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Apresentação
Edição Revisada
Este livro foi elaborado como apoio ao curso de Teoria das Oficinas da Escola de Música da
Universidade Federal da Bahia. Surgiu da necessidade de propiciar aos alunos um material didático para as
aulas do curso, e contém informações resumidas sobre os principais assuntos abordados durante os quatro
semestres dos cursos de Oficina de Teoria, compiladas de fontes diversas.
1) Propriedades do som 03
2) Notação Musical 04
3) Compassos simples 07
4) A Ligadura e o Ponto de aumento 09
5) Unidade de Tempo e Unidade de Compasso 10
6) Tons e Semitons 11
7) Escalas Maiores 12
8) Tonalidade 14
9) Armadura 14
10) Síncope e contratempo 15
11) Quiálteras 15
12) Intervalos simples 16
13) Inversão de Intervalos 17
14) Série harmônica 18
15) Tríades 19
16) Inversão de Tríades 19
17) Campo Harmônico 19
18) Escalas Menores 20
19) Compassos Compostos 22
20) Modos 23
21) Breve História da Música 24
22) Sugestões de obras para audição 28
23) Exercícios Oficina I 29
24) Exercícios Oficina II 32
25) Exercícios Oficina III 35
26) Exercícios Oficina IV 37
27) Motivos de ordenações sobre a escala 41
Solfejos melódicos 42
Solfejos rítmicos 44
Bibliografia 46
1) Propriedades do som
Todo som é produzido por alguma coisa que vibra, como uma corda de violão, uma pele de tambor, ou
pelas moléculas de ar vibrando dentro de um tubo, como o de uma flauta, ou passando pelas nossas pregas
vocais e nos fazendo cantar.
As vibrações são levadas através do ar na forma de ondas sonoras, que se espalham simultaneamente em
todas as direções. Estas ondas atingem a membrana do nosso tímpano, que começa também a vibrar. As
vibrações do tímpano são então transformadas em impulsos nervosos e transmitidas ao nosso cérebro, que
as identifica como tipos diferentes de som.
Em cada som que ouvimos, nosso cérebro irá descobrir e identificar quatro características ou
propriedades:
a) Altura - é a propriedade do som de ser grave ou agudo. Na grafia musical, a altura é definida pela
posição das notas no pentagrama. A altura do som depende da freqüência, ou número de vibrações
por segundo. Quanto maior a velocidade das vibrações por segundo (os ciclos da onda sonora), mais
aguda será a nota. A nota dó, por exemplo, que fica no centro teclado do piano, produz 261
vibrações por segundo, ou seja, 261 Hz (hertz). O “Lá 440” é a nota usada como nota padrão para
afinar orquestras, grupos de câmara, bandas de rock. Ela vibra 440 vezes em um segundo.
b) Intensidade - é o mesmo que volume do som. A intensidade depende da força das vibrações,
chamada de amplitude. A força (intensidade) com que se toca uma nota não altera a quantidade de
vibrações dela. Só vai fazer o som ficar mais forte ou mais fraco. Se tocarmos uma corda de violão
com muita força, dá para observar bem suas vibrações. Se tocarmos a mesma corda bem de leve, as
vibrações vão ser quase imperceptíveis e o som vai ser bem fraco, mas a nota vai ser a mesma. Na
escrita musical, a intensidade é definida por sinais como:
c) Duração - tempo de prolongamento do som. Na partitura, a duração de cada som é definida pelas
figuras de valor, ou seja, semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa.
d) Timbre - qualidade (ou cor) do som característico da voz ou do instrumento que o produz. É pelo
timbre que se reconhece, por exemplo, a diferença entre uma flauta, um trompete e um violino, ainda
que todos esses instrumentos estejam tocando a mesma nota. Vários fatores são responsáveis pelo
timbre, tais como: o material de que é feito o instrumento, o modo como o som é produzido e como
ressoa, mas o fator mais importante é o que diz respeito aos harmônicos que cada som possui.
Notação Musical é o conjunto de sinais usados para representar a escrita musical, tais como:
pentagrama, clave, notas, figuras, pausas etc.
Usamos um conjunto de 5 linhas paralelas, o pentagrama ou pauta, para escrever as notas. As notas
são escritas nas linhas e nos espaços entre elas.
As linhas e os espaços são numerados de baixo para cima. A posição da nota no pentagrama indica a
altura do som.
Podemos escrever notas ainda mais agudas ou mais graves do que as escritas no pentagrama. Para
isso usamos as linhas e espaços suplementares superiores (acima do pentagrama) e inferiores (abaixo
do pentagrama).
No começo dos pentagramas desenhamos uma clave, que vai dar nome às notas. A depender da
clave que usarmos no início deste pentagrama acima, as notas terão nomes diferentes.
As claves mais usadas são a clave de sol, a clave de fá na 4a linha, a claves de dó na 3a linha e a
clave de dó na 4a linha.
Sol Fá Dó Dó
Clave de percussão,
Clave de Sol Clave de Fá Clave de Dó Clave de Dó para instrumentos
na 3ª linha na 4ª linha de altura indefinida
A música para violão, flauta, violino, oboé, clarineta, trompete, entre outros, se escreve na clave de
sol. As vozes femininas (soprano e contralto) também usam a clave de sol. Na família da percussão,
o glockenspiel, o vibrafone e marimba usam a clave de sol, pois são instrumentos de altura definida.
A clave de dó na 3a linha é usada pela viola, e clave de dó na 4a linha, usada muitas vezes pelo
violoncelo, pelo fagote e pelo trombone.
A clave de percussão não indica notas, e é usada para os instrumentos de percussão que não têm
afinação definida, como a caixa clara, pratos, bombo, pandeiro, triângulo, tantã (ou gongo) etc.
O sistema abaixo com dois pentagramas mostra as notas nas claves de sol e de fá. É como se escreve
música para piano, instrumento que precisa de duas claves devido a sua extensão, pois produz notas
muito graves até notas muito agudas.
Entre os dois pentagramas acima está a nota dó central. Pode ser escrita na 1a linha suplementar
superior da clave de fá, ou na 1a linha suplementar inferior da clave de sol, e indicam exatamente a
mesma nota. O dó central fica mais ou menos no meio do teclado do piano.
No piano, as notas escritas na clave de sol no pentagrama de cima são tocadas com a mão direita do
pianista, e a clave de fá em baixo, pela mão esquerda.
