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Eco pintura industrial Boletim técnico nº 5 rev.

b
11/12/2019 Pesquisa e Desenvolvimento.

Efeitos do estresse térmico na agropecuária.


Bovinos e bubalinos:
“A exposição a temperaturas elevadas e a radiação solar intensa influencia na fertilidade dos
bovinos. Todas as vezes em que a temperatura corpórea dos bovinos de corte ou de leite aumenta,
uma série de consequências negativas se desencadeia. Quando um animal sente desconforto
devido ao calor, ele passa a produzir uma quantidade maior de cortisol, hormônio diretamente
ligado ao estresse(...)”

“(...) Do ponto de vista reprodutivo, os altos índices termocorpóreos também trazem prejuízos ao
produtor. Quando a temperatura corpórea do touro se eleva, a temperatura interna dos testículos
também sobe. Isso faz com que a quantidade e a qualidade do sêmen reduzam. Na fêmea, o
processo é similar. Quando a temperatura interna da fêmea aumenta, os ovócitos produzidos são
de baixa qualidade, impedindo, muitas vezes, a fecundação.
Caso ocorra, o embrião exige condições favoráveis para seu desenvolvimento e a temperatura
ideal é uma delas. O feto é altamente sensível às oscilações térmicas e pode até morrer
precocemente, sem que os profissionais que acompanham a gestação percebam. Ainda assim, em
situações de estresse durante a fase gestacional, o feto pode sofrer defeitos congênitos, como má
formações morfológicas(...)”
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/14091299/calor-excessivo-prejudica-capacidade-reprodutiva-dos-bovinos

“(...) A temperatura ambiente é um dos importantes fatores ambientais que interferem na


reprodução (Lee et al., 1974). Estudos iniciais de Selye (1936) mostraram que o estresse é
acompanhado por um acréscimo na atividade do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA) e por
um decréscimo na função reprodutiva, mostrando haver uma possível relação com os hormônios
do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (HHG). Os hormônios relacionados ao estresse podem
influenciar a função sexual em três níveis do eixo HHG: no hipotálamo, por meio do CRH (hormônio
liberador de corticotrofina), onde este inibe a secreção de GnRH (hormônio liberador de
gonadotrofinas) e, consequentemente, na hipófise anterior, diminui a liberação de LH (hormônio
luteinizante) e de FSH (hormônio folículo estimulante), alterando nas gônadas o efeito
estimulatório das gonadotrofinas (Pereira, 2005) e, assim, prejudicando a reprodução animal., na
fertilização e na implantação (Rensis e Scaramuzzi, 2003) do embrião devido à não preparação do
útero e à formação de um corpo lúteo de má qualidade, podendo ainda levar a fêmea a uma
condição de anestro ou ninfomania (Grunert et al., 2005).(...)”

”(...) apresentaram maior chance de sucesso ao primeiro serviço do que fêmeas pluríparas, e vacas
cobertas no período de inverno apresentaram aproximadamente cinco vezes mais chances de
concepção ao primeiro serviço pós-parto do que vacas cobertas no verão. (...)”
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v36n1/pag18-24.pdf

“(...) O estresse térmico é um dos fatores de maior impacto econômico na eficiência do rebanho,
tendo efeitos negativos tanto na produção quanto na reprodução de vacas leiteiras. Segundo Pierre
et al. (2003), os efeitos negativos do estresse térmico chegam a representar US$ 900 milhões de
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dólares por ano no Estados Unidos. Na tentativa de diminuir a intensidade do impacto do estresse
térmico na produtividade dos rebanhos, sistemas de resfriamento.

(...)”
https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades-parceiros/o-efeito-do-estresse-termico-em-vacas-leiteiras-e-suas-implicacoes-nutricionais-
79926n.aspx

“(... )O Rebanho bovino e bubalino brasileiro situava-se em torno de 219 milhões de animais no
ano de 2017, com um aumento previsto de 1,8% no ano de 2018, segundo dados do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Planejamento. (... )”

http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa/documentos-febre-
aftosa/DadosderebanhobovinoebubalinodoBrasil_2017.pdf

