Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
1. A função de onda de elétrons não interagentes, que se propagam em um cristal periódico é dada pela função de onda de Bloch
𝜓𝑛𝑘 𝑟Ԧ = 𝑒 𝑖𝑘∙𝑟Ԧ 𝑢𝑛𝑘 𝑟Ԧ , onde 𝑢𝑘 𝑟Ԧ = 𝑢𝑘 𝑟Ԧ + 𝑅
Onde 𝑛 é um índice que classifica a banda e 𝑘 é um vetor de onda associado à rede (não é associado ao momento do elétron 𝑝Ԧ = ℏ𝑘)
2. Se aplicarmos os operadores Hamiltoniano e de translação à função 𝜓𝑛𝑘 𝑟Ԧ , obtemos
A equação acima infelizmente não é simples de resolver para potenciais periódicos mesmo muito simples.
4. O teorema de Bloch não diz nada a respeito da estrutura de bandas (elétrons ficam em bandas de energia permitidas, separadas por gaps
proibidos).
5.Vimos o conceito de 1ª ZB, que equivale à célula primitiva de Wigner Seitz (do espaço real), no espaço recíproco.
6. Vimos também que o números de k’s permitidos dentro da 1ª ZB é igual ao número de células primitivas contidas dentro do cristal
multiplicado por 2, devido à degenerescência de spin. Então, o número de elétrons por célula unitária e a topologia da estrutura de bandas
podem determinar se as bandas estarão totalmente ou parcialmente preenchidas.
O que ocorre com a relação de dispersão 𝐸 𝑣𝑠. 𝑘?
• À esquerda temos o diagrama de níveis discretos de energia para um átomo, quando resolvemos a equação de Schrödinger para cada k.
• À direita temos a relação de dispersão, no limite de um cristal infinito. O conjunto de k’s permitidos (pontos no gráfico) torna-se contínuo
(𝑉 → ∞) e temos as bandas de energia (linhas do gráfico à direita). (R. Capaz, UFRJ).
𝑅𝐵
Por exemplo, a rede cúbica simples: 𝑎Ԧ1 = 𝑎𝑥,
ො 𝑎Ԧ 2 = 𝑎𝑦ො e 𝑎Ԧ 3 = 𝑎𝑧,Ƹ com volume da célula 𝑉𝑐𝑒𝑙 = 𝑎Ԧ1 ∙
𝑎Ԧ 2 × 𝑎Ԧ 3 = 𝑎 3 .
Os vetores primitivos da RR da rede cúbica simples são: 𝑏1 = 2𝜋 Τ𝑎 𝑥,
ො 𝑏2 = 2𝜋 Τ𝑎 𝑦ො e 𝑏3 = 2𝜋 Τ𝑎 𝑧,Ƹ
𝑅𝑅 3 3 𝑅𝐵
com o volume da célula unitária 𝑉𝑐𝑒𝑙 = 2𝜋 Τ𝑎 = 2𝜋 Τ𝑉𝑐𝑒𝑙 . A RR da rede cúbica simples é também
uma rede cúbica simples.
Rede recíproca da estrutura FCC (é uma rede BCC)
Os vetores primitivos da rede FCC são
Rede direta (de Bravais) de uma rede uma estrutura FCC de lado 𝑎.
Rede recíproca é uma rede BCC de lado 4𝜋 Τ𝑎.
Cada átomo contribui com 1/8 de forma que existe um átomo/célula unitária.
Rede recíproca
(é BCC)
A zona de Brillouin,
Célula de Wigner-Seitz que corresponde à célula
Gerada a partir da célula primitiva de Wigner-Seitz gerada
(o átomo no centro é um átomo de a partir da rede recíproca
uma das faces ) (o átomo do centro é o
át0mo central da BCC)
O teorema de Bloch não nos disse como calcular a estrutura de bandas de
energia.
Quando temos átomos separados (separação é grande), a solução da
equação de Schrödinger leva a níveis discretos de energia.
Quando temos um sólido, átomo muito próximos, os níveis formam um
contínuo dentro da cada banda. Isto vale quando 𝑉 → ∞.
As bandas são separadas por regiões proibidas (gaps). Os elétrons não
são permitidos nestas regiões.
Quando o volume é finito (pontos quânticos, estruturas nanométricas) os
níveis dentro das bandas são discretos. Esta é uma situação especial,
onde a própria amostra se comporta como um átomo gigante.
Para encontrar a função de onde de Bloch: 𝜓 𝑥 = 𝑒 𝑖𝑘𝑥 𝑢𝑘 𝑥 , onde 𝑢𝑘 𝑥 = 𝑢𝑘 𝑥 + 𝑎 , em 1D, temos que resolver a equação de
Schrödinger:
ℏ2
− ∇2 + 𝑈 𝑥 𝜓 𝑥 = 𝐸𝜓 𝑥 (3)
2𝑚
ℏ2 ′′ 𝑖ℏ2 𝑘 ′ ℏ2 𝑘 2
− 𝑢 𝑥 + 𝑢 𝑥 + 𝑈 𝑥 𝑢𝑘 𝑥 = 𝐸 − 𝑢 𝑥
2𝑚 𝑘 2𝑚 𝑘 2𝑚 𝑘
Para resolver esta equação, apenas alguns potenciais 𝑈 𝑥 são factíveis.