Figuras de valor
Em uma partitura musical, observe que as notas têm formas diferentes. A duração nas notas é
definida pela forma que elas têm. São chamadas figuras de valor. Observe no quadro abaixo que cada
figura de valor tem sua pausa, uma figura que significa um silêncio na música com a mesma duração da
figura correspondente. Observe também que cada figura tem seu número correspondente. É muito
importante conhecer bem o número de cada figura.
Pausas:
Nenhuma figura tem um valor absoluto atribuído a ela. Elas possuem valor maior ou menor somente
em relação umas às outras. A duração de cada figura em uma música vai depender exclusivamente
do seu andamento (velocidade), segundo uma indicação de metrônomo (aparelho usado para marcar
o tempo), ou por um termo, geralmente em italiano, que sugere o andamento, como “largo, largheto,
lento, adagio, andante, andantino, moderato, allegretto, allegro, vivace, vivo, presto, e prestíssimo.”
Observe as figuras da esquerda para a direita: cada número é o dobro do anterior. Isto significa que
no espaço de tempo de uma semibreve, é possível tocar duas mínimas, ou 4 semínimas, ou 8
colcheias, ou 16 semicolcheias, ou 32 fusas, ou 64 semifusas.
Pensando em cada figura: uma mínima demora o mesmo tempo que duas semínimas; uma semínima
vale o tempo de duas colcheias; uma colcheia vale por duas semicolcheias, e assim por diante.
Agora observe da direita para a esquerda. A semifusa vale a metade do tempo da fusa, (daí o prefixo
“semi” que significa metade). A fusa vale a metade de uma semicolcheia, que vale a metade de uma
colcheia. A semínima vale a metade do tempo de uma mínima, e ¼ do tempo de uma semibreve.
No quadro abaixo podemos observar bem estas proporções. Durante o tempo em que cantamos
apenas uma semibreve, podemos cantar oito colcheias, por exemplo, ou quatro semínimas, ou 32
fusas.
16
32
64
Em geral as hastes das figuras podem ser para cima ou para baixo. A partir do 3o espaço do
pentagrama se usa a haste para baixo. Observe o exemplo:
Compasso é a divisão da música em pequenas partes de duração igual. Em cada compasso deve
haver sempre a mesma quantidade de tempos.
Observe que no início de qualquer partitura musical, depois da clave há uma fração (ou fórmula de
compasso). Esses números servem para indicar como o tempo será dividido. E em geral isso vai ser
mantido durante toda a música
No exemplo acima há a fórmula 2/4, que se lê “dois por quatro”. É a indicação de que deve haver
duas semínimas em cada compasso.
Duas semínimas valem o mesmo tempo que uma mínima sozinha, ou podem valer quatro colcheias,
ou oito semicolcheias, ou dezesseis fusas ou trinta e duas semifusas.
No compasso de dois por quatro também podemos combinar várias figuras como no exemplo
abaixo, porém as combinações devem ser sempre equivalentes à duas semínimas.
As pausas podem substituir as figuras. Seu valor também é considerado dentro do compasso. As
pausas representam momentos de silêncio durante a música. Sua função expressiva é muito
importante: pode criar, por exemplo, a sensação de suspense, ou até mesmo de humor.
OBS: Nunca pode sobrar ou faltar tempo nos compassos. Tem que haver sempre o valor exato, indicado
no início da música pela fórmula de compasso.
Quando ouvimos uma música, “batendo” seu compasso, estamos percebendo o número de tempos
(ou batidas) por compasso, ou seja, marcando o “tempo” ou “métrica” da música.
Os tempos são agrupados em porções iguais de dois em dois, de três em três, ou de quatro em
quatro, resultando em compassos binário, ternário e quaternário, respectivamente.
Observe o numerador (número superior das frações) das fórmulas de compasso dos exemplos acima.
No compasso binário, o número 2 indica dois tempos; no compasso ternário o número 3 indica três
tempos; no quaternário, o número 4 indica 4 tempos. Por isso eles são denominados Binário, Ternário e
Quaternário.
Nos compassos binários simples, o numerador é sempre o número 2. Outros exemplos de compassos
binários simples são:
é o mesmo que
Existe uma hierarquia entre os tempos dos compassos. O primeiro tempo de um compasso é sempre
o mais importante. No compasso binário, o primeiro tempo é forte e o segundo tempo é naturalmente
mais fraco. Um exemplo: Marcha Soldado. Conta-se “um - dois - um - dois” durante toda a música,
marchando em passo “forte” e “fraco”.
No compasso ternário, o primeiro tempo é forte, e o segundo e o terceiro tempo são fracos. A valsa é
em compasso ternário. Sempre se conta “um - dois - três” enquanto se dança uma valsa.
( é o mesmo que
Existem movimentos específicos para cada tipo de compasso. Com as mãos ou com o auxílio de
uma batuta, o maestro de uma orquestra, banda, ou de um coral, executa esses movimentos para
marcar o tempo da música. Quando solfejamos, devemos também realizar esses movimentos.
2 3 4
2 2 3
1 1 1
A ligadura de prolongamento é uma linha curva, traçada sobre duas notas iguais, adjacentes, da
mesma altura, para indicar que a segunda nota não deve ser repetida. O som da primeira será então
prolongado, de modo que corresponda ao tempo de ambas as notas.
No exemplo abaixo, observe que a nota sol do 1º compasso está ligada a outras notas sol. Cantamos
a nota sol apenas uma vez e prolongamos o seu som até o terceiro compasso.
A ligadura de expressão é também uma linha curva, mas colocada sobre notas de alturas diferentes.
Indica que as notas sejam tocadas em legato, ou seja, sem que o som seja interrompido, ajudando a
formar a idéia de frases musicais.
O ponto de aumento é um pontinho que se coloca ao lado direito da nota, e serve para aumentar o
valor da figura. O ponto aumenta a figura em mais a metade do seu valor original.
A semínima pontuada vale seu tempo de semínima, mais uma colcheia. Uma semibreve pontuada
vale o seu tempo normal de semibreve, mais o valor de uma mínima. Uma mínima pontuada vale seu
tempo de mínima, mais o valor de uma semínima. A colcheia pontuada vale o seu tempo de colcheia,
mais o valor de uma semicolcheia, e assim por diante.
O ponto só vale dentro de um compasso. O valor de uma figura pontuada não pode nunca
ultrapassar um compasso. Se for preciso prolongar uma nota por mais de um compasso, usamos a
ligadura.
