GEOMETRIA
Resumo
O estudo de Geometria é geralmente desenvolvido pelas escolas de forma
tradicional, e a maioria só está disponível no final dos planejamentos
curriculares dos professores e/ou dos livros. O presente estudo tem como
objetivo auxiliar o ensino de Geometria do sexto ano do Ensino
Fundamental, tomando como base o uso das Dobraduras e do Tangram.
Esses suportes podem melhorar o ensino de Geometria tornando as aulas
mais dinâmicas, interativas, curiosas e interessantes. Portanto, o trabalho
com construções geométricas pode contribuir de forma significativa no
ensino e aprendizagem da Geometria.
Palavras Chave: Ensino de Geometria, Dobradura, Tangram.
Abstract
The study of Geometry is generally developed by schools in a traditional
way and, most of them are just available in the end of the curriculum
planning of teachers and books. The present analysis aims to help the
teaching of Geometry at the Elementary School through the use of teaching
supports like Origami (paper folding) and Tangram puzzle. Those supports
can improve the teaching of Geometry making classes more dynamic,
interactive, curious and interesting to the students. Therefore, the work with
geometric constructions can contribute in a significant way to the teaching-
learning process of Geometry.
Keywords: Teaching of Geometry, Paper folding, Tangram puzzle.
1 Introdução
Este trabalho tem como objetivo desenvolver técnicas através das dobraduras e do
Tangram que sirvam para auxiliar o ensino de Geometria no sexto ano do Ensino
Fundamental. A razão de se estabelecer tal análise é a dificuldade, já comprovada por
autores, dos professores ensinarem os conteúdos geométricos. A maioria desses
conteúdos só são oferecidos no final dos planejamentos curriculares dos livros
didáticos e, muitas vezes, são deixados de lado ou apresentados numa ordem
hierárquica dos conceitos mais simples aos mais complexos exigindo, assim, dos
alunos, um nível de abstração incompatível com o desenvolvimento do pensamento
geométrico, visto que não são utilizadas técnicas que lhes permitam visualizar os
assuntos que estão sendo estudados.
D’Ambrósio (1987, p. 221), diz que “a geometria ainda é relegada para última parte
dos livros didáticos e os tópicos de geometria propostos na década de 60, como as
transformações geométricas, nunca integraram o currículo”.
Para Lorenzato (1995), a Geometria tem função essencial na formação dos
indivíduos, pois possibilita uma interpretação mais completa do mundo, uma
comunicação mais abrangente de ideias e uma visão mais equilibrada da Matemática.
Segundo Fainguelernt (1995, p. 43):
2 Fundamentação teórica
1
A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios, e sua definição pode ser dada como uma
escrita que é produzida com o auxilio de objetos em formato de cunha. A escrita cuneiforme foi
uma forma de se expressar muito difícil de ser decifrada, pois possuía mais de 2000 sinais e
seu uso era de uma dificuldade enorme. O seu principal uso foi na contabilidade e na
administração, pois facilitavam no registro de bens, marcas de propriedade, cálculos e
transações comerciais.
Fainguelernt (1999, p. 20) afirma que a Geometria é “considerada uma ferramenta
para a compreensão, descrição e inter-relação com o espaço em que vivemos”. Logo,
para interagir de forma adequada com o meio onde está inserido, o ser humano
precisa adquirir, no mínimo, um conhecimento básico das relações geométricas que o
rodeiam.
Para Piaget, a instrução suscetível de promover uma aprendizagem significativa
para todos os alunos deveria ter as seguintes características:
Uso de modelos concretos;
Ênfase no raciocínio indutivo;
Estratégias que favoreçam a interação dos alunos com o professor e dos
alunos entre si.
O educador holandês Van Hiele (apud PEREIRA, SILVA E JÚNIOR, 2005) reforça
esta ideia ao afirmar que “o progresso ao longo dos níveis de desenvolvimento
depende mais da instrução recebida do que da idade ou da maturidade”.
Portanto, o papel do professor é mediar o processo de ensino-aprendizagem de
forma que ofereça aos seus alunos a oportunidade de desenvolver sua aprendizagem
significativamente, de expor suas ideias e seus conceitos, para que haja uma interação
entre aquilo que eles já sabem e as novas informações que estão sendo processadas.
Ainda segundo Fainguelernt (1999, p.51):
A Geometria, como ciência empírica, deve surgir desde os primeiros
anos de escolaridade em que os esforços para se desenvolver uma
teoria estão a serviço do controle das relações que o aprendiz pode
estabelecer com o espaço que o envolve, possibilitando a construção
de um caminho que o ajudará a fazer a passagem do estágio das
operações concretas para o estágio das operações abstratas.
3 Desenvolvimento do trabalho
3.1 Desenvolvimento através do Tangram
Se analisarmos a Matemática, chegaremos à conclusão de que ela certamente
caracteriza-se como uma ciência que se desenvolve a partir de sua história. Assim,
buscando fatos, descobertas e revoluções em sua história, perceberemos que
contribuem, e muito, no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando ao aluno
uma melhor compreensão da Matemática e a real necessidade de conhecê-la e aplicá-
la na sua vida cotidiana.