1. Existe o modelo de Kronig-Penney (rede infinita de potenciais funções delta), talvez vá para um exercício.
Em 3D a equação de Schrödinger fica
ℏ2
− 2𝑚 ∇2 + 𝑈 𝑟Ԧ 𝜓𝑘 𝑟Ԧ = 𝐸𝜓𝑘 𝑟Ԧ (4)
onde
𝜓𝑘 𝑟Ԧ = 𝑒 𝑖𝑘∙𝑟Ԧ 𝑢𝑘 𝑟Ԧ e 𝑢𝑘 𝑟Ԧ = 𝑢𝑘 𝑟Ԧ + 𝑅 (5)
Substituindo (5) em (4), obtemos a equação
ℏ2 2
−𝑖∇ + 𝑘 + 𝑈 𝑟Ԧ 𝑢𝑘 𝑟Ԧ = 𝐸 𝑘 𝑢𝑘 𝑟Ԧ (6)
2𝑚
• Como a função 𝑢𝑘 𝑟Ԧ é periódica, a equação (6) pode ser resolvida em uma célula primitiva do cristal (célula de Wigner-Seitz) e as C.C. na
superfície da célula de W-S são 𝑢𝑘 𝑟Ԧ = 𝑢𝑘 𝑟Ԧ + 𝑅 .
• É um problema de autovalores a ser resolvido na uma célula unitária. As soluções formam um conjunto completo de autovalores, que são
indexados com o índice 𝑛, o índice da banda.
• Note que, no limite 𝑉 → ∞, quando o conjunto de 𝑘’s permitidos forma um contínuo, podemos interpolar entre 𝑘’s vizinhos para o mesmo
n, formando uma distribuição quase contínua de autovalores da energia, 𝐸𝑛 (𝑘), conhecida como banda de energia.
Velocidade de um elétron de Bloch.
Embora ainda não tenhamos resolvido a equação (6), podemos calcular a velocidade média 𝑣Ԧ𝑛 (𝑘) de um elétron de Bloch com energia 𝐸𝑛 (𝑘)
que é dada por
1
𝑣Ԧ𝑛 𝑘 = ℏ ∇𝑘 𝐸𝑛 (𝑘) (7)
1
A equação (7), 𝑣Ԧ𝑛 𝑘 = ∇𝑘 𝐸𝑛 (𝑘), pode ser obtida de várias maneiras. Vou apresentar a mais direta.
ℏ
Podemos supor que o elétron se propaga como um pacote de onda no estado de Bloch. A velocidade de grupo deste pacote de onda é,
𝑣𝑛 𝑘 = ∇𝑘 𝜔(𝑘),
Na teoria de Bloch, os elétrons viajam pelo cristal sem colidir com os núcleos, como se “aprendessem” a periodicidade cristalina. Isto pode ser
entendido de forma mais precisa invocando-se a natureza ondulatória do elétron e interpretando a função de Bloch como uma onda que participa
de um processo de espalhamento coerente pelo potencial periódico.
1 𝜕𝐸𝑛 𝑘
Da equação (8), podemos escrever 𝑣Ԧ𝑛 𝑘 = ,
ℏ 𝜕𝑘
vemos que um elétron de Bloch tem velocidade finita, mesmo na ausência de campo elétrico! Na teoria clássica o elétron é espalhado
aleatoriamente sob efeito do potencial devido aos íons.
Quando uma força externa 𝐹Ԧ é exercida sobre um elétron de Bloch,
𝑑𝑘
𝐹Ԧ = ℏ 𝑑𝑡 (9)
A aceleração,
𝑑 1 𝜕𝐸𝑛 𝑘
𝑣Ԧሶ𝑛 𝑘 =
𝑑𝑡 ℏ 𝜕𝑘
𝜕 1 𝜕𝐸𝑛 𝑘 𝑑𝑘 1 𝜕 2 𝐸𝑛 𝑘 𝑑𝑘
𝑣Ԧሶ𝑛 𝑘 = = ℏ
𝜕𝑘 ℏ 𝜕𝑘 𝑑𝑡 ℏ2 𝜕𝑘 2 𝑑𝑡
𝐹Ԧ 1 𝜕 2𝐸 𝑘
𝑣Ԧሶ𝑛 𝑘 = 𝑀 = ℏ2 𝑛
𝐹Ԧ (10)
𝜕𝑘 2
De (10), temos a massa efetiva,
1 1 𝜕2 𝐸𝑛 𝑘
= ℏ2 (11)
𝑚𝑒𝑓 𝜕𝑘 2
Neste caso a massa efetiva é definida por elétrons associados a qualquer ponto da zona de Brillouin.
