DIALOGUS
Revista dos cursos de História e Pedagogia
ISSN 1808-4656
Ribeirão Preto v.9 n.1 n.2 2013 p. 243
Conselho Editorial
FICHA CATALOGRÁFICA
DIALOGUS (Graduações em Geografia, em História e em Pedagogia – Centro Universitário “Barão
de Mauá”) Ribeirão Preto, SP – Brasil, v.9, n.1-2, jan/dez 2013. Semestral
14,7 X 20,7. 243p.
2013, v9 n.1-2
ISSN 1808-4656
1. Educação. 2. História.
I. Centro Universitário Barão de Mauá.
II. Cursos de Graduação em História e em Pedagogia.
CAPA: “F451”, autoria: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto.
Comissão Editorial
DOSSIÊ/SPECIAL
“Educação em perspectiva”
69 Oficina de construção de materiais psicopedagógicos para uma
brinquedoteca para crianças com paralisia cerebral e/ou múltipla
hospitalizadas: relato de experiência
Workshop for building materials psychopedagogic aplayroom for children with
cerebral palsy and/or multiple hospitalized: experience report.
Luciana Andrade RODRIGUES
Sueli Cristina de PAULI
ARTIGOS/ARTICLES
INTRODUÇÃO
*
Doutorando em História pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Franca. Orientador: Prof. Dr. Ivan Aparecido Manoel. Linha
de pesquisa: História e Cultura Social. Área de orientação: História Eclesiástica. Docente do Centro
Universitário de Franca – Uni-FACEF. E-mail: donaldo.borges@gmail.com.
10
Discurso proferido em 31 de maio de 1934, pelo deputado Xavier de Oliveira justificando o seu voto pelas
emendas católicas, que ele chamava, antes, mais apropriadamente a seu ver, emendas essencialmente
brasileiras, e que assim o fez para traduzir o sentimento cristão do Brasil e, de maneira muito especial, do
Estado que tinha, segundo as suas palavras, a honra de representar naquela Assembléia – o Ceará.
ANNAES DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE (1933-1934). vol. XXII. Rio de Janeiro:
Imprensa Nacional, 1937. p. 403-404. Disponível em: <http://imagem.camara.gov.br/
dc_20a.asp?selCodColecaoCsv=C&Datain=24/5/1934>Acessado em: 09.jun.2010.
11
Idem, p. 403-404.
12
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1934). Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao34.htm>Acessado em: 26.fev.2010.
Considerações finais
O propósito do presente trabalho foi demonstrar simetrias e assimetrias
que envolvem a referência a Deus nos preâmbulos das Constituições federais
brasileiras, e a reprodução, ou não, da expressão ou locução “sob a proteção de
Deus” nas Constituições dos Estados federados. O ponto de partida foi o problema
em torno da atual Constituição do Estado do Acre, que não reproduziu a referência
a Deus inscrita no preâmbulo da Constituição Federal.
Esse fato tem simetria com outro fato ocorrido no Brasil, no final do século
XIX, e que se estendeu por mais de três décadas do século XX, onde a Igreja
Católica exerceu todo o seu poder de reação contra a revogação de direitos pelo
Governo Provisório do Marechal Deodoro da Fonseca. No preâmbulo da
Constituição de 1891 não constou a referência a Deus, entretanto,
contraditoriamente à ideologia do estado liberal, laico e positivista, as Constituições
dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia de 1891 fizeram constar nos
preâmbulos de suas Cartas a referência a Deus.
A luta da Igreja, segundo a visão do clero católico, deve-se não só à
revogação de direitos concedidos pela legislação do Império, como também pela
desconsideração de sua importância na formação histórica da Nação brasileira,
desde o início da Colônia.
O presente estudo procurou compreender e demonstrar as razões da
Igreja Católica contra a supressão dos seus direitos, e a importância de D. Macedo
RESUMO: Este artigo tem por objetivo entendermos em qual contexto a Igreja
Católica ribeirão pretana estava inserida para que realizasse a queima de história
em quadrinhos em público como uma forma de protesto aos temas nelas contidos.
Para tanto partimos da análise de três títulos de arte sequencial circulantes na
década de 1940, X-9, Gibi e O Guri. Nosso recorte temporal é o período em que a
ação ocorre por parte da instituição religiosa, período conturbado para a história
mundial e local.
FREITAS, Nainôra Maria Barbosa de; MIRANDA, Leonardo Góes. Catholic church
and comics: A pursuit to sequential art in Ribeirão Preto in the 1940s. DIALOGUS.
Ribeirão Preto, v.9, n.1 e n.2, 2013, pp. 41-51.
ABSTRACT: This article aims to understand the context in which the Catholic
Church of Ribeirão preto was inserted to perform the burning of comics in public
as a form of protest to the themes contained therein. To do so we start from the
analysis of three titles circulating sequential art in the 1940s, X-9, Gibi and O Guri.
Our time frame is the period in which the action occurs by the religious institution
for troubled global and local history period.
Introdução
O caso de Botucatu
O “caso” dos padres da Diocese de Botucatu constitui-se em um dos
significativos episódios resultantes das contradições porque passava a Igreja no
Brasil, no final da década de 1960. Pesquisas empíricas realizadas na época, no
Brasil, mostraram “a aguda divisão existente na instituição eclesiástica, e a quebra
de consenso quase total acerca do papel da Igreja no processo político“
(KRISCHKE, 1979, p.12). Estas contradições, por sua vez, devem ser vistas à luz
das transformações por que passava o mundo, a América Latina e,
particularmente, a sociedade brasileira, naquele contexto.
Se até a Segunda Guerra Mundial as ameaças contra a Igreja eram
atribuídas pelo clero ao mundo moderno hostil à religião e aos seus valores, após
o Vaticano II os “inimigos” da Igreja passaram a ser localizados em seu interior,
segundo a interpretação de setores conservadores da hierarquia. Mons. Ramires,
membro convicto do clero conservador local, assim se expressou:
5
Augusti, J. E.: Diário de Prisão, Dossiê Botucatu – 1968-1969, p. 1.
6
Botucatu vive a crise, Folha da Tarde, São Paulo, 4 jun. 1968, p. 4.
7
Igreja de hoje, Folha da Tarde, São Paulo, 5 jun. 1968, p. 3.
8
Igreja de hoje, Folha da Tarde, São Paulo, 5 jun. 1968.
