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Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

LÉIA RAMOS DE VASCONCELOS

AUTISMO NA ESCOLA

Prof.ª Dr.ª CRISTHIANE DE SOUZA

São Caetano do Sul


2016
1

Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

LÉIA RAMOS DE VASCONCELOS

AUTISMO NA ESCOLA

Prof.ª Dr.ª CRISTHIANE DE SOUZA

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso


de Alfabetização e Letramento, oferecido pela
Universidade Municipal de São Caetano
do Sul – USCS, como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista,
sob a orientação da Prof.ª Cristhiane de Souza

São Caetano do Sul


2016
2

Termo de Aprovação

Aluno: LÉIA RAMOS DE VASCONCELOS


Título: AUTISMO NA ESCOLA

Trabalho de Conclusão apresentado ao curso


de Alfabetização e Letramento, oferecido pela
Universidade Municipal de São Caetano
do Sul – USCS, como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista,
sob a orientação da Prof.ª Cristhiane de Souza.

São Caetano do Sul, 28 de fevereiro de 2016.

Banca examinadora:

_________________________________________
Professor (a) orientador (a)

_________________________________________
Professor (a) convidado (a)

_________________________________________
Professor (a) convidado (a)
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AUTISMO NA ESCOLA
LÉIA RAMOS DE VASCONCELOS

Acadêmico do Programa de Pós-graduação lato sensu


“ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO” da Universidade Municipal de São Caetano do
Sul-USCS.

RESUMO

No Brasil existe uma preocupação com o autista e seu desenvolvimento, porém


há proveniente desatenção para com a formação adequada de profissionais das áreas
de medicinas, psicologia, pedagogia entre outras. Hoje a escola recebe crianças com
dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e de se adaptar, logo tais
comportamentos são comumente confundidos com falta de educação e limites. Isto
acontece muitas vezes por falta de conhecimento de alguns profissionais da educação
que não sabem identificar as características de um autista. A importância de conhecer
as dificuldades dos alunos está relacionada especialmente ao encaminhamento que o
professor dará em suas aulas. Diante do diagnóstico correto, o professor conseguirá
mais facilmente criar um plano de ensino adequado a cada criança. Existem muitas
coisas que podem ser feitas pelo portador de autismo, a primeira é acreditar potencial
para aprender. Cabe ao profissional da educação conhecer sua clientela e perceber
que os alunos autistas enxergam o mundo de uma forma diferente, não sendo motivo
para que fiquem marginais ao ambiente escolar e privado do convívio social.

Palavras-chave: autista; diagnóstico; potencial para aprender.


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ABSTRACT

In Brazil there is little concern for the autistic and their development, but from
inattention to proper vocational training in the fields of medicine, psychology, pedagogy
and so on. Today the school caters for children with difficulties in relating, follow social
rules and adapt, so these behaviors are commonly confused with lack of education and
limits. This is often due to lack of knowledge of some education professionals who can
not identify the characteristics of an autistic. The importance of understanding students'
difficulties are mainly related to routing that the teacher will give in their classes. Before
the correct diagnosis, the teacher will be able to more easily create an appropriate
educational plan for each child. There are many things that can be done by autism
carrier, the first is to believe potential to learn. It is up to professional education to know
their clientele and realize that autistic students see the world in a different way and is not
reason so that they are marginal to the school and private atmosphere of social life.

Keywords: autism; diagnosis; potential to learn.


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SUMÁRIO

Introdução........................................................................................................................6

Capítulo I - Inteligência no contexto da aprendizagem...............................................9

Capítulo II - O autismo: conceitos, caracterização e tratamento..............................11

Capítulo III - Mediação pedagógica: Propostas educacionais para o autista......... 18

Considerações Finais...................................................................................................19

Referências....................................................................................................................20
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INTRODUÇÃO

