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Universidade Federal de Goiás

Faculdade de Odontologia

Disciplina de Bioquímica II

Composição Química do Dente

Estudante: Victor Hugo Rocha Lima

2° Período Turma: B

Matrícula: 105878

Professor: Dr. Sinji B. F. Tauhata

Goiânia, 14 de dezembro de 2010.


1. INTRODUÇÃO

O trabalho em estudo será empregado como avaliação da disciplina de


Bioquímica II dirigida pelo Professor Doutor Sinji Tauhata na Universidade Federal de
Goiás e tem como propósito descrever a composição química do dente.
O corpo do trabalho é composto por: Introdução, Composição Química do Dente
e Conclusão, e com base no objetivo da disciplina de capacitar o discente de reconhecer
e discutir a aplicação dos principais conceitos de Bioquímica e sua utilização na
Odontologia a partir de uma analogia multidisciplinar, por exemplo, da disciplina de
Anatomia e Escultura Dental e Histologia e Embriologia Oral, este trabalho abordará a
partir destas diretrizes o tema da constituição química do dente e suas respectivas
principais estruturas, como: câmara pulpar, dentina e esmalte na relevância
odontológica.

Figura 1: Constituição de um dente


humano saudável.

http://www.nucleoodonto.com.br/userfiles/image/dente1.jpg

Os dentes são órgãos que apresentam


na sua constituição tecidual um alto teor mineral, com grande porcentagem de sais
inorgânicos, o que os tornam estruturas bastante rígidas e muito resistentes. Possuem
coloração branco-amarelada e estão implantados na margem alveolar dos ossos da
maxila e da mandíbula, em cavidades ósseas denominadas de alvéolos.
A fixação da raiz dental no osso alveolar é mediada por fibras colágenas que
constituem o ligamento periodontal, esta união caracteriza uma articulação ou juntura
do tipo fibrosa, denominada de gonfose. Está inserido num sistema mais complexo, o
sistema estomatognático, constituído por ossos da face e do crânio, músculos da
mastigação e expressão facial, articulação temporomandibular, glândulas salivares e
outros.
A mastigação constitui uma das funções primordiais dos dentes, além da
estética, fonação, proteção e sustentação dos tecidos moles, por exemplo, a gengiva,
ligamento periodontal e osso alveolar.

2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO DENTE

A formação da cavidade bucal acontece na quarta semana de vida embrionária,


quando surgem cinco saliências que a delimitam, denominada de primitiva. A formação
dos dentes ocorre pela constituição da matriz orgânica, composta por
glicosaminoglicanos (GAGs) e pela atividade dos osteoblastos, os responsáveis pela
elaboração do colágeno. Através da deposição de sais minerais sobre os eixos das fibras
colágenas em forma de cristais hexagonais, sendo basicamente hidroxiapatita, ocorre o
desenvolvimento dentário.

Os dentes possuem vários minerais como o Magnésio, Fósforo, Cálcio, Potássio,


Sódio, Estrôncio, Estanho e Lítio. O Zinco e o Cobre estão distribuídos de maneira
uniforme na região externa e interna do esmalte e o Flúor tem como função a prevenção
da cárie dentária ao fornecer íons para a placa bacteriana. O Chumbo, Ferro, Cloro,
Boro, Alumínio, Níquel, Bário, Silício, Vanádio, Bromo, Prata e Urânio atuam como
fatores de impregnação.
O Cálcio e o Fósforo estão envolvidos na formação dos dentes devido a sua
deposição sobre a matriz orgânica, a escassez – hipomineralização – ou ausência destes
minerais leva a hipoplasia, ou seja, afeta a mineralização do esmalte, gerando dentes
com imperfeições, pouca resistência às forças mastigatórias, manchas brancas ou
amarelas e tendência à cárie.
O esquema abaixo representa o processo de mineralização dentária (breve
explicação; amelogênese: os ameloblastos secretam esmalte; dentinogênese: os
odontoblastos secretam dentina):

Victor Hugo.

A unidade básica do esmalte é


chamada de prisma. Medindo
de 4 μm - 8 μm de diâmetro,
um prisma de esmalte é um
pequeno agrupamento
compacto de hidroxiapatita.

Na fase de Odontogênese, as fibras de colágeno são produzidas e secretadas


pelos ameloblastos e odontoblastos que irão promover a concentração de Ca+2 e PO4 -2

para que ocorra a precipitação na forma de fosfato tricálcico Ca 3(PO4)2. Para haver uma
precipitação espontânea dos minerais em forma de cristais, as células formarão
vesículas com a concentração de Ca+2 e PO43- e irão descarregar o conteúdo mineral
sobre o colágeno, formando os cristais insolúveis na forma de hidroxiapatita - fosfato de
cálcio cristalino (Ca10(PO4)6(OH)2 - que é responsável pela forma do dente.