9
Igreja de hoje, Folha da Tarde, São Paulo, 5 jun. 1968.
14
D. Alberti impede prisão de estudantes em Botucatu, Folha de São Paulo, São Paulo, 21 jul. 1968.
15
D. Romeu: seminário é território livre, O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 jul 1968.
16
Botucatu pede a posse de D. Zioni, O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 jul. 1968.
Considerações finais
ABSTRACT: The purpose of this article is to discuss the crisis emanating between
the Catholic Church and the Brazilian State in the late 1960s. The aggiornamento
which was instigated by the Catholic Church since Vatican II, made possible
dialogue with the modern world and allowed the insertion of the Catholic Church in
the field of political action with the popular classes. From the analysis of original
documentation produced within the Church and in secular media we sought to
elucidate, at a critical moment in human history, the confrontation between the
political project-the Church’s pastoral mission popular and political engagement
which attributed to Itself and that of the militaries which wanted the depoliticizing of
society. The contradiction between the two projects put the two institutions that
historically have been allies, and always respected each other, at opposite sides.
REFERÊNCIAS:
Botucatu pede a posse de D. Zioni. O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 jul.
1968.
Botucatu vive a crise. Folha da Tarde, São Paulo, 4 jun. 1968.
BRUNEAU, T. Catolicismo brasileiro em época de transição. São Paulo: Loyola,
1974.
D. Alberti impede prisão de estudantes em Botucatu. Folha de São Paulo. São
Paulo, 21 jul. 1968.
D. Romeu: seminário é território livre. O Estado de São Paulo. São Paulo, 30 jul.
1968.
“Educação em perspectiva”
Figura 4 - Bonequinhos feitos com varias bexigas para dar resistência e cheios de farinha de
trigo. Bom para treinar força manual.
Figuras 5 e 6 – brinquedos para estimulação tátil, sonora e visual. Material usado isopor,
feltro e diversos materiais para diferenciação tátil.
Figura 12 – Quebra-cabeça e jogo da memória das cores. Material utilizado feltro, plastificado
colorido, figuras e papelão.
Figura 13 – Giz de cêra adaptado: engrossado para alunos com dificuldade na motricidade
fina. Plástico colorido e papelão.
Considerações finais
As distintas visões sobre o valor da brinquedoteca e do brincar para o
desenvolvimento humano, trazem como pressuposto de que é por meio das
brincadeiras que as crianças e adolescentes exploram, desvendam, aprendem
sobre o mundo que a circunda, sobretudo em situação de internação hospitalar. A
brinquedoteca mostra-se, portanto, como uma alternativa de desenvolvimento
para estas crianças e adolescentes, podendo ressignificar sua própria
aprendizagem, dar autonomia para o sujeito/educador ser agente de sua própria
história na interação com outros afetivamente significativos para eles (NOFFS,
2000).
Os diversos comprometimentos presentes em indivíduos com PC ou com
múltiplas deficiências podem causar sérios danos na área cognitiva necessitando
de profissionais especializados da área de fisioterapia, terapia ocupacional bem
como adaptações educacionais. Mas mesmo na presença desses
comprometimentos é fundamental que a autoestima destas pessoas esteja
elevada, pois assim ela conseguira se integrar e interagir no grupo. Podemos citar
Taille (2002, p.45) “A autoestima é o elo entre o gostar e o aprender, o partir e o
chegar, o perder e o achar. Ela está ao alcance de quem consegue enxergar,
seguramente, a ponte entre o sonho e a realidade”. Jogar e brincar podem
contribuir tanto para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades quanto
para aumentar a autoestima e autoimagem de indivíduos que apresentam serias
limitações.
Além do mais, dois fatores vão influenciar na qualidade e na velocidade
do desenvolvimento cognitivo de toda e qualquer criança: a possibilidade e a
capacidade de interação com o meio e a natureza desse meio. Neste sentido, a
disfunção neuromotora pode interferir na auto exploração e na exploração do
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado
Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 22 abr.2014.
*
Mestranda em Educação pelo PPGE “C. U. Moura Lacerda”. Especialista em História da Arte pela
FAAP; em Teatro, Música e Dança para Educadores pela UNIFRAN; História, Cultura e Sociedade pelo
C.U. Barão de Mauá. Licenciada em Pedagogia pelo C. U. Barão de Mauá. Docente dos cursos de
Pedagogia e demais Licenciaturas do C. U. Barão de Mauá e do curso de Pedagogia do C. U. M. L. .
Email: Liliane.cury@baraodemaua.br
**
Doutora em Educação pela UNICAMP. Mestre em Educação pela UNICAMP. Licenciada em Química
pela USP. Licenciada em Pedagogia pelo C.U. Barão de Mauá. Coordenadora do PPGE do CUML/
Ribeirão Preto. Profa. aposentada da USP. Líder do grupo de pesquisa Currículo, História e Poder do
CUML registrado no diretório de grupos do CNPQ. Lider do grupo de pesquisa “ Interdisciplinaridade e
Ciência do Sistema Terra como eixos para o Ensino Básico”.
Procedimentos Metodológicos
Para verificar a visão das alunas sobre a própria formação em arte, sobre o
ensino de arte nos anos iniciais do ensino fundamental e na educação infantil
elegemos como participantes da pesquisa, oito alunas do 7º período, de um curso
de Pedagogia, presencial, do interior de São Paulo. Tais alunas já concluíram as
O contexto
O curso de Pedagogia que se constitui como contexto desta pesquisa
localiza-se numa instituição tradicional de uma cidade do interior de São Paulo,
sendo ministrado de forma presencial.
A análise da matriz curricular do referido curso revela que as disciplinas
voltadas para as metodologias específicas de arte, objetivam habilitar os
professores para a atuação em arte e/ou com a arte na educação infantil e séries
iniciais do ensino fundamental. Estas são oferecidas em dois semestres
sequenciais. A primeira, a disciplina de “Artes Visuais na Educação Infantil”, com
carga horária de 80hs, é especificamente voltada para a linguagem das artes
visuais na educação infantil a partir de uma leitura crítica dos Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e autores pesquisadores da arte
educação. Na sequência semestral a disciplina de “Conteúdo e Metodologias
para o Ensino de Arte”, com carga horária de 40hs, aborda as quatro linguagens
da arte e se apoia também em leitura crítica dos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino de Arte e autores pesquisadores das metodologias para
a educação em arte.