“(...) Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apontam o Brasil como o
detentor do segundo maior efetivo de bovinos do mundo, sendo responsável por 22,2% do
rebanho mundial, atrás apenas da Índia. O País foi também o segundo maior produtor de carne
bovina, responsável por 15,4% da produção global. Os Estados Unidos (maior produtor mundial), o
Brasil e a União Europeia, juntos, representaram quase metade de toda a carne produzida no
mundo em 2016.
De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em 2016 as exportações de
carne bovina brasileira in natura somaram 1,08 milhão de toneladas com um valor de R$ 4,35
bilhões, representando queda de 0,1% em volume e 6,7% em faturamento. (...)”
https://www.beefpoint.com.br/ibge-rebanho-de-bovinos-tinha-21823-milhoes-de-cabecas-em-2016/

Logo, considerando o número de animais abatidos e a população bovina e bubalina brasileira


somadas, se os animeis não estiverem sujeitos a estresse térmico, poderemos planejar um
significativo aumento do crescimento deste rebanho e da disponibilidade de proteína para os
mercados interno e externo.
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Suínos:
“(...) A vocação do Brasil como produtor de alimentos também é notável na suinocultura.
Posicionada entre as cadeias produtivas mais avançadas do mundo, nossa cadeia agroindustrial
exportadora de suínos adota alta tecnologia e total controle de processos para produzir uma carne
com elevados padrões de qualidade.(...)“

“(...) Alimentados com rações formuladas à base de milho, farelo de soja, farinha de trigo, açúcar,
óleo de soja, vitaminas e minerais complementares – dentro de rígidos padrões de segurança e
qualidade - os suínos são criados sem qualquer adição de hormônios, com rastreabilidade da
produção e total controle veterinário na administração de insumos biológicos. A suinocultura
brasileira, no entanto, é muito mais que seus produtos. É uma gigantesca cadeia produtiva que
gera renda e desenvolvimento pelo interior do país.(...)” http://abpa-br.com.br/setores/suinocultura/resumo

“(...) Os suínos são animais homeotérmicos, pois mantêm sua temperatura interna constante, e
trocam calor com o ambiente. Entretanto, este processo só se mostra eficiente quando a
temperatura ambiente está dentro dos limites da termoneutralidade. Esta é representada por
uma faixa de temperatura em que os processos termorregulatórios são mínimos, com utilização
total de energia líquida para deposição de tecidos. Quando submetidos a um estresse térmico, os
suínos tendem a perder a eficiência de utilização da energia disponível à medida que acionam
mecanismos de termorregulação para redução do impacto do ambiente quente sobre seu
organismo. Para fêmea lactante a zona de conforto térmico corresponde entre 16°C e 22°C e para
suínos em crescimentode 16°C a 24°C. (...)

(...) O suíno não conta com a sudorese como mecanismo de proteção às altas temperaturas
utilizando-se, exclusivamente, da ofegação e de mudanças comportamentais(...)
”http://opresenterural.com.br/noticia/impacto-do-estresse-termico-na-producao-de-suinos/11284/

“(...) Nesta avaliação, o conforto térmico e a facilidade de movimentação foram reconhecidos como
os mais importantes aspectos ligados ao bem-estar dos suínos em fase de engorda, considerando
as ações on-farm (dentro da granja) experimentadas sob diferentes legislações e iniciativas
relevantes para o bem-estar animal na União Européia.
A temperatura é considerada a variável ambiental que mais afeta o bem-estar animal, sendo
ideal que estes estejam em conforto térmico para a otimização do desempenho, fato comumente
complexo na prática. A zona termoneutra do suíno varia com sua idade, tamanho, estado
nutricional e com as variáveis ambientais (...)

(...) estabeleceu como temperatura ideal para fase de crescimento (20-55 kg de peso vivo), 21ºC,
com limites desejados entre 16-27ºC, e na fase de terminação (55-110 kg de peso vivo), 18ºC, com
limites entre 10-24ºC (National Farm Animal Care Council, 2014).(...)”
http://www.uece.br/cienciaanimal/dmdocuments/palestra07_p76_92.pdf
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Ovinos e Caprinos:

“ Em regiões tropicais e subtropicais, uma elevada temperatura ambiente é o principal fator que
compromete a produtividade animal, este efeito é agravado quando estresse calórico ocorre em
ambientes com alta umidade. A exposição de ovinos às temperaturas elevadas resulta em
diminuição do peso corporal, do ganho de peso médio diário e taxa de crescimento corporal, e na
sua atividade reprodutiva. Os mecanismos envolvidos na dissipação desse calor em excesso são o
evaporativo onde a evaporação da água do trato respiratório e superfície da pele através da
respiração ofegante e transpiração, que permite a perda de calor através das propriedades
fisioquímicas da água. A despeito disto, a carência de água em regiões tropicais agrava ainda mais o
processo de estresse por calor. O estresse térmico induz a uma série de mudanças nas funções
biológicas, que incluem uma diminuição na eficiência de consumo de ração e utilização,
desequilíbrios hídrico, proteico, energético e mineral, além de alterações nas reações enzimáticas,
secreções hormonais e metabólitos do sangue. Estudos recentes indicam que o núcleo
supraquiasmático (SCN) regula o ritmo circadiano e sazonal da maioria das funções biológicas, em
particular as funções de reprodução e comportamento em mamíferos. O essencial na produção
ovina é desenvolver raças bem adaptadas às diferentes localidades para que possam expressar ao
máximo o seu potencial genético.(...)”
http://www.pubvet.com.br/artigo/2702/efeito-do-estresse-teacutermico-sobre-os-paracircmetros-fisioloacutegicos-e-
bioquiacutemicos-de-ovinos-criados-em-clima-tropical

...) O clima é um dos componentes ambientais que exerce efeito mais pronunciado sobre o bem-
estar animal e, por consequência, sobre a produção e produtividade. É considerado, portanto,
fator regulador ou mesmo limitador da exploração animal para fins econômicos (PEREIRA, 2005).
A produção animal nos trópicos, independente da espécie, é limitada principalmente pelo estresse
térmico (SOUZA et al., 2005). Com o advento do aquecimento global, têm se observado mudanças
climáticas drásticas, resultando em aumento da temperatura ambiente e diminuição das chuvas
em diferentes regiões do mundo, expondo cada vez mais espécies e raças de animais a uma
condição estressante. O estresse térmico, resultante de altas temperaturas ambientais associadas a
uma elevada umidade do ar, além de acarretar mudanças nas reações fisiológicas e
comportamentais dos animais (SILVA, et al., 2006; MEDEIROS et al., 2008), também desencadeia
redução na ingestão e eficiência alimentar (SILANIKOVE, 2000), no crescimento, na reprodução e
produção de leite (BRASIL et al., 2000), alterações hematológicas (ROBERTO et al., 2010), bem
como alteração aguda e crônica nas concentrações plasmáticas de cortisol e hormônios
tireoideanos (COELHO et al., 2008).(...)”
http://www.scielo.br/pdf/cr/2012nahead/a27212cr4719.pdf
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Aves e Ovos.
“(...) A avicultura brasileira encontra-se entre as três maiores do mundo, por possuir alto grau
tecnológico e produtividade, resultantes dos avanços nas áreas de manejo, melhoramento
genético, nutrição e sanidade. Tais avanços contribuíram de forma significativa para melhorias na
eficiência alimentar, aumento do peso ao abate e diminuição do tempo de crescimento e da idade
para o abate. No entanto, a seleção para produção não foi acompanhada de eficiência ou
melhoria no processo de termorregulação, o que tornou as aves altamente sensíveis às
temperaturas acima da termoneutra. Essa alta sensibilidade à temperatura quente na criação,
também é acompanhada de alta sensibilidade durante o período de incubação, de modo que altas
temperaturas podem causar prejuízos em ambos os períodos.

Na fase pós-eclosão, a temperatura ambiente é considerada o fator físico de maior efeito sobre o
desempenho de frangos de corte, influenciando o consumo de ração, o ganho de peso e a
conversão alimentar. Aves sob estresse térmico apresentam modificações metabólicas expressas
por alterações bioquímicas e hematológicas. Além disso, as aves submetidas ao estresse ambiental
geralmente têm sua função imune reduzida. (...)”
https://pt.engormix.com/avicultura/artigos/administracao-124/
https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/estresse-termico-e-seu-impacto-na-criacao-das-aves-um-breve-relato-por-
juliana/20170926-133753-d548