Esmalte:
O esmalte dentário é o revestimento exterior da coroa com uma camada externa
de 2 mm de espessura, que varia ao longo da superfície, constituída por uma porção
mineral de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] que corresponde a 96%, sendo esta 36%
cálcio e 17% fósforo; e os 4% restantes de proteínas e água.
É um tecido translúcido, por isso, deixa transparecer a cor ligeiramente mais
escura da dentina ou qualquer material abaixo do esmalte dentário. Ao contrário da
dentina e do tecido ósseo, o esmalte não contém colágeno em sua composição e as
proteínas que integram a estrutura do tecido são: enamelina e amelogenina.
O esmalte dentário pode ser dividido em:

Os ameloblastos são diferenciados momentos antes da erupção dentária na


cavidade oral, consequentemente, o esmalte, ao contrário de muitos outros tecidos do
organismo, não tem qualquer capacidade própria de regeneração.
Composição Química – Elementos Secundários do Esmalte

Maior [ ] na Superfície F, Pb, Zn, Fe e Sb

Menor [ ] na Superfície Na, Mg e CO3

Distribuição uniforme Sr, Cu, Al e K

Dentina:
A dentina é um tecido conjuntivo mineralizado, coberto por esmalte ou cemento,
avascular e acelular, contém 70% de sais, sendo esta, 27% de cálcio,13% fósforo e 0,01
% magnésio; com sua parte interna mais pobre em cálcio que a externa. Possui também
água (13%) e substâncias orgânicas, como colágeno (17%) do tipo I, III e V, ácido
condroitino-sulfúrico, resíduo proteico insolúvel, ácido cítrico (menos de 1%),
colesterol e lipídios.
É a porção principal do dente, duro como o osso, porém permeável devido aos
microtúbulos que alojam os prolongamentos odontoblásticos. Assim, substâncias podem
penetrar através dos canalículos e facilmente atingir a polpa, por exemplo, a cárie.
Aproximadamente 30% da dentina é material orgânico composto de colágeno mais
substância fundamental amorfa (ex.: proteoglicanos e glicosaminoglicanos). Os demais
70% são inorgânicos, composta por hidroxiapatita, ferro, cobre, zinco e flúor.
Polpa:
A polpa dentária é a estrutura interna do dente, formada por tecido conjuntivo
frouxo bastante vascularizado e inervado. Junto com a dentina, forma-se uma estrutura
integrada denominada complexo dentino-pulpar, de origem embriológica no
mesoderma. Portanto, é um tecido mesenquimal formadora de dentina e possui a função
de nutrição, sensorial (possui fibras sensitivas que dão sensibilidade à polpa e à dentina
através dos prolongamentos dos odontoblastos) e protetora.

3. CONCLUSÃO
O conhecimento da composição química dos dentes para o cirurgião-dentista se
mostra relevante para a compreensão do desenvolvimento dos microrganismos
cariogênicos, do processo desmineralização-remineralização, dos mecanismos de ação
do flúor, para a indicação dos dentifrícios mais eficazes e a sua utilização como
tratamento restaurador da cárie dentária.
O esmalte dentário é o tecido mais calcificado do corpo humano devido ao seu
elevado conteúdo de sais minerais e ao seu arranjo cristalino. Os cristais, apesar do seu
reduzido tamanho, conseguem formar uma estrutura rígida que é capaz de suportar a
tensão ocluso - mastigatória.
Esses cristais são constituídos basicamente de hidroxiapatita através da
deposição dos sais minerais encontrados em elevada porcentagem tanto na dentina
quanto no esmalte, tornando-os minerais fundamentais na composição química dos
dentes.
A tabela abaixo especifica a composição orgânica, inorgânica e quantidade de
água do cemento, da dentina e do esmalte:

A tabela 16.1 revela a constituição do Esmalte mineralizado (observar Enamel –


Mature, tecido mais mineralizado do organismo), Osso (Bone) e Dentina (Dentine), com
uma pequena diferença de valores da tabela anterior:
Além dos principais componentes orgânicos do esmalte (amelogeninas e
enamelinas) e da dentina (fibras de colágeno) e o principal componente inorgânico do
esmalte e da dentina, a hidroxiapatita – ou fosfato de cálcio –.
A tabela 16.2 mostra os constituintes inorgânicos (exceto água) do esmalte
mineralizado determinados pela microradiografia de Raios-X e pelo método de difração
de elétrons; e seu peso percentual, respectivamente, do Cálcio, Fósforo, Dióxido de
Carbono, Sódio, Magnésio, Cloro, Potássio, e em partes por milhão do Flúor, Ferro,
Zinco, Estrôncio, Cobre, Manganês, Prata.
A tabela 16.4 mostra os componentes orgânicos da dentina, como o Colágeno,
Ácido Cítrico, Lipídios, Sialoproteínas, Peptídeos, H2O, etc:
A tabela 16.5 mostra os constituintes inorgânicos da dentina, como Cálcio,
Fósforo, CO2, Sódio, Magnésio, Cloro, Potássio e outros. Ambas as tabelas também
revelam o peso percentual de cada elemento na dentina.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALLEGARI, Paulo & PONCIANO, Rachel Monticelli. Importância dos


minerais na odontogênese. Unincor- Univ. Vale do Rio Verde de Três Corações.
Janeiro, 2002.
KATCHBURIAN, E & ARANA, V. Histologia e Embriologia Oral|Texto - Atlas
– Correlações Clínicas. Editora Guanabara Koogan.
MOORE, K. L.;PERSAUD,T.V.N.. Embriologia Clínica. Editora Elsevier.
NANCI, A. Ten Cate. Histologia Oral Desenvolvimento Estrutura e Função.
Editora Elsevier.
THYLTRUP, A & LEACH, A.Dentin and dentin reactions in the oral cavity.
Oxford: IRL Press, 1987. Pag. 27-31.
WILLIAMS, Ralph Antony David & ELLIOT, James Cornelis. Basic and
applied dental biochemistry. 2ª ed. Pag. 344.

http://wapedia.mobi/pt/Dentina
http://www.foar.unesp.br/Atlas/Res_Dentina_e_Polpa.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esmalte_dentario

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