O Planejamento contempla, na carga horária estipulada para cada
disciplina, a fundamentação teórica necessária ao posicionamento das alunas
quanto a arte, sua relação com a educação e o desenvolvimento de atividades
práticas voltadas para os objetivos das disciplinas: fornecer suporte para que o
futuro professor domine os fundamentos teórico-metodológicos para o trabalho
nesses níveis da educação básica, ser habilitado não somente a estabelecer
relações pertinentes entre os conteúdos, a metodologia e a avaliação do ensino,
como também a utilizar a arte como um dos elementos do trabalho interdisciplinar
como coloca a legislação. O que não garante a qualidade tanto do uso da arte
como a do seu ensino.
Quanto à visão das alunas sobre a prática docente em arte e com a arte
Considerações Finais
A arte tem como premissa propor o que é pessoal e único, se definindo
assim pela diversidade. Portanto, cabe ao professor definir as atividades que
realcem essas características descartando àquelas que buscam a uniformidade,
se preocupando, inclusive, com atividades que agradem as crianças e não os
professores; pois conforme Moreira (2008, p. 83), “[...] este professor que sabe,
que decide e julga é o adulto que já perdeu a confiança na sua capacidade de
desenhar.
È importante que na formação para o ensino de e com a arte, o professor
polivalente não perca a dimensão de que a criança utiliza a arte para dizer o que
sente e pensa. Quando a escola dá voz à criança o problema da expressão e da
afetividade deixará de ser restrito ao campo da arte e se trona uma proposta da
escola como um todo.
A observação dos sujeitos participantes do grupo focal sobre a prática
docente dos professores especialista em arte e dos polivalentes que usam a arte
como tecnologia de aprendizado demonstra uma visão crítica despertada pela
relação entre a formação que tiveram na educação básica e do desenvolvimento
da disciplina presente no currículo do curso de Pedagogia.
Observa-se no relato das alunas quando questionadas sobre a sua
formação em arte na educação básica, que a maioria teve experiências voltadas
para a cópia, a coloração de desenhos prontos, o artesanato e a participação na
decoração das escolas para as festas cívicas e comemorativas, bem como a falta
do desenvolvimento de atividades que visassem o conhecimento e o
desenvolvimento da criatividade. A reprodução da visão compartimentada e sem
significado sobre a Arte.
102 DIALOGUS, Ribeirão Preto v.9 n.1 n.2 2013.
Foi possível verificar também, através dos relatos dos sujeitos da pesquisa,
que a decodificação de imagens e a história da arte, tão importante neste ensino,
raramente foram oferecidas pelos professores, para serem exploradas pelos
alunos reduzindo assim, as possibilidades de interpretação e representação do
imaginário. É o mesmo que alfabetizar sem livros.
É comum, ainda hoje, com a proximidade de datas cívicas e
comemorativas, as escolas e professores em geral promoverem uma verdadeira
“caça as bruxas”, aos professores de arte. Na visão da comunidade escolar é
função do professor da disciplina o planejamento e a execução das atividades
decorativas, musicais, teatrais e das danças a serem apresentadas nestas festas
e, por conta disso, provocar o deslumbramento dos pais, refletindo no sucesso da
escola e dos professores de classe. É comum encomendar ao professor “artista”
patinhas de coelho no chão da escola para que alunos as sigam em direção ao
ovo de Páscoa e a representação teatral do enforcamento de Tiradentes próximo
as comemoração de sua morte; no mês do folclore, haja cachimbo e gorro de
saci-pererê como também, balões, bandeirinhas e flores para as festas juninas.
Também se inclui nestas questões o “dia das mães e dos pais”; estes são
chamados à escola para serem homenageados, recebendo presentes
confeccionados pelas crianças e “maquiados” pelos professores para que se
deslumbrem com a produção dos filhos.
Nestas ocasiões, muitos professores retiram de uma velha pasta
desenhos prontos e atividades nem sempre interessantes, ditas de arte, para que
os alunos preencham, desenhem sem borrar e ou descrevam a temática
trabalhada, na maioria das vezes no espaço reservado para as aulas de arte.
Forma-se assim um impasse: de um lado temos professores que acreditam que
arte vai além das referidas manifestações e de outro, aqueles que com elas se
acomodam; outros ainda, se deslumbram.
Estas datas fazem parte do cotidiano dos alunos fora das escolas; aparecem
nas ruas, no comércio dos bairros, regiões centrais e shoppings, jornais, TVs e
demais meios de comunicação, ultrapassando os muros da escola e chegando a
ela de forma estereotipada, se tornando mais um lugar em que a temática é tratada.
Fica uma questão: é incumbência do espaço reservado à arte na escola a confecção
de tais atividades na forma como são propostas e realizadas?
Pensando nessas datas como eventos construídos e presentes
historicamente pela humanidade, grandes artistas de todas as épocas também
as abordaram; portanto, é possível relacionar as atividades propostas pela arte
com o seu processo histórico em busca da construção de um conhecimento
diferenciado. Portinari pintou tanto brinquedos e brincadeiras de crianças como
DIALOGUS, Ribeirão Preto v.9 n.1 n.2 2013. 103
cenas do trabalho rural e seus trabalhadores; Tarsila do Amaral representou a
cultura e o homem brasileiro através de obras como “A Negra” “Carnaval em
Madureira”, “A Cuca” entre muitas outras. Botticelli exaltou a primavera; Leonardo
da Vinci evidenciou o Renascimento tanto nas pinturas como em seus estudos
em diferentes campos da ciência. A arte Naif de Djanira, Heitor dos Prazeres e
Aracy, entre outros, representa de forma ingênua e colorida o brasileiro simples e
suas comemorações culturais.
Sob esses aspectos, sujeitos participantes da pesquisa reclamam a
necessidade de uma formação diferenciada, cujas atividades planejadas deveriam
contemplar a teoria, o desenvolvimento da reflexão e do processo de criação.
Nesse sentido, podemos pensar na disciplina de arte como componente curricular
obrigatório dos cursos de Pedagogia não somente como parte da estratégia de
preparo do professor polivalente para ensinar arte; mas também, como um ponto
de partida, uma chamada de atenção desse profissional para compreender e
utilizar a arte como recurso educativo interdisciplinar e também como componente
importante na formação do olhar do educador.