A história do autista é muito recente, apesar de encontrarmos relatos antigos de


possíveis pessoas com autismo, ainda não existia um diagnóstico preciso, e faltava
muita informação sobre causas, comportamentos e atitudes desenvolvidas por essas
pessoas, normalmente eles eram considerados pessoas muito distraídas, com pouca
atenção ou muito violentas.
O autismo é a doença física vinculada à biologia e a química anormais no
cérebro. É reconhecida pelos sintomas que impedem ou dificultam seriamente o
processo de linguagem, comunicação e o laço social. Ambos os diagnósticos mais
utilizados requerem a identificação de anormalidade no desenvolvimento da criança
antes da idade de 36 meses. Ainda hoje em dia existem pesquisas para analisar as
causas do autismo que podem variar muito. Quanto ao diagnóstico existe um parâmetro
internacional no qual os psiquiatras infantis se baseiam para formar o diagnóstico, que
normalmente é único, visto que o autismo se manifesta em cada pessoa de uma
maneira particular.
O autismo é mais conhecido como um problema que se manifesta por um
alheamento da criança ou adulto acerca de seu mundo exterior, encontrando-se
centrado em si mesmo, ou seja, existem perturbações nas relações afetivas. Eles
também têm uma grande dificuldade em relação à expressão das emoções. Constatou-
se que não são poucos os desafios que os profissionais enfrentam, em relação ao
aprendizado das crianças autistas. Compreender como é a rotina de alunos com
necessidades especiais, a relação destes com outros alunos tidos como normais, com
professores – ora capacitados para a educação especial, ora apenas com a formação
básica – com os familiares e a sociedade, efetivamente é substancial para aprimorar as
noções acerca das práticas educacionais inclusivas.
O professor para ser eficaz no ensino com o autista ele deve ter uma
organização e um método de trabalho, um espaço adequados e adaptados para alunos
autistas (TEA).
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A inclusão escolar é um recurso fundamental no progresso de pessoas com


necessidades especiais, sejam elas físico-motoras ou psico-cognitivas. Ainda assim,
experiências bem sucedidas educacionais para autistas ainda são pouco observadas,
devido à ausência e precariedade de serviços de atendimento aos indivíduos com
autismo. (OLIVEIRA, 2002; VASQUES, 2002 apud BRIDI; FORTES; BRIDI FILHO,
2006). Temos sim, obstáculos que travam uma inclusão educacional plena do aluno
com autismo, seja em salas regulares ou mesmo em salas especiais, devido ao fato de
muitos profissionais, de acordo com Bridi, Fortes e Bridi Filho (2006), experimentarem
certo "medo" de atuar com o sujeito com autismo, quer seja pelo desconhecimento
sobre a condição autista em si ou por defrontarem-se diariamente com a possibilidade
de não obterem respostas diante de uma intervenção pedagógica com tal aluno. Desta
forma, o objeto de pesquisa é a análise comportamental, social, pedagógica de alunos
autistas.
Ao termino deste trabalho, teremos uma síntese histórica da evolução da
educação inclusiva no Brasil, um levantamento dos momentos mais relevantes do
processo progressivo de inclusão de alunos com necessidades especiais,
principalmente os portadores do Transtorno Espectro Autista e, em seguida, traçar um
perfil do próprio Transtorno e dos alunos autistas. Ilustrar, brevemente, a realidade das
relações entre as crianças portadoras do transtorno com o corpo docente e discente,
equipe pedagógica e de apoio, além da família e comunidade onde estejam inseridos.
Na esfera da especificidade, pretendo:
- Questionar os diferentes comportamentos apresentados pela criança no
processo educacional;
- Abordar as dificuldades cotidianas dos professores com o autismo, seja elas
provocadas por questões funcionais, políticas, pedagógicas, estruturais ou ainda,
naturais do próprio transtorno;
- Revelar as causas das dificuldades no aprendizado de crianças autistas.
Visando alcançar esses propósitos, adotamos a pesquisa bibliográfica por tratar-
seda pesquisa que é "dedicada a reconstruir teoria, conceitos, ideias, ideologias,
polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos"
(DEMO, 2000, p.20).
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A partir dessas inferências organizamos essa monografia em três capítulos.


