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POLÍTICAS ECONÔMICAS
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SUMÁRIO
1. Introdução – Visão sistêmica sobre economia brasileira ..............2
4. Política comercial.......................................................................... 25
8. Política cambial............................................................................. 37
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1. Introdução
Como sabemos, a produção e exportação do café assumiram papel
preponderante na economia brasileira desde 1840. No final do século XIX, o
Brasil já era considerado o principal produtor de café, responsável por três
quartos das exportações mundiais.
A partir de 1895, a economia cafeeira brasileira passou a enfrentar
problemas, já que, enquanto a produção crescia aceleradamente, o mercado
consumidor – europeu e norte-americano – não se expandia no mesmo ritmo, ou
seja, a oferta era maior do que a procura pelo produto. Com isso, o preço do café
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ANOS 1960
1. Precedentes da crise
Com o sucesso alcançado pelo Processo de Substituição de Importações
(PSI), era necessária a transição para um modelo econômico autossustentado
de crescimento. Entretanto, ainda no governo JK, no início dos anos 1960, houve
uma reversão desse panorama, que se agravou a partir de 1963, gerando a
primeira grande crise econômica brasileira em sua fase de industrialização.
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A DÉCADA DE 1970
1. Introdução
Entre 1968 e 1973 – nos governos Costa e Silva e Médici –, o Brasil
vivenciou um intenso crescimento da sua economia – com taxas de 12% ao ano
–, que ficou conhecido como milagre econômico. Tal explosão – caracterizada
pelo grande aumento do PIB e da produção industrial – foi favorecida pela
expansão do capital internacional, visto que o país recebia empréstimos de
bilhões de dólares a juros baixos. O Ministro da Fazenda era Antonio Delfim
Netto.
Durante esse período, além da área industrial, houve um forte estímulo à
atividade agrícola. Foi também a época do pleno emprego, das obras faraônicas
– como a da Hidroelétrica de Itaipu –, da ampliação das estradas, do surgimento
de novos bens de consumo, do crescimento dos serviços de telefonia e de
correio, da expansão do ensino, da ampliação do BNH, entre outros.
2. O milagre econômico
Apesar de o milagre econômico ser considerado a partir de 1968, as
diretrizes do governo Costa e Silva priorizavam o crescimento econômico desde
1967. Quando Delfim Netto assumiu o controle da política econômica, a inflação
já estava, de certa forma, contida, e admitia-se conviver com uma taxa da ordem
de 20 a 30% ao ano. Também havia mudado o diagnóstico em relação a sua
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1. Introdução
O modelo adotado no governo anterior, apesar de ter conquistado o
ajustamento externo, era cada vez mais questionado pela população.
Sincronicamente, a inflação mostrava-se resistente às políticas criadas para
combatê-la. Assim, a Nova República iniciou com o objetivo principal de eliminar
o mal inflacionário que assolava o país, ao mesmo tempo em que prometia
proteger os brasileiros de grandes sacrifícios.
A partir dessa meta, foram criados e colocados em prática vários planos
econômicos, dentre os quais destacam-se: o Plano Cruzado (1986), o Plano
Bresser (1987), o Plano Verão (1989), o Plano Collor I (1990), o Plano Collor II
(1991) e o Plano Real (1994).
2. O Plano Cruzado
Ao formar sua equipe ministerial, Tancredo Neves nomeou como Ministro
da Fazenda Francisco Dornelles que, além de fiel aliado de Delfim Netto, não
tinha identidade ideológica com o Ministro do Planejamento, João Sayad. Assim
que assumiu a presidência, José Sarney já herdou os ministérios constituídos.
Entretanto, em 1985, Dornelles pediu demissão e Sarney chamou o
empresário Dílson Funaro para o Ministério da Fazenda, que trouxe com ele
alguns economistas da Unicamp conhecidos pelas críticas que vinham fazendo
ao modelo econômico implementado na ditadura militar.
Formada a nova equipe econômica, a credibilidade e a esperança no novo
governo pareciam ter sido retomadas. Esse cenário durou pouco, já que, meses
depois, a inflação voltou a disparar.
Assim, em fevereiro de 1986, foi apresentado um plano econômico que
visava estabilizar a economia e acabar com a inflação: o Plano Cruzado. Por
meio dele, os preços foram congelados e o cruzeiro foi substituído pelo cruzado.
Estabeleceu-se também que os salários seriam reajustados sempre e apenas
quando a inflação atingisse os 20%.
A população rapidamente aderiu ao novo plano. A inflação esmoreceu
frente ao tabelamento dos produtos e à atuação contrária às remarcações de
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3. O Plano Bresser
No início de 1987, o Plano Cruzado já dava sinais do seu esgotamento.