As reflexões presentes nesse estudo nos remetem ao papel do professor
das disciplinas voltadas para as metodologias do ensino de arte e sua importância
na formação do futuro docente. “Só garantiremos à criança o seu direito de dizer
a sua palavra, de traçar o seu desenho, se investirmos em primeiro lugar na
educação do educador” (MOREIRA, 2008, p.126) e esta formação passa pelo
processo de recuperar a criança e o ser poético criança que existe dentro de
cada adulto. Quando o professor se descobre sujeito criativo, recupera o seu
espaço lúdico e de expressividade; educando ele também se educa por encontrar
a linguagem e o desenho perdidos na infância.
SOBREIRA, L. C.; SICCA, N. A. L. The Pedagogy Student’s vision on teaching art for
children: contributions to education of educator versatile. DIALOGUS. Ribeirão
Preto, v.9, n.1 e n.2, 2013, pp. 87-106.
Abstract: This study is part of research being developed in the Master’s program
in Education for the initial training of teachers in pedagogy course. Is particularly
related to curriculum issues specific methodologies aimed at teaching arts to
children. Forming to teach art as a curricular component or as one of the axes of
interdisciplinary thematic project? What is the role assigned by students from the
Pedagogy course, of art in the teacher formation? In this sense, the study aims to
understand the vision of students of a pedagogy course on teaching art in
kindergarten and the early years of elementary school.
REFERÊNCIAS:
ANDRÉ, M. O trabalho docente do professor formador e as práticas curriculares
da licenciatura na voz dos estudantes. In: SANTOS, LUCÍOLA L.; FAVACHO,
ANDRÉ M. O. (org). Políticas e práticas curriculares: desafios
contemporâneos. Curitiba: CRV, 2012. P. 35-50.
BARBOSA, A. M. A imagem no ensino da arte. 8 ed. São Paulo: Perspectiva,
2012.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno, Resolução CNE/CP
nº 1, de 15 de maio de 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/
arquivos/pdf/rcp01_06.pdf> Acesso em 02 dez.2013.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 8ª edição atualizada
em 08 dez.2013.
Biblioteca digital Câmara. Disponível em: <http://bd.camara.leg.br> Acesso em
02 abr.2014.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em Educação: fundamentos,
métodos e técnicas. In: Investigação qualitativa em educação. Portugal: Porto
Editora, 1994.
CANDAU, V. M.; MOREIRA, A. F. B. Indagações Sobre Currículo: Currículo
Conhecimento e Cultura. Org. Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia
Ribeiro do Nascimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de – Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf> Acesso em 02
ago.2013.
FERRAZ, M. H. C. T. FUSARI, M. F. de R. Arte na educação escolar. 3 ed. São
Paulo: Cortez, 2010.
FONSECA, M. da P. Comunicação de Pesquisa: o pedagogo na docência em
arte qualificação e desafios. Faculdade Novo Milênio/Pedagogia 2011) Disponível
em: http://www.faeb.com.br/livro/Comunicacoes/
o%20pedagogo%20na%20docencia%20em%20arte.pdf> Acesso em 23
mar.2014.
Claudio GONÇALVES∗
Humberto PERINELLI NETO∗∗
Modernidade e educação
2
Para saber mais ler: GHIRALDELLI JÚNIOR. Paulo. História da educação brasileira. Op. Cit., p.150.
Médio. Nem alto nem baixo, o índice de presença tanto masculino quanto
feminino na escola não nos mostra nenhum disparate, porém, é no mínimo curiosa
a analise dos dados com um olhar mais aprofundado: a presença feminina na
escola foi ligeiramente mais baixa, em media 9 dias letivos, que representam 2
semanas de aula no ano.
Os meses de julho, agosto e setembro eram os quais mais ocorria a
infrequência das crianças, devido ao deslocamento das famílias do centro urbano
para os centros de trabalho agrícola, o tempo da colheita interferia no tempo da
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando estudamos o processo civilizador que ocorreu por meio da
educação no inicio do século XX, encontramos uma linha tênue entre as ações
direcionadas pelo Estado e o complexo prolongamento de um movimento que se
fazia de forma inconsciente dentro da própria sociedade ribeirão-pretana,
impulsionado pela busca de uma melhoria de vida, comodidade, conforto ou
ostentação. De certo que encontramos indícios que havia sim uma ação
provocativa, disfarçada com uma áurea de benesses que chegavam para todos.
Estes benefícios foram instaurados muitas vezes através de variadas simbologias.
A escola primaria republicana instaurou ritos, espetáculos, celebrações. Em nenhu-
ma outra época, a escola primaria, no Brasil, mostra-se tão francamente como ex-
pressão de um regime político. De fato, ela passou a celebrar a liturgia politica da
ABSTRACT: This study aims to understand the civilizing process that occurred in
the city of Ribeirão Preto in the 1920s, in the context of Belle Époque hick. To
accomplish this, we used the analysis of the Minutes of the 1927 Final Exams
Third Group School of Ribeirão Preto. To interpret these data we use an evidentiary
approach, covering various aspects of school reality.
FONTES
Atas de Exames Finais – Terceiro Grupo Escolar de Ribeirão Preto, 1927.
Encontrado na Escola Estadual Dona Sinhá Junqueira.
*
Mestre em Filosofia. Graduação em História e Filosofia. Professor no Centro Universitário Barão de
Mauá e no Centro de Estudos da Diocese de Ribeirão Preto – CEARP, nas cidades de Ribeirão Preto e
Brodowski – São Paulo – Brasil. Email: osmair.botelho@baraodemaua.br
4
Sobre essa diferença entre discursos longos dos sofistas (retórica) e os discursos curtos socráticos
(maiêutica), ler introdução do Banquete. Cf. SOUZA, José Cavalcante de. As grandes linhas da estrutura
do Banquete, In; PLATÃO, Banquete. Tradução, introdução e notas de José Cavalcante de Souza. Rio de
Janeiro: Difel, 2002, p. 13- 25.
5
Essa era uma convicção muito forte entre os gregos daquela época, segundo Luc Brisson na introdução
da tradução francesa do Banquete. Cf. BRISSON, Luc. Introduction. In: PLATON. Le Banquet. Traduction
inédit, introduction et notes par Luc Brisson. Paris: GF Flamarion, 2000, p 11-12.
