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Escola de Minas
Curso de Engenharia de Produção
GESTÃO PARTICIPATIVA
Alunos:
Professor(a):
I – RESUMO
II – INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, a globalização trouxe consigo um cenário de competitividade cada vez
mais acirrada entre as empresas, sejam elas nacionais ou multinacionais. As organizações vêm
se valendo de estratégias cada vez mais modernas e eficientes para manterem-se no mercado.
Uma dessas estratégias consiste em manter seus colaboradores motivados e cada vez mais
envolvidos no processo de produção. Trata-se da chamada Gestão Participativa.
A Gestão Participativa, em termos gerais, nada mais é que a inserção dos trabalhadores, direta
ou indiretamente, nos procedimentos administrativos, ou seja, consiste na participação dos
colaboradores nos processos decisórios que afetam a organização como um todo
(colaboradores e proprietários/acionistas). No Brasil, vários outros termos são utilizados para
descrever a Gestão Participativa, dentre eles: gestão compartilhada, cogestão, manejo
comunitário, manejo participativo, manejo local, comanejo e cogerenciamento.
Tal estratégia proporciona a ampliação do controle no processo produtivo, o que incute nos
colaboradores maior responsabilidade pelo êxito da empresa e, consequentemente, faz com
que estes trabalhadores sintam-se, verdadeiramente, parte integrante da organização. O maior
comprometimento com a empresa afeta diretamente o desempenho do colaborador, que se
torna mais motivado e mais produtivo.
III.1. Definição:
O termo Gestão (em inglês management) é definido como “o conjunto de ações, métodos e
processos de direção, organização, assimilação de recursos, controle, planejamento, ativação e
animação de uma empresa ou unidade de trabalho.” (HERMELL, 1990). Ele não está ligado
somente à direção de uma empresa, mas a todos aqueles que participam do processo de
produção da empresa.
A Gestão Participativa, então, pode ser definida como a forma de gestão em que um ou
poucos administram, utilizando um grupo de trabalho ou o coletivo como um todo. Ou seja, é
uma forma de colocar o colaborador para participar da gestão, das decisões, fazendo com que
este sinta-se implicado no processo de trabalho e tenha possibilidade de agir sobre esse
processo.
A Gestão Participativa tem como outro papel fundamental a gerência participativa, que
“intervêm na tecnologia, no individuo e na função com o objetivo de melhorar a
produtividade, aumentar o grau de flexibilidade na utilização dos recursos (utilização mais
intensa dos meios de produção), modificar o clima de trabalho e enriquecer as funções”
(FARIA, 1987).
Uma vez cientes do que consiste a Gestão Participativa, passa-se a informar como se deu seu
surgimento no Brasil e no mundo.
III.2. Histórico da Gestão Participativa: como foi seu surgimento no mundo e no Brasil?
Visto que esse modelo apresentava grande aceitação por parte da gerência e dos funcionários
e que, de certo modo, contribuiu para aumentar significativamente a produtividade industrial,
acabou sendo completamente aderido pelas empresas japonesas. A implantação da gestão
participativa no Japão foi um divisor de águas para a completa aceitação desse modelo no
mundo ocidental, que até então seguia à risca o modelo Clássico.
Mauá foi uma peça fundamental para o início da arrancada industrial no Segundo Império.
Como destaque de suas participações pelo Império de Dom Pedro II, pode-se citar: a
implantação da primeira ferrovia brasileira e a Companhia de Gás para a iluminação pública
do Rio de Janeiro e também a inauguração da primeira rodovia pavimentada do Brasil.
Mauá foi mal compreendido pela elite ruralista, escravocrata e latifundiária do Brasil Império.
A economia, antes dominada pelo Estado, agora passa a ter ares de libertação, aberta a novas
ideias, principalmente às de Mauá. Ideias estas que perduram até hoje, tendo sido melhor
desenvolvidas na Administração contemporânea.
A gestão holística, por sua vez, preocupa-se com a interação das organizações como um todo
e não apenas com uma parte isolada dentro da própria organização. Um exemplo a ser citado
pode ser a constante interação entre os setores financeiro e de produção em indústrias do setor
de alimentos.