“(...)Extremos climáticos são um dos principais causadores de perdas produtivas no mundo,


exigindo estratégias de mitigação. O calor extremo é um dos principais promotores do estresse de
frangos de corte que enfrenta anualmente severos desafios com impactos relevantes em perdas
produtivas que podem ser mitigados de forma estratégica.(...)”
https://pt.engormix.com/avicultura/artigos/modelagem-previsao-mortalidade-frangos-t38298.htm
https://www.embrapa.br/qualidade-da-carne/carne-de-aves/producao-de-aves/melhoramento-genético

https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/estrategias-para-melhoria-da-qualidade-da-casca-do-ovo-por-juliana-
batista/20171107-131758-l553

“(...) O Brasil produziu em 2018, mais de 13,86 milhões de toneladas de carne de aves e quase 36
bilhões de ovos. Tanto a carne em diversos cortes diferentes, quanto os ovos tem uma excelente
reputação no mercado internacional, por apresentarem excelente qualidade e confiabilidade nos
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cuidados sanitários. Portanto, são produtos que merecem extremo cuidado e investimentos
apropriados para manter e ampliar sua participação no mercado mundial. A região sul do pais é
responsável por 64% de toda produção brasileira de carne de frango,.(...)”
http://abpa-br.com.br/storage/files/relatorio-anual-2018.pdf pág 31.

“(...)” Com isto, o baixo consumo de alimentos, associado ao alto consumo de água registrado após
pesagens e a necessidade da eliminação do calor corporal, podem influenciar negativamente a
porcentagem de postura e o peso dos ovos, prejudicando o bem-estar das aves, sendo essas as
formas do animal interagir com o ambiente a que está submetido, na tentativa de a ele se adaptar
e corresponder de forma positiva“(...)”

“(...)” Percebe-se, ainda (Tabela 1), redução no peso dos ovos também na temperatura de 32 o C,
em comparação com as temperaturas de 20 e 26 o C, que não diferiram entre si (P < 0,01). Esta
redução se deve à consequência dos efeitos do desconforto térmico do ambiente sofrido pelas
poedeiras que, além das alterações fisiológicas: elevação do pH sanguíneo, aceleração do rítmo
cardíaco, fezes líquidas etc, elevando a ingestão de água e reduzindo o consumo de ração, ocorreu
desvio de parte dos nutrientes para manutenção corporal da própria ave, que seriam
disponibilizados para a produção, reduzindo o tamanho dos ovos, confirmado por Vercese et al.
(2012) que, testando codornas em câmara climática com diferentes temperaturas ambiente (21,
27, 30, 33 e 36 °C), observaram redução significativa a partir de 27 °C no consumo de ração,
produção de ovos, no peso e na massa dos ovos. “(...)” http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v18n11/14.pdf

Veja na página 30 da Dissertação de Mestrado citada abaixo, uma tabela sobre os efeitos do estresse térmico na
qualidade e no tamanho dos ovos
“(...)” Em temperaturas acima de 26ºC , logo acima da zona de conforto térmico das aves (estresse
calórico), as aves desencadeiam mecanismos fisiológicos para dissipação do calor, o sistema de
perda de calor, chamado calor sensível, entra em funcionamento, caracterizado pela
hiperventilação e evaporação de água dos pulmões. Esta situação pode prejudicar a formação e
qualidade dos ovos, devido a alteração no equilíbrio ácido básico das aves. Com a ofegação a uma
diminuição do CO2, o que leva a alcalose respiratória que interfere no equilibrio eletrolítico e
mineral, podendo resultar em ovos pequenos e de casca fina. Esta alcalose pode ser 32
compensada pela eliminação de íons carbonatos através dos rins,em consequencia o organismo
fica em déficit dos elementos que irão compor o carbonato de cálcio na casca, reduzindo assim a
qualidade externa do ovo (BORGES, 2003; FRANCO e SAKAMOTO, 2007; CARVALHO e FERNANDES,
2012). “(...)”
https://evz.ufg.br/up/66/o/10_2013-1_TCC_-_Qualidade_externa_de_ovos_comerciais.pdf.
Veja na página 30 desta Dissertação de Mestrado, uma tabela sobre os efeitos do estresse
térmico na qualidade e na dimensão dos ovos .

Críticas, Dúvidas, Sugestões e Comentários: ecopinturaindustrial@gmail.com


(48) 9 9961-1632 / Ramos

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