Além da aceleração inflacionária, o governo teve que conviver com o aumento
dos salários, que complicava ainda mais o quadro econômico. Como não
conseguia solucionar os problemas que se apresentavam, Funaro resolveu se
demitir em abril do mesmo ano. Para o seu cargo, foi indicado o economista e
empresário Luís Carlos Bresser Pereira.
Em julho de 1987, a inflação atingiu um patamar exorbitante, chegando a
26%. Para fazer frente a esse agravamento do processo inflacionário, foi
implantado o Plano Bresser, com as seguintes medidas: congelamento dos
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4. O Plano Verão
Os fracassos dos planos econômicos anteriores, conferiram a Sarney uma
certa dose de prudência em relação a novos choques econômicos. Por isso, o
sucessor de Bresser, Maílson da Nóbrega, concentrou-se, ao longo de 1988, em
uma política simplista, sem medidas espetaculares, que ficou conhecida como
arroz-com-feijão.
Direcionando as preocupações para questões sociais – como dizia o
slogan “Tudo pelo social” –, pretendia-se atingir os objetivos nesse âmbito por
meio do crescimento econômico que, por sua vez, amparava-se na abertura da
economia para o mercado externo, na privatização das estatais e nos cortes dos
gastos públicos.
Essa política serviu como uma verdadeira declaração de boas intenções
do Brasil em relação às negociações com os credores internacionais, visto que,
ao contrário do Plano Cruzado, não contrariava as regras estipuladas pelo FMI.
Mesmo com as medidas adotadas, a inflação continuou subindo, fechando
1988 perto de 30%. Simultaneamente, ocorriam a corrosão dos salários e o
declínio da produção e do consumo. Na tentativa de solucionar o problema foi
apresentado, em 1989, o Plano Verão. A partir dele, foi criado o cruzado novo,
com o corte de três zeros no cruzado velho. O novo plano ainda restabeleceu o
congelamento dos preços e, ao mesmo tempo, o governo prometia controlar os
seus gastos, afirmando que só iria gastar o que arrecadasse.
Após inúmeras decepções, a sociedade não demonstrou receptividade ao
Plano Verão que, assim como os outros, também falhou. A inflação continuou
apresentando um crescimento exorbitante e o controle dos gastos públicos não
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5. Os Planos Collor I e II
Procurando ser fiel à sua promessa de campanha, quando declarou ser
capaz de eliminar a inflação com um só tiro, o primeiro ato de Fernando Collor
na presidência, em 15 de março de 1990, foi decretar um violento choque
econômico.
O Plano Collor consistiu no bloqueio de cerca de 85 bilhões de dólares,
que representavam, aproximadamente, dois terços da moeda em circulação. A
moeda brasileira voltou a se chamar cruzeiro.
Tanto os poupadores quanto os correntistas foram autorizados a retirar
dos bancos, no máximo, Cr$ 50 mil. Com relação aos depósitos em contas
remuneradas de curto prazo, permitia-se o saque de 20% sobre o total
depositado, desde que não se ultrapassasse Cr$ 25 mil.
O dinheiro que havia sido bloqueado foi totalmente recolhido pelo Banco
Central, com a promessa de ser devolvido depois de 18 meses, em 12 parcelas
mensais. Nesse entretempo, o cruzado sequestrado pelo governo ficaria
rendendo juros e correção monetária. Embora, teoricamente, afirmassem que
ninguém sairia perdendo, na prática, todos foram prejudicados por essas
medidas, já que o governo ignorou a inflação de fevereiro daquele ano.
Apesar do choque, a inflação, que tinha baixado, voltou a aumentar em
dezembro de 1990, chegando ao patamar de 18,3%. Por conta disso, em
fevereiro de 1991, foi posto em prática o Plano Collor II, com congelamento de
preços e salários e prefixação dos juros. Do mesmo modo que o primeiro, o Plano
Collor II também se mostrou ineficaz.
Assim, a Ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, foi substituída pelo
diplomata Marcílio Marques Moreira. O novo ministro iniciou seus trabalhos
descartando a possibilidade de novos choques econômicos, optando por
enfrentar a inflação com uma política declaradamente recessionista, mediante a
elevação dos juros. Tal política provocou uma onda de desemprego e jogou o
país em uma profunda recessão econômica.
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3. Políticas econômicas
4. Política comercial
Infraestrutura
Dado que a força das exportações brasileiras concentra-se em
commodities agrícolas (soja, café, açúcar, carne, etc.) e minerais (ferro, aço,
bauxita, etc.), a infraestrutura para escoamento da produção é fundamental para
competitividade das exportações.