O primeiro capítulo, “Inteligência no contexto da aprendizagem” trata do
desenvolvimento cognitivo.
O segundo capítulo,” O autismo: conceitos, caracterização e tratamento” trata
exclusivamente do autismo. O objetivo foi abranger o tema da melhor forma possível,
tratando desde o significado do termo, até seu modelo de diagnóstico, as dificuldades
ainda encontradas hoje em dia para consegui-lo. Procuramos esclarecer as principais
dúvidas relacionadas, principalmente, sobre o desenvolvimento educacional de pessoas
com autismo.
Para finalizar, o terceiro capítulo, “Mediação pedagógica: Propostas educacionais
para o autista” trata dos métodos utilizados, dificuldades de aprendizado, do papel da
escola, da luta educacional a favor dos alunos autistas que é constante, mas, apesar
disto tem conseguido grandes feitos, como, o aumento do número de pesquisas na
área e, consequentemente, produzir informações sobre o tema.
A partir desses capítulos, finalizo a monografia com as considerações finais para
expor o resultado dessa pesquisa
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CAPÍTULO I - INTELIGÊNCIA NO CONTEXTO DA APRENDIZAGEM

No decorrer dos anos, existiram autores que com as suas pesquisas contribuíram
para um novo caminho sobre o autismo, como o autor Leo Kanner, um psiquiatra infantil
que chefiou a primeira divisão de psiquiatria infantil dentro de um hospital pediátrico da
universidade Johns Hopkins. Suas contribuições foram fundamentais. Em 1935, ele
escreveu o primeiro livro em inglês de psiquiatria infantil, tornando - se um idealista, e
que por sua vez lutou por causas liberais e enfatizou uma abordagem humanitária em
lidar com criança autista.
Piaget, por sua vez, contribuiu para construções cognitivas no autismo, uma teoria
que pressupõe que os seres humanos passam por uma serie de mudanças ordenadas
e previsíveis.
Christian Gauderer contribuiu com suas metodologias de ensino para as crianças
com autismo e propostas educacionais para o autista. Esses autores foram
imprescindíveis para esse tempo os não devemos pensar no autismo como algo
distante e condenado ao isolamento e esquecimento em escolas especializadas. Pois,
as crianças com autismo têm grande potencial para aprender, ainda que se
aprendizado seja lento e gradativo.
A teoria de Jean Piaget (1896 – 1980) - (Apud Pulaski) do desenvolvimento
cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos
passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
Para Jean Piaget, (Apud Pulaski) as ações da criança não se desenvolvem num
mesmo plano no sentido de se tornarem experiências cumulativas. Elas se diferenciam
e conquistam novas qualidades, transformando-se. Tais ações se constroem em planos
diferentes: sensório-motor, operatório concreto e operatório formal. Obedecem a uma
direção progressiva que parte do plano sensório-motor e se complexai e se aperfeiçoa
continuamente, e que está sempre sustentada nas experiências sensório-motoras.
Assim, a construção da inteligência pode ser esquematizada como uma espiral
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crescente voltada para o equilíbrio resultante da combinação dos processos de


assimilação e acomodação.
Piaget (Apud BANKS) indica que a ação humana tem uma direção de constante
equilíbrio. A ação se dá em função de alguma necessidade. Tal necessidade instala no
sujeito um estado de desequilíbrio, um rompimento da rotina em que vivia, provocando
novas indagações. O sujeito então procura novas formas de se relacionar com o
mundo, buscando uma melhor adaptação.
Todos esses estados de equilíbrio são importantes porque dão suporte para
novas experiências a partir das 12 que já estão organizadas. Em cada estado de
equilíbrio, a criança representa mentalmente o mundo segundo condições específicas,
as quais se transformam. Esses estados característicos de equilíbrio, bastante móveis
em função do próprio processo de equilíbrio, são chamados de estruturas.
Piaget, (Apud COUTINHO) a capacidade de um aluno resolver problemas de
conservação depende de compreensão de três elementos básicos do raciocínio:
identidade, compensação e reversibilidade. Neste período, o egocentrismo intelectual e
social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outro), que caracteriza a fase
anterior, dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e
coordenar pontos de vista diferentes e de integrá-los de modo lógico e coerente.
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CAPÍTULO II - O AUTISMO: CONCEITOS, CARACTERIZAÇÃO E