Emus – Oficinas de Teoria
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5) Unidade de Tempo e Unidade de Compasso:
Cada figura de valor (semibreve, mínima, semínima, etc) tem seu número correspondente. O número
da semínima é 4, portanto a fórmula de um compasso binário 2/4 (dois por quatro), significa duas
semínimas. O número da colcheia é 8, portanto 2/8 significa duas colcheias, e assim por diante.
Numa fórmula de compasso, o número de cima nos informa sempre a quantidade de figuras
representadas pelo número de baixo.
Porém isso não significa que no compasso de 2/4 só pode ter duas semínimas. Lembre que em 2/4
pode haver apenas uma mínima, ou quatro colcheias, ou qualquer outra combinação, contanto que a
soma de todas as figuras no compasso tenha sempre o valor correspondente a duas semínimas.
A fórmula 3/4, por exemplo, significa 3 semínimas. Uma música em compasso 3/4 pode empregar
qualquer combinação de figuras que tenha o mesmo valor que 3 semínimas.
A fórmula 3/8 significa um compasso com 3 colcheias, pois o número 8 é o número da colcheia.
Unidade de tempo (u.t.) é o nome que se dá à figura que representa um tempo do compasso. Ela
servirá como base para a contagem do tempo. No caso do compasso 2/4, a unidade de tempo será a
semínima, ou seja, o número 4 que está no denominador da fórmula do compasso.
Nos compassos simples, a unidade de tempo é sempre indicada pelo denominador da fração.
A Unidade de compasso (u.c.) é o nome que se dá à figura que ocupa sozinha um compasso inteiro. No
caso do compasso 2/4, a figura que preenche sozinha todo o compasso é a mínima. Portanto, a unidade
de compasso do compasso 2/4 é a mínima.
Para achar a unidade de compasso de qualquer tipo de compasso, basta somar as figuras. Por
exemplo: 3/4 significa três semínimas, que somadas valem uma mínima pontuada. Portanto a
mínima pontuada é a unidade de compasso do compasso 3/4.
A seguir um quadro com alguns compassos simples e suas respectivas Unidades de Tempo (U.T.) e
Unidades de Compasso (U.C.) Note que a unidade de tempo é apenas uma figura, uma unidade.
U. T. U. C. U. T. U. C. U. T. U. C.
O exemplo mostra as 12 notas em seqüência. No violão, de uma casa para outra a distância é sempre
de um semitom (o mesmo que meio tom).
Na música ocidental, a menor distância entre duas notas é o semitom. O tom é a soma de dois
semitons. Entre as notas Dó e Ré existe a distância de um tom. Note que entre o Mi e o Fá, e entre o Si
e o Dó não existem notas intermediárias. A distância entre elas é, portanto, de um semitom.
Existe um semitom entre as notas Dó e Réb (Ré bemol), exatamente igual à distância entre as notas
Mi - Fá, e Si - Dó. Existe a distância de um tom entre as notas Dó e Ré, ou Fá e Sol. Entre o Dó# e o
Ré# também existe a distância de um tom.
Não importa o nome que as notas tenham, e sim a distância entre elas. Se as notas estão juntas, a
distância é de um semitom; se pular uma casa, seja ela qual for, a distância é de um tom. Entre o Dó e o
Mi, por exemplo, existem dois tons. Entre o Mi e o Sol existe um tom e meio. É só contar.
Existem semitons cromáticos e semitons diatônicos. Nos cromáticos, as notas possuem o mesmo
nome, como Do - Do#. Quando têm nomes diferentes, o semitom é chamado de diatônico, como Dó - Reb.
No piano também é fácil observar tons e semitons. Nota-se claramente que as notas pretas são as
notas intermediárias, mas é importante saber que cada uma destas 12 notas tem a mesma importância.
Observe abaixo o mesmo desenho de cima, mas transposto para um piano. Está arrumado em notas
brancas e pretas. Chamamos as notas brancas (do, re, mi, fa, sol, lá e si) de “notas naturais”, e as notas
pretas intermediárias em cima de “acidentes”.
Dó # Ré # Fá # Sol # Lá # Dó # Ré #
ou ou ou ou ou ou ou
Ré b Mi b Sol b Lá b Si b Ré b Mi b
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ RÉ MI
Uma escala é uma série de notas, em alturas sucessivas, separadas por tons e semitons.
A escala diatônica é composta por notas diferentes em sucessão. Em uma escala diatônica, as sete
notas precisam estar presentes, sem repetir nem pular nenhuma.
A escala pode ser ascendente ou descendente. Dó, ré, mi, fá, sol, lá si, dó, por exemplo, é a escala de
Dó Maior, em movimento ascendente. Damos o nome de grau a cada nota da escala.
A escala começa e termina com a mesma nota, e possui uma ordem específica de tons e semitons.
Para uma escala ser chamada de Escala Maior, tem que haver um semitom entre o terceiro e o quarto grau, e
entre o sétimo e o oitavo grau da escala. Entre as outras notas da escala, a distância deve ser de um tom. Isto
é uma fórmula para todas as escalas diatônicas maiores.
Observe abaixo a escala de Dó Maior, que começa e termina na nota dó, e possui a ordem correta de
tons e semitons.
A escala de Dó maior acima só tem notas naturais. Observe a disposição dos tons e semitons. Todas as
escalas maiores obedecem a esta fórmula de arrumação dos seus tons e semitons.
Se os tons e semitons estivessem fora da ordem, não seria escala maior, e sim outra escala qualquer.
Além da escala diatônica maior, existem ainda várias outras, como a escala cromática, a escala
menor harmônica, a escala menor melódica, a escala modal, a escala pentatônica, a escala hexatônica... mas
isso fica para mais tarde.
A escala maior se divide em duas partes, chamadas de tetracordes. Observe que a ordem dos tons e
semitons é rigorosamente a mesma nos dois tetracordes. Todas as escalas maiores obedecem a esta regra.
1o Tetracorde 2o Tetracorde
Observe que foi necessário acrescentar um sustenido (#) à nota fá, o sétimo grau da escala de Sol
Maior, para que a fórmula de tons e semitons fosse mantida.