7
Nesse sentido concorda Sonia Maria Maciel ao afirma que “Platão, sempre que fala da dialética, se
refere àqueles que a praticam. Portanto, não existe procedimento dialético sem conduta ética que
caracterizem seus participantes. Pois, sendo o dialético aquele que tem condições de conhecer as
realidades inteligíveis, ele conhecerá as realidades verdadeiras as quais são também os paradigmas ou as
normas a governar suas condutas“. Cf. Sonia Maria MACIEL, op. cit., p. 215.
REFERÊNCIAS:
BRISSON, L. Introduction. In: PLATON. Le Banquet. Traduction inédit, introduction
et notes par Luc Brisson. Paris: GF Flamarion, 2000.
GOLDSCHIMDT, V. Os diálogos de Platão: estrutura e método dialético. São
Paulo: Loyola, 2002.
JEANNIÈRE, A. Platão. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.
JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo/Brasília: Martins
Fontes, 1986.
MACIEL, S. M. O registro filosófico do Filebo e a dialética, Síntese. Belo Horizonte:
v. 31, nº 100, maio-agosto de 2004,
MANON, S. Platão. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
MONDOLFO, R. O pensamento antigo: história da filosofia greco-romana.
São Paulo: Mestre Jou, 1966. v.1.
PAVIANI, J. Filosofia e método em Platão. Porto Alegre: Edipurs, 2001.
PESSANHA, J. A. M. In: PLATÃO. Diálogos: O Banquete, Fédon, Sofista, Político.
São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Coleção Os Pensadores).
REALE, G. História da filosofia antiga. Tradução Marcelo Perine. São Paulo:
Loyola, 1994, p. 194, v. 1.
REALE, G. Para uma nova interpretação de Platão. Tradução Marcelo Perine.
São Paulo: Loyola, 1997.
Introdução
Tem crescido o debate em torno do universo teórico-metodológico que
envolve os conceitos de religião e religiosidade. Grupos de pesquisas voltados
para as mais variadas reflexões e as relações das mesmas com as diferentes
instâncias da sociedade como ABHR – Associação Brasileira de História das
Religiões; Grupo de Trabalho da ANPUH voltado para os estudos de religião;
CEHILA - Centro de Estudos de História da Igreja na América Latina e Caribe;
SOTER- Sociedade de Teologia e Religião, entre outros, ampliam essa discussão
a partir de análises desenvolvidas em áreas diversas como História, Geografia,
Antropologia, Sociologia, Economia, Teologia, Turismo, Ciência da Religião, entre
outras.
39
Artigo originalmente apresentado no Congresso Internacional de História e Identidades, na Universidade
Federal de Goiás, em 2013.
∗
Doutora e mestre em História pela Unicamp, professora da Universidade de Ribeirão Preto, Unaerp,
onde coordena o curso de Relações Internacionais, pesquisadora do IPCCIC.. Email: sandmd@terra.com.br
**
Doutora e mestre em História pela Unesp, professora do Centro Universitário Barão de Mauá e FARP,
pesquisadora do IPCCIC
***
Pós-doutoranda em Administração pela FEA-RP/USP. Doutora e mestre em História pela Unesp,
professora e coordenadora do curso de História do Centro Universitário Barão de Mauá, vice-presidente
do IPCCIC.
1
Durante a colonização portuguesa, houve uma prática constante conhecida como: Cuius regio, illius et
religio (o dono da região é igualmente dono da religião nela praticada). “A política da unificação cultural pela
religião tem uma vantagem dupla: de um lado produz um discurso discriminatório diante de correntes
colonialistas de outras nações europeias que são taxadas de hereges, como no caso dos ingleses,
holandeses e mesmo franceses. Do outro lado essa política permite desmantelar as organizações indígenas
que pudessem subsistir sob as lideranças dos seus próprios chefes indígenas. Daí por que o maior inimigo
do missionário sempre foi o pajé, pois este mantinha a coesão entre indígenas em nome da religião antiga.”
(HOORNAERT, 1974, p.56-5).
Considerações finais
As questões até aqui apresentadas para este debate, decorrem da reflexão
teórica sobre esses estudos. O que se propôs foi pensar os limites do instrumento
de pesquisa utilizado, diante da necessidade de compreensão dos campos de
convergência entre patrimônio, religião e religiosidade.
As permanências são inspiradoras de que é possível refletir acerca do
patrimônio cultural e as práticas religiosas. Em função do espaço aberto por esse
evento acadêmico, o qual permite que sejam apresentadas perguntas que suscitem
discussões e novos caminhos, opta-se por retornar a questão inicial deste paper:
o que conferiria sentido de patrimônio a um bem religioso? Os resultados desta
pesquisa não trazem respostas conclusivas, mas indicam caminhos.
3
Cf. o Relatório III de pesquisa da Rede de Cooperação Identidades Culturais- Ribeirão Preto –SP. Nele
é possível observar o detalhamento dos dados.
REFERÊNCIAS:
ALGRANTI, L. M. Famílias e Vida Doméstica. In: SOUZA, Laura de Mello e (org.)
História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997,
p.111-112.
ALTOÉ, V. O Altar e o Trono - Um Mapeamento das Idéias Políticas e dos Conflitos
Igreja/Estado no Brasil (1840-1889). (414 folhas). Tese (Doutorado em História
Social) –Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1993.
AZZI, R. A Cristandade Colonial. Mito e Ideologia. Petrópolis, Vozes, 1987.
1
Referem-se, segundo Certeau (2008, p. 38), aos “[...] usuários, dos quais se esconde, sob o pudico
nome de consumidores, o estatuto de dominados (o que não quer dizer passivos ou dóceis) [...]”.
REFERÊNCIAS:
RESUMO: Este artigo objetiva fazer uma análise dos efeitos da modernidade no
município de Jardinópolis (SP) no início do século XX, especificamente, nas
transformações urbanas acarretadas por sua chegada. Para tal intento, fizemos
uso de fontes cartográficas, documentais e iconográficas.
∗
Graduada em História – Licenciatura Plena pelo Centro Universitário Barão de Mauá.