Uma indústria brasileira da cadeia de petróleo, por exemplo, gasta cerca
de USD 90,00/tonelada para levar sua produção da fábrica até o porto de Santos,
no Estado de São Paulo. Do porto de Santos até o porto de Xangai, na China, a
empresa gasta USD 30,00/tonelada. Ou seja, é três vezes mais caro escoar a
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Acordos bilaterais são exatamente o que o nome diz: acordos entre dois
países. Os blocos econômicos são acordos com, no mínimo, três países para
facilitar o comércio. Usualmente os acordos bilaterais e blocos econômicos
tratam de alíquotas de importação e exportação, diminuição ou extinção de
barreiras fitossanitárias e fluxo mais livre de pessoas.
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5. Política fiscal
1. Introdução
Entende-se por política fiscal o processo de ajuste da tributação e das
despesas públicas com o propósito de ajudar as oscilações do ciclo econômico
e contribuir para a manutenção de economia progressista, de pleno emprego,
livre de excessiva inflação ou deflação da procura. Em outras palavras, política
fiscal é uma das formas de intervenção do governo na economia. Em caso de
inflação excessiva ou de desaceleração econômica (baixo PIB e alto
desemprego), cabe ao governo atuar com políticas restritivas ou expansionistas,
respectivamente. As ferramentas que a política fiscal dispõe são de (i) alterar a
cobrança de impostos e (ii) aumentar os gastos públicos.
Suponha que o sistema econômico, em determinado ano, seja ameaçado
por uma tendência deflacionária. Suponha, ainda, que as despesas privadas de
consumo (C) e investimento (I) sejam fracas demais para proporcionar um nível
adequado de emprego. Quais medidas se fazem necessárias?
O Banco Central usará uma política monetária expansionista para tentar
estimular o investimento privado. À medida que suas providências não sejam
inteiramente adequadas, as autoridades fiscais ainda estarão diante de uma
tendência deflacionária. Este é o sinal para que o Congresso e o Presidente
adotem políticas fiscais.
A ação fiscal, agora ao inverso, é recomendada no caso em que as
decisões quanto a investimento e consumo privado ameaçam a economia com
um hiato inflacionário. Com os preços subindo por causa do excessivo total de
despesas e os empregados competindo desesperadamente por trabalhos
inexistentes, o Banco Central iniciará programas de retração do crédito, visando
reduzir a tendência inflacionária. Caso as interseções de poupança (S) e
investimento (I) continuem ameaçando a economia com hiato inflacionário
sustentado, é evidente que cabe ao Congresso e ao Presidente a adoção de
programas de impostos mais elevados e/ou de menores despesas públicas, na
tentativa de restaurar um equilíbrio com alto nível de emprego, sem inflação.
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Estabilizadores embutidos
O moderno sistema fiscal tem grandes propriedades
estabilizadoras automáticas que lhe são inerentes. Dia e noite, o
sistema fiscal está ajudando a manter estável a economia. Os estabilizadores
embutidos são: a) alterações automáticas da receita tributária; b)
compensação de desemprego e outras transferências beneficentes; c)
poupança das empresas e das famílias.
a) Alterações automáticas da receita tributária: o sistema tributário
depende progressivamente das rendas individuais e das rendas das
empresas. Isso significa que, tão logo a renda começa a cair – e antes de
qualquer medida fiscal –, a receita tributária do governo também inicia um
declínio. Assim, para conter um processo inflacionário, há duas maneiras de
agir: por uma redução das despesas do governo (G), ou por um aumento das
alíquotas dos tributos (T). No caso contrário, de deflação, se faria o inverso, se
aumentariam os gastos do governo (G), ou se reduziria a tributação (T).
b) Compensação de desemprego e outras transferências beneficentes:
há pelo menos 40 anos, construiu-se um sistema de compensação por
desemprego. Assim, tão logo são dispensados, os trabalhadores recebem o
seguro desemprego. Quando retornam ao trabalho, cessam os pagamentos.
Os tributos arrecadados para financiar essa compensação aumentam quando
o nível de emprego é alto. Em anos de prosperidade, os fundos de reserva
para os desempregados aumentam e são utilizados nos momentos de crise.
c) Poupança das empresas e das famílias: mais comum em países com o
mercado de capitais desenvolvidos, esse estabilizador funciona com a
manutenção dos dividendos das empresas, mesmo com alteração da renda no
curto prazo, para garantir a política de dividendos estável, mesmo em períodos
momentâneos de crises. Os estabilizadores automáticos, no entanto, possuem
a restrição de não ser suficientes para uma estabilidade completa. Por isso,
faz-se necessária a adoção de políticas fiscais discricionárias.
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7. Política monetária
8. Política cambial