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O Planejamento e A Gestão Das Cidades Numa Perspectiva Autonomista PDF
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1 Uma boa discussão desses dois enfoques - algumas vezes confundidos inadvertidamente -
J Ver,de Jane Jacobs, o clássico The Deatb and Life 01 Great American Cities (J ACOBS, 1972).
4 Bons exemplos desse enfoque são STREN et ai. (orgs.) (1992), WHITE (1994) e
SATTERTHWAITE (1997).
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mesmo sociedades tribais e grupos de caçadores e coletores "planejam" sua vida e suas
atividades). Como bem exprimiu Carlos Matus: "{s]e planejar é sinônimo de conduzir cons-
cientemente, não existirá então alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos
da circunstância. Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-
lo seja ele qual for." (MATUS, 1996, tomo I, p, 14) Além disso, o próprio Estado capitalista,
não sendo um mero "comitê executivo da burguesia", mas sim uma "condensação de uma relação
de forças entre classes e frações de classe" (POULANTZAS, 1985:147), como admitiram
marxistas mais sofisticados, pode ser redirecionado para servir de plataforma para alguns
avanços sociais e polftico-pedagógicos.
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mesmo sociedades tribais e grupos de caçadores e coletores "planejam" sua vida e suas
atividades). Como bem exprimiu Carlos Matus: "[sle planejar é sinônimo de conduzir cons-
cientemente, não existirá então alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos
da circunstância. Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-
lo seja ele qual for." (MATUS, 1996, tomo I, p. 14) Além disso, o próprio Estado capitalista,
não sendo um mero "comitê executivo da burguesia", mas sim uma "condensação de uma relação
de forças entre classes e frações de classe" (POULANTZAS, 1985:147), como admitiram
marxistas mais sofisticados, pode ser redirecionado para servir de plataforma para alguns
avanços sociais e político-pedagógicos.
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da justice as faimess de RAWLS (l972) carece de imunização apropriada contra certas facetas
da heteronomia estrutural, como divisões de classe em uma sociedade capitalista. Como outros
autores (por exemplo, DANIELS [1975]) já evidenciaram, a teoria de Rawls justifica determi-
nadas desigualdades econômicas e pressupõe uma subestimação da extensão em que essas
desigualdades minam ou impedem o exercício da liberdade.
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11 O projeto de lei do Plano Diretor do município de São Paulo, preparado durante a gestão
central na obra filosófica de Castoriadis. Ele não admite nem ser reduzido ao conceito marxista
de ideologia ("falsa consciência") nem propriamente ser empregado como sinônimo do amplo
conceito antropológico de cultura; tampouco podem as significações imaginárias sociais ser
vistas como representando meramente "imaginação" (no sentido de irrealidade). Significações
imaginárias sociais são muito reais em sua efetividade; elas correspondem aos valores societais
nucleares (crenças, mitos, visões de mundo ...) que fornecem um "sentido" para o mundo de
cada sociedade particular e modelam a psiquê dos indivíduos (vide CASTORIADIS, 1975).
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tada ele se deixou inspirar tanto pela herança grega clássica no que conceme
à democracia direta quanto pela experiência do movimento operário, notada-
mente a experiência dos conselhos operários e o debate em tomo da auto gestão
da produção pelos trabalhadores, a propósito do que autores anarquistas e
mesmo um "comunista conselhista" como PANNEKOEK (1975) já haviam
dado uma relevante contribuição anteriormente. O grande mérito de Castoriadis
foi o de ter sustentado, com uma coerência ímpar, duas frentes de batalha
simultaneamente: ao mesmo tempo em que apontou, com uma acuidade muito
superior à dos teóricos do empowerment da sociedade civil e da maior demo-
cratização do sistema político sob o capitalismo (como FRIEDMANN [1992]
e HELD [1996]), os limites estruturais da moderna democracia representativa,
refutou o marxismo teoricamente e denunciou-o politicamente como tendo se
convertido em uma nova ideologia a serviço da opressão de uma minoria sobre
uma maioria. Especificamente no que diz respeito à herança grega clássica,
decerto que Castoriadis reconhecia que à democracia antiga faltou o necessá-
rio componente universalista, ingrediente introduzido no Ocidente muitos sécu-
los mais tarde; ele não subestimava a escravidão e o status social inferior das
mulheres como sendo os calcanhares-de-aquiles da pális (CASTORIADIS~
1996a: 192-3). Não obstante essa restrição, a Grécia clássica assistiu não so-
mente ao "co-nascimento" da Filosofia (ou seja, o questionamento lúcido e
explícito da tradição) e da política (isto é, a deliberação explícita sobre, assim
como o lúcido esforço de modificação das leis, normas e instituições), mas,
sobre essa base mesma, igualmente ao nascimento da democracia e, mais
amplamente, da autonomia (CASTORIADIS, 1986b; ver, também, 1986ae 1996c).
