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SERELEPE Comércio, Importação e Exportação Ltda.

Av. Otaviano Alves de Lima, 1536 – Casa Verde


02501-000 São Paulo SP Brasil
Tel.: (11) 3858-1456 Fax: (11) 3858-1456 ramal 233
e-mail: trabalho@serelepe.com.br

ESCLARECIMENTOS SOBRE: PESO DO USUÁRIO DE CINTOS DE SEGURANÇA PARA


TRABALHOS EM ALTURA

Pode um trabalhador com mais de 100 kg trabalhar em altura?


Se estivermos falando da questão “peso” do indivíduo, só a área médica tem competência para definir
se pode ou não aquele trabalhador se expor aos riscos potenciais do trabalho em altura. Cabe a área
médica determinar obesidade ou não, doenças crônicas associadas ou restrições relativas à saúde do
trabalhador.
Quanto a questão do “cinturão de segurança” poder ser usado por indivíduos com peso acima de 100
kg consideramos o seguinte pontos:

1 – A NBR11370/2001 – Cinturão de Segurança e Talabartes , determina os testes que devem ser


feitos para que o equipamento suporte o impacto de uma queda fator 2, ou seja, a pior condição
possível e provavelmente a menos viável de ocorrer. O manequim de teste tem o peso de 100kg, o
cinto é vestido no manequim, o cinto é preso por um dos pontos determinados para queda ( peitoral e
dorsal) à um ponto fixo através de um extensor de 2m, em seguida o conjunto é suspenso até 2 m
acima do ponto fixo e solto, gerando uma queda de 4m. São duas quedas consecutivas, uma pelo
olhal superior do manequim e outra pelo olhal inferior ( de ponta cabeça). Após estes dois impactos é
feita a medida do ângulo entre o eixo longitudinal do plano dorsal do boneco e o eixo vertical ( não
pode exceder a 50º ), desta forma avaliando a posição de conforto após a quedas. O cinturão não
poderá apresentar nenhuma ruptura de fitas, costuras, anel de ancoragem ou fivelas.

2- O manequim de testes com 100 kg está normatizado também e é o mesmo utilizado em todo o
mundo. O fato de ser o mesmo para todos os testes cria-se o padrão de avaliação entre os cintos
oferecidos pelo mercado mundial. Pela simulação feita na queda com fator 2 e o resultado exigido de
“zero” de defeito, pode-se concluir que o cinto certamente suporta o peso de um individuo acima de
100 kg. O calculo feito com base na formula de Torricelli nos mostra que um corpo de 100 kg que cai
de 4m de altura resulta em aproximados 8kN. Os testes de trava-quedas e talabartes com
absorvedores nas mesmas condições não devem resultar em mais que 6kN.

3- Outro fator que se deve levar em conta é o que talabartes contra queda “devem” possuir absorvedor
de impacto para preservar a integridade do usuário no caso de uma queda, além de não ultrapassar
tamanhos que possam ir além do necessário para a mobilização ( fator de queda 1). Isto significa que
o impacto resultante da queda será reduzido se comparado ao impacto da queda de fator 2 sofrida
pelo manequim.
Talabartes de posicionamento ou restrição não necessitam de absorvedor visto que não estão sujeitos
a queda.

4- A futura norma em aprovação pela ABNT está baseada nas ENs e tem os mesmos padrões de
teste, com alguns pontos mais esclarecidos que a atual, porém mantém o peso do manequim, o fator
de queda e as exigências do resultado. Os talabartes acima de 90 cm terão obrigatoriamente que
contemplar um absorvedor de energia. Não existe restrição ao peso do usuário. Recomenda-se que
SERELEPE Comércio, Importação e Exportação Ltda.

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seja consultado o fornecedor para possíveis reforços caso o usuário necessite trabalhar com pesos
acima do testado.

5- Fator de queda significa a relação entre a queda do trabalhador e o comprimento do talabarte que é
obtido pela formula:
HQ / CT , onde HQ é a altura da queda e CT é o comprimento do talabarte, o resultado não deve
passar de 1.
Visualizar figuras no site www.ultrasafe.com.br ou em nosso folder ou catálogo da PETZL.

CONCLUSÂO:

1- Não existem normas brasileiras que determinem o peso máximo do trabalhador em altura.

2 – A ABNT NBR 11370:2001 não é uma norma de Trabalho em Altura, mas sim de fabricação de
produto. Esta norma não limita o peso do trabalhador ela prove métodos de ensaios para produtos.

3 – Para segurança destes ou de qualquer trabalhador em altura há necessidade de se estabelecer


um padrão para "todo o conjunto" de equipamentos, ou seja, os pontos de ancoragem e estrutura
que irá suportar o impacto de uma queda, a corda, os conectores, etc. Do que vale um cinto
resistente se o restante não está dimensionado de acordo?

3- Existem vários procedimentos e recomendações para um trabalho seguro que pode evitar e
minimizar o impacto de uma queda, como por exemplo, "nunca" ancorar seu talabarte, trava-quedas,
etc. em pontos abaixo da cintura. SEMPRE utilizar absorvedor de impacto e utilizar talabartes os
mais curtos possíveis. Além disso, o treinamento de conscientização de riscos e técnicas adequadas
para utilização dos equipamentos assim como montar pontos de ancoragem resistentes e seguros é
fundamental.

4- Cabe ao Engenheiro e Técnico de Segurança determinar quais EPIs e procedimentos devem ser
utilizados para determinado trabalho
Trecho da NR6
6.3 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em
perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
6.4 – Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto no item 6.3, o
empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I
desta NR.
6.5 – Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho –
SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nas empresas desobrigadas de
manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.

5- Cabe ao fabricante atender as normas de fabricação, solicitar a emissão do CA e definir quais são
as indicações de uso e suas restrições. A garantia do produto está relacionada ao uso correto deste.
NR6
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Trecho da NR6
6.8 – Cabe ao fabricante e ao importador
6.8.1. – O fabricante nacional ou o importador deverá:
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização,
manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

6- Caso seja conveniente um cinto mais resistente para tranqüilizar e atender qualquer
especificação, cintos com certificação NFPA da PETZL podem ser fornecidos, já que a norma em
questão prevê testes para cintos usados por resgatistas, cuja carga de trabalho prevista é de 2
pessoas.

7- A Serelepe pode fornecer cintos dentro do padrão já fornecido com fitas e costuras reforçadas
sem necessitar de novos testes e sem perder a certificação CA. Testes das fitas e costuras podem
ser apresentados individualmente.

Esperamos ter respondido a contento.

Estamos disponíveis para outras informações.

Atenciosamente,

Jussara Nery e David Henrique


Coord. Vendas Técnicas e Consultor Técnico

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