Não seria possível escrever a nota Sol bemol em lugar do Fá #, pois isto faria com que ficasse
faltando a nota Fá na escala, e ainda causaria uma repetição da nota Sol. A escala deixaria de ser diatônica, e
a escrita ficaria errada. Seria o mesmo que escrever “assúca” em lugar de “açúcar”! Lembre que o Fá# e o
Sol b são notas enarmônicas (mesma nota com um nome diferente). O contexto vai definir o nome que ela
vai ter.
É possível iniciar escalas maiores a partir de qualquer nota, bastando apenas respeitar a ordem dos
tons e semitons. Para isso será necessário acrescentar os sustenidos ou bemóis à escala. Note que em uma
escala maior, ou se usam apenas sustenidos, ou apenas bemóis. Não pode misturar.
Os sinais de alteração (sustenido, bemol ou bequadro) devem ser escritos ANTES da nota,
exatamente na mesma direção da nota na pauta.
O bequadro é um sinal que anula o efeito dos acidentes (sustenidos e bemóis) na partitura, mas só
tem efeito em um compasso. No compasso seguinte, volta tudo como era antes.
Existe ainda o sinal de duplo sustenido (x) e de duplo bemol (bb). Servem para elevar ou abaixar as
notas em dois semitons. No entanto é necessário apenas um bequadro para anular o efeito deles.
A escala de Sol Maior (ver exemplo anterior) possui um sustenido apenas, na nota fá. Uma música que
esteja na tonalidade de Sol Maior vai usar basicamente as notas da escala de Sol Maior, ou seja, vai ter
todas as notas fá sustenido, ao invés da nota fá natural.
Para escrever uma música no tom de Sol Maior, será necessário colocar o sustenido na linha da nota fá
no início do pentagrama, logo após a clave, e antes da fórmula de compasso, como no exemplo abaixo, e
todas as notas fá que forem escritas na partitura terão automaticamente sustenidos.
Fá # Fá #
Se colocarmos um bequadro na nota fá, ele vai anular o efeito do sustenido apenas durante um
compasso. Do bequadro em diante, todas as notas fá do compasso se transformam em fá natural. No
compasso seguinte, a nota fá volta automaticamente a ser fá sustenido.
Observe o exemplo abaixo. Não é necessário escrever na partitura os acidentes entre parênteses. No
entanto, às vezes eles são escritos apenas como precaução.
9) Armadura
A armadura de clave é a indicação da tonalidade da música através da colocação de sustenidos e bemóis
logo depois da clave, no início da música, antes da fórmula de compasso.
Cada tonalidade tem sua armadura. A partir de cada uma das 12 notas existentes pode-se construir
uma escala maior, bastando seguir a fórmula dos tons e semitons. Cada uma destas escalas vai ter
uma quantidade diferente de sustenidos ou de bemóis.
Observe a seguir as armaduras das escalas de sustenidos e de bemóis. Note que os acidentes que
aparecem primeiro permanecem, e outros vão sendo acrescentados, sempre na mesma ordem: fá - dó
- sol - ré - lá - mi (sustenidos) e si - mi - lá - ré - sol - dó (bemóis)
OBS: As escalas de Fá# e de Sol bemol são escalas enarmônicas, ou seja, escalas que têm exatamente o
mesmo som, mas com uma escrita diferente.
Síncope é um deslocamento do acento rítmico normal do tempo forte de um compasso para outro
que usualmente tem batida fraca. Por exemplo, no compasso binário o primeiro tempo é forte e o segundo é
fraco. Se por algum motivo o segundo tempo passar a ser mais forte que o primeiro, temos uma síncope.
b) Podemos prolongar uma nota que ocorre em uma batida fraca, até uma posição acentuada.
c) Podemos também substituir as notas dos tempos fortes por pausas. Neste caso temos o
contratempo. O contratempo é a omissão de notas nos tempos fortes de um compasso.
11) Quiálteras:
Quiálteras são grupos de notas que não obedecem à divisão normal do compasso, ou à subdivisão
normal dos seus tempos. Cada figura se divide em grupos de duas, ou em grupos de quatro, oito, etc, como
por exemplo a semínima, que se divide em duas colcheias, quatro semicolcheias, e assim por diante. Mas às
vezes esses grupos são alterados, e se inclui uma ou mais figuras no grupo. Esse grupo de quiálteras deve
ser tocado no mesmo espaço de tempo que se gastaria para tocar as figuras em divisão normal.
Note que o número de figuras é sempre indicado. O grupo de três quiálteras é também chamado de tercina.
Os intervalos simples estão dentro do limite de uma oitava. Os intervalos compostos ultrapassam a
distância de uma oitava. Abaixo os intervalos simples, dentro da escala de Dó Maior:
Para medir o intervalo, é necessário contar também a primeira nota. Por exemplo: do-mi é uma terça.
Conta-se: dó - ré - mi (1, 2, 3). Ré-si é uma sexta. Conta-se: re-mi-fa-sol-la-si (1, 2, 3, 4, 5, 6). Não
importa se tem sustenido ou bemol; a princípio o que vale é o nome da nota.
O primeiro passo para classificar um intervalo é descobrir seu “nome” (se é 2a, 3a, 4a etc). Depois
partimos para o “sobrenome”:
Esta classificação seria o “sobrenome” dos intervalos. Eles possuem esta classificação a depender da
quantidade tons e semitons que tiverem. Agora os sustenidos e bemóis são extremamente importantes.
Segunda 2a menor (1 semitom) 2a maior (1 tom) 2a diminuta (uníssono) 2a aumentada (1 tom e meio)
Terça 3a menor (1 tom e meio) 3a maior (2 tons) 3a dim. (1 tom) 3a aum. (2 tons e meio)
Sexta 6a menor (4 tons) 6a maior (4 tons e meio) 6a dim. (3 tons e meio) 6a aum. (5 tons)
Sétima 7a menor (5 tons) 7a maior (5 tons e meio) 7a dim. (4 tons e meio) 7a aum. (6 tons)
Os intervalos de 4as, 5as e 8as só podem ser justos, diminutos ou aumentados. Nunca podem ser
maiores ou menores
Se tocarmos duas notas sucessivas, uma depois da outra, temos um intervalo melódico.
Se tocarmos duas notas ao mesmo tempo, temos um intervalo harmônico.
Ascendente Descendente
Assim como a luz branca é na realidade a soma de sete cores, o som também é o resultado da soma
de um som fundamental com outros sons que soam simultaneamente, em um segundo plano. Estes outros
sons são chamados de harmônicos.