A idéia de autonomia engloba dois sentidos inter-relacionados: autonomia
coletiva, ou o consciente e explícito autogovemo de uma sociedade dada,
o que depreende garantias político-institucionais, assim como uma possibilidade
material efetiva (o que inclui o acesso a informação suficiente e confiável) de
igualdade de chances de participação em processos decisórios relevantes no
que toca aos negócios da esfera pública; e autonomia individual, isto é, a
capacidade de indivíduos particulares de realizarem escolhas em liberdade, com
responsabilidade e com conhecimento de causa (o que, obviamente, depende
tanto de circunstâncias estritamente individuais e psicológicas quanto de fato-
res políticos e materiais). Mais que interdependentes, autonomia individual e
coletiva são, com efeito, os dois lados de uma mesma moeda. O inverso da
autonomia, a heteronomia, corresponde a uma situação onde as leis (latissimo
sensu) que regem a vida de uma coletividade são impostas a alguns, via de
regra a maioria, por outros, via de regra uma minoria, nos marcos de uma
assimetria estrutural de poder, de uma separação institucionaJizada entre diri-
gentes e dirigidos.
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Uma sociedade justa não é uma sociedade que adotou leis justas
para sempre. Uma sociedade justa é uma sociedade onde a questão da
justiça permanece constantemente aberta, ou seja, onde existe sempre a
possibilidade socialmente efetiva de interrogação sobre a lei e sobre o funda-
mento da lei. Eis aí uma outra maneira de dizer que ela está constantemente
no movimento de sua auto-instituição explícita. (CASTORIADIS, 1983:33; grifo
do próprio Castoriadis)
13 É lógico que isso não autoriza a concluir que os pesquisadores devem abrir mão de meditarem
sobre as condições e os fatores que influenciam a justiça social e a qualidade de vida na cidade.
Por exemplo, a reflexão do urbanista Kevin LYNCH (1994) sobre o que ele denominou as cinco
"dimensões de performance" do espaço urbano (vitality, sense, fit, access e control) é especi-
almente estimulante para um esforço de discussão daquilo que se está a chamar, aqui, de
parâmetros subordinados particulares.
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do com uma tutela política das elites sobre o restante da sociedade? Significam
"alimentar melhor o cavalo": os homens são "melhor tratados", "melhor ades-
trados" ou ainda "acariciados" no âmbito de relações heterônomas. Assim
encarados os indivíduos são, por conseguinte, "animalizados", ao serem trata-
dos à maneira de bichos de estimação ou animais de trabalho. Ou, para usar
uma analogia menos chocante: os indivíduos são infantilizados, conseqüência
natural de qualquer tutela.
Daí não ser razoável postular que haja um desenvolvimento sócio-espa-
cial pleno ou autêntico se o melhor desempenho de alguns parâmetros subor-
dinados particulares, notadamente os basicamente relativos à esfera privada.
não se faz acompanhar por melhorias do desempenho de outros parâmetros
subordinados particulares, diretamente dependentes do que se passa na esfera
pública (instituições garantidoras ou não de significativa justiça social). e, no
limite, por melhorias no desempenho do parâmetro subordinador. Daí. também,
ser importante o pesquisador manter o seu senso crítico, ao mesmo tempo em
que se recusa a subir, com arrogância, no pedestal dos experts, com o seu
"discurso competente"!": ele deve ser capaz e ter a coragem de alertar para
a ilusão e as armadilhas de melhorias em alguns parâmetros em detrimento de
outros, mesmo que isso o leve a ir contra a opinião corrente.
Um complemento imprescindível dessas ponderações é que a eficiência
econômica e os objetivos econômicos em geral não devem ser considerados
fins em si mesmos. A eficiência econômica é. para o autor deste trabalho,
meramente um meio a serviço do aumento da justiça social e da melhoria da
qualidade de vida - e somente no caso de realmente contribuir para esses fins
é que a eficiência econômica poderá ser, a partir de uma perspectiva autonomista.
considerada como moralmente aceitável. Isso contrasta vivamente com a ide-
ologia economicista do desenvolvimento capitalista, onde objetivos econômicos
como crescimento, modernização tecnológica e do espaço urbano e ganhos de
eficiência passam a ser perseguidos, ao frigir dos ovos, como fins em si
mesmos - o que se coaduna com a satisfação dos interesses econômicos e
não-econômicos dos grupos dominantes, mas não do restante da sociedade.
Não seria sensato tentar dar um passo tão maior que a perna neste
momento, buscando refletir sobre a natureza do planejamento e da gestão
urbanos em uma sociedade basicamente autônoma, se na arena de luta ime-
diata do autor e de seus 1eítores,um país capitalista semiperiférico, obstáculos
elementares e disparidades gritantes em matéria de heteronomia subsistem.