∗∗
Professor Assistente Doutor junto ao Departamento de Educação do Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas (IBILCE/UNESP) de São José do Rio Preto-SP e do Centro Universitário Barão de
Mauá/Ribeirão Preto. humberto@ibice.unesp.br
ABSTRACT: This short article aims to analyze the persistence of a certain version
of the story of Ribeirão Preto, according to which there is a close relationship
between the emergence of the city linked to the cultivation of coffee. To do so,
compare the words of Monteiro Lobato (in 1907) to more recent ones, as we will
see that their own political ends contributing to the perpetuation of such a version.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BALLAROTTI, C. R. Antíteses, vol. 2, n. 3, jan.-jun. de 2009, pp. 201-225
CERTEAU, M. Operação Histórica. In__ A escrita da história. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1993.
CIONE, R. História de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: IMAG, 1987, 400p.
DOMINGUES, V. P. Especificando a validade do estudo sobre memorialistas através
do uso da teoria da consciência histórica. Anais do XXVI Simpósio Nacional
de História – ANPUH. São Paulo, julho de 2011, p. 01-15.
SILVA, A; ROSA, L.; CASTRO M. C; et al. Filhos do Café – Ribeirão Preto da terra
roxa – tradicional em ser moderna/ Curadoria Histórica do Museu do Café. Ribei-
rão Preto: Fundação Instituto do Livro, 2010, 98p. (ISBN: 978-85-62852-3)
LAGES, J. A. Ribeirão Preto: da Figueira à Barra do Retiro- povoamento da
região por entrantes mineiros na primeira metade do século XIX. São Paulo: Nelpa,
2010. 308p.
LAGES, J.A.C. Fundadores: a saga de Manoel Fernandes do Nascimento. Coleção
Nossa História, n.6. Ribeirão Preto: Fundação Instituto do Livro, 2012, 94p.
LOBATO, J. B. R. M. A barca de Gleyre. 1º Tomo. São Paulo: Editora Brasiliense,
1950.
LOPES, L. S. Ribeirão Preto: a dinâmica da economia cafeeira de 1870 a 1930.
Coleção Nossa História, nº 1. Ribeirão Preto: Fundação Instituto do Livro, 2011.
112p.
1 – Introdução
Este artigo apresenta os resultados acerca de estudos que foram realizados
na unidade litoestratigráfica (Mendes, 1996) Formação Utiariti, em ocorrências
detectadas em terrenos da Fazenda Piúva na porção central do Estado de Mato
Grosso, e mais precisamente no município de Lucas do Rio Verde, numa área
delimitada entre as coordenadas geográficas de latitudes 12° 40’ e 13° 45’ Sul e
∗
Universidade Federal de Mato Grosso. Departamento de Geografia/Programa de Pós-Graduação em
Geografia. Av. Fernando Correa da Costa 2367. Cidade Universitária, Boa Esperança. 78.060-900.
Cuiabá, MT. dbrosa@terra.com.br.
∗∗
Université Rennes 2. Laboratoire COSTEL. 6, Av. Gaston Berger, Bloc N. 35000 Rennes, Cedex –
France. Bolsista de Doutorado Pleno da CAPES. lucelmamt@yahoo.com.br
***
Universidade Federal de São João del Rei. Campus Tancredo Neves (CTAN). Departamento de
Geociências. Avenida Visconde do Rio Preto, s/n (km 2). Colônia do Bengo. 36301-360 - São João del
Rei, MG. rochageo@ufsj.edu.br
3 – Metodologia Utilizada
Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho
compreenderam inicialmente, uma compilação bibliográfica, assim como a
confecção de mapas índices para acompanhamento dos trabalhos de campo.
Depois foi realizada uma observação dos aspectos físico-bióticos para a
caracterização da cobertura vegetal regional a partir da teledetecção em fotografias
aéreas verticais pancromáticas obtidas pelo AST-10/USAF (United States Air Force)
em 1965/67 na escala 1: 60.000.
Estas fotografias foram comparadas com as imagens do satélite
LANDSAT/TM-7, bandas 3, 4 e 5, obtidas em 2004, e com as mais recentes datadas
de 02/08/2005 e 14, 20, e 23/01/2006. Porém, com a desativação do satélite
LANDSAT/TM–7, as imagens utilizadas nesta etapa foram aquelas dos Satélites
CBERS 1 e CBERS 2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), nas bandas
2, 3, 4 e 5 (red/green/ash and blue), órbita/ponto 166/115, datadas de 21/07/2006,
fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.
Nesta etapa de trabalhos foram realizados também, estudos nas cartas
temáticas publicadas pelo Projeto RADAMBRASIL, Folhas SD.21/Cuiabá, na escala
1:1000.000 de Geologia de Barros et al. (1982), Geomorfologia de Ross e Santos
(1982), Vegetação de Amaral et al. (1982), Pedologia e Levantamento Exploratório
dos Solos de Oliveira et al. (1982) e Uso Intensivo da Terra de Roessing et al.
(1982), e por Bittencourt Rosa et al. (2002 a), CPRM (2004) e Bittencourt Rosa
(2005, 2009). O mapa base utilizado para definição das toponímias foi o Mapa
Rodoviário editado em 2009 pela SINFRA - Secretaria de Infraestrutura do Estado
de Mato Grosso.
5 – Resultados Alcançados
Quadro Geográfico-Geológico – O clima predominante regionalmente,
não é uniforme, sendo possível identificarmos um clima tropical quente a estações
contrastadas, ou seja, o de número 2 (dois), segundo a classificação de Durand-
Dastès (1968), para as grandes linhas do clima, modificada por Estienne e Godard
(1970), e apresentada por Tardy (1986). Então podemos caracterizar duas estações
distintas, uma seca que vai de abril a setembro e a outra chuvosa que ocorre de
outubro a março. A pluviosidade média anual é de 1700 mm.
Nesta variação sazonal as temperaturas oscilam entre 32° a 40° na
estação seca e varia de 28° a 34° na estação das grandes precipitações
pluviométricas.
Do ponto de vista geológico a bacia em questão está constituída por uma
sequência de rochas que evidenciam episódios deposicionais que tiveram lugar
desde o Cretáceo Superior até os dias atuais. Este conjunto está representado por
rochas pertencentes à Formação Utiariti (Grupo Parecis – Cretáceo Superior),
Coberturas Detrito-Lateríticas do Terciário e Aluviões Recentes (Figura 2) (BARROS
et al, 1982, BITTENCOURT ROSA et al. 2002 a e CPRM, 2004).
A Formação Utiariti é a unidade que constitui o topo do Grupo Parecis.