TRATAMENTO

Do grego: autos, que quer dizer em si mesmo. A palavra autismo foi usada pela
primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner, um psiquiatra infantil americano que
percebeu em sua atuação profissional um grupo de crianças que se destacava das
demais por duas características básicas: forte resistência a mudanças e incapacidade
de se relacionar com pessoas (estavam sempre voltadas para si mesmas).
O autismo passou e passa por um constante processo de investigação no que
diz respeito à sua definição. Existem três definições que estão sendo amplamente
usadas neste trabalho:
Definição da “The National Society for Autistic Children”- USA- 1978 -“Autismo é
uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante
toda vida. É incapacitante e aparece, tipicamente, nos três primeiros anos de vida.
Acontece em cerca de 5 (cinco) entre 10.000 (dez mil) nascidos e é quatro vezes mais
comum entre meninos do que em meninas. É encontrada em todo mundo e em famílias
de toda configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu provar nenhuma causa
psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar o autismo”. Apesar de
estar fazendo uso desta definição, faz-se indispensável registrar que houve mudanças
de prevalência. Hoje os dados registram 01(um) para cada 150 (cento e cinquenta
nascidos).
Definição do DSM-IV (2002) O transtorno Autista consiste na presença de um
desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da
comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As
manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de
desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.
Definição da CID.10 (2000) Autismo infantil: Transtorno Global do
Desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado,
manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação
característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações
sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno
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se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, como


por exemplo: fobias, perturbações de sono ou alimentação, crises de birras ou
agressividade (auto agressividade).
De acordo com o DSM-IV, estão inseridos neste grupo: O Transtorno Autista,
Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrado da Infância, Transtorno de Asperger e
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outras Especificações.
A Síndrome de Rett, associada ao retardo mental profundo, afeta
especificamente o sexo feminino e com o desenvolvimento de múltiplos déficits
específicos, após um período de funcionamento normal, durante os primeiros anos de
vida. O uso das mãos é limitado, com o aparecimento de estereotipias características
(como o movimento semelhante ao de levantar as mãos). Podemos observar uma
diminuição no crescimento do perímetro cefálico e a presença frequente de síndrome
convulsiva. Outros sinais passíveis de serem encontrados são a hiperventilação
episódica, as anormalidades eletroencefalográficas e a deterioração neurológica lenta,
bem como o aparecimento de rigidez e diminuição da mobilidade.
Meninos também apresentam a Síndrome de Rett, entretanto, morrem
rapidamente após o nascimento. Meninas com a síndrome aparentam normalidade
depois do nascimento. Dos seis para os dezoito meses, elas gradualmente perdem a
fala e habilidades motoras. Depois, elas desenvolvem sintomas parecidos com autismo,
como movimentos repetitivos, epilepsia e falta de contato social.
O Transtorno Desintegrado da Infância, que é definido por um período de
desenvolvimento normal no início e por uma perda definitiva no curso de poucos
meses, de anormalidades características do funcionamento social, comunicativo e do
comportamento. Muitas vezes, há um período preliminar de doença vaga; a criança se
torna irrequieta, irritável, ansiosa e hiperativa. Isso é seguido por empobrecimento e
então perda da fala e linguagem, acompanhado por desintegração do comportamento.
Em alguns casos, a perda de habilidade é persistente e progressiva (em geral quando o
transtorno está associado a uma condição neurológica progressiva diagnosticável) e,
mais frequentemente o declínio que ocorre em um período de alguns meses é seguido
por um platô e então por uma melhora limitada.
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A Síndrome de Asperger, caracterizada pelo mesmo tipo de anormalidades


qualitativas de interação social recíproca que tipifica o autismo, junto com um repertório
de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. O transtorno difere do
autismo, primeiramente, por não haver nenhum atraso ou retardo global no
desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. A maioria dos indivíduos é de inteligência
global normal, mas é comum que seja marcantemente desajeitada; a condição ocorre
predominantemente em meninos. Parece altamente provável que pelo menos alguns
casos representem variedades leves de autismo, mas é incerto se é assim para todos.
Há uma forte tendência para que as anormalidades persistam na adolescência e na
vida adulta e parece que elas representam características individuais que não são
grandemente afetadas por influências ambientais.
Em maio de 2013 foi lançada a quinta edição do Manual de Diagnóstico
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) que trouxe algumas modificações
importantes, uma delas foi a alteração de nome de doenças e condições que já
existiam.
Foi incorporado um novo termo médico, chamado de Transtorno do Aspecto do
Autismo (TEA). Com essa definição o Asperger, passa a ser considerada uma forma
mais branda do autismo.