Além do mais, buscar respostas teóricas por antecipação para algo ainda tão
distante seria de um racionalismo desmedido, pois só a própria história, mais
exatamente, a atividade coletiva e transformadora da maioria dos homens e
mulheres, poderá (ou não) determinar a forma concreta que as instituições
assumiriam em uma tal sociedade. Observe-se que até mesmo as etapas in-
termediárias escapam à nossa capacidade de prognóstico: quanto mais se tenta
antecipar os próximos passos na direção de uma mudança sócio-espacial, mais
incerto e nebuloso fica o caminho e mais irrelevante tende a ser a resposta.
Só durante a própria marcha será possível vislumbrar os novos desafios que
irão surgir - as limitações das táticas adotadas e da própria estratégia - e as
maneiras de vencê-los. Se, como belamente disse o poeta, o caminhante faz
o próprio caminho ao caminhar, o que importa é ter clareza quanto aos obje-
tivos da empreitada e saber dar os passos iniciais; os passos seguintes depen-
derão dos anteriores, de tal modo que tentar planejar pormenorizadamente o
percurso seria um absurdo de fundo teleológico. As indicações que se seguem
visam, por conseguinte, a um público de pesquisadores engajados e militantes
de movimentos sociais que se vêem ou hão de se ver arrostados, inicialmente,
com o desafio de contribuir para que sejam dados os primeiros passos rumo
a uma superação da heteronomia, instaurando mecanismos e adotando medidas
que permitam a redução da segregação sócio-espacial, a coibição eficaz da
especulação imobiliária e que se vá além da pseudoparticipação.
Seja como for, seria de uma enorme incoerência pretender fornecer, ao
final de um trabalho comprometido com uma perspectiva autonomista, um
balizamento metodológico no estilo de um receituário, ou seja, um esquema
apriorístico de validade pretensamente universal, como se o método fosse in-
teiramente independente do objeto e como se uma reflexão teórica, e não o
debate sobre a realidade entre os próprios sujeitos sociais envolvidos, tivesse
a capacidade e a responsabilidade de orientar a intervenção sobre o real.
Destarte, o que se segue constitui, tão-somente, um conjunto de alertas e
recomendações.
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15 Paulo Freire, em seu Pedagogia do oprimido (FREIRE, 1986), defende o ato de educar nãc
apenas como fundado no diálogo e infenso a autoritarismos, onde o educador afasta-se daquik
que ele chama de concepção "bancária" da educação (na qual o professor "deposita" conteúdo:
na cabeça de seus alunos, que são assim reduzidos a um papel essencialmente passivo). )
importância dessa mensagem transcende de muito a esfera da "educação" em sentido restrito
sendo, com efeito, de um ponto de vista Iibertário, uma sabedoria de valor inestimável par:
qualquer processo de ação coletiva visando a uma mudança social positiva. De fato, parece qw
o alcance politico-filosôfico da obra de Paulo Freire, sintetizado na poderosíssima sentenç
"ninguém líberta ninguém, ninguém se liberta sozinho; os homens se libertam em comunhão"
está ainda para ser devidamente apreciado.
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o
enfoque preconizado pelo mainstream do "planejamento politizado"
brasileiro, de sua parte, rompe em larga medida com o viés tecnocrático desse
modelo, mas sem conseguir eliminá-lo inteiramente. Isto porque, na prática, não
se cogita de abraçar um projeto alternativo à "democracia" representativa (ou,
mais exatamente, oligarquia liberal) e ao capitalismo, mas sim de aumentar o
grau de transparência e controle popular da primeira e de diminuir o grau de
exclusão social inerente ao segundo. Eis os traços essenciais do modelo:
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16 Castoriadis já aludira a uma "face interna" e a uma "face externa" da autonomia, porém
reportando- se a outra escala. O interno, em seu texto, é o interno ao próprio indivíduo, tendo
a ver com a relação entre a instância reflexiva e as demais instâncias psíquicas, bem como com
a capacidade de autoconhecimento a partir do confronto reflexivo entre presente e passado na
trajetória biográfica individual. Quanto à face externa, ela diria respeito à relação do indivíduo
com os demais indivíduos (CASTORIADIS, 1990b:131·3). Ora, nada impede que os dois
sentidos do par interno/externo sejam utilizados, desde que se atente para o fato de que são
atinentes a duas escalas distintas: em um caso, o que está em questão é o interno ou externo
relativamente ao indivíduo, estando em jogo, pois, diretamente, a autonomia individuai; no outro
caso, interno e externo referem-se ao grupo ou sociedade, sendo, por conseguinte, uma discus-
são sobre a autonomia coletiva.
o Planejamento e a Gestão das Cidades em uma Perspectiva Autonomista 9S
Conclusão
(os quais são, muitas vezes, a ante-sala de uma guinada pseudorealista para o
conservadorismo e o cretinismo políticos).
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