Por outro lado, a gestão virtual, além de utilizar parcerias internas, conta também com
parcerias externas formando, assim, uma rede de negócios.
De forma mais específica, as formas de participação na gestão ainda podem ser subdivididas
em pseudoparticipação, participação parcial e participação plena. Na pseudoparticipação os
funcionários são persuadidos a aceitarem as decisões tomadas pela gerência, no entanto, na
participação parcial, o funcionário pode influenciar nas decisões que são deliberadas, já na
plena, o trabalhador possui um poder de decisão bem mais abrangente e notório.
Segundo ERDMANN (1998), algumas formas de participação que podem ser adotadas pelas
empresas, para os empregados contribuírem nas decisões são:
Caixa de Sugestão ou Banco de Ideia: incentiva os funcionários a adotar uma atitude
construtiva e a construir uma consciência de economia e eficiência em seus trabalhos;
Concurso de Ideias: escolha da melhor ideia entre aquelas que estão competindo;
Grupo de Produtividade: formado por pessoas com potencial de contribuição para a
redução de custos e aumento da produtividade;
Co-gestão: participação através de institucionalização da representação dos
empregados, através de comissões ou indivíduos na direção efetiva da organização;
Conselhos de Fábrica: comitês criados nas organizações constituídos de empregados
eleitos e presididos pelos chefes das organizações;
Autogestão: autonomia dos empregados nas decisões empresariais, desde a formulação
de diretrizes até a distribuição de renda.
A Gestão Participativa, de acordo com Guest e Knight (1979), representa um novo meio de
superação de problemas industriais e econômicos, mudanças nas condições do mercado
internacional, aumento das expectativas da força de trabalho, e interesse no conceito de
democracia industrial e além disso, existe uma concepção de que o respeito pelos
trabalhadores induz à melhoria do funcionamento organizacional. Segundo SEMLER, “as
pessoas só conseguem se realizar onde podem se sentir parte do que acontece a sua volta”
(Semler, 1998, p. 266).
É preciso de alguns pontos básicos para a sua implantação ser bem sucedida, tais como:
aprender a aprender, inovar, criar visão compartilhada, planejar a transição, a análise
organizacional, a colaboração ambiental e potencialização de si e de outros.
Dentre os benefícios que a Gestão Participativa podem trazer às empresas, uma vez
implantada, destacam-se:
- Estrutura com poucos níveis hierárquicos;
- Velocidade na tomada de decisão;
- Motivação e moral elevado de todos envolvidos;
- Comprometimento com o resultado global;
- Aumento da recompensa financeira para empresa;
- Recompensa financeira dos colaboradores acima das grandes empresas;
- Melhoria continua do sistema produtivo pelos colaboradores;
- Aumento assertivo das decisões pela participação dos colaboradores;
- Elevação no desenvolvimento profissional e educacional do grupo;
- Melhora significativa nos objetivos de desempenho.
Por outro lado, a sua implantação pode trazer algumas dificuldades, dentre as quais se
destacam:
- Medo inicial da mudança de todas as partes envolvidas;
- Crise financeira da empresa;
- Falta de conhecimento sobre gestão participativa;
- O estilo de gestão do fundador;
- Organizar o processo produtivo e planejar a produção pelos colaboradores.
Sociocracia: segundo este modelo, o poder de decisão deve ser compartilhado com
parceiros e colaboradores, mantendo-se a influencia do proprietário. Trata-se de uma
cogestão. Este modelo tem quatro regras básicas: define onde e sobre o que a tomada de
decisões é participativa; assegura que as decisões sejam tomadas de forma participativa com
representantes do nível inferior; assegura que todos participem em igualdade em uma decisão
e que o critério básico seja o argumento; aplicação da tomada de decisões por pessoas eleitas
para tal fim. Este modelo, a exemplo do supracitado, também se aproxima do conceito de
Gestão Participativa.
Foi a criada com o objetivo de oferecer condições de modo que tanto organizações quanto
pessoas e comunidade pudessem realizar trocas quanto a suas experiências de administração
nas quais prevalecem as participações responsáveis e o respeito aos interesses e à realidade
local e cultural de todos os seus participantes.