A luz branca, ao passar por um prisma, se divide em sete cores. Nós chamamos isto de espectro da
luz branca. Com o som ocorre algo semelhante. O conjunto formado pelo som fundamental e pelos sons
secundários que o acompanham é chamado de Série Harmônica. Os diferentes timbres dos instrumentos são
o resultado da combinação desses sons harmônicos e de como eles se manifestam nos diversos
instrumentos.
O primeiro harmônico da série é o próprio som fundamental, ou o som gerador, produzido pela
vibração de uma corda inteira nos instrumentos de corda, ou por toda a coluna de ar nos instrumentos de
sopro. O segundo harmônico, ou parcial, é o resultado da vibração simultânea do som em duas partes iguais,
e assim por diante.
Observe a sucessão dos intervalos (8ªJ, 5ªJ, 4ªJ, 3ªM, 3ªm, 3ªm, 2ªM etc) e as notas repetidas em
diferentes oitavas: Dó (1, 2, 4, 8, 16) Sol (3, 6, 12) Mi (5, 10).
Existem quatro tipos de tríade: as tríades maiores, menores, aumentadas ou diminutas. Esta classificação
vai depender da combinação das duas terças que formam a tríade.
Todas as tríades são formadas por duas terças. Lembre que as terças podem ser maiores ou menores,
portanto só é possível fazer quatro combinações diferentes.
1. Tríade Maior: terça maior (dó - mi) + terça menor (mi - sol)
2. Tríade menor: terça menor (dó - mi bemol) + terça maior (mi bemol - sol)
3. Tríade diminuta: duas terças menores (dó - mi bemol e mi bemol - sol bemol)
4. Tríade aumentada: duas terças maiores (dó - mi e mi- sol sustenido)
Note que as notas da família das tríades de Dó acima são sempre dó, mi e sol, embora às vezes o mi
é bemol, outras vezes é mi natural, sol bemol, sol natural ou sol sustenido. Porém todos os tipos de tríades
de Do (Maior, menor, aumentada ou diminuta) sempre serão compostas pelas notas do – mi – sol.
Cada acorde representa assim um grau da tonalidade, representado pelos algarismos romanos.
Observe que quando o acorde é maior, o número está em letra maiúscula. Quando o acorde é menor, está em
letra minúscula.
O campo harmônico de uma tonalidade é o conjunto de acordes formados a partir das notas da escala
da tonalidade. Os acordes acima fazem parte do campo harmônico de Dó maior.
Observe que há três graus maiores (I, IV e V), três graus menores (ii, iii e vi) e um diminuto (vii).
Isto vai valer para todas as tonalidades. Em qualquer tonalidade, o I, IV e V graus serão sempre maiores; o
ii, iii e o vi serão sempre menores e o vii será sempre diminuto.
a) Menor Primitiva:
O exemplo abaixo é a escala de Lá menor primitiva. Observe primeiro a 3 a menor entre a primeira e
a terceira nota (lá – dó). Agora veja que os semitons desta escala encontram-se entre o 2o e 3o grau, e entre o
5o e o 6o grau da escala.
½ tom ½ tom
A escala acima não tem sustenidos nem bemóis. Ela tem exatamente as mesmas notas da escala de
dó maior, porém começa em outra nota, a nota lá, que é o 6o grau da escala de dó maior.
Se deslocarmos o início de qualquer escala maior para o seu 6o grau, acharemos uma escala menor
primitiva, que é a escala menor relativa desta escala maior.
Conclusão: Dó maior e lá menor são escalas relativas. Ambas têm a mesma armadura. Importante lembrar
sempre que as escalas relativas são como escalas irmãs. Dó maior só pode ser relativa de lá
menor e vice-versa.
Com o surgimento da harmonia tonal, o semitom entre o 7o e o 8o grau da escala maior passou a ter
muita importância nos encadeamentos dos acordes.
Observe a escala de lá menor harmônica a seguir: foi acrescentado um sustenido na nota sol, o 7 o
grau da escala, para formar um semitom entre o 7o e o 8o grau.
½ tom
c) Escala menor melódica:
Por ser mais fácil de cantar, ela recebeu o nome de escala melódica.
Porém a escala melódica sobe de um jeito e desce de outro. A descida é igual à escala primitiva. Na
descida, todos as mudanças são desfeitas. O 6o e o 7o graus voltam a ser menores, como na escala primitiva.
Observações:
Os acidentes que surgem na escala para que ela se torne menor harmônica ou melódica, não são
colocados na armadura. Esses sustenidos (ou bemóis, a depender da escala) vão aparecer apenas no
corpo da partitura, no decorrer da música.
Escala menor primitiva: a armadura é igual a da relativa maior, porém começando do 6o grau.
Escala menor harmônica: tem o 7o grau alterado um semitom ascendente.
Escala menor melódica: sobe com o 6o e o 7o graus alterados um semitom ascendente, e desce como
a primitiva.
O compasso composto tem como unidade de tempo uma figura composta. A figura composta é o
mesmo que figura pontuada, pois corresponde à soma de duas figuras, como vemos nos exemplos abaixo:
O compasso do exemplo abaixo é um compasso binário composto. Sua unidade de tempo é uma
semínima pontuada, portanto uma figura composta.
O 6/8 é um compasso binário, porque marcamos dois tempos, que são as duas semínimas pontuadas.
Porém cada um destes tempos se divide em três partes, que são as três colcheias.
O compasso composto é um compasso flexível, pois mistura o elemento binário com o ternário.
Note que, se dividirmos 6/8 por 3/2, teremos 2/4, que é uma fórmula de compasso binário simples.
Atualmente chamamos de modos as diferentes escalas formadas a partir de cada um dos graus de
uma escala maior. São eles: Jônio, Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio e Lócrio ou Jássico.
O Jônio é a própria escala maior. Todas as escalas diatônicas maiores estão no modo Jônio.
O modo Dórico é o modo do 2o grau. Qualquer escala maior, se iniciada pela sua segunda nota, é
uma escala dórica. A escala abaixo é uma escala de Dó maior, começada e terminada pela nota Ré, o 2o grau
da escala de Dó maior. Isto faz com que ela passe a ser chamada de escala de Ré no modo dórico. É uma
escala menor, porém com a 6a maior.
O Frígio é o modo do 3o grau. A escala abaixo é frigia. É uma escala menor com a 2a menor.
O Lídio é o modo do 4o grau. A escala abaixo é lídia. É uma escala maior com a 4a aumentada.