Foi reconhecida inicialmente por Barros et al. (1982) e posteriormente reestudada
por Weska (2006). Está litologicamente constituída por conglomerados basais
cíclicos, oligomíticos, com seixos e raros matacões de arenitos e quartzo, com
matriz arenosa e cimento silicoso. Arenitos conglomeráticos, arenitos e siltitos
argilosos, silcretes, e leitos opalizados predominam da porção intermediária até o
topo e, por vezes, intercalados por lentes de microconglomerados. A espessura
média deste pacote é de 100 metros.
6 – Considerações Finais
A coletânea de dados expressa nesta descrição, embora não seja
constituída por todos aqueles que poderiam ser citados, nos permite a visualização
de uma forma eficaz e concreta, dos problemas encontrados em campo na bacia
do rio do Cedro, com relação ao tema abordado.
Mais uma vez podemos assimilar a importância geográfica dos aspectos
geográficos na descrição da caracterização de uma bacia, tal qual seja a sua
superfície.
Uma descrição da litologia de uma determinada área é um dos temas
atuais que mais se centralizam em resultados positivos, principalmente quando
ele é novo na literatura geocientífica. Desta forma foi estabelecida a divisão em
fácies da Formação Utiariti, dentro do enfoque deste trabalho.
O rio do Cedro estabelece uma relação visível com as cidades de Lucas
do Rio Verde e Tapurah e suas vizinhanças, drenadas que são pelo mesmo e seus
tributários. As crostas silcréticas e os níveis de opalas associados, predominantes
na sua rede de drenagem, se constituem numa fonte da busca para materiais de
construção, isto erradamente, entretanto elas podem ser utilizadas para outros
benefícios, principalmente na indústria, e na joalheria, e desta forma a qualidade
das mesmas terão que ser reconhecidas, doravante.
DIALOGUS, Ribeirão Preto v.9 n.1 n.2 2013. 211
BITTENCOURT ROSA, D.; NASCIMENTO, L. A.; ROCHA, L. C. The characteristics
of the silcretes associated to the commons opals in the Cedro river hydrographical
basin – Lucas do Rio Verde Municipality – State of Mato Grosso – Brazil. DIALOGUS.
Ribeirão Preto, v.X, n.X, 20XX, p. 201-215.
ABSTRACT: This work contain data resulting of studies realized about the silcretes
and opals associated which occur in the Cedro river hydrographical basin to limit
oneself at the Lucas do Rio Verde municipality situated in the central part of the
Mato Grosso State. Regionally were identified out crops of the lithostratigraphic
unity Utiariti Formation belonging to the Parecis Group, of age related to Upper
Cretaceous, beyond of Detritical-Lateritical Covering of Tertiary and Alluvium
Recent. This sequence itself constitute of silicified fond horizontal hard crusts,
which conduct to the formation of relief type mesas, where the summit are constituted
by flagstones of silcretes and opals levels intercalated. The Cedro River drains this
area in the geomorphologic unit known as Parecis Plateau.
KEYWORDS: Lucas do Rio Verde, Cedro river, Utiariti Formation, silcretes, opals.
REFERÊNCIAS:
AMARAL, D. L.; FONZAR, B. C. e OLIVEIRA FILHO, L. C. de. Vegetação. As Regiões
Fitoecológicas, sua Natureza e seus Recursos Econômicos. Folha SD.21/
Cuiabá. BRASIL/Ministério de Minas e Energia. Secretaria Geral, Projeto
RADAMBRASIL, (Levantamento dos Recursos Naturais, 26), p. 401 – 452. 1982.
Rio de Janeiro.
ARBEY, F. Les formes de la silice et l’identification des évaporites dans les
formations silicifiées (Silica forms and evaporite identification in cherts). Bull. du
Centre de Recherche et d’Exploration, Production Elf-Aquitaine, 4 (1): 309 – 365,
1980. Pau, France.
BARNES, L. C.; TOWNSEND, J. J.; ROBERTSON, R. S. and SCOTT, D. C. 1992.
OPAL South Australia’s Gemstone. South Australia Department of Mines and
Energy, n. 80, 103 p.
BARROS, A. M.; SILVA, R. H. da.; CARDOSO, O. R. F. A.; FREIRE, F.A.; SOUZA
JUNIOR, J. J. de.; RIVETTI, M.; LUZ, D. S. da.; PALMEIRA, R. C. de B. e TASSINARI,
C. C. G. Geologia, Folha SD.21/Cuiabá. BRASIL/Ministério de Minas e Energia.
Secretaria Geral, Projeto RADAMBRASIL, (Levantamento dos Recursos Naturais,
INTRODUÇÃO
Este artigo resultou da pesquisa durante o curso de pós-graduação História
Cultura e Sociedade, cujo objetivo foi identificar elementos característicos e realizar
apontamentos sobre beleza e higiene na Primeira República entre 1917 e 1918, a
partir da coluna A “Arte de ser Bella”, publicada no almanaque “EU SEI TUDO”.
Marcadamente de cunho científico, constatação feita não apenas pela
nossa pesquisa, mas também com a ajuda da bibliografia e estudos já realizados
sobre a revista, percebemos que, na verdade, muitas das publicações realizadas
nas duas primeiras décadas do século XX, continham este mesmo discurso. A
medicina, o sanitarismo, as inovações tecnológicas, a moda, que começavam a
adentrar na vida das pessoas de maneira irreversível. Devemos ressaltar que, a
absorção destes elementos primeiramente se deu pela elite, assim paulatinamente
os “novos hábitos” chegaram à população como um todo.
A escolha da revista se faz na medida em que, acreditamos que “Eu sei
tudo”, e também as outras publicações do gênero, tem importante papel na
circulação de ideias, “a imprensa registra, comenta e participa da história. Através
dela se trava uma constante batalha pela conquista dos corações e mentes”
(FERNANDES, et. al, apud ARAUJO 2002).
∗
Graduada em História pela Universidade Estadual de Londrina ; Especialização em História Cultura e
Sociedade pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail
greize_dainese@yahoo.com.br. Orientadora Prof. Dra. Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa.
LIMA, Greize Dainese. The “art of being bella”: notes on beauty and hygiene in the
first republic (1917-1918). DIALOGUS. Ribeirão Preto, v x, n x, 2014, p xx.
REFERÊNCIAS:
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Tudo construíram uma guerra. Dissertação de mestrado. Unicamp, 2011.
