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21/11/2014

BioMatemática / BioEstatística
2014-15

TESTES DE HIPÓTESES

2 AMOSTRAS

Var. Qualitativas

Bárbara Oliveiros

Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

O que se esperava observar na ausência de associação


(segundo H0)

Existe diferença estatisticamente significativa entre


os valores observados e os valores esperados?

Valores Observados na amostra

1
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Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

H0: Não existe diferença estatisticamente


significativa entre os valores observados e os valores
esperados

Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Determinação do valor qui-quadrado com 1 gl

gl = 1

Decisão: Rejeitar H0 ao nível de significância 5%

Conclusão: a ocorrência de EAM a 10 anos está associada aos hábitos


tabágicos (na população)

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Inferência Estatística
Risco relativo e Odds Ratio

Conclusão: na população, a ocorrência de EAM a 10 anos está associada aos hábitos tabágicos

De que forma?

É mais provavel que um fumador venha a ter um EAM no prazo de 10 anos do


que um não fumador Quantas vezes mais provável?

Risco Relativo para EAM a 10 anos

Odds Ratio (ou razão das chances)

e verificar se o valor de 1 está no IC(1-α)%

Inferência Estatística
Risco relativo e Odds Ratio

Risco Relativo ≠ Odds Ratio

É quase 2 vezes mais provável que um fumador


tenha EAM a 10 anos do que um não fumador

A chance de um fumador desenvolver EAM a 10 anos é 2,1 vezes maior do que a


de um não fumador desenvolver EAM a 10 anos, ou seja,
- A chance de ocorrer EAM a 10 anos é de 2:1 entre fumadores e não fumadores
- Em cada 3 fumadores, é provável que 2 desenvolvam EAM a 10 anos

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Inferência Estatística
Risco relativo e Odds Ratio

Risco Relativo ≠ Odds Ratio

Em 100 pessoas que trabalham na empresa X, existem 20 casos de gripe por ano.

RISCO Estudos de Cohorte


Magnitude da associação entre a exposição ao factor de risco e o evento
20 em 100,
Quantas vezes a ocorrência do evento nos expostos é maior do que nos não
ou seja, expostos
1 pessoa em cada 5

Inferência Estatística
Risco relativo e Odds Ratio

Risco Relativo ≠ Odds Ratio


Em 100 pessoas que trabalham na empresa X, existem 20 casos de gripe por ano.

ODDS (CHANCE) Estudos Casos-Controlo


≈ RR em estudos caso-controlo (investigador é que define proporção
1:4, ou seja, 20:80
expostos/não expostos e eventos/não eventos (normalmente OR > RR; em
fenómenos raros (prevalência < 5%), OR é um bom estiamdor do RR)

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Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Regras de Cochran para tabelas 2*2 (gl = 1)

Qui-quadrado

Correcção de Continuidade de Yates

Teste Exacto de Fisher


Fornece directamente o valor-p sem
utilizar uma estatística para o teste:

Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Problema: a ocorrência de EAM a 10 anos


está associada aos hábitos tabágicos

Variáveis:
Ocorrência de EAM – NOMINAL (S/N)
Fuma – NOMINAL (S/Nunca fumou)

Teste Estatístico:
Qui-quadrado Regras de Cochran
Teste exacto de Fisher

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Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

OUTPUT

Inferência Estatística
Testes Qui-quadrado de Independência

Problema
A ocorrência de depressão pós-parto é independente do facto de a mãe amamentar o recém-
nascido?

Numa amostra de 30 casos, observaram-se os seguintes valores:

O que era esperado observar, na


ausência de associação (H0), era:
Mais eventos

Maior exposição

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Inferência Estatística
Testes Qui-quadrado de Independência

Teste Qui-quadrado de Independência (Não paramétrico)


Regras de Cochran (Tabelas 2*2)

0% das células com valor esperado < 5; como n = 30 < 40 uso qui-quadrado corrigido
Qui2(1) = 6,537; p = 0,011
A incidência de DPP está associada à amamentação (S/N) do recém-nascido. De que forma?

Inferência Estatística
Risco Relativo e Odds Ratio

Teste Qui-quadrado de Independência (Não paramétrico)


A incidência de DPP está associada à amamentação (S/N) do recém-nascido. De que forma?

Efeito protector
da amamentação

Risco Relativo de DPP em mulheres que

amamentam:

não amamentam:

Risco Relativo e Odds ratio - na opção Statistics de Crosstabs escolher Risk

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Inferência Estatística
Risco Relativo e Odds Ratio

Risco Relativo e Odds Ratio

Amamentação. Factor protector de ocorrência de DPP

Risco Relativo de DPP


1/ A amamentação actua como factor protector da ocorrência de DPP; o risco de ocorrência de DPP é cerca de
5 vezes menor em mulheres que amamentam, quando comparado com o grupo de mulheres que não
amamenta (RR = 0,194 ≈ 1/5).
2/ O risco de ocorrência de DPP em mulheres que não amamentam é cerca que 5 vezes superior (RR = 5,14)
ao daquelas que amamentam; espera-se, com 95% de confiança, que o risco de DPP seja entre 1,33 a 20 vezes
maior quando a mulher não amamenta.

Inferência Estatística
Risco Relativo e Odds Ratio

Risco Relativo e Odds Ratio Risco Relativo - Probabilidade


Amamentação. Factor protector de ocorrência de DPP
Odds Ratio – Chance = P/(1-P)
Odds Ratio - 2 leituras possíveis:
para não DPP (A/~A)

para DPP (~A/A)

OR é significativo (α = 0,05) já que 1 não pertence ao IC95%

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Inferência Estatística
Risco Relativo e Odds Ratio

Risco Relativo e Odds Ratio

Amamentação. Factor protector de ocorrência de DPP


- O facto de a mulher não amamentar é um factor de
risco que contribui para o aumento de incidência de
DPP, estimando-se que, em média, este possa vir
aumentado em cerca de 12,6 vezes. A razão das chances
é cerca de 13:1, ou seja, em cada 14 mulheres com DPP,
13 não amamentam;

- com 95% de confiança, estima-se que o risco de incidência de DPP em mulheres que não
amamenta possa ser entre 2 a 77 vezes superior (1/0,500 e 1/0,013, respectivamente).

