que a qualidade da relação com seus

filhos era de completa rixa e disfuncionalidade, onde os comportamentos inadequados

proliferavam a ponto de permitir, conforme seu relato, agressões de toda ordem. Não

conhecia nenhum elemento positivo que pudesse buscar forças para melhorar essas

relações. Demonstrações de afeto, empatia e envolvimento nada mais eram, a seu ver,

palavras soltas sem significado e sem qualquer possibilidade de efetivar-se.

A participação no grupo evidenciou a importância dos vínculos afetivos para um

bom relacionamento e, dessa forma, com melhores reflexos nos papeis familiares,

contribuindo para uma atitude de prontidão e abertura a mudanças. A moça da Lata

Vazia tinha aversão a suas atividades profissionais, exercendo-as, de acordo com sua

narrativa, de forma similar às relações familiares, ou seja, “somente por obrigação”.

De forma feliz, a moça da Lata comunicou-nos que foi aprovada em concurso

público com contratação imediata e que seus filhos e sua mãe já se falam entre si. A

cliente foi encaminhada para a terapia e apresenta significativos resultados de melhora

em todos os comportamentos.

5.2.1 Comportamentos Clinicamente Relevantes


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No quarto encontro, onde se tratou de consequências para comportamentos

inadequados, foi realizada uma atividade de teatro que consistiu em uma cena de

situação familiar onde o filho faz algo errado e sofre punição dos pais. A moça da Lata

Vazia aplicou uma severa punição ao seu colega que, na oportunidade, mostrou um

comportamento inadequado representando seu filho. A cliente assim se posicionou:

“Agir assim para mim é muito fácil, pois tratava meus filhos quase sempre dessa

maneira”. Este caso sinaliza um CRB1, pois a cliente se comporta de maneira agressiva

acreditando que a punição exagerada, traria, como consequência, a obediência de seu

filho sobre algum assunto e também por não conseguir manifestar empatia e nem

qualquer outro tipo de reforçamento baseado no diálogo e na franqueza.

Relato da cliente que, após a visita à casa paterna em um final de semana, seu

filho manifesta a vontade de ficar com o pai. A cliente comenta na terapia que nunca

iria havia permitido tal vontade e diz: “Creio que se essa é sua vontade vou sofrer

muito, mas pode ir, não vou mais impedir”. Tal comportamento sinaliza um CRB2, pois

a cliente demonstra um comportamento de melhora no que tange a sua falta de empatia

para com seus filhos.

A cliente, ao saber de sua aprovação em um concurso público e sua contratação

para o cargo quase que de imediato, analisa que: “eu estava tão doente que se me

contassem isso eu não teria nem acreditado ou ficado feliz, pois eu não me permitia ser

feliz e acreditar em coisas boas para mim, sejam quais fossem”. Isso sinaliza um CRB3,

pois a cliente demonstrou comportamento de autoconhecimento a ponto de realizar uma

analise funcional de sua situação anterior.

6. RELATO DE EXPERIÊNCIA
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Ao recebermos o convite para realizar a psicoterapia de grupo com pais,

imediatamente fomos ao encontro de informações e subsídios do Programa de

Qualidade na Interação Familiar. O material, com excelente qualidade didática e

linguagem acessível, produziu um respaldo teórico seguro e instigante, levando-nos a

produzir materiais e exposições de forma criativa e alegre.

As principais dificuldades encontradas foram no tocante à divulgação e

publicização do projeto. Esta não obteve a amplitude e o sucesso pretendido. Sendo

informado pelos participantes que o horário pela manhã impedia a participação de pais

que trabalham, como geralmente, nesse período.

As dependências mostraram-se inadequadas devido ao barulho e à proximidade

com a cantina da escola, como também o mobiliário de carteiras escolares e a sala com

pequenas dimensões. Outro aspecto que merece um novo olhar é no tocante à vinda de

crianças que acompanham os pais por não terem onde ficar. O tempo todo foi

construído material de apoio para buscar a atenção dessas crianças e a necessária

liberação dos pais para participarem das atividades. Quanto ao envolvimento dos

participantes com as estagiárias, este foi marcado por um vínculo emocional muito forte

e uma empatia de igual forma. As atividades foram culminadas de forma festiva repletas

de importantes relatos marcados por um sentimento de avanço em busca de melhores

relações da harmonia familiar, do autoestudo e das mudanças de comportamento.

7. CONCLUSÃO

Quanto à experiência realizada na condução do grupo de pais dentro do

Programa de Qualidade na Interação Familiar podemos dizer que os fundamentos

teórico metodológicos da abordagem analítica comportamental foram eficazes e

oportunizaram uma resposta clara e estruturada em repertórios vivenciados pelos


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participantes na sociedade, na família e no setting terapêutico. O apoio psicológico em

forma de grupo terapêutico mostrou-se extremamente eficiente e eficaz no que tange os

seus objetivos de prevenção e de intervenção. Todos os propósitos relativos à

psicoterapia de grupo foram amplamente atingidos, levando a uma resposta de olhar

sistêmico na condução, criação e novas oportunidades, não só para experiência de grupo

de pais na Clínica 1, como também para que sejam viabilizados novos grupos com

adolescentes, adictos, familiares de adictos, deprimidos, dentre outros, não só nas

experiências do Plantão Psicológico e da Clínica 1, como também em outros processos

psicoterápicos avançados.

Quanto a essa experiência em específico, as estagiárias manifestam formalmente

seu agradecimento pela qualidade e cientificidade dos conhecimentos repassados

durante a supervisão, como também a sensibilidade e o olhar amoroso aos clientes da

psicoterapia de grupo de pais da IESGO 2016.


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REFERÊNCIAS

Borges, N., Cassas, F. A. & cols. (2012). Clínica analítico-comportamental: aspectos

teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed

Delitti, M. & Derdcky, P. (Orgs) (2008). Terapia analítico-comportamental em grupo.

Santo André, SP: ESETec Editores Associados.

Kohlenberg, R. J. & M. Tsai (2001). Psicoterapia analítico funcional: criando relações

intensas e curativas. Santo André: ESETec

Weber, L., Salvador, A. P. & Brandenburg, O. (2011). Programa de qualidade na

interação familiar: manual para aplicadores. 2.ed. Curitiba: Juruá

Zimmerman, D. E., Osorio, L. C. & cols. (1997). Como trabalhamos com grupos. Porto

Alegre: Artes Médicas.


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Anexo 1
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Anexo 2
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