Distúrbios do relacionamento
Falta do desenvolvimento de uma relação interpessoal e de contato visual.
Tanto o relacionamento com pessoas quanto com objetos inanimados estão alterados.
Ausência de sorriso social, desinteresse em participar de jogos e brincadeiras,
preferência por permanecer só, etc.

Distúrbios da fala e da linguagem


Caracterizado por enorme atraso, com fixação e paradas ou total mutismo. A
ecolalia é comum, sendo associada ao uso inadequado ou reversão do pronome
pessoal.
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Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela é atonal, arrítmica, sem inflexão


e incapaz de comunicar apropriadamente as emoções.
Na verdade, a comunicação como um todo está comprometida: linguagem oral
comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e expressão facial.

Distúrbios no ritmo de desenvolvimento


O ritmo mais comum é uma descontinuidade na sequência normal do
desenvolvimento.

Distúrbios da motilidade
São os maneirismos, complexos e ritualísticos: exame dos dedos, borboleta-
“flapping”, caminhar na ponta dos pés, jogar-se para frente e para trás, ninar-se,
balançar (acompanhado de rolar ou balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a
cabeça contra a parede), rolar ou girar objetos. Distúrbio da percepção: Há falhas na
modulação de estímulos com distorções na hierarquia normal, nas preferências dos
receptores e uma incapacidade na habilidade de usar estímulos sensoriais para
discriminar o que é importante ou não, ou seja, ocorre um erro de seletividade. Há
alternância em procurar ou fugir de estímulos. Assim, certos estímulos o apavoram,
como o barulho do liquidificador, ou rasgar papel, enquanto outros sons, que seriam
desagradáveis para crianças normais, como o arranhar da unha em um quadro negro
ou em uma lixa, são procurados com insistência. Também está relacionado aos
distúrbios da percepção, o fato de crianças autistas esfregarem mão e língua nas
paredes, terem dificuldades de receber alimentação sólida e de irem de encontro a uma
porta ou uma parede. (SCHWARSTZMAN, J.S. e colaboradores, 1995).
Os Aspergers falam perfeitamente bem, até sem erros. Eles só têm dificuldade
de usar a linguagem como meio de contato social. Os obstáculos para a comunicação
são sua indisposição ao contato e o foco de interesse restrito. Eles podem discorrer
horas sobre dinossauros, relações matemáticas ou determinado período histórico, mas
não conseguir cumprimentar os vizinhos.
O autista não sente dor, não tem noção do eu, o “eu” não foi constituído, a
criança pode comer em demasia, pode ocorrer uma inversão de temperatura.
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Não há um tratamento específico para o autista, como eles variam muito na sua
capacidade intelectual, compreensão e um uso de linguagem, a idade na época do
tratamento, nível de desenvolvimento e personalidade, grau de gravidade do distúrbio,
clima e estrutura familiar, além de outros fatores, qualquer método usado pode
funcionar muito para uma criança e nem tanto para outra.
O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e
comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte
ao desenvolvimento e aprendizado.
Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às
necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma equipe experiente deve
desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo
disponíveis, incluindo:
 Terapias de comunicação e comportamento
 Medicamento
 Terapia ocupacional
 Fisioterapia
 Terapia do discurso/linguagem
Também temos a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do
Comportamento, muito utilizado por crianças pequenas com alguns distúrbios dentro do
espectro do autismo. A ABA usa uma abordagem de aprendizado individual que reforça
a prática de várias habilidades. O objetivo é que a criança se aproxime do
funcionamento normal do desenvolvimento. Os programas ABA são geralmente
aplicados na casa da criança sobre a supervisão de um psicólogo.
Outro programa bastante recorrente como alternativa de tratamento é o
TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com
Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza outros recursos visuais que ajudam a
criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente. O
TEACCH tenta melhorar as habilidades e a adaptação de uma criança, ao mesmo
tempo em que aceita os problemas associados aos distúrbios dentro do aspecto do
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autismo. Diferentemente dos programas de ABA, os programas TEACCH não esperam


que as crianças atinjam o desenvolvimento normal como tratamento.
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CAPÍTULO III - MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA: PROPOSTAS