OR é significativo ao nível de significâcia α = 0,05 já que 1 não pertence ao IC95%

Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

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Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Qui-quadrado

Decisão: Não rejeitar H0

Conclusão: na população, não existe associação entre


o sintoma dor no peito e a idade; o sintoma dor no
peito é independente da idade; a proporção de
indivíduos com/sem sintoma de dor no peito é idêntica
nos vários escalões etários

Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Mesmo problema… Outra amostra

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Inferência Estatística
Testes qui-quadrado de independência

Decisão: Não rejeitar H0

Conclusão: na população,
- não existe associação entre o sintoma dor no peito e a idade;
- o sintoma dor no peito é independente da idade
- a proporção de indivíduos com/sem sintoma de dor no peito é idêntica nos vários
escalões etários

Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

Problema
Quando o diagnóstico final não pode ser feito através do exame clínico (exames de laboratório de Patologia
Clínica, exames radiológicos, etc), o médico normalmente pede uma biópsia. Esse resultado vai determinar o
tipo de tratamento e a provável evolução do paciente.
Um conjunto de 29 tumores do fígado foi classificado por um radiologista experiente como benigno/maligno,
tendo sido registada a evolução de crescimento do mesmo durante um tempo fixo de follow-up. O diagnóstico
final foi dado através da biópsia dos mesmos, sendo que o resultado desta demora, em média, 3 a 5 dias.
Pretende-se:
a) Avaliar a concordância entre as duas classificações (radiologista e biópsia)
b) Avaliar se existe associação a classificação dos tumores e a velocidade de crescimento do mesmo
c) Se possível, quantificar o risco de um tumor ser maligno a partir da sua velocidade de crescimento
d) Avaliar a acuidade da classificação da imagem e da classificação a partir da dimensão do tumor
relativamente à biópsia
e) Identificar um ponto de corte para a velocidade de crescimento que classifique o tumor com com o
máximo de acuidade

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Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

a) Avaliar se existe associação entre as duas classificações dos tumores (Teste χ2 para tabela
2x2 (gl = 1) ou Teste Exacto de Fisher

Por aplicação do Teste Exacto de Fisher podemos


concluir que existe associação estatisticamente
+ -
- + significativa entre ambas as classificações (p = 0,001);
Por observação dos resíduos (O-E), verifica-se que é
mais provável que o radiologista classifique o tumor
correctamente (biópsia é gold standard) do
que incorrectamente – o que está de acordo
com a concordância entre a classificação
efectuada pelo radiologista e o verdadeiro
resultado dado por biópsia.

Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

a) Avaliar a concordância entre as duas classificações: Coeficiente k de Cohen


Particularmente útil em estudos de reprodutibilidade

grau de concordância não aleatória entre observadores ou


medidas repetidas da mesma variável

% de concordância bruta - pode ser aleatória

Coeficiente de concordância k
k de Cohen

k Concordância
<0 Não existe
]0;0,2[ muito fraca Podemos concluir que existe concordância – não devida ao acaso, ou
[0,2; 0,4[ fraca
aleatória - (pk = 0,001) entre a classificação do radiologista e o Gold
[0,4; 0,6[ moderada
[0,6; 0,8[ forte Standard (Biópsia), sendo esta forte (k = 0,640).
[0,8; 1[ muito forte
1 excelente
na opção Statistics de Crosstabs escolher kappa

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Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

b.ii) Avaliar se existe associação entre cada uma das classificações com a velocidade de
crescimento do tumor – Teste χ2 para tabela 2x3 (gl = 2)

Reduzir gl de 2 para 1 (juntar linhas e/ou colunas)

Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

b.ii) Avaliar se existe associação entre cada uma das classificações com a velocidade de
crescimento do tumor

O diagnóstico realizado pelo radiologista


(por observação da imagem) é
independente da velocidade de
crescimento do tumor (p = 0,466).

Aumentar
- A concordância diagn. inicial-final
- A acuidade do diagn. inicial
Diagnóstico efectuado com a observação da
imagem e, conjuntamente, com a velocidade
de crescimento do tumor

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Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

b.ii) Avaliar se existe associação entre cada uma das classificações com a velocidade de
crescimento do tumor

Existe associação entre o diagnóstico


definitivo e a velocidade de
+ -
crescimento do tumor (p = 0,018);
- +

Os resultados parecem indicar que o


facto de um tumor crescer mais
rapidamente poderá ser considerado
um factor de mau prognóstico
(OB<10>EB<10 e OM>10>EM>10)

Inferência Estatística
Testes de Hipóteses para 2 amostras

c) Quantificar o risco de um tumor ser maligno a artir da sua velocidade de crescimento

Risco Relativo
O risco de um tumor ser maligno é cerca de 3,7 vezes
superior quando a sua velocidade de crescimento é >
10mm/UT do que no caso contrário (p < 0,05);

Odds ratio
Um tumor que apresente uma velocidade de
crescimento > 10mm/UT tem 9,75 ≈ 10 vezes mais
chance de ser maligno do que um que apresente uma
velocidade de crescimento < 10mm (p < 0,05).
Chance 975:100 (≈ 10:1) isto é, em cada 11 tumores
malignos, cerca de 10 eram de crescimento rápido.

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