A meta da ANPAR, para os dias atuais, é trazer para o Brasil uma postura administrativa que
deverá comandar nos próximos anos.
IV – ESTUDO DE CASO
Inicialmente a empresa apresentava problemas com lucratividade e passava por uma crise
financeira podendo até fechar as portas. No mesmo ano em que surgiram os problemas o
fundador realizou uma viagem à Alemanha para visitar um primo que possuía uma fábrica
fornecedora de peças. Nessa visita à fábrica do primo, ele observou o sistema de produção e a
forma como a empresa era conduzida e elaborou algumas ideias. Em conversa com seu filho
(estudante do curso de engenharia mecânica) o fundador decidiu adotar algumas medidas para
tentar salvar a empresa, visto que muitos funcionários e até ele mesmo dependiam do lucro da
ferramentaria para se sustentarem.
Foi então que o fundador pode concluir que a gestão participativa ou gestão de qualidade total
implanta em sua ferramentaria foi peça chave para o sucesso da empresa, pois a partir da
percepção de que as pessoas têm habilidade e capacidade de resolver problemas, fez com que
elas pudessem explorar o problema e encontrar diversas soluções, sendo que cada pessoa
envolvida no processo contribui, muitas vezes, com uma solução diferente, e essa é a
vantagem da gestão participativa: não limita a solução de problemas somente a uma pessoa, o
que faz com que os problemas sejam solucionados com maior eficácia e de forma mais rápida.
V – CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, conclui-se que a Gestão Participativa é um método eficaz que vem
sendo cada vez mais implantado pelas empresas. A complexidade das tomadas de decisões
exige conhecimentos múltiplos de todas as áreas, o que pode ser proporcionado pela tomada
de decisões em conjunto. Ao permitir que os colaboradores contribuam com suas experiências
e conhecimentos, de forma organizada e responsável, os benefícios de uma correta tomada de
decisões revertem-se em prol de toda a organização. Ademais, funcionários que se sentem
mais valorizados, são mais produtivos e mais comprometidos, pois se sentem mais motivados.
A Gestão Participativa é, por todo o exposto, uma perspectiva viável para as empresas,
contextualizando-se ao atual cenário mundial de competitividade e quebra da individualidade.
Trata-se de uma alternativa com boa perspectiva de, uma vez bem implantada, trazer
melhorias na eficiência e eficácia globais das organizações, com excelentes resultados.
VI – BIBLIOGRAFIA
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática, 3ª edição. São Paulo:
Makron Boocks, 2000.
FARIA, José Henrique de. Comissões de fábrica: poder e trabalho nas unidades produtivas.
Curitiba: Criar, 1987.
LEITE, Francisco Tarciso & outros – Por uma Teoria da Gestão Participativa: Novo
Paradigma de Administração Para o Século XXI. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2000.
MENDONÇA, Luis Carvalheira de. Participação na Organização: uma introdução aos seus
fundamentos, conceitos e formas. São Paulo: Atlas, 1987.
SEMLER, Ricardo. Virando a própria mesa. São Paulo: Best Seller, 1998.
Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STO_142_896_18337.pdf>
Acesso em: 09 de Outubro de 2012.
Disponível em:
<http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Adm
%20Geral/ADM28-_Gestao_participativa.PDF>
Acesso em: 11 de Outubro de 2012.
Disponível em:
<http://www.ead.fea.usp.br/semead/4semead/artigos/rh/Arellano_e_Albuquerque.pdf>
Acesso em: 15 de Outubro de 2012.
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Acesso em: 15 de Outubro de 2012.
Disponível em:
<http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/IISeminario/trabalhos/As%20organiza
%C3%A7%C3%B5es%20o%20individuo%20e%20a%20gest%C3%A3o
%20participativa.pdf>
Acesso em: 17 de Outubro de 2012.
Disponível em:
<http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/IISeminario/trabalhos/As%20organiza
%C3%A7%C3%B5es%20o%20individuo%20e%20a%20gest%C3%A3o
%20participativa.pdf>
Acesso em: 17 de Outubro de 2012.