A equação central
O teorema de Bloch nos fornece a forma geral das soluções da equação Substituindo (14) e (15) em (13),
de Schrödinger independente do tempo, para um elétron em um ℏ2 (𝒌−𝑮)2 𝑘−𝑮+𝑮′ ∙𝒓
σ𝑮 − 𝐸 𝐶 𝒌 − 𝑮 𝑒𝑖 𝑘−𝑮 ∙𝒓
+ σ𝑮,𝑮′ 𝑈𝑮′ 𝐶 𝒌 − 𝑮 𝑒 𝑖 =0
potencial periódico, 2𝑚
ℏ2
− 2𝑚 ∇2 + 𝑈 𝑟Ԧ 𝜓𝑘 𝑟Ԧ = 𝐸𝜓𝑘 𝑟Ԧ (13) ℏ2 (𝒌−𝑮)2
− 𝐸 𝐶 𝒌 − 𝑮 + σ𝑮′ 𝑈𝑮′ −𝑮 𝐶 𝒌 − 𝑮′ = 𝟎 (16)
2𝑚
ℏ2 (𝒌−𝑮)2
As soluções de (18) são = 𝐸 ou 𝐶 𝒌 − 𝑮 = 𝟎. Para cada banda
2𝑚
apenas um termo da expansão 𝜓𝑘 𝑟Ԧ = σ𝑮 𝐶(𝒌 − 𝑮)𝑒 𝑖(𝒌−𝑮)∙𝒓 sobrevive.
Portanto teremos as soluções para cada banda n.
1 ℏ2 (𝒌−𝑮𝑛 )2
𝜓𝑛𝒌 𝑟Ԧ = 𝑒 𝑖(𝒌−𝑮𝑛 )∙𝒓 e 𝐸𝑛 𝒌 = (19)
𝑉 2𝑚
Banda estendida: Fixa-se G (i.e., a ZB) e contam-se os vetores k’s dentro da zona correspondente.
Banda reduzida: Fixa-se k em qualquer zona, e então variando-se G, contam-se todos os estados
equivalentes em todas as zonas.
A correspondência entre a descrição da rede vazia e a descrição do elétron livre pode
ser feita analisando-se as autofunções e autovalores correspondentes aos vetores k e
k’ indicados.
• O vetor de onda k’ está fora da 1a ZB.
Segundo a descrição de elétron livre original, a energia e função de onda deste
estado, que está associado à parábola centrada na origem, seriam
ℏ2 𝒌´2 1
𝐸 𝒌´ = e 𝜓𝒌 𝒓 = 𝑒 𝑖𝒌´∙𝒓 .
2𝑚 𝑉
No entanto, 𝒌´ = 𝒌 + 𝑮𝟏 .
Que substituindo acima, obtemos o resultado anterior,
1 ℏ2 (𝒌+𝑮1 )2
𝜓𝑛𝒌 𝑟Ԧ = 𝑒 𝑖(𝒌+𝑮1 )∙𝒓 e 𝐸𝑛 𝒌 =
𝑉 2𝑚
para a parábola centrada em −𝑮1 .
Podemos concluir que as duas descrições (rede vazia e elétron livre) fornecem
exatamente os mesmos autovalores e autovetores, uma vez que fazemos a
correspondência correta entre os vetores de onda de dentro da 1a ZB com aqueles
fora dela.
Como obter o gap de energia? Podemos usar teoria de perturbação.
• Experimentos em alguns metais (tipicamente metais alcalinos), mostram que em muitas situações os elétrons se comportam de maneira
semelhante a elétrons livres.
• Isto parece indicar que, de alguma maneira, o potencial cristalino efetivo para os elétrons de valência destes materiais é fraco.
• Isto ocorre por dois motivos básicos:
(a) os elétrons de valência não penetram na região muito próxima aos núcleos (onde o potencial é necessariamente forte) devido à
repulsão efetiva (Coulombiana + Princípio de Exclusão de Pauli) exercida pelos elétrons de caroço
(b) mesmo na região intersticial (longe dos núcleos), o potencial iônico é blindado pelos demais elétrons de valência.
• Estes fatos fornecem uma indicação de que podemos, para estes sistemas, tratar o potencial cristalino como uma perturbação.
ℏ2 (𝒌−𝑮)2
onde 𝜆𝒌−𝑮 = .
2𝑚
4. O termo de 1a ordem é:
A expressão completa das energias de um elétron “quase-livre”, até 2ª ordem de perturbação, é
Onde,
O denominador no termo de 2a ordem faz com que, no caso de um potencial fraco, a correção devida ao potencial seja mais importante para
vetores de onda k onde ocorra uma “quase-degenerescência” dos níveis de elétron livre: 𝜆𝒌−𝑮𝑛 ≈ 𝜆𝒌−𝑮𝑗 .
Esta condição ocorre quando estudamos a condição de difração de Laue, na vizinhança dos planos de Bragg, ver abaixo.
O potencial cristalino é portanto o responsável pela origem dos gaps de energia nos
sólidos cristalinos.
Apenas os coeficientes c(𝒌 − 𝑮1 ) e c(𝒌 − 𝑮2 ) irão contribuir para a expansão das funções
de onda de Bloch
Ondas planas
Se substituirmos por função deltas