O Mixolídio é o modo do 5o grau. A escala abaixo é mixolídia. É uma escala maior com a 7a menor.
O Eólio é o modo do 6o grau. A escala abaixo é eólia. É a menor primitiva, com 3a, 6a e 7a menores.
O Lócrio, ou Jássico, é o modo do 7o grau. A escala abaixo é lócria. É uma escala que possui a 2a
menor, 3a menor, 5a diminuta, 6a e 7a menores. Pode ser considerada uma escala semi-diminuta.
A seguir apresentamos uma breve descrição dos principais períodos da história da música, com
exemplos de alguns dos compositores de maior relevo dentro de cada período.
Música na Antiguidade - Quando nasceu a música? Como as primeiras manifestações musicais não
deixaram vestígios, é praticamente impossível responder essa pergunta. Alguns estudiosos enfrentam o
problema com base naquilo que se sabe sobre a vida humana na Pré-história e preenchem as lacunas com
uma boa dose de imaginação.
Idade Média (400 - 1450) O período é marcado pela música modal praticada nas himnodias e salmodias, no
canto gregoriano, no organum polifônico, nas composições polifônicas da Escola de Notre-Dame, nas Ars
Antiqua e Ars Nova e ainda na música dos trovadores e troveiros. No século XI o professor de música e
monge beneditino italiano Guido d’Arezzo (995-1050) introduziu a pauta de quatro linhas e inventou o
sistema de solmização, que identifica as notas da escala através de sílabas e permite assim a prática do
solfejo. Mais tarde, por volta de 1425, o sistema de notação no pentagrama como conhecemos hoje foi
estabelecido.
Bernart de Ventadorn (ca. 1150-ca. 1180) - Um dos mais importantes trovadores do seu tempo.
Teve uma infância pobre, pois seu pai era servo de um castelo, mas Ventadorn tornou-se amante
de três damas da nobreza, entre elas Eleanor da Aquitânia, futura esposa do rei Henrique II da
Inglaterra. Entre suas obras estão seus 45 poemas, entre eles o famoso Can vei la lauzeta mover.
Leonin (ca. 1135-1201) e Perotin (1180- ca.1207) - Compositores franceses, da escola de Notre
Dame. Leonin fez a compilação do Magnus liber organi.
Renascença (1450-1600) Período marcado pela redescoberta da cultura greco-romana e sua influência nas
artes. A música feita na antiguidade é desconhecida, mas antigos escritos sobre música foram descobertos
durante o século XV. Há um interesse renovado na antiga cultura greco-romana, que começou na Itália e se
espalhou pela Europa. Estudiosos e artistas dos séculos XV e XVI quiseram restaurar os ideais das
civilizações clássicas da era pré-cristã. A idéia do renascimento também envolveu uma maior preocupação
com os valores humanos. Prazer e realização em vida tornaram-se desejos da sociedade em geral, assim
como a expressão das emoções humanas. Artistas queriam fazer com que suas obras fossem entendidas
pelas pessoas, e também aceitas por Deus.
Josquin dês Prez (ca.1440-1521) - Nasceu e viveu na França. Compôs missas, entre elas a Missa
Hercules Dux Ferrariae em 1487, motetos e obras seculares em francês e italiano. Sua polifonia
sacra estabeleceu padrões que estiveram em uso por todo o século XVI.
Barroco (1600 - 1750) - Este período abrange uma grade variedade de estilos musicais, que têm como idéia
principal a crença de que a música deveria provocar determinadas emoções no ouvinte. Nesta época havia
muitas regras para se compor música, e para tanto se fazia necessário muito estudo e conhecimento por
parte do compositor. Novos gêneros vocais se desenvolveram, da ópera e cantata ao concerto sacro e o
oratório, e pela primeira vez na história, a música instrumental se tornou tão importante quanto a música
Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Compositor, cravista e organista alemão. Diz-se geralmente
que Bach não foi um grande inovador, mas que ele elevou as formas existentes de música ao mais
alto grau de perfeição. Apenas uma pequena parte de sua obra foi publicada durante sua vida. O
Cravo Bem Temperado, que se tornou sua obra mais famosa e sobre a qual se baseou sua reputação
nos séculos XVIII e XIX, só foi impresso e publicado em 1800, cinqüenta anos após sua morte. São
dois volumes de prelúdios e fugas para cravo, em todos os 24 tons. Outras obras importantes de sua
autoria são os 6 Concertos de Brandemburgo e A Arte da Fuga. Ele também compôs cantatas,
oratórios, missas, suítes, entre outras coisas.
George Frederick Haendel (1685-1759) - Compositor alemão, que viveu a maior parte de sua vida na
Inglaterra. É considerado um gigante musical do período barroco. Foi muito famoso na sua época, e
sua carreira foi longa e próspera. A partir de 1720 foi nomeado diretor da Royal Academy of Music
em Londres. Compôs muitas óperas, concertos, cantatas e música sacra, e o famoso oratório O
Messias.
Antônio Vivaldi (1678-1741) - Compositor e violinista italiano. Foi ordenado sacerdote em 1703, e
sua cabeleira ruiva lhe valeu o apelido de “o padre vermelho” (il Prette rosso). Ele foi professor de
violino e composição, diretor de concertos e de coro no Ospedale della Pietà, famosa escola de
música em Veneza para moças órfãs ou abandonadas Elas cantavam e tocavam todos os
instrumentos, e Vivaldi dispunha, assim, de uma orquestra extraordinária, para a qual desenvolveu
uma revolucionária escrita de concertos. Com isso a música instrumental alcança pela primeira vez
na história um grau de colorido e dramaticidade equivalente ao que se associava com a ópera. Bach
era fascinado por ele, e copiou à mão muitos de seus concertos, e neles se inspirou. Vivaldi escreveu
cerca de 450 concertos, dos quais mais de 200 são para violino, incluindo os 12 concertos do Estro
Harmônico (1711) e As Quatro Estações (1725).
Joseph Haydn (1732-1809) - Compositor austríaco. Haydn passou a maior parte de sua carreira a
serviço de famílias aristocráticas em Viena e arredores, principalmente os Esterházys, para quem ele
serviu de 1761 até o fim de sua vida. A família Esterházy passava muito mais tempo na sua casa de
verão do que em Viena. Por causa disso Haydn começou a se sentir meio por fora do que estava
acontecendo na cidade, mas por isso mesmo teve a possibilidade de fazer novas experimentações.