CARVALHO, José Murilo. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que
não foi. São Paulo, Cia das Letras, 2004.
CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no
Rio de Janeiro da belle époque. Campinas, Unicamp, 2008.
arte educação, p. 87
autocompreensão da Igreja; p. 53
Beleza; p. 217
Brinquedoteca; p. 69
Constituição Federal; p. 11
café; p. 189
Catolicismo; p. 53
Cidade e Urbanismo; p. 175
Consciência histórica; p. 157
Coronelismo; p.157
currículo, p. 87
deficiência múltipla. p. 69
Deus; p. 11
dialética, p. 123
Ensino de história; p. 157
Ensino fundamental; p. 157
Era Vargas; p. 29
Estado; p.11; p. 29; p. 53
formação docente. p. 87
Formação Utiariti, p. 201
Higiene; p. 217
História Cultural; p. 41
História da Igreja; p. 11
História regional. p. 175
Hospital, p. 69
Igreja; p. 11 e p. 53
Igreja Católica; p. 29 e p. 41
INRC. p. 145
Jardinópolis (SP); p. 175
Lucas do Rio Verde, p. 201
Lúdico; p. 69
maiêutica, p. 123
memória; p. 189
Modernidade; p. 107 e p. 175
Monteiro Lobato; p. 189
art education, p. 87
Beauty; p. 217
Brazilian Federal Constitution; p. 11
Cardinal Leme, p. 29
Catholic Church, p.29 e p.41
catholic religion; p. 145
Catholicism; p. 53
Cedro river; p. 201
Cerebral Palsy; p. 69
Church; p. 11; p. 53
Church History; p. 11
City and urbanism; p. 175
coffee; p. 189
Comics; p. 41
Coronelismo; p. 157
Cultural Heritage; p. 145
Cultural History; p. 41
curriculum, p. 87
Day-to-day; p.157
dialectics; p. 123
First Republic; p. 217
God; p. 11
Historical consciousness; p. 157
Hygiene; p. 217
hospital; p. 69
INRC; (Artigo 9)p. 145
Jardinopolis (SP); p.175
Lucas do Rio Verde; p. 201
Maieutics; p. 123
memory; p. 189
micro-history; p. 107
Modernity. p. 107; p.175
Monteiro Lobato; p. 189
multiple disabilities; p. 69
Opals; p. 201
Estrutura do trabalho
Os trabalhos devem obedecer à seguinte sequência: Título; Autor(es - por extenso e apenas o
sobrenome em maiúsculo); Filiação científica do(s) autor(es) - indicar em nota de rodapé:
Universidade, Instituto ou Faculdade, Departamento, Cidade, Estado, País, orientação, agência
financiadora (bolsa e/ou auxílio à pesquisa); Email; Resumo (com máximo de sete linhas);
PALAVRAS-CHAVE (até cinco); Texto (subtítulos, notas de rodapé e outras quebras devem ser
evitadas); Abstract e Keywords (versão para o inglês do resumo e das PALAVRAS-CHAVE
precedida pela referência bibliográfica do próprio artigo); Referências (trabalhos citados no
texto), com indicação de tradução (no caso de obras estrangeiras) e número da edição.
• Título: centralizado, letras em maiúsculo, negrito e fonte 12.
• Subtítulos: sem adentramento, apenas a primeira letras do subtítulo deve ser maiúscula e fonte
12.
• Nome(s) do(s) autor(es): nome completo na ordem direta, na segunda linha abaixo do título,
alinhado à direita. Letras maiúsculas apenas para as iniciais e para o sobrenome principal.
Fonte 12.
• Resumo: a palavra RESUMO em maiúsculas, em negrito, seguida de dois pontos, na terceira
linha abaixo do nome do autor, sem adentramento. Na mesma linha iniciar o texto de resumo.
• PALAVRAS-CHAVE: a expressão PALAVRAS-CHAVE em maiúsculas, em negrito, seguida
de dois pontos, na segunda linha abaixo do resumo e uma linha cima do início do texto.
Sepa-rar os PALAVRAS-CHAVE por ponto e vírgula.
-Referência bibliográfica completa do próprio trabalho em inglês, conforme o exemplo:
Dissertações e teses
BITENCOURT, C. M. F. Pátria, Civilização e Trabalho. O ensino nas escolas paulista (1917-
1939). São Paulo, 1988. Dissertação (mestrado em História) - FFLCH, USP.
Artigos e periódicos
ARAUJO, V.G. de. A crítica musical paulista no século XIX: Ulrico Zwingli. ARTEunesp (São
Paulo), v.7, p.59-63, 1991.
Trabalho de congresso ou similar (publicado)
MARIN, A. J. Educação continuada: sair do informalismo? In: CONGRESSO ESTADUAL
PAU-LISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 1, 1990. Anais... São Paulo: UNESP,
1990, p.114-118.
Citação no texto: O autor deve ser citado entre parênteses pelo sobrenome, separado por
vír-gula da data de publicação: (BECHARA, 2001), por exemplo. Se o nome do autor estiver
citado no texto, indica-se apenas a data entre parênteses: “Bechara (2001) assinala ...”. Quando
for necessário especificar página(s), esta(s) deve(m) seguir a data, separada(s) por vírgula e
precedida(s) de p. (MUNFORD, 1949, p.513). As citações de diversas obras de um mesmo
autor, publicadas no mesmo ano, devem ser discriminadas por letras minúsculas após a data,
sem espacejamento (PESIDE, 1927a) (PESIDE, 1927b). Quando a obra tiver dois autores,
ambos são indicados, ligados por & (OLIVEIRA & LEONARDO, 1943) e quando tiver três ou
mais, indica-se o primeiro seguido de et. al. (GILLE et. al., 1960).
Notas - Devem ser reduzidas ao mínimo e colocadas no pé da página. As remissões para o
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Coordenação
Profª Esp. Cláudia Helena Araújo Baldo
Prof. Me. Cícero Barbosa do Nascimento
Profª Me. Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa
Prof. Me. Rafael Cardoso de Mello
Diagramação
Prof. Me. Rafael Cardoso de Mello
Alberto Giurlani
Assessoria Discente
Larissa Carolina Aguiar Leme
Vanessa Cristina Silva Souza
SOBRE O VOLUME
Mancha: 9,6 X 17,7
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Matriz: offset
Tiragem: 450 exemplares
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CEP 14090-190
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