EDUCACIONAIS PARA O AUTISTA

Segundo E. Christian Gauderer (1987), as crianças com autismo, em geral,


apresentam dificuldade em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas quando
participam de um programa intenso de aulas parecem ocorrer mudanças positivas nas
habilidades de linguagem, motoras, interação social e a aprendizagem.
A escola tem um papel importante na educação, elaboração de estratégias para
que estes alunos consigam desenvolver capacidades para se integrar e interagir com
as outras crianças. A família tem também um papel importante, pois é responsável por
dar atenção, cuidados, amor e zelar pela criança pela vida toda. Os pais têm por
obrigação encorajá-los a se comunicar, criando situações e estímulos que provoquem a
necessidade de comunicação.
O desenvolvimento do aprendizado do autista e lento e gradativo caberá ao
professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno. É de extrema
responsabilidade do professor quando o aluno autista esta na sala de aula dar atenção
especial e a sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e
como se comportam esses alunos autistas.
Temos dois métodos para trabalhar com os autistas: o TEACCH e o ABA
O ABA é trabalhado mais com os autistas em casa, individualmente e o
TEACCH trabalha para que, dentro do possível, comporte-se de maneira funcional e
independente.
Ensinar coisas funcionais para a criança autista é a essência de um trabalho
adequando e a persistência é um grande aliado deste objetivo.
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CONSIDERACÕES FINAIS

Atualmente é muito discutida a situação da vida de uma pessoa com


necessidades especiais, principalmente a sua permanência na escola, o preparo dos
professores para adaptar uma criança com necessidades especiais com o objetivo da
permanência da criança na escola.
O autista ou qualquer outra criança e pessoa com necessidades especiais tem
um grande potencial para aprender, crianças necessitam de instruções claras e
precisas e o programa deve essencialmente funcional, ligado diretamente a elas.
A parceria que tem a escola-família – profissional competente é de fundamental
importância para o progresso de uma criança autista.
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REFERÊNCIAS

ARRUDA, A. O ambiente natural e seus habitantes no imaginário brasileiro. In: ____.


(Org.). Representando a alteridade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 81. ASSOCIAÇÃO
PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
DSM IV – Tr. Porto Alegre: Artmed, 2004.

BRIDI, F. R. S.; FORTES, C. C.; BRIDI FILHO, C. A. Educação e autismo: as sutilezas


e as possibilidades do processo inclusivo. In: ROTH, B. W. (Org.) Experiências
educacionais inclusivas: Programa de educação inclusiva: direito à diversidade.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006. Acesso em
10 abr. 2015.

Autismo: Guia Prático - 7° Edição – autora: Ana Maria S. Ros de Mello.

CID – 10: Classificação de Transtornos Metais e de Comportamentos da CID10.


Organização Mundial da Saúde, Genebra Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2000.

GAUDERER, E. Christian, Autismo – Década de 80. Uma atualização para os que


atuam na área: do especialista aos pais, Ed. Almed. 2ª edição, 1987.

DSM-IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Metais, Editora Artes Médicas,


Porto Alegre, 2002.

DSM- IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Editora Artes


Médicas, Porto Alegre, 2002.

FACION, J.R.: Catalogo de Características e Sintomas para o reconhecimento da


Síndrome de Autismo. H.E. Kehrer; em GAUDERER, Ch.: Autismo e outros Atrasos do
Desenvolvimento. Uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos
pais. CORDE-Min. Ação Social, Brasília, 1993, págs. 141-144.
20

KANNER, L. (1997/1943) Os distúrbios autísticos do contato afetivo. In Rocha, P.S.


(org.) Autismos. S. Paulo: Editora Escuta Entrevista no site:
http://www.drauziovarella.com.br/buscar/autismo

OLIVEIRA, M. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio histórico.


4. ed. São Paulo: Scipione, 1997.

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