Ele próprio disse: “Eu fui forçado a me tornar original”. Haydn compôs mais de 100 sinfonias, 52
sonatas e 31 trios para piano. Uma das suas obras mais importantes é A Criação, um oratório
baseado no Livro do Gênesis.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Compositor austríaco. Nasceu em Salzburgo. Foi criança
prodígio, e aos cinco anos já estava compondo minuetos. Seu pai Leopold o levou junto com sua
irmã a tounées por toda a Europa onde ele fez exibições de virtuosidade no cravo (instrumento
semelhante ao piano, mas com cordas pinçadas ao invés de percutidas). Mozart compôs uma
Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Compositor alemão. Foi um pianista virtuoso. Com pouco
mais de 30 anos ele começou a ficar surdo. Passou por uma crise profunda, mas superou tudo pela
sua devoção à música. Sua obra é dividida em três períodos: o 1o até 1802, mais clássico; o 2o
período “heróico” até 1812, e o 3o, mais intimista. Entre suas obras destacam-se as 9 sinfonias, 32
sonatas para piano, 5 concertos para piano, quartetos de corda e a Missa Solemnis.
Romantismo (1800-1900) - Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do classicismo. A música está muito ligada
à literatura e a poesia. Está ligada também aos ideais de liberdade da Revolução Francesa (1789). A música
instrumental é então capaz de expressar pura emoção sem o uso de palavras. Por isso a orquestra, com sua
infinita variedade de cores e texturas, torna-se seu principal veículo. Os compositores buscam liberdade de
expressão, e para isso flexibilizam a forma e valorizam a emoção. Exploram as potencialidades da
orquestra, mas também cultivam a interpretação solo. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao
romantismo caráter nacionalista.
Franz Schubert (1797-1828) Compositor austríaco. É autor de 1.250 obras que se refletem, assim
como Beethoven, entre dois períodos: o Classicismo e o Romantismo. Ele foi o compositor
responsável por destacar com mais genialidade o gênero lied (canção, em alemão). Compôs 600
lieder. É aí que Schubert expressa a sua natureza essencialmente poética e todas as suas angústias.
Os lieder mais conhecidos e importantes estão agrupados em ciclos, que geralmente narram uma
história ou mantêm uma atmosfera única. São eles: A bela moleira, A viagem de inverno (o
desespero) e o O canto do cisne (o adeus). Além do lied, Schubert se destacou em outros três
gêneros: música para piano, música de câmara e a sinfonia.
Franz Liszt (1811- 1886) - Compositor húngaro. É responsável pela criação de um novo gênero: o
poema sinfônico. Em sua obra, Liszt foi responsável pelo estabelecimento de novos padrões de
estilo. Inseriu em sua obra o cromatismo de Wagner, o impressionismo de Debussy, entre outras
linguagens que definissem suas composições. Ele foi também um virtuose do piano, dominando
completamente a técnica de como tocar este instrumento de forma brilhante, explorando-o com em
todas as suas possibilidades, chegando a atingir dimensões orquestrais.
Impressionismo (1890-1920) - Movimento musical assim denominado por analogia com o estilo de pintura
desenvolvido por Monet e Renoir. Na música, o marco inicial do impressionismo é o Prélude à l’après-midi
d’un faune, de Claude Debussy (1862-1918), que sugere atmosferas e situações através de um vocabulário
musical completamente novo, fazendo amplo uso de escalas de tons inteiros, do movimento paralelo, da
harmonia modal e de dissonâncias não resolvidas. O impressionismo está associado principalmente ao nome
de Debussy, embora sua presença possa ser sentida também na obra de Maurice Ravel, Gabriel Fauré, Paul
Dukas, Frederick Delius, Manuel de Falla, entre outros.
Claude Debussy (1862-1918) - Aos onze anos, ingressou no Conservatório de Paris. Nos cabarés
russos, entrou em contato com a música exótica dos ciganos. Aos 22 anos venceu o famoso concurso
Emus – Oficinas de Teoria
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de composição Prix de Rome, com a música O Filho Pródigo. No final do século XIX, a
sociedade parisiense fervilhava de novidades: a pintura impressionista de Manet, Van Gogh e
Renoir; a poesia inovadora de Baudelaire, Verlaine e Rimbaud; As artes se renovavam para
inaugurar um novo século. Foi nesse contexto que nasceu a obra de Debussy. Criando sua própria
linguagem e buscando inspiração nos poetas e pintores, sua música possui as cores e luzes do
impressionismo, descrevendo o mundo em harmonias inovadoras.
Música erudita brasileira - A história da música no Brasil existe desde o tempo do descobrimento. Nos
primeiros séculos da colonização portuguesa, a música estava diretamente vinculada à igreja e a catequese,
sobretudo dos jesuítas. Era uma música de orientação européia, embora criada e executada por negros e
mulatos. O primeiro manuscrito musical brasileiro é o Recitativo e Ária, atribuído ao mestre-de-capela de
Salvador-BA, Padre Caetano de Mello Jesus, datado de 2 de julho de 1759.
A vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808 deu um grande impulso à produção musical
brasileira. Nesta época destaca-se o Padre José Maurício (1767-1830), um excelente organista e compositor.
No século XIX, destaca-se o grande compositor Antônio Carlos Gomes (1836-1896), autor da ópera O
Guarani. A partir do final do século XIX, surge na Europa uma nova corrente estética, o nacionalismo. O
movimento chega ao Brasil, e os compositores começam a escrever música com sabor nacional, valorizando
as riquezas rítmicas e melódicas do nosso folclore. Vários compositores se destacaram nesta época, entre
eles Brasilio Itiberê da Cunha, Alexandre Levy, Alberto Nepomuceno, Ernesto Nazareth, Francisco Braga e
Barroso Neto.
No século XX surge Heitor Villa-Lobos (1887-1959), talvez o maior e mais famoso compositor brasileiro,
de importância decisiva no amadurecimento da expressão nacional musical brasileira. Outros grandes
compositores surgiram neste século no Brasil, entre eles Lorenzo Fernandes, Francisco Mignone, Osvaldo
Lacerda, Guerra Peixe, Camargo Guarnieri, entre muitos outros.