Assim, para tentar superar as dificuldades dos alunos e direcionar o ensino da
Geometria para a melhoria do processo de ensino aprendizagem, deve-se garantir-
lhes a apropriação das propriedades e conhecimentos necessários para a resolução
de problemas que envolvem o cálculo de área de figuras geométricas, e isso pode ser
feito com o uso de técnicas de decomposição, composição e sobreposição de figuras,
que facilitam o processo de aprendizagem dos alunos.
Para tal, este projeto será dividido em momentos com o objetivo não só de facilitar
o desenvolvimento do trabalho, mas também para que seja valorizado e tenha
significância para os envolvidos no processo.
Dessa forma, no primeiro momento será contada a história do Tangram e
apresentada aos alunos a seguinte peça (Figura 1):
Figura 1: Tangram
Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/como-construir-
tangram.htm - acessado em 15/08/2011
Para dar prosseguimento, no segundo momento deverá ser fornecido aos alunos
(tesoura, lápis de cor, régua, transferidor, folha de papel de oficio, cola e também um
quadrado em papel quadriculado de 16 cm de lado), para assim se obter as sete peças
que são componentes do jogo chinês. Igualmente, esta construção do Tangram servirá
como recurso para o estabelecimento das primeiras propriedades geométricas das
figuras que compõem o quebra-cabeça. Nesta atividade os objetivos serão a
observação e a manipulação do material para reconhecimento das peças do Tangram.
Para o terceiro momento deverá ser solicitado aos estudantes que identifiquem as
peças do Tangram (Figura 2), para isso, deve-se expor um cartaz com o Tangram em
sala de aula.
Figura 2: Tangram matricial
Disponível em: http://exatas.net/tangram.htm - acessado em 05/08/2010
3.2 Identificando as peças do Tangram:
T - triângulo retângulo grande
TM - triângulo retângulo médio
t - triângulo retângulo pequeno
Q - quadrado
P - paralelogramo
Em seguida deverá ser pedido aos alunos que usem a sua criatividade e montem
figuras geométricas (quadrados, triângulos, paralelogramo, losango). Nesta tarefa eles
poderão exemplificar figuras da geometria plana procurando ampliar seus
conhecimentos e visão de mundo acerca desses novos conhecimentos. Não obstante,
para a realização da tarefa pedida, deverão ser entregues Tangrans já prontos aos
alunos. Esta etapa também pode ser desenvolvida como um trabalho de grupo.
Para o quarto momento, depois que cada estudante estiver familiarizado com as
sete peças do jogo, o Tangram deverá ser usado como estratégia para desenvolver a
noção de área, unidades não padronizadas no caso das próprias peças do quebra-
cabeça (Figura 3).
Desta forma, as atividades sugeridas deverão envolver:
A escolha de uma peça que sirva como unidade de medida;
a verificação, através de comparação, de quantas vezes a unidade escolhida
cabe na figura a ser medida;
a apresentação de um número que expresse o resultado dessa comparação;
A utilização de alguma unidade de medida dos lados das figuras para cálculos
da área e do perímetro.
Figura 3: Peças do Tangram utilizadas para o desenvolvimento da noção de área
Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15416
Acessado em 05/08/2010
Figura 5: Polígonos que podem ser originados através das peças do Tangram
Disponível em: http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/geometria/geo-poli.htm
Acesso em 05/08/2010
2
² Um quadrilátero é um polígono de quatro lados, cuja soma dos ângulos internos é 360°, e a
soma dos ângulos externos, assim como qualquer outro polígono, é 360°.
mesma área também usando o papel quadriculado; dado o paralelogramo
propriamente dito, transformá-lo em um retângulo de mesma área (Figura 6).
4 Conclusão
Para a análise dos resultados obtidos pela atividade proposta neste trabalho, devem-
se levar em consideração as respostas dos alunos, além da experiência dos
professores que aplicaram tais técnicas. Assim, pode-se chegar a uma conclusão
sobre o uso de materiais manipuláveis: se melhora ou não o raciocínio geométrico dos
alunos; se as aulas tornam-se mais dinâmicas e interativas com a participação ativa
dos alunos, e se, além disso, despertam a curiosidade e interesse pela Geometria que
está presente ao seu redor.
Finalmente, destaca-se a importância da valorização da aprendizagem, assim
como também a da percepção, da representação e interpretação dos conhecimentos
de Geometria dos alunos. Ademais, salienta-se a necessidade dos professores
sentirem-se mais seguros e mais à vontade para ensinarem conteúdos que envolvam
os conhecimentos e a prática da Geometria no seu processo de ensino-aprendizagem.
Referências
PEREIRA, Gisliane A.; SILVA, Sandreane P.; JÚNIOR, Walter dos Santos Motta. O
Modelo van Hiele de Ensino de Geometria aplicado à 5ª e 6ª séries do Ensino
Fundamental. Minas Gerais: Faculdade de Matemática – Famat/ Universidade
Federal de Uberlândia – UFU, 2005.