Bach:
Schubert
6 Concertos de Brandemburgo
4 Suítes Orquestrais Sinfonia Inacabada
Missa em Si menor Sinfonia Trágica
Paixão segundo São Matheus Quinteto “A Truta”
Oratório de Natal Lieder (ele compôs mais de 500)
Haendel: Chopin
Haydn Debussy
Beethoven
Carlos Gomes
As 9 Sinfonias
Missa Solemnis O Guarani
Concerto para piano no 5
Sonata Primavera, para violino Villa-Lobos
Sonatas para piano:
Op. 13 (Patética), Bachianas Brasileiras no 4 e no 5
Op. 27 no2 (Ao Luar) Floresta do Amazonas
Op. 57 (Apassionata) Momoprecoce (para piano e orquestra)
Impressões Seresteiras (para piano)
Concerto para Violão
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23) Exercícios 1
3) Copie cuidadosamente cada uma das notas abaixo ao lado da nota original, observando bem como cada
nota está posicionada nas linhas e nos espaços.
8) O que é pentagrama?
10) Escreva o nome das claves a seguir, e indique o nome de 3 instrumentos que a utilizam.
11) Copie a melodia a seguir para o pentagrama em branco, e coloque os nomes em baixo de cada nota.
15) Escreva as notas abaixo em pelo menos duas posições diferentes no pentagrama, de acordo com o
exemplo.
1) Enumere três instrumentos musicais que usam a clave de sol, e três que usam a clave de fá.
a)_________________________________________________________
b)_________________________________________________________
4) O que é pausa?
5) Ao lado de cada figura escreva seu número correspondente, e abaixo escreva o nome delas.
a) Uma semibreve vale _____ colcheias, _____ semínimas, _____ fusas, ______ mínimas.
b) Uma semínima vale _____ semicolcheias, _____ colcheias, _____semifusas.
c) Uma mínima vale _____ fusas, _____colcheias, ______semicolcheias.
d) Uma colcheia vale _____ semifusas, _____fusas, ______semicolcheias.
e) Uma semicolcheia vale _____ fusas, _____semifusas.
9) O que é compasso?
10) Como se chamam os compassos com dois tempos, os com três tempos, e os com quatro tempos?
24) Escreva as seguintes escalas nas claves de sol e na clave de fá, apenas em movimento ascendente.
Desenhe as claves, mas não escreva as armaduras. Coloque os acidentes necessários antes de cada nota.
7) Identifique as armaduras:
a) b) c) d) e) f)
9) Escreva os nomes das notas na clave de dó na 3a linha:
10) Escreva as seguintes notas na clave de dó na 3a linha. Escreva as notas repetidas em oitavas diferentes.
sol - sol - re - si - la - la - mi - mi - do - fa - fa - re - la - sol - mi - si - sol - do
18) Escreva o intervalo que se pede, acima da nota dada. Ao lado escreva sua inversão e classifique-a.
Fá sustenido Maior
2) Complete:
a) Uma semibreve vale _____ colcheias, _____ semínimas, _____ fusas, ______ mínimas
b) Uma semínima vale _____ semicolcheias, _____ colcheias, _____semifusas
c) Uma mínima vale _____ fusas, _____colcheias, ______semicolcheias
d) Uma colcheia vale _____ semifusas, _____fusas, ______semicolcheias
e) Uma semicolcheia vale _____ fusas, _____semifusas
9) Escreva a primeira e a segunda inversão das tríades à seguir, de acordo com o modelo.
11) Quais as tríades do campo harmônico de Dó Maior? Escreva e classifique as 7 tríades no pentagrama
abaixo..
Ré menor harmônica
Ré menor melódica
_______________________________________________________________________________
EMUS - Oficinas de Teoria
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19) Cruzadinha musical
1- Modo do 5o grau
2- Menor distância entre duas notas vizinhas.
3- União de dois semitons.
4- Conjunto musical grande, que normalmente está dividido nas famílias de madeiras, metais,
cordas e cordas.
5- Instrumento mais tocado pelos os alunos do curso de oficina da EMUS.
6- Instrumento destemperado, tocado com arco, apoiado no ombro, que utiliza escrita em clave de
dó na 3a linha.
7- Instrumento antiqüíssimo de cordas dedilhadas. O tipo moderno é usado em orquestras, e tem a
característica de produzir glissandos e arpejos.
8- Gênero musical que todo o mundo diz que não gosta, mas de vez em quando dança.
9- Compositor alemão do período barroco, nascido em 1685, considerado um dos maiores gênios da
história da música. Compôs a Arte da Fuga.
10- Figura musical com valor equivalente a oitava parte da semibreve.
11- Compositor e pianista polonês do período romântico, nascido em 1810. A grande maioria das
suas composições é para piano.
12- Instrumento de cordas percutidas. O primeiro foi construído na Itália por volta de 1700. É
considerado o mais versátil entre todos os instrumentos.
13- Instrumento de sopro da família dos metais. O mais usado na orquestra é afinado em si bemol.
Miles Davis tocava esse instrumento.
14- Dança e canção brasileira de origem portuguesa, associada ao lundu no século XIX, e que tem
“umbigada” na coreografia.
15- Ponto colocado acima da nota, indicando que a mesma deve ser tocada com seu valor menor do
que o normal. É o oposto de legato.
16- Símbolo que dá nome às notas no pentagrama.
17- Compositor clássico, autor da ópera “A Flauta Mágica”
18- Modo do 6o grau.
1 7
17 2 A 9 15
11 L
16 4 U 5
H
18 6 10 C
14
12
Os nomes das notas devem ser praticados sempre, a fim de estabelecer uma firme relação entre os
nomes e as alturas. Nos exercícios de ordenação, os nomes das notas são ligados a seus sons, e a prática
constante destas ordenações vai permitir o desenvolvimento do ouvido relativo, favorecendo o
reconhecimento das alturas.
Os exercícios a seguir devem ser feitos regularmente, pois ajudam a fixar a ordem das sete notas da
escala. São excelentes como preparação para o solfejo, e também para memorização das alturas.
O primeiro exercício é apresentado por inteiro. O motivo [Dó - Re - Dó] é transposto diatonicamente
para cada um dos sete graus da escala. Depois o mesmo motivo é apresentado de forma invertida [Dó - Si -
Dó] e também transposto, em movimento descendente.
Os próximos exercícios são apresentados de forma resumida: apenas o motivo da subida e o da descida, mas
todos eles devem ser feitos da mesma forma que o primeiro, como demonstrado acima.
Bennet, Roy. Elementos Básicos da Música. Cadernos de Música da Universidade de Cambridge. Rio de
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